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2 Dr. Marcio Bontempo IMUNIDADE Total Manual prático e orientação médica para a proteção da saúde e resistência do organismo contra vírus e doenças em geral Inclui suplementos e alimentos especiais 3 Sumário Sobre o autor (por eu mesmo) Introdução - um manual de proteção da saúde em época de pandemia viral O que é imunidade e como funciona o mecanismo de defesa do organismo Intestinos, função intestinal e imunidade Fatores que prejudicam a nossa imunidade Fatores, recursos e ações que aumentam a imunidade e protegem o organismo A origem do conceito de adaptogenicidade e os fármacos sintomáticos O advento dos fármacos inteligentes Imunomodulação – a chave do equilíbrio imunológico até agora mal compreendida Os super alimentos campeões da imunidade Suplementos nutricionais especiais para elevar a imunidade Uma fórmula sinérgica ideal para promover a imunidade e proteger o organismo A importância da atividade física e a imunidade Exercícios simples e eficientes para aumentar a imunidade Palavras finais Bibliografia 4 Sobre o autor, por eu mesmo Geralmente quando lanço um livro, a editora toma a iniciativa de colocar um meu currículo como autor, currículo esse já previamente preparado. Mas para este livro resolvi em mesmo me apresentar, sem oferecer uma lista de formações, cursos, trabalhos, obras, publicações, etc. Preferi dirigir-me diretamente ao leitor(a) e me apresentar de modo mais pessoal, com alguma informação profissional, mesmo porque, quando alguém adquire um livro, sente-se mais confortável com um contato mais próximo e com algo mais sobre quem realizou o trabalho. Eu sou Marcio Bontempo, médico, especialista em saúde pública, com pós-graduação em Nutrologia, Practioner em Medicina Biomolecular e outras coisas, mas penso que estes dados já são suficientes para me apresentar e dar segurança ao leitor sobre o tema a ser discorrido adiante, que se refere a essa obscura área da medicina que é a imunidade. Além de ter sido Naturopata, antes de cursar a medicina convencional, pratiquei a acupuntura e a homeopatia. Sou autor de obras relacionadas à saúde e publiquei já diversos trabalhos científicos. Toda a minha vida profissional foi pautada na busca de um modelo médico mais humano, mais inteligente, mais eficiente, menos agressivo e menos ligado a interesses obscuros, sejam estes relacionados à indústria farmacêutica ou aos lobbies corporativistas da medicina oficial. Obviamente tal postura custou-me dezenas de processos éticos e por diversas vezes estive à beira de perder meu direito de exercer a medicina. Parece que verdades não podem ser ditas, sob o risco de sermos classificados como charlatães, ou “pseudocientistas”. Não me importo de fato, pois ao longo de 4 décadas exercendo minha profissão, sempre tive a minha consciência tranquila, por aplicar e respeitar o juramento de Hipócrates, cujo lema principal é a compaixão pelos pacientes e a busca do melhor da ciência pelo bem e pela saúde das pessoas. E posso até arriscar dizer que sinto-me honrado por ter sido perturbado pelo sistema médico vigente, pois a história da Medicina mostra que justamente aqueles que mais contribuíram para o avanço da ciência médica foram os mais 5 perseguidos e, muitos execrados, por descobertas que hoje são pilares da medicina convencional, como Pasteur; Sommelweiss; Samuel Hahnemann; nosso Carlos Chagas (não foi indicado para o Premio Nobel de Medicina por inveja de seus pares, no caso “ímpares”), talvez o mais injustiçado; Willian Harvey, que demonstrou a circulação sanguínea, como ela é hoje conhecida e ensinada, numa época em que os médicos juravam de pés juntos que pelas artérias não passava sangue, mas ar (de arterium, do latim, canal de ar). Os tempos mudaram, mas apesar do avanço científico, persiste a refratariedade a ideias e teorias novas, como atavismo medieval, vigorando na mente daqueles que tem dificuldade de enxergar a dinâmica do universo e da vida. Ocorre, no entanto, que estamos diante de um novo paradigma na Ciência em geral, principalmente na medicina, onde a visão cartesiana, materialista e analítica, está cedendo espaço para o pensamento sistêmico (antes chamado de “holístico”). E vivemos grande parte dessa revolução aos avanços da Física Quântica, segundo a qual a matérias nada mais é do que energia concentrada. Desse modo, depois da fase do divisionismo que formou as especialidades médicas, já a visão integral do paciente, bem como o entendimento da sincronicidade e interdependência das funções do organismo. Novas matérias surgiram e algumas antigas passaram a receber atenção e comprovação de cientistas com visão mais aberta, como é o caso na Naturopatia, da Acupuntura, da Homeopatia, na medicina Chinesa, da medicina aiurvédica, da Microscopia de Campo escuro (e sua teoria do pleomorfismo), da ozonioterapia (hoje parte da nova e eficientíssima ciência da bio-oxidologia), da hipertermia, da Radiofrequência, etc. E há muito mais, principalmente nos excepcionais avanços da Nutrologia e no conhecimento do metabolismo humano. E tudo de tal modo contundente e avassalador, que deixa atônitos aqueles que não dominam ou possuem a capacidade da visão teleológica, ou sistêmica do universo. Estes são exatamente aqueles profissionais que se aferram a informações marteladas desde a faculdade (e depois delas por revistas e propagandistas de laboratório), ideias e teorias tidas como “aceitas pela comunidade científica”, e não evoluem, impedidos pelas limitações causadas por um discernimento fraco e estéril. São estes que consideram como charlatães os colegas que tem a coragem de perscrutar os novos caminhos da ciência. Em sua secular cegueira 6 (alguns por covardia), não entendem que a Ciência evolui justamente porque novas teorias derrubam, as antigas e a velocidade dessa evolução depende justamente da intensidade com que o velho é substituído pelo novo. Portanto, agarrar-se ao que se chama de “praxe” pode representar um atraso, ou um retardo à ciência, ao inexorável, numa inútil perda de energia, e produzindo muito dano, perseguindo justamente os paladinos do novo tempo. Mas talvez o pior dano com essa atitude seja para os próprios pacientes, ou a população atendida por semelhantes profissionais, pois além dos chamados efeitos colaterais, oriundos de medicamentos (geralmente esses profissionais se limitam ao universo limitado da cirurgia ou da terapêutica medicamentosa), existem a iatrogenia (doença ou problema secundário provocado pelo próprio médico, como o erro médico, a imperícia, ou a própria ignorância ou pela falta de atualização) e a ineficiência no tratamento, sendo comum vermos pessoas sendo submetidas ao uso de medicamentos errados ou ineficientes para o caso, como na questão dos anti-inflamatórios que não removem a causa da inflamação, ou a antibioticoterapia sem cultura e antibiograma prévias, como veremos adiante. O clichê surrado da “pseudo ciência” Curiosamente, quando um médico ou profissional de saúde não entende ou não domina um sistema terapêutico, mesmo que repleto de evidências, ou praticado em outros países com sucesso e oficialmente, tende a classificar o praticante, mesmo que seja médico, como adepto da “pseudo ciência”. Assim como para se pintar um quadro é necessário talento para se realizar uma grande obra, o mesmo acontece na medicina. Alguém pode cursar uma faculdade de Belas Artes, mas se não tiver dom, poderá pintar, mas seus será apenas um técnico e seus quadros não terão a mesma expressão ou qualidade daqueles que nasceram com talento para tal. Há artistas e técnicos também na medicina. Aliás, a medicina é uma das únicas atividades humanas quepodem ser consideradas uma ciência e ao mesmo tempo uma arte. Utilizar recursos diferentes de drogas convencionais, como nutrientes, nutricêuticos, vitaminas, minerais, fitoterápicos, etc, consagrado é procurar cumprir os princípios do Código de Ética Médica, que entre os itens existem alguns mais importantes: 7 Capítulo 1 I - A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza. II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. V - Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente. E quando qualquer médico é impedido de realizar um sistema diagnóstico ou terapêutico seguro, comprovadamente eficiente e principalmente realizado amplamente em outros países, o CRM comete uma infração ao próprio Código de Ética, nos seguintes artigos: Capítulo II É direito do médico: I - Exercer a Medicina sem ser discriminado por questões de religião, etnia, sexo, nacionalidade, cor, orientação sexual, idade, condição social, opinião política ou de qualquer outra natureza. II - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislação vigente. Comentário: Em relação ao artigo I, na sua parte final “opinião política ou de qualquer outra natureza”, entende-se que o médico, desde que com responsabilidade, pode optar por uma linha diagnóstica ou terapêutica, sendo que o impedimento a tal decisão implica numa infração do órgão em relação ao profissional. Em relação ao artigo II, no tocante a “práticas cientificamente reconhecidas”, existe uma lacuna em termos de interpretação no referido Código, pois diversas técnicas terapêuticas, como a 8 ozonioterapia, por exemplo, amplamente aplicada na Alemanha, na Rússia (regularizada oficialmente em 2007) no Japão, na Espanha e em muitos outros países (110, na verdade que são signatários da Declaração de Madrid, de 2010), não são aceitas ou “permitidas” no Brasil porque profissionais médicos desconhecem “pesquisas” ou “experiências”, ou pelo menos casuísticas médicas, só porque aqui não as desenvolvemos. Nesse caso, a Rússia, a Alemanha, o Japão representam mais do que uma “comunidade científica. Além disso, a autonomia do médico na escolha do tratamento do paciente, segundo a sua consciência e, principalmente em situações de exceção (como pandemias), é garantida pelo Tratado de Helsinque* e pelo recente edital do Conselho Federal de Medicina. Eu pertenço a uma geração que viveu a naturopatia, a macrobiótica, a medicina natural, a explosão da medicina chinesa no Brasil, a acupuntura e, assim, tivemos um início diferente do médico convencional, começando com uma concepção mais holística da vida e da terapêutica, onde o ser humano não é visto como partes, mas como uma unidade integrada. Neste âmbito, tínhamos como filosofia o entendimento das leis naturais e a cura através do respeito ou da aplicação dessas mesmas leis. O segundo é que nós não paramos no tempo. Adentramos a faculdade de medicina para ampliar nosso conhecimento. Obviamente lá nos deparamos, para nossa surpresa, com um mundo completamente diferente, onde a doença era o foco (e não a saúde), e onde nunca se falou em “leis naturais”. Aliás, este termo soava como uma língua alienígena, dado o formato do ensino, assemelhando-se mais a um aprendizado de guerra contra a doença do que a compreensão das causas reais pelas quais as doenças acontecem, principalmente as degenerativas. Lá vimos como a abordagem material, física, supera a visão multidimensional que caracteriza as medicinas antigas (muitas modernizadas) e as técnicas milenares, tidas como empíricas, às quais estávamos acostumados. Mas aí reside a diferença: iniciamos o aprendizado médico já com uma visão holística ou sistêmica da vida, enquanto nossos colegas começaram praticamente do nada, sem uma ideologia como fundamento. O resultado foi que o nosso preparo prévio permitiu mais paixão e aprofundamento no conhecimento essencial do ser humano e das ciências. Mais tarde, tudo foi sendo 9 brilhantemente confirmado com o avanço da Física Quântica, com as novas revelações de Nikola Tesla, do avanço da medicina biomolecular, do advento da Nutrologia (mesmo que ainda limitada ao metabolismo), etc. Mas enquanto adeptos da visão sistêmica nos maravilhávamos, dia após dia, com as descobertas (principalmente com a Magnetrônica de Keppe, que revoluciona a física mostrando que não é a energia que sai da matéria, mas o contrário), assistíamos, como continua a ocorrer, uma classe médica atônita, agarrando-se a especialidades e títulos, como náufragos a uma boia em alto mar. As atuais gerações médicas, digo, os que tem discernimento suficiente, dominam automaticamente esta concepção e trilham por caminhos diagnósticos e terapêuticos bem atualizados, incluindo terapia nutrológica, ozonioterapia, terapia Neural, Microscopia de Campo Escuro, Hipertermia, etc. Disto inferimos que, “juntando as partes”, estamos diante do nascimento de uma nova medicina, não composta por elementos que podem ser chamados de futuro da medicina, mas a medicina do futuro, já. Nesse campo, juntamente com a decodificação do genoma humano, da epigenética (relação entra as alterações e impactos produzidos por fatores ambientais sobre o DNA humano), dos efeitos dos alimentos no corpo humano, etc., avançamos em muito no entendimento de como funciona o nosso sistema de defesas e o que fazer para aprimorá-lo. Resolvi, portanto, produzir este livro, que não aborda somente a terapêutica e a prevenção, mas procura ensinar o leitor a cuidar de si mesmo e dos seus, por meio da ação no que é fundamental: a imunidade e as defesas do organismo, através de recursos muito simples, mas de imensa eficiência. No entendimento e na adoção destas sugestões pode estar a diferença entre sua saúde e sua doença. E não me refiro apenas a este período de pandemia, mas para qualquer doença, em qualquer momento, e para o resto da nossa vida. 10 Introdução - um manual de proteção da saúde em época de pandemia viral Como médico e especialista em saúde pública, resolvi escrever este livro para evidenciar a importância de uma função orgânica que está sendo por demais aludida, mas para a qual quase nada tem sido falado ou feito, que é o nosso sistema imunológico. Quem morre de COVID 19, são justamente aqueles cujo sistema imunológico falha na sua missão de defesa. Foi necessária uma pandemia como a atual, a COVID 19, para mostrar que morrer ou se curar de uma virose depende da nossa boa condição de defesa orgânica, e não exatamente de fármacos ou de vacinas. Há muitas décadas já existe uma persistente pandemia “mundial” que é a gripe comum, provocada pelo vírus da influenza, que tem matado 3 ou 4 vezes mais pessoas do que o coronavírus, cuja letalidade é, portanto, superior ao novo (ou velho) coronavírus, o SARS COV2. Mas quase nenhuma autoridade sanitária faz alusão a esse fato incontestável. Também, a humanidade está sob forte pressão psicológica, com os lockdowns, as notícias de mortes pela COVID (não se mostra habitualmente os milhares de casos curados) a obrigatoriedade do uso de máscaras e o distanciamento social, gerando um tipo de terror generalizado, numa situação que produz impacto imunodepressor no cidadão, facilitando ainda mais os contágios. A vacinação pode ajudar ou piorar a situação E hoje se colocam todas as fichas na vacinação, como se isso fosse realmente resolver o problema da pandemia. Para um vírus mutante como o atual SARS COV2, uma vacina feita com um material genético do mesmo,terá pouco ou nenhum efeito estimulador da formação de anticorpos para uma próxima cepa, já alterada na cadeia peptídica do RNA. Sendo assim, esse novo vírus, primo do “novo” coronavírus, já devidamente informado e protegido das imunoglobulinas e ataques das células linfocitárias do nosso sistema de defesas, pode até produzir uma nova e mais poderosa pandemia, conforme temos já observado. A situação que estamos vivendo atualmente em relação a essa questão da vacinação para o coronavírus, é tão incerta que os 11 estudos apenas permitem uma posição de que a vacina “pode” funcionar, o que não nos permite uma garantia completa quanto a essa eficiência. Sem incluir os riscos de reações alérgicas e anafiláticas graves, uma vez que a própria OMS determina que nos locais onde for realizada a vacinação, deve existir um a estrutura de reanimação cardiorrespiratória e recursos de emergência. Contrair o coronavírus mesmo após tomar a vacina Uma informação pouco divulgada sobre a vacina contra o vírus da COVID 19, é que existe a possibilidade de uma pessoa ser infectada após tomar a dose. Porém, a infecção não ocorre devido ao recebimento da vacina, mas porque organismo pode demorar até dez dias para produzir os anticorpos. Nesse período, a pessoa pode contrair o vírus, já que ainda não está totalmente imunizada. A infecção pelo SARS COV2 imuniza mais do que qualquer vacina Um estudo recente no Reino Unido com 20 mil profissionais de saúde que contraíram a COVID 19, mostrou que a infecção produziu cerca de 94 % de proteção contra a reinfecção. No Brasil, vários sanitaristas e infectologistas temos afirmado o mesmo, ou seja, que a infecção pelo novo coronavírus gera imunidade superior a qualquer vacinação. O tão esquecido efeito de imunização “rebanho” é a melhor e mais natural via para gerar proteção de massa contra o SARS COV2. A empresa farmacêutica Merck afirmou que "a resposta do próprio sistema imunológico à infecção é mais eficaz e duradoura do que a vacina." Após extensa pesquisa, a Merk concluiu-se que as vacinas ofereciam menos proteção do que apenas contrair o próprio vírus e desenvolver anticorpos. A empresa anunciou que as injeções V590 e V591 foram "bem toleradas" pelos pacientes de teste, no entanto, geraram uma resposta do sistema imunológico "inferior" em comparação com a infecção natural. A empresa afirmou que, em vez de estudar vacinas, se concentrará na pesquisa de drogas terapêuticas rotuladas como MK-7110 e MK-4482, com o objetivo de proteger os pacientes dos danos de uma resposta imune hiperativa ao vírus. 12 Ratificando a posição da Merk, cientistas alemães afirmaram que a vacina UK Oxford / AstraZeneca é menos de 8% eficaz em mais de 65 anos, o que a torna quase obsoleta para essa faixa etária. Notícia (fonte) disponível em: https://summit.news/2021/01/26/merck-scraps-covid-vaccines-says-its-more-effective- to-get-the-virus-and-recover/ Os dados cruciais e verdades pouco divulgadas sobre a COVID 19. Menos letal que o vírus da influenza, segundo os dados oficiais da Organização Mundial de Saúde, o novo coronavírus infecta apenas 20% das pessoas que entram de algum modo em contato com o vírus, obviamente através de contágio proveniente de uma pessoa infectada, ou portador assintomático. E desses 20%, 80% adquirem a forma branda da infecção, ou as vezes sintomas similares a um simples e frustro resfriado. Dos infectados - o que chama a atenção para a importância da resistência orgânica – somente cerca de 20% dos pacientes podem evoluir para óbito, porém, desse grupo, apenas aqueles que pertencem ao grupo dos imunodeprimidos ou portadores de comorbidades correm o risco de morrerem. Desse grupo fazem parte idosos em más condições orgânicas, portadores de deficiências do sistema imunológico, diabéticos avançados, usuários de drogas ou de remédios imunodepressores (câncer, transplantados, etc.), grandes obesos, E mesmo assim, os tratamentos aplicados tem salvo mais de 60% dos casos de pessoas nessas condições. A taxa de letalidade (poder de matar) da COVID 19, inicialmente projetada para ser de 10%, hoje está fixada em torno de 2 a 3%. Comparada à H1N1, com projeção inicial de letalidade para 6% (menor que o do coronavírus), hoje está em torno de 0,4 a 0,5%, portanto superior ao COVID 19. Benjamin Cowling, professor de Epidemiologia da Universidade de Hong Kong, disse à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, que a covid-19 é "definitivamente menos grave que outros coronavírus". Ele sugere que a taxa de mortalidade pode ser ainda menor do que foi levantado até agora, uma vez que se acredita que https://summit.news/2021/01/26/merck-scraps-covid-vaccines-says-its-more-effective-to-get-the-virus-and-recover/ https://summit.news/2021/01/26/merck-scraps-covid-vaccines-says-its-more-effective-to-get-the-virus-and-recover/ 13 há muitas pessoas infectadas que não foram levadas em conta nas estatísticas. Segundo Cowling, "A raiva tem uma taxa de mortalidade de aproximadamente 95%, enquanto a do Ebola é de 50%. Essas são doenças muito graves, definitivamente mais graves que o coronavírus". COVID-19 comparada à gripe comum De uma maneira geral, os dados fidedignos apontam que o número de mortes causadas pela COVID-19 é baixo se comparado à mortalidade provocada anualmente pela influenza, a gripe comum. Essa informação, no entanto, não é divulgada amplamente pela mídia convencional. Uma análise dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) indica que, apenas nos Estados Unidos, 8% da população (cerca de 26 milhões de pessoas) é infectada por essa doença todos os anos. Dessas, aproximadamente 14 mil morrem devido a complicações similares ao que ocorre na COVID 19, ou seja, um número muito maior, no entanto, tal informação permanece no silêncio. Remédios que não combatem diretamente a COVID-19, mas melhoram o sistema imunológico. Ivermectina A ivermectina é um conhecido agente anti-helmíntico lançado no final da década de 1970 para tratar parasitose de diversos tipos. Descobriu-se que ela atua estimulando os canais de ácido gama- aminobutírico (GABA), provocando hiperpolarização e paralisia do organismo infestante. Outra ação detectada da ivermectina é a imunomodulação da resposta do hospedeiro, por meio da ativação de neutrófilos, do aumento dos níveis de proteína C reativa e da interleucina-6,1. Devido a esse fato, recentemente, foi descoberta a função antiviral da ivermectina contra certos flavivírus (dengue, encefalite japonesa e vírus da encefalite transmitida por carrapatos) e o vírus Chikungunya. Desde então, a mesma atividade foi avaliada em várias outras infecções virais, e reconhecida a sua potência na 14 eliminação do coronavírus in vitro. O mecanismo pelo qual esse efeito ocorre ainda não foi completamente descoberto, mas a inibição do transporte de proteínas virais mediado por importinas α / β1 para dentro e para fora do núcleo parece ser a explicação mais adequada, explicando as evidências da eficiência da ivermectina contra o SARS COV2. Um dos estudos sobre a capacidade da ivermectina no combate ao coronavírus foi realizado por Caly e colaboradores. Com esta pesquisa, os investigadores puderam comentar sobre a concentração inibitória 50 (IC50), e também que nenhuma toxicidade foi observada para as várias concentrações nas quais a ivermectina foi testada. Com base na eficácia evidenciada em estudo in vitro, vários estudos clínicos foram planejados e iniciados. A potência in vitro da ivermectina contra o vírus da Covid-19 é um testemunho de que ela pode ser utilizada para controlar os pacientes que foram infectados com SARS-CoV-2. Comparada com outras opções farmacoterapêuticas para o tratamento da infecçãopor Covid-19, a ivermectina parece ser superior a elas. Além de um mecanismo de ação diferente, existem outras facetas nas quais esse medicamento pode ter vantagens. Por exemplo, os efeitos adversos associados à hidroxicloroquina (dano retinal irreversível, prolongar o intervalo QT, miopatia, neuropatia) ou à combinação de lopinavir + ritonavir (hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia) não são observados em pacientes que estão em ivermectina. Além disso, o tratamento com ivermectina é mais econômico do que a combinação de hidroxicloroquina e azitromicina, 5-6 vezes mais caro. O mesmo pode entendido em relação a antivirais patenteados, a preços exorbitantes Algumas referências científicas sobre a Ivermectina F.L. Njoo, C.E. Hack, J. Oosting, L. Luyendijk, J.S. Stilma, A. Kijlstra. C-reactive protein and interleukin-6 are elevated in onchocerciasis patients after ivermectin treatment. J Infect Dis., 170 (1994), pp. 663-668 http://dx.doi.org/10.1093/infdis/170.3.663 | Medline E. Mastrangelo, M. Pezzullo, T.D. Burghgraeve, et al. http://dx.doi.org/10.1093/infdis/170.3.663 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8077726 15 Ivermectinia a potent inhibitor of flavivirus replication specifically targeting NS3 helicase activity: new prospects for an old drug. J Antimicrob Chemother., 67 (2012), pp. 1884-1894 http://dx.doi.org/10.1093/jac/dks147 | Medline F.S. Varghese, P. Kaukinen, S. Gläsker, et al. Discovery of berberine, abamectin and ivermectin as antivirals against chikungunya and other alphaviruses. Antiviral Res., 126 (2016), pp. 117-124 http://dx.doi.org/10.1016/j.antiviral.2015.12.012 | Medline T.M. Tessier, M.J. Dodge, et al. Viral appropriation: laying claim to host nuclear transport machinery. Cells., 8 (2019), pp. 1-23 Hidroxicloroquina A cloroquina e a hidroxicloroquina são fármacos em amplo uso, há décadas, em países com pandemia de malária. Também são drogas empregadas no tratamento de processos reumáticos e algumas doenças autoimunes. Recentemente, a hidroxicloroquina demonstrou capacidade na limitação da replicação do vírus SARS-CoV-2 in vitro. Para a publicação deste livro, identificamos até o momento, um total de 09 artigos publicados, sendo 3 ensaios clínicos com tamanho de amostra 150; 3 estudos in vitro e 3 relatórios de consenso de especialistas. Todos esses estudos foram sugestivos de que a cloroquina e a hidroxicloroquina podem tratar infecções por COVID- 19 com sucesso, concluindo-se que a cloroquina e a hidroxicloroquina apresentam características antivirais evidentes, apontando que essas drogas têm eficácia no tratamento do COVID- 19. Os estudos sobre "COVID-19 e seu tratamento podem ser encontrados na Organização Mundial da Saúde (OMS), ISI-Web of Science, PubMed, EMBASE, Scopus, Google Scholar e registros de ensaios clínicos. Além disso, analisamos a prevalência de COVID-19 em países com pandemia de malária e não pandêmicos. http://dx.doi.org/10.1093/jac/dks147 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22535622 http://dx.doi.org/10.1016/j.antiviral.2015.12.012 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26752081 16 Uma das ações da hidroxicloroquina no organismo é elevar o pH do citoplasma, alcalinizando o meio e, assim, dificultando ou anulando a duplicação vital, já que este depende de um meio mais ácido para realizar sua expansão. Simples desse modo. Mas exiswtemn outras ações desse fármaco, utilizado há décadas contra várias moléstias parasitárias. Como a hidroxicloroquina apresenta a possibilidade de alguns efeitos colaterais, é necessária orientação médica gabaritada para seu uso. Pesquisas e trabalhos científicos sobre a hidroxicloroquina e a COVID 19 COVID-19 Pandemic – A Narrative Review of the Potential Roles of Chloroquine and Hydroxychloroquine. De Barros CM, Almeida CAF, Pereira B, Costa KCM, Pinheiro FA, Maia LDB, Trindade CM, Garcia RCT, Torres LH, Diwan S, Boralli VB.Pain Physician. 2020 Aug;23(4S):S351-S366.PMID: 32942793 Review. Chloroquine and Hydroxychloroquine in COVID-19: Practice Implications for Healthcare Professionals. Mallhi TH, Ahmad A, Butt MH, Misbah S, Khan YH, Alotaibi NH.J Coll Physicians Surg Pak. 2020 Oct;30(10):124-128. Doi: 10.29271/jcpsp.2020.supp2.124.PMID: 33115586 Review. Chloroquine and its derivatives in the management of COVID-19: A scoping review. Pimentel J, Andersson N.Biomedica. 2020 Oct 30;40(Supl. 2):80-95. Doi: 10.7705/16econhece.5478.PMID: 33152192 Free PMC article. English, Spanish. Uma pandemia obscura Com esta apresentação ou postura, não pretendemos minimizar a importância da atual virose, ou da suposta pandemia, mas mostrar caminhos para proteger a população. Com a potencialização do sistema imunológico. E quando se faz referência ao sistema imunológico, deve-se entender que não se está fazendo menção especificamente à vacinação. Assistimos atualmente a debates e discussões que envolvem recursos terapêuticos para a virose vigente, como ivermectina, hidroxicloroquina, azitromicina, antivirais, anticoagulantes, corticoides, anti-inflamatórios, etc. O mais intrigante é que profissionais altamente especializados, como infectologistas, https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32942793/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32942793/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33115586/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33115586/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33152192/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33152192/ 17 imunologistas, virologistas, biomédicos e outros, estão envolvidos com a questão do “tratamento” da COVID-19 e com a polêmica da vacinação, mas quase nada se fala sobre prevenção e imunidade, ou, pelo menos, como estimular apropriadamente as defesas orgânicas dos doentes e da população. De qualquer modo, qualquer que seja a virose, a infecção bacteriana, fúngica, tudo depende das condições imunológicas de uma pessoa para definir o seu destino. Mas o modelo flexneriano (cartesiano, não integrativo) atual de medicina insiste na ênfase na doença e não na prevenção ou no fortalecimento dos mecanismos de defesa do organismo. Também o modelo tem a postura de aguardar o paciente procurar os serviços, quando, ao contrário, através da estratégia da Atenção Básica, deveríamos colocar ênfase em procurar o cidadão na sua residência. 18 O que é imunidade e como funciona o mecanismo de defesa do organismo ‘O sistema imunológico é como o exército que protege seu corpo, ou sua terra natal, contra invasores.’ Dr. Troy Torgerson. O corpo humano é como um país e as células são como as pessoas que nele vivem, cada uma com sua função específica, seus atributos e ações. Grupos de células podem formar órgãos, assim como as pessoas podem formar grupos sociais, como clubes esportivos ou ocupações, atividades, etc. Assim como um país possui um controle social interno e estruturas para defesa contra perigos externos, como as forças armadas, também nosso corpo assim o faz através do mecanismo de defesas, o sistema imunológico. Quanto aos perigos externos, eles são definidos como organismos vivos, tais como bactérias, vírus, fungos e parasitas – os chamados patógenos- representam corpos estranhos que causam doenças, semelhante à maneira pela qual invasores podem adentrar um país e causar danos. O sistema imunológico é composto por três níveis distintos de defesa: A primeira linha de defesa são as barreiras de superfície, como a pele e as mucosas, análogas às fronteiras de um país A segunda linha de defesa é o sistema imunológico inato, semelhante à força policial interna de uma nação. A terceira linha de defesa é o sistema imunológico adaptativo, semelhante às forças especiais de uma nação, como as forças armadas, que avaliam o tipo de inimigoa oferecer perigo. Tanto a imunidade inata quanto a adaptativa combatem os patógenos e suas ações (infecção) simultaneamente, com as seguintes diferenças: 19 O sistema inato responde rapidamente, mas é inespecífico para o tipo de patógeno. O sistema adaptativo é mais lento para responder, porém é específico. O sistema imune inato ataca indiscriminadamente os invasores (chamados antígenos e informa o sistema imune adaptativo sobre a natureza específica dos patógenos. Neste sistema estão as importantes citocinas, células de defesa que, por analogia com um exército, seriam soldados com um rádio nas costas, encarregados de avisar onde os outros soldados devem ir combater. Elas são responsáveis pelas inflamações, que são a reação natural do corpo humano quando existe uma infecção, atraindo os glóbulos brancos (os soldados) para as regiões afetadas do corpo. Com base nessas informações, são criadas proteínas específicas (armas) chamados anticorpos, apropriadas para combater a ameaça. Figura 1 – Quadro apresentando as células do sistema imunológico Características das células do sistema imunológico e suas funções As células do sistema imunológico são como soldados, em constante trabalho de proteção contra doenças e combate a agentes infecciosos e fazem parte do grupo dos glóbulos brancos do sangue. Eles representam apenas 1% das células do sangue de um adulto, mas estão presentes em quantidade suficiente para realizar seu 20 trabalho, pois em cada microlitro de sangue, existem entre 5.000 a 10.000 de glóbulos brancos. Assim como se um país não possuir forças armadas, sem um sistema imunológico, nosso organismo estaria exposto ao ataque de bactérias, vírus, toxinas e parasitas. Presente em todo o corpo, o sistema imunológico se representa por muitos tipos de células, órgãos, proteínas e tecidos, cuja função não é apenas a de combater patógenos e corpos estranhos, mas localizar células mortas e defeituosas. Glóbulos brancos Também são chamados de leucócitos. Como soldados e policiais, estão em constante patrulha à procura patógenos. Quando eles encontram um alvo, começam a se multiplicar e a enviar sinais para outros tipos de células para fazer o mesmo. Eles circulam no corpo em vasos artérias, veias e vasos linfáticos, sendo armazenados em diferentes locais do corpo, chamados órgãos linfoides, tais como, o timo, o baço, a medula óssea, os gânglios linfáticos, as amídalas, as placas de Peyer nos intestinos, o apêndice ileocecal, etc. Existem basicamente dois tipos principais de leucócitos, os fagócitos e os linfócitos. Fagócitos: Envolvem e absorvem os patógenos e os decompõem. Entre eles estão os seguintes soldados especializados: Neutrófilos – Os soldados rasos. São o tipo mais comum de fagócito e sua função é estar no front, atacando principalmente as bactérias. Macrófagos – São patrulheiros em busca de patógenos e também removem células mortas ou doentes. Monócitos – São espécies de “oficiais”. São do tipo maior e tem várias funções, inclusive a de se camuflarem ou de assumirem a forma ou função de outros fagócitos. Mastócitos – Além da função de combatentes, são os enfermeiros das forças armadas, tendo muitas ações, entre elas a de ajudar a curar feridas e recompor tecidos. 21 Linfócitos Os linfócitos ajudam o corpo a lembrar-se de invasores anteriores e reconhece-los, se voltarem a invadir o organismo. Para a hematologia convencional, os linfócitos são produzidos na medula óssea, onde permanecem e se desenvolvem nos chamados em linfócitos B, enquanto outros se dirigem ao timo, onde e se tornam linfócitos T. Esses dois tipos de células têm funções diferentes: Os linfócitos B produzem anticorpos e ajudam a alertar os linfócitos T, enquanto estes destroem células comprometidas no corpo e ajudam a alertar outros leucócitos. A resposta imune Os linfócitos B secretam anticorpos (imunoglobulinas) que se prendem aos antígenos. O sistema imunológico precisa ser capaz de reconhecer estruturas próprias do organismo e as estranhas. Isso é feito através da detecção de proteínas encontradas na superfície de todas as células, ignorando as suas próprias e destruindo as demais. Para evitar que o sistema imunológico ataque suas próprias células, existem as células T reguladoras, ou imunomoduladoras, que suprimem outras células T, controlando todo o mecanismo, garantindo que não surjam autoantígenos . Quando esse mecanismo falha, ocorrem as doenças autoimunes, como a artrite reumatoide, o lúpus eritematoso, a tireoidite de Hashimoto, a Doença Celíaca, e uma série muito grande de doenças degenerativas. A função dos linfócitos B Quando os linfócitos B detectam o antígeno, secretam anticorpos, que são proteínas especiais, que se prendem a antígenos. Cada célula B produz um anticorpo específico para determinado antígeno. Por exemplo, um pode criar um anticorpo contra uma bactéria causadora de pneumonia, enquanto outro contra o vírus da gripe comum. Os anticorpos pertencem a um grande grupo de proteínas chamadas imunoglobulinas, com diferentes funções na resposta imune, tais como: http://immunearmy.babraham.ac.uk/glossary#glossary 22 Imunoglobulina G (IgG) – marca os microrganismos para que outras células possam reconhecê-los. IgM – Tem a função de destruir bactérias. IgA – Presente em fluidos, como lágrimas e saliva, onde protege as entradas do corpo. IgE – Protege contra parasitas e também é responsável por reações alergias. IgD – Está sempre ligada aos linfócitos B, ajudando-os a iniciar a resposta imune. Os anticorpos se prendem ao antígeno, mas não o matam, apenas o marcam para serem destruídos por outras células, como os fagócitos. A função dos linfócitos T Há basicamente dois tipos distintos de linfócitos T: Auxiliares – Coordenam a resposta imune. Alguns se comunicam com outras células e outros estimulam as células B a produzir mais anticorpos. Outros atraem mais células T ou macrófagos. Citotóxicos) – A atacam outras células, mas particularmente potentes no combate aos vírus. Trabalham reconhecendo pequenas partes do vírus na porção externa das células infectadas, destruindo-as. Células dendríticas A Células Dendríticas são aliadas de todas as demais células da defesa do organismo. Elas podem ser encontradas no sangue, pele e tratos digestivo e respiratório, e fazem parte do sistema imunológico, responsáveis pela identificação da infecção e desenvolvimento da resposta imune. Quando há ameaças essas células são ativas com o objetivo de identificar o agente infeccioso e promover a sua eliminação. Portanto, se as células dendríticas não funcionarem corretamente, o sistema imune tem mais dificuldade para defender o organismo, permitindo o desenvolvimento de enfermidades como o câncer, por exemplo. 23 Devido ao fato de capturar a apresentar os antígenos em sua superfície na superfície celular, as células dendríticas recebem o nome de Células Apresentadoras de Antígeno, ou APCs. É a intelligentsia das forças armadas e o serviço de informações e espionagem. Além de promover a primeira resposta imunológica contra determinado agente invasor e garantir a proteção, as células dendríticas são essenciais para o desenvolvimento da imunidade adaptativa, que é aquela em que são geradas as células de memória, evitando que ocorra novamente a mesma doença. Tipos de Células Dendríticas As células dendríticas podem ser classificadas de acordo com suas características de migração, expressão dos marcadores em sua superfície, localização e função que desempenham. Existem basicamente dois tipos: Plasmocitoides – localizados principalmente no sangue e em órgãos linfoides, como baço, timo, medula óssea e gânglios linfáticos. Elasatuam especialmente contra os vírus, inclusive com a capacidade de produzir Interferon alfa e beta, proteínas responsáveis pela regulação do sistema imune, possuindo propriedades antitumorais, além da ação antiviral. Células Mieloides, que estão localizadas na pele, sangue e mucosa. As localizadas no sangue recebem o nome de DC inflamatórias, que produzem TNF-alfa, que é um tipo de citocina responsável pela morte de células tumorais e pelo processo inflamatório. Aquelas presentes nos demais tecidos recebem o nome de DC intersticiais ou da mucosa e, quando presentes na pele, são denominadas células de Langerhans ou migratórias, pois após a sua ativação, migram através da pele até os gânglios linfáticos, local onde apresentam os antígenos aos linfócitos T. 24 O maravilhoso processo da imunidade Depois que um anticorpo é produzido, uma cópia permanece no organismo para que se o mesmo antígeno reaparecer, poderá ser destruído mais rapidamente. Isso é chamado de imunidade. O sistema imunológico de cada indivíduo é diferente, sendo menos desenvolvido na infância, mas se fortalecendo, de modo que na vida adulta encontra-se plenamente formado e ativo, pois já foi exposto a mais antígenos, ou patógenos. Com a senilidade o sistema imunológico tende a se enfraquecer. Por esta razão, adolescentes e adultos tendem a sofrer menos de doenças infectocontagiosas. Há três tipos de imunidade: 3- Imunidade inata É aquela em que nascemos com ela, ou seja, o nível de proteção recebido contra invasores durante a fase intrauterina. Essa imunidade inclui as barreiras externas do nosso corpo, como a pele e as mucosas da garganta e dos intestinos. Ela produz uma resposta mais geral e inespecífica. Se o invasor conseguir driblar o sistema imunológico inato, entra em ação o segundo tipo de imunidade, a imunidade adaptativa ou adquirida. 2-Imunidade adaptativa Essa nos protege contra agentes invasores ao longo da vida, quando o organismo é exposto a doenças ou na vacinação, quando ocorre a formação de um “banco de dados” com a característica de diferentes patógenos. Este tipo de imunidade é chamada de memória imunológica, pois o organismo se lembra de inimigos anteriores. 3-Imunidade passiva Trata-se do tipo de imunidade “emprestada” de outra fonte, geralmente de curta duração. Como exemplo, um bebê recebe anticorpos da mãe através da placenta durante a fase uterina e depois pelo leite materno, capaz de proteger o bebê de algumas infecções durante os primeiros anos de vida. Imunização e vacinação A imunização introduz antígenos ou patógenos mortos, enfraquecidos, ou com parte do seu material genético em uma pessoa, de tal maneira que o indivíduo adoece, além de produzir 25 também anticorpos. Como o corpo salva cópias dos anticorpos, ele é protegido se a ameaça reaparecer. Distúrbios do sistema imunológico Pela sua complexidade, o sistema imunológico está exposto a alterações e defeitos, dada a sua dependência de aspectos genéticos, de fatores ambientais e também psíquicos. Os tipos de distúrbios imunológicos são classificados em três categorias: Imunodeficiências Aparecem quando uma ou mais partes do sistema imunológico funcionam mal. Elas podem ter várias causas, geralmente ligadas a questões relacionadas com a faixa etária, obesidade, desnutrição, alcoolismo, uso excessivo de certos medicamentos (corticoides, anti- inflamatórios, antibióticos, antidepressivos e outros), doenças imunodepressoras (AIDS, por exemplo) e outras imunodeficiências adquiridas. As imunodeficiências também podem ser herdadas, por exemplo, na doença granulomatosa crônica, onde os macrófagos se formam de modo deficiente. Autoimunidade Condição em que o sistema imunológico ataca células saudáveis por engano, produzindo uma doença autoimune crônica. Neste grupo estão o diabetes tipo 1, a doença celíaca, a artrite reumatoide, o lúpus eritematoso, a doença de Hashimoto, a psoríase, a doença de Graves, etc. Na doença autoimune as defesas naturais do corpo se tornam hiperativas, atacando tecidos normais, entendendo-os como sendo corpos estranhos. Hipersensibilidade imunológica Quando o sistema imunológico reage exageradamente, danificando regiões ou tecidos saudáveis. O grande exemplo é o choque anafilático, quando o mecanismo de defesa responde de modo intenso e abrupto, podendo ser fatal. 26 Curiosidades do sistema imunológico Vírus, fungos e bactérias não causam os sintomas das doenças. Eles ocorrem como reflexo da ação do sistema imunológico contra os micro-organismos. Portanto, é necessário cuidado ao usar recursos sintomáticos, como antitérmicos para combater uma febre leve ou moderada, pois estaremos inibindo uma ação importante e natural do organismo, com a possibilidade de facilitar a vida do germe. Como exemplo, no resfriado comum, o sistema imunológico entra em ação quando o rinovírus invade as células que revestem o trato respiratório superior, produzindo substâncias químicas, como a histamina, que dilatam os vasos sanguíneos e aumentam sua permeabilidade, permitindo que proteínas e glóbulos brancos cheguem às áreas infectados, mas produzindo com isso um processo inflamatório dos vasos sanguíneos, determinando formação de muco, coriza e congestão nasal. O sono e a imunidade Pesquisas ao longo das últimas décadas apontam claramente que a falta de sono (ou o sono curto, ou irregular), diminui a capacidade do sistema imunológico. Entre os efeitos está a diminuição da formação das células T e as “Natural Killers”. Um estudo de 2012 na revista SLEEP mostrou até mesmo as vacinas podem até ser menos eficazes para pessoas que dormem menos de seis horas por noite, em comparação com as pessoas que dormem uma noite inteira. Portanto, o sono regular é vital para evitar doenças. https://www.livescience.com/22023-sleep-vaccine-response.html https://www.livescience.com/22023-sleep-vaccine-response.html https://www.livescience.com/22023-sleep-vaccine-response.html 27 Intestinos, função intestinal e imunidade O papel e a importância dos Intestinos e para a imunidade Atualmente já se sabe que o intestino, além de ser considerado como “segundo cérebro”, é o órgão imunológico (linfoide) mais importante do organismo, graças à ação da microbiota intestinal e pela presença maciça das placas de Peyer, ao longo de toda a mucosa intestinal e no apêndice ileocecal. A placas de Peyer são pequenas ilhotas imunológicas localizadas sob a mucosa do trato gastrointestinal, especificamente na lâmina própria do intestino delgado. São regiões onde se concentram linfócitos e outras células acessórias, em grande número, representando uma poderosa barreira, como linha de defesa contra invasores provenientes dos alimentos, líquidos, ou outras formas que penetra m pela boca. Como amígdalas na faringe e folículos linfoides na submucosa do apêndice, as placas de Peyer se assemelham aos gânglios linfáticos, quanto à sua estrutura e função. Existem dezenas de trilhões de bactérias e outros microrganismos no corpo humano, superando em número as nossas próprias células, numa proporção absurda de 10 para 1, sendo que a maioria, felizmente, é composta de organismos benéficos. Nos intestinos, compondo a biota intestinal, existem bactérias amigas que ajudam na digestão e ainda sintetizam vitaminas, como a B12 e K, mas a principal ação dessas bactérias está na contribuição que exercem na manutenção das defesas imunológicas. Há bactérias que impedem que microrganismos prejudiciais se enraízem em nossos órgãos, epitélios e mucosas. Estas estimulam o sistema imunológico para distinguir entre as bactérias causadoras de doenças e aqueles antígenos inofensivos. Este mecanismo é aquele que impede o desenvolvimento de alergias. Também as bactériasamigas atuam na sensibilização do sistema imunológico aos antígenos, ajudando a prevenir as doenças autoimunes, quando o sistema imunológico ataca os tecidos do próprio corpo. Curiosamente, essas bactérias, principalmente as que habitam os intestinos, também produzem anticorpos úteis e desencadeiam a https://www.livescience.com/36217-early-bacterial-exposure-immunity.html https://www.livescience.com/36217-early-bacterial-exposure-immunity.html 28 expressão de proteínas que fazem com que o sistema imunológico repare lesões internas. Mesmo conhecendo-se a importância dos intestinos para a saúde em geral e para a imunidade em particular, ainda pouco se sabe sobre esse órgão e todas as suas funções. Adiante serão apresentados mais detalhes sobre os intestinos e os recursos para a sua proteção. Luz solar e imunidade: Saber-se que a luz solar permite que o corpo produza vitamina D. Um estudo recente da Nature Immunology sugeriu que as células T não se mobilizam se detectam apenas pequenas quantidades de vitamina D na corrente sanguínea. Além disso, outras pesquisas sugerem que a vitamina D pode induzir a produção de peptídeos antimicrobianos na pele, pois esses compostos ajudam a defender o corpo contra novas infecções. O problema está na exposição solar excessiva, que pode prejudicar a imunidade e produzir tumores, principalmente de pele. A Ciência atual demonstra que a exposição à luz solar, especificamente a radiação ultravioleta (UV), pode suprimir a resposta do sistema imunológico a infecções bacterianas, virais e fúngicas. Para suprimir o sistema imunológico humano, são necessárias doses de UVR que são apenas 30 a 50% do necessário para causar queimaduras solares quase imperceptíveis, de acordo com um artigo de 2010 no Journal of Investigative Dermatology. O ideal é receber a luz solar apenas nas primeiras horas quando o sol nasce e antes do ocaso. Nesse período a irradiação UV é menor e a presença de radiação infravermelha de onda longa, muito benéfica, ao contrário, tem uma ação imunomoduladora salutar. Álcool e imunidade O álcool consumido em excesso reduz o efeito do interferon, uma proteína que avisa o sistema imunológico quando uma infecção está em progresso, e, ao mesmo tempo, aumenta a atividade de um tipo de citocina que produz inflamações. Publicado no periódico Bio Med Central Immunology, o estudo afirma que o álcool altera a função antiviral e inflamatória dos monócitos. 29 Figura X - As células sanguíneas e do sistema imunológico 30 Fatores que prejudicam a imunidade Sendo a resposta imune sensível ao meio ambiente, é necessário que os agentes causais dessas alterações sejam conhecidos. Os fatores externos envolvidos com a imunidade estão relacionados com o stress, a poluição ambiental (monóxido de carbono, chumbo, benzeno, enxofre, radiação UV excessiva, etc.), a alimentação industrializada e os hábitos insalubres, como tabagismo, alcoolismo, consumo de drogas e excesso de medicamentos. O papel do stress e da exaustão suprarrenal na imunodepressão Como o nosso corpo é integrado, nenhum sistema ou função é isolada, pois tudo é interdependente. Assim, o sistema imunológico não age sozinho, mas está intimamente vinculado ao sistema nervoso e o sistema endócrino, por meio dos hormônios e neurotransmissores cerebrais. Assim, tanto o sistema nervoso central (cérebro-espinhal), quanto o sistema nervoso autônomo, representado pelos sistemas simpático e parassimpático, influenciam diretamente a resposta imune e todo o mecanismo de defesa. O sistema imunológico é altamente dependente do sistema nervoso central, mas principalmente do sistema nervoso autônomo, representado pelos sistemas simpático e parassimpático, que trabalham integrados. Quando o parassimpático está muito acirrado existe um desequilíbrio simpático em sentido contrário. O estresse provoca aumento do estímulo simpático e a produção excessiva de granulócitos. Com isso há tendência à redução da imunidade com elevação do cortisol resultante. O estresse prejudica os mecanismos de compensação, produzindo a exaustão suprarrenal, muito comum hoje, o que reduz a capacidade de defesa do organismo. Uma hiperexcitação do sistema nervoso simpático aumenta a quantidade de granulócitos, fazendo involuir a glândula timo, reduzindo a capacidade inata de defesa do organismo, podendo também surgir doenças por exacerbação do sistema imunológico adquirido (recente), que são as doenças alérgicas. Um stress muito forte ocorre na pandemia pelo novo coronavírus SARS COV 2, em função do medo que envolve a situação. Sabe-se que o confinamento, o distanciamento social, as distorções de informações emitidas pela mídia, gerando apreensão desnecessária são prejudiciais, funcionam todos como fatores imunodepressores. 31 A alimentação e hábitos modernos como os piores inimigos da imunidade Muito mais do que os fatores ligados à poluição aérea a radiação solar anômala, está a alimentação industrializada como elemento prejudicial, não só à imunidade, mas à saúde humana e animal como um todo. São diversos os itens da dieta moderna capazes de impactar o organismo, entre eles: Açúcar branco – acidificante e desmineralizante, favorece a perda mineral, reduzindo a força de resposta imune. Diversos outros problemas estão ligados ao consumo excessivo de açúcar branco, como o diabetes, a obesidade, as cáries dentárias, a osteoporose e vários outros, incluindo o câncer. Carnes grelhadas no carvão. São três os efeitos da exposição de alimentos animais ao calor excessivo da brasa de carvão: Peroxidação lipídica – O calor excessivo oxida e satura a gordura da carne exposta ao calor, favorecendo a formação de ateromatose, obesidade e outros distúrbios metabólicos, que se refletem no sistema imunológico, reduzindo a sua eficiência. AGEs – Acrônimo para Advanced Glication Ended products (produtos derivados da glicação avançada de proteínas). São agentes resultantes da exposição da proteína animal ao calor rápido excessivo (churrascos feitos na brasa do carvão), capazes de se acumular no organismo e indiretamente produzir redução da capacidade de defesa do organismo. Um dos efeitos das AGEs é a ateromatose, produzindo inflamação crônica. Agrotóxicos - Diversos produtos químicos perigosos usados na agricultura, além de câncer, podem produzir drástica redução das defesas orgânicas, como os organofosforados e organoclorados, o Glifosato e todos os itens contendo mercúrio e outros metais pesados. Álcool – Já é notório e definitivo que o excesso de consumo de álcool reduz a resposta imunológica, principalmente pela sua ação degradadora do fígado, um dos mais importantes órgãos ligados à imunidade. 32 Aminas heterocíclicas aromáticas – São substâncias mutagênicas e carcinogênicas (capazes de produzir câncer), formadas em alimentos proteicos submetidos a diferentes métodos de cocção. Há diversos estudos epidemiológicos associando a ingestão de carnes grelhadas e cânceres em humanos. A cocção de alimentos contendo creatinina, como carnes, peixes e aves, sob temperatura acima de 150º C por mais de dois minutos, gera as aminas heterocíclicas, que claramente danificam também o sistema imunológico. Frituras e a peroxidação lipídica Os óleos vegetais comuns, principalmente os poli-insaturados (soja, milho, arroz, canola, e até o de girassol) sofrem alterações estruturais quando submetidos ao calor elevado, saturando-se por oxidação (peroxidação lipídica). Passam a ser saturados, repletos de benzopireno (cancerígeno) e aminas heterocíclicas derivadas dos alimentos animais, razão pela qual tornam-se escuros. Assim, alteram a função metabólica expondo om organismo a doenças perigosas,ao mesmo tempo em que ajudam a reduzir a imunidade. Drogas Todas as drogas estupefacientes, naturais ou sintéticas, reduzem enormemente a capacidade de defesa do organismo, principalmente as anfetaminas, a cocaína, a heroína, o crack e similares. Devem ser completamente evitados. Medicamentos Os efeitos colaterais da maioria dos medicamentos, bem como as interações medicamentosas (ação conjunta dos mesmos no organismo), além de prejudicarem todo o organismo, são particularmente agentes imunodepressores. Metais pesados Derivados dos alimentos industrializados, das bebidas e da água potável, metais pesados, principalmente o alumínio, o mercúrio e o chumbo, são deletérios para a imunidade, pois interferem no mecanismo de produção das células imunológicas e produção de anticorpos. Radicais livres 33 Pela sua ação oxidante intensa, os radicais livres, em excesso, têm ação impactante na função dos linfócitos, prejudicando a sua atividade de defesa do organismo, além de outras ações prejudiciais. Refrigerantes Pela sua ação acidificante, e pela presença de açúcar em grande quantidade, além dos ingredientes artificiais, os refrigerantes estão no topo da lista dos itens mais prejudiciais ao sistema imunológico. Transgênicos Todos os alimentos geneticamente modificados, principalmente a soja, o arroz, o milho, causam confusão ao sistema imunológico, uma vez que sua estrutura genética não é fácil mente reconhecida pelo mecanismo de defesa, podendo produzir alergias ou doenças autoimunes. Pouco se sabe ainda sobre todos os possíveis efeitos desses grupos de alimentos no organismo. Xenobióticos - Plásticos e Bisfenol-A Os plásticos da família dos policarbonatos, que são plásticos mais duros, utilizados em garrafas, mamadeiras (proibidas recentemente pela ANVISA), material para fornos de micro-ondas, além de plástico fino para envolver alimentos, todos emitem o temível Bisfenol-A (cancerígeno e disruptor endócrino de alto potencial carcinogênico e mutagênico) quando submetidos ao calor ou a baixas temperaturas. Também estão presentes como revestimento de enlatados e sucos em caixas, muitas garrafas de água mineral e nos copos e copinhos de cafezinho. Neste caso, o calor do café em contato com o plástico do copinho emite substâncias cancerígenas e inflamatórias, além do Bisfenol-A. Obviamente terão todos influência negativa sobre o sistema de defesa imunológica. A desbiose intestinal e a deficiência imunológica A desbiose intestinal é uma condição anômala do ambiente dos intestinos em que a função do órgão se altera quando a flora bacteriana normal é prejudicada por diversas condições, como fermentação excessiva, putrefação intestinal (ambos devido à má alimentação), perturbações enzimáticas e pela ação de diversos agentes, como antibióticos, corticoides, bactérias, vírus, fungos, etc. Nessa condição, a imunidade geral do organismo sofre impacto negativo e todo o mecanismo de defesa fica prejudicado. O fato se 34 agrava ainda mais se considerarmos que modernas pesquisas têm apontado os intestinos como corresponsáveis pela formação das células sanguíneas, principalmente as hemácias, o que torna os intestinos não apenas o “segundo cérebro”, mas um órgão tanto linfocitário imunológico, como hematopoiético (formador de sangue), talvez mais importante do que a medula óssea. A regularização da função intestinal e da boa condição de sua flora, através de uma dieta adequada e do uso de prébióticos e probióticos (ver adiante) são ações que repercutem tanto na saúde geral do organismo quanto na sua imunidade. A importância da boa condição da flora intestinal O cuidado com a alimentação é fundamental para a boa saúde da flora intestinal, mas atualmente, com a poluição alimentar, é fundamental a reposição da flora intestinal com lactobacilos, mesmo para as pessoas com hábitos saudáveis. Lactobacilos acidófilos podem ser facilmente obtidos através do consumo de coalhada e iogurte, mas nem todos possuem lactobacilos acidófilos, daí ser importante certificar-se disso na aquisição de iogurtes e similares. Os iogurtes mais ricos nesse microrganismo são os caseiros, preparados por inoculação dos fermentos apropriados. Mesmo pessoas com deficiência da enzima dissociadora do açúcar do leite, a lactase, podem tolerar bem o iogurte. O iogurte é um alimento ativo, fonte de energia vital, lactobacilos, cálcio e uma das melhores defesas contra a deficiência da vitamina K. Como alimento probiótico (ver adiante), ele aumenta as defesas imunológicas estimulando a flora intestinal. O consumo diário de duas xícaras de iogurte, chega a aumentar em cinco vezes a capacidade imunológica. Mesmo produzido com leite integral, o consumo do iogurte auxilia no combate ao “mau” colesterol. O Kefir, de leite ou de água, é mais um importantíssimo recurso para a saúde dos intestinos e, consequentemente, para o sistema imunológico. Sobre o kefir e outros probióticos, ver adiante no capítulo referente aos suplementos que beneficiam o sistema imunológico. 35 Fatores, recursos e ações que aumentam a imunidade e protegem o organismo Com o advento da física quântica e o avanço da visão sistêmica (haja vista a evolução das práticas integrativas de saúde), estamos presenciando uma verdadeira revolução de conceitos e de percepções, que se refletem na prática terapêutica. O modelo médico fundamentado apenas (friso: apenas, ou tão somente) em fármacos sintomáticos, ou paliativos, ou seja: em “drogas anti alguma coisa” (úteis em emergências), já se mostra obsoleto (e prejudicial) há várias décadas, fato reconhecido pela Organização Mundial de Saúde, desde a reunião histórica de Alma Ata em 1978, quando se estabeleceu definitivamente a importância da Medicina Tradicional na promoção e proteção da saúde. Assim, o modelo médico e terapêutico mundial está se transformando. Cada vez mais os remédios e drogas paliativas (corticoides, antibióticos, antidepressivos, hipotensores, diuréticos, antialérgicos, antitérmicos, antiarrítmicos, cardiotônicos, etc.) se tornam restritas a um universo que atende a urgências e emergências específicas e não mais representam recursos capazes de promover a saúde. Ao contrário, a necessidade de seu uso é reflexo da falta de saúde, ou da sua deterioração. Junto com isso, avança uma concepção ontologicamente fundamentada numa nova epistemologia, onde o foco na doença se transmuta no foco no doente, ou na pessoa... e na saúde. Embora ainda a terapêutica e a medicina convencional sejam 98% centradas na estratégia de simples eliminação de sinais e sintomas como sinônimo de “saúde” (características da ótica cartesiana, reducionista e materialista, dita flexneriana, que entende ser a saúde apenas a ausência de doenças), a visão sistêmica, que representa o novo paradigma da Ciência, entende o homem em seu conjunto, com segmentos articulados e interdependentes. E foi exatamente esse novo e progressivo entendimento que permitiu – e tem permitido – a delineação de novos recursos e caminhos na terapêutica, onde se inclui uma nova concepção sobre o funcionamento do organismo e como se devem usar recursos capazes de promover a saúde através da aplicação de uma lógica e intelligentsia diferentes que, embora simples, são de difícil 36 entendimento para quem tem apenas formação acadêmica cartesiana fixa. Estamos nos referindo aos chamados recursos adaptogênicos e às ações moduladoras, restauradoras das funções e homeostase do corpo humano. Por isso, os adaptogênicos são considerados os novos recursos terapêuticos inteligentes. Por conceito, adaptogênicos são quaisquer fármacos, drogas, plantas, insumos naturais suplementos, alimentos, etc., capazes de contribuir para o bom funcionamento de uma ou mais funções do organismo. E a imunidadese insere nesse contexto enormemente, como é óbvio. A origem do conceito de adaptogenicidade e os fármacos sintomáticos Quando a ONU foi criada, e com ela a Organização Mundial de Saúde, era crença geral que as doenças poderiam ser eliminadas do planeta através de fármacos. Assim, a tuberculose, a malária, a lepra, e as doenças endêmicas, estavam com seus dias contados, principalmente com o advento dos antibióticos que, desde a penicilina, pareciam a promessa de uma humanidade sem doenças. Nessa época a indústria farmacêutica iniciava a sua grande ascensão e via nessa política uma forma de plasmar seus interesses. Com as décadas, percebeu-se a ilusão dessa ideia. Embora a indústria farmacêutica tenha alardeado que a tuberculose, por exemplo, teve sua incidência reduzida em todo orbe por causa da existência de antibióticos, a verdade é que tal fato se deveu à melhoria das condições sanitárias e não à ingestão de antibacterianos. E assim sucessivamente com diversas outras doenças. Na China de Mao Tsé Tung, quando a medicina tradicional chinesa foi relegada a planos inferiores (considerada uma medicina sem base científica), e o uso de drogas que faziam parte do arsenal terapêutico ocidental se tornou praxe, doenças infecciosas e infectocontagiosas (entre elas a blenorragia, que se tornou uma praga nesse país). A situação de saúde dos chineses só se modificou (e a blenorragia foi erradicada) com a retomada da medicina tradicional chinesa e a ação dos populares médicos pés descalços, com suas ervas e agulhas. O mesmo sucedeu na Índia, quando os ingleses impuseram suas drogas, de suas indústrias químicas milionárias e o povo indiano sofreu as maiores calamidades em termos de enfermidades. A situação somente voltou ao normal com 37 a independência, quando a medicina tradicional aiurvédica foi amplamente retomada. O que se evita comentar é que, ao contrário do projetado, apesar de hoje os antibióticos, de fato, salvarem vidas, as bactérias estão cada vez mais adaptadas aos mesmos, a ponto de infecções hospitalares, com bactérias potencialmente resistentes serem o grande fantasma desses nosocômios, ceifando muitas vidas anualmente. Porém, mais importante que isso, é o fato de que a estratégia de se combater aleatoriamente os sinais sintomas das doenças com drogas “anti” alguma coisa, é considerada a causa da explosão das doenças crônicas e degenerativas no seio da humanidade. Certamente úteis em determinadas situações agudas, as drogas “anti” não são geradoras da saúde e seu uso (quando não são removidas as causas das enfermidades), prejudica o organismo, seja através das interações medicamentosas (quando se misturam no organismo gerando a formação de outros compostos imprevisíveis), dos temíveis efeitos colaterais (as vezes piores do que a doença a ser tratada) e pela poluição que causam no organismo, pois cada elemento inserido no corpo humano é uma informação e, como tal, o organismo reage ou se adapta a ela, resultando em respostas e impactos de difícil relação de causa e efeito. Tal é o caso dos corticosteroides e de muitos quimioterápicos antineoplásicos. Essa concepção limitada, que impede o profissional de saúde de entender que o organismo é um conjunto interdependente, explica porque um médico prescreve um antibiótico por via oral e se esquece de proteger os intestinos do paciente contra a ação desbiótica do fármaco contra a flora saprófita. Tal negligência repercutirá certamente em redução da capacidade de defesa do organismo e a doença tratada, seja uma amidalite, uma pielonefrite, ou similar, reaparecerá com frequência, podendo tornar-se crônica. Talvez mais deletério do que não proteger a flora intestinal numa antibioticoterapia oral, é prescrever antibióticos aleatoriamente, sem se realizar uma cultura e um antibiograma, quando possível. Sabendo-se que cada bactéria, e em cada pessoa, é sensível ou resistente a um antibiótico, resulta não só como um ato inconsequente e irresponsável, mas insano, prescrever antibióticos sem se ter certeza se a infecção em curso é provocada por uma bactéria sensível a ele. 38 Pessoalmente considero algo ainda pior do que não proteger a flora intestinal na antibioticoterapia oral ou de prescrever esses fármacos sem antibiograma, que é prescreve-los para “prevenir” uma infecção. Aprendemos desde os primeiros anos de farmacologia que não existe antibioticoterapia profilática, ou seja, não há como se ter certeza de que se aparecer uma infecção no organismo ela será provocada por uma bactéria sensível a um antibiótico prescrito para destruí-la. Geralmente não e, por isso, aí estão os casos de superinfecções e até de óbitos por erro médico, devido ao uso prévio de um antibiótico que de nada vale para a bactéria que surgir. Por analogia, seria como mandar soldados para a guerra com balas de festim. Apesar dessas sombrias questões até serem eventualmente discutidas nos serviços médicos, essa a prática da antibioticoterapia “preventiva” é praxe em todos os serviços. Por isso se diz, jocosamente, que alguns médicos prescrevem antibióticos por via oral, outros por via intramuscular, outros ainda por via endovenosa, mas a maioria por via das dúvidas. O advento dos fármacos inteligentes Descobertas não acontecem por causa da medicina. Elas acontecem porque alguém tem coragem de tentar. Meredith Grey Graças à velocidade com que as pesquisas científicas são atualmente desenvolvidas e com tantos recursos tecnológicos modernos, uma incontável quantidade de informações e experiências sérias, com metodologia apropriada, tem sido realizadas em todos os pontos do planeta, observando os efeitos, tanto de plantas medicinais, quanto de nutrientes concentrados (fitonutrientes), aminoácidos, enzimas, microminerais, fármacos e produtos bioidênticos, algas, proteínas e outros itens, que não pertencem à 39 família das drogas sintéticas, mas muito mais ao universo dos adaptogênicos. O conceito de adaptogenicidade nasceu da percepção unificante da medicina oriental, em associação com novos conceitos farmacológicos ocidentais. No âmbito da terapêutica com drogas, os efeitos se devem à capacidade direta dos componentes de um remédio, planta, etc. em oposição aos sinais e sintomas. Já um adaptogênico é um modulador capaz de equilibrar o organismo e restabelecer sua harmonia, geralmente sem produzir danos, agindo como um regulador, e não um antagonista ou opositor. Como exemplo, temos a ação da famosa raiz de ginseng, rica em saponinas, mas cujo efeito se deve não só a elas, mas também à sua energia estrutural intrínseca (tão bem compreendidos hoje pela medicina quântica). Há diversos outros recursos adaptogênicos, como o alho (capaz de reduzir a pressão arterial sem ser um hipotensor, ao mesmo tempo que, mesmo em grandes quantidades, não diminui a pressão arterial de uma pessoa normotensa). Foi graças ao advento da terapia ortomolecular e da Nutrologia (de certo modo, filhas da naturopatia, da medicina natural, com a chancela da ciência analítica) que estes conceitos ganharam campo, tanto no universo das terapias oficiais quanto naquelas ditas “não convencionais”. Outros recursos, geralmente alimentos funcionais ou plantas, têm o mesmo efeito modulador, como a babosa (aloe vera), a cúrcuma, o gengibre, o noni, os cogumelos comestíveis, o alcaçuz, a própolis, etc., cada um no seu campo de ação. Esses produtos possuem tanto substâncias farmacologicamente ativas como agem segundo sua composição estrutural física e energética. E, atualmente, ressurgem no universo da terapêutica universal. A revolução na terapêutica e na prevenção Esses novos dados que a todo instante nos chegam,se tornam disponíveis, principalmente, pelo advento da revolucionária Internet, não obstante, encontram uma classe médica que ainda reage de modo lento e, porque não dizer, com desconfiança, ou mesmo, em alguns círculos mais conservadores, refratariamente. Para o bem da medicina e da saúde da humanidade, é necessário evitar se colocar refratariamente, utilizando ainda velhos clichês e 40 estereótipos contra tudo de novo que surge. É bem certo que devemos ter estrito cuidado com a adoção de técnicas terapêuticas novas, principalmente diante da responsabilidade profissional em nós depositada pela sociedade. No entanto, em nome dessa mesma confiança, não podemos permitir que esse posicionamento impeça de chegar até nós aquilo que é verdadeiramente útil, eficaz e que pode representar um recurso capaz de beneficiar os doentes. Isso fica mais nítido se entendermos que não estamos nesta obra lidando com medicamentos perigosos ou com substâncias não identificadas cientificamente, mas com suplementos nutricionais, vitaminas, enzimas digestivas de fonte vegetal, ervas não tóxicas, produtos biológicos, alimentos concentrados, aminoácidos, etc., capazes de promover modificações, complementações e interferências suaves, geralmente não farmacológicas, sendo todos elementos geralmente inofensivos. A sensatez nos ensina a dimensionar adequadamente cada caso em tratamento e estabelecer um protocolo ou sistema terapêutico inteligente. Muitas vezes, grande parte dos itens aqui apresentados podem e devem ser utilizados como auxiliares à prática terapêutica convencional, em associação a ela e aos medicamentos geralmente adotados pela comunidade médica. Em outros casos, podem funcionar como recursos principais, notadamente nas reposições vitamínicas e enzimáticas, nas doenças crônicas e degenerativas, quando falha o tratamento farmacológico ou não existem recursos terapêuticos oficiais. Imunomodulação – a chave do equilíbrio imunológico até agora mal compreendida Por imunomodulação se compreende o ajuste regulatório e funcional do sistema imunológico. Ocorre de modo espontâneo num organismo saudável, mas pode ser induzida por ação humana. A imunomodulação está relacionada com o conceito de homeostase e com outros mecanismos de compensação, quando o organismo se autorregula para ajustar as respostas aos níveis adaptativos, como a regulação da pressão arterial, do equilíbrio hidroeletrolítico, da gasometria arterial, do equilíbrio neurovegetativo, etc. A imunomodulação constitui parte da imunoterapia, na qual as respostas imunes são induzidas, amplificadas, atenuadas ou prevenidas de acordo com os objetivos do processo terapêutico, https://en.wikipedia.org/wiki/Immune_system https://en.wikipedia.org/wiki/Homeostasis https://en.wikipedia.org/wiki/Immunotherapy 41 quando a terapia biológica fundamenta o tratamento de uma enfermidade através da ativação ou supressão do sistema imunológico. Por exemplo, uma imunoterapia destinada a induzir ou amplificar uma resposta imune é classificada como de ativação, enquanto as imunoterapias que reduzem ou suprimem são classificadas como de supressão. Cada vez mais a imunoterapia se amplia entre pesquisadores, médicos e empresas farmacêuticas, principalmente para o tratamento de vários tipos de câncer. Nesse âmbito, é praxe médica mundial o uso da imunomodulação pelo BCG – uma vacina contra a tuberculose -, com sucesso no tratamento de alguns tipos de câncer de bexiga e de pele (melanomas), bem como do interferon, em outras formas de tumores malignos. A grande vantagem dos tratamentos imunomoduladores é a menor incidência de efeitos colaterais e menor potencial para criar resistências bacterianas. Alergias Alergias são respostas exacerbadas do sistema imunológico a um ou mais tipos de alérgenos, ou antígenos externos. A redução dessa resposta excessiva é geralmente realizada com a aplicação de anti- histamínicos ou corticosteroides, que apenas tratam os sintomas alérgicos. A imunoterapia atua reduzindo a sensibilidade aos alérgenos , diminuindo sua gravidade, por meio da dessensibilização aos fatores antigênicos, visando a imunomodulação. As doenças autoimunes e a necessidade da imunomodulação. As doenças autoimunes se caracterizam por defeitos congênitos ou adquiridos, relacionados à tolerância imunológica central ou periférica. Nesse grupo estão doenças como a artrite reumatoide, o lúpus eritematoso sistêmico, a tireoidite de Hashimoto, o diabetes tipo I e muitas outras. Uma propensão genética geralmente está associada ao desenvolvimento da maioria desses distúrbios, mas um fator desencadeante externo, ou tumor, pode ser necessário para o desencadeamento de uma resposta autoimune. Hoje são conhecidos diversos agentes imunossupressores capazes de reduzir os sintomas dessas enfermidades, porém produzem efeitos danosos. É a https://en.wikipedia.org/wiki/Immune_system https://en.wikipedia.org/wiki/Immune_system https://en.wikipedia.org/wiki/Pharmaceutical_industry https://en.wikipedia.org/wiki/Cancer https://en.wikipedia.org/wiki/Antimicrobial_resistance https://en.wikipedia.org/wiki/Antihistamine https://en.wikipedia.org/wiki/Antihistamine https://en.wikipedia.org/wiki/Corticosteroids https://en.wikipedia.org/wiki/Allergen https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/immunological-tolerance https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/immunosuppressive-drug 42 imunomodulação a via mais inteligente de tratamento, uma vez que seu objetivo em doenças autoimunes é produzir auto tolerância sem imunossupressão global, o que resulta em menor risco de infecção, de perda de vigilância imunológica, prevenindo o desenvolvimento de doenças malignas secundárias. https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/immunosuppressive-treatment https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/immunosurveillance 43 Os super alimentos campeões da imunidade A bem da verdade, todos os sistemas e aparelhos do corpo humano funcionam em sua total capacidade, desde que fatores externos e internos não lhes prejudiquem. Com o sistema imunológico não poderia ser diferente. A vida tranquila, em local natural, com água e ar puro, sem poluição atmosférica ou sonora, sem preocupações excessivas ou trabalho estafante, com uma aclimatação também natural, equilibrada e pura, são suficientes para uma saúde em bom estado e as defesas orgânicas funcionarem à contento. Entretanto, estas condições são raras de serem vistas em conjunto e, mesmo na vida em contato com a natureza, existem diversos elementos que prejudicam a nossa saúde, principalmente no tocante à alimentação industrializada, presente em praticamente todos os lares brasileiros. Mas há alguns recursos capazes de proteger e aprimorar nossa saúde e nossas defesas orgânicas, e elas são relativamente simples, mais ligadas a ali mentos e recursos naturais. Entre eles estão os chamados super alimentos Agrião Pela sua composição complexa, o agrião é uma verdura de grande ação adaptogênica, capaz, por isso, de modular o sistema imunológico. Tem notável poder medicinal e alimentício, pela sua rica composição de iodo, ferro, magnésio e vitamina C, além de componentes químicos naturais. É até mais rico em ferro que a couve e o espinafre, com os talos ricos em iodo. Tem ação estimulante da digestão, descongestionante dos brônquios e pulmões (expectorante), combate as inflamações, é desintoxicante do sangue, estimula os rins na produção de urina e é cicatrizante para úlceras internas e externas. Tem emprego no combate à carência de vitamina C (como no escorbuto, por exemplo) e de iodo (como no bócio, por exemplo). Para ser abundantemente consumido cru, em saladas. Alecrim44 Trata-se de uma planta com notáveis propriedades para a saúde. Sendo rico em compostos flavonoides, terpenos e ácidos fenólicos, apresenta forte ação antioxidante, também com ação antibiótica e antisséptica, além de ser depurativo e diurético. Talvez o alecrim (rosmarinus officinalis) seja uma das mais poderosas plantas para a modulação e saúde do sistema imunológico. Pode ser usado sobre a forma de chá simples das folhas, 3 vezes ao dia. Alho O alho é conhecido pelas suas excepcionais propriedades medicinais desde tempos antigos, porém não havia uma explicação científica para esses efeitos. Hoje ele é um dos alimentos mais estudados cientificamente, sendo um dos mais importantes alimentos ou recursos medicinais adaptogênicos. Seus efeitos medicinais se devem-se à presença de componentes como alicina, garlicina, polissulfureto de alilo, cálcio, germânio, vitaminas: A, B1, B2 e C, óleos essenciais e proteínas. No organismo, os componentes do alho têm ação anti-inflamatória, depurativa do sangue, além de combater a tosse, é vermífugo, é estimulante do suco gástrico, antitussígeno, anticatarral, antisséptico, redutor da pressão arterial (só age para quem tem pressão alta), febrífugo, sendo um potente antibiótico natural contra vírus, fungos e muitas bactérias. Tem largo emprego, portanto, nas doenças catarrais, além de amidalite, otite, difteria e reumatismo. É tido como inibidor do câncer devido à alicisteína e ao germânio. Como adaptogênico é um dos recursos naturais mais potentes imunologicamente, pois age em dupla vertente: como um antiviral e ao mesmo tempo um forte imunomodulador. Deve ser ingerido cru, juntamente com outros alimentos, na quantidade mínima de u dente médio por dia, ou mais. Arroz integral Pelo seu alto teor em nutriente e principalmente em fibras, além da sua elevada capacidade desintoxicante, o arroz integral atua como formidável auxiliar no mecanismo de defesa do organismo, principalmente pela sua ação nos intestinos, o mais importante órgão linfoide do corpo humano. Deve ser consumido regularmente, bem mastigado, em substituição ao arroz branco comum. 45 Azeite de oliva O azeite de oliva puro extra virgem é um grande recurso alimentar e ao mesmo tempo um excelente remédio. É rico em óleos insaturados (Omega 3. 6 e 9), com efeito laxante e protetor da mucosa do aparelho digestivo. Por isso, é considerado um grande protetor das funções de defesa do organismo. Deve ser consumido sem ser aquecido, em saladas, etc. Brócolis Um alimento da família das crucíferas, muito rico em compostos ativos protetores das células, como sulforafane e carbinol. Contém também Clorofila, vitamina A (betacaroteno) e C, ferro, enxofre, potássio e cálcio. Tem ação antioxidante (protetor contra o câncer), nutritiva, combate as anemias e é calcificante. Um dos mais poderosos recursos para a vida do sistema imunológico, que depende das boas condições orgânicas para bem desempenhar sua função. Deve ser consumido levemente cozido, com frequência, pelo menos duas vezes por semana. Brotos Todo grão brotado, como de feijão, alfafa, lentilha, nabo, que tenha ativado o mecanismo de brotamento, transforma seu amido em outra estrutura, que tem como objetivo formar uma nova planta, dispondo a partir de então de um tipo de energia vital, ainda não compreendida pela ciência. Sua ingestão transfere esse tipo de energia de alto potencial quântico para o organismo, o que se reflete no sistema imunológico, potencializando-o e fortalecendo-o. Brotos podem ser produzidos em casa, ou adquiridos no comércio afim. Consomem-se crus, em saladas, ou o de feijão, que pode ser consumido cozido. Camu-camu Fruta amazônica de imenso potencial adaptogênico, sendo uma das mais ricas frutas em vitamina C conhecida, 20 vezes superior à acerola. Por isso, e pela presença de outros nutrientes como vitaminas do complexo B, o camu-camu é um excelente potencializador das defesas orgânicas, seja na sua forma natural, em sucos ou em suplementos em cápsulas. 46 Cebola Contém alicina, sulfeto de alilo, sais minerais, vitaminas A, B1 e C. Tem ação desintoxicante, depurativa, estimulante da produção de urina (diurética), combate o excesso de colesterol e ácido úrico, é expectorante. Por suas propriedades depurativas, a cebola ingerida habitualmente, principalmente crua em saladas, é um grande coadjuvante no fortalecimento das defesas do organismo. Os melhores efeitos são obtidos com o consumo da cebola crua, em saladas, etc. Cenoura Contém vitamina A (betacaroteno), vitamina C, vitamina E, vitaminas do complexo B, fibras, sais minerais: ferro, cálcio, fósforo, iodo, potássio, cobalto, flúor, magnésio, manganês, silício. Contém também falcarinol, antioxidante e anticancerígeno. De grande capacidade nutricional, a cenoura, com seu betacaroteno, deve ser ingerida crua ou cozida, com frequência, para fortalecer o sistema imunológico. . Chicória Verdura rica em clorofila, cálcio, ferro, magnésio e iodo. É digestiva, estimula o apetite, estimulante da produção de urina (diurético), vermífuga, mineralizante, laxante. Por tudo isso seu consumo regular reflete-se em bom estado do sistema imunológico. Consumir crua, em saladas. Coco Contém óleos saturados e insaturados (maior quantidade), lecitinas, proteínas, sais minerais, açúcares, glicerofosfatos. O coco é calórico, nutritivo, mineralizante, a sua água é estimulante da produção de urina (diurético), febrífugo, combate as inflamações, estimula o apetite, é depurativo do sangue e vermífugo geral (incluindo para a solitária). Pela sua ação salutar, tem efeito positivo nas defesas orgânicas. Sua água tem forte efeito hidratante e de equilíbrio 47 hidroeletrolítico, já que possui frutose e sais minerais quase semelhantes ao plasma humano. Deve ser consumido regularmente. Coentro O coentro (coriander sativum) pode ser encontrado na forma de folhas frescas ou sementes, sendo que ambos possuem propriedades importantes para o bom funcionamento do organismo e do sistema imunológico. Efeito antibacteriano, antiviral e antifúngico O coentro possuiu um componente denominado dodecenal, responsável pela capacidade antibacteriana da planta, sendo capaz de eliminar diversos tipos de bactérias, como é o caso da salmonela. Fonte de vitamina C O coentro é uma excelente fonte de vitamina C e de outras vitaminas essenciais, como o ácido fólico, a vitamina A e o betacaroteno. Estudos indicam que somente uma pequena quantidade de folhas e sementes de coentro já é suficiente para suprir mais de 1/3 de nossas necessidades diárias de vitamina C. Além de fortalecer o sistema imunológico, a vitamina C também atua na formação de colágeno, nutriente essencial para evitar a flacidez e manter a saúde da pele. O dodecenal impede a ocorrência de intoxicação alimentar que provocada pela maionese feita com ovos, ou contaminada. O coentro é um poderoso desintoxicante e depurativo de metais pesados do organismo Atualmente grande parte dos alimentos naturais consumidos estão contaminados com metais pesados devido ao uso de agrotóxicos. E não somente os vegetais: alguns peixes, panelas e até mesmo nossa água podem estar nos contaminando com metais pesados. Nessa situação, o coentro pode ser um aliado, pois ajuda a eliminar metais como o alumínio, chumbo e mercúrio do nosso corpo, de maneira simples e natural. 48 Nesse processo, conhecido como quelação, o coentro se liga aos metais pesados que estão estocados em células gordurosas e os joga para a corrente sanguínea, o que facilita sua eliminação. Para o controle do peso O coentro emagrece e contribui para a manutenção de um peso saudável em longo prazo. O consumo regular de coentro ajuda a emagrecer por dois motivos: Impede o acúmulo de gordura: as folhase as sementes do coentro contêm limoneno, uma substância química que age como um hormônio natural e dificulta o acúmulo de gordura na região abdominal. Isso ocorre porque o limoneno impede a absorção de uma parte das gorduras saturadas no sistema digestivo, o que permite que elas sejam mais facilmente eliminadas. Ajuda a controlar as taxas de glicose De acordo com um estudo publicado no Indian Journal of Experimental Biology, o coentro ajuda a controlar as taxas de açúcar do sangue e também tem um potencial antioxidante, combatendo radicais livres. Em uma pesquisa feita com animais de laboratório diabéticos, o extrato de semente de coentro contribuiu para diminuir significativamente os níveis de açúcar e insulina na corrente sanguínea. O extrato também se mostrou capaz de restabelecer os níveis normais de antioxidantes que haviam diminuindo em razão da diabetes. Lembrando que os antioxidantes contribuem para a prevenção do envelhecimento precoce e de doenças. Auxiliar na redução da pressão arterial Mais um dos benefícios do coentro é regular os níveis de pressão arterial, reduzindo a hipertensão. O coentro é rico em cálcio, potássio, magnésio, ferro e manganês, além de quase não conter sódio. Graças à presença de ácido palmítico, ácido esteárico e ácido ascórbico, o coentro contribui para elevar os níveis do bom colesterol (HDL) e diminuir o LDL (mau colesterol); 49 Cada 100g de coentro possui 521 mg de potássio e apenas 46 mg de sódio. Além de prevenir as cãibras, o potássio trabalha com o sódio para manter equilibrado o nível de água nas células. Enquanto o último retém o líquido, o primeiro provoca a excreção. Isso significa que, ao contrabalancear o excesso de sódio, o potássio do coentro melhora o tônus vascular, reduzindo a pressão arterial. O balanço iônico entre as altas concentrações de magnésio e as baixas quantidades de sódio ajuda a controlar os batimentos cardíacos e diminuir a pressão. Melhora a digestão As folhas de coentro são utilizadas há séculos pelos povos asiáticos para auxiliar no tratamento de males digestivos, como gases, náuseas, má digestão e dores abdominais. Isso ocorre devidos às propriedades do coentro de estimular o organismo a produzir mais enzimas e sucos digestivos, facilitando a digestão e impedindo a formação de gases. O coentro também estimula o peristaltismo, ou seja, os movimentos que facilitam e aceleram a passagem dos alimentos pelo sistema digestivo. Isso torna o coentro um laxante suave e natural. Já suas folhas desidratadas podem ser utilizadas para combater crises de vômito e diarreia. Mais um dos benefícios do coentro na digestão é melhorar as funções do fígado, um dos órgãos mais importantes para quem precisa emagrecer. Um tônico do coração O coentro apresenta diversos compostos capazes de melhorar os níveis de colesterol e prevenir doenças cardíacas, tais como antioxidantes, vitaminas, óleos essenciais e fibra alimentar, que atuam na diminuição das taxas de LDL (colesterol ruim) e contribuem para elevar os níveis do bom colesterol (HDL). Outro dos benefício do coentro é impedir a arteriosclerose, o enrijecimento das artérias devido ao acúmulo de placas. O coentro atua dissolvendo o LDL que está acumulado nas paredes das artérias, reduzindo assim o risco de doenças do coração. 50 Fonte formidável de antioxidantes As folhas de coentro fornecem ótimas propriedades antioxidantes, como por exemplo a quercetina. Os principais benefícios do coentro por conter antioxidantes são combater os radicais livres e impedir a degeneração precoce de células sadias. Na prática, significa que o coentro pode auxiliar na prevenção do envelhecimento precoce e também diminuir o risco de algumas doenças degenerativas, como Mal de Alzheimer, e outras condições como o câncer e o diabetes. Ação como relaxante muscular Além de fortalecer o sistema cardiovascular, melhora a digestão e previne doenças e atua como um relaxante muscular. Ideal para praticantes de esportes e atividades musculares, para recuperação após treinos pesados, que produzem excesso de ácido lático e dores. O coentro relaxa a musculatura e facilita a recuperação muscular. Um ansiolítico natural Tem propriedade relaxante e tranquilizante natural, que pode ser utilizado para tratar a ansiedade e diminuir a tensão causada pelo estresse, principalmente pela presença de todas as vitaminas no complexo B na sua estrutura Anti-inflamatório natural O coentro possui atividade anti-inflamatória que o permite aliviar dores causadas por condições inflamatórias como artrite e também reduzir pequenos inchaços. Essa propriedade também protege o sistema nervoso contra os danos causados por doenças degenerativas. Ação diurética Ajuda a combater a retenção de líquidos, por estimular o funcionamento dos rins, em ação diurética natural. Os melhores efeitos do coentro são obtidos com seu consumo na forma crua da folha, como por exemplo em saladas ou em sucos onde elas podem ser usadas em grande quantidade, até um maço 51 por dia. No entanto, mesmo cozido, como tempero em pratos especiais, a planta produz efeitos similares. Na forma de sementes, usar amassadas para a confecção de um chá, que deve ser consumido 3 vezes ao dia, após as refeições. Cogumelos Pelo seu alto teor em beta-glucanas, compostos de elevada ação adaptogênica, protetora do câncer e imunomoduladora, os cogumelos comestíveis do tipo comum, ou mais potencialmente ainda o fungui, o shitake, o shimeji e alguns outros, representam alimentos de suma importância para a imunidade. Os cogumelos medicinais não comestíveis, como o Ganoderma lucidum, o cogumelo do sol e outros também possuem o mesmo efeito. Além da beta-glucana, os cogumelos são ricos em vitaminas do complexo B, minerais como o magnésio, o zinco e o cobre, recursos também de impacto positivo sobre o sistema de defesas. Os cogumelos comestíveis citados devem ser consumidos cozidos regularmente e os medicinais, usados como suplementos, na forma de cápsulas ou similares, encontráveis no comércio afim. Couve Contém vitamina A, C e principalmente K. além de cálcio, ferro, magnésio, manganês e muita clorofila. Tem ação cicatrizante, mineralizante, laxante, combate as anemias, combate as inflamações, é antisséptica, vermífuga, antitussígena, cicatrizante e levemente analgésica. Pela sua riqueza nesses componentes, o consumo regular de couve, crua ou cozida, é mais um bom recuso para a boa imunidade. Cupuaçu Originário da Amazônia, o cupuaçu é um fruto que ganhou fama por trazer benefícios para a saúde e para a estética. Com sabor agridoce, o fruto é composto por uma casca rígida, mas seu interior é macio e muito saboroso. Em algumas regiões do país o cupuaçu é conhecido como “farmácia em uma fruta”, pois contém polifenóis únicos, fitonutrientes e diversos antioxidantes, como Vitamina A e C, ácidos 52 graxos essenciais, aminoácidos, fósforo, fibras, além das vitaminas B1, B2 e B3. Recentemente cientistas encontrou dois novos antioxidantes que, até então, eram completamente desconhecidos, a deteograndina I e teograndina II, potentes protetores celulares antioxidantes e imunomoduladores, não encontrados em nenhuma outra planta. O cupuaçu é uma arma excelente para regular a homocisteína no seu sangue. A homocisteína é um aminoácido que é criado no corpo como resultado da oxidação, e é tipicamente inofensivo, desde que tenha níveis normais, mas quando em excesso é tóxica para as artérias, sendo correlacionada com risco aumentado de Doença Cardiovascular e Doença de Alzheimer e a imunodepressão. Esse excesso pode ser corrigido com antioxidantes e vitaminas B e o cupuaçu tem ambos. Além disso, ele contém outros flavonoides que completam a proteção imunológica: Quercetina: importante para musculatura cardíacae produção de mitocôndrias, aumentando energia para suas células e coração. Epicatequina: preserva a função do sistema cardiovascular, melhorando os vasos sanguíneos, paredes das artérias e válvulas cardíacas. Glucuronidas: são compostos que se ligam a toxinas hepáticas e auxilia o corpo na sua eliminação. Todos os componentes, mas principalmente os compostos de polifenóis do cupuaçu são varredores de radicais livres, protetores de DNA, que são importantes para regular a resposta inflamatória do corpo e manter o sistema imunológico saudável. Cúrcuma A cúrcuma é uma planta originária na Ásia, onde tem sido usada na medicina tradicional oriental por mais de 10 mil anos. Também chamada de açafrão da terra, ela é um rizoma (caule subterrâneo) pertencente à mesma família do gengibre, frequentemente confundida com o açafrão, um estigma da flor do crocus sativus, planta da família das Iridáceas, é mais aplicada como tempero. A cúrcuma sempre fez parte dos recursos medicinais naturais, mas 53 atualmente com o avanço da tecnologia, suas propriedades estão sendo cada vez mais conhecidas e aplicadas. A cúrcuma tem atividade imunomoduladora, equilibrando o sistema imunológico. Seu componente principal é a curcumina (identificada quimicamente como diferuloImetano), seguida da demetoxcurcumina e bisdemetoxicurcumina. Óleos essenciais (turmona aromática) e o tetrahidrocurcuminoide (THC), seu metabolito ativo. Assim a cúrcuma apresenta efeitos principalmente antibacterianos, antifúngicos e antiparasitários e, mais atualmente descobriu-se sua capacidade de inibir a integrasse, enzima que favorece o desenvolvimento do vírus HIV-1. Também foram demonstrados efeitos específicos sobre outros tecidos e órgãos, como a pele, sistema digestivo e respiratório e fígado. Os cientistas concluíram que essas propriedades se devem a diferentes mecanismos de ação. A curcumina tem efeitos anti-inflamatórios e capacidade imunomoduladora, principalmente alterando o perfil de citocinas de linfócitos T auxiliares e atividade hipolipidémica (baixa o LDL colesterol, triglicérides e fosfolipídios. Estudos atuais demonstram que a substância tem capacidade de estabilizar as membranas e para impedir a peroxidação lipídica, um processo chave no estabelecimento, progressão e complicações de muitas doenças do fígado, rim, enfermidades cardiovasculares, neurodegenerativas, bem como no diabetes. Pesquisas mais recentes apontam para sua atividade anticancerígena, principalmente contra câncer de pele, cólon e duodeno, como tratamento e como prevenção para os casos de pessoas suscetíveis. Um anti-inflamatório natural potente A cúrcuma é também eficiente nas crises de artrite, pois ajuda a reduzir os efeitos dessa doença graças aos efeitos anti-inflamatórios. Ela atua sobre a chamada “cascata inflamatória, retardando a produção de mediadores inflamatórios por inibição das enzimas ciclooxigenase-2 (COX-2) e 5-lipoxigenase (5-LO). Também desativa o TNF alfa, pressionando a via de sinalização NF-kB. NF-KB, que desempenham um papel fundamental no desencadeamento e manutenção de processos inflamatório, associados à artrite reumatoide e a numerosos problemas de saúde como asma, alergias, aterosclerose, insuficiência cardíaca, outras doenças autoimunes (esclerose múltipla, arterites, etc.), AIDS, choque 54 séptico, sarcoidose, DPOC, diabetes, síndrome do intestino irritável (IBS), etc. Além disso, os pesquisadores acreditam que o aumento da atividade de NF-kB é uma das principais causas do envelhecimento e suas patologias associadas e influencia a expectativa de vida. Como usar Recomenda-se a ingestão da cúrcuma sob a forma de cápsulas contendo o pó concentrado do rizoma desidratado. Ideal é ingerir 3 cápsulas de 600mg por dia, às refeições. A dose em casos específicos pode variar segundo a indicação. A curcumina é considerada muito segura, mesmo em doses elevadas de doses elevadas para a maioria das pessoas. Gengibre O gengibre é considerado um grande alimento funcional e um forte recurso adaptogênico, pela sua composição complexa, rica em antioxidantes e agentes protetores do sistema imunológico. Um dos recursos vegetais mais utilizado pela humanidade, desde os tempos mais remotos, e em quase todas as culturas, seja como alimento (tempero) ou como remédio. Possui resinas e óleos voláteis aos quais se devem as suas propriedades estomáquicas e carminativas. O gengibre é muito rico em vitamina C. O pó, a tintura ou o chá de gengibre são famosos no tratamento de viroses de todos os tipos, principalmente nas gripes, resfriados, sinusites, rinites, amidalites, afonia, tosse, pneumonias, etc. Externamente tem aplicação contra infecções, inflamações da pele, das unhas e contra manchas provocadas por parasitas ou fungos. Cada 250 mg do pó de gengibre contêm 4% (10 mg) de óleos voláteis ricos em princípios ativos, sendo os mais importantes a zingiberona, o bisabolene e vários gingeróis. É usado sob a forma fresca nos alimentos, ou como pó seco, para ser usado em água e sucos. Há também em cápsulas. Inhame 55 Contém amidos, carboidratos, aminoácidos, mucilagens, fibras absorvíveis e não absorvíveis. Como alimento, o inhame é notadamente desintoxicante, depurativo, laxante, antirreumático, combate o excesso de ácido úrico (antiartrítico). Também é usado externamente em cataplasmas. Lima-da-pérsia (Citrus bergamota) É a lima amarga. Uma fruta de notáveis poderes medicinais. O suco espremido é digestivo diurético, estimulante do apetite e protetor do fígado, intestinos, vesícula e bexiga. Um bom auxiliar nos distúrbios da próstata. É nutritivo, rico em vitamina C, taninos, bioflavonoides, sais minerais. Comida com bagaço, a lima-da-pérsia é um dos grandes recursos contra a prisão de ventre, na reeducação intestinal. As sementes possuem um óleo de cheiro suave, indicado nas perturbações estomacais, combate as cólicas e é vermífugo. Limão Um grande remédio da natureza, desde tempos antigos. É rico em vitamina C e ácido cítrico, sendo, por isso um fortalecedor das defesas orgânicas. O limão contém limoneno que combate poderosamente os radicais livres, moléculas associadas ao envelhecimento precoce e a várias doenças, incluindo o câncer. O ácido ascórbico fortalece os capilares, vasos sanguíneos diminutos, e as paredes celulares, sendo agente essencial na formação do colágeno, proteína do tecido conjuntivo. A vitamina C presente no limão oferece proteção contra o câncer e as doenças cardíacas. O ácido cítrico é um recurso natural comprovado contra a artrite e o reumatismo. Maçã Contém pectina e outras fibras de importância, vitaminas A, B1, B2, C, sais minerais (potássio, fósforo, sódio, ferro), ácido málico e 56 carboidratos. Como alimento tem ação estimulante da função intestinal, é um bom depurativo do sangue, protetor das vias respiratórias, laxante, digestivo, antiácido e redutor do excesso de colesterol. Mamão Pode ser considerarado o rei dos laxantes do reino vegetal. Contém vitamina C, pigmentos (vitamina A ou betacaroteno), vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo, ferro, potássio, magnésio, fibras, papaína e outras enzimas. Tem ação notadamente digestiva, desintoxicante, estimulante da produção de urina (diurético), laxante. Manga Contém vitamina C, pigmentos (betacaroteno, quercetina), vitaminas do complexo B, proteínas, fibras, cálcio, fósforo, ferro, potássio, magnésio, enzimas digestivas. Tem ação: nutritiva, digestiva, estimulante da produção de urina (diurética), depurativa do sangue, laxante e antioxidante (combate os radicais livres, as inflamações e os tumores). Melancia Possui como alcaloide ativo: cucurbocitrina, principalmente nas sementes. A polpa contém açúcares, vitamina C, pigmentos (betacaroteno,licopeno), potássio, magnésio. Como alimento tem ação estimulante da produção de urina (diurética), refrescante, tônica e levemente laxante. Melão Contém vitamina C, vitamina A (betacaroteno), potássio, magnésio, licopeno. Como alimento tem ação: mineralizante, estimulante da 57 produção de urina (diurético), depurativa, laxante, antirreumática, redutora do ácido úrico. Misso Misso é um produto derivado da fermentação da soja em meio salino, tradicional na culinária japonesa. Muito rico em proteínas elementares, nutrientes e leveduras que se formam durante o processo de fermentação, é um poderoso recurso para a saúde, principalmente por sua ação potencializadora das defesas do organismo. É consumido geralmente em sopas ou pastas especiais. Nabo O nabo é uma hortaliça que contém muitas enzimas digestivas, vitamina C, sais minerais e pigmentos (bioflavonoides). Tem ação digestiva, estimulante da produção de urina (diurético), combate o excesso de ácido úrico e o reumatismo. Pode ser comido regularmente refogado, em sopas ou caldos, etc. ou cru (ralado) em saladas, ou conforme indicado no próximo capítulo. Ovos Ovos de qualidade são os naturalmente produzidos por galinhas soltas, ou orgânicos. A clara é rica em albumina, proteína que compõem o sangue, ao passo que a gema, além de proteínas, é rica em vitaminas, principalmente as vitaminas A e D, fortemente envolvidas com a imunidade. Além disso a gema do ovo é rica em luteína e zeaxantina, compostos de grande ação também sobre o sistema imunológico. Não é verdadeira a informação de que o ovos de galinha possuem excesso de colesterol, outrossim, são fontes de ácidos graxos, incluindo Omega 3 e outros. Pimentas O consumo de pimenta, com moderação, é muito salutar pata as defesas orgânicas. 58 Há basicamente de tipos de pimenta, classificadas por sua composição. Aquelas que possuem piperina (gênero piper) ou a capsaicina (Gênero capsicum). A capsaicina é um componente químico que estimula os termo receptores das mucosas e da pele, em de pendência da quantidade do princípio ativo. Já a piperina tem ação cáustica direta, irritando a área de contato, produzindo efeitos vasodilatadores semelhantes à capsaicina, mas de modo quimicamente diferente. Foram identificados e isolados cinco componentes naturais da família das pimentas. As concentrações dos princípios ativos nas pimentas são: Capsaicina (C) 69%; Dihidrocapsaicina (DHC) 22%; Nordihidrocapsaicina (NDHC) 7%; Homocapsaicina (HC) 1% e Homodihidrocapsaicina (HDHC) 1%, naturais e a Vanilamida de ácido n-nonanoico (VNA) sintético. A capsaicina é o mais poderoso destes componentes e os químicos. Além dos princípios ativos capsaicina e piperina, as pimentas são muito ricas em vitamina A, E e C, ácido fólico, zinco e armazenam potássio. Têm, por isso, fortes propriedades antioxidantes e protetores do DNA celular e imunomoduladoras. As pimentas também contêm bioflavonoides, pigmentos vegetais carotenoides (como o licopeno das pimentas vermelhas) que previnem contra o câncer. Apenas 30g de pimenta contêm 70mg de vitamina C, mais que 100% das necessidades diárias (RDA), bem como cerca de 70% da RDA para a vitamina A, sob a forma de beta caroteno. A pimenta tem também seis vezes mais vitamina C do que a laranja. 28 gramas de pimenta fornecem a quantidade diária de vitamina C de que o ser humano adulto necessita. Estudos científicos Pesquisas das últimas décadas têm demonstrado que a capsaicina, princípio ativo das pimentas do gênero capsicum, apresenta propriedades medicinais comprovadas: atua como cicatrizante de feridas, é um poderoso antioxidante, age na dissolução de coágulos sanguíneos, previne a arteriosclerose, controla o colesterol, evita hemorragias, aumenta a resistência física. Experiências vêm comprovando que, tanto a capsaicina quanto a piperina (do gênero piper), que causam a sensação de ardor, 59 possuem três efeitos farmacológicos importantes: anti-inflamatório, antioxidante e capacidade de liberar endorfina. Uma vez no organismo, elas ativam receptores sensíveis na língua, que comunicam estímulos ao cérebro. Diante da sensação de que a boca está “pegando fogo”, o cérebro procura “apagá-lo”, liberando a endorfina, que causa uma sensação de bem-estar e faz da pimenta um alimento aconselhável para quem tem enxaqueca ou dores de cabeça crônicas. Por ser antioxidante, rica em flavonoides e vitamina C, a pimenta pode ainda reduzir o risco de doenças crônicas como câncer de próstata, catarata, diabetes e mal de Alzheimer, também pelo seu efeito desintoxicante do sangue. Quebrando alguns tabus sobre a pimenta Pimentas não são contraindicadas para quem tem hemorroidas, que são dilatações de varizes na região do ânus, causada por sedentarismo, ingestão de gorduras e problemas cardiovasculares. A pimenta não pode causar hemorroidas, apenas agravá-la, se for um consumo excessivo. O consumo de pimenta, usada com moderação não é contraindicada para quem sofre de pressão alta. Ela é vasodilatadora arterial e até ajuda a combater o problema. A pimenta tem o poder de irritar mucosas e, por isso, poderia atacar o estômago e as hemorroidas, porém, a capsaicina apresenta um poder de cicatrização, o que poderia proteger o organismo contra esses problemas. O segredo está na quantidade: evitar excessos em ambos os casos. Pólen de flores O consumo regular de pólen de flores puro é mis um bom recurso para a manutenção da boa imunidade. Ele é um pó de composição muito complexa, presente nas inflorescências, comumente extraído pelas abelhas, que o utilizam como alimento, como fonte de proteínas. Seu uso é antiquíssimo sendo que os médicos egípcios já 60 conheciam as suas propriedades, ensinadas mesmo por Hipócrates. Pólen É uma substância amarelada ou cinza, coletada das flores pelas abelhas operárias nas primeiras horas da manhã e transportada para o interior da colmeia em forma de bolotas, depositadas no interior das células de armazenamento. É rico em substâncias gordurosas, minerais, vitaminas e enzimas. No pólen existem todos os aminoácidos essenciais, carboidratos, lipídios, sais minerais, e as vitaminas B, C, D, E e H, além de muitas enzimas digestivas. Seu consumo por seres humanos tem efeito comprovado para casos de esgotamento do nervosismo e insônia, na melhora e prevenção da impotência e astenia sexual, proteção das funções gástricas e hepáticas, para melhor o apetite, no crescimento infantil e no raquitismo. Pela sua riqueza em minerais, enzimas, vitaminas, aminoácidos e compostos vitalizantes, o pólen tem ação tônica, sendo também usado como estimulante do apetite, ativador estomacal (não é contraindicado na úlcera), obesidade, prisão de ventre, diarreia (é um normalizador das funções intestinais, por isso pode ser usado em ambos os casos). O seu uso empírico contra mal-estar, tensão nervosa e diabetes é tradicional. É considerado pela medicina popular como um bom recurso contra o desgaste nervoso e o estresse, usado também para fortalecer crianças pálidas e doentes. Mais recentemente o pólen tem demonstrado utilidade na proteção da próstata, principalmente na hipertrofia do órgão (HPB), agindo como redutor do volume prostático. Pode provocar reações alérgicas em pessoas sensíveis. A dose é livre, geralmente 30 a 100 g. por dia. Também o pólen está presente em diversas formulações e puro, liofilizado, em cápsulas. Rabanete Um grande recurso alimentício e medicinal, de efeito protetor do sistema imunológico. Contém grande concentração de enzimas digestivas, vitamina C, bioflavonoides e outros pigmentos. Tem ação digestiva, tônica, estimulante da produção de urina (diurético), além de serredutor do excesso de ácido úrico e de colesterol. Deve ser consumido cru, em saladas. Repolho 61 Um grande recurso medicinal do grupo dos alimentos crucíferos, de grande valor contra o câncer e para estimular o sistema imunológico. Contém fortes concentrações de substâncias denominadas polifenóis, além de bioflavonoides, cálcio, ferro, fósforo e vitamina C (se consumido cru, cozido perde a vitamina C), que conferem ao repolho uma ação depurativa, desintoxicante e antioxidante, além de nutritiva. Salsa A salsinha comum contém grande concentração de clorofila, princípios aromáticos, óleos voláteis, vitamina C, enzimas digestivas, cálcio, ferro, magnésio, iodo e fósforo. Como condimento ou em chás e sucos tem ação tônica, digestiva, fortificante, estimulante da produção de urina (diurética), estimulante do estômago, digestiva, expectorante, combate as inflamações e as febres. O chá da raiz tem forte ação tônica e vitaminizante. Por tudo isso, seu consumo, ou uso em sucos, como componente, será sempre útil para as defesas orgânicas. Soja É uma leguminosa rica em proteínas, fito estrógenos (isoflavonas – ginestina, ginesteina), vitamina A, pigmentos, cálcio, ferro, magnésio, iodo, fósforo. Tem ação nutritiva, tônica, fortificante e imunomoduladora. Deve-se preferir usar a soja não transgênica e orgânica e, mesmo assim, evitar usá-la como se usa o feijão comum. Melhor usar a soja na forma de tofu (queijo de soja), ou misso. Tomate Contém potássio, cálcio, magnésio, sódio, cloro e as vitaminas A, B, C e P. Recentemente descobriu-se no tomate um pigmento antioxidante, o licopeno. Como alimento, o tomate tem ação antineurítica, depurativa, tônica, antirraquítica, protetor prostático e arterial. É um alimento útil para fortalecer o sistema de defesas. 62 Uva Existem muitas variedades de uvas, mas em geral elas contêm grande concentração de açúcares (carboidratos), polifenóis, (o mais conhecido e ativo é o resveratrol, mais concentrados nas uvas roxas), pigmentos bioflavonoides, vitamina C, e sais minerais. Como alimento a uva tem ação nutritiva, calórica, antioxidante, tônica, depurativa, estimulante da produção de urina (diurética). Pela sua composição, a uva é salutar para o sistema imunológico. Vinho Polifenóis, os principais responsáveis pelos bons efeitos do vinho Já mencionados como componentes da uvas, os polifenóis são estruturas microscópicas complexas que dão consistência ao vinho. Estão presentes na casca, nas sementes, no engaço e em bem menor quantidade na polpa da uva, mais concentrados no vinho que no suco e na fruta. São divididos em dois grupos principais, os flavonoides, como as antocianinas, a catequina, a quercetina e outros pigmentos, e os não flavonoides, como os taninos e os ácidos fenólicos. Também do grupo dos compostos fenólicos está o resveratrol. Todos estes componentes da uva – e portanto do vinho e do suco da uva – já foram descritos anteriormente e possuem ação principalmente antioxidante. Cientistas como Kinsella e colaboradores (1) descobriram que os polifenóis agem inibindo a oxidação dos ácidos graxos que resulta em formação de radicais livres, como peróxidos e hidroperóxidos, capazes de produzir aterosclerose e trombose. Os pesquisadores verificaram que os polifenóis são poderosos agentes imunomoduladores, principalmente por serem antioxidantes ativos, doando hidrogênio aos radicais livres, e como preventivos, impedindo a peroxidação de lipídeos e inibindo enzimas oxidativas. Também verificaram que esses compostos podem atuar como protetores e regeneradores dos antioxidantes primários do organismo como a vitamina C, a vitamina E e o betacaroteno. Desse modo, o consumo contínuo e moderado de vinho, bem como a ingestão de frutos e vegetais, contendo esses antioxidantes podem, efetivamente, inibir as reações oxidativas deletérias aos tecidos, agentes das principais enfermidades, principalmente as cardiovasculares. 63 Diversas pesquisas mostram que os polifenóis têm ação antivirórica, antisséptica, sendo capazes de prevenir as doenças virais e bacterianas, além de retardar o envelhecimento. Os polifenóis têm também ação preventiva e curativa sobre as placas e cáries dentárias, causadas pelo streptococus mutans. No Japão já existem várias patentes de creme dental à base de polifenóis. Os polifenóis do vinho atuam como antialérgicos, além de terem ação anti-inflamatória bem definida, inclusive nas artrites e processos reumáticos. Resveratrol – a grande vedete A maior descoberta relacionada ao vinho (e à uva) foi a de uma fitolexina do grupo dos polifenóis estilbenos, o comentado resveratrol, ou mais propriamente, trans-resveratrol, que quimicamente é o 3, 5, 4 trihidroxitrans-estibeleno. As fitoalexinas, como o resveratrol, são compostos produzidos pela uva como defesa contra microrganismos, principalmente para proteger-se de fungos, ou da radiação ultravioleta. A esta substância atribui-se a capacidade de redução da viscosidade do sangue e do bloqueio da evolução da aterosclerose, atuando na imunidade potencializando a função das células de defesa. Os especialistas da Universidade de Carolina do Norte observaram que o resveratrol atua sobre um processo genético envolvido na inflamação, no desenvolvimento da arteriosclerose ou no bloqueio dos vasos sanguíneos, o que mostra as aplicações do composto em doenças cardiovasculares. Takuo Hashizume, da Universidade do Japão comprovou que Durante a Segunda Guerra Mundial, a saúde pública nas regiões vinícolas era melhor que nas regiões que não consumiam vinho. Certas carências vitamínicas haviam sido evitadas graças ao consumo do vinho. O vinho tem uma ação anti-inflamatória bem definida devido aos seus antioxidantes concentrados e seus componentes são uma real barreira às manifestações alérgicas. Devido aos seus componentes, o vinho é a bebida mais favorável às pessoas do grupo de risco para viroses, principalmente hipertensos, diabéticos e obesos. Evidências apontam que pessoas habituadas a ingerirem vinho moderadamente estão 30 por cento menos sujeitas a acidentes cardiovasculares cerebrais isquêmicos. Os efeitos benéficos do uso moderado de vinho já são comprovadas pela Organização Mundial da Saúde, como por exemplo os: o combate às enfermidades cardiovasculares, à ação bactericida, e 64 efeito antiviral, a facilidade de digestão e o efeito retardador do envelhecimento celular e orgânico. Condições para que o vinho seja benéfico Existem hoje centenas de evidências e provas científicas e que o vinho pode ser salutar e benéfico à saúde. Porém, é importantíssimo deixar bem claro que isto só é possível sob três condições básicas: Primeira: que o vinho seja ingerido com moderação. Segundo: que seu uso seja regular. Terceiro: que seja ingerido juntamente com uma refeição. Os grandes sucos vitalizantes Sucos vitalizantes são composições preparadas que incluem frutas, legumes, folhas verdes frescas e plantas medicinais frescas. Por conter geralmente uma ou mais folhas verdes, o suco chamado vitalizante é rico em clorofila, é um alimento bioativo altamente recomendável. Os sucos combinados têm grande poder desintoxicante e restaurador das funções orgânicas, do metabolismo em geral, da respiração celular, da função hormonal, da nutrição e do sistema de defesa. Dentro do organismo, principalmente nas vias digestivas, as enzimas e a clorofila presentes nos sucos reduzem os maus odores, tanto do hálito e das fezes como do corpo em geral (axilas, suor, vias genitais, pés, etc. Isso ocorre pela capacidade da clorofila em reduzir a putrefação causada por bactérias. Outra propriedade medicinal da clorofila é a sua capacidade cicatrizante e restauradora dos tecidos. Os sucos combinados constituem uma grande riqueza nutricional na prevenção e na recuperação em casos de anemia.A clorofila está presente em todo alimento que foi atingido pelos raios solares. Assim como a luz solar controla o cálcio orgânico, as verduras também controlam o cálcio do corpo. O suco é rico em fibras, vitaminas do complexo B, calorias e micronutrientes como cobre, manganês e fósforo. Também é boa fonte de ferro. Vantagens dos sucos 65 Diferentemente dos chás e extratos vegetais, os sucos não requerem os mesmos cuidados em termos de dosagens, tempo de uso, frequência, etc., pois não são capazes de produzir intoxicações ou de prejudicar o organismo produzindo efeitos indesejáveis. Mesmo que contenham plantas medicinais na sua composição, estas são frescas e em pequena quantidade, o que fornece poucas quantidades de substâncias ativas, o que significa um efeito quase homeopático. Também é necessário incluir que são poucas as plantas de feito medicinal usadas em sucos, além das frutas, verduras e legumes. Os sucos têm acesso mais rápido à corrente sanguínea do que os alimentos comuns. São meios nutricionais importantes e um dos maiores recursos curadores da natureza. Incluir sucos vegetais na nossa alimentação é absorver matérias vivas e vitalizantes Cuidados Todo suco vegetal combinado deve ser tomado imediatamente após o preparo. Procurar não guardá-lo em geladeira, salvo em alguns casos. Em caso de necessidade utilizar jarra ou recipiente escuro, não estocando por mais de 3 horas. Suco básico de água de coco com folhas verdes A água de coco é um líquido muito saudável, versátil e barato, ideal para o preparo de sucos, principalmente por se levemente adocicado, reduzindo-se assim a necessidade de adicionar açúcar ou outros adoçantes ao preparado. Basta colocar um pouco de água de coco fresca num liquidificador, acrescentar frutas, folhas, ( exemplo: maçã, banana, pera, folha de couve, agrião, etc.), bater bem e coar. Pode-se acrescentar um pouco de mel se as frutas não adoçarem o suco ao seu gosto. 66 Suplementos nutricionais especiais para a imunidade Probióticos e prébióticos Suplementos classificados como probióticos são microrganismos importantes para a vida orgânica, que vivem em simbiose com outros seres microscópicos na flora intestinal. Existem cerca de 100 trilhões de bactérias nos intestinos, com aproximadamente 1000 espécies de enterobactérias, normais ou patogênicas, como: Escherichia coli, Shigella, Proteus, Yersinia, Aerobacter, Serratia, Salmonela, Lactobacillus, Bifidubacterium, etc. Estes microrganismos fermentam carboidratos e fibras, produzindo ácido láctico, ácido acético, ácido succínico, ácido fórmico, ácido graxos de cadeia curta, enzimas digestivas (beta-galactosidase) e gases como etanol, gás carbônico. As enterobactérias têm a importante função de sintetizar as vitaminas do complexo B (incluindo a B12, provando que a maior fonte desta vitamina não são os alimentos, mas a síntese intestinal, como acontece nos intestinos das vacas). A produção de ácidos pelos lactobacilos provoca a redução do pH intestinal, dificultando o crescimento de bactérias patogênicas. Os lactobacilos, ou probióticos, dependem dos chamados prébióticos, que vêm a ser a sua fonte de nutrientes, os carboidratos, principalmente polímeros conhecidos como frutooligossacárideos (banana, mel, açúcar mascavo, arroz, centeio, tomate, aveia...), inulina e lactulose, presentes em alimentos como a chicória, o alho, o aspargo, a alcachofra. Situações que afetam os intestinos, como fermentações, antibióticos, uso excessivo de laxantes, prisão de ventre, etc., causam um desequilíbrio na flora intestinal, conhecido como desbiose. Os lactobacilos são agentes fundamentais para a ecologia intestinal (que repercute na saúde de todo o organismo), mas se reduzidos em quantidade podem ser substituídos por bactérias prejudiciais. Dentre os microrganismos úteis temos os lactobacilos acidófilos, os lactobacilos bifidus, alcalígenes sp, bacillus lentisporus, saccharomyces boulardii e outros de menor importância. Dentre estes microrganismos, os mais estudados são os lactobacilos acidófilos, dos quais existem vários tipos, sendo que os mais comuns são: acidophilus, o brevis, o bulgaricus e o plantarum, capazes de produzir substâncias de ação antibiótica como a acidofilina, a 67 lactacidina (acidophilus), a lactobicina (brevis), a bulgarina (bulgaricus) e a lactobicina (plantarum). A presença de lactobacilos acidófilos nos intestinos aumenta a assimilação dos nutrientes, produz enzimas e vitaminas, diminui a alergia alimentar, diminui os distúrbios gastrintestinais, diminui a formação dos gases e o mau hálito, diminui o colesterol e triglicérides do sangue, diminui a incidência do câncer e formação de nitritos, além de ser é imunoestimulante. Há recomendação médica para o uso de lactobacilos acidófilos para a prevenção da candidíase vaginal. Recomenda-se que para todo tratamento com antibióticos se faça uso de probióticos para proteger a flora intestinal e o sistema imunológico. Os pré e probióticos modulam a função do sistema imunológico, juntamente com muitos mecanismos adicionais de ação. A candidíase (crescimento excessivo de leveduras), tanto intestinal, vaginal oral ou sanguínea, é uma condição reconhecida como resultante da falência do sistema imunológico. Lactobacilos O mecanismo de ação dos lactobacilos é extremamente simples. Primeiramente, é importante saber que eles não combatem diretamente os microrganismos intestinais prejudiciais, mas acabam por reduzir o crescimento deles por meio da secreção dos seus “antibióticos” já citados, mas principalmente através da competição por alimentos. Como são muitos e proliferam-se rapidamente, não permitem que sobrem muitos nutrientes ou espaço vital para os demais organismos microscópicos. É um tratamento inteligente que não agride o organismo. As composições com lactobacilos disponíveis tanto nas farmácias de manipulação como nos produtos das indústrias farmacêuticas cumprem o papel de restabelecer a homeostasia intestinal, sendo indicados nos casos de diarreias, uso prolongado de antibióticos, quimioterápicos, anti-inflamatórios, produtos oncológicos, intestino irritável e colites. Embora o iogurte natural sem açúcar contenha lactobacilos, para o https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/immune-system-function https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/candidiasis 68 estímulo do sistema imunológico recomenda-se uma suplementação com maior quantidade dos mesmos. Como suplemento e como recurso terapêutico auxiliar, lactobacilos podem ser encontrados nas farmácias de manipulação sob a forma liofilizada, em pó ou nas farmácias comuns. Recomendados como auxiliares durante tratamentos com antibióticos por via oral, por protegerem a flora intestinal. Doses: Lactobacillus acidophylus – 200 a 400 milhões de UI (20 a 40 mg). Dose máxima diária: 800 milhões de UI ou 80 mg. Dose pediátrica: 10 a 20 mg/dia. Lactobacillus bifidus – 200 a 400 milhões de UI (20 a 40 mg). Dose máxima diária: 800 milhões de UI ou 80 mg. Dose pediátrica: 10 a 20 mg/dia. Lactobacillus bulgaricus - 200 a 400 milhões de UI (20 a 40 mg). Dose máxima diária: 800 milhões de UI ou 80 mg. Dose pediátrica: 10 a 20 mg/dia. Bacilus laterosporus – 1 milhão de UI, 2 vezes ao dia. Para crianças não há dose definida. Melhor utilizar os outros lactobacilos. A sugestão é a prescrição de todos os lactobacilos em conjunto, uma vez que se completam em diversas funções. Na prática, prescrevemos uma cápsula que contenha todos os lactobacilos juntos, em 3 doses diárias, com exceção do Bacilus laterosporus, que deve ser prescrito separadamente. Kefir – o rei dos probióticos,da vida intestinal e da imunidade O kefir é um alimento antigo, hoje considerado um probiótico por conter muitos compostos bioativos, incluindo cerca de 30 cepas de bactérias saprófitas benéficas. O Kefir é feito a partir de qualquer tipo de leite (geralmente de vaca, ovelha, cabra, e até de coco) com a adição de uma matriz básica denominada “grão de kefir”, contendo leveduras com aspecto gelatinoso, capaz de fermentar o leite. Há também um tipo de kefir cultivado em água adocicada, mas o mais comum é o kefir derivado do leite. 69 A ele se atribui a longevidade e saúde dos povos da região, considerada das mais longevas da terra. Isso porque na fermentação do leite se originam compostos ácidos orgânicos, além de vitaminas B1, B12, Vit. K, ácido fólico e biotina. Existem numerosos trabalhos científicos comprovando os efeitos benéficos do kefir, Uma vez fermentado, o kefir do leite tem um sabor azedo que é um pouco semelhante ao sabor do iogurte grego. Quão forte o sabor depende de quanto tempo o kefir foi fermentado; um processo de fermentação mais longo geralmente leva a um sabor mais forte e mais firme e até produz alguma carbonatação, que resulta da levedura ativa. O kefir derivado do leite pode ser consumido por pessoas intolerantes á lactose, pois o produto é isento desse carboidrato. Diferenças com o iogurte: As culturas de iogurte vêm de cepas termofílicas e precisam ser aquecidas para serem ativadas em um fabricante de iogurte. Há também cepas mesofílicas também. O kefir vem exclusivamente de cepas mesofílicas, que cultivam à temperatura ambiente e não necessitam de aquecimento. Em termos de quantidades de probióticos, o iogurte contém dois a sete tipos de probióticos. Kefir contém 10-34 cepas de probióticos, bem como numerosas cepas de leveduras e bactérias benéficas. Iogurte contém bactérias transitórias para ajudar a limpar e alinhar o intestino, nutrindo as bactérias benéficas. Eles alcançam os intestinos mas não ficam retidas. As bactérias do kefir podem se fixar nas paredes e colonizar a mucosa para permanecer atuando. Essas bactérias e leveduras atacam germes patogênicos e bactérias prejudiciais presentes nos intestinos. Enquanto o iogurte produz reações em situações de intolerância à lactose, o mesmo não ocorre em relação ao kefir de origem láctea. Pesquisas publicadas no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics mostraram que o kefir até melhora a digestão em adultos com má absorção de lactose. Há a opção do feito com leite de coco ou água. 70 Na forma de bebida probiótica o kefir pode ser encontrado no comércio específico, mas pode ser feito artesanalmente, na cozinha. Existem disponíveis muitas receitas mostrando como fazer grãos de kefir e maneiras interessantes de usá-los na culinária, em sopas, assados etc. Uma xícara de kefir de leite integral, adquirido no comércio contem em média os seguintes nutrientes: 160 calorias 12 gramas de carboidratos 10 gramas de proteína 8 gramas de gordura 390 miligramas de cálcio (30 por cento DV) 5 microgramas de vitamina D (25 por cento DV) 90 microgramas de vitamina A (10 por cento DV) 376 miligramas de potássio (8 por cento DV) No Kefir são encontradas as seguintes bactérias e leveduras: Kluyveromyces marxianus / Candida kefyr Lactococcus lactis subsp. lactis Lactococcus lactis subsp. cremoris Streptococcus thermophilus Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus Lactobacillus casei Kazachstania unispora Lactobacillus acidophilus Bifidobacterium lactis Leuconostoc mesenteroides Saccaromyces unisporus. 71 Em um estudo de 2015 publicado em Frontiers in Microbiology, o kefir foi reconhecido como uma fonte potencial de probióticos e moléculas com várias propriedades saudáveis. Segundo os autores, “suas propriedades biológicas sugerem seu uso como antioxidante, agente antitumoral, agente antimicrobiano e imunomodulador, entre outras funções”. Entre os efeitos benéficos do kefir, o estudo apontou o seguinte: Aumenta a imunidade A biotina e o folato presentes no produto ajudam a estimular o sistema imunológico e proteger as células. Uma cepa probiótica do kefir, o Lactobacillus Kefiri, ajuda na defesa contra bactérias nocivas, como salmonela e Echerichia. coli. O Kefir também contém outro composto poderoso exclusivo, um polissacarídeo insolúvel chamado kefiran que demonstrou conter propriedades antivirais para a maioria dos vírus conhecidos e propriedades antimicrobianas, capaz de combater inclusive a cândida albicans. O kefiran também mostrou eficiência na redução do colesterol e na regulação da pressão sanguínea. Melhora a digestão e a vida intestinal O kefir e o iogurte de kefir ajudam a restabelecer o equilíbrio da flora intestinal, com efeito contra doenças gastrointestinais como a síndrome do intestino irritável, a doença de Crohn, a doença celíaca e úlceras gástricas. Os probióticos também atuam contra a diarreia disruptiva e outros efeitos colaterais gastrointestinais causados por antibióticos e outros medicamentos. Ação antialérgica O consumo regular de kefir ajuda a tratar a inflamação e assim reduz o risco de problemas respiratórios, como alergias e asma. De acordo com um estudo com animais em imunobiologia, mostrou-se que o kefir diminui o acúmulo de muco respiratório em camundongos. Os microrganismos vivos presentes no kefir ajudam o sistema imunológico a suprimir naturalmente as reações alérgicas e ajudam a mudar a resposta do organismo que ocorrem das reações 72 alérgicas. Alguns cientistas acreditam que muitas reações alérgicas respiratórias se devem à falta de bactérias benéficas no intestino. Pesquisadores do Vanderbilt University Medical Center revisaram 23 estudos diferentes com quase 2.000 pessoas, e em 17 desses estudos, os indivíduos testados que tomaram probióticos mostraram melhoras significativas nos sintomas alérgicos e na qualidade de vida. Reforça a estrutura óssea O kefir feito de laticínios integrais retém níveis de cálcio do leite, mas possui compostos bioativos que ajudam a absorver o cálcio no corpo e impedir a degeneração óssea. Além disso ele contém a importante vitamina K2, vital para melhorar a absorção de cálcio, bem como para aumentar a densidade óssea. Os probióticos do kefir melhoram a absorção de nutrientes, incluindo fósforo, magnésio (praticamente ausente no leite, mas muito concentrado no kefir), e vitamina D. Ação potencialmente anticancerígena Foi demonstrado em alguns estudos in vitro que os compostos encontrados do kefir contribuem para a apoptose, morte das células cancerígenas do estômago. Tal efeito se deve ao bloqueio das conversões enzimáticas que promovem o câncer. Um teste in vitro realizado pela Escola de Dietética e Nutrição Humana no Macdonald Campus da Universidade McGill, no Canadá, mostrou que o kefir reduziu as células do câncer de mama em 56%, ao contrário das cepas de iogurte, que reduziram o número de células em 14%. Efeito benéfico sobre a pele Quando a flora intestinal se altera, há perturbações que se refletem também na pele, podendo causa vários tipos de problemas como acne, psoríase, erupções cutâneas e eczema. O kefir favorece o trabalho das boas bactérias com reflexo sobre a pele. Não só ajuda com problemas de pele com base sistêmica, mas o também queimaduras e erupções cutâneas. Além disso o componente kefiran, demonstrou atividade na cicatrização de feridas na pele e também proteger para o tecido conjuntivo. 73 Altamente consumido nos países da Europa Oriental, era tradicionalmente feito em sacos de pele. A produção em massa de kefir começou em meados da década de 1900na Rússia e produziu 1,2 milhão de toneladas do produto fermentado no final do século XX. Hoje, o kefir se tornou um fenômeno mundial. As vendas apenas nos EUA pela Lifeway, que representa 97% de todas as vendas de kefir nos EUA, registraram um crescimento de US $ 58 milhões em 2009 para mais de US $ 130 milhões em 2014. Além da forma líquida para ser bebida, hoje é bem comum o kefir em pó liofilizado. Neste caso em sachês ou em cápsulas. Para informações sobre como adquirir o kefir, fazer contato com a editora ou o autor. Clorela e spirulina – as bombas de energia vital A clorela é uma alga microscópica de água doce, uma das mais antigas formas de vida do planeta, com aproximadamente dois bilhões de anos. Tanto as clorelas quanto outras formas de algas, como a spirulina, são fundamentais para a vida em função da sua grande capacidade de fotossíntese. Em sua composição básica a clorela apresenta uma porcentagem de 60% de proteínas e é capaz de produzir 50% mais proteína do que qualquer outro ser vivo. Ela possui proporcionalmente mais proteínas do que a soja (37%), a carne de vaca (45%), e o trigo (10%). Ela contém 8 aminoácidos essenciais e todos os não essenciais; dos seres vivos que contêm proteínas ela é o mais completo em termos de aminoácidos apresentando apenas uma pequena redução na quantidade de metionina. Quanto às vitaminas, a clorela contém uma grande quantidade de betacaroteno (protovitamina A), vitamina C, vitamina E, vitamina K, vitamina B1,B2,B6, B12, niacina, ácido pantotênico, ácido fólico, biotina, colina, inositol, ácido para-amino- benzoico (PABA), e outras em menor quantidade. Na sua composição mineral a clorela possui é também um dos organismos mais completos e ricos, apresentando quantidades consideráveis de cálcio, magnésio, zinco, cobre, manganês, ferro, enxofre, iodo, fósforo, potássio, cobalto, selênio e outros. Na sua composição, ela apresenta também enzimas, ácidos graxos poli-insaturados e uma boa carga do importante ácido lipóico, fundamental para o crescimento de micro-organismos benéficos. 74 A clorela é desintoxicante, remineralizante e tem se mostrado como uma rica fonte de elementos primários. É indicada no combate ao envelhecimento precoce, como estimulante dos mecanismos de defesa, sendo uma das mais ricas fontes de betacaroteno. Recomenda-se o consumo da clorela como recurso para minimizar os efeitos e o impacto negativo do meio ambiente sobre o organismo. Recomenda-se também para todos, principalmente para bebês, crianças, grávidas, idosos, convalescentes e adolescentes em crescimento. Spirulina Trata-se de um tipo especial de alga prulicelular de água doce, muito rica em clorofila, apresentada como um pó verde e em tudo similar aos efeitos da clorela. É uma das maio res fontes vegetais de vitamina B12 (contém 2 e ½ vezes mais do que o fígado bovino), portanto de interesse para vegetarianos. Uma grande fonte também de beta caroteno. Estimulante dos mecanismos de defesa O sistema imunológico é a função orgânica mais importante contra agentes externos, proteínas estranhas e doenças variadas. Quando este sistema enfraquece, o organismo torna-se exposto a muitos problemas, desde simples resfriados até o câncer. Pesquisas alemãs e japonesas do pós-guerra demonstraram a capacidade da spirulina de estimular o sistema imunológico. Em 1973, o Dr. Kojima, provou as propriedades imunoestimulantes da spirulina, injetando extratos da mesma em camundongos e conseguindo assim que os animais elevassem as quantidades de macrófagos. Em 1986, durante um congresso sobre imunologia na França, demonstrou-se a relação entre atividades antitumorais e estimulação do sistema imunológico. Os pesquisadores concluíram que a spirulina possui a propriedade de estimular a atividade dos macrófagos e dos linfócitos denominados Killer cells, relacionados com a destruição de células anormais. Foi especulada a possibilidade de que o efeito antitumoral da spirulina estaria ligado a um sinergismo complexo entre macrófagos e linfócitos T. Um poderoso restaurador da função gastrintestinal 75 Tanto as microfibras quanto os próprios elementos ativos componentes da spirulina são muito importantes para a função digestiva e intestinal. Sabe-se também que a spirulina estimula a formação dos linfócitos que habitam as placas linfocitárias dos intestinos, responsáveis pela destruição das bactérias anaeróbicas ou agressivas e outros agentes estranhos. O uso de spirulina protege o organismo aumentando a imunidade intestinal e geral, combate a obstipação intestinal. Assim, resíduos alimentares, matérias fermentativas e toxinas são eliminados mais eficazmente não sendo reabsorvidas para o sangue. Muitos estudos clínicos e experiências no Japão mostraram a eficácia da spirulina no tratamento e na prevenção das úlceras gástricas e duodenais graças aos efeitos cicatrizantes de contato da clorofila. A sabedoria médica de todos os tempos ensina que os intestinos são a raiz da vida; quando funcionam corretamente e cumprem bem a sua função, a saúde global do corpo e favorecida. Estudos em centros de pesquisas japoneses apontaram a profunda relação entre o intestino delgado (onde mais de 50% dos nutrientes digeridos são absorvidos) e a formação das células vermelhas do sangue. Não existem quantidades recomendadas definidas, mas sugere-se a dose de 2 a 8 g/dia. Há diversas apresentações no mercado, como pós, cápsulas, comprimidos, drágeas, etc. Própolis verde A própolis verde é a mesma própolis das abelhas, porém extraída de uma resina das folhas da planta alecrim do campo (baccharis dracunculifolia). Estudos apontam que esta própolis tem efeitos muito superiores que a própolis comum, possuindo maior concentração de bioflavonoides ativos e de todos os demais componentes. Pesquisas científicas relativas à própolis Atividade antiviral Ecsanu e colaboradores, em 1981, verificaram a redução da mortalidade em ratos infectados pelo vírus A/PR8/34 (HONI), da 76 influenza, através da administração de extratos hidrolizados de própolis. Amoros e colaboradores, em 1994, descobriram que a própolis pode reduzir titulagens de vírus e a síntese de DNA. Serkedjieva e colaboradores confirmaram o mesmo em 1997, observando que um componente da própolis isolado, o isopentil ferulato é capaz de inibir o vírus A1 Noney Kong da influenza. Em 2001, Ito e colaboradores verificaram a efetividade do triterpenoide melliferone, do ácido morônico, do ácido anueizônico e do ácido betulônico, além de quatro componentes aromáticos - todos estes solados de amostras de própolis brasileiro – na inativação do vírus HIV e na ativação dos linfócitos H9. Por estas evidências, cientistas acreditam ser a própolis verde um excelente recurso para a prevenção e tratamento da COVID 19. Atividade antifúngica Em 1979, Kovalik investigou 12 pacientes portadores de sinusite crônica causada por Candida albicans. Observando que o fungo mostrou-se muito sensível à própolis em 8 casos; em dois casos a resposta foi fraca e nula em dois deles. Os pacientes foram tratados com emulsões de extratos alcoólicos concentrados de própolis, que foram introduzidas diariamente nos seios (sinus) da face através do nariz e logo após irrigados com solução salina isotônica. Depois de 17 dias de tratamento, 9 pacientes haviam se recuperado completamente e os demais melhorado muito. Em 1982, Pepeljnjak e colabiradores verificaram que extratos puros de própolis, numa concentração de 15- 30 mg/ml, foram capazes de inibir completamente cepas de Candida albicans, Aspergillus flavus, Aspergillus ochraceus, Penicillium viridicatum e Penicillium notatum.Em 2001, Ota e colaboradores estudaram a atividade da própolis contra fungos patogênicos em 75 cepas de Cândida sendo: 20de Candida albicans, 20 de Candida tropicalis, 20 de Candida krusei and 15 de Candida guilliermondii, verificando forte ação antifúngica, com destruição de praticamente todas as cepas. 77 Atividade antiparasitária e antiprotozoária Higashi e de Castro, em 1995, verificaram em testes, que o extrato alcoólico e o extrato dimetilsulfóxido DEP) da própolis, foram ativos contra o Trypanosoma cruzi (mal de Chagas). Em 1977 , Starzyk e colaboradores verificaram que os mesmos componentes foram mortais para o Trichomonas vaginalis. Atividade anti-inflamatória Em 1999, Park e Kahng estudaram a ação anti-inflamatória da própolis em inflamações crônicas, utilizando ratos com artrite, na dose entre 50 a 100 mg diárias, por kg de peso. Diante dos excelentes resultados, os autores concluíram que a própolis tem forte efeito anti-inflamatório, tanto em inflamações crônicas quanto agudas. Atividade antibacteriana Vokhonina e colegas, 1969; Akopyan e colegas, 1970; Grecianu e Enciu, 1976 descobriram atividades antibacterianas da própolis contra muitos germes Gram positivos e Gram negativos, com ação contra bacilos Gram negativos mais limitada. Shub e colaboradores, em 1978, inocularam bactérias em placas de Petri com agar-agar misturada com própolis de 18 regiões diferentes da Rússia, tendo como resultado a inibição de cepas de Bacillus cereus e Staphylococcus aureus Grange e Davey, em 1990; Rojas Hernandez e colaboradores em, 1993, verificaram a efetividade do extrato de própolis contra cepas de bactérias Gram-positivas, como Propionibacterium, Arachinia and Eubacterium, além de cepas de clostridium (já visto por Kedzia em 1986). Também resultados de inibição foram verificados em cepas de Mycobacterium tuberculosis, além de confirmarem alguma ação contra bacilos Gram-negativos. Aga e colaboradores, em 1994, isolaram três componentes antimicrobianos de extratos de própolis brasileiros, identificando-os como ácido 3,5 diprenil-4-hidroxicinâmico, o ácido 3-prenil- 4- dihidroci- namoloxicinâmico e o 2,2- dimetil -6- carboxietenil- 2H-1- benzopireno, com forte atividade contra o Bacillus cereus, o Enterobacter erogenosa e Artroderma benhamiae. 78 Takasi e colaboradores em 1994, verificaram que a própolis é capaz de inibir o crescimento bacteriano por interferência na sua divisão celular, pela desorganização do citoplasma e de desestruturação da membrana celular dos germes, fenômenos que os antibióticos mais potentes não conseguem fazer Ugur e Arslan (2004) investigaram as propriedades antibacterianas e antifúngicas do extrato de 45 diferentes tipos de própolis em Mugla, Turquia, verificando que vá- rios microrganismos foram sensíveis à substância, como a Shigella e o Streptococcus mutans, a Salmonella typhi e o Pseudomonas aeruginosa. A pesquisa usou um grupo que recebeu antibióticos e outro que recebeu própolis, sendo que os resultados apontaram igual resultado em ambos os grupos. Recomenda-se o uso da própolis verde, que é mais potente e eficaz A posologia regular para o extrato de própolis a 30% em de 10m a 20 gotas, 3 vezes ao dia, em água (ou suco). Em cápsulas: 250 a 500 mg 3 a 4 vezes ao dia. Para crianças, procurar orientação profissional, mas em geral elas toleram bem o extrato alcoólico de própolis (melhor o hidroalcóolico, que não incomoda) misturado em água e mel, sucos, etc. Referências científicas da própolis Xie, L.; Allway, G.; Wild, C.; Kilgore, N.; Lee, K. H. Bioorg. Med. Chem. Lett. 2001, 11, 2291-2293. Marcucci, M. C. Apidologie 1995, 26, 83-99. Matsuno, T.; Matsumoto, Y.; Saito, M.; Morikawa, J. Z. Naturforsch. 1997, 52, 702-704. Vynograd, N.; Vynograd, I.; Sosnowski, Z. Phytomed. 2000, 7, 1-6. Matsuno, T.; Jung, S. K.; Matsumoto, Y.; Morikawa, J. Anticancer. Res. 1997, 17, 3565-3568. 79 Kimoto, T.; Arai, S.; Kohguchi, M.; Aga, M.; Nomura, Y.; Micallef, M. J.; Kurimoto, M.; Mito, K. Cancer Detect. Prev. 1998, 22, 506- 515. Basnet, P.; Matsuno, T.; Neidlein, R. Z. Naturforsch. 1997, 52, 828- 838. Park, Y. K.; Koo, M. H.; Abreu, J. A. S.; Ikegaki, M.; Cury, J. A.; Rosalen, P. L. Curr. Microbiol. 1998, 36, 24- 28. Park, Y. K.; Ikegaki, M.; Alencar, S. M.; Moura, F. F. Honeybee Sci.2000, 21, 85-90. Anales Musum Nacional Montevideo, Ser. 2, 4, No. 11, 1936; p 40. Marchiori, J. N. C.; Sobral, M. Dedrologia das Angiospermas Myrtales; Editora Universidade Federal de Santa Maria, 1997; p 87. Flora Brasiliensis; 1857; Vol. 14, No. 1, p 233. Minerais Minerais são elementos inorgânicos com estrutura cristalina e composição química características. São classificados em macro ou micro minerais. Macrominerais são elementos de que o corpo necessita numa concentração superior a 100 miligramas por dia e micro minerais, ou oligoelementos, são minerais que o corpo requer numa concentração diária inferior a 100 mg/dia. Entre os macros minerais temos o cálcio, o magnésio, o fósforo, o ferro, o iodo, o manganês. Entre os micros minerais, estão o cobre, o zinco, o selênio, o boro, o cromo, o molibdênio, o tungstênio e outros. O corpo humano necessita obter os minerais dos alimentos. Atualmente, devido à utilização de adubos químicos e de agrotóxicos, da industrialização e conservação artificial dos alimentos, a quantidade de minerais nos alimentos é menor, o que exige a sua suplementação. Também a presença de compostos “sequestradores” de minerais na dieta, como os fitatos e o açúcar branco, por exemplo, e devido à perda mineral através do estresse moderno, é cada vez mais importante buscar os minerais primários através dos suplementos. Os minerais estão disponíveis através de quatro formas básicas, 80 uma, natural, através dos alimentos que os contenha especificamente e três através de suplementação: a forma molecular (ex.: sulfato de zinco), a forma quelada e a forma iônica. A carência de minerais afeta diretamente o sistema imunológico, reduzindo a capacidade de defesa do organismo. Principais minerais envolvidos com o sistema imunológico: Cálcio O cálcio é um dos minerais mais importantes e talvez o mais estudado. Sabe-se que no organismo ele desempenha duas funções principais: mecânica e metabólica. Ele atua na sustentação e na mobilização, por ser constituinte importante no tecido ósseo; metabolicamente ele participar em muitos processos fisiológicos tais como a transmissão nervosa, a contração muscular, a coagulação sanguínea, a permeabilidade das membranas, as reações imunes e de fixação do complemento, a fagocitose, a secreção e ação de algumas enzimas e hormônios. Contratura e relaxamento muscular, controle de pressão arterial, assim como mediação na transmissão nervosa, são outras funções importantes do cálcio. Há uma relação direta entre as proporções dos níveis do cálcio, de magnésio e de fósforo, de 2 para 1 e de 1 para 3, respectivamente, ou seja, há 2 vezes mais cálcio do que magnésio e 3 vezes mais fósforo do que cálcio. Enquanto a dose diária recomendada de cálcio nos Estados Unidos, para um adulto médio é de aproximadamente 1000mg, estima-se uma ingestão média de 743mg por dia nos Estados Unidos (530mg para pessoas entre 35 -50 anos). Numa pesquisa nos Estados Unidos em 1987, nenhum grupo pesquisado de mulheres em qualquer faixa etária atingiu o patamar do RDA (média de 501mg). Durante a gravidez e lactação as necessidades dosem diárias de cálcio são acrescidas de 400 mg (total de 1200 a 1400mg/dia). No Brasil o IDR é de 800 mg, tanto para adultos como para crianças. É de conhecimento geral atualmente que são necessárias quantidades adequadas de vitamina D para que haja uma melhor absorção de cálcio. O cálcio quelado(mais usualmente com o aminoácido glicina), porém, é muito mais absorvível e utilizável pelo organismo, do que qualquer forma molecular combinada (gluconato, óxido, carbonato, etc.), uma vez que não se ioniza no processo 81 digestivo. Sua absorção se dá por transporte ativo como um dipeptídio, o que dispensa a utilização da vitamina D. O cálcio quelado é utilizado em formulações para o desenvolvimento ósseo, gravidez, lactação, para o tratamento da osteoporose, em formulações com multiminerais, e em associação com o magnésio (2/1) quando se deseja uma harmonia da proporção Ca/Mg no organismo. O uso do magnésio associado ao cálcio protege contra o excesso de cálcio intracelular, responsável por vários fenômenos patológicos. O cálcio quelado é preparado em numerosas formulações em doses que variam de 200 a 1000mg por dia, dependendo de cada caso específico. Dose diária recomendada: 800 mg/dia para o cálcio comum e 200 mg/dia para o cálcio aminoácido quelado. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 1.500 mg/dia Lactentes: 150 mg/kg de peso corporal até o limite de 1.200 mg. Pediátrico: 80 mg/kg de peso corporal até o limite de 1.500 mg. Cobre Embora exista em pequenas quantidades no organismo, o cobre é um oligoelemento fundamental para a vida. Está presente em pequenas quantidades nos alimentos, mas tanto a sua carência quanto o seu excesso são prejudiciais ao organismo. O cobre participa na estruturação e formação de muitas enzimas tais como: ceruloplasmina (transporte do ferro), superóxido desmutase (eliminação de radicais superóxido), lisiloxidase (síntese de elastina e colágeno) e tirosinase (síntese de melanina). O cobre foi recentemente identificado como um elemento essencial para aumentar o nível das respostas imunológicas, a resistência ao estresse e às doenças de caráter crônico e/ou degenerativo. Juntamente com o zinco, é um do micro mineral que mais se perde como efeito da espoliação produzida pelo estresse. Um balanço apropriado de zinco/cobre está associado a baixos índices de doenças coronarianas. Além disso, o cobre é fundamental para promover a síntese de hemoglobina, para a formação dos tecidos conectivos e dos ossos, para o adequado metabolismo dos hormônios da tireoide e catecolaminas (epinefrina e dopamina). 82 O cobre constituiu-se eficiente antioxidante e varredor de radicais livres. Sua atividade pode ser explicada por ser constituinte da molécula das enzimas superoxidase e superóxido desmutase. Os complexos de cobre de baixo peso molecular eliminam os radicais superóxidos apresentando desta maneira potente efeito anti- inflamatório. Estudos mostraram que dietas pobres em cobre provocam elevação de colesterol sérico em animais de laboratório. Fisiologicamente o cobre é necessário ao funcionamento da insulina, transporte de açúcar e a lipólise. Estudos em animais mostram que o cobre quelado é absorvido melhor e de forma mais segura que os sais compostos do oligoelemento. Um estudo sobre artrite reumatoide realizado pelos pesquisadores em Pardue, mostrou que o cobre aminoácido quelado aumenta os níveis de superóxido desmutase nos glóbulos vermelhos numa média de 28% em 21 indivíduos pesquisados. Quelado com lisina (aminoácido) o cobre tem uma ação comparável superóxido desmutase bovina, na sua atividade inibidora ou "varredora" de radicais livres. Quelado com glicina (aminoácido) o cobre é usado formulações gerais como coadjuvante nos tratamentos anti- inflamatórios. As doses diárias recomendadas (IDR) como sendo seguras são de 3 a 5 mg (crianças: 2 mg). Em medicina ortomolecular (biomolecular) utiliza-se de 1,5 a 3,0 mg diariamente, do cobre sob a forma aminoácido quelada. Formulações onde o cobre aparece em doses acima destas, devem ser realizadas com cuidado e por profissionais experientes. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 9 mg. Lactentes: 0,1 mg/kg de peso corporal até o limite de 1 mg. Pediátrico: 0,1 mg/kg de peso corporal até o limite de 2 mg. Cromo Um oligoelemento presente em pequenas quantidades em alguns alimentos. Estudos têm demonstrado que em pessoas normais o cromo dietético, não atinge o patamar mínimo e seguro de 50 mcg/dia. Observações em um grupo de mulheres e homens demonstraram uma média de ingestão diária de 33 (3 e 25 (1, abaixo das quantidades mínimas para a manutenção de um balanço 83 saudável. Em outro estudo, relacionou-se a ingestão média de cromo por 1000 calorias, obtendo-se uma média de 9-15mcg, o que determina uma necessidade de dietas com 3000 a 5000 calorias para que se atinja a normalidade na ingestão diária de cromo. Vários estudos revelam uma forte associação entre deficiência de cromo, doenças cardiovasculares e diabetes. A suplementação com cromo tem efeito normalizador da tolerância à glicose (participa do Fator de Tolerância à Glicose, ou GTF), assim como a melhora significativamente os níveis séricos de lipídios, colesterol total, triglicérides e HDL colesterol. Recentes avanços sobre o cromo na nutrição revelam efeitos positivos sobre hipoglicêmicos, sobre diabéticos que utilizam insulina ou hipoglicemia via oral. Um estudo na Finlândia mostrou uma correlação inversa entre a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares e o cromo. Assim como uma associação entre cromo sérico e doenças coronarianas. A deficiência de cromo é decididamente um fator de risco nas doenças ateroscleróticas do coração. O cromo corporal diminui com a idade. A absorção de cromo é inversamente proporcional a sua quantidade na dieta e se situa em torno de 0,4 a 2%. Há aumento da excreção de cromo durante os exercícios, no estresse e nos traumatismos e em indivíduos que consomem muito açúcar refinado. Cresce atualmente a importância da suplementação de cromo, devido ao crescimento dos fatores que o reduzem nos alimentos, ao estresse moderno, aos produtos desmineralizantes (açúcar branco em excesso) e outros. As doses fisiológicas diárias necessárias de cromo são de 200 a 600 mcg, para um IDR, tanto para adultos quanto para crianças, de 200 mcg. Frequentemente o cromo aparece nos produtos suplementares como picolinato de cromo, uma forma molecular de mais fácil absorção; no entanto as formas aminoácido queladas e iônicas são mais recomendáveis, uma vez que a sua absorção e distribuição no organismo é maior. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 1.000 mcg Lactentes: 10 mcg/kg de peso corporal até o limite de 100 mcg. Pediátrico: 10 mg/kg de peso corporal até o limite de 500 mcg. Ferro 84 Sabemos que o ferro é componente essencial de várias metaloproteínas (ex: hemoglobina, mioglobina, co-fatores, enzimas e outras). Sua função essencial é o transporte e utilização do oxigênio e a sua carência resulta em processos patológicos bastante conhecidos e discutidos, como as anemias ferroprivas. O organismo de um adulto médio possui de 3 a 5 g de ferro, destes 500 a 1000 mg são armazenados como estoques não funcionais, principalmente na ferritina e na hemossiderina, no fígado, na medula óssea, baço e em menor quantidade no tecido muscular. Muitos autores colocam a deficiência de ferro como a mais comum deficiência nutricional no mundo, afetando pelo menos 1 bilhão de pessoas. Pelo menos 58% da população norte americana consome menos que o RDA de ferro. Um estudo sobre a relação entre as dosagens de ferro em dietas médias nos EUA e os valores do RDA por faixa etária determinou que os norte-americanos consomem percentualmente as seguintes quantidades: De 6 a 11 meses.......................79,% do IDR2 anos........................................56,0% do IDR Meninas de 14 a 16 anos..........59,4% do IDR Mulheres 25 a 30 anos..............57,8% do IDR Nos países do terceiro mundo estes dados são alarmantes. Na gravidez, a quantidade total de ferro a ser dirigida ao feto é de 800 mg. No tempo total da gravidez é apontada uma necessidade de suplementação de outros 12-42 mg/d, totalizando uma suplementação de 30 a 60 mg de ferro por dia. Uma dieta que satisfaça as necessidades mínimas de ferro para uma mulher em fase fértil (18mg/d) chegaria a 3000 calorias, acima disto podem surgir efeitos indesejáveis. Nos indivíduos que praticam esportes, a perda diária normal (1mg/d) pode ser acrescida de mais um miligrama através do suor, o que eleva as necessidades mínimas apontadas pelo RDA para indivíduos com atividade esportiva para 20mg/dia. No Brasil, um dos problemas com a suplementação de ferro é que a forma mais comum de se prescrever ou ingerir o metal é através da sua apresentação mais comum, o sulfato ferroso. Geralmente, somente 4 a 6 % do ferro ingerido como sulfato ferroso é realmente 85 absorvido; estudos demonstram que destes, somente metade do ferro que chega a ser absorvido a partir do sulfato ferroso é utilizado pelo organismo, sendo o resto eliminado através do próprio intestino. O aumento de ferro com o intuito de compensar a sua baixa absorção e utilização resulta então num estado tóxico para os intestinos, o que determina um aumento dos já clássicos efeitos colaterais gastrintestinais dos compostos comuns de ferro. Doses entre 3 a 18 g. podem produzir efeitos tóxicos e a siderose, quando o excesso de ferro se deposita no organismo, principalmente no fígado. Para contornar estes problemas e suplementar ferro adequadamente, utiliza-se o ferro aminoácido quelado. Sob esta forma, o ferro tem 360% maior absorção que o carbonato de ferro, 380% maior absorção que o sulfato ferroso e 490% maior absorção que o óxido de ferro. Todos os estudos demonstraram que o ferro aminoácido quelado tem melhor absorção, utilização e tolerância que o sulfato ferroso utilizado comumente receitado. Um estudo recente em adolescentes anêmicos, pelo Doutor Piñeda no INCAP (Institute of Nutrition for Central America) mostrou que 30 mg de ferro, como ferro aminoácido quelado, eleva os índices de hemoglobina ao mesmo patamar que 120 mg de ferro como sulfato ferroso, sem tantos de acúmulos ou excessos. A toxicidade do ferro proveniente dos alimentos é praticamente nula, mas possível em organismos com distúrbios metabólicos específicos. Ao contrário, o ferro férrico, geralmente presente nos suplementos, deve ser ministrado com cautela. Há inclusive relatos apontando maior incidência de câncer em situações de níveis séricos elevados de ferro. Compostos de ferro e complexo vitamínico-minerais não devem ser prescritos para pacientes que sofrem fortemente de angina pectoris ou que já apresentaram infarto do miocárdio. Isto porque o ferro existe nos estados férrico e ferroso, sendo que este aparece livre, não ligado a proteínas, sendo um importante gerador de radicais livres do grupo hidroxila, capazes de lesar as paredes das artérias. O ferro férrico, ligado a proteínas, não tem essa mesma capacidade. Portanto, em doenças cardiovasculares em geral, é importante evitar o contato do organismo doente com o ferro ferroso, ou livre. Há trabalhos, contudo, que aconselham a evitar quaisquer suplementos que contenham ferro, mesmo férrico, de modo a minimizar a exposição ao metal do organismo doente ou predisposto. 86 Dose: Crianças jovens (4 a 8 anos): 0,6 mg./kg/de peso/dia. Lactentes (até 1 ano): 1 a 2 mg./kg/peso/dia. Sugestão para um adulto normal, com atividades físicas: 30 mg/dia. IDR para adultos: 14 mg. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 65 mg. Lactentes: 2,0 mg/kg de peso corporal até o limite de 15 mg. Pediátrico: 2,0 mg/kg de peso corporal até o limite de 50 mg. Fósforo Sabemos que o fósforo é um mineral que desempenha um importante papel no metabolismo energético geral e intracelular pois participa da molécula do ATP, sob a forma de fosfato. Mais de 80% de todo o fósforo orgânico, contudo, está presente nos ossos. Pelo fato de ser facilmente obtido através dos alimentos em quantidades suficientes, o fósforo não é muito aplicado habitualmente nas fórmulas de suplementos, ou da medicina ortomolecular (biomolecular). Quando participa, é escolhido juntamente com outros minerais em formulações para combater o estresse, as deficiências imunológicas, o raquitismo e a piorreia. Assim como para o cálcio, o zinco, o cobre, o ferro e o selênio, sugere-se prescrever o fósforo sob a forma aminoácido quelada, cujas doses diárias sugeridas são de 200 a 400 mg, ou seja, um pouco menos do que na forma molecular, não ionizada. As necessidades diárias de fósforo para um adulto normal são de aproximadamente 1 a 1,5 gr, ou cerca de uma vez e meia as necessidades de cálcio, embora o IDR seja de 800 mg, tanto para crianças quanto para adultos. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 1.500 mg. Lactentes: 150 mg/kg de peso corporal até o limite de 80 mg. Pediátrico: 80 mg/kg de peso corporal até o limite de 1.500 mg. Iodo 87 Elemento químico ametálico, da família dos halogênios, de grande importância para o corpo humano. Participa da formação dos hormônios tireoidianos e a sua carência determina a hipofunção desta glândula e o surgimento do bócio. Está presente em diversos alimentos como as algas marinhas, o agrião, a salsa, os frutos do mar e outros, mas é no sal natural onde está presente em maior abundância, sendo a sua principal fonte. Atualmente o sal refinado precisa ser acrescido de iodo (iodeto de potássio), uma vez que durante a sua industrialização ocorre a perda do iodo natural, presente no sal marinho. O iodo é utilizado em medicina sob a forma de iodetos. Para uso interno é aplicado no tratamento das afecções da tireoide, do reumatismo, da arteriosclerose e como fluidificador das secreções brônquicas. Para uso externo é utilizado na sua forma sólida (diluída em álcool) como antisséptico, antimicótico como corante marcador. É necessário em pequeníssimas quantidades, ainda não bem determinadas. O seu excesso pode ser tóxico, mas depende de muitas variáveis. Nas formulações para suplementação, utiliza-se o iodeto de potássio como fonte molecular de iodo, sempre em doses fisiológicas baixas. IDR – Adultos: 150 mcg. Crianças: 120 mcg. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 600 mcg. Lactentes: 10 mg/kg de peso corporal até o limite de 100 mcg. Pediátrico: 10 mg/kg de peso corporal até o limite de 300 mcg. Magnésio O magnésio é um dos componentes do grupo dos macro minerais. Ele atua na manutenção da função nervosa e como parte integrante de muitas enzimas. É um íon dos mais importantes como elemento ligado ao sistema imunológico. A sua redução determina diminuição da capacidade de defesa do organismo. Sua deficiência favorece também o aparecimento de distúrbios neuromusculares com hiperexcitabilidade neuromuscular e distúrbios do comportamento tais como: excitabilidade, ansiedade, cefaleia, fadiga mental, vertigens. Estudos revelam o papel fundamental do magnésio na regulação do tônus vascular, prevenindo o espasmo das coronárias, as lesões 88 cardiovasculares, assim como as taquicardias ventriculares. O uso do magnésio protege contra o excesso de cálcio intracelular, responsável por vários fenômenos patológicos. O organismo humano normalmente possui de20 a 25 gramas de magnésio, das quais 50 a 60% se encontram nos ossos; a maior parte do magnésio restante se encontra nos músculos e eritrócitos, e aproximadamente 1% como magnésio extracelular. O magnésio toma parte na síntese e hidrólise do ATP, ativação e estabilização de macromoléculas como a ADN e ribossomos, além de ativar e regular inúmeras enzimas, tais como a fosfatase alcalina que está envolvida no metabolismo do cálcio e do fósforo. O magnésio em combinação com o cálcio regula a permeabilidade das membranas. Sua concentração nos fluídos extracelulares é crítica para a integridade e funcionamento do sistema nervoso, tanto na condução do estímulo nervoso, como na sua transmissão através da junção mioneural. Os estudos sobre o magnésio em cardiologia demonstram a eficiência de sua administração mesmo sem carência de magnésio. Entretanto, 75% da população ingere menos que as doses recomendadas de magnésio, porque em média uma dieta supre de 50 a 67% das necessidades mínimas orgânicas (dados sobre a população norte americana). O sal marinho natural era antes uma das mais importantes fontes de magnésio, mas com a industrialização e o refino, grande parte do magnésio é extraída, tornando o produto final, o sal refinado, um composto apenas de cloreto e de sódio. Considera-se o refino do sal uma das causas da redução do aporte de magnésio no organismo da população mundial. Recentemente tem se demonstrado também que o consumo excessivo ou regular de açúcar branco tende a reduzir os níveis disponíveis de magnésio no sangue. É relativamente difícil conhecer a quantidade de magnésio do organismo humano. Os testes comuns de sangue não mostram a distribuição e a concentração real do magnésio e muitos erroneamente acreditam que os níveis orgânicos de magnésio são sempre satisfatórios. A fonte natural de magnésio são os alimentos, notadamente os frutos do mar, as frutas oleaginosas, as leguminosas, as sementes, os cereais. As doses diárias suplementares de magnésio sugeridas correspondem a 500-750mg, mas os compostos deste íon (como o cloreto, por exemplo) atuam sobre os intestinos como laxantes. A 89 melhor forma de se ingerir magnésio suplementar é através da sua forma quelada. Quelado com glicina, o magnésio é altamente absorvível e não apresenta os indesejáveis sintomas colaterais da administração do magnésio no aparelho digestivo. É utilizado nas formulações gerais, como relaxante, na prevenção e tratamento das doenças cardíacas, no combate à fadiga neuromuscular, no estresse, e no tratamento da síndrome pré-menstrual (associado à vitamina B6). Quelado com ácido aspártico o magnésio (na forma de sal), tem seu uso recomendado para melhorar a performance do músculo cardíaco e nas formulações antiestresse, oferecendo maior segurança e a tolerância. Ver Cálcio e Osteoporose. IDR – Adultos: 300 mg. Crianças: 170 mg. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 700 mg. Lactentes: 10 mg/kg de peso corporal até o limite de 80 mg. Pediátrico: 10 mg/kg de peso corporal até o limite de 200 mg. Manganês O manganês é um dos micros minerais que participa de inúmeros mecanismos metabólicos e bioquímicos, dentre eles, o a regulação de vários processos que controlam a homeostase da glicose. Alguns autores citam-no como modulador da síntese, secreção e degradação da insulina. Outra importante ação do manganês é aumentar a mobilização do cálcio intracelular; ele ativa as enzimas que inibem os depósitos de cálcio e solubilizam o cálcio depositado. Participa de metabolismo cerebral, tanto sua deficiência como os estados tóxicos afetam o metabolismo cerebral. O manganês juntamente com o cobalto e magnésio, são fundamentais para a síntese de ácido hialurônico, constituinte da mucina, que compõe o líquido sinovial. Constatou-se que os artríticos possuem seis vezes menos manganês que as pessoas normais. Além das ações citadas, o manganês ativa as enzimas tiaminoquinase, (que viabiliza a ação da tiamina), a glucotransferase e a galctiltransferase na formação das glicoproteínas que não se formam na ausência de manganês. As glicoproteínas formam parte da membrana das células e especificamente acredita-se que são 90 responsáveis pela defesa celular contra o ataque de vírus e certas formas de câncer. Acredita-se que o interferon só é produzido na presença de manganês. O manganês também está associado à formação do tecido conjuntivo e ossos, ao crescimento, ao metabolismo dos carboidratos e lipídios, às funções do aparelho reprodutor e ao funcionamento cerebral. O papel do manganês como antioxidante é cada vez mais considerado. Estudos com tumores malignos mostraram quantidades diminuídas da enzima superóxido desmutase (SOD), que contém manganês, mas não se pode inferir que a deficiência de manganês possa desencadear processos degenerativos em seres humanos. O manganês parece participar da síntese da dopamina, devido a isso, vários estudos atuais estão sendo conduzidos no sentido de verificar a eficácia do manganês suplementar na doença de Parkinson. Curiosamente, o estágio final da intoxicação pelo manganês produz uma sintomatologia semelhante ao parkinsonismo. A L-dopa também é a droga usada para o tratamento do estado crônico de envenenamento por manganês. Considerado importante para o funcionamento normal do cérebro e eficaz no tratamento da esquizofrenia e de algumas doenças nervosas. Existem relatos, não comprovados cientificamente, da eficácia do manganês no tratamento da esquizofrenia. Sendo um mineral de tal importância, o manganês é geralmente ingerido pela população em quantidades menores do que as exigidas. Nos EUA 50% da população não consome quantidades apropriadas de manganês. Um dos problemas também ligados ao manganês é que ele é fracamente absorvido, chegando ao máximo de 3%, enquanto que a sua eliminação é alta: 97 a 99%. Isto exige a ingestão de alimentos que o contenham (como a aveia integral, o centeio, o trigo sarraceno, as frutas e outros), ou a sua suplementação, em doses diárias estabelecidas entre 5 a 20 mg. A melhor forma de se suplementar o manganês é através das preparações queladas, que permite uma absorção 250% maior as demais. O aminoácido mais comumente associado ao manganês é a glicina, usado em suplementações alimentares, em formulações antioxidantes e em todas as formulações onde são requeridas uma absorção e uma tolerância maiores. IDR – Adultos: 5 mg. Crianças: 3 mg. 91 Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 10 mg. Lactentes: 0,1 mg/kg de peso corporal até o limite de 1 mg. Pediátrico: 0,1 mg/kg de peso corporal até o limite de 3 mg. Potássio Metal alcalino, sendo um íon importante para todo o metabolismo. No organismo adulto normal a sua concentração é de 42 mEq/Kg, a maior parte da qual no espaço intracelular. Trata-se de um cátion lábil, facilmente permutável, em concentrações que oscilam nos diversos tecidos. Importante o potássio estar presente em quantidades equilibradas no corpo humano, pois tanto o seu excesso quanto a sua carência determinam problemas sérios. Está presente em abundância nas frutas (principalmente na laranja e no abacaxi), nos legumes e verduras. Na forma natural encontra- se sob a forma de cloreto. Deve ser obtido através dos alimentos ou nos suplementos (em doses fisiológicas), sendo necessários cuidados técnicos se aplicado de modo parenteral. Selênio O selênio é um importante oligoelemento que atua reduzindo a oxidação de pontes sulfídricas das proteínas e na desnaturação do colágeno. Alguns trabalhos correlacionam a utilização do selênio na prevenção do câncer, principalmente aqueles determinadospor agentes carcinogênicos e nas viroses. São descritas ainda algumas propriedades cardioprotetoras. Em medicina biomolecular o selênio representa um potente antioxidante e varredor de radicais livres, por ser parte constituinte da glutation peroxidase, enzima que remove eficientemente os peróxidos de hidrogênio formados durante a redução metabólica do oxigênio (a glutation peroxidase converte os lipoperóxidos em substâncias não tóxicas.). Outras enzimas dependentes de selênio são encontradas nos órgãos genitais e sua função está relacionada com o desenvolvimento e a função do sêmen. A vitamina E e o 92 selênio são sinérgicos, isto significa que o uso em conjunto produz uma maior eficácia do que cada um isoladamente. Está presente em numerosos alimentos, principalmente nas frutas oleaginosas e nas gorduras animais. O selênio tem sido estudado como um agente no tratamento de alguns tipos de câncer. Zhong em 2001, mostrou o efeito do selenito de sódio sobre células do câncer de próstata humano LNCaP. Shen em 2000 mostrou que o selênio pode funcionar de dois modos sobre as células cancerosas: como antioxidante , aumentando a geração de GSH ou como oxidante aumentando a geração de H2O2; quantidades supra nutricionais de selênio em uma primeira fase aumentam os níveis de GSH como mecanismo de defesa, porém, logo a seguir com a continuidade e a permanência do selênio acontece grande produção de H2O2 , que acarreta drástica diminuição do GSH e os efeitos citotóxicos sobre a célula tumoral. A superóxido desmutase, a catalase e a desferroxamina atenuam significantemente os efeitos apoptóticos do selênio. O selênio é o mais tóxico dos micronutrientes essenciais. Concentrações na faixa de 3-4 ppm geram toxicidade crônica. A maioria dos trabalhos sugere doses diárias compreendidas entre 50 e 200mg por dia, para um IDR de 70 mg para adultos e de 30 mcg para crianças. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 150 mcg. Lactentes: 5 mcg/kg de peso corporal até o limite de 50 mcg. Pediátrico: 5 mcg/kg de peso corporal até o limite de 100 mcg. Zinco Um dos mais importantes micro minerais, pois participa da formação e função de numerosas enzimas e atua em grande parte dos fenômenos biológicos. Um dos componentes fundamentais das enzimas ligadas aos processos oxidativos e essencial à ação de catalizadores, atuando diretamente no crescimento e funções celulares. Os alimentos naturais mais ricos em zinco são: grãos, pão integral, 93 pão de centeio, massas, frutos do mar, vegetais, frutas frescas, nozes; mas a quantidade de zinco nos alimentos varia de acordo com a qualidade do solo de plantio e dos fertilizantes utilizados. Além disso, as fontes vegetais contêm ânions fixadores do zinco e no processo de moagem e industrialização dos cereais há considerável perda do mineral. As primeiras observações de deficiência de zinco foram realizadas por Prasad e Halstead, em jovens que se alimentavam, quase quer exclusivamente, de pão e cereais, sem proteína animal. Descreveram entre vários sinais e sintomas o nanismo e hipogonadismo, a ausência ou deficiência de paladar e olfato e ainda sinais de cegueira noturna. A anidrase carbônica e sua dependência do zinco foi uma das primeiras a serem estudadas (1939). É uma enzima encontrada nos eritrócitos, desempenhando importante função na homeostase acidobásica dos organismos vivos. Entre outras funções o zinco está relacionado com o metabolismo dos carboidratos, o metabolismo proteico, atividade muscular, a formação e a atuação das plaquetas, com a defesa imunológica e na prevenção da aterosclerose. A deficiência de zinco causa diminuição da tolerância a carboidratos; a deficiência de zinco, provavelmente, toma parte no desenvolvimento do diabetes no adulto, caracterizado por uma diminuição na sensibilidade à insulina. A deficiência deste elemento acarreta também um distúrbio na formação do colágeno, o que explicaria seus efeitos benéficos nos processos de cicatrização de ferimentos e na recuperação de tecidos quer sofreram queimaduras. As observações realizadas em Bangladesh demonstraram que a suplementação dos 50 mg de zinco/dia na dieta é benéfica na reabilitação nutricional de crianças com desnutrição com desnutrição severa. O zinco tem, ainda, sido utilizado com sucesso no tratamento da acne e em dermatite tipo herpético. Alguns autores têm observado efeitos benéficos no tratamento da artrite reumatoide. A administração de zinco permite observar uma melhora da resistência ao esforço e um aumento da força muscular, talvez relacionado à eliminação mais fácil do ácido láctico, formado durante a atividade muscular pela desidrogenase láctica (zinco dependente). A deficiência de zinco parece provocar problemas na adesão e agregação plaquetárias, que são reversíveis com a correção da mesma. Em crianças desnutridas, atrofia do timo e uma deficiência 94 da imunidade humoral têm sido observadas. Após a restauração nutricional, quando as proteínas plasmáticas e os níveis de corticosteroides retornam ao normal, a atrofia persiste e somente é corrigida quando se restabelecem os níveis de zinco. Em pacientes sob nutrição parenteral com níveis plasmáticos baixos de zinco, anormalidades da imunidade celular são corrigidas pela administração de zinco (Allen, 1981). O zinco participa da molécula da superóxido desmutase, que protege as células contra os efeitos tóxicos do oxigênio. A carência de zinco determina uma diminuição da imunidade celular por reduzir a atividade da nucleosídeo fosforitase, enzima essencial para a atividade dos linfócitos T. O Zinco está envolvido nos mecanismos de estresse. Durante estes estados observa-se uma maior eliminação urinária de zinco o que pode gerar déficits agudos. A terapia com uma suplementação de zinco tem se mostrado efetiva no tratamento da artrite, por diminuir o edema e a rigidez matinal das articulações. Isto ocorre devido a sua ação anti-inflamatória estabilizadora das membranas liássicas e moduladoras das atividades dos macrófagos. A utilização de zinco em pacientes com disfunção glandular tem se mostrado importante para a correção e normalização dos valores séricos de testosterona e na contagem de espermatozoides, assim como nos níveis de L.H em pacientes com hepatomegalia. A maior parte do zinco da alimentação, de 10 a 15 mg/dia, é absorvida no duodeno, íleo e jejuno. No homem, uma ingestão de 15 mg/dia parece suficiente de acordo com Turnlund. Pequena parte pode ser absorvida no estômago e no cólon. Somente 10 a 40% do zinco ingerido é absorvido. O mecanismo de absorção não é completamente conhecido. Uma vez absorvido, o zinco liga-se às proteínas plasmáticas e é levado ao fígado, onde se liga a proteínas fixadoras de metais. Algumas substâncias limitam a absorção do zinco; é o caso dos fígados e fibras. O fitato, ácido fítico, presente nos vegetais, prejudicam a biodisponibilidade do zinco nos mesmos. Outras substâncias agem aumentando sua absorção, como a lactose. (Fournier, 1971; Grudento, 1982.). O leite de vaca, apesar de mais rico em zinco que o humano, não melhora à deficiência de zinco. Isto se deve a presença no leite humano de um fixador com baixo peso molecular que favorece a absorção; outro fator é a grande quantidade 95 de cálcio no leite da vaca que interage com a absorção do zinco. Algumas causas da deficiência de zinco são o estresse, o alcoolismo acentuado, tratamentos com D-Penicilina, nutrição parenteral prolongada, síndromes de má-absorção, doenças inflamatórias intestinais, síndromes diarreicas, enteropatia perdedora de proteínas, síndrome nefrótica, queimados graves, gravidez, aleitamento, talassemia, sudorese, alimentação inadequada. Estudos indicamque são necessários 12,5 mg de zinco na dieta diária, para manter um balanço positivo. Considerando-se que apenas 10 a 40 % do zinco ingerido na dieta são absorvidos, recomenda-se que a oferta média ao indivíduo adulto seja em torno de 15 mg/dia. Durante a gravidez há uma necessidade maior de zinco, para que haja um desenvolvimento fetal adequado. Recomenda-se por isso um acréscimo de 5mg/dia, além das necessidades basais, levando- se em consideração que muitas das dietas não contém níveis suficientes deste mineral. No período de lactação as necessidades são ainda maiores, já que a perda através do leite materno é avaliada em torno de 3 mg/dia. Recomenda-se, portanto, a adição de 10 mg/dia de zinco, além daquelas necessidades básicas diárias. Nas crianças de 1 a 10 anos, a dose recomendada é de 10 mg/dia; no entanto, é necessário observar se o tipo de alimentação apresenta quantidade adequada de zinco, se há consumo demasiado de açúcar branco (que elimina zinco), ou se há grande consumo de cereais que contenham fitato. Nas crianças, em particular, há que se observar as perdas por sudorese excessiva e pelo trato gastrointestinal (diarreias). Em pacientes adultos, suplemento de zinco é sempre necessário em suporte nutricional parenteral prolongado. Recomenda-se 0,1 mg Zn/kg de peso corpóreo. O suplemento diário recomendado por via oral é em torno de 5 a 10 mg de zinco. Na criança, a aceleração do crescimento tem sido observada com doses de 4 a 5 mg de Zn/dia. O zinco é muito pouco tóxico e existe boa margem de segurança entre as necessidades fisiológicas e as doses tóxicas. 96 Vitaminas A carência de vitaminas essenciais é uma das principais causas do enfraquecimento do sistema imunológico. Vitaminas são substâncias orgânicas indispensáveis à manutenção das funções metabólicas normais do organismo. A deficiência ou ausência de vitaminas na alimentação determina perturbações conhecidas como estados carenciais, desvitaminoses, hipovitaminoses ou avitaminoses. Uma alimentação equilibrada fornece ao organismo as vitaminas de que ele normalmente necessita. Contudo em algumas situações, tais como em dietas deficientes, perturbações na absorção, necessidade aumentada dos tecidos - crescimento, gestação, lactação, trabalhos físicos pesados, estresse, hipertireoidismo e presença de radicais livres, a administração externa torna-se necessária. Assim como es demais nutrientes, as vitaminas podem ser obtidas de três fontes: as fontes primárias, fornecidas pelo reino vegetal; as fontes secundárias, fornecidas pelo reino animal, e as fontes terciárias, representadas pela origem sintética, produzidas em laboratórios. A maioria das vitaminas disponíveis hoje no comércio (farmácias, alimentos industrializados) é de fonte terciária. São inúmeras as vantagens dos nutrientes primários, principalmente por serem absorvidos e distribuídos mais facilmente, além de não provocarem acúmulos, deposições, reações adversas e de se combinarem melhor bioquimicamente no metabolismo. Vitamina A Denominação usual de pelo menos três compostos: retinol, retinal e carotenoides, ou alfa-caroteno, betacaroteno e gama- caroteno. A forma ativa da vitamina A é encontrada normalmente na natureza em tecidos animais, como no óleo de fígado de bacalhau, na manteiga, na gema do ovo, no queijo e no fígado; como protovitamina, é encontrada nas frutas e vegetais pigmentados, como o mamão, a cenoura, a beterraba, a abóbora e na clorofila. Na sua forma sintética, esta vitamina se apresenta como acetato (acetato de vitamina A). A vitamina A e os carotenoides são potentes antioxidantes e neutralizantes dos radicais livres. Esta vitamina apresenta importante efeito farmacodinâmico no 97 sentido de manter estáveis as funções das atividades enzimáticas e do metabolismo. Estudos revelaram que a vitamina A apresenta excelente ação antioxidante, em imunodeficiências e como adjuvante na terapêutica anticâncer. O retinol e outros similares, estão integralmente envolvidos no crescimento e na diferenciação celular. Inúmeros experimentos demonstram que a vitamina A tem potente poder antioxidante podendo reduzir os riscos de câncer prevenindo os danos causados aos tecidos pela oxidação. O mecanismo de ação dos efeitos da vitamina A em imunodeficiências poderia ser descrito devido a potencialização dos linfócitos assim como da atividade dos fagócitos. A carência de vitamina A determina redução do crescimento, fotofobia, redução da capacidade visual (principalmente noturna), cegueira, distúrbios glandulares variados, problemas hepáticos e outros. O beta caroteno é um pigmento, um tipo de caroteno, como molécula precursora da vitamina A. Uma molécula de betacaroteno pode fornecer duas moléculas de vitamina A ativa, com ação antioxidante. Os carotenoides, principalmente a sua fração (, são potentes antioxidantes e neutralizantes dos radicais livres. Apresenta importante efeito farmacodinâmico no sentido de manter estáveis as funções das atividades enzimáticas e do metabolismo. Estudos revelaram que o betacaroteno apresenta excelente ação antioxidante, em imunodeficiências e como auxiliar na terapêutica anticâncer. Diversos estudos e pesquisas aplicando-se concentrações de betacaroteno como recurso no tratamento da AIDS foram realizadas e outras estão em andamento. Uma delas, intitulada “The Effect of Supplemental Beta-Carotene on Immunologic. Indices in Patients with AIDS: A Pilot Study “, desenvolvida por David A. Fryburg, Rebecca J. Mark, Brigitte P. Griffith, Philip W. Askenase e Thomas F. Patterson, da Divisão de Endocrinologia, Metabolismo, imunologia e Doenças Infecciosas do Departamento de Medicina Interna da Universidade de Yale, New Haven Connecticut, mostram notáveis efeitos do pigmento em pacientes portadores da doença por vírus HIV. Na sua forma sintética (acetato), a vitamina A pode ser tóxica quando ingerida em doses elevadas (25.000 a 50.000 U.I./dia), quando pode causar envenenamento. Durante a gestação, doses assim elevadas, ingeridas por períodos longos, podem provocar efeitos teratogênicos 98 (alterações cromossômicas do feto). Daí se recomendar utilizar a forma “pré”, o betacaroteno, que não produz toxidade na mesma proporção da vitamina A sintética em doses maiores que as normais. As doses diárias de vitamina A variam entre 5.000 e 10.000 U.I. Em tratamentos mais prolongados recomenda-se a utilização do betacatoreno. IDR: Adultos: 800 mcg (2,666 UI). Crianças: 700 mcg (2,333 UI). Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 10.000 UI. Lactentes: 500 UI/kg de peso corporal até o limite de 5.000 UI. Pediátrico: 500 UI/kg de peso corporal até o limite de 10.000 UI. Para o betacaroteno: Dose terapêutica: 5.000 UI\ Dose diária máxima de 50.000 UI\dia, os níveis máximos diários de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 25.000 UI. Lactentes: 500 UI/kg de peso corporal até o limite de 5000 UI. Pediátrico: 500 UI/kg de peso corporal até o limite de 10.000 UI. Vitamina B1 A vitamina B1, também denominada tiamina ou aneurina, desempenha importante papel no metabolismo intermediário de carboidratos promovendo a liberação de energia (ATP). Regulariza o metabolismo dos açúcares e permite a síntese das gorduras a partir dos glicídios. Sua carência origina distúrbios neurológicos, cardiovasculares e gastrintestinais. O bom funcionamento do sistema imunológico também está intimamente relacionado com as taxas séricas de tiamina. Está largamente presente no córtex dos cereais integrais, nas frutas, no lêvedo e na gema de ovo; praticamente ausente na carne animal. A sua carência contribuipara o surgimento do beribéri, polineurite, edemas, perturbações cardiovasculares e outras doenças. Indica-se o seu uso como auxiliar no tratamento de perturbações neurológicas, síndromes dolorosas, afecções dermatológicas (pelagra, por exemplo) e doenças do fígado. O manganês e zinco facilitam a sua utilização pelos tecidos. A 99 vitamina C intensifica sua ação no sistema nervoso. As reservas de tiamina dos tecidos esgotam-se muito facilmente devido a sua solubilidade na água, o que torna necessário um suprimento continuado e equilibrado desta vitamina. São sugeridas doses terapêuticas diárias para hipovitaminoses de 5 a 50 mg diárias, dependendo de cada caso. IDR: Adultos: 1,4 mg. Crianças: 1 mg. Não há produção de efeitos tóxicos quando administrada por via oral, pois os excessos são eliminados rapidamente pela urina. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 300 mg. Lactentes: 10 mg/kg de peso corporal até o limite de 100 mg. Pediátrico: 10 mg/kg de peso corporal até o limite de 200 mg. Vitamina B2 Grupo das vitaminas do complexo B, hidrossolúveis, também denominada riboflavina. É componente essencial do flaminato mononucletídeo (FN) e do flaminato adenina dinucletídeo (FADA), que são enzimas produtoras de energia e atuantes nos processos de oxirredução do organismo, assim como no metabolismo de proteínas e lipídios. A vitamina B2 é essencial para o crescimento e a manutenção da integridade de mucosas e dos tecidos. Sua carência provoca redução da acuidade visual, além de opacidade e ulceração da córnea. Pode ser encontrada principalmente nos cereais integrais, na levedura e nos músculos. As doses diárias terapêuticas recomendadas estão entre 1 e 5 mg, que inclusive são suficientes para a regressão dos sintomas acima mencionados. IDR: Adultos: 1,6 mg. Crianças: 1,2 mg. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos:30 mg. Lactentes: 5 mg/kg de peso corporal até o limite de 20 mg. Pediátrico: 3 a 10 mg/dia. Vitamina B3 100 Vitamina do grupo do complexo B e das hidrossolúveis, configurada por dois componentes: o ácido nicotínico (niacina) e a sua amida (niacinamida). Esta vitamina atua no organismo em diversas reações metabólicas; as principais são aquelas envolvidas com a produção de energia por fazer parte de duas importantes coenzimas: a I adenina dinucletídeo (NADA) e o fosfato de nicotinamida adenina I (NADP). Por atuar nos mesmos receptores dos benzodiazepínicos a vitamina B3 pode causar sedação. Em certas psicoses, há a formação exagerada de dimetiltriptamida, por aumento na síntese de radical metila. A vitamina B3 capta estas substâncias formando metilnicotinamida, sendo eliminada na urina. A carência desta vitamina pode produzir a pelagra e certos tipos de demência. A niacina e a nicotinamida podem ser encontradas nas leveduras (lêvedo de cerveja, por exemplo), no fígado, nos legumes secos, nos grãos dos cereais, sendo mais concentradas nos cereais integrais, como o arroz, o trigo, o centeio, o trigo sarraceno, a aveia, o milho, o malte e outros. Em doses elevadas (farmacodinâmicas, ou em mega doses), a nicotinamida inibe a formação da adrenalina em excesso e seus derivados metabólicos. Tem indicação no tratamento das demências e das neuroses, principalmente provocadas por situações de estresse. O organismo pode produzir pequena quantidade de nicotinamida a partir do triptofano, entretanto insuficientes para as necessidades diárias do homem adulto. As doses diárias recomendadas são de 25 g a 300mg. Ver Niacina. IDR: Adultos: 20 mg. Crianças: 13mg. Os níveis máximos de segurança são: Adultos: 1.500 a 2.000 mg.\dia Lactentes: 20 mg/kg de peso corporal até o limite de 300 mg. Pediátrico: 20 mg/kg de peso corporal até o limite de 400 mg. Vitamina B6 Pertence ao grupo das vitaminas hidrossolúveis do complexo B, também denominada piridoxina. A vitamina B6 intervém em uma série de reações metabólicas, como por exemplo a descarbolização da tirosina, da arginina, do ácido glutâmico; da desanimação de serina e da treonina; da dissulfuração da vitelina e da homocisteína; da conversão do triptofano a ácido 101 nicotínico. Atua no metabolismo de carboidratos e desempenha importante papel no metabolismo do sistema nervoso central por descarboxilar o ácido glutâmico para a formação de ácido gama- aminobutírico (GABA). Ver Vitaminas. Está presente nas leveduras (lêvedo de cerveja), nos cereais (mais abundantemente nos integrais) e no fígado. As doses recomendadas estão entre 10 a 300 mg. IDR: Adultos: 2 mg. Crianças: 1,4 mcg. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 600 mg. Lactentes: 10 mg/kg de peso corporal até o limite de 100 mg. Pediátrico: 10 mg/kg de peso corporal até o limite de 200 mg. Vitamina B12 Vitaminas hidrossolúvel do complexo B, também denominada cianocobalamina, devido à presença em sua molécula de um grupo ciânico ligado ao cobalto. Suas funções biológicas estão relacionadas com a síntese de ácidos nuclêicos, na transferência de grupos metilas lábeis das reações de transmetilação, na formação de mielina no sistema nervoso e participação no metabolismo de lipídeos e carboidratos. As fontes alimentares mais ricas são os extratos de fígado, mas pode ser obtida do reino vegetal a partir da alga clorela, da alga espirulina, de complexos processos de síntese orgânica, e da fermentação alcalina da soja e de seus derivados e em pequenas quantidades no vinho. É importante informar que a vitamina B12 é reservada no fígado por vários anos. Dietas pobres em vitamina B12 só podem afetar o organismo após vários meses ou anos. Recentes pesquisas apontam que a principal fonte de vitamina B12 para seres humanos e mamíferos em geral, não são exatamente alimentos, mas a síntese realizada por bactérias nos intestinos. A carência de vitamina B12 produz a anemia perniciosa ou macrocítica. As doses recomendadas para adultos variam entre 10 a 1.000 mcg diárias. Acima desta dose a cianocobalamina torna-se progressivamente tóxica. São relatados casos de sensibilidade cutânea ao uso da vitamina B12. Doses superiores a 5 mg podem 102 provocar choque do tipo anafilático. IDR: Adultos: 100 mcg. Crianças: 140 mcg. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 1.000 mcg. Lactentes: 50 mcg/kg de peso corporal até o limite de 500 mcg. Pediátrico: 50 mcg/kg de peso corporal até o limite de 1.000 mcg. Vitamina C A vitamina C é uma das vitaminas solúveis em água. A sua forma natural, ou primária, é o ácido L-ascórbico e na sua forma terciária é o ácido ascórbico, sintetizado em laboratório. No item Vitaminas, demonstra-se a superioridade biológica da vitamina C primária, em relação à terciária. Esta vitamina é fundamental para a vida e está envolvida em numerosos processos fisiológicos complexos. Os bioflavonoides são considerados formas precursoras primárias da vitamina C. A vitamina C está intimamente relacionada com biossíntese de colágeno, daí a sua importância global na economia orgânica. Pesquisas demonstraram que a utilização de ácido L-ascórbico, em doses terapêuticas, produz aumento na atividade da enzima lisil- hidroxilase e na biossíntese total do colágeno. Do ponto de vista imunológico promove o aumento da produção de línfócitos e da mobilidade dos fagócitos estimulando o sistema de defesa. A vitamina C é uma das principais vitaminas da fisiologia humana, sendo considerada de primeira ordem para evitar processos perioxidativos da meteorização de gorduras e formaçãode radicais livres. Na prevenção das doenças cardiovasculares a vitamina C atua como antioxidante na cadeia do ácido aracdônico reduzindo os níveis plasmáticos de triglicérides e colesterol. Portanto, a vitamina C, contando com a sua forma de ácido ascórbico, L-ascórbico ou bioflavonoide, é um dos mais poderosos antioxidantes, utilizado pela medicina ortomolecular na “varredura” dos radicais livres. Vários estudos correlacionam a utilização de vitamina C com a redução da incidência de câncer do estômago, da pele, pulmonar e renal. Seu mecanismo de ação contra o câncer ainda não foi claramente descrito. Acredita-se que a vitamina C possa modificar o metabolismo de hidrocarbonetos policíclicos. Ao reagir com radicais 103 livres (geotrópicos) reduziria sua atividade mutagênica. Linnus Pauling. Prêmio Nobel de Medicina, foi um dos mais famosos estudiosos da vitamina C, tendo difundido a ideia da utilização de doses elevadas (farmacodinâmicas) de ácido ascórbico como preventivo das doenças degenerativas e como bloqueador do processo do envelhecimento. O Dr. Pauling chegou a ingerir pessoalmente doses diárias superiores a 15 g. de ácido ascórbico. Segundo informações, o cientista, que morreu nonagenário, sofria de câncer desde os seus 50 anos; mas permaneceu assintomático até a sua morte. A toxidade da vitamina C (ácido ascórbico) em dose elevada é bastante controvertida. Acredita-se que é capaz de provocar a precipitação de uratos, oxalatos e cálculos no trato urinário. Importantes fontes alimentares de ácido ascórbico incluem os vegetais folhosos, ervilhas, pimenta, alguns tuberosos (batatas, nabos), tomates, frutas cítricas e outras (laranjas, limões, limas, grapefruit), morangos, bananas, etc. Atualmente descobriu-se ser a fruta brasileira acerola uma das mais ricas fontes de vitamina C do planeta. Devido à sua solubilidade na água e à sua susceptibilidade à degradação (irreversível por oxidação), quando passa então a compostos inativos, é possível perderem-se quantidades consideráveis de ácido L-ascórbico nos seguintes casos: a) durante o cozimento; b) durante os processos de industrialização e armazenamento em baixa temperatura antes do processamento; c) rápido pré-aquecimento; d) enlatamento; e) secagem; f) congelamento. No leite, a vitamina C é também habitualmente destruída pela pasteurização. Portanto somente se pode obter em quantidades seguras de vitamina C a partir de alimentos crus ou por meio de suplementação extra. O ácido ascórbico é o componente principal e mais ativo da vitamina C, e quimicamente é uma enediol-lactona de um ácido, com configuração semelhante à de um açúcar, a L-glicose. Assemelha-se a um sal branco, sendo considerado a vitamina C em sua forma sintética, já que a vitamina C existente na natureza, na sua forma primária, é o ácido L-ascórbico. Trata-se de um ácido relativamente forte, inclusive mais do que o ácido acético. O ácido ascórbico está amplamente distribuído nos reinos animal e vegetal. O ácido ascórbico está presente em todas as células vegetais vivas, sendo que as maiores quantidades se encontram em 104 folhas e flores, ou seja, naquelas porções com grande atividade de crescimento. Os tecidos animais contêm quantidades bastante reduzidas, as concentrações mais elevadas verificando-se geralmente em órgãos de alta atividade metabólica (glândulas endócrinas, fígado). Podem-se encontrar quantidades consideráveis no leite humano (75 mg/litro) e menos no leite de vaca (22 mg/litro). Apenas o homem, outros primatas e as cobaias são, dentre as muitas espécies investigadas, incapazes de sintetizar o ácido ascórbico; todas as necessidades do homem, com relação à vitamina C, devem, por conseguinte, devem ser supridas pela dieta. O plasma sanguíneo humano normal contém cerca de 0,6 a 1,5 mg de ácido ascórbico por 100 ml. Em condições dietéticas adequadas, a concentração nas células vermelhas do sangue é de uma a duas vezes e meia a do plasma. Ao passo que nos leucócitos e nas plaquetas (“camada branca”) é de 20 a 40 vezes. O ácido ascórbico é necessário à atividade funcional de fibroblastos e de osteoblastos e consequentemente à formação de fibras colágenas e de mucopolissacarídeos do tecido conjuntivo, do tecido osteoide, da dentina e do “cimento” intercelular dos capilares. Essa necessidade torna-se particularmente crítica no caso de reparação de tecidos atingidos, como ocorre por exemplo, na cicatrização de ferimentos. Muita das importantes manifestações clínicas de deficiência vitamina C, dependem diretamente do desenvolvimento anormal destes tecidos. A deficiência aguda de vitamina C denomina-se escorbuto e aplica- se aos aspectos característicos resultantes da incapacidade de determinadas células especializadas como os fibroblasto, os osteoblastos e os odontoblastos de promoverem o depósito normal do colágeno, do tecido osteoide e da dentina, respectivamente. Este quadro é revertido com a administração oral de vitamina C ou ácido ascórbico. A ingestão diária de cerca de 100 mg é suficiente para manter a concentração plasmática de ácido ascórbico em torno de 1 mg/100 ml, no adulto normal. O que se recomenda oficialmente como sendo a ingestão mínima diária corresponde a: crianças 30 mg (com menos de 1 ano de idade) até 80 mg (adolescência); adultos, 75 mg; grávidas, 100 mg; durante a lactação, 150 mg. As necessidades aumentam em presença de infecções. A administração de grandes quantidades do ácido ascórbica, ao que se saiba, não produz efeitos deletérios no homem. 105 Doses: As doses utilizadas em suplementação nutricional para o ácido ascórbico para adultos, estão compreendidas entre 0,5 a 5 g, sendo que alguns autores sugerem doses ainda mais elevadas. Toxidade: A toxidade do ácido ascórbico em dose elevadas é bastante controvertida. Acredita-se que é capaz de provocar a precipitação de uratos, oxalatos e cálculos no trato urinário. As doses utilizadas em suplementação nutricional para o ácido ascórbico estão compreendidas entre 0,5 a 5 g, sendo que alguns autores sugerem doses ainda mais elevadas. IDR: Adultos: 60 mg . Crianças: 45 mg. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 1.000 mg. Lactentes: 25 mg/kg de peso corporal até o limite de 300 mg. Pediátrico: 25 mg/kg de peso corporal até o limite de 1.000 mg. Vitamina D Denominação comum de três principais esteroides: o calciferol (vitamina D1), o ergocalciferol (vitamina D2) e o colecalciferol (vitamina D3). Eles são originados a partir de precursores (protovitamina D) presentes na pele, que ao serem expostos à irradiação ultravioleta do sol transformam-se em vitamina D. As fontes alimentares da vitamina D são o óleo de fígado de bacalhau e de peixes de águas frias (atum, hipoglosso, arenque, etc.), o ovo e outros. Ver Vitaminas. Existem várias hipóteses descrevendo o mecanismo de ação da vitamina D. Acredita-se que esta se fixaria na cromatina ou na membrana celular, provocando a liberação de um gene específico, com liberação do RN mensageiro, que codificaria a biossíntese de proteínas transportadoras de cálcio. Devido a sua ação nos mecanismos de absorção de cálcio e fósforo, a vitamina D tem sido utilizada na mineralização das matrizes dos ossos (osteosporose e crescimento) e em cardiopatias. A vitamina D é a mais tóxica das vitaminas, quando ingerida em quantidade excessiva. Dose diária de 10 mil a 20 mil UI em crianças e 60 mil UI em adultos pode provocar sintomas tóxicos tais como hipercalcemia, além de vômitos, dores abdominais, polidipsia, poliúra, diarreias e eventualmente desidratação. Não existe um consenso científico sobre as quantidades mínimas 106 diárias de vitamina D necessárias para que o organismo humano mantenha a homeostase normalde cálcio e fósforo inorgânico e uma mineralização normal dos ossos. Geralmente doses diárias na faixa de 400 UI a 600 UI são consideradas ideias para o adulto. No tratamento da osteosporose recomendam-se doses que variam de 500 a 1000 UI/dia de vitamina D2, ou 5 mg\dia de vitamina D3. IDR: Adultos: 5 mg ou 200 UI. Crianças: 10 mg ou 400 UI. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 800 UI para a vitamina D2 e de 5 mg para a vitamina D3. Vitamina E Ou (-tocoferol. A vitamina E e vários álcoois de estrutura química vizinha constituem outro importante grupo de antioxidantes. Anteriormente associava-se o seu uso somente a processos reprodutivos, tais como a indução à espermatogênese e a fertilidade em fêmeas. Atualmente estudos revelam sua potente ação como antioxidante, em imunodeficiências, nos processos de envelhecimento, em cardiopatias e como coadjuvante no tratamento do câncer. A vitamina E age protegendo as membranas biológicas dos efeitos oxidantes negativos dos radicais livres. Ela introduz-se nos lipídeos da camada mais externa, reforçando o tecido conjuntivo e favorecendo sua vascularização. Ao reagir com os radicais peróxidos, transforma-os em um radical mais estável e menos reativo, que pode ser reduzido a um álcool de ácido graxo pela glutation-peroxidase. Durante esta reação, a vitamina E toma a forma de um radical tocorefol que pode ser reconvertido pela ação da vitamina C nas membranas celulares. A vitamina E está presente em abundância no germe dos cereais integrais (principalmente no óleo de germe de trigo), no óleo de amendoim, no azeite de oliva. As doses diárias terapêuticas, ou nas hipovitaminoses estão entre 400 a 800 UI, mas podem ser superiores quando destinada a uma ação neutralizadora de radicais livres. IDR.: Adultos: 10 mg (15 UI). Crianças: 7 mg (10 UI), como dose de reposição fisiológica. A Vitamina E usualmente é bem tolerada. Altas doses podem provocar diarreia, dor abdominal e outros distúrbios gastrintestinais. 107 Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 1.200 UI. Lactentes: 20 UI/kg de peso corporal até o limite de 200 UI, ou 30 mg\dia. Pediátrico: 20 UI/kg de peso corporal até o limite de 400 UI, ou 60 mg\dia. Vitamina K Assim como a vitamina A e a vitamina C, ou o complexo B, vitamina K não é apenas uma vitamina, mas um termo genérico que designa um grupo, sendo que as suas formas naturais mais importantes são: K1, filoquinona ou fitonadiona e vitamina K2, que corresponde a uma família de substâncias chamadas menaquinonas; há também uma forma sintética, e a vitamina K3 ou menadiona. A letra que designa esta vitamina origina-se da palavra alemã koagulation. Embora pouco comentada como suplemento, e uma vitamina bastante importante para o organismo. A vitamina K tem várias funções biológicas conhecidas e muitas ainda desconhecidas. A mais importante é a síntese de vários fatores envolvidos na coagulação do sangue, reconhecida pelo papel que desempenha na prevenção de sangramentos. Também desempenha um papel significativo na mineralização óssea e, portanto, na manutenção da cicatrização normal de ossos e fraturas; por esta razão, estudos em andamento sugerem que a vitamina K possa ser benéfica na prevenção e tratamento da osteoporose pós- menopausa. Um estudo no Japão relatou que, em três mulheres em fase pós- menopausa com osteoporose, a perda de cálcio foi reduzida em 18 a 50% pelo tratamento diário com vitamina K. Em um estudo mais recente realizado em Londres, foi relatado que dezesseis pacientes idosos com osteoporose e fraturas apresentaram níveis sanguíneos significativamente reduzidos de vitamina K comparados aos grupos de indivíduos com níveis normais. Devido à sua ampla presença nos alimentos, a deficiência de vitamina K é incomum, incluindo-se que ela é também sintetizada de nos intestinos por bactérias da flora normal. Dentre os grupos de risco estão as pessoas que têm problemas de má absorção, que precisam de nutrição por via intravenosa, pacientes submetidos à terapia 108 prolongada com antibióticos orais, que seguem dietas de baixas calorias e consumidores de certas drogas como a colestiramina (reduz os níveis de colesterol), óleos minerais, anticonvulsivos (fenobarbital) e alguns antibióticos (cefalosporinas, por exemplo). Os sintomas de deficiência de vitamina K são a fragilidade capilar, caracterizada pelas equimoses fáceis e manchas roxas na pele. Há muita esperança recente quanto à possibilidade do seu possível papel no tratamento e prevenção do câncer. Descobriu-se que a vitamina K, especialmente a menadiona, inibe uma série de tumores humanos in vitro. Dentre eles estão os tumores de mama, ovário, cólon, estômago, rim e pulmão. A atividade da vitamina é comparável à de alguns agentes quimioterapêuticos altamente tóxicos. Atualmente, alguns testes em seres humanos estão sendo realizados usando a vitamina K isolada ou em combinação com outros agentes no tratamento de cânceres humanos. A vitamina K está amplamente presente nos alimentos e a deficiência é rara. Vegetais e laticínios são excelentes fontes. Na verdade, os alimentos que contêm lactobacilos, como o iogurte e a coalhada, são especialmente recomendados, uma vez que estes microrganismos são capazes de produzir a vitamina. Nos suplementos nutricionais, a vitamina K está disponível mais comumente na sua forma K1, ou filoquinona. O IDR de vitamina K para homens é de 80 microgramas, para mulheres de 65 microgramas diários e crianças de 30 mcg. Altas doses, superiores a 500 microgramas diários, podem causar reações do tipo alérgicas, por exemplo, erupções de pele, coceira e rubor. Foram relatados problemas hepáticos, embora incomuns, com o uso de altas doses desta vitamina. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 25 mg. Lactentes: 1 mg/kg de peso corporal até o limite de 10 mg. Pediátrico: 1 mg/kg de peso corporal até o limite de 25 mg. Ácido ascórbico Ver Vitamina C Ácido fólico O ácido fólico entra na constituição de várias enzimas catalizadoras 109 metabólicas de transferência de unidades, utilizadas em reações de metilação. Sua atividade mais importante refere-se à síntese de nucleoproteínas. Baixos níveis de ácido fólico no organismo ocasionam má formação das células vermelhas, acarretando anemias, principalmente megaloblásticas. Em certas ocasiões, a deficiência de ácido fólico encontra-se associada à leucemia, aos distúrbios mieloproliferativo, a certas doenças crônicas da pele e outras doenças debilitantes crônicas. É encontrado mais abundantemente nos legumes, verduras e fígado fresco. As doses de reposição nas carências, geralmente sugeridas estão compreendidas entre 2,5 e 5 mg, para um IDR de 20 mg para adultos e de 10 mg para crianças. O ácido fólico não possui efeitos tóxicos conhecidos, mesmo quando administrado em altas doses. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 20 mg/dia Dose pediátrica: 0,1 a 1mg\dia. Ácido pantotênico Um dos componentes do complexo vitamínico B. O ácido pantotênico está presente em todos os tecidos vivos, talvez em sua maior parte em forma combinada. A fonte mais rica em ácido pantatênico que se conhece, é a geleia real, onde é considerado responsável pelo desenvolvimento das abelhas rainhas, a partir das larvas. O lêvedo, fígado, rim, ovo, farelo de trigo e de arroz, amendoim e ervilhas possuem também quantidades relativamente grandes. O leite de vaca, a carne de vaca, de porco, de carneiro e de galinha, alguns peixes, otrigo, o centeio, a aveia e as batatas doces, possuem-no em quantidades moderadas. Já a maior parte das verduras e das frutas constituem fortes mais ou menos pobres da vitamina. A concentração do ácido pantatênico no sangue total é de 15 a 45 (média 30) g/100 ml. Componente da coenzima A, está relacionado com um certo número de reações metabólicas de importância fundamental. O ácido pantotênico parece participar da atividade adrenocortical, sendo essencial na produção de hormônios, a partir dos acetados ativos (acetil-coA) e do colesterol. Os animais com carência de ácido pantotênico apresentam níveis 110 baixos de colesterol nas suprarrenais, de glicogênio hepático e de glicose no sangue. Parece haver uma menor resposta funcional das suprarrenais ao estresse no homem, embora ainda não sejam totalmente conhecidas as manifestações de carência do ácido pantotênico. É possível que, pelo menos em parte, isso se deva à sua larga difusão nos alimentos e também por ser sintetizado, ainda que em grau limitado, pelas bactérias intestinais. Uma das fontes do ácido pantotênico é o pantotenato de cálcio. Alguns sintomas atribuídos à carência de outros elementos do complexo vitamínico B, podem ser devidos à falta deste fator. As exigências do homem com relação ao ácido pantotênico não são conhecidas. Recomenda-se a ingestão diária de 5 a 12 mg para 2500 cal., ou em média, em termos de IDR, de 6 mg para adultos e de 5 mg para crianças. Esta quantidade deve ser aumentada em presença de estresse forte (ex: doenças agudas, queimaduras, ferimento grave etc.), em particular quando em uso de antibióticos, devido à possível ocorrência de exaustão adrenocortical nos estados de carência de ácido pantotênico. É necessário lembrar que o consumo excessivo de açúcar refinado exige elementos do complexo B (fator desvitaminizante da sacarose concentrada no sangue), incluindo o ácido pantotênico. Os níveis máximos diários de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 1000 mg. Lactentes: 50 mg/kg de peso corporal até o limite de 500 mg. Pediátrico: 50 mg/kg de peso corporal até o limite de 1000 mg. Biotina Um tipo de vitamina cristalina, parte do complexo B (C10 H 16 N2O3)S), essencial para a ativação de muitos sistemas enzimáticos. Atua no metabolismo das gorduras e proteínas, além de ser sinérgica com as vitaminas B2, B6, a niacina. É encontrada em boa quantidade em alimentos como fígado, nozes, castanhas, amêndoas, arroz integral, gema de ovo, leite e leveduras. Também é sintetizada por bactérias da flora intestinal. A sua absorção, contudo, é reduzida em presença da substância denominada avitina, presente na clara do ovo (fixadora da biotina), o que pode acarretar deficiências desta 111 vitamina. Deve-se evitar, portanto o consumo excessivo da clara do ovo isolada. As necessidades de biotina são pequenas, mas a sua deficiência, conquanto rara, produz eczema de rosto e corpo, exaustão extrema, palidez, atrofia das papilas da língua, dores musculares e alterações no metabolismo das gorduras. A biotina contribui para evitar que o cabelo fique grisalho, ajuda no tratamento preventivo contra a calvície, alivia as dores musculares, alivia o eczema e a dermatite. IDR – Adultos: 150 mcg e crianças: 30 mcg. Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vigilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 2,5 mg. Lactentes: 0,125 mg/kg de peso corporal até o limite de 1, 25 mg. Pediátrico: 0,125 mg/kg de peso corporal até o limite de 2,5 mg. Colina Este é tido como um importante composto orgânico, pertencente ao grupo das vitaminas. Ela não é encontrada em grandes quantidades nos alimentos vegetais, mas em maior abundância na gema do ovo e no fígado; no entanto, os animais herbívoros e os vegetarianos podem sintetizar a colina a partir de substâncias simples presentes nas frutas comuns, oleaginosas, cereais integrais e verduras. É um dos precursores da acetilcolina e como tal, desempenha importante papel na transmissão nervosa. Está envolvida no metabolismo dos lipídios por ser parte integrante dos fosfolipídios. É importante no metabolismo porque a sua carência produz degeneração gordurosa do fígado, seguida de cirrose, necrose hemorrágica do córtex renal, atraso do crescimento, involução do timo, e redução da secreção láctea. Em doses concentradas, a colina é utilizada como um dos emulsificadores das gorduras e protetores hepáticos, aplicada no tratamento da cirrose do fígado e em outras doenças hepáticas, assim como na tuberculose e nas atonias intestinais. Atualmente é utilizada também no tratamento da demência e de doenças neurológicas, mais especificamente nas desordens extrapiramidais. Muito utilizada em formulações ortomoleculares e suplementares como preventivo das doenças do fígado e do metabolismo. As necessidades humanas giram em torno de 25 a 300 mg/dia. Sugere-se a dose diária de 200 mg/ dia para adultos e 70 mg/dia para 112 crianças. Não são citados efeitos tóxicos, mesmo em grandes doses. Inositol Um composto orgânico do grupo das vitaminas do complexo B. O inositol é um haxálcool derivado do cicloexano, sendo um isômero da glicose. Está ligado também ao metabolismo das gorduras, no transporte de cátions através da membrana celular e no metabolismo das mitocôndrias. É encontrado nos músculos, vísceras e em diversas plantas. Pesquisas recentes no campo da bioquímica têm apontado o inositol como um agente capaz de reduzir a congestão do fígado e proteger os hepatócitos. Participa de inúmeras fórmulas suplementares e ortomoleculares. Não são citados efeitos tóxicos de doses elevadas. As doses recomendadas estão entre 25 e 300 mg./dia. Niacina Ou ácido nicotínico. É um dos componentes da vitamina B3, que é composta também pela niacinamida, uma amida do ácido nicotínico. O ácido nicotínico é considerado a protovitamina B3. É utilizado em doses altas como vasodilatador nos casos de espasmos de artérias cerebrais, retinianas e auditivas. Tem importância também por ser a precursora da niacinamida. Ver Vitamina B3 e Niacinamida. IDR.: Adultos: 18 mg, Crianças: 13 mg. Niacinamida Ou nicotinamina. Juntamente com a niacina, forma a vitamina B3. A niacinamida é também chamada de vitamina PP. Utilizada no tratamento das demências, neuroses e perturbações psíquicas, principalmente derivadas do estresse. Em grandes doses (farmacodinâmicas), tem a propriedade de inibir a formação da adrenalina (inibe a metilação da noradrenalina) e, consequentemente, dos seus derivados tóxicos, o adrenocromo e a adrenolutina, capazes de perturbar o equilíbrio neuroendócrino. Ver Vitamina B3 e Niacina. 113 Proteínas e aminoácidos Proteínas As proteínas e seus elementos estruturantes, os aminoácidos, são o principal nutriente para as células do sistema imunológico. Proteínas são moléculas grandes e complexas que desempenham vários papéis importantes na natureza dos seres vivos e no organismo. Elas fazem a maior parte do trabalho nas células e são necessárias para a estrutura, função e regulação dos tecidos e órgãos do corpo. As proteínas são constituídas por centenas ou milhares de unidades menores chamadas aminoácidos, que estão ligadas uma à outra em cadeias longas. Existem 22 tipos diferentes de aminoácidos que podem ser combinados para produzir uma proteína. A sequência de aminoácidos determina a estrutura tridimensional única de cada proteína e sua função específica. As proteínas podem ser descritas de acordo com sua ampla gama de funções no corpo, como hormônios, anticorpos, enzimas (protease, lipase, amilase), compostos mensageiros (citocinas),compostos transportadores (ferritina), componentes estruturais (colágeno, por exemplo). Colágeno - a proteína estrutural básica O colágeno é a principal proteína fibrosa insolúvel na matriz extracelular e no tecido conjuntivo, presente em todo o organismo e em elevada concentração no nas cartilagens, tendões, ligamentos, derme, pele, etc. É a proteína mais abundante no reino animal. Existem pelo menos 16 tipos de colágeno, mas 80 a 90 por cento do colágeno no corpo consiste nos tipos presentes em tendões e cartilagens, além da pele. As moléculas de colágeno se entrelaçam para formar fibrilas finas e longas de estrutura semelhante. Há um tipo que, ao contrário, forma um retículo bidimensional. Vários outros tipos associam-se a colágenos tipo fibril, ligando-os uns aos outros ou a outros componentes da matriz. Ao mesmo tempo, pensou-se que todos os colágenos fossem segregados por fibroblastos no tecido conjuntivo, mas agora sabemos que numerosas células 114 epiteliais fazem certos tipos de colágenos. Os vários colágenos e as estruturas que eles formam servem o mesmo objetivo, para ajudar os tecidos a suportar o alongamento. O organismo sintetiza normalmente todo o colágeno necessário para a sua manutenção, porém, com a idade, stress e pelos efeitos da alimentação industrializada e seus antinutrientes característicos (açúcar branco, cereais sem fibra, refrigerantes, etc.), existe redução dessa produção, o que exige a sua suplementação. Suplementos de colágeno No mercado existem vários tipos de suplementos e complementos alimentares à base de colágeno, sendo que cerca de 95% deles tem como base o colágeno bovino, extraído de patas e articulações dos animais. Há suplementos capazes de suprir ou contribuir para a produção de colágeno do organismo, os alginatos, derivados de algas marinhas (principalmente do agar-agar), que podem ser 10 a 20 vezes mais potentes que os colágenos bovinos. Para a sua absorção adequada, o colágeno de origem bovina deve ser hidrolisado, de preferência com um pouco de vitamina C, para facilitar a bioabsorção. A suplementação diária ideal de colágeno hidrolisado depende da idade e da atividade da pessoa, mas em média é de 5 a 15 gramas por dia em pó ou cápsulas. Proteínas do soro do leite (CPSL) O Concentrado liofilizado de proteínas do soro do leite (CPSL), é um suplemento alimentar, derivado do soro do leite bovino, a partir de uma composição láctea modificada, cuja fórmula foi desenvolvida na Universidade de Logan, Estados Unidos, patenteada pelo cientista, Dr. Roy A. Brog. Comparado ao leite animal tipo A o CPSL é muito superior e mais fácil de digerir, favorecendo um índice de absorção e aproveitamento nutritivo ideal ao corpo humano. É um produto puro, com um nível de microrganismos e bactérias praticamente nulo, quando comparado ao leite animal “in natura “, apresentando excelente sabor. 115 O CPSL é classificado nutricionalmente como um “análogo lácteo “, pois a sua composição é, de certo modo, similar à do leite em alguns de seus componentes. Quando o leite de vaca é separado em coalho e soro liquido, os micro minerais permanecem no soro, e quando remove-se o seu conteúdo de água e gorduras para a preparação do pó de soro (ou soro desidratado), o resultado é um produto com teor concentrado de eletrólitos de leite. Mais de 50 % da parte sólida do leite consiste de gordura e caseína que são transformados em queijos. Retirando-se esta parte sólida o resultante é pó de soro, com alta concentração de minerais de traço. As análises mostram que o pó de soro possui mais que o dobro de minerais de traço ou eletrólitos que o leite em pó. Na produção do CPSL, ocorre uma redução de 10 % dos casei natos e aumento de 90% de lactoalbuminas, que são proteínas ricas em aminoácidos. Há eliminação de lipídios saturados e colesterol e redução da lactose, através de processos de ultrafiltração. Há produtos no mercado completamente livres de lactose. Resumindo, além de proteínas e aminoácidos de elevada assimilação, o CPSL contém vitaminas e minerais, carboidratos, gorduras leves e enzimas biológicas. Uma colher de sopa de CPSL apresenta 25 % das necessidades nutricionais diárias (R.D.A) para um adulto comum, não desportista. O produto é indicado como suplemento proteico-nutricional para todas as pessoas, de qualquer idade, sem nenhuma contraindicação, principalmente para compensar longas jornadas diárias de trabalho físico e/ou mental, para estudantes, esportistas, grávidas e lactantes, convalescentes, ou para programas de controle ou redução de peso (um copo de CPSL contém apenas 90 calorias contra 160 do leite tipo “A”). É um importante produto para a nutrição infantil. A proteína de soro é uma das melhores fontes de aminoácidos conhecida, mas é reconhecida também por sua capacidade de aumentar a resistência imunológica. A lactoalbumina (a principal proteína de soro), foi cientificamente comprovou ser 2.4 vezes mais nutritiva que a proteína do ovo e 5 vezes mais que a caseína em relação a sua capacidade imunológica. Estudos confirmam que os aminoácidos da lactalbumina são os responsáveis pelo aumento da capacidade imunológica. A quantidade sugerida para uso é de 2 a 3 colheres de sopa/dia do 116 pó de CPSL (misturadas a alimentos, sucos, vitaminas, etc.) para adultos não atletas. Desportistas e pessoas fisicamente ativas podem utilizar até o dobro da dose. Para crianças, as quantidades para consumo podem ser inferiores, mas o ideal é que sejam estabelecidas por nutricionistas. O produto não deve ser aquecido para evitar a degradação dos nutrientes. Aminoácidos Nome genérico de compostos químicos que possuem as duas funções, amino e ácido, que constituem os elementos essenciais das proteínas. São fundamentais para a matéria viva e indispensáveis na alimentação. Todas as proteínas são formadas por aminoácidos ligados entre si por cadeias peptídicas. São conhecidos atualmente 22 aminoácidos principais, divididos em 10 essenciais e 12 não essenciais. A bioquímica moderna entende que os primeiros (essenciais) não podem ser sintetizados pelo organismo humano, que, no entanto, é capaz de sintetizar os aminoácidos não essenciais. Atualmente tem se observado que o organismo pode sintetizar. Em situações especiais, até mesmo aminoácidos essenciais através de atividades hepáticas especiais. Normalmente, o fígado que produz 80 por cento dos aminoácidos necessários. Os aminoácidos conhecidos até hoje são, por ordem alfabética: ácido aspártico, ácido glutâmico, alanina, arginina, cisteína, cistina, diiodotirosina, fenilananina, glicina, hidroxilisina, hidroxiprolina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, prolina, serina, tireonina, tireoxina, tirosina, triptofano e valina. Aminoácidos essenciais São assim considerados os aminoácidos não sintetizados pelo organismo em situações comuns; portanto, devem ser obtidos do meio exterior, por meio da alimentação ou da suplementação. Os aminoácidos essenciais são 10: Ácido glutâmico, alanina, arginina, fenilananina, histidina, isoleucina, leucina, metionina, triptofano e valina. As combinações dos aminoácidos conhecidos formam mais de 117 50.000 tipos de proteínas classificadas, além de maisde 20.000 tipos de enzimas. Para uma proteína ser considerada de boa qualidade ela deve conter a maior quantidade possível de aminoácidos essenciais, no entanto, cada proteína tem um aminoácido predominante. Entre numerosas outras funções, os aminoácidos permitem que as vitaminas e os minerais possam ser aproveitados e que atuem adequadamente nos sistemas bioquímicos, principalmente no metabolismo. A carência de qualquer aminoácido pode prejudicar a absorção de nutrientes, incluindo outros aminoácidos. Hoje, tratamentos com suplementação de aminoácidos têm sido relatados como eficazes em numerosas doenças, principalmente relacionadas com a estrutura muscular e o metabolismo cerebral. Aminoácidos estão disponíveis em diversas formas, seja em pó, cápsulas, drágeas, bebidas, etc., sendo que a sua dosagem e posologia, variam de um produto para outro, segundo o objetivo e a indicação do aminoácido. As fontes normalmente utilizadas para a elaboração dos produtos comerciais são tecidos animais, levedura, leite bovino ou caprino, soro do leite bovino, clara de ovo, albumina, ou proteínas vegetais (sendo as da soja, do arroz e do trigo, as mais comuns). Os grãos de cereais integrais são mais ricos em triptofano (película), em lisina e em ácido glutâmico (no glúten). O arroz integral, além desses, é rico em treonina. As frutas oleaginosas, possuem lisina e metionina. Os legumes em geral são ricos em metionina e triptofano. A soja é particularmente rica em diversos aminoácidos, mas principalmente de metionina. É hoje comprovadamente possível obter todos os aminoácidos de fontes vegetais. A carne bovina é uma fonte de aminoácidos atualmente em questão. Ela fornece a maior parte dos aminoácidos, no entanto, se a ingestão diária for superior a 1 grama por quilo de peso, inicia-se uma elevação prejudicial do metabolismo nitrogenado, proporcional à quantidade de carne ingerida. Combinando-se vários vegetais e alguns laticínios, ovos e peixes, é possível obter todos os aminoácidos necessários para a nutrição humana, e em quantidades exigidas para a manutenção de todas as funções corporais, sem o inconveniente da elevação dos resíduos nitrogenados. Dietas hiperprotêicas à base de carne animal estão relacionadas hoje como causa de diversas patologias, como o câncer, as doenças cardiovasculares, as doenças reumáticas, o envelhecimento 118 precoce, a elevação dos radicais livres capazes de provocar processos degenerativos em geral. Recentemente comprovou-se que a proteína bovina e suína, quanto exposta a temperaturas superiores a 90 graus, por mais de 10 minutos, sofrem uma redução da quantidade de proteínas úteis (termolábeis), e elevação das lipoproteínas associadas a ácidos graxos saturados e polissaturados. Compostos de aminoácidos são hoje comuns no campo da suplementação, principalmente em produtos para atletas, desportistas em geral, crianças em crescimento e convalescentes. A dosificação dos aminoácidos é relativa e depende do objetivo, caso e do aminoácido. Atletas podem utilizar doses mais elevadas, mas devem obedecer às orientações de profissionais gabaritados. Não é costume direcionarmos prescrições de aminoácidos às farmácias de manipulação, mesmo porque isso é extremamente dispendioso e desnecessário. A maior parte dos produtos comerciais importados disponíveis apresentam doses balanceadas e seguras, desde que obedecidas as posologias e indicações do fabricante. Lembramos que para máxima utilização e eficiência, os aminoácidos devem ser ingeridos pelo menos uma hora antes das refeições ou com estômago vazio. Para aumentar a utilização dos mesmos, deve- se ingerir um complexo multivitaminico-mineral que contenha vitaminas do complexo B, vitamina C e vitamina E. A seguir a descrição das propriedades e funções dos principais aminoácidos. Cada aminoácido aparece em seu nome comum, mas lembramos que cada um deles é precedido da letra L. Assim quando grafamos “ácido aspártico”, entenda-se “ácido L-aspártico”, que é a forma levógira como o ácido aparece primariamente na natureza, ou seja, sem modificação química. Ácido aspártico Considerado muito útil nos casos de fadiga crônica. Tem capacidade de remover o nível de amônia do organismo e é protetor do fígado. Ajuda a aumentar a resistência do organismo, sendo um neuroexcitante. Utilizado com eficácia relativa na recuperação da dependência de 119 opiáceos. Descobriu-se que este aminoácido é mais útil do que algumas drogas psicoativas. No passado, as pessoas que tomaram os sais de potássio e magnésio do ácido aspártico e se sentiram significativamente mais energéticos, deram início à propaganda de que este aminoácido eleva os níveis energéticos do organismo. Contudo, há controvérsias sobre este efeito. Mesmo assim existem muitos produtos para atletas que incluem este aminoácido. Não se recomenda o uso deste aminoácido em doses superiores a 1,5 mg/dia, salvo sob supervisão médica. Dose: 500 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 3.000 mg. Ácido glutâmico Como L-glutamato, representa a principal via de biossíntese do ácido gama aminobutírico (GABA), que é um neurotransmissor inibidor que atua como ansiolítico, relacionado com os benzodiazepínicos. Metaboliza açúcares e gorduras, contribuindo no tratamento das desordens mentais. Dose: 100 mg, 3 vezes ao dia. Alanina Participa no metabolismo energético e da glicose; atua na hipoglicemia. Atua também no sistema imunológico, reproduzindo os linfócitos. Indicada nos cálculos renais junto com a vitamina B6. Dose: 250 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 3.000 mg. Arginina Trata-se de um aminoácido somente essencial para crianças em crescimento; não é um aminoácido essencial para adultos, mas é muito importante e necessário para o metabolismo muscular. Estimula a liberação do hormônio de crescimento, atua nas ações de desintoxicação do fígado, melhora as respostas do sistema imunológico, é importante na espermatogênese e atua em distúrbios renais. Utilizado no tratamento auxiliar da infertilidade masculina. Existem vários estudos em andamento mostrando desde já que este aminoácido tem efeito considerável no aumento da imunidade e combate ao câncer. 120 Desempenha um papel muito significativo também nos processos de cicatrização. Ajuda a regular e sustentar os principais componentes do sistema imunológico. Tem demonstrado importantes propriedades hepatoprotetoras. Parece ser capaz de desenvolver os músculos e eliminar as gorduras saturadas, daí ser amplamente utilizada em formulações para atletas como anabolizante. Pode haver deficiência relativa de arginina em casos de traumas cirúrgicos e alguma outra forma de estresse. Não deve ser utilizado na gravidez, durante a amamentação e em pessoas propensas a erupção de herpes. Fontes alimentares da arginina são: carne, leite, ovos, queijos, alho, ervilhas, grãos e chocolate. Dose: 500 a 1000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 6.000 mg. BCAA Acrônimo de branched chain amino acids ou “cadeia ramificada de aminoácidos”, composta comumente pela isoleucina, leucina e valina, fundamental para a formação da fibra muscular, para o metabolismo dos músculos e para a reposição do desgaste proveniente da exigência física. São responsáveis pela formação de 35% do tecido muscular. São essencialmente anabólicos e muito indicados para atletas por terem importante valor na síntese das proteínas e por minimizar a quebra das mesmas, ajudando no ganho de massa muscular com qualidade e definição. Os BCAA‘s são muito utilizados nas composições e suplementos para atletas e utilizados no tratamento da artrite. Carnitina A carnitina é considerada pela maioria como sendo um aminoácido, mas, tecnicamente é um ácido metílico. A carnitina ajuda a regularo metabolismo da gordura no coração e nos músculos comuns, servindo de transportador de ácidos graxos até a mitocôndria. O metabolismo dos ácidos graxos em pessoas obesas tem sido melhorado com a suplementação da carnitina. Ela ajuda prevenir o acúmulo de gorduras saturadas, aumentando a utilização dos ácidos graxos. Dose: 500 a 1000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 3.000 mg. 121 Cisteína Aminoácido não essencial, composto orgânico aminado e sulfurado, encontrado nos produtos de hidrólise da ceratina. Existe nos tecidos em estado livre ou compreendida no glutation (combinação de ácido glutâmico, cisteína e glicocola). É importante por ser a matéria prima da síntese da taurina (aminoácido) e dos taurocolatos da bile. Tem papel importante nos processos de oxirredução, por transformar-se reversivelmente em cistina, permitindo que este aminoácido se combine com o glutation. Está envolvida na síntese da coenzima A e é parte da enzima glutation peroxidase. Um dos aminoácidos de ação antioxidante mais potente: juntamente com o selênio e a vitamina E, atua na eliminação dos radicais livres; além disso age como protetor das células hepáticas e cerebrais contra o fumo e o álcool; fluidifica o muco do trato respiratório, remove o excesso de cobre do organismo, auxilia na formação da queratina que é a principal proteína do cabelo, pele e unhas. atua na queda de cabelo e na psoríase. Estudos mostram que a L-cisteína é capaz de prolongar significativamente a sobrevida de animais em experimentos e possui bons efeitos desintoxicantes. Dose: 500 a 1000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 4.000 mg. Fenilalanina Um dos aminoácidos mais importantes, sendo precursor da tirosina e das catecolaminas. É um precursor dos neurotransmissores epinefrina e do hormônio de supressão do apetite CCK, por isso, pode ser muito útil durante as dietas alimentares de emagrecimento, porém, deve ser evitado em grávidas, portadores de hipertensão arterial e alterações cardiovasculares. Nas suas formas tanto D como L este aminoácido parece produzir um efeito parecido com a endorfina, por isso têm-se relatado um efeito analgésico principalmente nas dores de cabeça e dores crônicas nas costas e no alivio da depressão. A fenilcetoanúria está associada à defeito genético no metabolismo da fenilalanina (ausência de enzima fenilalaninahidroxilase). A doença está relacionada ao retardamento mental e os níveis de fenilalanina na urina dos pacientes é muito superior ao normal; além disso, estes pacientes têm drástica perda de vitamina B6. 122 Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 4.000 mg. Glicina A glicina é um aminoácido que participa na síntese das purinas e da hemoglobina. Age na hiperacidez gástrica diminuindo os efeitos colaterais do uso de aspirina. Indicada na gota, na hiperlipidemia, na miastenia gravis e na psicose maníaco-depressiva. Usada também na depressão bipolar, nas doenças da próstata e em diversas alterações do sistema nervoso central. É um inibidor neurológico, sendo uma das principais fontes de crescimento e desenvolvimento muscular. Auxilia na saúde da próstata, ajuda na recuperação da pele e do tecido muscular. Com a arginina e a metionina, forma a creatinina. Dose: 500 a 1000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 3.000 mg. Histidina É uma precursora da histamina. É essencial para o crescimento principalmente em neonatos e prematuros com deficiência de cisteína e imaturidade do fígado em converter a metionina. É coadjuvante no tratamento das alergias e da artrite reumatoide. Estudos recentes apontam a sua capacidade de reduzir a hiperacidez gástrica, além de ser promissora no tratamento da artrite reumatoide, sempre em doses mais elevadas. A histidina auxilia na produção de células vermelhas saudáveis. Também é benéfica para a circulação do sangue em função de seu efeito dilatador sobre os vasos sanguíneos. É útil também na manutenção da flexibilidade das juntas Dose: 250 a 1000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 5.000 mg. Isoleucina Um dos aminoácidos menos estudados, a isoleucina é um regulador da glicose sanguínea e quando utilizada juntamente com a Leucina e a Valina ajuda no metabolismo dos músculos. Incrementa a síntese da hemoglobina. Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária:8.000 mg. 123 Leucina É uma das principais fontes de energia durante exercícios prolongados. Também aumenta a síntese e armazenamento de proteínas. A leucina faz parte dos aminoácidos de cadeia contínua, que são metabolizados somente no tecido muscular, importantes componentes de qualquer programa de esportes. A leucina aumenta a capacidade de cicatrização óssea, da pele e do tecido muscular. É recomendada para as fases pós-cirúrgicas e convalescenças. Um excesso deste aminoácido pode causar hipoglicemia. Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 12.000 mg. Lisina Fundamental para o crescimento e desenvolvimento dos ossos em crianças, ajuda na absorção do cálcio e a manter o balanço nitrogenado em adultos. Mais recentemente descobriu-se que a lisina, em doses mais elevadas (acima de 1 g./dia) aumenta a imunidade aos resfriados e ao herpes devido a sua capacidade de formar inúmeros anticorpos. Contribui também para a produção de hormônios e das enzimas necessárias à cicatrização dos tecidos. A lisina tem importante ação no bloqueio de enzimas que dissolvem o colágeno e, por isso, tem emprego como suplemento no câncer e nas infecções agudas ou crônicas. Atualmente é um recurso utilizado no tratamento do herpes simples, por ser um antagonista da arginina, envolvida no desencadeamento das crises de herpes em pessoas portadoras. Pela sua ação imunoestimulante, tem aplicação no tratamento da infecção pelo HIV. Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 8.000 mg. Metionina Um dos 22 aminoácidos, pertence ao grupo dos 10 essenciais (não sintetizados pelos seres humanos). Indispensável ao organismo para o equilíbrio bioquímico e o crescimento. Indispensável ao organismo para o equilíbrio bioquímico e o crescimento, necessitando ser 124 reposto diariamente. Empregado como componente nas formulações como complemento dietético e por seu efeito protetor da célula hepática contra a infiltração gordurosa. Considerado um dos mais ativos agentes lipotróficos. Além disso, estimula a síntese de glutation, diminui o pH urinário, tua positivamente em alguns tipos de depressão, na esquizofrenia e na Doença de Parkinson e também como antialérgico. Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 3.000 mg. Prolina Juntamente com a hidroxiprolina, a glicina e a hidroxilisina, forma o colágeno. É parte da substância P, que é um tetrapeptídeo (arginina- prolina-lisina-prolina). Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 3.000 mg. Serina Um dos componentes na formação das esfingomielinas do cérebro. Um estimulante do sistema imunológico, elevando os níveis de anticorpos. Importante no metabolismo das gorduras e ácidos graxos e para o crescimento muscular. Atualmente tem demonstrado capacidade no combate à dor. Dose: 250 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 3.000 mg. Taurina A taurina age sobre o aparelho cardiovascular, aumentando a contratilidade e a excreção de sódio e água. Atua nas retinopatias e retinites, na hipertensão arterial, na epilepsia e nos casos de redução do ácido clorídrico no estômago. Um importante componente da bílis, atua também da nivelação do colesterol. Utilizada atualmente em composições para o tratamento da hiperatividade infantil, epilepsia e disfunções cerebrais. Tem respeitável ação contra a ansiedade. Ajuda a estabilizar e a manter a saúde do cérebro e dosistema nervoso. É um dos principais aminoácidos neuroinibidores que reduz a transmissão dos impulsos nervosos de uma célula para outra, é também importante no metabolismo das gorduras. Indicado na 125 insônia, nas depressões leves, no estresse, além de ajudar baixar o colesterol e os triglicérides. Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 3.000 mg. Tirosina Importante por participar na síntese da epinefrina, dopamina e melanina. Considerada eficaz contra a ansiedade, nos distúrbios do sono, nas síndromes de abstinência e na desintoxicação de drogas. Segundo os novos estudos, pode ser um bom antidepressivo e energizador psíquico, capaz de aumentar o desempenho sob estresse. A tirosina é usada pelas glândulas tireoide e adrenal para a síntese hormonal. A tirosina também auxilia no combate aos problemas alérgicos. Atua fortalecendo o músculo cardíaco, controla o apetite, melhora a atividade sexual e as funções da hipófise. Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 100mg/Kg de peso. Treonina Importante na síntese do colágeno, da elastina e da proteína do esmalte dos dentes. Tem ação no sistema imunológico, no controle aos ataques de epilepsia, no parkinsonismo, ajuda a manter o balanço proteico. Também age contra a depressão. Contribui para o bom funcionamento do fígado, sendo um fator lipotrópico. É particularmente útil na produção dos lipídios da membrana celular e na promoção de um funcionamento saudável do timo. Utilizado atualmente como auxiliar no tratamento da Doença de Parkinson e da artrite reumatoide. Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 4.000 mg. Triptofano É um aminoácido muito importante por ser precursor da serotonina, da melatonina, e de outros mediadores químicos cerebrais; quando os níveis de triptofano estão reduzidos, há menor crescimento cerebral, tendência à depressão (redução da serotonina) e ansiedade. Ele trabalha em parceria com várias vitaminas do 126 Complexo B, otimizando as suas ações metabólicas. Eficaz no tratamento do estresse, da depressão, dos distúrbios do sono, da hiperatividade em crianças, das dores de difícil controle (dores de cabeça, dor de dente, dor do câncer). Apontado atualmente como útil nos casos de ansiedade alimentar com excesso de consumo de alimentos. Parece ser um controlador útil do humor e capaz de suprimir os desejos de alimentos, álcool e anfetamina. ajudando também na formação muscular. Altas doses podem desencadear efeitos colaterais em algumas pessoas. Dose: 500 a 1.500 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 3.000 mg. Valina Assim como a leucina e a isoleucina, contribui para o metabolismo muscular e participa do balanço nitrogenado. Atua como um estimulante natural dos tecidos e está envolvida com a regeneração do tecido. É o principal componente da família de cadeia contínua que permite o armazenamento das moléculas que produzem energia. É melhor quando usado em conjunto com dois outros a leucina e a isoleucina (ver BCAA). Dose: 400 a 1.600 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 6.400 mg. Ornitina Composto aminado considerado por alguns autores como pertencente à família dos aminoácidos, relacionada sinergicamente com a L-arginina na liberação do hormônio do crescimento (GH). Ajuda a estimular o sistema imunológico e tem grande influência na energia corporal, ajuda também na regeneração da célula hepática. Não deve ser usada em pessoas com tendência à esquizofrenia. Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 3.000 mg. Creatina Composto orgânico semelhante aos aminoácidos. Sua presença no tecido muscular principalmente em sua forma fosforilada (creatina- 127 fosfato) representa uma das principais formas de reserva de energia para nutrir os músculos. A síntese biológica da creatina deriva dos aminoácidos arginina, glicina e metionina. A arginina é metabolizada nos rins, com o auxílio da glicina em guanidinoacetato, que por sua vez, é metilado no tecido hepático, pela ação da metionina, transformando-se em creatina. A suplementação com creatina aumenta a concentração de creatina- fosfato nos músculos, melhorando a sua performance e capacidade muscular nos exercícios de alta intensidade por períodos curtos. Aumenta significativamente a força muscular, o volume e o peso dos músculos. Uma vez que a captação da creatina pelos músculos depende de insulina, preconiza-se sua ingestão com bebidas com carboidratos concentrados, cromo e vanádio. Glutamina A glutamina é um composto aminado, derivado do ácido glutâmico, classificado como um aminoácido não essencial (sintetizado pelo organismo), encontrado no músculo, perfazendo aproximadamente 50% de todos os aminoácidos livres. Tem muitas funções no organismo, entre elas a desintoxicação da amônia, a regulação da síntese proteica, é um precursor do nitrogênio, promove a hidratação celular (uma das razões de aumentar a massa muscular), estimula a produção do hormônio do crescimento, mantém o equilíbrio acidobásico, auxilia no sistema imunológico, aumenta a produção de glicogênio no fígado. Portanto tem ação anticatabólica e anabólica. É muito utilizada como suplemento para atletas. Vem sendo muito estudada em nutrição esportiva, como eficiente no combate à síndrome de over treino e ao catabolismo muscular, normalmente ocorrido em atletas submetidos a grande esforço físico. A dose indicada é de 10 a 20 gramas por dia; sendo que o principal horário para sua utilização é logo depois do treino. 128 Uma fórmula sinérgica ideal para promover a imunidade e proteger o organismo Os alimentos e suplementos já apresentados podem ser escolhidos para uso frequente, ou podem ser prescritos por profissional de saúde. Quanto aos alimentos de potencial adaptogênico, é fácil escolher e deles fazer uso frequente, mas quanto aos suplemento, pode haver alguma dúvida, principalmente porque eles podem ser escolhidos para uso tanto isoladamente, quanto numa fórmula composta por vários deles. Para contribuir, a seguir apresento uma fórmula ideal básica – e eficiente - que pode ser usada de modo contínuo, para a modulação perene do sistema imunológico, com ação tanto preventiva quanto terapêutica, em caso de presença de alguma enfermidade provocada por microrganismos. Fórmula imunomoduladora e adaptogênica básica: Vitamina A................................4.000 U.I. Vitamina C................................500 mg Vitamina D(3)...........................2.000 U.I. Vitamina E................................145 mg Glutamina.....................................227 mg Selênio......................................68 mg Zinco...........................................30 mg Própolis verde..............................900 mg Compostos fenólicos (própolis verde)....2 mg Explicando a ação da fórmula A ação de cada componente da fórmula já foi devidamente explicada anteriormente na explanação de cada item. Nessa fórmula, esses componentes, uma vez juntos, completam-se e potencializam-se, numa ação sinérgica, promovendo a modulação imunológica e o equilíbrio homeostático, com efeitos não somente no sistema de defesa, mas em todo o organismo e nas suas diversas funções. Essa formulação deve ser usada regularmente para a prevenção de viroses de qualquer tipo, representando um grande recurso protetor. 129 Certamente que uma fórmula terapêutica deve ser prescrita por profissional de saúde habilitado e conhecedor da matéria (médico, dentista, nutricionista, farmacêutico, enfermeiro padrão), porém, essa mesma fórmula já existe pronta, nessa composição, disponível no comércio, como resultadode nossas pesquisas e sob nossa supervisão médica. Para maiores detalhes de como obter o suplemento completo, entrar em contato com o autor por e-mail: rmbontempo@gmail.com mailto:rmbontempo@gmail.com 130 A importância da atividade física para a imunidade Atualmente a relevância da atividade física para a saúde é notória, porém, ao contrário, vale destacar que a vida sedentária é um dos piores fatores para a imunidade, pois além dos diversos males que provoca, a falta de atividade física reduz drasticamente a capacidade de defesa do organismo. A redução do aporte sanguíneo ao cérebro, músculos e órgãos ligados à imunidade (intestinos, timo, medula óssea, gânglios linfáticos, etc.) diminui a capacidades destes em realizar suas funções, principalmente pela redução da oxigenação, aumento consequente da concentração de gás carbônico, de ácido lático, de toxinas, de radicais livres e sinalizadores inflamatórios. A redução das dopaminas e endorfinas, comuns na vida sedentária, também tem seu reflexo no sistema de defesas, pois determinam impacto no humor e consequentemente na desregulação do sistema nervoso autônomo, diretamente envolvido com o mecanismo de defesa. Por outro lado, exercícios físicos moderados são essenciais para manter a saúde e uma atitude equilibrada diante da vida, evitando as causas do estresse e tensão. Embora o sedentarismo seja muito prejudicial à saúde como um todo, o excesso de atividades físicas pode ser também deletério. A regularidade traz mais benefícios à saúde do que a intensidade da atividade física. Os benefícios comprovados cientificamente da atividade física adequada e moderada: Alívio das tensões emocionais Aumento da densidade óssea Aumento da massa muscular Aumento da produção de endorfinas Aumento do dinamismo e da motivação Desenvolvimento da aptidão física Desintoxicação do organismo Diminuição da ansiedade Estímulo ao emagrecimento Melhor oxigenação dos tecidos, mais para cérebro e coração. Melhora da atividade e da função sexual Melhora da composição sanguínea 131 Melhora da qualidade do sono Redução da pressão arterial Redução dos radicais livres Exercícios simples e eficientes para aumentar as defesas do organismo Quase sempre é possível se praticar algum tipo de atividade física, mesmo que não seja numa academia de ginástica, como dança, arte marcial, esporte, natação, etc. Muitas vezes a desculpa da falta de tempo é apenas um reflexo da preguiça de se movimentar o corpo. Para quem pode, acordar mais cedo e praticar caminhadas, mesmo ao redor do quarteirão, contribui enormemente para a saúde. Pode- se iniciar com caminhadas pequenas e leves, aumentando-se à medida em que o organismo se adapte. Algumas atividades domésticas também são possíveis, como os programas de ginástica fixa disponíveis na televisão, ou mesmo de ioga (hatha yoga), associados a exercícios respiratórios (tipo pranayama), relaxamento, etc. A prática chinesa do tai-chi-chuan é também um grande recurso para o bem estar físico e energético. Atualmente a técnica do Pilates tem mostrado excelentes resultados na melhoria da condição física e de saúde. Pedalada no ar Como dica de atividade física matinal de excelente efeito, recomendamos o pedalar no ar, um exercício simples e rápido, capaz de ativar a circulação sanguínea e a oxigenação de todo o corpo, logo ao se despertar. Como praticar Iniciar com uma breve extensão da coluna para trás, colocando-se um travesseiro numa cadeira e deitando-se de costas sobre ele, com cuidado, procurando arquear a coluna, tentando tocar levemente o chão. Trata-se da mesma posição que se obtém com o deitar de costas sobre a bola grande usada no Pilates. Aliás, o ideal é, se possível, adquirir um artefato desses para ter sempre à mão e usar. Manter por cerca de 3 minutos. Em seguida deitar-se de costas, sempre com a coluna reta, sobre um colchonete, ou mesmo na cama, elevando-se as pernas e pedalar 132 como se fosse numa bicicleta imaginária. Contar 25 pedaladas para frente e logo em seguida 25 para trás, elevando-se ao máximo a cabeça para forçar os músculos abdominais. Iniciar com a quantidade possível de movimentos seguidos. Pode-se começar por exemplo com uma sequência de 3 movimentos (cada movimento é configurado por 25 pedaladas para frente e 25 para trás) e ir aumentando à medida em que o organismo se adapte. Ideal é chegar a 10 movimentos todos os dias. Este exercício produz resultados excepcionais, com sensação agradável de bem-estar. Sua prática toma apenas alguns minutos e deve ser realizado logo ao se acordar. 133 Palavras finais Neste trabalho procurei contribuir com minha experiência, meu trabalho e minhas reflexões sobre um tema tão complexo, mas importante, que é a nossa imunidade. Não posso esconder de que o fato de neste período estarmos vivendo uma situação de pandemia da COVID 19 é um ensejo para ventilar esse tema, principalmente porque o resguardo e a proteção da imunidade tem sido os temas menos abordados nesta fase cientificamente obscura do momento. Apesar de centenas de estudos ligados aos efeitos da ivermectina, da hidroxicloroquina, de antiretrovirais, de antiandrogênicos eficientes, etc, para uma das únicas viroses conhecidas que tem cura, e além de uma imensa quantidade de sérios profissionais de saúde indicarem a prevenção e tratamento precoce para a COVID, não temos a pretensão de nos envolvermos nessa questão, preferindo uma mais objetiva e livre de tensão, que é a de apontar recursos consagrados pela ciência e completamente livres da mínima possibilidade de crítica quanto aos seus efeitos no organismo, que é o caso das vitaminas, minerais e antioxidantes aqui apontados. Assim, não há como, por exemplo, negar a ação potencializadora imunológica da vitamina C, cuja carência reduz drasticamente as defesas orgânicas. O mesmo pode ser dito quanto às demais vitaminas, como a D, a E e a A, além de minerais como o zinco, o cobre, o selênio. Sua ação é irrefutável e classicamente concagrada por milhares dos tais “estudos científicos”, tão exigidos em relação aos medicamentos acima abordados, mas cujo material que os comprova não é lido, ou considerado. Mas negar a importância desses nutrientes para a imunidade é como ignorar a farmacologia mais básica, as primeiras lições da escola médica, odonbtológica, biológica ou de qualquer profissão da saúde. Do mesmo modo, desconhecer os fatores alimentares e os hábitos modernos que depletam ou reduzem a presença ou a ação desses nutrientes (como os refrigerantes, o açúcar branco em excesso, as frituras deletérias, as gorduras saturadas, o estress, a vida sedentária, o excesso de medicamentos, etc.), procurando orientar os pacientes quanto a esses males, é como se alienar, esquecer a etiopatogenia das doenças e fixar sua terapêutica apenas em recursos sintomáticos, que nada resolvem em termos causais. 134 Um fato triste nesta pandemia, para não dizer inaceitável, é que estatísticas sérias de grupos médicos fidedignos (ver bibliografia científica abaixo) apontam que certa de 30% das mortes atribuídas à COVID 19, não são provocadas pelo vírus, mas por erro médico e, por não se proteger no sistema imunológic . Por exemplo, prescrever corticoides na fase inicial dos sintomas é condenar o paciente a ser internado, ou a morrer, pois corticoides são imunodepressores, e tudo o que um infectado precisa no início é ter seu sistema de defesas super ativo para combater o vírus. Porém, sem que se saiba exatamente a causa, corticoides são prescritos praticamente em todos os serviços, apesardos avisos dos médicos sensatos. Certamente corticoides podem ser prescritos na fase 3, ou inflamatória, se necessário. Antes disso é quase certo que o paciente poderá piorar e ser internado, entubado, etc. podendo ir a óbito e, ai sim, o fato será indevidamente registrado como morte por covid 19. Outro fato lamentável é a prescrição de antibióticos (geralmente a azitromicina), que são antibacterianos, quando estamos diante de uma virose. Na COVID 19, no início, não há pneumonia e sim pneumonite, ou seja, não há infecção, mas inflamação. Se houver pneumonia por bactérias, será um fato posterior, ou numa comorbidade e, ai sim um antibiótico (específico para aquela bactéria, após cultura e antibiograma), poderá ser aplicado. E tal inflamação não se somente à presença de vírus nas células dos alvéolos pulmonares. Eles agem nas hemácias, degradando a hemoglobina (hemólise); desse modo ocorre acúmulo de ferro (altamente oxidante) nos alvéolos e assim, um tipo de microtromboembolia, que densifica a região com acúmulo de líquidos (o que leva à dispneia, ou falta de ar). Portanto, não são antibióticos que resolverão tal situação, mas anticoagulantes bem dosados e aplicados. E desde os primeiros dias de faculdade aprendemos que não existe antibioticoterapia profilática (ou preventiva), pois cada bactéria é sensível ou resistente a este ou aquele antibiótico. Acrescente-se que o uso de antibióticos orais prejudica a flora intestinal saprófita, reduzindo a capacidade imunológica, também pela inibição da função das placas de Peyer dos intestinos. E antibióticos são prescritos sem o uso de probióticos, ou agentes protetores da flora intestinal, para piorar. 135 Inexplicavelmente, esqueceram de olhar para o sistema imunológico. Fala-se e discute-se sobre tudo, menos como potencializar as nossas defesas. A principal função orgânica capaz de nos proteger é negligenciada, esquecida. Raras as prescrições contra a covid 19 onde vemos a presença da importante vitamina C, da vitamina D, do zinco, de probióticos e de imunomoduladores adaptagênicos. A maior arte dos médicos que assim agem esqueceram as bases da clínica e da terapêutica, da fisiopatologia e das noções de metabolismo, de imunologia e, enfim, de Medicina! Pouco se fala sobre acidificação do organismo, de alimentação industrializada repleta de agentes imunodepressores, como o açúcar branco, os refrigerantes, as gorduras saturadas, os xenobióticos, os metais pesados, etc. Ao invés de estimular a atividade física, as autoridades recomendam “ficar em casa”, onde certamente o sedentarismo irá contribuir para estados depressivos, tanto mentais quanto imunológicos. Portanto, fica aqui a nossa contribuição para que o leitor, principalmente se profissional de saúde, amplie e aplique seus conhecimentos sobre como resguardar esse relicário precioso, núcleo fundamental da nossa saúde, que é o nosso sistema imunológico. 136 Bibliografia Obras do autor utilizadas Curas Médicas Extraordinárias – Bontempo, M. et Al. Editora Mizuno. São Paulo. 2019. Guia para a Prescição em Nutrologia e Medicina Biomolecular. Vademecum. Bontempo, M. Tagore Editora. Brasília. 2019. Alternativas Atuais para a Prescrição Médica. Bontempo, M. 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