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EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 1 EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS SEMIOLOGIA https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 2 EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS CONTEÚDO: DOMÊNICA BARONI CURADORIA: FELIPE BARRETO https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 3 SUMÁRIO REVISÃO DE ANATOMIA .............................................................................. 4 REVISÃO ANAMNESE ................................................................................... 5 EXAME FÍSICO ................................................................................................. 8 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 12 https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 4 REVISÃO DE ANATOMIA Hoje vamos falar sobre exame físico das vias urinárias. Sabemos como essa parte é importante para corroborar dada hipótese diagnóstica, porém, para que seja mais apurado, devemos ter uma boa noção anatômica e história clínica. Por isso, primeiramente, vamos fazer uma breve re- visão da anatomia e anamnese do sistema urinário. Anatomicamente, os órgãos urinários ab- dominais e pélvicos podem ser subdividi- dos em rins, ureteres, bexiga urinária e uretras feminina e masculina. Os rins são estruturas vermelho- acastanhadas ovaladas (em formato de feijão), retroperitoneais, que se localizam na parede posterior do abdome, aproxi- madamente, no nível das vértebras T12 a L3. Figura 1: visão externa e interna dos rins Figura 2: Anatomia de superfície dos rins https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 5 O rim direito costuma estar 2,5cm mais baixo do que o esquerdo, devido a sua posição anatômica próxima ao fígado. Em geral, esses órgãos medem cerca de 10cm de comprimento, 5cm de largura e 2,5cm de espessura. Nas figuras 1 e 2, podemos observar, respectivamente, sua estrutura interna e externa, e sua localização. Os ureteres são longos ductos muscula- res, localizados nas porções abdominal e pélvica, que conduzem a urina dos rins (a partir dos hilos renais) para a bexiga urinária. Essas estruturas apresentam constrições relativas em três locais: (1) junção ureteropélvica, (2) 1/3 médio do ureter (altura do cruzamento das ar- térias ilíacas) e (3) junção vesicoureteral. Figura 3: constrições normais dos ureters em pielografia retrógrada A bexiga urinária consiste em uma víscera oca, de alta distensibilidade, parede mus- cular forte e interior revestido por epitélio transicional. Sua função é armazenar, tem- porariamente, a urina, podendo sofrer var- iação de tamanho, formato e posição de acordo com o volume. A uretra masculina conduz urina do óstio interno da uretra, localizado na bexiga, até o óstio externo da uretra, na extremidade da glande do pênis. Esse tubo também consistiu o canal de saída do sêmen. Por fim, a uretra feminina segue antero- inferiormente do óstio interno da treta até o óstio externo da uretra, no vestíbulo da vagina (fenda entre os lábios menores da região genital externa). REVISÃO ANAMNESE No paciente com comprometimento uro- lógico, o objetivo é identificar lesões no trato urinário superior, tendo em vista que o rim é o órgão mais importante desse sistema e, por isso, devemos avaliar sua in- tegridade e função. Entretanto, vale ressaltar que lesões em outras estruturas desse sistema também podem levar a manifestações clínicas e laboratoriais im- portantes. https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 6 Indivíduos com determinadas comor- bidades, como, por exemplo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes melli- tus (DM), algumas colagenoses, vascu- lites, doenças hematológicas e infec- ciosas (ex.: tuberculose, leptospirose, hepatite B e C etc.) devem chamar a atenção do médico ou estudante de me- dicina, visto que o não controle dessas doenças pode levar a comprometimento e/ou obstrução das estruturas renais. His- tória familiar e antecedentes pessoais também podem corroborar com o quadro clínico. Dos antecedentes pessoais, devemos nos alertar para quadros cistite e litíase ( nefro Figura 4: corte sagital das vísceras pélvicas masculina e feminina https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 7 ou ureterolitíase) de repetição; trauma- tismos abdominais, pélvicos e lombares; uso de medicamentos (aminoglicosídeos, anfotericina B, AINEs…), refluxo vesicoureteral, anormalidades do desen- volvimento dos sexual; alterações da es- trutura das vias urinárias (doenças císticas ou câncer), além de acometimento de es- truturas extra urinárias que po-dem re- fletir diretamente no sistema urológico, como hiperplasia prostática benigna (HPB) e Ca de próstata. Os principais sinais e sintomas típicos são dor (sua localização depende do órgão ou localização da lesão; dores de origem re- nal, decorrente da distensão da cápsula re- nal ou processos inflamatórios perinefréti- cos, costumam se localizar nos ângulos costovertebrais, abaixo da 12ª costela. A dor ureteral, por sua vez, geralmente se inicia na região lombar irradiando para o flanco, fossa ilíaca, testículos ou grandes lábios, sendo resultado do intenso mo- vimento peristáltico dos ductos muscula- res em resposta a obstruções ou pas- sagem de cálculos. Dores vesicais decor- rem de inflamação da mucosa vesical ou corpos estranhos, manifestando-se em contrações involuntárias na região hipogástrica. Por fim, a dor prostática costuma ser retropúbica ou perineal, po- dendo ser contínua, enquanto quadros de evolução mais lenta, como tumores, nor- malmente são indolores), polaciúria, disúria, hematúria (urina com sangue), uretrorragia (sangue mesmo sem ato mic- cional), colúria, poliúria, oligúria ou anúria, enurese (emissão involuntária de urina em indivíduos acima de 5 anos), Figura 5: interior da uretra masculina https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 8 pneumatúria, incontinência e/ou retenção urinárias, gotejamento, podendo haver outros… Agora que revisamos a anatomia e história clínica, vamos entender como realizar o ex- ame físico! EXAME FÍSICO O exame físico deve ser iniciado com uma avaliação geral do paciente, seguido da análise do trato urogenital. Na inspeção, devemos avaliar a presença de cicatrizes (indicando processos cirúrgico previamente realizados ou traumas), fístulas (urinárias ou purulentas) e abaulamentos. Os abaulamentos podem ser visualizados em regiões suprapúbica,flancos e lombar, correspondendo a bexigoma (globo vesical palpável devido a retenção urinária, geralmente associado a obstrução da via excretora), tumores ou abcesso perinéfrico. A inspeção genital masculina deve ser realizada no pênis e bolsa escrotal. No pênis, podemos observar lesões locais, que podem ser neoplásicas ou infecciosas/doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), além de anomalias genéticas, como, por exemplo, hipospádia, epispádia, agenesia e estenose. No exame da região escrotal, identificamos o tamanho, formato, car- acterísticas da pele e aspectos vasculares, sendo algumas alterações possíveis: sinais inflamatórios (abcessos ou orquiepididimites), fístulas purulentas (tuberculose genital, forma rara de tuberculose extrapulmonar), acidentes vasculares ou hematomas (hematocele ou ruptura de uretra) e aumento de volume (hidrocele, neoplasias). Para a genitália feminina, a paciente, primeiramente, deve se posicionar na posição ginecológica clássica, litotomia. Na sua inspeção, a presença de corrimentos, fístulas, coleções purulentas nas glândulas de Bartholin e tumores ginecológicos podem ser algumas alterações observadas. Os corrimentos podem favorecer o desenvolvimento de infecções urinárias e, portanto, sinais e sintomas como disúria e urgência miccional, enquanto tumores quadros de obstrução uretral e hematúria. A ausculta deve ser realizada antes da palpação abdominal. Essa parte do exame físico nos permite avaliar a presença ou não de sopros arteriais. Tais sopros, em topografia de artérias renais, podem indicar estenose, sendo a principal causa desse estreitamento a aterosclerose. Na figura 6, é possível observar sua topografia: https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 9 Figura 6: topografia de artérias abdominais que devem ser auscultadas na procura de sopros. Nesse módulo, daremos enfoque, preferencial- mente, às artérias renais. A percussão da região suprapúbica é efi- caz em casos de retenção urinária aguda ou crônica, que provoquem dilatação da bexiga urinária, ou tumores nesse órgão. Nesse sentido, encontraremos uma mac- icez local, sendo que, no caso de dilatação, pode chegar a cicatriz umbilical. Na loja re- nal, por sua vez, a manobra de Giordano, caracterizada por uma mão espalmada e outra cerrada batida sobre a primeira, quando positiva pode indicar litíase ou pielonefrite. Como, na suspeita de pielonefrite, o paciente costuma relatar dor na simples palpação da região costoverte- bral, não há necessidade de punho percussão por ser muito dolorosa para o mesmo. A palpação renal, normalmente, não nos auxilia tanto, pois são poucos os casos em que os rins são palpáveis, sendo mais sensível em pacientes magros, crianças, ou em algumas condições patológicas, como hidronefrose, doenças císticas ou tumores. Três manobras pode nos auxiliar a palpar os rins: de Guyon, de Israel e de Goelet. • Na manobra de Guyon, com o pa- ciente em decúbito dorsal, o exam- inador deve se posicionar a sua direita, colo- cando a mão esquerda na região dorsal, na altura da loja re- nal, tracionando-a, enquanto sua mão direita palpa, por meio do re- bordo costal durante a inspiração, a fim de encontrar a mão esquerda e, consequentemente, o rim. Para o rim esquerdo, o examinador deve se posicionar ao lado esquerdo do pa- ciente, realizando o mesmo pro- cesso. • Na manobra de Israel, o paciente deve estar em decúbito lateral, com membro inferior contralateral em extensão e homólogo em flexão, além dos membros superiores so- bre a cabeça. O examinador deve se posicionar do mesmo lado do rim que será palpado, colocando a mão https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 10 direita para o rim esquerdo e a es- querda para rim direito. O rim deve ser palpado anteroposteriormente. • A manobra de Goelet, todavia, deve ser realizada com o paciente em or- tostase, fletindo o joelho do lado que se deseja palpar, apoiando-o sobre uma cadeira. O examinador deve, então, tracionar anterior- mente com uma das mãos, en- quanto a outra tenta palpar o lobo inferior do rim. Além disso, podemos palpar a bexiga urinária. Assim como na percussão, esse órgão é palpável quando distendido por retenção urinária ou aumentado em casos de patogenia. Nos homens, a palpação do pênis nos per- mite avaliar áreas de endurecimento/fi- brose ao longo dos corpos cavernosos (Doença de Peyronie) e obstrução por cor- pos estranhos ou cálculos impactos ao longo da uretra. A bolsa escrotal (e seu conteúdo), por sua vez, quando normal, apresenta consistência fibroelástica, formato ovóide e é indolor à palpação. Caso haja alteração, essa parte do exame desse ser feita com cautela, pois algumas patogenias podem ser bastante dolorosas, como na orquiepididimite aguda. Au- mento de tamanho e consistência do órgão (hematocele, orquite), processo inflamatório local, massas sólidas (hérnia in-guino-escrotal ou lesão maligna) e nódulos indolores (possibilidade de câncer) são alguns achados possíveis. Nas mulheres, o toque vaginal pode ser uni ou bidigital, procurando analisar as relações anatômicas entre vagina, útero e anexos, além de possíveis alterações. O exame - bimanual - é realizado com a in- trodução dos dedos direitos, verticalmente e exercendo pressão em sentido posterior, enquanto a mão esquerda palpa a região entre a sínfise púbica e a cicatriz umbil- ical. O objetivo é revelar a presença de massas (que podem ser tumorais ou por cálculos intravesicais), nódulos, fístulas vesicovaginais, divertículos uretrais (abaulamento na região anterior da vagina), corrimentos pelo meato uretral ou proximidades (indicativo de uretrite por Chlamydia trachomatis ou Neisseria gon- orrhoeae), hipersensibilidade, além de comprometimento de colo e corpo uterino. Por fim, como vimos na revisão da anam- nese, a próstata, quando alterada, pode le- var a importantes manifestações urinárias, sendo sua avaliação, portanto, preco- nizada em alguns casos. Nesse prisma, primeiramente, é essencial avaliar o benefício que o exame vai propor em cada caso, além de orientar e tranquilizar o pa- ciente sobre sua importância, procedendo- https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 11 o apenas se confirmada sua real neces- sidade e houver permissão do indivíduo a ser examinado. Sobre o exame em si, o ini- ciamos com a inspeção, procurando fístu- las ou fissuras anais (trauma, tuberculose, neoplasias), abcesso perianal (HIV ou DM) e algumas lesões por doenças sex- ualmente transmissíveis - DSTs (con- diloma). Seguindo para o toque retal, o pa- ciente deve se posicionar corretamente, podendo adotar, para isso, a posição de Sims (decúbito lateral esquerdo com membros inferiores fletidos sobre o ab- dome), posição genu-peitoral (mais ade- quada e fácil para os examinadores, mas de menor aceitação pelos pacientes) ou em decúbito dorsal com as pernas estendidas. O examinador, então, coloca as luvas não estéreis, uma substância lubrificante (geralmente, lidocaína gel) no dedo indica- dor e inicia o procedimento, pedindo para o paciente relaxar o máximo possível. Introduz-se, em seguida, o indicador, len- tamente, realizando movimentos rotató- rios, procurando se atentar, nos homens, à posição, dor, consistência (fibroelástica, pétrea), tamanho (considerado aumentado na presença de fissura e maior do que duas polpas digitais) da próstata ( pensando em tumores, HPB ou traumas) e, para ambosos sexos, em lesões tróficas. Em suma, o exame físico das vias urinárias auxilia a corroborar hipóteses di- agnósticas, sendo que a análise completa vai avaliar de caso a caso. Para que essa avaliação física seja mais sensível, é essen- cial que o médico ou estudante de medic- ina esteja atento desde a anamnese, com- preendendo os fatores de risco, sinais e sintomas apresentados. Contudo, ainda assim, muitos casos dependem de exames complementares para confirmação da hipótese diagnóstica. https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home EXAME FÍSICO DAS VIAS URINÁRIAS 12 @jalekoacademicos Jaleko Acadêmicos @grupoJaleko REFERÊNCIAS ALVES, P.R.A.; VIEIRA, M.J.F.; HABR-GAMA, A. Exame proctológico - téc- nica. Revista de Medicina, v.67, n. 1, p. 19 a 22. 1987 BICKLEY, L.S. Bates: propedêutica médica. 11ª edição. Guanabara Koogan, 2015 MOORE, K.L.; DALLEY, A.F.; AGUR, A.M.R. Moore: Anatomia orientada para clínica. 7ª edição. Rio de Janeiro: Koogan, 2014. Recurso digital ROCCO, J.R. Semiologia Médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Recurso digital. SROUGI, M.; NÁPOLI, F.; GÓES, G. Semiologia urológica. Revista De Me- dicina, v. 61, n. 2. 1977 VISITE NOSSAS REDES SOCIAIS https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.instagram.com/jalekoacademicos/?hl=pt-br https://www.jaleko.com.br/home https://www.youtube.com/channel/UCoGDzJkGOb2YfM-VQ9rJyMg https://www.jaleko.com.br/home https://www.facebook.com/grupoJaleko/ REVISÃO DE ANATOMIA Revisão anamnese EXAME FÍSICO Referências
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