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Slides de Aula I (1)

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Prévia do material em texto

Prof. Bruno César
UNIDADE I
Educação Física Integrada
 Promover o conhecimento, a reflexão e a compreensão da realidade social, em 
especial o lazer.
 Em nossa sociedade, o trabalho ocupou (e ainda ocupa) a centralidade da organização 
social. O lazer e o ócio são elementos fundamentais, pois possibilitam a transformação 
do sujeito;
 A disciplina expõe como o pensamento sociológico busca compreender o contexto 
contemporâneo em seus diversos tipos de interações e movimentos.
 Desde o estabelecimento da era industrial, o trabalho foi a 
atividade que ocupou a centralidade na organização da 
temporalidade social, marcada também pela produção 
e pelo consumo.
Apresentação da disciplina
 Unidade I: reconhecer e analisar o contexto contemporâneo, a partir da perspectiva da 
sociologia do lazer. Os conceitos de tempo livre, lazer e ócio estarão presentes, bem como 
as integrações entre o Homo faber e o Homo ludens;
 Unidade II: Descrever a trajetória dos estudos da sociologia do lazer no Brasil, suas 
influências e perspectivas. Para tal, o duplo aspecto do lazer e do ócio na educação 
são pontos abordados. 
 Tudo isso sob o prisma da sociologia do lazer, a partir de estudos de caso brasileiros.
Organização do conteúdo
 O lazer faz parte de nossa cultura, estando fortemente presente na contemporaneidade. 
Para compreendê-lo, é importante compreender as relações com o tempo, que faz parte de 
nossa experiência existencial;
 Mitologia grega: Cronos era um dos Titãs, que devorava os filhos ao nascer. Tal ação 
buscava impedir a realização de uma profecia: um dos seus filhos iria matá-lo para tomar seu 
lugar como senhor da criação;
 Kairós é um deus representado como um jovem de porte atlético, com duas asas nos pés. 
Isso fazia com que ele transitasse de forma aleatória e imprevisível;
 Cronos e Kairós são duas figuras míticas representantes do 
tempo, mas cada uma simbolizava um tempo distinto.
Lazer e sociedade
 Atualmente, a expressão “tempo” está próxima do termo grego chamado kronos. Palavras 
como “cronograma” e “cronômetro” são suas derivações, pois são associadas a um tempo a 
ser controlado, com finitude: segundos, minutos, horas, dias, meses, anos...;
 Kairós é o tempo subjetivo e pessoal. Pode ser rápido ou devagar, dependendo de quem o 
vive. Associam-se a ele atividades prazerosas ou desgastantes; 
 Os tempos controlado e subjetivo interferiram nas relações da humanidade e do trabalho. 
Martins e Baptista (2013), nas sociedades pré-industriais, as atividades exercidas atendiam 
às necessidades básicas.
Organização social do tempo: de Cronos a Kairós
Períodos:
 Paleolítico (700.000 a 10.000 a.C.): pessoas nômades, de acordo com as condições para a 
sobrevivência;
 Mesolítico (10.000 a 7.000 a.C.): população estabilizada, com a criação de animais. 
Sobrevivia da caça e da coleta de frutos;
 Neolítico (7.000 a 3.000 a.C.), grandes transformações entre homem e natureza. 
Domesticação de animais, cultivo da terra e trabalho coletivo. Não havia a noção de 
“posse particular”;
 Não há separação de ações: ao mesmo tempo que se saía 
para caçar, brincava-se; cozinhava-se ao mesmo tempo que 
se educava. Assim, a humanidade foi buscando bens para a 
sua sobrevivência, intensificando o sistema de trocas.
Organização social do tempo: de Cronos a Kairós
 No período arcaico (VIII a.C.), diminuíram as atividades agrícolas e pastoris. Surgiram as 
propriedades privadas e a escravidão, alterando as relações de trabalho: do autogerido 
para o escravo; 
 Tempos depois veio o trabalho de manufatura, ou “dirigismo estatal”, que seria prestar 
serviços ao Estado. Já em V d.C., o dirigismo estatal deu lugar aos poucos ao sistema 
dominal, caracterizado pelas transformações ocorridas no sistema agrícola devido à difusão 
do cristianismo;
 O fim do Estado carolíngio (VIII e IX d.C.) estabeleceu o feudalismo. Senhores de terra se 
apropriavam da produção camponesa. Os trabalhos artesanais não eram uniformes.
Organização social do tempo: de Cronos a Kairós
 Idade Moderna: mudanças com relação ao trabalho, crescimento das atividades comerciais, 
crises agrárias e monetárias. Surge o sistema econômico comercial, o qual desenhava as 
primeiras intervenções regulamentadas entre tempo, trabalho e salário;
 Aumento da economia e dos mercados foi a base do sistema capitalista. Há o aumento 
do trabalho assalariado e a troca do escambo pela moeda, o que leva ao surgimento de 
novas formas de produção mais rápidas para suprir as demandas do sistema da 
lógica mercadológica;
 Martins e Baptista (2013): o tempo controlado (kronos) interferia diretamente na economia, 
então caracterizada pela venda e circulação de produtos.
Organização social do tempo: de Cronos a Kairós
 No século XVI, a reforma protestante, principalmente nas visões de Martinho Lutero e João 
Calvino, vinculava o trabalho à salvação divina;
 O capitalismo se apoia na produtividade organizada pelas longas jornadas de trabalho. 
A Revolução Industrial trouxe as máquinas a vapor, intensificando a produção. Os relógios 
das fábricas controlavam o tempo de produção e a produtividade, além da modernização 
dos meios de transporte;
 Marx: o tempo do trabalho domina o próprio trabalho, pois é 
uma moeda de troca: o trabalhador é remunerado pela sua 
jornada. Há uma supervalorização do tempo do 
trabalho, para alcançar bens materiais e a identidade por meio 
do consumo e do esvaziamento do sujeito.
Organização social do tempo: de Cronos a Kairós
 Muitas vezes na nossa sociedade o trabalho para “ter” subtrai o sentido do “ser”. 
A sofisticação dos meios de transporte e de comunicação por intermédio da tecnologia 
otimizou o tempo e as tarefas, o que também provocou mudanças nas relações de trabalho;
 Um exemplo seria dos home offices que afastam as jornadas homogêneas. O relógio de 
ponto é substituído pela tarefa a ser efetuada. O gerenciamento do trabalho é feito em 
nossos aparelhos eletrônicos, acessados de qualquer lugar e tempo, possibilitando 
rapidez e flexibilidade;
 Os apontamentos nos fazem pensar na necessidade do tempo autogerido (kairós)...
Organização social do tempo: de Cronos a Kairós
 Muitas empresas substituem a obrigatoriedade da presença do colaborador no ambiente 
laboral, para desenvolver suas tarefas com o seu próprio tempo. Há um crescimento no 
número de profissionais que trabalham e desenvolvem suas atividades de acordo com o 
serviço que desempenham;
 De forma tímida, há ações para obter a melhoria da qualidade de vida: o movimento slow de 
desaceleração do tempo e da vida já acontece em alguns lugares;
 Faz-se necessário pensar, analisar e refletir a partir de uma perspectiva sociológica: qual o 
papel social do lazer? Considerando o tempo voltado para as necessidades do sujeito de se 
expressar socioculturalmente, o lazer tem uma função especial.
Organização social do tempo: de Cronos a Kairós
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) Cronos era um dos Titãs, que devorava os filhos ao nascer.
b) Kairós é um deus representado como um jovem de porte atlético, com duas asas nos pés.
c) Na Idade Moderna, houve mudanças com relação ao trabalho, redução das atividades 
comerciais, farturas agrárias e riquezas monetárias. 
d) Cronos e Kairós são duas figuras míticas representantes 
do tempo, mas cada uma simbolizava um tempo distinto.
e) A reforma protestante, principalmente nas visões de Martinho Lutero e João Calvino, 
vinculava o trabalho à salvação divina.
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
c) Na Idade Moderna, houve mudanças com relação ao trabalho, redução das atividades 
comerciais, farturas agrárias e riquezas monetárias. 
Comentário: 
 Idade Moderna: mudanças com relação ao trabalho, crescimento das atividades comerciais, 
crises agrárias e monetárias.
Resposta
 A Revolução Industrial instituiu: jornada diária de trabalhode 14 a 16h; urbanização com os 
grandes galpões industriais; trabalho infantil; produção em série e; trabalho repetitivo; 
 A “revolução” trouxe o crescimento urbano, o êxodo rural, a verticalização das cidades, a 
redução dos espaços. Isso provocou o enclausuramento da vida em apartamentos, perda da 
identidade individual, limitações das relações pessoais 
no âmbito familiar, afastamento do ambiente natural etc.;
 A aceleração da vida também contribuiu para a constante 
concorrência, tensionada pela pressão do trabalho e da 
configuração das cidades, que carregou com ela a solidão, 
a insatisfação e o nervosismo, dentre tantas outras 
doenças psicossomáticas.
Lazer: origens, funções e conceitos
 O capitalismo usa o trabalho, a racionalização e o lucro em todos os aspectos da vida 
humana, impondo seus ideais. A luta pelo direito ao lazer está ligada aos embates entre 
empresários e colaboradores, na conquista de direitos trabalhistas como: redução da jornada 
de trabalho, férias remuneradas e regulação da aposentadoria, para um maior tempo livre;
Nesse sentido, o lazer começa a ser olhado de outra maneira, estabelecendo na sociedade 
três funções importantes: 
a) função de descanso; 
b) função de divertimento, recreação e entretenimento; 
c) função de desenvolvimento, conforme veremos a seguir...
Lazer: origens, funções e conceitos
 O lazer é um reparador do cansaço físico e psicológico resultante das tensões cotidianas, 
principalmente quanto às pressões do trabalho. 
 Apesar da melhora na execução das tarefas, 
o ritmo da produtividade e a complexidade 
dos deslocamentos nas cidades grandes 
determinam o aumento do tempo 
necessário para o descanso.
Função de descanso
Fonte: Arquivo pessoal.
 O lazer colabora para a quebra da monotonia. 
Há compensação e fuga pelo divertimento. 
Diversão recreação e entretenimento se 
opõem à rotina; 
 A ruptura da rotina pode trazer experiências 
distintas. Isso pode ocorrer em lugares reais 
(viagens, jogos, brinquedos e esportes) 
ou fictícios, pelas diferentes linguagens 
da arte (teatro, cinema, leitura).
Função de divertimento, recreação e entretenimento
Fonte: Arquivo pessoal.
 O lazer permite a participação em uma vida social mais livre. Ela busca uma prática 
desinteressada do corpo, da razão e da sensibilidade. Há uma tentativa em novas 
possibilidades de integração;
 Dumazedier (1974): essas funções são solidárias e estão uma associada à outra, coexistem. 
As exigências do mundo do trabalho são minimizadas por meio das atividades de descanso, 
divertimento e desenvolvimento;
 Marcellino (1996): o lazer pode ser entendido no seu sentido mais amplo, ou seja, da 
vivência praticada no tempo disponível, que deve ser desinteressada;
Função de desenvolvimento
 O lazer impacta trabalho, família e cultura. O desenvolvimento da industrialização acabou 
com o antigo ritmo do trabalho, regido pelas “estações” e interrompido pelas festividades;
 Sua prática cresce com a urbanização e a industrialização. As relações entre o lazer e 
obrigações da vida cotidiana indicam uma participação crescente na vida cultural e social;
 O lazer é uma manifestação mais completa de si, pela imaginação, pelos sentimentos, 
sentidos e expressões corporais que retomam a vitalidade da vida e o extravasamento de 
atividades conduzidas pelo tempo autogerido.
Função de desenvolvimento
 Caracterizado pela ocupação e condução das necessidades físicas, biológicas 
e psíquicas. O tempo psicobiológico é individualizado e endógeno. 
As consequências de um bom ou mau sono repercutem na prática 
social, por exemplo;
 Com relação às horas de sono para uma boa qualidade de vida, especialistas da área da 
saúde recomendam diariamente de seis a oito horas de sono para que possamos 
restabelecer, por meio do descanso, um melhor funcionamento do nosso organismo;
 A restrição das horas de sono pode comprometer seriamente 
a saúde física e mental, trazendo doenças associadas ao 
distúrbio do sono e à depressão, que têm como causa 
principal o acúmulo de tarefas.
Tempo social: Tempo psicobiológico (Munné, 1980)
 Caracterizado pela sociabilidade dos indivíduos em relação aos compromissos estabelecidos 
com os sistemas de valores introduzidos pela sociedade. O tempo sociocultural depende das 
relações com os grupos sociais dos quais fazermos parte;
 O tempo sociocultural pode ser heterocondicionado ou autocondicionado. Essa tipologia é 
marcada por encontros sociais como festas de aniversário, batizados, casamentos, assim 
como reuniões ou confraternizações na escola, na igreja, entre outros espaços nos quais 
construímos nossas relações sociais.
Tempo social: Tempo sociocultural (Munné, 1980)
Refere-se ao tempo social no qual as pessoas realizam atividades criativas e desinteressadas, 
livres das obrigações; Para Acerenza (1968), o tempo livre pode ser dividido em três 
categorias:
 após o trabalho (entretenimento dentro ou fora de casa, como assistir à televisão, ouvir 
música, ir ao teatro, ao cinema);
 de fim de semana/feriados (atividades recreativas e esportivas, ou mesmo viagens 
curtíssimas, conhecendo espaços específicos culturais, históricos etc.) e; nas férias 
(exercício do turismo como atividade de lazer. As viagens de média e longa duração pelo 
próprio país ou para países diferentes);
Tempo social: Tempo livre (Munné, 1980)
 Qual é o tempo diário, semanal e anual que temos para o lazer? Quanto tempo 
disponibilizamos para o exercício de atividades que nos beneficiam de forma voluntária e 
desinteressada? A técnica para estudar como as pessoas gastam seu tempo é chamada 
de orçamento-tempo;
 A seguir incluímos um exemplo de cálculo de orçamento-tempo, usando as seguintes 
variáveis: TL: Tempo livre; Tto: Tempo total; Tpb: Tempo psicobiológico; Tt: Tempo do 
trabalho; Tsc: Tempo sociocultural;
 Prepare suas canetas, pois alguns cálculos “do bem” serão feitos...
Orçamento-tempo?
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) A Revolução Industrial instituiu a jornada diária de trabalho de 14 à 
16h contínuas.
b) A restrição das horas de sono pode ampliar a saúde física e mental, possibilitando mais 
horas de trabalho e dinheiro.
c) O lazer é um reparador do cansaço físico e psicológico resultante das tensões cotidianas, 
principalmente quanto às pressões do trabalho.
d) O tempo sociocultural pode ser heterocondicionado
ou autocondicionado.
e) A industrialização acabou com o antigo ritmo do trabalho, 
regido pelas “estações” e “pausado” pelas festividades.
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
b) A restrição das horas de sono pode ampliar a saúde física e mental, possibilitando mais 
horas de trabalho e dinheiro.
Comentário: 
 A restrição das horas de sono pode comprometer seriamente a saúde física e mental, 
trazendo doenças associadas ao distúrbio do sono e à depressão, que têm como causa 
principal o acúmulo de tarefas.
Resposta
 Lembrando: TL: Tempo livre; Tto: Tempo total; Tpb: Tempo psicobiológico; Tt: Tempo do 
trabalho; Tsc: Tempo sociocultural;
 Durante a semana: TL = Tto – (Tpb + Tsc + Tt). TL = 24 h – (9 h + 2 h + 9 h). TL = 24 h – 20 
h. TL = 4 h;
 Durante o final de semana: TL = Tto – (Tpb + Tsc + Tt). TL = 24 h – (9 h + 4 h + 0 h). TL = 24 
h - 11 h. TL = 13 h;
 O exemplo apresenta o cálculo do tempo livre que uma pessoa 
tem durante uma semana. Dependendo de alguns fatores, 
como: dinâmica das cidades, meios de transporte, quantidade 
de horas de sono, tempo de deslocamento, pressões do 
trabalho, entre outros, fazem com que o tempo livre 
semanal aumente ou se fragmente.
Orçamento-tempo?
 A correria resultante dos afazeres e compromissos é tanta que as quatro horas 
de tempo livre se diluem, restringindo as atividades de lazer que podem ser praticadas; 
 Nos finais de semana temos “mais tempo disponível” para exercer atividades de acordo 
com a nossa liberdadede escolha. Tal cálculo foi muito usado no início do século XX 
para compreender como as pessoas utilizavam o seu tempo, num contexto marcado 
pela industrialização;
 Atualmente, a liberdade de fazer o que se quer é ameaçada 
constantemente pelo consumismo, que coisifica e empobrece 
o seu significado. Consome-se o lazer, mas não há uma 
significação da experiência capaz de melhorar 
evidentemente a qualidade de vida.
Orçamento-tempo?
 Requixa (1977): o lazer seria uma ocupação não obrigatória, de livre escolha do indivíduo 
que a vivencia e cujos valores propiciam condições de recuperação e de desenvolvimento 
pessoal e social;
 Marcellino (1987) o lazer seria uma atividade desinteressada, libertatória e sem fins 
lucrativos. Para alcançar o lazer, é necessária a eliminação de barreiras sociais, para ser 
visto como um direito de todos os cidadãos;
 Camargo (1986) :as atividades de lazer são desinteressadas, 
libertatórias, de escolha pessoal, na busca de algum prazer. 
Tal autor define que as ações de lazer podem ser apoiadas em 
diferentes ações: praticar, assistir e estudar.
Orçamento-tempo? Lazer seria...
Seja uma atividade esportiva ou cultural, podemos encontrar indivíduos que praticam, assistem 
ou estudam temas sem que seja obrigação fazê-lo:
 Atividades físicas podem ser executadas de maneira formal ou informal, em espaços sociais 
planejados ou improvisados estruturalmente. Há diversos interesses como interesse estético, 
contemplação da natureza, relacionamentos etc.
 As atividades manuais estão ligadas ao prazer de manipular, explorar 
e transformar. Do cultivo de flores e hortaliças, até consertar e desmontar aparelhos etc.;
 As atividades artísticas compõem as expressões culturais da 
humanidade e não podem ser olhadas apenas na perspectiva 
erudita. A cultura popular também é fonte criadora.
Praticar, assistir, estudar
 Atividades intelectuais oferecem conhecimento, informação e aprendizagem. O lazer 
promove o exercício do conhecimento e a satisfação da curiosidade, como a leitura 
de um livro etc.;
 As atividades associativas abordam o contato das pessoas, como: passear com os filhos, 
visitar amigos e parentes e frequentar associações e movimentos culturais etc.;
 Atividades de lazer indicam o interesse cultural das pessoas que buscam o turismo como 
uma das possíveis formas para conhecer novos lugares, paisagens e estilos de vida, 
promovendo uma alteração da rotina.
Praticar, assistir, estudar
 Criação de leis e documentos internacionais (declarações e convenções) tiveram como 
objetivo sensibilizar governos de vários países para apoiar as iniciativas voltadas ao lazer. 
Os resultados não são imediatos e práticos;
 Declaração Universal de Direitos Humanos (art. 24) “Toda pessoa tem direito a repouso e 
lazer, inclusive à limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas” 
(ASS. GER. DAS NAÇÕES UNIDAS, 1948); 
 Em 1959, promulgam-se os direitos da criança e, em 1978, reconhece-se o direito à prática 
esportiva, por meio da Carta Internacional de Educação Física e Esportes.
O lazer como direito: principais marcos regulatórios
 “Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher” (1979), ratificada 
pelo Brasil em 1984;
 “Convenção sobre os Direitos da Criança” (1989);
 As conquistas trabalhistas e a valorização do tempo livre são grandes ganhos, mas ainda 
não são suficientes: o direito ao lazer continua fazendo parte da luta de 
vários segmentos sociais;
 A sociedade industrial, ao reunir os indivíduos em cidades para trabalhar nas fábricas, 
provocou e mobilizou lutas e ações para uma melhor qualidade de vida dos operários;
 O movimento de mulheres busca igualdade e a justiça em relação ao homem. Já os jovens 
demarcam seu espaço.
O lazer como direito: principais marcos regulatórios
 A questão do lazer na juventude está ligada aos aspectos da identidade. A dimensão da 
cultura e do lazer são espaços privilegiados de práticas e representações simbólicas que de 
demarcam a identidade juvenil, como a música, a dança e outras expressões culturais;
 A valorização da indústria cultural para o público jovem está centralizada no consumo. É 
importante indicar movimentos de questionamento, que permitem a construção de novos 
espaços e novas formas de sociabilização;
 Outra faixa etária importante a ser destacada nas discussões sobre o direito ao lazer 
 é a dos idosos...
O lazer como direito: principais marcos regulatórios
 Acosta e Pacheco (2013): o envelhecimento da população está articulado com diversas 
mudanças nas cidades ao longo do tempo, como o surgimento de espaços, serviços e 
atendimento voltados ao público idoso;
 A introdução da aposentadoria, mais o aumento da esperança de vida, possibilitou aos 
indivíduos mais velhos, já fora do mercado de trabalho, um maior tempo livre. 
 As reivindicações surgem no vislumbramento de vivências a serem aproveitadas, pois os 
idosos envelheceram gozando do uso pleno de sua capacidade física e psicológica;
 Os idosos possibilitam novas modalidades de atividades 
intelectuais, manuais, artísticas e físicas, na tentativa de 
envelhecer com alegria e dignidade.
O lazer como direito: principais marcos regulatórios
Fonte: Adaptado de: Livro-texto.
Como é 
o lazer
Nos centros 
urbanos?
Nas áreas 
rurais
Nos bairros 
ricos?
Nos bairros 
pobres?
Para os 
trabalhadores?
Para os 
empresários?
Das afirmações a seguir, qual é a incorreta?
a) O movimento de mulheres busca superioridade financeira e manipulação do poder em 
relação ao homem.
b) Os compromissos cotidianos fazem com que as “4h de tempo livre” sejam diluídas, 
restringindo as atividades plenas de lazer.
c) Marcellino (1987) descreve que o lazer seria uma atividade desinteressada, libertatória e 
sem fins lucrativos. 
d) Atividades físicas podem ser executadas de maneira 
formal ou informal, em espaços sociais planejados ou 
improvisados estruturalmente.
e) Em 1959, promulgam-se os direitos da criança.
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual é a incorreta?
a) O movimento de mulheres busca superioridade financeira e manipulação do poder em 
relação ao homem.
Comentário: 
 O movimento de mulheres busca igualdade e a justiça em relação ao homem.
Resposta
O que faz as pessoas irem ou não a um museu? Por que ir ou não a um baile funk? Por que 
muitas pessoas assistem à televisão ou passam seu tempo diante do computador em seu 
tempo livre? Crianças, homens, mulheres, jovens ou idosos: onde podem exercitar as suas 
atividades de lazer?
 Casa: é um equipamento de lazer. Espaço doméstico que permite desenvolvimento de 
atividades como trabalhos manuais, cultivar plantas e flores e tocar um instrumento musical. 
A deficiência dos serviços públicos incentiva a prática do lazer doméstico. 
A polêmica: O lazer doméstico seria menos rico do que o lazer obtido fora de casa?
Como é o lazer?
 Ruas e bares: espaços de sociabilização construídos para atender às necessidades das 
pessoas. Contudo, a invenção do automóvel e os poucos investimentos em transporte 
público ameaçam a ocupação das ruas pelas pessoas;
 A invenção do automóvel e os poucos investimentos em transporte público de qualidade 
ameaçam a ocupação das ruas pelas pessoas;
 Centros culturais: promovem programações de lazer e cultura que atendam à população em 
geral ou grupo específico; 
 Praças e parques: permitem atividades esportivas de baixo 
impacto, como caminhadas, e o exercício da brincadeira, 
para crianças.
Como é o lazer?
 Camargo (1998): Nós somos sempre faber e ludens, mas não ao mesmo tempo. Afinal, 
divertir-se trabalhando ou trabalhar divertindo-se é, em tese, o objetivo de todos, mas, na 
prática, uma exceção válida apenas para muito poucos em muito poucas circunstâncias;
 Faber: a humanidade teve de ser disciplinada, produtiva tensa, bater metas, ações contrárias 
ao divertimento. Foi, assim,adquirindo gestos e postura para alcançar bom desempenho em 
suas atividades profissionais;
 Ludens: sua característica é o relaxamento, contrário à 
rotina e à disciplina. Apresenta uma receptividade a se 
divertir. Sobressai no ludens a espontaneidade na 
expressão de atividades.
Homo faber x homo ludens
 Gestos e ações são contidos (jeito de falar e relacionamento com os colegas). Há rigidez na 
postura profissional: etiqueta, aparência pessoal, comportamentos profissionais, vestuário;
 Afinal, o que o chefe, a empresa e os colegas pensarão de você? Esforço constante de 
construção do profissional ideal, com imagem positiva perante a empresa e o mercado;
 As exigências fazem as pessoas manterem posturas rígidas. Enquanto se trabalha, deve-se 
estar atento aos fatos externos que possam interromper ou prejudicar seu trabalho; 
 Com o enxugamento do número de empregados, há acúmulo 
de funções: o trabalho que deveria ser feito por três 
empregados, são realizados por um só. Há sempre uma 
tarefa atrasada ou no limite do prazo de entrega.
Homo faber
 Aumento das tarefas, tensões e doenças ocasionadas pelas atividades laborais. O trabalho é 
um dos elementos que mais interferem na qualidade de vida. Muitas reivindicações estão 
diretamente relacionadas ao ambiente de trabalho saudável;
 Doenças relacionadas ao trabalho eram conhecidas pela Organização Internacional do 
Trabalho (OIT) desde o início do século XX. A CF/1988 defende que a saúde não pode ser 
negociada, e sim garantida de forma integral;
 Infelizmente, na prática, são muitos os problema relacionados 
à saúde do trabalhador. Grandes empresas preservam e 
aumentam seus lucros ainda nas condições precárias que são 
oferecidas ao trabalhador.
Homo faber
 Adultos ou crianças, no decorrer da história, eram ludens. Conforme as transformações 
ocorridas na sociedade, com a sofisticação de objetos e aparatos comunicacionais, assim 
como com a mudança nos modos de produção, passaram a desenvolver o faber;
 O sistema educacional prepara desde cedo as crianças e jovens a se submeterem ao 
vestibular e ingressarem no mundo do trabalho. Não basta ir à escola: a sociedade do 
trabalho impôs e criou necessidades de ocupar o tempo do brincar com cursos 
extracurriculares como idiomas, informática, entre outras opções existentes; 
Contudo, é preciso ser ludens. Afinal, o que 
buscamos na diversão?
Homo ludens
Para Camargo (1998), são quatro as grandes motivações para toda e qualquer diversão:
 Aventura: o ser humano aprecia a descoberta, a revelação do mistério. O livro, o filme, a 
partida de futebol, a festa são exemplos da experiência lúdica da aventura, cuja base é a 
curiosidade, o desenvolvimento da inteligência abstrata e prática;
 Competição: “disputa contra si, ser melhor do que da última vez”. Competir com o outro não 
significa aprender a esmagar o adversário. O esporte é o maior exemplo de como podemos 
praticar o perder e o ganhar na vida. Ao estabelecer uma relação com o outro, podemos 
estabelecer desafio para nós mesmos.
Homo ludens
 Vertigem: refere-se à capacidade de se deixar levar, correr riscos: o escorregador, a 
montanha-russa, os jogos virtuais, a fascinação pela velocidade;
 Fantasia: é o devaneio, o pensamento sem amarras, a imaginação que pode ser despertada 
nas artes plásticas, na literatura, no cinema, no teatro, na música. A capacidade de imaginar 
possibilita a oportunidade de ver o mundo e as situações de diferentes formas e ângulos.
 A mesma atividade de lazer pode atender outras motivações, o que nos possibilita pensar e 
refletir sobre como o lazer é fundamental para o exercício do lúdico. Ele é importante para 
nos fortalecer para enfrentarmos o cotidiano e os desafios do Homo faber.
Homo ludens
 Como vimos, doenças físicas e mentais revelam a falta de qualidade no trabalho e a falta de 
respeito ao trabalhador, indicando tipos de abuso. Muitas pessoas aguardam o horário 
marcado do relógio para recomeçar a viver;
 A felicidade e os sentimentos de realização estão ligados ao salário recebido no final do mês. 
A frustração no mercado de trabalho e atividades mal realizadas indicam que muitas pessoas 
não gostariam de exercer a profissão que atuam;
 Nossa sociedade foi construída no trabalho. Ao sermos 
apresentados a ele, escolhemos uma profissão para seguir 
sem descobrir que temos não só uma, mas muitas vocações. 
Quantas pessoas não mudam de profissão e buscam outras 
para se sentirem completas e realizadas?
Integração do faber e do ludens
O que é importante considerar ao escolhemos a profissão para que possamos estabelecer uma 
convivência entre o faber e o ludens? É importante considerar 
três fatores:
 gosto ou interesse;
 aptidão;
 disposição para enfrentar obstáculos.
 É preciso ser faber, mas também é necessário ser ludens para que possamos nos tornar 
melhores, embora inacabados.
Integração do faber e do ludens
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) Centros culturais promovem programações de lazer e cultura que atendam à população em 
geral ou grupo específico. 
b) Praças e parques permitem atividades esportivas de baixo impacto (caminhadas) e 
brincadeiras para crianças.
c) Há um esforço constante de construção do profissional ideal, com imagem positiva perante 
a empresa e o mercado.
d) O sistema educacional prepara as crianças e jovens 
a se submeterem ao vestibular e ingressarem no 
mundo do trabalho.
e) Todas as grandes empresas preservam e aumentam 
seus lucros, oferecendo ótimas condições de trabalho 
aos seus empregados.
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
e) Todas as grandes empresas preservam e aumentam seus lucros, oferecendo ótimas 
condições de trabalho aos seus empregados.
Comentário: 
 Aumento das tarefas, tensões e doenças ocasionadas pelas atividades laborais. O trabalho é 
um dos elementos que mais interferem na qualidade de vida. Muitas reivindicações estão 
diretamente relacionadas ao ambiente de trabalho saudável 
 [...] Infelizmente, na prática, são muitos os problema 
relacionados à saúde do trabalhador. Grandes empresas 
preservam e aumentam seus lucros ainda nas condições 
precárias que são oferecidas ao trabalhador.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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