Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 ESMALTE Profa. Mildred Medeiros Considerações gerais: recobre a coroa dos dentes; é o único tecido mineralizado acelular, não mantendo contato com as células que o formaram; tem origem epitelial (EIOE); Apresenta prismas em sua composição; é o tecido mais mineralizado do organismo: - Composição do esmalte: 97% de matriz inorgânica – cristais de hidroxiapatita 1% de matriz orgânica – proteínas (amelogeninas) 2% de água Esmalte 2 Esmalte Amelogênese É o processo de formação do esmalte Tem início na fase de sino ou campânula, com a diferenciação celular, mas ocorre efetivamente na fase de coroa; A amelogênese é dividida em cinco fases: Fase morfogenética Fase de diferenciação Fase secretora Fase de maturação Fase protetora Esmalte Fase morfogenética • As células do EIOE param de se dividir determinando as dobras iniciais, que determinarão a forma do dente Fase de diferenciação • As células do EIOE sofrem inversão de polaridade dando origem aos pré-ameloblastos • Após a deposição da dentina do manto, os pré-ameloblastos se diferenciam em ameloblastos 3 Esmalte Fase secretora • Início da amelogênese propriamente dita; • Os ameloblastos adquirem características de células secretoras de proteínas; • A matriz sintetizada é basicamente proteica, rica em amelogeninas e enamelinas, sendo liberadas sobre a dentina do manto Fase secretora • No início, a face distal dos ameloblastos é plana, depositando os cristais de hidroxiapatita perpendicularmente à dentina, formando uma camada homogênea denominada de ESMALTE APRISMÁTICO; • Após esta primeira camada, os ameloblastos exibem um curto prolongamento denominado de PROCESSO DE TOMES, que muda a direção na deposição dos cristais, formando os PRISMAS DO ESMALTE, dando início à síntese do ESMALTE PRISMÁTICO; • No fim desta fase, o processo de Tomes involui, formando uma nova camada de ESMALTE APRISMÁTICO; Esmalte 4 Esmalte Fase de maturação • Os ameloblastos voltam a ser células cilíndricas, deixando de exibir características de células secretoras; • Os ameloblastos iniciam a degradação da matriz orgânica, permitindo uma maior deposição de matriz inorgânica; • Aumento no tamanho dos prismas do esmalte; • Esta fase corresponde à maturação pré-eruptiva; Fase protetora • Os demais componentes do órgão do esmalte completam sua degradação, formando uma camada de ameloblastos protetores, denominada EPITÉLIO REDUZIDO, estrutura que reveste a coroa do dente até a sua erupção na cavidade oral; • Este epitélio reduzido formará o epitélio juncional da gengiva após a erupção dentária. Esmalte 5 Esmalte Estruturas do esmalte Prismas: são unidades estruturais em forma de barras que se estendem do esmalte aprismático até a superfície externa do esmalte Estrias incrementais de Retzius: são resultados da mudança na direção dos ameloblastos após períodos de repouso na deposição Bandas de Hunter-Schreger: são um fenômeno optico produzido somente por mudanças na direção dos prismas. Esmalte Esmalte nodoso: é resultado do intercruzamento dos prismas durante a mudança na direção de deposição. 6 Esmalte Tufos: presentes na junção amelodentinária, são ramificados e hipo- mineralizados Lamelas: são áreas hipomineralizadas que se estendem por toda a extensão do esmalte Fusos: são prolon- gamentos odontoblás- ticos aprisionados no esmalte DENTINA Profª. Mildred Medeiros e Profª. Fátima brito 7 Dentina Considerações gerais Constituição: - 70% de matriz inorgânica = cristais de hidroxiapatita - 18% de matriz orgânica = colágeno I - 12% água Aloja e protege a polpa dentária; Tem origem conjuntiva – papila dentária; É avascular e acelular; Apresenta somente os prolongamentos dos odontoblastos; Dentina Dentinogênese É o processo de formação da dentina, e ocorre a partir da papila dentária. Tem início na 4ª fase da odontogênese, quando as células ectomesenquimais próximas ao EIOE se diferenciam em pré-odon- toblastos e, depois, em odontoblastos, que adquirem característi- cas de células secretoras de proteínas. 8 Dentina Dentinogênese (cont.) - Os odontoblastos apresentam um prolongamento, que aumenta gradativamente de tamanho, chamado de PROLONGAMENTO ODONTOBLÁSTICO; - Os odontoblastos sintetizam uma matriz não-mineralizada deno- minada PRÉ-DENTINA; - Após a deposição da pré- dentina, os odontoblastos liberam os cristais de hidroxiapatita dentro de estruturas denominadas de VESÍCULAS DA MATRIZ; Dentina Dentinogênese (cont.) - Os cristais de hidro- xiapatita dentro destas vesí- culas aumentam de tamanho, tonando-se GLÓBULOS DE MINERALIZAÇÃO, que irão se fusionar, mineralizando a pré-dentina; - A falha na fusão deste glóbulos formará a DENTINA INTERGLOBU- LAR que é hipomineralizada; 9 Micrografia eletrônica de varredura Fotomicrografia do corte de uma dentina interglobular (microscopia de luz) Dentina Dentina Dentina coronária x Dentina radicular -A indução na diferenciação dos odontoblastos radiculares ocorre a partir da bainha epitelial de Hertwig; - O grau de deposição da dentina radicular é mais lenta; - A indução na diferenciação dos odontoblastos coronários ocorre a partir do EIOE; - A dentina coronária é mais mineralizada do que a dentina radicular; 10 Dentina Formação dos túbulos dentinários - Neste momento, formam-se dois tipos de dentina: -- DENTINA PERITUBULAR = é hipermineralizada formando a parede dos túbulos dentinários; -- DENTINA INTERTUBULAR = é o corpo da dentina, sendo um pouco menos calcificada. - O túbulo dentinário se forma ao redor do prolongamento odontoblástico, que se torna aprisionado pela mineralização da matriz da dentina ; Dentina Túbulos dentinários Micrografia eletrônica de varredura 11 Dentina Classificação Dentina primária É a dentina formada até o momento da erupção; É composta pela dentina do manto e a dentina circumpulpar; Dentina circumpulpar = constitui o corpo do dente. Dentina Classificação Dentina secundária É a dentina formada a partir da erupção; A velocidade de deposição da dentina é mais lenta; É semelhante à dentina primária apresentando apenas uma leve mudança na direção dos túbulos. 12 Dentina Classificação Dentina terciária Também denominada de dentina reparadora ou reacional, sendo formada apenas em casos de injúria e/ou patologias; Grau de deposição rápida; É irregular, não tendo, a estrutura tubular ordenada das dentinas primária e secundária. Odontologia – Disciplina: Morfologia II Profa Mildred Medeiros POLPA DENTÁRIA 13 14 Dentina 15 PERIODONTO É constituído pelas estruturas que participam na sustentação dos dentes na maxila e na mandíbula; É dividido em periodonto de inserção ou sustentação – cemento, ligamento periodontal e osso alveolar, e em periodonto de proteção ou marginal, formado pela gengiva. 16 Periodonto de inserção CEMENTO Origem: folículo ou saco dentário Funções: recobrir a dentina radicular e inserção das fibras do ligamento periodontal na raiz do dente; É um tecido conjuntivo mineralizado constituído de 60% de matriz inorgânica e 40% de matriz orgânica, sendo seu principal componente o colágeno do tipo I É avascular, sendo nutrido pelo ligamento periodontal; Periodonto de inserção Células Cementoblastos: são responsáveis pela síntese da matriz orgânica do cemento. Quando ativos, apresentam forma arredondada, e estando em repouso, apresentam-se achatados com quantidade reduzida de organelas. CEMENTO 17 Periodonto de inserção CEMENTO Células Cementócitos: são cementoblastosaprisionados na matriz mineralizada com pouca atividade sintética. Possuem inúmeros prolongamentos que comunicam-se entre si através de canalículos. Periodonto de inserção Tipos de cemento Cemento Acelular – de fibras extrínsecas Tem um aspecto homogêneo Presente no terço cervical da raiz dos dentes Possui matriz bastante fibrosa, constituída por grossos feixes de fibras colágenas do ligamento periodontal inseridas durante a sua formação 18 Periodonto de inserção Tipos de cemento Cemento Celular – de fibras mistas Presente no terço médio da raiz dos dentes e nas áreas de furcação das raízes Possui cementócitos dentro de lacunas Sua matriz apresenta fibras colágenas formadas tanto por cementoblastos quanto por fibroblastos do ligamento Periodonto de inserção Tipos de cemento Cemento Celular – de fibras intrínsecas É formado somente em casos de reparação, geralmente após reabsorção cementária ou na compensação dos desgastes oclusais funcionais. É constituído apenas pelo produto dos cementoblastos. 19 Periodonto de inserção OSSO ALVEOLAR Origem: folículo ou saco dentário Funções: participa da ancoragem do dente dentro do alvéolo; É um tecido mineralizado semelhante ao tecido ósseo atravessado por grossos feixes de fibras colágenas do ligamento que se inserem nele; Possui osteócitos dentro de lacunas que se comunicam através de canalículos; Não apresenta sistemas de Havers. Periodonto de inserção Osso basal x Processo Alveolar x Osso Alveolar Originado do folículo dentário durante a odontogênese. É formado sobre o processo alveolar. Constitui o corpo da mandíbula e da maxila; formado durante a formação da face. Tem origem no osso basal, rodeando o germe dentário durante a odontogê- nese. Dá forma ao alvéolo dentário. 20 Periodonto de inserção OSSO ALVEOLAR Osso alveolar x Processo alveolar Movimentação ortodôntica É possível devido a sua maior plasticidade. Assim sendo, no lado da pressão ocorre reabsorção óssea enquanto que no lado da tração ocorre neoformação óssea. Periodonto de inserção LIGAMENTO PERIODONTAL Origem: folículo ou saco dentário Funções: dar suporte aos dentes, nutrição de outros tecidos e amortecer as forças mastigatórias É um tecido conjuntivo frouxo atravessado por grossos feixes de fibras colágenas que se inserem do cemento ao osso alveolar É vascularizado e inervado; 21 Periodonto de inserção LIGAMENTO PERIODONTAL Células Fibroblastos Células indiferenciadas Restos epiteliais de Malassez: são resíduos de células epiteliais resultantes da fragmentação da bainha epitelial de Hertwig Periodonto de inserção LIGAMENTO PERIODONTAL Células Células indiferenciadas: são células com a capacidade de diferenciação, quando necessário, de novas células de natureza conjuntiva, em cementoblastos ou osteoblastos. Restos epiteliais de Malassez: são grupos de células epiteliais resultantes da fragmentação da bainha epitelial de Hertwig. 22 Periodonto de inserção LIGAMENTO PERIODONTAL Matriz extracelular Os constituintes da matriz do ligamento são extremamente dinâmicos, pois precisam se adaptar constantemente às mudanças de posição do dente. O componente básico fibrilar é o colágeno do tipo I, formando feixes de fibras características do ligamento chamados de fibras principais. Periodonto de inserção LIGAMENTO PERIODONTAL Fibras principais do ligamento Encontradas apenas nas regiões de furcação dos dentes Recobre o ápice do dente Encontradas logo após o limite amelo- cementário Formam um ângulo reto com a superfície radicular São as mais frequentes e apresentam uma Inclinação em relação à raiz 23 Periodonto de inserção LIGAMENTO PERIODONTAL Fibras secundárias do ligamento Fibras oxitalânicas São fibras e fibrilas colágenas- fazem sutentação dos elementos vasculares e nervosos dentro do ligamento periodontal São fibras semelhantes às fibras elásticas, localizam-se entre as fibras colágenas e mantêm estreita relação com os vasos sanguíneos.
Compartilhar