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44 Unidade II Unidade II 3 OPERACIONALIZAÇÃO 3.1 Projeto e operação de centros de distribuição No projeto e na operação de centro de distribuição, os conceitos de normalização e padronização são de extrema importância. A distribuição física é o ramo da logística empresarial que trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais da firma. Para a grande maioria das empresas industriais, é a atividade mais importante em termos de custo, pois absorve, segundo Ballou (2015), dois terços dos custos logísticos. A logística de transportes caracteriza‑se como um segmento da logística responsável pelo planejamento, gerenciamento e controle de serviços, sendo auxiliadora no processo de tomada de decisão para a escolha do modal, ou modais, de transporte mais apropriados para operacionalizar o sistema de fluxo de mercadorias na esfera geográfica local, regional, nacional e até internacional e agregando critérios logísticos de desempenho, tais como rapidez, eficiência, confiabilidade, segurança e baixo custo (PEREIRA, 2015). Dessa forma, ressalta‑se que o transporte tem a função de tornar viável o fluxo de matérias‑primas, materiais semiacabados, equipamentos, entre outros. No contexto logístico, o transporte é caracterizado como o serviço operacional de maior destaque no processo de movimentação de mercadorias entre as organizações (PEREIRA, 2015). Isso significa dizer que o transporte é ideal para garantir que as entregas das organizações cheguem no prazo determinado ao cliente, e por isso merece ser estudado e analisado para que seja realizado da melhor forma. A logística e a expansão das cadeias globais de valor (CGVs) foram elementos importantes do processo da globalização. Desde a crise internacional de 2008, entretanto, alguns fatores vêm contribuindo para sua reestruturação: o questionamento político nos países desenvolvidos sobre os benefícios da globalização, as transformações tecnológicas derivadas da gestação da Indústria 4.0 e a reorientação dos modelos de desenvolvimento de alguns países emergentes (sobretudo a China) em direção ao mercado interno. O crescimento das cadeias globais de valor (CGV) tem sido um importante motor da globalização desde as últimas décadas. No entanto, desde a segunda metade dos anos 2000, têm‑se observado diversos sinais de estagnação do comércio internacional. A fim de compreender quais são as mudanças por que passam as cadeias de produção organizadas em âmbito mundial e quais serão seus efeitos sobre o comércio internacional nos próximos 10 a 15 anos, 45 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO o trabalho da OCDE intitulado “O futuro das cadeias globais de valor” e realizado por Koen de Backer e Dorothée Flaig (apud IEDI, 2019) identifica as forças a favor da importância crescente das CGVs, preservando um quadro de business as usual, bem como as forças que atuarão na direção oposta, pressionando para a formação de um “novo normal”. Segundo os autores, os motivos para essa relativa estagnação do comércio internacional podem ser organizados em três blocos. • O primeiro deles relaciona‑se com o crescente questionamento político dos impactos positivos da globalização e de sua relação com o aumento da produtividade, o crescimento econômico e a geração de emprego tanto em países desenvolvidos como em emergentes. Como resultado desse questionamento, observa‑se a proliferação no cenário pós‑crise de 2008, de medidas de protecionismo em inúmeros países. • O segundo motivo diz respeito aos impactos que as transformações tecnológicas em curso (subjacentes, grosso modo, à Indústria 4.0) na reconfiguração dos determinantes da competitividade relativa entre países e regiões. Segundo essa interpretação, tecnologias como digitalização, robotização, manufatura aditiva, inteligência artificial, entre outras, seriam responsáveis por diminuir as vantagens de custo (principalmente de mão de obra) dos países emergentes, o que teria impactos nas estratégias de outsourcing global da produção. • Já o terceiro motivo que pode contribuir para a recente redução da importância relativa das CGV são as próprias transformações estruturais nos modelos de desenvolvimento de alguns países emergentes, com especial destaque para a China. De maneira geral e com diferentes graus de aprofundamento, pode‑se dizer que esses países têm reorientado seu modelo de crescimento cada vez mais para a construção de um mercado interno de massas, em detrimento de um modelo baseado apenas na exportação de produtos de baixo custo. Assim, em virtude das transformações das configurações nas CGVs, os pesquisadores da OCDE esperam que nos próximos 10 a 15 anos a economia mundial sinta importantes impactos na relação entre comércio internacional, crescimento da produtividade, geração de emprego e crescimento do PIB. É nesse sentido que o trabalho da OCDE procura analisar os impactos de um conjunto de potenciais transformações na economia mundial (tecnológicas, produtivas, de estrutura de demanda, de custos etc.) no futuro das CGV. Inicialmente, são analisadas as influências de fatores favoráveis ao avanço das cadeias globais, formando um quadro de business as usual. Já no cenário denominado “novo normal”, são analisados fatores que tendem a contribuir para a redução da importância relativa das CGVs. Apesar das tendências gerais de modificações das CGVs nos últimos anos e da consequente redução da importância relativa do comércio internacional como motor do crescimento global, inúmeros fatores de natureza tecnológica e econômica podem contribuir positivamente para o crescimento e o aumento da complexidade dessas cadeias nos próximos 10 a 15 anos. Dentre desses fatores, mais importante é o crescimento exponencial de acordos internacionais de comércio exterior e de investimento bilaterais e regionais, que se multiplicaram desde a década de 1990. Em decorrência das dificuldades de avanços nas negociações multilaterais na Rodada de Doha, as estratégias comerciais de diversos países, desde então, têm concentrado esforços no sentido de promover acordos bilaterais e regionais. Dentre eles, cabe citar as inúmeras iniciativas envolvendo fundamentalmente países da região do Pacífico, com especial destaque para os asiáticos. 46 Unidade II Vale destacar ainda que tais acordos têm proliferado mesmo em um cenário de crescente questionamento político nos países desenvolvidos sobre os benefícios da globalização e do aumento generalizado de alguns expedientes protecionistas no período pós‑crise de 2008. Assim como a proliferação de acordos comerciais, o desenvolvimento e a difusão de novas tecnologias de comunicação tendem a contribuir positivamente para o incremento da importância das CGVs. De maneira geral, tecnologias como big data, rastreamento via RFID, melhores tecnologias de comunicação, entre outras tendem a otimizar a capacidade de gestão de diversas etapas de cadeias complexas (como produção, gestão de estoque, logística, vendas etc.) e geograficamente bastante dispersas. Outro elemento de natureza tecnológica que pode contribuir positivamente para o incremento da importância das CGVs é o processo de desenvolvimento dos serviços. Isso porque à medida que o avanço tecnológico torna as fronteiras entre indústria manufatureira e de serviços (de TI, financeiros, de entretenimento etc.) cada vez mais fluidas, observa‑se que a oferta de soluções completas, em vez de apenas produtos físicos, se configura como importante elemento de agregação de valor e fonte de diferencial competitivo. Neste quadro, dada a crescente capacidade de digitalização dos serviços, estes são crescentemente passíveis de terem seu processo produtivo fragmentado e serem organizados em CGVs. Como caso precursor dessa tendência, pode‑se destacar a terceirização de atividades de geração de linhas de código para as empresas indianas de TI. Duas mudanças importantes nos países emergentes também podem contribuir para o crescimento das CGVs nos próximos 10a 15 anos: o surgimento de novos produtores de baixo custo e o aumento da demanda interna nesses países. Com o avanço da industrialização e do desenvolvimento tecnológico em alguns países emergentes (notadamente a China), observa‑se um movimento recente de terceirização de atividades de produção, distribuição e montagem de produtos intensivos em trabalho para novas localidades como Vietnã e Camboja. Tais países, utilizando‑se de uma abundante oferta de mão de obra, inserem‑se em elos das CGVs cujo custo do trabalho se configura como principal diferencial competitivo. Igualmente como resultado dos impactos positivos derivados da integração dos países asiáticos nas CGVs durante as últimas décadas, vislumbra‑se desde então um crescimento exponencial de seus mercados consumidores domésticos. Com a emergência de uma nova classe média principalmente na China e na Índia, esperava‑se que a participação da Ásia (excluindo o Japão) no total dos gastos mundiais da classe média aumente de 10% em 2000 para algo em torno de 40% em 2040 e 60% no longo prazo. Apesar do impacto que tal crescimento possa ter na demanda por produtos importados oriundos de CGVs, espera‑se também que parcela importante dessa demanda seja atendida pela produção local. Outro resultado desse processo de desenvolvimento econômico nos países emergentes é a proliferação de empresas multinacionais com sedes neles. Segundo estimativas do McKinsey Global Institute (2015), em 2025 os emergentes concentrarão cerca de metade do total de empresas multinacionais. Como decorrência desse crescimento, as multinacionais de países emergentes têm ampliado substancialmente seus investimentos globalmente, contribuindo para o fortalecimento de normalização e padronização das CGVs. 47 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO Primeiramente, faz‑se indispensável proporcionar a avaliação utilizada para as palavras padrão e padronização. É importante compreender que, ironicamente, a adequada acepção de padrão se transforma de autor para autor. Os conceitos de normalização e padronização são tão antigos quanto a história da civilização. A primeira necessidade foi a da comunicação oral, e depois os hindus padronizaram as medidas. O rei Salomão padronizou seus templos, utilizou blocos de pedras com dimensões padronizadas vindas de diferentes regiões e efetuou cálculos geométricos precisos. Como os recursos eram escassos, todo o resíduo era aproveitado. A vida em grupo também requereu a padronização de comportamentos sociais. A diversidade de critérios para medições fez surgir a necessidade de padronização e normalização. De acordo com o dicionário Aurélio (apud SOUZA, 2012), a palavra padrão é definida como um tipo que convém para deliberar uma coesão, modelo‑tipo legal dos pesos e das medidas, tipo, exemplar; já a palavra padronização demonstra atuação ou decorrência de unificar; sistemática, metodologia de desenvolvimento de modelos igualitários; estandardização, invenção de unificação dos sujeitos de produção em fileira, pela adoção de um singular exemplar. A padronização consiste em definir metodologia específica para a realização de uma dada atividade. O processo de padronização está pautado na documentação e em procedimentos referentes à existência de políticas, planos e normas, como os Procedimentos Operacionais Padrão (POP), e órgãos, como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a Organization for Standardization (ISO), entre outros. Esses documentos são definidos por consenso com o objetivo de promover transparência, consistência e reprodutibilidade de atividades específicas, bem como facilitar a comunicação. A primeira entidade para padronização internacional, a International Federation of the National Standardizing Associations (ISA), foi criada em 1926. Suas atividades foram encerradas em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1946, após o final do conflito internacional, 25 países se reuniram em Londres e decidiram criar uma nova organização de padronização, com o objetivo de unificar os padrões industriais, e assim surgiu a ISO. Essa organização internacional é uma entidade não governamental cujas atividades se iniciaram em 23 de fevereiro de 1947, com sede em Genebra, na Suíça. No Brasil, é representada pela ABNT. Para Ramos (2006), o termo padrão se refere a uma constituição que deriva de alternativas grupais, baseadas em uma combinação acerca de soluções para dificuldades periódicas. Nessa concepção, um padrão pode ser enfrentado como um balanceamento entre as condições dos usufrutuários, as probabilidades tecnológicas, os valores dos fabricantes e as advertências conferidas pelo governo para a benfeitoria total da coletividade (SOUZA, 2012). De acordo com Rosso (2006), a padronização é marcada como aproveitamento de preceitos a um circuito de fabricação ou a um campo industrial complementado com utilitário para consolidar a obra ou o procedimento de fabricação. Já para Hopp e Spearman (2006), a acepção do padrão pensava na procura pelo melhor modo de adimplir cada trabalho, extinguindo agitações lentas ou desnecessárias, e preconizava o emprego de mão de obra pouco caracterizada, à qual pertencia facilmente a execução daquilo que fazia prescrito. 48 Unidade II Com apoio nesses estudiosos, é admissível sintetizar a apreciação de padrão de modo simplificado, modelo definido de acordo com as condições dos seus usuários e de acordo com as particularizações das metodologias estabelecidas por um instituto governamental ou não, com o desígnio de adimplir alguma ocupação ou consentir a um determinado processo do melhor modo admissível, extinguindo desacertos e danos. Igualmente, apelidaremos de padronização o procedimento de consignação de um padrão de acordo com os que descrevemos anteriormente. O processo de padronização necessita ser estimado como um exercício de toda a instituição, e não de um setor característico, assim como a qualidade total. Desse modo, é necessário criar uma norma para isso, que tem como utilitário a sistematização da inauguração da padronização na instituição (CAMPOS, 2009). De acordo com Araujo (2011), a padronização é um método para administrar o gerenciamento dos serviços de trabalho. Desse modo, a padronização dentro das instituições não deve ser observada exclusivamente como a conservação de registros dos artifícios padrões. É imprescindível situar uma conexão à tradição da instituição, por meio da conscientização de toda a administração e seus operantes, criando a precisão de emprego desses exemplos. A básica complexidade em implantar padrões em uma organização que não está inteiramente padronizada se refere a concretizar o exercício contemporâneo e resolver posteriores dificuldades decorrentes da carência de conglobação e padronização dos demais artifícios complexos (OLIVEIRA, 2005). Para Campos (2009), para situar e inserir um modelo é necessário haver um procedimento e um desígnio acentuado, seja pertinente à característica, valor, acolhimento, ética e/ou segurança. Tendo a consciência da real precisão, as fases consequentes estão fechadas à circunscrição do artifício, à preparação de uma instrução e ao seu registro em modo de padrão. A padronização dos procedimentos da instituição é um meio para gerenciar e administrar os hábitos de trabalho. Ao inserir a padronização nas instituições, carece induzir em mente a revisão dos padrões e os progressos no sistema de padronização. Esses hábitos fazem parte da boa conservação de todo o sistema, que, ao longo do tempo, pode suportar modificações, seja pela obtenção de novos equipamentos ou modificação na apreciação de qualidade (OLIVEIRA, 2005). A padronização utilizada nos centro de distribuição vem se destacando como peça fundamental e elementar para qualquer gestão, seja pública ou privada. Ela se constitui como principal ferramenta para realizar o planejamento estratégico e propor sua macro‑organizaçãono espaço e no tempo. Em seu desenvolvimento, envolve os setores administrativo, financeiro, operacional e assistencial, tendo o arquiteto como promotor da reflexão acerca do futuro da estrutura física. Muitas são as abordagens possíveis na elaboração do centro de distribuição existente, por exemplo. Em linhas gerais, todas envolvem uma fase de diagnóstico, que pode ser precedida da análise, e outra de prognóstico, que pode ser sucedida pela proposta final. A primeira etapa de desenvolvimento do centro de distribuição consiste na análise geral da instituição, para que se defina claramente sua razão de existir e sua padronização. 49 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO 3.2 Planejamento do armazém No planejamento estratégico do armazém existem muitas estratégias de distribuição que podem ser usadas. Para Ballou (1993), há três formas básicas; entrega direta a partir do estoque da fábrica, entrega direta a partir de vendedores ou linha de produção e entrega feita utilizando um sistema de deposito (CDs). Figura 14 Disponível em: https://cutt.ly/ZYUSZry. Acesso em: 9 dez. 2021. Quando os clientes não desejam comprar em quantidade grande para gerar entregas com cargas completa, os logísticos empregam uma estratégia alternativa: suprir através de um sistema de depósito. Isso é motivado pela redução dos custos de distribuição e pela melhoria do nível do serviço oferecido. Um cliente com pequeno volume de compra pode ser atendido por fábricas, mas os clientes que se localizam a muitos quilômetros de distância ficam impedidos de ser supridos, pois entregas feitas com volumes pequenos geram um custo muito elevado, tornando não viável a transação. Colocando‑se CDs em locais estratégicos e próximos aos clientes, o responsável pela logística pode transportar grandes quantidades de mercadorias pelos fretes menores de carga completa até seus CDs. Partindo desses depósitos, as mercadorias vão percorrer pequenas distâncias com os fretes maiores da carga parcial. Os custos adicionais de estocagem são mais do que compensadores pelo menor custo da global de transporte. Além disso, como os estoques ficam mais próximos dos clientes, o nível de serviço oferecido é melhorado de forma significativa. Observação De acordo com Ching (2009), é de extrema importância para o sucesso de qualquer organização empresarial que seu produto esteja disponível ao consumidor em qualquer momento, independentemente de dificuldade, distância ou outro tipo de problema que separe o produto do consumidor, que geralmente é de responsabilidade dos intermediários/distribuidores que estocam produtos acabados (atacadistas e/ou centros de distribuição). 50 Unidade II Ching (2009) analisa a localização do centro de distribuição, sendo geralmente decidido em dois níveis. Primeiro, é levada em consideração a localização de outros centros de distribuição de sistema logístico, e na segunda fase após a definição da região geográfica é escolhido um bairro ou distrito industrial do município. Segundo, nessa linha de raciocínio o analista usa alguns fatores que o auxiliam nessa escolha, como leis de zoneamento locais, atitude da comunidade e do governo local com relação ao depósito, custos para desenvolver e conformar o terreno, custos de construção, disponibilidade e acesso a serviços de transporte, potencial para expansão, mão de obra disponível, taxas relativas ao local e à operação do CD, segurança do local (fogo, furto, inundação etc.), valor promocional do local, taxas de seguro e congestionamento de tráfego nas redondezas do local. 3.3 Layout Segundo Morabito e Iannoni (2007), a logística engloba as atividades de movimentação de produtos como recebimento e processamento dos pedidos, gerenciamento de estoques de produto, manuseio de materiais, embalagem, armazenagem e transporte, tendo papel fundamental para a redução dos custos produtivos e aumento da qualidade no setor industrial. Isto posto, as atividades logísticas de layout, armazenagem e distribuição passam a ser considerados pontos estratégicos para o setor, destacando também o quão fundamental é a otimização da gestão de estoques (COSTA, 2007), esta que, por sua vez, precisa garantir uma estocagem que atenda a demanda ao longo do ano e a manutenção da oferta dos produtos. Assim sendo, a gestão de estoque é uma rotina da logística pensada com o objetivo de aprimorar resultados e tornar o setor cada vez mais eficiente (COLANGELO FILHO, 2009). Para isso, é necessário planejar alguns pontos essenciais, e um deles é o layout, pois a falta de planejamento pode criar inúmeros problemas para as empresas, como o prejuízo gerado pelo aproveitamento incorreto do espaço interno, podendo gerar uma baixa capacidade de armazenamento (MARTINS; PINTO, 2001; BALLOU, 2006). Layout, ou arranjo físico, é a combinação de características que conferem maior produtividade humana, dentro do padrão de rendimento e economia das empresas (DIAS, 1993). A decisão de qual tipo de layout adotar envolve uma escolha entre os quatro tipos básicos, tais quais: posicional, por processo, por produto e celular. Além disso, as características de volume e variedade de uma operação podem reduzir a escolha a uma ou duas opções, buscando a tomada de decisão mais assertiva. Contudo, a falta de planejamento no layout pode criar inúmeros problemas para as empresas, que vão desde o prejuízo gerado pelo aproveitamento incorreto do espaço amostral interno, ocasionando uma baixa capacidade de armazenamento, até condições inapropriadas, que não favoreçam a realização de um endereçamento fixo dos materiais. Neste caso, sugere‑se utilizar a técnica Fifo (do inglês first in, first out), em que o primeiro que entra é o primeiro que sai, proporcionando um fluxo de movimentação adequado (MARTINS; PINTO, 2001; BALLOU, 2006). Várias empresas estão apreensivas com a adoção de novas tecnologias associadas às tendências de manufatura avançada devido a preocupações com a compatibilidade com sistemas existentes. As empresas temem problemas como a integração incompleta de novas tecnologias com as plataformas de software existentes ou a necessidade de reconfigurar o layout e os processos de produção. Na verdade, segundo o estudo, a tecnologia é apenas um aspecto da incompatibilidade esperada. Uma grande parte da indústria 51 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO reconhece que isso é como uma mudança enorme e que o sucesso também dependerá de mudanças de cultura organizacional. 4 ALOCAÇÃO DE PRODUTOS Com o local escolhido, é necessário um dimensionamento do espaço necessário para acomodação do produto a ser guardado. De acordo com Ballou (2013), quando se trata de um local alugado isso não é muito possível, pois geralmente o lugar está pronto, mas quando o inventário de estocagem for guardado em local próprio é necessário um estudo para que o espaço requerido possa atender o nível máximo de estoque para uma temporada ou período. Para Ballou (2013), a alocação do espaço físico disponível aos itens não é apenas uma parte do planejamento. Ela afeta o tempo de deslocamento interno, pois cada produto ocupa uma área limitada. Designar itens para uma divisão ou seção particular significa que essa seção não estará disponível para outros produtos. Na disposição do estoque de uma doca, é possível trabalhar de duas formas distintas: no formato com arranjo quadrangular (certa de 86% dos CDs usam essa forma), as cargas formam ângulos retos com as paredes do CD (corredores), possibilitando espaços maiores para estocagem, corredores maiores e de mão dupla, mas existem os defensores da utilização do arranjo em ângulo, que pode aumentar a eficiência do manuseio em alguns casos. Partindo do pressuposto de que nos CDs as mercadorias ficam em paletes, ao colocá‑los em ângulo as empilhadeiras não necessitam girar 90° para colocá‑los e tirá‑los; assim, a redução do corredor economiza espaço suficiente para anular as perdas nas divisões. No entanto, os corredores ficam em mão única, aumentandoo espaço percorrido pelas empilhadeiras, o que cria espaços ociosos nas divisões do CD. A posição de colunas e paredes e a configuração do piso do estabelecimento limitam essa prática angular, sendo que apenas 2% dos CDs utilizam‑no de forma total e 14% de modo parcial. 4.1 Codificação, QR Code e rastreabilidade Segundo a Unctad (2016), a digitalização é considerada um fator de mudança no modo como o processo de produção industrial é realizado e organizado em cadeias de valor. Isso ocorre porque a digitalização dá aos ativos intangíveis pesquisa e desenvolvimento (P&D), design, projetos, software, pesquisa de mercado e estratégia de marcas (branding), bancos de dados etc., além de um papel mais proeminente na geração de renda, inclusive nas cadeias de valor. Os dados que incorporam esses intangíveis e sua codificação impulsionam as várias novas tecnologias digitais, que são, frequentemente, identificadas com as atividades de serviços, tornando cada vez mais confusas as fronteiras tradicionais entre bens e serviços no processo de produção industrial. Da mesma forma, vários segmentos do processo de produção tornam‑se mais estreitamente interligados. 52 Unidade II Figura 15 Disponível em: https://cutt.ly/yYHaW2y. Acesso em: 9 dez. 2021. As novas tecnologias digitais permitem que os materiais sejam redesenhados para torná‑los mais específicos ao seu uso, reduzindo assim o uso de insumo por unidade de produto, além de diminuir o consumo de energia e as emissões de poluentes. As tecnologias digitais permitem também uma produção e distribuição mais descentralizadas e flexíveis, reduzindo algumas das economias de escala que dominaram a era da produção em massa. Desse modo, empresas de tamanhos variados podem responder e acomodar múltiplos segmentos de demanda, e pequenos produtores podem atender a nichos de mercado que não precisam estar em proximidade geográfica. O uso de novas tecnologias digitais pode, portanto, possibilitar que os países em desenvolvimento agreguem mais valor em suas etapas de produção, seja o produto final destinado à exportação ou ao consumo interno. No entanto, isso depende crucialmente não apenas da infraestrutura disponível, mas também do acesso a dados e de um ecossistema de apoio. De acordo com o relatório, em razão do uso intensivo dos ativos intangíveis, as novas tecnologias digitais e especialmente as tecnologias de informação e comunicação (ICTs) associadas à Internet das Coisas – como computação em nuvem e análise de big data – aumentam a importância do segmento de pós‑produção industrial. Essas ICTs tendem a reduzir os custos de coordenação e aumentar a eficiência dos cronogramas de produção, logística, gerenciamento de estoques e manutenção de equipamentos. A computação em nuvem e a análise de grandes dados reduzem a necessidade de infraestrutura digital rígida. Isso torna mais barato para as empresas, mesmo em países em desenvolvimento, coletar dados e analisá‑los para fins comerciais, reforçando as possibilidades de personalização e flexibilização da produção, tanto de bens intermediários como de bens finais. Essas tecnologias aumentam acentuadamente o número de interações entre empresas e clientes, tanto no mercado doméstico como no mercado internacional, mesmo que essas interações nem sempre sejam evidentes para os clientes. As empresas que detêm os dados dessas interações e que possuem as capacidades analíticas necessárias podem identificar a heterogeneidade dos padrões de demanda, tanto entre mercados estrangeiros quanto domésticos, e personalizar as características de seus produtos de acordo com esses padrões de demanda. Isso permite campanhas de publicidade e distribuição mais personalizadas que, ao irem além do marketing tradicional, reduzem os custos de marketing e, ao mesmo tempo, atingem mais clientes em potencial, aumentando a eficácia dos gastos com publicidade. 53 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO A Unctad (2016) destaca que possuir dados em volume cada vez maior permite benefícios econômicos crescentes à medida que facilita sua transformação em um ativo rentável. Isso dá uma vantagem aos pioneiros, os quais são mais facilmente capazes de ampliar seu investimento inicial em inteligência e análise de dados, ampliando o valor de seus dados e a base de conhecimento associada. O aumento da produtividade e da lucratividade também fornece financiamento adicional para adquirir bancos de dados ou softwares complementares e explorar spillovers e sinergias. Para os países em desenvolvimento, as preocupações regulatórias podem ser ainda maiores se não quiserem perder os benefícios da Quarta Revolução Industrial. A divulgação do código‑fonte de um programa de software pode ser necessária, por exemplo, não apenas por razões de segurança, mas também porque permitirá desenvolver habilidades de codificação de software, bem como a criação de um novo software, personalizado para se adequar às preferências e sensibilidades locais, e até mesmo adaptado para ser usado em idiomas locais. Da mesma forma, a localização de servidores pode ser necessária para fins regulatórios, e essa regulamentação também pode operar para auxiliar na promoção de fornecedores domésticos de uma variedade de produtos e serviços. Ferramentas de produtividade e processos codificados em programas de computador se tornaram fundamentais para a inovação. A computação em nuvem ampliou o acesso ao conhecimento, pois permite a utilização de aplicativos e serviços especializados a custos mais baixos. A nuvem permite compartilhar softwares e equipamentos de processamento e armazenamento de dados. Observa‑se o crescimento das fontes abertas de conhecimento como o software livre e a engenharia reversa. Sendo um bem não rival, a informação e o conhecimento podem ser compartilhados por inúmeros usuários sem perda de conteúdo. Empresas de pequeno e médio porte geralmente recorrem a fontes gratuitas de conhecimentos para obter informações e tecnologias. A difusão da banda larga e das redes de conhecimentos vem tornando o acesso a informações tecnológicas mais fácil e rápido, permitindo a troca de informações entre fornecedores, clientes, colaboradores, universidades e centros de informação e pesquisa. O processo de democratização do acesso ao conhecimento, entretanto, esbarra na baixa capacitação técnica de muitas empresas para decodificar e colocar em prática as informações disponíveis. Sem uma sólida base de conhecimentos, as informações não têm valor prático para as empresas e organizações. Por isso, a educação e o aprendizado contínuo cumprem um papel fundamental para a inovação. Quanto mais livre o acesso a informações e mais capacitado o corpo funcional, maior será o potencial de disseminação do conhecimento. Observação Codificação QR, ou QR Code, é a sigla de quick response, que significa retorno rápido. O QR Code é um código de barras que foi inventado em 1994 e tem essa denominação porque oferece a aptidão de ser explanado velozmente pelos indivíduos (KARASINSKI, 2016). O QR Code não é uma metodologia de inovação, entretanto, com o aparecimento de instrumentos que permitiram ao amplo público ter acesso a eles, sua utilização se difundiu e se ampliou para novos 54 Unidade II campos. Primeiramente inventado pela companhia japonesa Denso‑Wave em 1994 para identificar componentes na indústria automobilística, desde 2003 é usual para sobrepor documentos a aparelhos celulares por meio da câmera fotográfica. Os QR Codes são usuais em muitas revistas e campanhas publicitárias (PRASS, 2016). O QR Code pode conter até 7.089 caracteres, segundo a variante selecionada, o tipo de documentos e o coeficiente de correção empregado. Entretanto, dependendo da quantidade de informações armazenadas no código e da dimensão dele, o QR Code torna‑se ilegível na ocasião da leitura. Por esse pretexto, antes da locação do código é crucial avaliá‑lo para ter ciência de qual é a dimensão adequada para a concretização da sua leitura (KARASINSKI,2016). De acordo com Karasinski (2016), os QR Codes são uma condição de desenvolvimento dos códigos de barras clássicos, coordenando os subsídios em uma matriz de duas extensões. Com isso, eles são apropriados para registrar até 100 vezes mais informações e caracteres do que os clássicos códigos de barras de exclusividade 1 D. No Brasil, determinados empreendimentos utilizaram o QR Code no ano de 2007. Existem exemplos dessa utilização em entradas de cinema, passagens aéreas, livros e determinados recipientes de mantimentos, como nas embalagens de bebidas e hortifrútis de uma organização de fornecimento nacional. Ainda assim, no Brasil, a utilização do QR Code é insuficientemente cultivada, e a maior parte dos indivíduos não possui conhecimento sobre essa tecnologia e seu funcionamento (PRASS, 2016). Figura 16 Disponível em: https://cutt.ly/GYHzEPZ. Acesso em: 9 dez. 2021. As instituições que utilizam a tecnologia do QR Code na maioria dos acontecimentos não disponibilizam dados sobre como o consumidor vai realizar a leitura e o que ele necessita para fazê‑la. A utilização do QR Code como um código de barras argucioso é amplamente eficiente, porquanto tem elevada velocidade de leitura com perfeição e funcionalidade, admitindo, por exemplo, conservar dados de lote, legalidade e atributos dos produtos (KARASINSKI, 2016). 55 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO A rastreabilidade é um organismo que admite distinguir a ascendência do material desde o campo até o consumidor, podendo ter constituído, ou não, decomposto ou processado. É ainda um grupo de métodos que permitem analisar e monitorar todas as circulações nas integrações, de entrada e de comercialização, visando à produção de qualidade e ascendência garantida (FURLANETO; MANZANO, 2010). A rastreabilidade é uma norma de influência que incide num grupo de atuações, com procissão e registro particular de todos os acontecimentos, episódios, manejos, adiamentos e circulações advindas no decorrer de um procedimento de fabricação, artifícios seguidos para diferenciar a ascendência, a circunstância sanitária, a fabricação e a produtividade como direito econômico. Todo procedimento de rastreabilidade aufere maior competência se permanecer legalizado, porém a certificação não é uma condição para a utilização da rastreabilidade. Os aparelhos de rastreabilidade começaram a ser utilizados no Brasil no começo da década de 1990, após advirem determinados imprevistos abrangendo o consumo de alimentos (MARTINS JUNIOR et al., 2012). De forma geral, a rastreabilidade consiste em obter a informação de cada unidade comercial desde sua fabricação ou importação, passando pela rede de armazenagem e distribuição, até os pontos de dispensação. Dessa forma, é possível consultar a qualquer momento se determinado produto está numa situação regular, ou seja, é um produto registrado que foi produzido e importado por empresa autorizada e segue por empresas regulares. A rastreabilidade não beneficia exclusivamente os consumidores. Ela é um admirável instrumento para quem utiliza, fabrica ou comercializa determinado material, porque permite monitorar todas as fases de fabricação e, com isso, distinguir admissíveis dificuldades de modo mais veloz (KARASINSKI, 2016). De acordo com Reissmann (2005, p. 47), a rastreabilidade é a aptidão da instituição em readquirir documentos ressaltantes ao decorrer da cadeia logística, admitindo, de tal modo, conseguir uma varredura a partir das matérias‑primas empregadas em um material e chegando ao ponto de consumo final, alcançado pelas qualidades de produção e de repartição. Com a conscientização dos consumidores, a procura por produtos e materiais de origem segura e consciente é cada vez maior. Para Costa, Vaz e Vaz (2015), a rastreabilidade se volta para o procedimento bem‑sucedido, porquanto um sistema de rastreabilidade contém dados específicos de materiais e troca esses dados com todas as ligações das cadeias de produções, desde o fabricante até o consumidor derradeiro. Inclui qualidade e competência dos suprimentos e produtos, além de diminuir a probabilidade do acontecimento de dificuldades, como as infecções hospitalares. Mundialmente, a rastreabilidade está mais evoluída na União Europeia, onde é imprescindível por norma para todos os materiais hospitalares. A rastreabilidade tem como básico utilitário documentar, auxiliar e monitorar, assim como admitir ligeiramente que desempenhe o histórico do material e de seu procedimento de fabricação. A monitoração dos campos de modo individual opera como organismo basilar na segurança da saúde da população. A rastreabilidade assevera a ascendência e qualidade dos materiais e artifícios que são empregados na produção de cada material; identifica obras diversas, que são habituais em substitutivo aos materiais incomuns; admite o rebate do material incriminado, encontra falhas e permite cultivar 56 Unidade II atuações corretivas a custo baixo. De tal modo, os materiais rastreados têm um diferencial no comércio e tornam‑se mais concorrentes e inferiormente contidos às alternativas da globalização (FURLANETO; MANZANO, 2010). Presentemente, legisladores de múltiplos países, compreendendo o Brasil, apresentam normas que determinam múltiplos coeficientes de rastreabilidade na produção e venda de materiais. Esses novos pré‑requisitos regulatórios estão designando um processo por abonação e hipoteca de qualidade das obras cada vez maior. Para isso, esses sistemas decorrem constituindo empregados pelo comércio, de modo cada vez mais claro e desenvolvido, com a desenvoltura de rastrear itens e documentos e, assim, contrapor ligeiramente as precisões do comércio e projetar uma gestão bem‑sucedida e competente em sua cadeia de provimento na contemporaneidade (ATLANTIC ZEISER, 2016). Um aparelho de rastreabilidade diligente e hábil, ou seja, aquele que comunica documentos precisos, oportunos, completos e sólidos sobre os materiais por meio da cadeia de suprimentos, pode diminuir os valores operacionais e elevar a produtividade (REGATTIERI; GAMBERI; MANZINI, 2007). 2002 2007 2009 2010 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 PLC 24/2007 Emenda que cria o rastreamento da produção e consumo de medicamentos por meio do controle eletrônico por código de barras IN n. 01/2010 Tecnologia das etiquetas para o SNCM Lei 11.903/2009 Sistema Nacional de Controle de Medicamentos Lei 13.410, de 28/12/2016 Altera a Lei n. 11.903, de 14 de janeiro de 2009, para dispor sobre o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos IN n. 08/2010 Altera a IN n. 01 quanto aos prazos de implementação do SNCM IN n. 6/2014 Dispõe sobre a especificação da interface para o SNCM IN n. 23 Anvisa Empresas participantes da etapa Piloto IN n. 5/2015 Revoga a IN 6/2014 Reunião Dicol 01/10/2015 Suspenção do prazo de disponibilização dos dados de rastreamento dos 3 (três) lotes de medicamentos PLS n. 276 de 2015 Projeto do SNCM RDC n. 157/2017 Implantação do SNCM RDC n. 320/2002 Número de lote na Nota Fiscal Consulta pública 344/17 Nova instrução normativa Conclusão de pilotos Anvisa Piloto SNCM/Gaesi RDC n. 54/2013 Implantação do SNCM e os mecanismos e procedimentos para rastreamento de medicamentos Projeto de Lei 6.672/2002 Cria o rastreamento da produção e consumo de medicamentos por meio do controle eletrônico por código de barras Histórico Legislação - Rastreabilidade Brasil Figura 17 Adaptada de: https://cutt.ly/SYHT1Ai. Acesso em: 9 dez. 2021. O potencial da rastreabilidade de medicamentos para a saúde pública foi avaliado pelas autoridades nacionais e legisladores, culminando na publicação da Lei n. 11.903, de 14 de janeiro de 2009, que criou o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) com o objetivo de acompanhar os medicamentos em toda a cadeia produtiva, desde a fabricação até o consumo pela população. Assim, o vanguardismo do Brasil no tema resultou na suspensão da primeira versão da solução tecnológica.O setor varejista avaliou que a centralização das informações nas empresas detentoras do registro do medicamento, modelo definido na RDC 54/2013, feria a livre concorrência comercial. Essa premissa foi acatada pelos legisladores, culminando nas alterações da lei original pela Lei n. 13.410, de 28 de dezembro 57 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO de 2016, que define que o SNCM “deverá contar com banco de dados centralizado em instituição do governo federal” e que suas informações são confidenciais. A rastreabilidade realizada pelo SNCM trará benefícios significativos, que vão desde uma maior segurança de pacientes e de profissionais em relação aos medicamentos utilizados, até um maior controle de produção e de logística, além de facilidades de fluxos e manutenção de padrões regulatórios de conformidade. Os rastreamentos acontecerão por meio de tecnologia de captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados, nos produtos farmacêuticos no território nacional. O código de barras bidimensional é a tecnologia para a captura e o armazenamento de instâncias de eventos necessários ao rastreamento de medicamentos. 4.2 Caracterização e escolha de equipamentos de movimentação Em uma doca, a movimentação interna de produto, ou seja, movimentação mais rápida e de baixo custo, é crucial para seu desempenho (BALLOU, 1993). Os equipamentos geralmente utilizados são empilhadeiras de torres, transportadoras, esteiras e guinchos. Os produtos estocados geralmente ficam sobre um conjunto de estrados chamados de paletes, que são plataformas nas quais as mercadorias são empilhadas, ou seja, tornam a carga uma única unidade de movimentação. Como vimos anteriormente, as empresas vêm executando atividade logística há muitos anos, entretanto, apenas recentemente percebeu‑se a importância dessa atividade e que ela não deve ser tratada de forma isolada. De acordo com Sales (2015), são consideradas atividades da logística todas as atividades relacionadas diretamente ao fluxo do produto, do ponto de origem ao seu ponto de consumo final. A otimização dessas atividades facilita o fluxo do produto ao longo da cadeia de suprimentos. O autor também afirma que por muitos anos a atividade de transporte consistia no deslocamento de materiais a baixos custos, mas isso está mudando completamente devido aos seguintes fatores: • Novas demandas de aumento de velocidade para atender prazos curtos de entrega com 100% de confiabilidade. • Exigência do mercado por frequências de entrega customizadas. • Alto valor das cargas que são transportadas por todo o mundo. • Orientação ao cliente de muitos produtos. • Aumento da variedade de produtos transportados. • Exigência de qualidade dos produtos (SALES, 2015, p. 33). 58 Unidade II É nesse novo cenário que empresas de transporte estão se baseando para reformular suas estratégias, objetivando atender as exigências do mercado. O Ministério da Infraestrutura vem formulando políticas e diretrizes para o desenvolvimento e o fomento do setor de portos e terminais portuários, bem como apoiando e estimulando as iniciativas para modernização e aprimoramento de todos os serviços prestados pelo porto. Nesse contexto, o Governo está desenvolvendo nos portos públicos brasileiros um conjunto de ações denominadas inteligência logística portuária. Entre as iniciativas está a implantação de sistemas de gerenciamento e informação do tráfego de embarcações, incluindo o Vessel Traffic Management Information System (VTMIS), o Vessel Traffic Services (VTS) e o Local Port Service (LPS). Trata‑se de um significativo avanço tecnológico para os nossos portos, pois esses sistemas equipam os principais e mais movimentados terminais do mundo. O VTMIS é um sistema de auxílio eletrônico à navegação, com capacidade para prover a monitoração ativa do tráfego aquaviário. O objetivo do sistema é ampliar a segurança da vida humana no mar, a segurança da navegação e a proteção ao meio ambiente nas áreas em que haja intensa movimentação de embarcações ou risco de acidente de grandes proporções. Além disso, o VTMIS tem como uma de suas funções primárias a busca por uma melhora na eficiência da movimentação de cargas, utilização dos recursos e infraestrutura do porto e organização do tráfego aquaviário na área portuária, canais de acesso e fundeadouros. O sistema será integrado ao Porto sem Papel, que reúne em um único meio de gestão as informações e a documentação das mercadorias embarcadas e desembarcadas nos portos. O sistema caracteriza‑se por ser uma poderosa ferramenta de gerenciamento de dados, pois realiza a integração de um grande volume de informações provenientes de dispositivos e sensores. O centro de controle operacional do VTMIS deve ser localizado em área estratégica do porto, na qual operadores devidamente habilitados possam analisar o tráfego aquaviário. Futuramente, outros módulos de gestão portuária podem ser agregados ao sistema. O VTMIS é um serviço implementado por uma autoridade competente, projetado para melhorar a segurança e a eficiência do tráfego de embarcações e para proteger o meio ambiente. Ele deve ter a capacidade de interagir com o tráfego e responder a situações que se desenvolvam dentro da área de VTS. No Brasil, a autoridade competente que trata dessa resolução é a Marinha do Brasil, através do Centro de Sinalização Náutica e Reparos Almirante Moraes Rêgo (CAMR). O CAMR representa o Brasil como membro nacional da Iala desde 1961 e como membro do seu conselho desde 1998. Atualmente, o CAMR participa de quatro comitês técnicos da Iala, inclusive o de VTS, cujas reuniões contam com a participação em média de 75 pessoas, representando 23 países. O VTMIS se iniciou no Brasil em 2012, tendo sido disponibilizados recursos na ordem de R$ 146,3 milhões para a implantação em seis portos brasileiros, sendo eles: Rio de Janeiro (RJ), Itaguaí (RJ), Santos (SP), Salvador e Aratu (BA) e Vitória (ES). Esses portos estão contemplados na primeira fase de implantação do sistema. Já foram concluídos os estudos de implantação para outros 10 portos: Rio Grande (RS), São Francisco do Sul, Itajaí e Imbituba (SC), Fortaleza (CE), Itaqui (MA), Suape (PE), Belém e Vila do Conde (PA) e Manaus (AM). Esses estudos contemplam as especificações do Projeto de Implantação, 59 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO em conformidade com a Normam 26‑DHN da Marinha do Brasil, que é o órgão responsável pela homologação do VTMIS, ou seja, pela autorização para o funcionamento do sistema no porto. Atualmente, o projeto encontra‑se operando desde 2017 no Porto de Vitória, sob a gestão da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), sendo licitado e contratado em 2014 pelo valor de R$ 22,9 milhões (BRASIL, 2016b). Como forma de melhorar o acesso portuário terrestre, a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA) desenvolveu o sistema Portolog, que tem por objetivo realizar o agendamento e sequenciamento de acesso de caminhões, a fim de sincronizar as datas de chegada dos navios e das cargas nos terminais, a programação e o credenciamento de veículos para uso racional e utilização da plena capacidade de acesso ao porto. A partir de um cadastramento da carga no sistema, o Portolog vai monitorar sua saída para o porto, através de acompanhamento eletrônico. Os caminhões serão identificados com etiquetas inteligentes que enviarão os dados por meio de sistemas de comunicação, permitindo o rastreamento e gerenciamento do transporte com mais eficiência. Pela nova sistemática, antes de chegar ao porto, os caminhões serão direcionados para pátios de triagem e permanecerão aguardando o cadastramento/ agendamento no sistema Portolog. Após análise de vagas na proximidade do porto, os caminhões agendados são encaminhados para seu recepcionamento e informados do horário de saída para se dirigirem aos terminais portuários. O Portolog tem a função de fornecer uma ferramenta especialmente desenvolvida para o monitoramento integrado e um eficazcontrole. Além das áreas públicas do porto, terminais e pátios, o programa se estenderá a todos os corredores rodoviários do país. Para tanto, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) compõem os demais entes públicos acionados para garantir a plena integração da cadeia logística. Após implantado, o Portolog deve interligar‑se ao Porto sem Papel e ao Sistema de Monitoramento do Tráfego de Embarcações (VTMIS, da sigla em inglês), que possibilitarão o acompanhamento e gerenciamento, em tempo real, do fluxo de embarcações no canal de navegação e nas áreas de fundeio do porto. A implantação do projeto começou em dezembro de 2016, e o Porto de Vitória foi o primeiro a utilizar o sistema de forma parcial em 2018, com o objetivo de evitar as filas de caminhões. Estes passaram a entrar no porto com horário pré‑agendado: datas e horários de atracação dos navios começaram a ser sincronizados com o acesso dos caminhões, proporcionando agilidade e segurança. Já o Porto de Santos (Santos Port Authority – SPA), que também já teve a implantação parcial do Portolog, assegurou o escoamento da safra 2018/2019 sem registros de congestionamentos, e o índice de caminhões não agendados ficou abaixo dos 4%. Esse resultado foi fruto da ampliação do trabalho do Setor de Acesso Terrestre, que manteve uma fiscalização rigorosa dos terminais ao longo do ano. 60 Unidade II Saiba mais Para aprofundar seu conhecimento sobre o Porto de Natal, que compõe o ativo de infraestrutura do Rio Grande do Norte e é o principal vetor logístico para exportação do Estado, acesse o link: MEDEIROS, K. S.; ARAUJO, R. S. B.; FILGUEIRA, J. M. Análise da performance de parâmetros da infraestrutura logística e competitividade de portos no nordeste setentrional do Brasil: Natal/RN, Cabedelo/PB e Maceió/AL. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 37., 2017, Joinville. Anais... Joinville: Enegep, 2017. Disponível em: https://cutt.ly/xYHXuXY. Acesso em: 13 dez. 2021. 4.3 Gestão de docas O setor portuário brasileiro assume importância desde o processo de colonização. Morato e Rocha (2009, p. 5) fazem um breve histórico das leis que regem os portos ao mencionar o início desse sistema com a criação em 1912 da Inspetoria Federal de Portos, Rios e Canais como primeiro órgão público responsável pelo setor aquaviário no Brasil. Na sequência, em 1932, foi criado o Departamento de Portos e Navegação, que foi substituído em 1963 pelo Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis (DNPVN). O Decreto‑Lei n. 200/67, que trata da descentralização do serviço público, contribuiu para a criação do DNPVN, originando o que hoje são as Companhias Docas. Figura 18 Disponível em: https://cutt.ly/aYJivIQ. Acesso em: 9 dez. 2021. 61 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO Os portos podem ser conceituados de uma forma geral como os espaços físicos nos quais se realizam as necessárias trocas modais e interfaces, entre os diversos meios de transporte, aquaviários e terrestres, de pessoas e mercadorias, como elo de grande importância na cadeia logística de transportes. O porto deve possuir acessos terrestres (rodovias e ferrovias) e marítimos bem planejados, assim como ter áreas de expansão harmonicamente com as cidades ao seu redor. Com uma gestão forte, que alia competência a uma visão de longo prazo, novas oportunidades estão surgindo no Porto do Açu, o maior complexo portuário, industrial e de energia 100% privado do Brasil. O Açu é uma plataforma conectada às principais cadeias de valor do país, com soluções integradas para gargalos logísticos. Essa trajetória é norteada por cinco valores principais atrelados à infraestrutura de ponta: integridade, eficiência, segurança, colaboração e sustentabilidade. O Porto do Açu passou pela primeira onda de desenvolvimento: a consolidação da infraestrutura portuária de ponta, operacional desde 2014. Depois de consolidar nesta fase os hubs de logística e serviços, minério e petróleo, o Porto do Açu avança para a segunda etapa de seu desenvolvimento: a conectividade por meio do petróleo e gás e o caminho para a industrialização. O desenvolvimento dos hubs de gás e de energia, com usinas térmicas a gás, gasodutos, UPGN, oleodutos e tancagem de petróleo, estão previstos na terceira fase como marcos para a industrialização do complexo, que incluirá indústrias petroquímicas, refinaria, siderúrgica, plantas de fertilizantes e indústrias de cerâmica e vidro. O conceito de sustentabilidade também está enraizado no Porto do Açu, sendo um de seus valores mais preciosos. Engajado na preservação do meio ambiente e na prosperidade da comunidade local, o Porto do Açu desenvolveu um hub verde. Todos os hubs mencionados combinados com a experiência dos mais relevantes parceiros internacionais na área de portos validam a vocação do Porto do Açu como uma ponte entre o Brasil e o mundo. Como principal mudança de cenário ocorrida, temos a reforma portuária, que foi estabelecida pela Medida Provisória n. 595/2012, a qual foi convertida na Lei n. 12.815/2013, de 5 de junho de 2013, modificando e reformando, em grande parte, toda a normatização anterior que tinha como figura central a Lei n. 8.630/93, também chamada Lei de Modernização dos Portos (LMP). A reforma do setor portuário trouxe diversas alterações no regime regulatório dos portos, principalmente nos seguintes aspectos: rearranjo institucional e de competências e alterações nos regimes jurídicos da operação portuária, das licitações para arrendamentos e dos processos seletivos para os terminais de uso privado (TUPs). Em estrita consonância com as diretrizes do Governo Federal, consubstanciada nas metas estratégicas estabelecidas pela Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR), a CDRJ, no que tange as suas obrigações quanto ao patrocínio e comprometimento com os trabalhos desenvolvidos no âmbito do Programa Portos Eficientes, atuou diretamente nos seguintes projetos de expansão da infraestrutura portuária e melhorias da Gestão das Companhias Docas vinculadas à SEP/PR: • O Sistema Porto sem Papel (PSP), operado via web pelos órgãos governamentais anuentes e intervenientes das operações portuárias, já implantado e em operação, agiliza as liberações/ autorizações para entrada, para operação e para saída de navios nos portos brasileiros. 62 Unidade II • O sistema PortoLog – Cadeia Logística Portuária Inteligente, com foco na melhoria da acessibilidade terrestre dos portos, em desenvolvimento pela SEP, será operado via web pela CDRJ no monitoramento e controle integrado da chegada de caminhões/carga ao porto. Seu objetivo é evitar a formação de filas de caminhões nas cidades e nos acessos rodoviários aos portos. • O sistema Vessel Traffic Management Information System (VTMIS), ou Sistema de Gerenciamento e Informação do Tráfego de Embarcações, tem como foco a melhoria da acessibilidade marítima aos portos, e a sua contratação está em curso. A ser operado pela CDRJ, o VTMIS é um sistema de auxílio eletrônico à navegação, com capacidade para prover a monitoração ativa do tráfego aquaviário, e objetiva ampliar a segurança da vida humana no mar, a segurança da navegação e a proteção ao meio ambiente nas áreas em que haja intensa movimentação de embarcações ou risco de acidente de grandes proporções. Adicionalmente, a implantação do VTMIS aumentará a eficiência dos portos, melhorando a organização do tráfego aquaviário nos canais de acesso e nos fundeadouros. • As Áreas de Apoio Logístico Portuário (AALP), em estudo pela SEP, complementarão o sistema PortoLog com a finalidade de apoiar a organização do fluxo de caminhões/cargas destinadas ou provenientes do porto, racionalizando o uso dos acessos portuários e minimizando o conflito porto/cidade. Dentro de uma concepção estratégica, a alta gestão da Companhia Docas adota como prioridade a formação de setores fortalecidos, adequando‑seàs demandas externas e somando a um planejamento organizacional. São ferramentas competentes a capacitação, os treinamentos e a qualificação profissional, não apenas na gerência e no terminal salineiro, mas por todos os setores que dão suporte ao seu pleno funcionamento. Um marco legal importante foi o Programa de Regularização da Gestão Ambiental Portuária (PRGAP). Instituído pela Portaria Interministerial MMA/SEP/PR n. 425, de 20 de outubro de 2011, o PRGAP busca promover e apoiar, de forma continuada, a regularização ambiental dos portos e terminais portuários sem licenciamento ambiental e com mais de 50 anos, no intuito de compatibilizar a necessidade de sua operação às normas ambientais vigentes. O programa tem como unidade executora a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA), enquanto as Companhias Docas participam do programa por meio de termo de adesão junto ao referido órgão. A Codern aderiu ao PRGAP em dezembro de 2011 e, à época, firmou parceria com a SNPTA e a Universidade Federal de Santa Catarina, a fim de trazer impactos positivos no melhoramento da gestão ambiental portuária, principalmente no apoio ao processo de regularização do licenciamento ambiental do Porto. Durante a execução do PRGAP, foi constatada uma carência de estudos técnicos, além da necessidade de regularização de procedimentos referentes à gestão de resíduos sólidos nos portos de todo o país. Diante dessa demanda, a SNPTA, junto à UFRJ, criou o Programa de Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos nos portos marítimos brasileiros, tratado aqui como Reportos. Esse programa contou com várias etapas desenvolvidas ao longo dos anos, sendo a primeira de levantamento de dados, como estimativa quantitativa e qualitativa de resíduos sólidos e efluentes gerados no ambiente portuário, bem como levantamento faunístico de animais 63 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO sinantrópicos. As etapas seguintes foram de elaboração de materiais, incluindo o Manual de Boas Práticas Portuárias, o projeto da Área de Transbordo Temporário (ATT) e o projeto de efluentes portuários, todos de elevado interesse para a regularização ambiental do Porto de Natal junto ao Idema. Além disso, foi elaborado o Caderno de Intervenções para Contenção de Fauna Sinantrópica Nociva, que, aliado às notas técnicas emitidas pelo Reportos, auxilia no melhoramento do controle de pragas no Porto. A terceira e última etapa consiste na execução dos projetos, que serão de responsabilidade da Codern durante os próximos anos. No futuro, com a elaboração do Plano Nacional de Logística (PNL), que será o referencial de planejamento para a identificação de necessidades e oportunidades presentes e futuras de oferta de capacidade dos subsistemas de transporte, o Governo se valerá desse plano para a atualização dos instrumentos de planejamento do setor portuário: • Plano Setorial Portuário: os planos setoriais, entre eles o Portuário, farão a conexão entre o Plano Nacional de Logística e as ações do Ministério da Infraestrutura e deverão contemplar estudo das iniciativas para execução por meio de parceria com a iniciativa privada, denominados Planos Setoriais de Parcerias. • Planos Mestres (PM): o primeiro ciclo de planejamento do setor portuário iniciou‑se em 2010 e finalizou‑se em 2011, com a elaboração de 12 Planos Mestres portuários, dos 15 principais portos brasileiros, a saber: Vila do Conde, Santarém, Itaqui, Suape, Pecém/Mucuripe, Aratu/Salvador, Vitória, Itaguaí/Rio de Janeiro, Rio Grande, Itajaí, Paranaguá e Santos. Em sequência, houve o início do segundo ciclo de planejamento, agora correspondendo ao período de 2012 a 2015, em que foram desenvolvidos mais 19 Planos Mestres e atualizados os já publicados no ciclo anterior. • Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ): atualmente há PDZ vigentes que foram aprovados seguindo regramentos distintos, além daqueles ainda aprovados pelos respectivos Conselhos de Autoridade Portuária (CAP) dos portos organizados. • Plano Geral de Outorgas (PGO): em junho de 2019 houve a publicação de uma nova versão do Manual do Investidor do Setor Portuário. 64 Unidade II PNLP PDZs Planos mestres Vi sã o se to r e cl us te rs Vi sã o po rt o e co m pl ex os Vi sã o de á re as po rt uá ria s Ca pa ci da de d e ac es so s Vi sã o po rt o e zo ne am en to Poligonais, zoneamentos Projeções de demanda e alocações de carga PNLP Plano mestre Aspectos próprios de outorga PDZ PGO Figura 19 Disponível em: https://cutt.ly/bYJc8Gy. Acesso em: 9 dez. 2021. 4.4 Importância das docas A Companhia Docas é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Infraestrutura e à Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários que tem por objetivo realizar a administração e a exploração comercial dos portos, atuando como autoridade portuária, de modo a fazer com que os portos sejam cada vez mais um importante fator de desenvolvimento dos estados, provendo infraestrutura competitiva para importação e exportação de mercadorias da região. Conforme a missão institucional, o compromisso de seus dirigentes e empregados é desenvolver e administrar os portos de seu estado, oferecendo serviços e infraestrutura eficientes, bem como ser indutor do comércio e do desenvolvimento econômico com responsabilidade socioambiental. O Decreto n. 9.203, de 22 de novembro de 2017, traz a integridade como um dos princípios da governança pública, em que a administração deve adotar medidas e “ações institucionais destinadas à prevenção, à detecção, à punição e à remediação de fraudes e atos de corrupção”. A integridade pública refere‑se ao alinhamento consistente e à adesão de valores, princípios e normas éticas comuns para sustentar e priorizar o interesse público sobre os interesses privados das docas. Sobre ela, podemos destacar: • Ameaças: novos concorrentes entrando no mercado; vias rodoviárias que interligam o porto a sua hinterlândia com baixo nível de serviço; incertezas dos mercados internacionais; ocorrência de catástrofes naturais e o conflito “entre” o porto e a cidade. 65 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO • Oportunidades: boa localização do porto; perspectiva de ampliação da exploração de operações para apoio a offshore; considerável extensão do cais; possível melhoria das conexões ferroviárias; porto abrigado com boa profundidade; investimentos previstos e em realização para ampliação do porto. • Riscos de mercado: alterações tecnológicas no transporte marítimo; alterações nas rotas e reorganização logística; novos terminais e portos concorrentes; mudança na localização da produção; preço do petróleo; flutuações no comércio externo e ciclos de vida das unidades industriais da região. • Estratégias para mitigar os riscos: implantação de sistema integrado de gestão de risco portuário; antecipação das estratégias de terceiros; planos e procedimentos que acompanhem em escala global as mudanças tecnológicas relativas à logística, transporte marítimo e desenvolvimento de pesquisa de marketing em conjunto com o plano de negócios, de forma a conhecer melhor os concorrentes. Lembrete Com uma gestão forte, que alia competência a uma visão de longo prazo, novas oportunidades estão surgindo no Porto do Açu, o maior complexo portuário, industrial e de energia 100% privado do Brasil. O Açu é uma plataforma conectada às principais cadeias de valor do país, com soluções integradas para gargalos logísticos. Essa trajetória é norteada por cinco valores principais atrelados à infraestrutura de ponta: integridade, eficiência, segurança, colaboração e sustentabilidade. O Porto do Açu passou pela primeira onda de desenvolvimento: a consolidação da infraestrutura portuária de ponta. Figura 20 66 Unidade II 4.5 Flexibilidade na projeção das docas O serviço de dragagem no porto organizado era, no regime instituído pela Lei n. 8.630, responsabilidade da administração do porto, sendoa remuneração do serviço incorporada às tarifas de utilização da infraestrutura portuária pagas pelo usuário. A prestação do serviço era reservada a empresas nacionais. Apesar de remuneradas pela prestação do serviço, as Companhias Docas não vinham apresentando, em geral, desempenho satisfatório, com graves prejuízos para a operação dos portos organizados. Legislação aprovada em 2007 (Lei n. 11.610), criou o Programa Nacional de Dragagem Portuária e Hidroviária (PND), transferiu à SEP a responsabilidade pelo serviço de dragagem em todos os portos organizados e modificou o modelo de prestação do serviço adotado até então, associando‑o à manutenção do acesso ao porto por meio da contratação de dragagem por resultado. O novo modelo envolve a contratação simultânea de obras de engenharia, destinadas ao aprofundamento, alargamento ou expansão de áreas portuárias e dos serviços de sinalização, balizamento, monitoramento ambiental e outros, destinados a manter as condições de profundidade e segurança estabelecidas no projeto implantado. Além disso, a lei prevê a participação de empresas estrangeiras nas licitações dos contratos de dragagem. A criação do Programa Nacional de Dragagem Portuária e Hidroviária, em 2007, constituiu uma iniciativa que poderia contribuir significativamente para reduzir os gargalos que limitam os acessos marítimos aos portos brasileiros. De um lado, porque o modelo de contratação do serviço de dragagem previsto – a dragagem por resultado – constituía uma solução adequada para assegurar a manutenção das condições requeridas no acesso marítimo aos portos. De outro, porque retirava das Companhias Docas a gestão da contratação e fiscalização do serviço de dragagem, propiciando inclusive uma política mais uniforme nos diversos portos da União. Além disso, estava associada à abertura das licitações dos serviços de dragagem à participação de empresas estrangeiras. Embora os serviços de dragagem contratados pelo PND tenham propiciado a melhoria das condições de acesso a alguns portos organizados, a amplitude de atuação do Programa tem sido limitada e, mesmo nos portos contemplados, os resultados não têm sido plenamente satisfatórios. Observe‑se que o desempenho do programa também é afetado pela judicialização dos processos de licitação. O Programa Nacional de Dragagem Portuária e Hidroviária (PND) não correspondeu plenamente às expectativas que suscitou quando de seu anúncio. É necessário rever a política nacional de dragagem, preservando a principal característica do PND: o modelo de dragagem por resultado. O foco deve ser a configuração institucional e a gestão e operação do programa, visando aumentar a eficiência na gestão do programa e flexibilizar a centralização da gestão do serviço de dragagem de todos os portos organizados do país, admitindo a transferência da contratação e fiscalização desse serviço a condomínio constituído pelos terminais que operam no porto. A médio prazo, no contexto da transferência da administração do porto organizado para investidores privados, cabe atribuir contratualmente ao concessionário a responsabilidade e o ônus da contratação do serviço de dragagem. 67 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO 4.6 Quantidade de docas O sistema portuário brasileiro conta com 37 portos públicos organizados no país. Desses, 19 são administrados pela União, representados pelas Companhias Docas, ou delegados a municípios, estados ou consórcios públicos. Conforme ato do Poder Executivo, segundo o art. 2. da Lei n. 12.815, de 5 de junho de 2013, a área desses portos é demarcada. As Companhias de Docas são sete: • Companhia Docas do Pará (CDP), que compreende os portos de Belém, Santarém, Vila do Conde, Altamira, Itaituba e Óbidos, além do Terminal Portuário do Outeiro e Terminal de Miramar; • Companhia Docas do Ceará (CDC), responsável pelo Porto de Fortaleza; • Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), responsável pelos portos de Natal e Maceió, além do Terminal Salineiro de Areia Branca (porto delegado à Codern); • Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba), responsável pelos portos de Salvador, Ilhéus e Aratu; • Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), responsável pelos portos de Vitória e Barra do Riacho e Capuaba; • Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), responsável pelos portos do Rio de Janeiro, Niterói, Angra dos Reis e Itaguaí; • Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), responsável pelos portos de Santos e de Laguna. 68 Unidade II Figura 21 Disponível em: https://cutt.ly/iYJOzAA. Acesso em: 9 dez. 2021. 69 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO 4.7 Local das docas A Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR) é responsável pela formulação de políticas e pela execução de medidas, programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura dos portos marítimos. Compete ainda e SEP/PR a participação no planejamento estratégico e a aprovação dos planos de outorgas, tudo isso visando assegurar segurança e eficiência ao transporte marítimo de cargas e de passageiros. Dos 34 portos públicos marítimos sob gestão da SEP, 16 encontram‑se delegados, concedidos ou têm sua operação autorizada aos governos estaduais e municipais. Os outros 18 marítimos são administrados diretamente pelas Companhias Docas, sociedades de economia mista, que têm como acionista majoritário o Governo Federal e, portanto, estão diretamente vinculadas à Secretaria de Portos. Porto de Manaus Porto de Santarém Porto de Macapá Porto de Belém Porto do Rio de Janeiro Porto de Angra dos Reis Porto de Paranaguá Porto de Itajaí Porto de Laguna Porto de Imbituba Porto de Estrela Porto de Porto Alegre Porto de Pelotas Porto de Rio Grande Porto de São Francisco do Sul Porto de São Sebastião Porto de Antonina Porto de Itaqui Porto de Vila do Conde Porto de Fortaleza Porto de Natal Porto de Cabedelo Porto do Recife Porto do Suape Porto de Maceió Porto de Salvador Porto de Aratu Porto de Ilhéus Porto de Vitória Porto do Forno Porto de Santos Porto de Barra do Riacho Terminal Salineiro de Areia Branca Porto de Itaguaí Porto de Niterói Figura 22 Disponível em: https://cutt.lymSYLVvkG. Acesso em: 9 dez. 2021. 70 Unidade II Vamos conhecer mais detalhes sobre eles (CODEBA, s.d.). Porto Marítimo de Natal Localizado na margem direita do rio Potengi, a uma distância de 3 km de sua foz. Endereço: Avenida Engenheiro Hildebrando de Góis, 220, Ribeira, Natal (RN) – CEP 59010‑700. Telefone para contato: (84) 4005‑5311. Regime de exploração: porto administrado pela Codern, sociedade de economia mista. Principais acessos: • Acesso marítimo: denominado rio Potengi, o canal inicia na barra, com extensão de 3 km, largura limitante de 100 m e profundidade mínima de 12,5 m. O canal é de via única. • Acesso rodoviário: por meio da BR‑101 e da BR‑226, ambas convergindo com a BR‑304, próximo a Natal e à BR‑406. Acesso ferroviário: pela Concessionária Transnordestina Logística, através do Ramal Ferroviário Macau. Porto Marítimo de Manaus Localizado na margem esquerda do rio Negro, a 13 km da confluência com o rio Solimões. Endereço: Rua Taqueirinha, 25, Centro, Manaus (AM) – CEP 69005‑420. Telefones para contato: (92) 2123‑4350 / (92) 3621‑4300 / (92) 3621‑4301. Regime de exploração: porto administrado pela Sociedade de Navegação, Portos e Hidrovias (SNPH) do estado do Amazonas, empresa pública de capital fechado. A autarquia estadual gere o Porto de Manaus. Principais acessos: • Acesso marítimo: o acesso se faz pelo rio Negro, afluente da margem esquerda do rio Amazonas. Na região de Cabocal, a profundidade limita‑se a 11 m. • Acesso fluvial: por meio do rio Negro, afluente da margem esquerda do rio Amazonas. • Acesso rodoviário: por meio da Rodovia AM‑010 e das Rodovias BR‑174 e BR‑319, as quais ligam, respectivamente, o porto aos estados de Roraima e de Rondônia. • Acesse ferroviário: por meio do ramal da Concessionária Transnordestina Logística. 71 ESTRATÉGIADE DISTRIBUIÇÃO Porto Fluvial de Porto Velho Localizado na margem direita do rio Madeira, na cidade de Porto Velho (RO), distando cerca de 80 km a montante da foz do rio Jamari. Endereço: Terminal dos Milagres, 400, Bairro Balsa, Porto Velho (RO) – CEP 76801‑370. Telefones para contato: (69) 3229‑3904 / (69) 3229‑2134. Regime de exploração: porto administrado pela SOPH, constituída sob a forma de empresa pública com personalidade jurídica de direito privado e de capital fechado, sendo regida pelo seu Estatuto Social e pela legislação aplicável. Principais acessos: • Acesso fluvial: o acesso aquaviário ao Porto de Porto Velho é realizado pelo rio Madeira, onde está localizado. Não há um canal de acesso. Acesso rodoviário: o Porto de Porto Velho conecta‑se com sua hinterlândia através de duas rodovias principais, a BR364 e a BR‑319, que se interligam. Porto do Santarém Localizado na margem direita do rio Tapajós, próximo à confluência com o rio Amazonas, na cidade de Santarém, no Pará. Endereço: Avenida Cuiabá, s/n, Santarém (PA) – CEP 68040‑400. Telefones para contato: (93) 3512‑8500 / (93) 3512‑8501. Regime de exploração: porto administrado pela Companhia Docas do Estado do Pará (CDP), uma sociedade de economia mista. Principais acessos: • Acesso marítimo: o acesso ao Porto de Santarém, Canal do Curuá Grande, tem a largura média de 1,8 km e profundidade limitada pela Barra Norte do rio Amazonas, que possui 11,50 m. O cruzamento de navios só é permitido entre a Ilha Jacitara e a foz do rio Cuminá. • Acesso fluvial: pelo rio Tapajós. • Acesso rodoviário: por meio da BR‑163 (de Cuiabá a Santarém); na área urbana, pela avenida Cuiabá; e pela BR230 (Transamazônica). Porto Marítimo de Macapá (Santana) Localizado na margem esquerda do rio Amazonas, no canal de Santana, em frente à ilha de mesmo nome, no estado do Amapá. Endereço: Rua Cláudio Lúcio Monteiro, 1380, Santana (AP), Novo Horizonte – CEP 68925‑000. Telefones para contato: (96) 3314‑1200 / (96) 3314‑1205. 72 Unidade II Regime de exploração: porto administrado pela Companhia Docas de Santana (CDSA), empresa pública de capital fechado, conforme Convênio de Delegação firmado entre o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPA) e a Prefeitura de Santana. Principais acessos: • Acesso marítimo: para o ingresso no porto, é utilizado o Canal Natural de Santana, braço norte do rio Amazonas, com extensão de 6 km, largura limitante de 600 m e profundidade mínima de 11 m. Pode ser utilizado também o rio Jari, um dos principais afluentes do Amazonas. • Acesso fluvial: pelo rio Amazonas e seus afluentes. • Acesso rodoviário: por meio da Rodovia AP‑010, a qual liga as cidades de Macapá e Mazagão; por meio da BR‑210 (Perimetral Norte), que tem entroncamento com a BR‑156 próximo a Macapá; e, na área urbana, pela Rua Filinto Müller, que alcança as instalações portuárias. Porto Marítimo de Belém Localizado na margem direita da Baía de Guajará, formada pelos rios Moju, Guamá, Acará e Pará, a cerca de 120 km do oceano Atlântico. Endereço: Avenida Marechal Hermes, Praça Pedro Teixeira, Belém (PA) – CEP 66010‑000. Telefones para contato: (91) 3182‑9088 / (91) 3216‑2129 / (91) 3216‑2037 / (91) 3216‑2130. Regime de exploração: porto administrado pela Companhia Docas do Estado do Pará (CDP), sociedade de economia mista. Principais acessos: • Acesso marítimo: o principal acesso situa‑se entre a Ilha do Fortim e a Barra, pelo Canal Oriental, com largura entre 90 e 180 m, comprimento de 6 km e profundidade entre 7 e 9 m. • Acesso fluvial: por meio do Canal Oriental da Baía de Guajará. • Acesso rodoviário: por meio da BR‑010 e da BR‑316, cujos traçados coincidem ao alcançarem Belém. Porto Marítimo de Vila de Conde Localizado no município de Barcarena, no estado do Pará, à margem direita do rio Pará. Endereço: Rodovia PA‑483, s/n, Bairro Vila do Conde, Barcarena (PA) – CEP 68448‑000. Telefones para contato: (91) 3754‑1343 / (91) 3754‑1176 . 73 ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO Principais acessos: Acesso marítimo: o canal de acesso tem 88,5 km de extensão na direção sul‑sudoeste, possui largura mínima de 500 m e profundidade limitante de 23 m. • Acesso fluvial: ocorre por meio dos rios Mearim, Pindaré, dos Cachorros e Grajaú, limitados por pequenas profundidades. • Acesso rodoviário: ocorre por meio da BR‑135, que possui entroncamento com a BR‑222 a 95 km de Itaqui. • Acesso ferroviário: pelo Ramal Piçarra–Itaqui, com 17 km de extensão, ligado à Linha Tronco São Luís–Parnaíba, da Concessionária Transnordestina Logística. O acesso também ocorre pela Estrada de Ferro Carajás (EFC). Porto de Itaqui Localizado na Baía de São Marcos, no município de São Luís (MA). Endereço: Avenida dos Portugueses, s/n, Itaqui, São Luís (MA) – CEP 65085‑370. Telefone para contato: (98) 3216‑6000. Regime de exploração: porto administrado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), empresa pública de capital fechado criada pelo governo do Maranhão por meio do convênio celebrado entre o estado do Maranhão e a União. Principais acessos: • Acesso marítimo: o canal de acesso tem 88,5 km de extensão na direção sul‑sudoeste, possui largura mínima de 500 m e profundidade limitante de 23 m. • Acesso fluvial: por meio dos rios Mearim, Pindaré, dos Cachorros e Grajaú, limitados por pequenas profundidades. • Acesso rodoviário: por meio da BR‑135, que possui entroncamento com a BR‑222 a 95 km de Itaqui. • Acesso ferroviário: pelo Ramal Piçarra–Itaqui, com 17 km de extensão, ligado à Linha Tronco São Luís–Parnaíba, da Concessionária Transnordestina Logística. O acesso também ocorre pela Estrada de Ferro Carajás (EFC). Porto de Fortaleza Localizado na enseada de Mucuripe, na cidade de Fortaleza. Endereço: Praça Amigos da Marinha, s/n, Mucuripe, Fortaleza (CE) – CEP 60182‑640. Telefone para contato: (85) 3266‑8800. Regime de exploração: porto administrado pela Companhia Docas do Estado do Ceará (CDC), sociedade de economia mista. 74 Unidade II Principais acessos: • Acesso marítimo: o canal de acesso é de via única e possui, aproximadamente, 1,2 km de comprimento. Sua largura varia de 80 a 100 m, e sua profundidade varia entre 11 e 14 m. • Acesso rodoviário: por meio da CE‑060, da CE‑065, da BR020, da BR‑116 e da BR‑222. • Acesso ferroviário: por meio do ramal da Concessionária Transnordestina Logística. Porto de Areia Branca Localizado em estrutura artificial fincada em mar aberto, a qual fica a 26 km a nordeste da cidade de Areia Branca (RN) e cerca de 14 km distante da costa. Endereço: Terminal Salineiro de Areia Branca, Cais Tertuliano Fernandes, 81, Areia Branca (RN) – CEP 59655‑000. Telefone para contato: (84) 4005‑5311. Regime de exploração: porto administrado pela Companhia Docas do Estado do Rio Grande do Norte (Codern), sociedade de economia mista. Principais acessos: • Acesso marítimo: o canal de acesso é de via dupla, com largura limitante de 500 m, profundidade mínima de 12 m e extensão de cerca de 5,5 km. • Acesso rodoviário: por meio da RJ‑155, que se conecta à BR‑101 e à BR‑494 a 7 km do Porto. • Acesso ferroviário: por meio do Ramal Barra Mansa (Angra dos Reis), operado pela FCA, ligando o Porto à região centro‑sul do estado do Rio de Janeiro, e desta última a Minas Gerais, a Goiás e à Bahia. Porto de Natal Localizado na margem direita do rio Potengi, a uma distância de 3 km de sua foz. Endereço: Avenida Engenheiro Hildebrando de Góis, 220, Ribeira, Natal (RN) – CEP 59010‑700. Telefone para contato: (84) 4005‑5311. Regime de exploração: porto administrado pela Codern, sociedade de economia mista. Principais acessos: • Acesso marítimo: denominado rio Potengi, o canal inicia na barra, com extensão de 3 km, largura limitante de 100 m e profundidade mínima de 12,5 m. O canal é de via única. • Acesso rodoviário: por meio da BR‑101 e da BR‑226, ambas convergindo com a BR‑304, próximo a Natal e à BR‑406. • Acesso ferroviário: pela
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