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Eletrotermofototerapia-em-Traumato-Ortopedia

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ELETROTERMOFOTOTERAPIA EM
TRAUMATO - ORTOPEDIA
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ELETROTERAPIA (TENS; FES; EENM).
CONCEITOS BÁSICOS DE ELETROTERAPIA E TERMINOLOGIA
CARGA ELÉTRICA
Base da força eletromagnética
Existem dois tipos de carga elétrica:
1 – Positiva: representada pelos átomos com deficiência de elétrons, chamados de íons
positivos ou cátions;
2 – Negativa: representada pelos átomos com excesso de elétrons, chamados de íons
negativos ou ânios.
Cargas iguais se repelem; Cargas opostas se atraem
A força exercida entre as duas cargas elétricas depende da distância ’’d” entre as cargas e
dos valores das cargas Q1 e Q2 e é expressa em coulombs (C).
A influência desses fatores foi determinada experimentalmente pelo físico francês Coulomb
que estabeleceu que:
“A intensidade da força de ação mútua entre duas cargas elétricas puntiformes é
diretamente proporcional ao produto dos valores absolutos das cargas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância que as separa”.
Este enunciado é conhecido como Lei de Coulomb: F α (Q1 . Q2) / d2
A unidade de carga é o coulomb (C). As cargas podem ser transferidas, separadas mas não
podem ser criadas nem destruídas.
VOLTAGEM
A voltagem é a diferença na energia potencial entre dois pontos em um campo elétrico por
unidade de carga e é sinônimo do termo “diferença de potencial elétrico”. Representa a força
eletromotriz que faz as partículas carregadas se moverem e é muitas vezes chamada de força
eletromotriz ou FEM.
A voltagem mede a tendência de ocorrer fluxo de carga (corrente). Os elétrons contidos em
um campo espremem-se tentando dirigir-se para o polo oposto criando, assim o potencial para
que ocorra trabalho (Trabalho = Força x Distância). As voltagens são produzidas quando
substâncias carregadas de forma oposta são separadas ou quando substâncias com cargas
iguais são aproximadas.
A unidade de voltagem é o volt (v) que representa o total de trabalho necessário para
mover 1 coulomb de carga. A energia exigida para mover este coulomb chama-se Joule onde:
1V = 1J/1C (Joule representa trabalho).
CONDUTORES E ISOLANTES
Partículas carregadas como elétrons em metais ou íons em soluções, tenderão a mover-se
na matéria quando existe diferença de potencial elétrico.
Condutores são substâncias nas quais as partículas carregadas movem-se facilmente
(metais com os elétrons e tecidos biológicos com Na+, K+, Ca++, Cl-).
OBS: músculos e nervos são bons condutores enquanto pele e gordura são fracos condutores.
Isolantes são substâncias que tendem a não permitir movimento livre de íons ou de
elétrons (borracha, plástico, madeira).
CORRENTE ELÉTRTICA
O movimento de partículas carregadas através de um condutor em resposta a um campo
elétrico ou a quantidade de carga movendo-se no condutor por um determinado tempo.
A unidade de carga elétrica é o Ampère (A) que equivale à passagem de 1C de carga em
um ponto no período de um segundo. A corrente é representada pela letra (I).
A condução de carga é a transferência de energia que causa mudanças fisiológicas
durante a aplicação clínica de estimulação elétrica.
Para produzir corrente requer:
- partículas carregadas livremente móveis em alguma substância; (elétrons em metais e
íons em líquidos corporais (soluções eletrolíticas));
- a aplicação de uma força eletromotriz (voltagem).
A magnitude da corrente é diretamente proporcional à magnitude da voltagem I α V.
Corrente pode ser estritamente definida como a quantidade de carga (q) movendo-se no plano no
condutor, por unidade de tempo I = Δq / Δt.
Na eletroterapia são usadas pequenas correntes mensuradas em miliampères (mA) ou até
microampères (µA).
Existem dois tipos de correntes:
- Direta (CD) ou Contínua (CC), que apresenta fluxo unidirecional;
- Alternada (CA), que apresenta fluxo alternado, continuamente em duas direções
(bidirecional).
A passagem da corrente elétrica através dos condutores acarreta diferentes efeitos,
dependendo da natureza e da intensidade da corrente. É comum dizer-se que a corrente tem
quatro efeitos principais: fisiológico, térmico, químico e magnético.
O efeito fisiológico corresponde à passagem da corrente pelo organismo. A corrente
elétrica age diretamente no sistema nervoso, provocando contração muscular; quando isto ocorre,
dizemos que ocorreu um choque elétrico.
O valor mínimo de intensidade que se pode perceber pela sensação de cócegas ou
formigamento leve é de 1 mA.
O valor mortal inicial está compreendido entre 10 mA a 3 A aproximadamente. Quando
atravessa o tórax e atinge o coração esta intensidade é suficiente para alterar o ritmo cardíaco.
O efeito térmico, também conhecido como efeito Joule, é causado pelo choque dos
elétrons livres com os átomos dos condutores. Ao receberem energia, os átomos vibram mais
intensamente. Quanto maior a vibração dos átomos, maior será a temperatura do condutor. Esse
efeito não é muito observado na eletroterapia.
O efeito químico corresponde a certas reações químicas que ocorrem quando a corrente
elétrica atravessa as soluções eletrolíticas. Esse efeito é mais comum em correntes
POLARIZADAS.
O efeito magnético é aquele que se manifesta pela criação de um campo magnético na
região em torno da corrente. Ocorre em Microondas ou Ondas curtas Indutivos.
RESISTÊNCIA E CONDUTÂNCIA
Resistência (R) descreve a oposição relativa ao movimento de partículas carregadas em
um condutor;
Condutância (G) descreve a facilidade relativa com a qual as partículas carregadas se
movem em um meio.
LEI DE OHM
Relação entre voltagem, resistência e corrente.
I = V / R ou V = I x R
IMPEDÂNCIA (Capacitância e Indutância)
O termo impedância (Z) descreve a oposição às corrente alternadas assim como o termo
resistência descreve a oposição às correntes contínuas.
Quando se trata de estimulção elétrica clínica, é mais correto expressar a oposição à
corrente como impedância porque os tecidos humanos são melhor modelados como redes
complexas de resistores e capacitores.
Já que a impedância depende da natureza capacitiva dos tecidos biológicos, sua
magnitude depende da freqüência de estimulação aplicada. Em geral quanto maior a freqüência,
mais baixa será a impedância dos tecidos.
A impedância (Z) depende de três variáveis: resistência (R), reatância indutiva (XL) e reatância
capacitiva (Xc), onde:
Z = √R2+(XL – Xc)2 Z2 = R2+(XL – Xc)2 Z = Xc 
Em sistemas capacitivos a corrente contínua tende a encontrar uma resistência que tende
ao infinito e a corrente alternada tende a formar curto circuito.
Na prática clínica, para diminuir a impedância do corpo devemos melhorar o acoplamento
dos eletrodos e aumentar a frequência da corrente, por esse motivo, correntes de média
frequência tendem a serem mais confortáveis que as correntes de baixa frequência.
CLASSIFICAÇÃO DAS CORRENTES ELETROTERAPÊUTICAS
TIPOSD DE CORRENTE ELETROTERAPÊUTICAS
1 – Corrente Contínua (CC) ou Corrente Direta (CD)
2 – Corrente Alternada (CA)
3 – Correntes Pulsadas (CPM) e (CPB) que são correntes derivadas das CC e CA
CORRENTE CONTÍNUA
A CC apresenta um fluxo unidirecional contínuo ou ininterrupto aonde os cátions (íons
positivos) vão para o cátodo (polo negativo) e os ânios (íons negativos) vão para o ânodo (polo
positivo).
A migração de íons ou moléculas carregadas eletricamente de acordo com suas cargas é
chamada de eletroforese e é a base da iontoforese uma técnica terapêutica usada para conduzir
medicações carregadas eletricamente através da pele.
CORRENTE ALTERNADA
A CA apresenta um fluxo bidirecional contínuo ou ininterrupto de partículas carregadas. Os
elétrons no circuito movem-se primeiro em uma direção quando o campo elétrico é revertido os
elétrons alternam também o sentindo do seu movimento na direção de suas posições originais.
A CA é caracterizada pela frequência ( f ) de oscilação e amplitude. A frequência é
expressaem Hertz (Hz) ou ciclos por segundo (cps) e é o inverso do período ( T ) que é o
intervalo de tempo entre o início de um ciclo e o início do próximo ciclo.
O uso mais comum de CA (pura) clinicamente é em estimulação elétrica interferencial,
corrente russa, aussie e ondas curtas.
CORRENTE PULSADA OU INTERROMPIDA
A CP é o fluxo uni ou bidirecional de partículas carregadas que periodicamente param por
um período de tempo finito (pulso).
CC interrompida = corrente intermitente e somente em uma direção e é referida como
Corrente Pulsada Monofásica (CPM) (“vai pra frente e para...”);
CA interrompida = corrente intermitente e o movimento das partículas carregadas é
bidirecional. Chamada de Corrente Pulsada Bifásica (CPB) (“vai para frente para trás e
interrompe...”).
CARACTERÍSTICAS DAS FORMA DE ONDA DA CP E CA
NÚMERO DE FASES
Fase refere-se ao fluxo de corrente unidirecional em um diagrama corrente versus tempo.
Monofásico = apenas uma fase;
Bifásico = duas fases;
Trifásico ou polifásico = três ou mais fases.
SIMETRIA
Simetria ocorre quando a primeira fase é idêntica à segunda fase, porém oposta em
direção (imagem espelhada) e assimetria ocorre quando as fases são diferentes.
EQUILÍBRIO DE CARGA
Para ondas bifásicas simétricas as cargas são obrigatoriamente equilibradas. Já para
ondas bifásicas assimétricas se a área da primeira fase não é a mesma que a área da segunda
fase, então a forma de onda é desequilibrada, porém se as áreas forem iguais então, neste caso,
a forma de onda é descrita como equilibrada.
FORMAS DE ONDA
A forma é descrita de acordo com a forma geométrica da onda no gráfico, podendo ser:
retangular, quadrada, senoidal, triangular, exponencial, dente de serra entre outras. Em casos de
ondas bifásicas prevalece a forma da primeira fase.
QUADRO DE CARACTERÍSTICAS
COMBINANDO TERMOS QUALITATIVOS PARA DENOMINAR AS CORRENTES
 1º Tipo de corrente;
2º Número de fases;
3º Simetria;
4º Equilíbrio de Carga;
5º Forma
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS DE CORRENTES PULSADAS E
ALTERNADAS.
DEFINIÇÕES CONFORME ROBINSON (2001)
Duração da fase = o tempo decorrido entre o início e o término de uma fase;
Duração do pulso = o tempo decorrido entre o início e o término de todas as fases em um
pulso único, muitas vezes é classificada incorretamente de largura de pulso;
Período (T) = o tempo decorrido de um ponto de referência em uma forma de onda de
pulso ou ciclo de CA até o ponto idêntico no próximo pulso sucessivo. Para corrente pulsada o
período é igual à duração de pulso mais o intervalo interpulso;
Intervalo interpulso = o tempo entre o término de um pulso e o início do próximo pulso em
uma série;
Frequência ( f ) = o número de pulsos por unidade de tempo. Para corrente pulsada é
expressa como pulsos por segundo (pps), o número de ciclo de CA por segundo é expresso em
ciclos por segundos (cps) ou (Hz).
Amplitude de onda = uma medida da magnitude de corrente com referência à linha base
de corrente zero em qualquer momento no tempo em um gráfico de corrente versus tempo
(INTENSIDADE DA CORRENTE).
Carga da fase = tempo integral de corrente para uma fase única ou seja é igual a área do
gráfico.
MODULAÇÕES DA CORRENTE
Variações na amplitude máxima, no tempo de pulso e no número de pulsos aplicados por
um intervalo de tempo, são respectivamente equivalentes às modulações de amplitude, de
duração de pulso e de frequência.
BURST OU MODULAÇÃO DE TEMPO
Uma série finita de pulso ou intervalo finito de CA fornecido em uma frequência
estabelecida sobre um intervalo de tempo estabelecido.
Os Bursts são criados quando se permite que uma corrente pulsada passe por alguns
milisegundos e depois deixe de passar por alguns milisegundos, em um ciclo de repetição. De
modo semelhante à CA modulada em bursts, tais burts podem também ocorrer como pulsos
bifásicos ou monofásicos. Fisiologicamente, pulsos individuais ou bursts causam limiares de
excitação parecidos.
O QUE CONTROLAMOS EM UM ESTIMULADOR?
FORMA DE ONDA: seria muito interessante se pudéssemos controlar a forma da onda ou
mesmo algumas características qualitativas como, quantidade de pulsos, simetria, equilíbrio…
porém não é interessante para a indústria que tenhamos todos os estimuladores em apenas um.
AMPLITUDE: podemos controlar a amplitude que aumenta a corrente gerada durante o
tratamento e provoca aumento da sensação ou mesmo mudança de limiar ao paciente.
DURAÇÃO DE PULSO: normalmente podemos controlar a duração do pulso gerado pelo
estimulador aumentando a carga do pulso que é entregue durante a estimulação.
FREQÜÊNCIA: controlamos a freqüência com a finalidade para direcionar o objetivo da nossa
estimulação.
MODULAÇÃO: alguns aparelhos trazem a modulação pré definida e apenas optamos por usa-la
ou não, outros nos permitem determinar qual tipo de modulação desejamos e ajustar os
parâmetros, porém esses são mais raros no mercado.
Exemplo: Corrente Interferêncial apresenta modulação por amplitude da corrente e ainda nos
permite escolher entre outros três diferentes tipos de modulação; as Correntes Russa e Aussie
usam modulação por tempo; o TENS apresenta uma modulação por tempo (BURST) além de, os
mais atuais, apresentarem as opções de VIF que é equivalente a modulação por intensidade e
freqüência.
On Time: tempo de estimulação em uma estimulação intermitente.
Off Time: tempo de repouso em uma estimulação intermitente.
 RAMPA DE SUBIDA: tempo em que a amplitude irá aumentar gradualmente até atingir o valor
ajustado pelo terapeuta. 
RAMPA DE DESCIDA: tempo em que a amplitude irá diminuir gradualmente até atingir o valor de
repouso zero.
CRONÔMETRO: tempo total de tratamento.
TENS (TRANSCUTANEOUS ELECTRIC NERVE STIMULATION)
O que é?
A sigla TENS é a abreviação de Transcutaneous Electric Nerve Stimulation. Em português:
Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea. Consiste na aplicação de impulsos elétricos sobre a
pele, utilizada para promover o alívio sintomático das dores de diversas origens, tanto da aguda
como da dor crônica.
Casos em que o TENS pode muito relevante!
O espasmo muscular pode ocorrer por diversas causas, diretas ou indiretas, levando a
compressão dos vasos sangüíneos e resultando na isquemia dos tecidos, isso cria condições
ideais para a liberação de substâncias químicas indutoras da dor, estabelecendo uma condição
cíclica de dor-espasmo-dor (LAMPE, 1993).
Observação!!!
Qualquer estimulador é uma unidade de TENS se utilizar eletrodos de superfície e estimular
nervos periféricos!!!!
Qual a sua indicação?
Indicada para realizar analgesia (produzir alívio da dor aguda e crônica). O uso de TENS é
indicado no tratamento de dores agudas ou crônicas em qualquer parte do corpo humano. As
dores agudas podem ser decorrentes de traumatismos, ferimentos, ou podem mesmo ser dores
pós-operatórias. As dores crônicas podem ser de qualquer natureza.
Qual sua importância
Nos EUA a dor crônica é responsável por um prejuízo anual de cerca de 125 bilhões de dólares
por incapacitar pessoas que fazem parte da classe produtiva do país.
No Brasil a dor crônica atinge cerca de 30% a 40% da população, sendo a principal causa de
absenteísmo, afastamentos e incapacidades. Os objetivos do tratamento da dor crônica têm
consistido não na cura, mas no controle, bem como na eliminação do uso excessivo e abusivo de
medicamentos.
Na fisioterapia, a TENS é o recurso eletroterapêutico mais frequentemente usada para
produzir alívio da dor. É popular por não ser invasiva, ser fácil de administrar e ter poucos efeitos
colaterais ou interações medicamentosas. Como não tem potencial para toxicidade ou overdose,
os pacientes podem administrar TENS sozinhos e ajustar a dosagem de tratamento conforme o
necessário. Os efeitos da TENS são de surgimento rápido para a maioria dos pacientes de modo
que os benefícios podem ser obtidos quase que imediatamente.A TENS é barata quando
comparada com as terapias medicamentosas a longo prazo.
Como funciona?
Os impulsos da TENS são transmitidos através de fibras de grosso calibre, do tipo A (beta) muito
mielinizadas, que são de velocidade rápida. Já os estímulos da dor são transmitidos através de
fibras de calibre menor, do tipo C (amielinizadas) ou A (delta) pouco mielinizadas, que são lentas.
Desta forma, os estímulos da TENS chegam primeiro ao corno posterior da medula, e
despolarizam a substância gelatinosa de Holand e o sinal de dor é inibido nas células T,
impedindo que os estímulos de dor passem para o tálamo. Sendo assim, as comportas ou
portões da dor são fechados.
Desse modo, a base do efeito da TENS, conforme a teoria de controle da comporta é a
hiper-estimulação das fibras A beta, com a finalidade de bloquear a transmissão das fibras tipo C
e A delta, nas comportas do corno posterior da medula. No entanto esse modelo teórico explicaria
o alívio da dor enquanto a TENS estivesse sendo aplicada. O seu pós-efeito parece estar
relacionado com a liberação de opióides endógenos.
Dor chega da periferia, passa pela substância gelatinosa, cruza a medula e sobe pelo
tracto espino-talâmico lateral, até chegar no tálamo onde vai ser interpretada.
Dependendo da modulação da TENS, ainda tem a liberação das morfinas orgânicas, os
opiódes endógenos. Devido a isso, algumas modulações são mais eficazes.
A Teoria do controle da comporta de dor
As fibras de fino calibre (A delta e C) possuem limiar de excitação elevado, sendo acionadas por
estímulos nociceptivos e ativam as unidades nociceptivas no corno posterior da medula espinhal,
onde se projetam. As fibras mielinizadas de grosso calibre (A Beta), com baixo limiar de
excitabilidade, após penetrar na medula espinhal, emitem colaterais, que no corno posterior,
ativam células com atividade inibitória.
Essa modulação da transmissão da dor alterando as influências de diferentes impulsos para as
células de transmissão é conhecida como teoria da comporta, proposta por Melzack e Wall em
1965. Em sua forma mais simples, esse mecanismo pode ser considerado um sistema no qual a
"comporta" é aberta, permitindo que a informação nociceptiva passe para os centros superiores,
ou fechada, impedindo que essa informação seja transmitida. Em termos de produção de
analgesia, é a meta do terapeuta assegurar que o equilíbrio dos impulsos seja sempre a favor do
fechamento da comporta.
Esquema 1: Nessa figura temos as fibras (A alfa e A beta) ativando um interneurônio (SG), que
inibe as fibras nociceptivas (A delta e C). 
Esquema 2: A inibição da transmissão de dor é conseguida alterando o equilíbrio dos impulsos
para as células de transmissão de modo a favorecer os aferentes mecanossensitivos de diâmetro
largo. Quando isso acontece, a quantidade maior de impulsos inibitórios (seta larga) sobrepuja o
impulso excitatório gerado pelos aferentes nociceptivos (seta pequena). (T = célula de
transmissão).
Como utilizar?
Tem-se a possibilidade de fazer várias combinações entre intensidade, freqüência e duração do
pulso, ou seja, com apenas uma corrente pode-se combinar os três parâmetros, fazer vários tipos
de pulsos diferentes, e proporcionar sensações diferentes. A maioria das pessoas só mexe na
intensidade.
Posicionamentos dos Eletrodos:
- O local selecionado deve permitir que a estimulação seja facilitada ao SNP e ao SNC;
- A área selecionada deve estar anatômica ou fisiologicamente relacionada à fonte de dor;
- A pele deve estar limpa, a fim de diminuir a resistência;
- Os eletrodos devem estar bem fixados ao tecido tratado.
Colocação dos Eletrodos:
- Nos pontos de dor;
- Cercando o ponto de dor;
- No trajeto nervoso (ex: lombociatalgia);
- No dermátomo correspondente;
- Nos pontos de acupuntura (se tiver conhecimento).
MODOS DA APLICAÇÃO DA TENS
Todos os parâmetros listados aqui podem variar conforme o autor!!!
Convencional (alta freqüência)
Alta freqüência: 10 a 100 pps
Baixa duração de pulso: 50 a 100 µs
Intensidade a nível sensorial (sem contração)
Analgesia: Teoria das comportas da dor
Pode ser definido como uma cadeia contínua, ininterrupta, de impulsos de alta freqüência,
gerados com curta duração e baixa amplitude, bastante recomendado nos casos de dor aguda ou
pós-cirúrgica. Utiliza frequência de 10 a 100 Hz. Utiliza duração de pulso inferior a 100
microsegundosd. A intensidade de estimulação deve estar dentro dos limites da estimulação
sensitiva, resultando em uma sensação forte, mas muito confortável, sem produzir contrações
musculares. Esse modo de estimulação recruta preferencialmente as grandes fibras aferentes do
tipo A beta, que são fibras nervosas cutâneas superficiais.
O mecanismo de modulação da dor é um bloqueio periférico direto de transmissão ou de
ativação da inibição central da transmissão da dor pela estimulação da fibra de diâmetro maior,
como na teoria de controle da comporta.
O período de analgesia não é duradouro e a percepção da estimulação pode declinar à
medida que o tratamento progride. Para alguns autores, o alívio da dor dura somente enquanto o
estímulo estiver sendo aplicado, admitindo-se que ocorra uma considerável acomodação, sendo
que o uso de modulações poderia ajudar a reduzir esse fenômeno.
De acordo com LOW & REED (2001), o tempo de terapia para esse modo consiste em 30
a 60 minutos, podendo ser aplicado várias vezes ao dia, com intervalos de meia hora entre as
aplicações, para reduzir a possibilidade de irritação da pele.
Acupuntural ( Baixa Frequência e alta Intensidade)
Baixa freqüência: ≤ 10 pps (1 a 4 pps)
Duração de pulso: 100 a 300 µs
Intensidade a nível motor com contração visível, forte e rítmica da musculatura
Analgesia: Opióides endógenos
Esse modo de estimulação ocorre em freqüências menores que 10 Hz, e otimamente entre 1 e 4
Hz. Utiliza duração de pulso maior que 100 microssegundos para recrutamento de fibras nervosas
tanto sensitivas, quanto motoras, produzindo contrações musculares visíveis. Essa modalidade
estimula as fibras aferentes nociceptivas do tipo A delta e C, e também as fibras eferentes
motoras. A analgesia gerada por este tipo de TENS é promovida pela liberação de opióides
endógenos. Em contraste com a TENS convencional, esse modo costuma ser aplicado uma vez
por dia por 20 ou 30 minutos. Normalmente é utilizado em casos de dor crônica, pois em casos de
dor aguda o paciente não suportaria a dor que poderia ser gerada pelas contrações. 
Breve e intenso
Alta frequência: 60 a 150 pps
Duração de pulso: 50 a 250 µs
Intensidade para produzir contração muscular tetânicas desconfortáveis ou fasciculaçôes não
rítmicas.
Essa modalidade é muito similar ao modo convencional, em que o estímulo é fornecido por uma
cadeia ininterrupta de pulsos em freqüências muito elevadas, porém a duração de pulsos e
intensidades são mais elevadas. É recomendável a utilização de freqüências altas entre 60 e 150
Hz, e tempo de duração de pulsos em torno entre 50 e 250 µs. A intensidade deve ser a máxima
tolerada pelo paciente e deve ser utilizada por curtos períodos de tempo (15 minutos). Os
eletrodos são colocados do mesmo modo que na estimulação convencional. Essa forma de TENS
produz então, uma analgesia intensa, considerada como sendo mediada por opióides endógenos,
que seriam liberados a partir de períodos de extremo desconforto.
Burst (trem de pulso)
Alta frequência portadora: 60 a 100 pps
Modulação em trem de pulso em baixa freqüência: 0,5 a 4 pps
Duração de pulso: 50 a 200 µs
Intensidade: Sensorial ou motora
Analgesia: Comportas da dor e Opióides endógenos
Neste modo burst temos uma alta freqüência de pulsos individuais (60 a 100 Hz), distribuídos em
“trens” de baixa freqüência, repetidos de 0,5 a 4 vezes por segundo (0,5 a 4 Hz). Este tipo de
estimulação é similar a uma mistura de TENS convencional com TENS acupuntural,
proporcionando, portanto,alívio de dor por dois mecanismos. A duração de pulso varia de 50 a
200 microssegundos. O tempo de aplicação seria de no mínimo 30 minutos. Este tipo de TENS é
utilizado para tratamento sintomático da dor crônica, sendo que o alívio da dor, proporcionado por
este modo, tende a demorar um pouco para iniciar, mas depois que isto ocorre, este alívio tende
a persistir por períodos substanciais.
Algumas definições importantes
Fenomêno de acomodação: Adaptação do organismo ao estímulo, ou seja, o organismo se
adapta e para de responder.
OBS: O complexo neuro-muscular apresenta alguma incapacidade para responder a estímulos
lentos e graduais.
Corrente Exponencial
É uma corrente contínua interrompida caracterizada por duração longa de pulso e de pausa e,
principalmente, pela elevação lenta e gradual do pulso.
A corrente exponencial consegue estimula seletivamente o Sistema Neuromuscular lesado
porque ela tem uma forma de subida lenta e gradual. A fibra sadia não responde porque é um
estímulo muito lento (1000 ms), já a fibra lesada entende o estímulo e responde.
Correntes ideais para eletroanalgesia
Segundo CRÉPON (1996), as correntes ideais para eletroestimulação antálgica e excitomotora 
devem obedecer quatro parâmetros fundamentais: 
1. Início Brusco: um pulso se torna mais eficaz quanto mais vertical for sua ascensão. Desse 
modo, quanto mais inclinada à ascensão, menor é a eficácia da estimulação, sendo necessário 
aumentar a intensidade para se obter um estímulo equivalente;
2. Breve duração de pulso: para proporcionar uma estimulação confortável, os pulsos devem ter 
duração suficiente para ser eficaz, porém a mais breve possível, pois quanto maior a duração do 
pulso, mais intensa é a sensação referida pelo paciente;
3. Inocuidade: os pulsos bidirecionais de média nula não apresentam efeitos eletrolíticos. 
Permitem aplicações de longa duração sem risco de queimadura química dos tecidos, mesmo 
com intensidades elevadas e sobre áreas com implantes metálicos;
4. Baixa Freqüência: a eletroestimulação antálgica e excitomotora utiliza unicamente correntes de
baixa freqüência (inferiores a 150 Hz) ou de muito baixa freqüência (menores que 10 Hz).
Freqüências ótimas de vibrações mecânicas para estimulação dos mecanorreceptores 
musculares estão em torno de 100 Hertz e para a estimulação dos receptores cutâneos, em torno
de 30 a 256 Hz” (ENJALBERT et al.,1999).
Atualmente, existem vários modos de estimulação que podem ser selecionados e 
administrados com os atuais sistemas de TENS.
FES (ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL) E EENM OU NMES (ESTIMULAÇÃO
ELÉTRICA NEURO MUSCULAR)
Tipos de Eletroestimulação:
NMES ou EENM: Estimulação Elétrica Neuro Muscular
FES: Estimulação Elétrica Funcional
Eletroestimulação
FES não é um aparelho, é um objetivo terapêutico (visa funcionalidade, ação muscular), que é
obtido com correntes. Contração muscular com funcionalidade (contração isotônica - visa ativar
maior número de unidades motoras, revigorar o engrama sensório-motor).
Na prática clínica normalmente estamos realizando uma EENM e não FES. As correntes mais
utilizadas para este objetivo são corrente despolarizadas.
A principal diferença entre o TENS, o FES e o EENM é o objetivo do tratamento e a forma de
modulação, posicionamento dos eletrodos e tempo de tratamento.
 A EENM tem como objetivos sobre o complexo neuro-muscular lesado:
1. Reeducar o estímulo sobre a fibra lesada, mantendo um potencial elétrico sobre ela;
2. Estimular a neoformação da bainha de mielina e o crescimento do nervo através da
manutenção do potencial elétrico;
3. Manter a atividade contrátil da fibra muscular, evitando aderências interteciduais e mantendo o
trofismo muscular.
Métodos de Aplicação da EENM
São métodos aplicáveis a todas as correntes que promovem contração muscular.
Aplicação no ponto motor:
Utiliza-se uma técnica monopolar longitudinal, onde:
Eletrodo menor (ativo ou concentrante) : Ponto motor
Eletrodo maior (passivo ou dispersante) : Pode ser posicionado de 3 formas:
Na origem (raiz) do plexo responsável pela inervação do segmento
Na região em que o nervo que estimula o segmento é mais superficial
Na inserção proximal do músculo a ser estimulado
Condução nervosa (tronco nervoso e músculos por ele inervados):
Utiliza-se uma técnica monopolar (área pequena) longitudinal, onde:
Eletrodo menor (ativo ou concentrante) : Tronco do nervo (região superficial)
Eletrodo maior (passivo ou dispersante) : No início do plexo
Assim, todos os músculos inervados por esse tronco se contraem simultaneamente.
Estimulação de grupos musculares:
Utiliza-se uma técnica bipolar (área grande) longitudinal, onde:
Eletrodos próximos às inserções proximal e distal sobre o VENTRE muscular.
Como se define os parâmetros?
Intensidade = Nível motor;
Frequência = Conforme tipo de fibras musculares que se deseja atingir e conforme o objetivo do
tratamento;
Duração de Pulso = Normalmente acima de 100µs, porém pode ser qualquer duração que
permita atingir o nível motor das fibras musculares;
Tempo ON = Conforme o objetivo de tratamento, normalmente se respeita os tempos de uma
contração isométrica indicada na fisiologia do exercício para treinamento muscular;
Rampa de subida = Entre 1 e 5 segundos para dar conforto ao paciente;
Rampa de descida = Entre 1 e 5 segundos para dar conforto ao paciente;
Tempo OFF = No mínimo a soma de todos os outros tempos, porém pode ser maior,
principalmente se levarmos em consideração que a contração gerada por dispositivos elétricos
são muito mais fadigantes que a contração fisiológica, pois o recrutamento das fibras não é
seletivo.
Tempo total de aplicação = conforme o objetivo de tratamento e conforme o número de
contrações desejadas para o treinamento muscular.
CORRENTE INTERFERENCIAL; CORRENTE RUSSA; CORRENTE
AUSSIE.
CORRENTE INTERFERENCIAL (CI)
A corrente interferencial (CI) foi desenvolvida na década de 1950 pelo Dr. Hans Nemec, em
Viena, e foi tornando-se cada vez mais popular no Reino Unido durante a década de 1970
(Ganne, 1976). Embora a definição atual de CI não seja padronizada na literatura, ela pode ser
descrita como a aplicação transcutânea de correntes elétricas alternadas de média freqüência
com a amplitude modulada em baixa freqüência para fins terapêuticos.
Segundo o Prof. Dr. Jones Eduardo Agne, “a escolha da corrente interferencial jamais será
comparada ao TENS, pois são processos físicos completamente distintos, enquanto a TENS é
uma corrente analgésica e relaxante, a Corrente Interferencial se trata de uma corrente com
princípios curativos ou de resolução tecidual o que não ocorre com o TENS, pelo menos
tradicionalmente”.
Vem sendo relatado que a CI tem a vantagem de reduzir a resistência da pele, e assim o
desconforto normalmente incorrido pelas correntes tradicionais de baixa frequência, ao mesmo
tempo produzindo efeitos de baixa freqüência nos tecidos (Low e Reed, 2000). Alega-se também
que a CI permite o tratamento de tecidos profundos (Goats, 1990; Hansjuergens, 1986; Low e
Reed, 2000; Nikolova, 1987; Willie, 1969).
Nossos sistemas biológicos respondem as baixas freqüências, dentro de uma faixa de
aproximadamente 0,1Hz a 200Hz. A isto chamamos de faixa ou alcance biológico. Portanto os
estimuladores de corrente trabalham dentro desta faixa. Contudo, a pele humana oferece uma
alta resistência à passagem destas correntes de baixa freqüência e de duração relativamente
longa do pulso. Então, se tivermos uma corrente de freqüência mais alta, a resistência da pele irá
baixar, proporcionando uma estimulação mais eficiente. Além disso, freqüências mais altas têm
duração de pulso mais curtos, levando a um estímulo mais agradável.
Se aumentarmos a freqüência, a resistência da pele cairá drasticamente quando a corrente
alternada aplicada for da ordem de 2.000 Hz a 10.000 Hz. Estas correntes alternadas de Média
Freqüência de operação(2.000 Hz a 10.000 Hz) penetram profundamente nos tecidos produzindo
uma grande variedade de efeitos fisiológicos. Como neste caso a resistência da pele é pequena,
permitem altas densidades de corrente com pequeno efeito sensorial na pele, tornando-se
bastante agradável ao paciente.
PRINCÍPIOS FÍSCIOS DA CORRENTE INTERFERENCIAL
A corrente CI é essencialmente uma corrente de freqüência média (2000 ou 4000 Hz) cuja
amplitude aumenta e diminui ritmicamente em baixa freqüência (ajustável entre 0 e 200-250 Hz).
A CI é produzida mesclando duas correntes de média freqüência que ficam levemente fora de
fase, seja aplicando-as de modo que "interfiram" nos tecidos (tetrapolar) ou, de modo alternativo,
mesclando-as dentro do estimula-dor antes da aplicação (corrente "pré-modulada" ou bipolar).
Uma corrente é normalmente de freqüência fixa, por exemplo 4000 Hz, e a outra corrente é
ajustável, por exemplo entre 4000 e 4200 Hz. Teoricamente, as duas correntes se somam ou se
cancelam de maneira previsível, produzindo a "corrente interferencial" de amplitude modulada
resultante. A freqüência da corrente resultante será igual à média das duas correntes originais e
variará em amplitude com uma freqüência igual à diferença entre essas duas correntes. Essa
segunda freqüência é conhecida como "freqüência de amplitude modulada" (AMF) ou "freqüência
de batida".
Figura 1 Interferência entre duas correntes de média freqüência, 1: 4000 Hz e 2: 4080 Hz
produzem uma "corrente interferencial" (modulação) resultante AMF = 80 Hz.
PARÂMETROS DE TRATAMENTO
Método de aplicação
Tetrapolar = duas correntes de média frequência através de quatro eletrodos que se cruzam
dentro do corpo do paciente produzindo os efeitos terapêuticos. A área de tratamento forma-se a
45º diagonal ao ponto de interseção das correntes.
Alega-se que uma aplicação quadripolar de CI produza corrente modulada em um padrão de
"trevo de quatro folhas" ajustadas em ângulo reto com as duas correntes de média freqüência
(Kahn, 1987; Low e Reed, 2000; Savage, 1984).
Bipolar = as duas correntes de média frequência se misturam dentro do aparelho e a corrente
resultante age entre os dois eletrodos. Tem-se alegado que a CI bipolar apresenta uma
distribuição diferente dentro dos tecidos em comparação com a aplicação quadripolar
(Hansjuergens, 1986; Savage, 1984). Considera-se que enquanto a CI quadripolar é criada
profundamente dentro dos tecidos, a CI bipolar é distribuída de modo similar à estimulação
elétrica convencional (Savage, 1984), com intensidades de corrente máximas embaixo dos
eletrodos, diminuindo progressivamente com a distância (Hansjuergens, 1986).
Frequência Portadora
Muitas literaturas indicam que a frequência portadora de 2000Hz é mais usada para reforço
muscular e recrutamento de fibras contráteis e que a frequência de 4000Hz é mais usada para
casos de analgesia.
AMF = Frequência de Modulação da Amplitude
A AMF ou "freqüência de batida" é tradicionalmente considerada como sendo o componente
efetivo da CI ou a “frequência de tratamento”, simulando as correntes de baixa freqüência e
criando a estimulação diferencial de nervos e certos tipos de tecidos (De Domenico, 1982; Ganne,
1976; Goats, 1990; Hansjuergens, 1986; Low e Reed, 2000; Nikolova, 1987; Szehi e David, 1980;
Willie, 1969). A teoria da CI é que os componentes de freqüência média simplesmente agem
como correntes "portadoras" conduzindo a AMF de baixa freqüência para dentro dos tecidos (De
Domenico, 1982) onde o corpo deve ser capaz de interpretá-la.
Varredura de freqüência (sweep ou ΔAMF)
A varredura de freqüência (sweep) é encontrada na maioria dos estimuladores de CI, em que a
AMF é alterada ao longo do tempo. A varredura pode ser ajustada entre duas AMFs prefixadas,
por exemplo entre 50 e 10 Hz.
SLOPE
Determina a forma que a variação de frequência ocorrerá. Normalmente existem três formas de
variação (SLOPE):
Triangular 6:6 utilizado na fase aguda e geralmente com frequências mais altas entre 90Hz e
130Hz ou mais, neste caso a corrente levaria 6 segundos para subir de 90Hz para 130Hz e mais
6 segundos para retornar.
Trapezoidal 1:5:1 utilizada em fase subaguda com frequências intermediárias como 50Hz e 90Hz.
Neste caso a frequência levaria 1 segundo para passar de 50Hz até 90Hz, sustentaria esses
90Hz por 5 segundos e depois levaria mais 1 segundo para retornar a 50Hz.
Quadrada 1:1 utilizada em fases crônica normalmente com frequências mais baixas entre 10Hz e
30Hz. Neste caso a corrente ficaria 1 segundo com 10Hz e 1 segundo com 30Hz e assim
sucessivamente sem passagem gradual pelas demais frequências.
Intensidade da corrente
A maioria dos autores defende uma intensidade de corrente que produza uma sensação "forte
porém confortável" (Goats, 1990; Niko-lova, 1987; Savage, 1984; Wadsworth e Chan-mugam,
1980). 
Por definição, a estimulação "forte porém confortável" deve ser determinada pelo relato do
indivíduo e não pelas regulagens da intensidade do pico de corrente. A intensidade deve ser
lentamente aumentada até que o paciente indique que a sensação almejada foi atingida. O ajuste
periódico da intensidade é recomendado para compensar qualquer adaptação (Goats, 1990;
Robinson e Snyder-Mackler, 1995; Savage, 1984).
Duração do tratamento
Tem-se sugerido dez a quinze minutos de tratamento com CI, com não mais de 20 minutos para
uma área (Savage, 1984). Outros autores têm recomendado 10 minutos para a maioria das
condições dolorosas (Wadsworth e Chan-mugam, 1980). O tempo de tratamento tem sido
relatado pelos profissionais como sendo entre 11 e 15 minutos na maioria (60,5%) dos casos
(Tabasam e Johnson, estudo não publicado, 2000). Alguns autores indicam tempos não menores
de 30 min (Agne JÁ, 2009).
Indicações
Para promover analgesia; Tratamentos que se deseja o efeito anti-inflamatório; Tratamentos que
se deseja o aumento da circulação; Redução do edema; Trigger Point; Fibromialgia.
Contra indicações
Pacientes nos quais pode ocorrer a movimentação de um trombo, alastramento de infecção ou de
células cancerígenas, ou hemorragia; Não é recomendado que se use corrente interferencial na
região do tórax principalmente em pacientes cardíacos ou com marcapasso; Região do abdômen
ou sacral durante a gestação.
CORRENTE RUSSA (CR)
Na década de 1970 trabalhos foram publicados dando conta de que uma corrente interrompida de
média freqüência (2500 Hz) foi utilizada para prover maior ganho de força muscular que aquela
obtida através da contração muscular voluntária. Esta forma de corrente foi denominada de
corrente russa, e sua técnica terapêutica foi chamada de estimulação russa. Tudo isso justificado
pelo fato do seu uso ter sido investigado por um pesquisador soviético chamado Yakov Kots. As
primeiras citações sobre corrente russa aconteceram em 1980, quando os astronautas da
estação orbital soviética MIR utilizaram uma forma de corrente de média freqüência para
estimular a musculatura que ficava hipotônica/hipotrófica por causa da ausência de força da
gravidade. Em 1982, as atletas de ginástica olímpica da equipe soviética utilizaram a corrente
russa dias antes das provas para aumentar a força muscular (Borges FS et al 2007).
Definição
Corrente alternada de média freqüência (2500 Hz), senoidal, agrupada em trens de pulso de 50
Hz (pulsos multifásicos), porcentagem de pulso fixa em 50% ou seja, é uma corrente de média
freqüência ajustada para promover contração de baixa freqüência. Essa é a definição clássica da
Corrente Russa com Modulação de 10ms de burst por 10ms sem burst. Porém atualmente os
aparelhos permitem ajustar os trem de pulsos em frequências entre 1Hz a 100Hz e porcentagem
de pulso.
Característcias da Corrente Russa
Esse tipo de corrente foi construída exatamente com base nos tipos musculares existentes
(tônicos e fásicos). Permite o uso de intensidadeelevada (acima de 100mA), pois é uma corrente
de média freqüência, ou seja, mais agradável, e não possui efeitos polares sobre a pele. 
Especificações da CR (podem variar de acordo com o tipo/fabricação do aparelho) 
Freqüência portadora = 2500Hz;
Porcentagem do ciclo: 20 – 33 – 50% 
OBS.: Quanto maior a porcentagem da corrente dentro do ciclo, mais agressiva ou com maior
intensidade o paciente sentirá a corrente;
Freqüência de modulação: 0 a 150Hz
OBS.: A modulação da freqüência obedecerá a característica da fibra (fásica ou tônica) e a
porcentagem do ciclo obedecerá a situação do paciente.
Intensidade: a máxima suportável;
Tempo de subida: entre 1 e 5 segundos
Tempo de contração: 1 a 60 segundos
Tempo de descida: entre 1 e 5 segundos
Tempo de repouso: pelo menos igual a soma do tempo de subida + tempo de contração + tempo
de descida;
UTILIZAÇÕES TERAPÊUTCIAS
Incremento da força muscular; Modificação do tecido muscular; Melhoria da estabilidade articular;
Melhoria do rendimento físico em esporte de alto nível; Manutenção da qualidade e quantidade do
tecido muscular; Recuperação da sensação da contração nos casos de perda de sinestesia;
Aumento da circulação sangüínea no músculo.
OBS: Utilizando-se a estimulação elétrica, o fortalecimento muscular acontece artificialmente. A
força obtida desse modo não é funcional e será perdida logo, se a musculatura não for usada.
Assim, o fortalecimento de músculos com corrente elétrica deve ser combinado com treinamento
da função específica do músculo.
VANTAGENS
Consegue-se ativar 30 a 40% a mais das unidades motoras com a corrente russa do que com
exercícios comuns e tratamentos convencionais; O aparelho consegue trabalhar toda a
musculatura, inclusive zonas consideradas difíceis de serem atingidas com a eletroestimulação
convencional, como os glúteos e o reto abdominal; Melhora em curto prazo; Melhora da
estabilidade articular durante a fase de imobilização.
SELEÇÃO DO TIPO DA CORRENTE
Os parâmetros a serem seguidos dependem de algumas variáveis como:
a) Tipo de músculo a ser tratado
b) Exigir o máximo em todas as fases do tratamento
c) O tipo de corrente deve ser o mais agradável possível
d) O músculo que se vai trabalhar deve estar normal e o nervo motor intacto
e) Evitar, dentro do possível, a adaptação (acomodação) do nervo motor
MODIFCIAÇÃO NA COMPOSIÇÃO DA FIBRA MUSCULAR
Tem-se constatado que a composição das fibras musculares modifica-se ao serem expostas a um
período prolongado de excitação produzida por corrente elétrica. Essa modificação depende
principalmente da freqüência com que se despolariza o nervo motor por meio de corrente elétrica.
Na maioria dos casos, reduz-se a velocidade de contração das células musculares. Com essa
modificação, a fibra muscular adquire a função ou a característica de fibra tônica, o que nem
sempre é desejado, principalmente quando se necessita da função dinâmica do músculo. A
modificação é reversível desde que se passe a trabalhar esses músculos com funções mais
dinâmicas. Em linhas gerais, pode-se dizer que: - Para trabalhar um músculo com função postural
ou para que esse músculo tenha um trabalho mais estético (musculatura estática - fibras tônicas),
é necessário usar uma freqüência mais baixa, na ordem de 10 a 30Hz. Isso garante o
avermelhamento das fibras em questão; - Se se desejar que esse músculo tenha ou realize
função mais dinâmica (fibras pálidas), é necessário que seja usada uma freqüência mais alta, na
ordem de 50 a 150Hz. Isso garante que as fibras musculares se tornem brancas.
COMPOSIÇÃO DE FIBRAS MUSCULARES
Gastrocnêmio – 46,9 a 56,9% de fibras tônicas
Glúteos – 41,2 a 71,5% de fibras tônicas
Sóleo – 69,8 a 100% de fibras tônicas
Tíbial anterior – 56,6 a 80,5% de fibras tônicas
Ílio-psoas – 37 a 60,9% de fibras tônicas
Vasto medial – 53,5 a 79,8 de fibras tônicas
RISCOS TERAPÊUTCIOS
Evitar dor muscular; Cuidado com a amplitude articular nas contrações dinâmicas nos casos de
bloqueio articular; Certificar-se de que não há lesão em músculo, tendão, ligamento e fáscia;
Modificações não desejadas na composição da fibra muscular.
INDICAÇÕES
Fortalecimento em condições patológicas; fortalecimento no esporte de alto nível, tais como:
aumento da capacidade de sprint; aumento da capacidade de salto; aumento da capacidade de
resistência; estabilização de coluna vertebral; estabilização de articulações; incontinência
esfincteriana; estética.
CONTRA-INDCIAÇÕES
Lesões musculares, tendinosas e ligamentares; inflamações articulares em fase aguda; fraturas
não consolidadas; espasticidade.
CORRENTE AUSSIE (CAussie) ou CORRENTE AUSTRALIANA
A CORRENTE AUSSIE (também chamada Corrente Autraliana), segundo seu criador Prof. Ward,
apresenta vantagens sobre os tradicionais métodos de estimulação (Russa, Interferencial, TENS
e FES).
A intensidade de corrente necessária ao tratamento depende do tipo de disfunção a ser
tratada bem como dos limiares de cada paciente. Sendo assim, o tratamento deverá ser iniciado
com níveis de intensidade mínimos (bem baixos), aumentando-se cuidadosamente até se
conseguir os efeitos adequados ao procedimento e de acordo com as respostas sensorial, motora
e dolorosa de cada paciente.
Quando uma pessoa é submetida a uma estimulação elétrica, ela irá sentir uma sensação
de formigamento no local ou nas áreas entre os eletrodos. Esta sensação é confortável para a
maioria das pessoas. Porém, outras reportam ser desagradável. A corrente aussie produz um
estímulo, cuja forma de onda é muito mais confortável do que qualquer das formas tradicionais de
estimulação. Sendo assim, é mais provável de que esse estímulo seja muito mais agradável à
maioria dos pacientes. O grau de sensação é controlado pelo ajuste dos parâmetros (controles)
do equipamento. Porém, como já dito, devido ao estímulo da corrente Aussie ser mais agradável
que a maioria dos estímulos elétricos tradicionais (Russa, Interferencial, TENS e FES), uma
estimulação sensorial ou motora podem ser atingidos com um mínimo de dor.
A Corrente Aussie pode ser usada com duas formas de estimulação:
- Estimulação sensorial (máximo conforto) e
- Estimulação motora (máximo torque).
Corrente Aussie – Estimulação Sensorial (máximo conforto):
Para a estimulação sensorial (máximo conforto), usa-se corrente senoidal de freqüência de 4.000
Hz (4KHz) e modulação em Bursts com duração de 4 ms. A estimulação sensorial (máximo
conforto) produz um torque menor do que a estimulação motora (máximo torque) e pode ser
usada, por exemplo, em casos de dores e desconfortos gerados por diversos tipos de lesões
teciduais. Esta forma de estimulação é a melhor para o controle da dor via “teoria das comportas”
originalmente apresentada por Melzack e Wall (1965) bem como em função da liberação de
opióides endógenos. Neste caso, a necessidade não é a produção de torque muscular e sim a
ativação das fibras nervosas ABeta (fibras nervosas de grande diâmetro) com mínima ativação
das fibras de pequeno diâmetro A Delta e C (dor).
Corrente Aussie – Estimulação Motora (máximo torque):
Para a estimulação motora (máximo torque) é uma corrente senoidal de freqüência de 1.000 Hz
(1KHz) e modulação em Bursts com duração de 2 ms.
A freqüência de 40-50 Hz é recomendada para contrações mais vigorosas. Freqüências
superiores a 50 Hz produzem mais torque, porém algum grau de fadiga pode ocorrer. A fadiga
ocasionada por freqüências mais altas não é devido às fibras do músculo cansadas, mas sim o
resultado da atividade elétrica que deixou de ser capaz de ativar o aparato contrátil das fibras
musculares. Quando a fadiga é um problema, freqüências de burst mais baixas (20-40 Hz) devem
ser utilizadas. Um menor torque será produzido, porém obteremos um menor índice de fadiga.
Para algumas condições, por exemplo, prevenção da sub luxação de ombro pós acidente
vascular cerebral, freqüências mais baixas ainda são mais recomendadas.O tratamento tem que
simular as freqüências normalmente usadas fisiologicamente para ativar as fibras de contração
lenta ou fibras musculares resistentes à fadiga em níveis relativamente baixos de atividade
sustentada por períodos de tempo maiores, a fim de prevenir e limitar atrofia e estiramento da
cápsula articular. Freqüências entre 10 Hz e 20 Hz são recomendadas. Portanto, não é
simplesmente dizer máximo torque muscular, mas sim a estimulação motora de maior eficiência.
OPÇÕES DE ESTIMULAÇÃO
A Corrente AUSSIE (também chamada corrente AUSTRALIANA) – tipo de corrente senoidal com
freqüência portadora de1.000Hz ou 4.000Hz com duração de burst de 4ms ou 2ms, modulada em
trens de pulso (bursts) de freqüência variável de 1 a 120 Hz.
Possibilita, como a maioria do aparelhos de EENM, os seguintes modos de estimulação:
MODO CONTÍNUO: A sensação de estimulação é contínua, constante (usada como TENS);
MODO SINCRONIZADO: Os canais funcionam ao mesmo tempo, sincronizados. A sensação de
estimulação segue os tempos escolhidos nas rampas On, Off, Rise e Decay;
MODO RECÍPROCO: Os canais ímpares funcionam alternadamente com os canais pares. A
sensação de estimulação segue os tempos escolhidos nas rampas On, Off, Rise e Decay.
Ainda se determina os seguintes parâmetros:
TIMER - permite selecionar o tempo de aplicação de 1 a 60 minutos.
Freqüência de Burst - a freqüência de burst (freqüência dos trens de pulso) pode ser
selecionada pelo terapeuta na faixa de 1 a 120 Hz.
Duração de Burst – a duração de burst (largura dos trens de pulso) pode ser selecionada pelo
terapeuta em 2 ms ou 4 ms.
RISE (rampa de subida do pulso) - tempo de subida do pulso, variável de 1 a 20 segundos. 
DECAY (rampa de descida do pulso) - tempo de descida do pulso, variável de 1 a 20 segundos. 
ON TIME (tempo ligado) - tempo de máxima contração muscular, variável de 1 a 60 segundos. 
OFF TIME (tempo desligado) - tempo de repouso da contração muscular, variável de 1 a 60
segundos.
INDICAÇÕES
Analgesia; fortalecimento em condições patológicas; fortalecimento no esporte de alto nível, tais
como: aumento da capacidade de sprint; aumento da capacidade de salto; aumento da
capacidade de resistência; estabilização de coluna vertebral; estabilização de articulações;
incontinência esfincteriana; estética.
CONTRA-INDCIAÇÕES
Lesões musculares, tendinosas e ligamentares (Modo Estimulação Motora); inflamações
articulares em fase aguda (Modo Estimulação Motora); espasticidade; miopatias.
LASER DE BAIXA POTÊNCIA
LASER DE BAIXA POTÊNCIA (LBP)
Problemas encontrados na laserterapia
A falta de consenso entre a comunidade acadêmica pode estar ocorrendo por dois motivos.
Primeiro, a incerteza generalizada e uma confusão sobre os mecanismos de ação do LBP nos
níveis celular, molecular e tecidual. Em segundo lugar, um grande número de parâmetros (por
exemplo, comprimento de onda, fluência, irradiância, tempo de tratamento e repetição, pulso e
polarização) podem ser escolhidos na concepção do LBP. Em conjunto, essas considerações
podem explicar por que uma série de estudos negativos foram publicados. No entanto, não
podemos considerar que o LBP não funciona, mas sim que os parâmetros do LBP usados nesses
estudos particulares não foram efetivos.
Espero poder melhorar nosso entendimento sobre os mecanismos que ocorrem em nível
molecular e celular no uso do LBP.
Breve Histórico
A sigla LASER significa em inglês “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation” que
traduzido fica “Amplificação da Luz pela Emissão Estimulada de Radiação”.
Os princípios físicos da emissão de luz estimulada foram iniciados com Albert Einstein em
1917. Baseado nestes princípios que já estavam sendo apurados por outros cientistas, Theodore
Harold Maiman, em 1960, construiu o laser a rubi e em 1961 no Hospital Presbiteriano de Nova
York, foi realizada a primeira cirurgia a laser que consistiu na extirpação de um pequeno tumor de
retina.
Na fisioterapia utilizamos o LASER de Baixa Potência que não produz calor nos tecidos.
Somente na década de 1990 presenciamos o reconhecimento científico desse tipo de Laser por
conta de trabalhos mais fundamentados da Dr. Tina Karu, professora da academia Russa em
Moscou, que decifrou as respostas celulares com metodologia mais acuradas. Embora ainda não
haja um consenso quanto à dosimetria exata a ser administrada em cada caso, o emprego dessa
terapia vem ocupando cada vez mais espaço no arsenal terapêutico das mais variadas profissões
da área de saúde. A laserterapia, por meio do efeito de biomodulação, permite atuar sobre o
processo inflamatório, cicatricial, álgico e imunológico.
Características fundamentais da radiação laser
As características da radiação LASER são várias, porém estas três que vou citar conseguem dar
a propriedade de LASER na emissão da luz.
Monocromticidade: Comprimento de onda específico; pureza de cor;
Coerência: Suas ondas luminosas apresentam oscilações uniformes e ordenadas onde cada
fóton se move juntamente com os outros;
Colimação: Mínima divergência entre os raios. O laser tem a capacidade de seguir uma única
direção com raios paralelos.
Essas propriedades fazem com que ao penetrar no tecido biológico ocorram fenômenos físicos
como a absorção, a reflexão, o espalhamento e a transmissão e quanto maior a absorção, a
reflexão e o espalhamento, menor vai ser a transmissão para os tecidos mais profundos.
Penetração e absorção da radiação laser
Como a absorção vai ocorrer no corpo depende, entre outros, de dois fatores em especial. O
modo de aplicação e o comprimento de onda. Também podemos citar que as diferenças
anatômicas entre as regiões do corpo além das diferenças entre os indivíduos vão influenciar no
comportamento da radiação laser no organismo.
EFEITOS DO LBP
MECANISMOS CELULARES E MOLECULARES DO LBP
O laser de baixa potência está na faixa de 1 a 1000 Mw de potência e, em comprimentos de onda
entre 632-1064 nm, para estimular uma resposta biológica. Esses LASERs não emitem calor,
som ou vibração. Em vez de gerar um efeito térmico, o LBP atua induzindo uma reação
fotoquímica na célula, um processo conhecido como bioestimulação ou fotobiomodulação. A
fotobiologia trabalha com o princípio de que, quando a luz atinge certas moléculas chamadas
cromóforos, a energia do fóton faz com que os elétrons fiquem excitados e saltem de órbitas de
baixa energia para energia órbitas superiores. Na natureza, esta energia armazenada pode ser
usada pelo sistema para executar várias tarefas celulares, como fotossíntese e fotomorfogênese.
Existem vários exemplos de cromóforos na natureza, como a clorofila nas plantas,
bacterioclorofila em algas azuis, flavoproteínas e hemoglobina encontradas nos glóbulos
vermelhos do sangue. As cores dos cromóforos são determinadas pela parte do espectro de luz
que eles absorvem: a clorofila é verde, a flavoproteína é amarela e a hemoglobina é vermelha.
As mitocôndrias são consideradas os geradores de energia da célula eucariótica,
convertendo oxigénio e nutrientes através do processo de fosforilação oxidativa e da cadeia de
transporte de elétrons em trifosfato de adenosina (ATP). A ideia básica subjacente a respiração
celular é que os elétrons de alta energia são carregados por transportadores de elétrons, tais
como o dinucleótido de nicotinamida-adenina reduzido (NADH) e a forma reduzida do dinucleótido
de flavina adenina (FADH 2), através de uma série de complexos transmembranares (incluindo
citocromo c oxidase [CCO]) para o aceitador final de elétrons, gerando um gradiente de prótons.
O gradiente é usado para produzir ATP. Várias experiências in vitro descobriram que a respiração
celular foi regulada positivamente quando as mitocôndrias foram expostas ao laser de HeNe ou
outras formas de iluminação. A irradiação com laser provocou um aumento nos produtos
mitocondriais (ATP, o NADH, proteínase ácido ribonucleico [ARN]) e um aumento recíproco no
consumo de oxigénio. Um efeito semelhante é produzido quando o tecido que contém as
mitocôndrias é exposto à radiação de baixo nível. Tanto a luz visível como a luz próxima do
infravermelho são absorvidas pelas organelas, e o resultado disso é que ocorre uma regulação
positiva da respiração celular.
Uma vez que se observou que o mecanismo de ação do LBP está no nível das mitocôndrias, e
sabendo que o CCO parece absorver o mesmo espectro de luz que é observado para a resposta
biológica à luz na faixa próxima ao infravermelho, é razoável assumir que o CCO atua como um
cromóforo importante do LBP. O CCO consiste em 2 centros de cobre e 2 centros de ferro-heme
que são capazes de absorver a luz em uma ampla gama, incluindo próximo do infravermelho.
O aumento do ATP celular produzido pelo LBP pode contribuir para os efeitos positivos,
tanto pelo aumento dos níveis de energia celular quanto pelo aumento da molécula de AMP
cíclica (formado bioquimicamente a partir de ATP) que está envolvido em muitas vias de
sinalização.
Em resumo a ação básica dessa irradiação no tecido biológico é aumentar a atividade sistêmica,
ou seja, ao se difundir no interior do tecido biológico, ocorrerá a degranulação de mastócitos no
caso de lasers com comprimento de onda na faixa do vermelho, ou a paralisação dos esfíncters
pré-capilares com lasers na faixa do infravermelho, promovendo em ambas as situações, o
aumento da microcirculação local. Os citrocomos presentes nas células, absorvem essa luz
monocromática, aumentando a atividade das mitocôndrias. Naturalmente esse fato aumenta a
atividade celular, ocasionando os efeitos desejados de acordo com a dose empregada.
Lista de efeitos provocados pelo LASER
Modificação das reações enzimáticas normais tanto para excitação quanto para inibição;
Produção de ATP;
Aceleração da mitose;
Formação de colágeno;
Quebra da fibrina;
Potencializa a ação da "bomba de Na/K";
Manutenção do potencial da membrana;
Interferência direta da radiação sobre a mobilidade iônica;
Aumenta a microcirculação (efeito proporcionado pela ação direta sobre os "esfíncteres pré
capilares";
Estímulo do trofismo celular
Aumento dos processos de reparação;
- estímulo da capacidade de cicatrização do tecido conjuntivo;
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mast%C3%B3citos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitoc%C3%B4ndrias
https://pt.wikipedia.org/wiki/Microcircula%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comprimento_de_onda
- angiogênese;
- aumento da velocidade de regeneração das fibras nervosas traumatizadas;
- estimulação da reparação do tecido ósseo;
- estímulo geral sobre a hematopoiese;
- aumento do trofismo na pele;
- ativação do bulbo piloso, em especial dos fibroblastos;
- incidência de desaparecimento de calcificações ectópicas.
Como consequência dos efeitos já descritos, o LBP aca se tornando:
Anti-inflamatório:
- Interfere na síntese de prostaglandinas. Como elas desempenham um importante papel em toda
instalação do processo inflamatório, a sua inibição determina uma sensível redução nas
alterações proporcionadas pela inflamação.
- Estimulando a microcirculação que irá garantir um eficiente aporte de elementos nutricionais e
defensivos para a região lesionada, favorecendo a sua resolução.
Analgésico:
- Em nível local, reduzindo a inflamação, provocando a reabsorção de exsudatos e favorecendo a
eliminação de substâncias halógenas.
- Eliminação de substâncias ácidas ou outras que sensibilizam os receptores dolorosos, também
favorecem a analgesia.
- Interferindo na mensagem elétrica durante a transmissão do estímulo da dor, mantendo o
gradiente iônico, ou seja, mantendo o potencial de membrana e evitando que a mesma
despolarize.
- Provocando a normalização e o equilíbrio da energia no local da lesão.
Antiedematoso:
- Estimulo à microcirculação: proporciona melhores condições para a resolução da congestão
causada pelo extravasamento de plasma que forma o edema.
- Ação fibrinolítica: proporciona resolução efetiva do isolamento proporcionado pela coagulação
do plasma, que determina o edema de cacifo não depressivo.
- Diminuição da prostaglandina/bradicinina.
Cicatrizante:
- Incremento na produção de ATP, que proporciona um aumento da velocidade mitótica das
células.
- Estímulo à microcirculação, que aumenta o aporte de elementos nutricionais associada ao
aumento da velocidade mitótica, facilitando a multiplicação das células.
 
TIPOS DE LASER UTILIZADOS EM FISIOTERAPIA
Basicamente a divisão ocorre em LASER visível (vermelho) e LASER invisível (infravermelho). Os
comprimentos de ondas na faixa de 630 a 790 nm formam a luz vermelha e os comprimentos de
onda acima de 800 nm são infravermelho.
Laser Hélio-Neônio(He-Ne)
É obtido a partir da estimulação de uma mescla de gases e possibilita uma radiação visível, com
comprimento de onda de 632,8 nm, apresentando assim uma cor vermelha.
Por ser um LASER mais superficial devido ao seu comprimento de onda, ele é mais
utilizado em 1esões superficiais, como nos casos de lesões dermatológicas, estéticas ou em
processos de cicatrização, porém também poderia ser usado em outros processos. Sua
penetração fica entre 10 e 15 mm.
2- Laser de Arsenieto de Gálio (As-Ga)
O laser As-Ga é uma radiação obtida a partir da estimulação de um diodo semicondutor, formado
por cristais de arsenieto de gálio, e por isso também é chamado de laser semicondutor ou laser
diódico. Sua penetração é de aproximadamente 5 mm.
Como já foi dito sobre a utilização do laser He-Ne, ambos os tipos de laser apresentam
potencial terapêutico elevado em lesões superficiais e profundas. Porém, comparativamente ao
laser He-Ne, que se destaca em lesões superficiais, o laser As-Ga apresenta potencial
terapêutico destacado em lesões profundas, do tipo muscular, ligamentar e outras. 
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DO LASER
PONTUAL: Aplicação sobre os pontos da região lesada. O tratamento ocorre com a ponta em 
contato direto com a região a ser tratada e não se encosta a caneta com ulcerações ou muita dor.
Em tendões, músculos ou ossos, deve-se buscar o fechamento da área com diversos pontos. 
Cada ponto deve cobrir uma área de 1 cm2.
Seria interessante marca os pontos tratados com círculos e que a aplicação seja dentro de 
cada círculo para que a luz do LASER não seja refletida ou refratada pela tinta da caneta ou do 
lápis.
VARREDURA: método somente deve ser empregado em lesões dermatológicas como úlceras de
decúbito, diabéticas ou outras alterações nas quais se busca acelerar o processo cicatricial e
requer muita atenção do profissional para manter a profundidade da área, a velocidade da mão e
a manutenção da posição perpendicular da caneta em relação à área.
Não é recomendado que se use LASER infravermelho neste caso pois como não podemos
visualizar a luz ficaria difícil a aplicação.
DOSIMETRIA
Existem três variáveis importante neste caso: a Energia (J); a Potência (W) e a Densidade de
Energia (J/cm2).
Não usamos mais e densidade de energia como dose porque a mesma é calculada dividindo a
energia gerada pela área do feixe de laser e não da área de tratamento. Isto gera variações de
aparelho para aparelho e diferença na energia final da aplicação.
DE = P (W) x t (s) / a (cm2) Energia (J) = Potência (W) x Tempo (s)
A potência dos aparelhos é medida em milliwatts porém no cálculo energético deve ser utilizada
em watts, ela será determinante para melhorar a aplicação do LASER e também na hora da
tomada de decisão da compra de um aparelho.
A energia é o fator determinante para o tratamento do tecido. Devemos utilizar a energia
desejada por ponto de aplicação. Quando dosamos em energia dependemos apenas da potência
do aparelho e do tempo de aplicação sem depender da área do feixe.
Doses em Energia (Joules)
 Inflamação de 0,5 a 4 J/ponto
 Cicatrização de 1 a 3 J/ponto
 Cicatrizaçãode úlceras de 0,5 a 3 J/ponto
 Analgesia de 1,5 a 6 J/ponto
 Músculos de 0,6 a 6 J/ponto
 Regeneração de nervos periféricos de 3 a 6 J/ponto
 Consolidação óssea de 2 a 4 J/ponto
INDICAÇÕES
Todos os quadros patológicos onde os efeitos do LASER, já citados anteriormente, possam trazer
algum benefício.
Inflamação, edema e dor;
Regeneração e cicatrização de tecidos;
Cicatrização de feridas (queimaduras, úlceras de pressão);
Regeneração de nervos;
Reparação óssea, osteoartrites; osteoartroses;
Gengivites, miosites, tendinites
Afecções na ATM (Articulação Temporo -Mandibular)
Torcicolo (irradiar pontos de inserção do ECOM)
Cervicalgia
Lombalgia
Lombocialtalgia
Bursites
Herpes-Zoster (aplicação pontual em pontos dolorosos)
Neuralgia do trigêmeo (irradiação em pontos gatilhos)
CONTRA-INDICAÇÕES
Retina;
Áreas Neoplásicas;
Processos infecciosos bacterianos;
Zonas tumorais;
Áreas de Hemorragia.
Útero grávido
CONTRA INDICAÇÕES RELATIVAS
Tratamentos com medicamentos esteróides;
Mama de pacientes com mastopatia fibrocística;
Pacientes epiléticos; (tratamento estranho);
Gestantes;
Disfunções tireoidianas, arritmias cardíacas e marca-passos.
DIATERMIA POR ONDAS CURTAS
Termoterapia
Existem dois tipos de aquecimento que atuam sobre os tecidos: o superficial e o profundo. A
transferência de calor para o interior dos tecidos pode ocorrer de três formas: condução,
convecção e conversão.
Condução: o calor é transferido pelo contato do objeto ou substância aquecida com o tecido.
Ex: Parafina e compressas quentes.
Convecção: o calor é produzido em substâncias ou tecido, pela passagem de alguma forma de
energia.
Ex: Ondas-curtas, micro-ondas e ultrassom.
Conversão: o calor é transmitido por circulação de líquidos e gases ou lâmpadas.
Ex:Infra-vermelho, forno de Backer.
OBS: O excesso de calor (acima de 75 ) é irritante porque estimula os nociceptores (receptores
de dor) e os receptores de calor.
Diatermia por Ondas Curtas (DOC)
As primeiras referências quanto a o uso clínico de correntes elétricas de alta freqüência foram
encontradas em paris no século IX (1890). Após isto, outros trabalhos desenvolveram métodos
indutivos e capacitivos de aplicação de correntes de alta freqüência ao corpo gerando um calor
não superficial. Estes métodos passaram a ser conhecidos como diatermia (do grego
“aquecimento através de”).
É um recurso da eletroterapia, utilizado para a produção de calor; é manipulado pela fisioterapia
por mais de 50 anos para promover aquecimento dos tecidos mais profundos, que não poderiam
ser alcançados por outras formas de produção de calor com irradiação ou condução
(compressas). Trataremos neste estudo, de um recurso de grande valia na terapia de diversas
patologias.
A freqüência da oscilação do ondas curtas é estabelecida pela Convenção de Atlantic City, em
1942, a fim de prevenir transtornos em outras atividades de transmissão.
Diatermia: aplicação de energia elétrica de alta frequência para produzir calor nos tecidos
corporais.
Alta freqüência: uso terapêutico de oscilações eletromagnéticas com freqüência superior a
300.000 Hz e possuem a característica de não despolarizarem as fibras nervosas.
Ondas Curtas: forma de eletroterapia de alta freqüência que pode ser apresentado nas seguintes
formas:
 27,12 MHz com longitude de onda de 11m (mais comum)
 13,56 MHz, com longitude de onda de 22m
 40,68 MHz, com longitude de onda de 7,5m
Princípio e funcionamento: Nos Ondas Curtas a energia elétrica na fonte principal interna é
convertida em uma corrente elétrica de rádio freqüência (27MHz). Esta corrente de alta
freqüência flui através de dois cabos até os eletrodos ativos (almofadas). Estas duas almofadas
colocadas eqüidistantes e paralelas formam um grande capacitor e nesta região interna
compreendida entre as duas almofadas, existirá um campo magnético o qual é aplicado às
regiões a serem tratadas; tais como dedos, braços, pernas e outros. Uma freqüência alta é
utilizada, porque as freqüências abaixo de 100kHz estimularão os músculos e nervos, e não
produzirão os efeitos desejados de diatermia. 
Produção de Calor: As moléculas muito próximas (nos tecidos muito densos), aumentam a
temperatura mais facilmente, pois os movimentos rápidos das moléculas aumentam o atrito e,
conseqüentemente, produzem calor. Organicamente pode ser explicado pelos tecido ósseo e
muscular. A energia eletromagnética do ondas curtas tem um efeito muito pequeno no trecido
vivo. São as corrente oscilantes de alta frequência geradas no tecido que causam o
aquecimento. Através de três principais fenômenos:
1 – Vibração dos Íons: os íons positivos e negativos se movem de um lado para outro sob a
influência de um campo oscilante aumentando a energia cinética da matéria.
2 – Rotação de Dipolos: as moléculas polarizadas rodam de um lado para outro de acordo com
a oscilação do campo elétrico realizando movimentos rotacionais a medida que as cargas da
placas se alternam.
3 – Distorção Molecular: as vias dos elétrons em órbita são distorcidas nos dois sentidos
conforme a corrente alterna.
Fenômenos de D’Arsonval: Comprova a inexcitabilidade do complexo neuro-muscular à
passagem da corrente elétrica de alta frequência, ou seja, não existe contração muscular, apenas
relaxamento decorrente do efeito térmico.
Experiência de Schiliephack: Comprovou que eletrodos muito próximos à superfície promovem
calor superficial, enquanto que se afastarmos os eletrodos da superfície, alinharemos as linhas de
força e será produzido um calor profundo.
Ausência de Fenômenos Eletrolíticos: devido a alta velocidade de condução da corrente de
alta freqüência, não existe a possibilidade de eletrólise.
Técnica de Aplicação (Colocação dos Eletrodos):
São usadas com a finalidade de utilizar, de melhor forma as linhas de forças do campo elétrico,
de acordo com as diferentes densidades teciduais. Podem ser de três formas:
Métodos Capacitivos: o paciente faz parte do circuito.
Contraplanar ou Transversal ou Sanduiche ou Paralela ou Transarticular: Neste caso a área
a ser tratada deve ficar entre os eletrodos que ficam em faces anatômicas opostas, mas na
mesma direção. Deste modo os tecidos são colocados em série. Assim, as diferenças constantes
e a resistência individual de cada tecido promovem maior aquecimento. Como inicialmente os
tecidos são colocados em série, a resistência oferecida por cada passagem de tecido (camada) é
muito grande, produzindo assim calor superficial (técnica mais superficial).
OBS: Gera mais calor porque em cada tecido que passa vai ter resistência (atrito) e gerar calor,
ou seja, vai ter resistência em série. Assim pode gerar queimadura, superficializar a técnica.
R1 + R 2 + R 3 = RT
Estudos de Kebbel e Patzdos comprovaram que durante o tratamento transversal, a produção de
calor entre o tecido muscular e o tecido adiposo é de 1:10, também sendo comprovada uma
elevada produção de calor entre a pele e o tecido adiposo subcutâneo.
Cooplanar ou Paravertebral: Os eletrodos são dispostos na mesma face anatômica (lado a
lado). 
OBS: De início já sofre a resistência de todos os tecidos, mas em determinado ponto de
profundidade as forças vão se alinhar devido ao magnetismo. Oferece menos resistência, gera
menos calor e assim a técnica fica mais profunda.
Longitudinal: Os eletrodos são colocados transversalmente ao longo de um segmento ,ou seja,
em faces anatômicas opostas e direção diferente.
Deste modo os tecidos são colocados na mesma direção das linhas de força do campo
eletromagnético. Podemos dizer assim que os tecidos estão dispostos em paralelo, conseguindo
também atingir grandes profundidades, pois a resistência oferecida pelo tecido é muito pequena
já que estão seguindo na mesma direção. 
Os tecidos atingidos são ricos em conteúdo eletrolítico (sangue e tecido muscular).
OBS: Coloca as resistências em paralelo, divideas linhas de força, faz com que todos os tecidos
recebam o O.C. ao mesmo tempo e com a mesma quantidade de calor.
Exemplos:Tornozelo: Pode colocar um eletrodo na região plantar e o outro na região anterior de
coxa.
Joelho: Pode colocar um eletrodo na região posterior de perna e o outro na região anterior de
coxa.
Ombro: Pode colocar um eletrodo na face posterior de ombro e o outro na face anterior no
antebraço.
Cotovelo: Pode colocar um eletrodo na face anterior de antebraço e o outro na tríceps.
Método Indutivo: neste caso o campo magnético induz correntes secundárias. São dois tipos de
eletrodos: 
Eletrodo tipo Bobina Eletrodo tipo cabo espiralado
Existem dois tipos de eletrodos:
eletrodos de sciliepake: discos metálicos rígidos, planos e arredondados com uma cobertura de
plástico transparente;
eletrodo flexível (placas): folhas planas de metal, de vários tamanhos, revestidas por uma
espessa camada de borracha.
No método capacitivo podemos usar 2 placas ou 1 placa e 1 schiliepack ou 2 schiliepack.
 
Cuidados da Colocação dos Eletrodos:
Distância dos eletrodos – pele:
Distância pequena: Aumenta a densidade das linhas do campo na superfície (muito poder de
coesão).
Distâncias maiores: Promove um alinhamento das linhas de força através dos tecidos,
conseguindo por isso atingir maior profundidade, pois o atrito será menor no tecido adiposo (bom
campo eletromagnético).
OBS: Se afastar muito, perde o campo eletromagnético.
Distâncias diferentes entre os eletrodos: Quando são usados eletrodos do mesmo tamanho, o
calor será mais superficial no eletrodo mais próximo à pele.
Tamanho dos eletrodos com relação à sua área:
Tamanhos diferentes: A concentração de calor ocorrerá no eletrodo menor, aquecendo mais
superficialmente os tecidos próximos à pele.
Tamanhos iguais:O calor será concentrado no centro do campo de ação.
OBS: Se além de tamanhos diferentes, a distância do eletrodo e a pele for pequena no eletrodo
de menor área, o calor será muito mais intenso e superficial no eletrodo de menor área.
Tamanho do eletrodo com relação à área a ser tratada:
Muito grandes: A energia será dispersada, não conseguindo concentrar-se na área de ação.
Muito pequenos: Terá pouca concentração de energia, o que comprometeria a eficácia do
tratamento.
Diatermia por Ondas Curta Contínuo (DOCC)
Consiste em uma rajada contínua sem pulsos ou pacotes de energia. Este método será utilizado
no tratamento principalmente de doenças crônicas. O tratamento deve repetir-se dieriamente para
que os problemas sejam resolvidos. Não usa-se DOC contínuo na fase aguda. O tratamento com
DOCC tem um efeito de favorecer a circulação, refletido na dilatação de todos os vasos
acompanhado por uma maior eliminação da linfa. Porém, a administração excessiva de calor
pode produzir efeitos opostos, como vasoconstrição e estase sangüíneo. Por isso o DOCC em
problemas arteriais requer precauções.
Diatermia por Ondas Curta Pulsado (DOCP)
DOC pulsado ou interrompido
Quando o efeito do O.C é perceptível chamamos de MITIS e quando é imperceptível de
SUBMITIS (este é o caso da aplicação pulsada). O efeito MITIS do O.C começa
aproximedamente apartir de 95Hz a 125Hz de pulso e sempre que utilizarmos o modo pulsado
colocaremos na potência máxima.
A DOCP consiste na aplicação de uma série de breves rajadas de DOC. Isto significa que há
curtos períodos de DOC intercalados com intervalos em que não haverá desprendimento de
energia. O pulsar da aplicação significa que o paciente receberá menor dose de energia, caso o
tratamento seja aplicado durante o mesmo tempo gasto com o tratamento contínuo.
OBS: Em fase aguda seria ideal utilizar freqüência menor que 95Hz com 350 W de pico (mas a
potência de pico pode variar dependendo do aparelho). Iniciamos em fase agudo com um menor
tempo de aplicação que vai aumentando conforme a evolução da lesão.
Efeitos terapêuticos
O principal efeito é o aquecimento dos tecidos. A resposta dos tecidos ao aquecimento é similar,
não importando a modalidade utilizada na geração do calor, e a única diferença entre DOC e
agentes de aquecimento por condução é a profundidade onde irá ocorrer o efeito térmico. 
Os efeitos, de um modo geral, podem acontecer tanto na aplicação contínua quano na pulsada
porém cada tipo de aplicação direciona seus efeitos.
Efeitos da DOCC (Térmico)
Aumenta o fluxo sanguíneo;
Ajuda na resolução da inflamação;
Aumenta a extensibilidade do tecido colagenoso;
Diminui a rigidez articular;
Aumenta o metabolismo local;
Promove alívio da dor;
Diminui a excitabilidade nervosa (analgesia);
Dimunui espasmos musculares (analgesia).
Efeitos da DOCP (Atérmico ou não térmico)
Membrana plasmática mais permeável;
Mitocôndrias produzem mais ATP;
Alívio da dor;
Aumento da regeneração celular.
Dosimetria: Será utilizada a sensação térmica do paciente para avaliação da dose correta, pois é
praticamente impossível, na situação clínica, calcular com precisão a dosimetria exata da DOC
nos diferentes tecidos do corpo. Dessa maneira o terapeuta é guiado pela sensação do paciente
onde será procurado uma dose média confortável e evitando que o calor ultrapasse ou não
alcance os níveis desejáveis. A monitoria da dose pela sensação térmica proporciona uma
medida não exata, visto que a sensibilidade às mudanças de temperatura é muito maior na pele
do que nos tecidos mais profundos. Portanto, as informações do paciente sobre a sensação
térmica são relatos da temperatura na pele, e não nos tecidos mais profundos.
Pela escala de Schilie Phack:
I- Calor muito débil (20 a 40%) Abaixo do limiar de sensibilidade imperceptível
II- Calor débil (40 a 60%) erceptível
III- Calor médio (60 a 80%) Sensação clara de calor
IV- Calorforte(80a 120%) Nolimite de tolerância 
Tempo de Aplicação: De um modo geral, preconiza-se 15 a 25 minutos de aplicação.
Cuidados e Precauções:
Região desnuda;
Remover objetos metálicos;
NÃO CRUZAR OS CABOS (SOBRECARREGA, FAZ CUTO-CIRCUITO)!!!
Usar toalhas entre as placas e a pele do paciente;
Manter uma perfeita sintonia entre o paciente e o aparelho;
Secar as gotas de suor (suor tem sódio e pode fazer queimadura);
Orientar para o paciente não se mover durante a aplicação;
Não usar mobília com metal;
Não usar próximo a aparelhos de baixa e média freqüência;
NÃO USAR CELULAR!!!
Contra-indicações:
Marca-passo (o marca-passo trabalha com freqüência e é de metal);
Neoplasmas (calor aumenta o metabolismo);
Implantes metálicos (pois o metal vai desviar e superaquecer);
Gravidez (calor estimula mitose celular, pode fazer um mutante);
Tuberculose (é processo infeccioso, então vai disseminar);
Febre (vai aumentar);
Sensação térmica comprometida;
Tecidos isquêmicos;
Trombose venosa recente;
Artrite e artrose (Relativa)!!!
OBS:o aumento de calor promove liberação de colagenase que aumenta a degeneração da
cartilagem.
Transtornos circulatórios (flebites, arteriosclerose – relativo);
Cardiopatas descompensados;
OBS: O mecanismo de vasodilatação do cardiopata geralmente é alterado. Se ele não consegue
vasodilatar e você diminui a viscosidade do sangue e aumenta o fluxo sanguíneo com o calor,
você vai aumentar a pressão da parede do vaso contra o fluxo sanguíneo, ou seja, vai aumentar a
pressão arterial.
Período menstrual (Relativo);
Tecidos expostos à radioterapia;
Hemorragia (o calor vai diminuir a viscosidade e aumentar as zonas hemorrágicas);
Áreas com tecido adiposo muito espesso;
Zonas de crescimento ósseo (placas de crescimento);
Hemofilia (hemofílicos têm dificuldade na cascata de coagulação e como o calor diminui a
viscosidade do sangue, aumenta a possibilidade de hemorragias);
Fármacos anticoagulantes (o calor diminui a viscosidade do sangue, aumenta a possibilidade de
hemorragias);
Região das gônadas (causa efeito teratogênico);
DIU e diafragma.
ULTRASSOM e TERAPIA COMBINADA
ULTRASSOM
O ultrassom é um dos recursos terapêuticos mais utilizados pelos fisioterapeutas para

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