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OBJETIVO GERAL: - Conhecer os antipsicóticos frequentemente utilizados na clínica de acordo com suas características farmacológicas. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 1. Listar as indicações clínicas dos antipsicóticos; 2. Conhecer os medicamentos de uso relevante; 3. Avaliar as características farmacocinéticas; 4. Diferenciar os mecanismos de ação e receptores envolvidos; 5. Entender os efeitos adversos. Introdução Os agentes antipsicóticos têm a capacidade de reduzir os sintomas psicóticos em uma variedade de condições clínicas, inclusive esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão psicótica, psicoses senis, várias psicoses orgânicas e psicoses induzidas por substâncias. Os antipsicóticos são também chamados de neurolépticos, por causarem retardo psicomotor, tranquilização emocional e indiferença afetiva (em outras palavras, pioram os sintomas negativos). Os antipsicóticos são divididos em típicos e atípicos. Os primeiros antipsicóticos típicos (como haloperidol) geram efeitos extrapiramidais (como tremores). Já os que não geram tremores ou efeitos extrapiramidais são antipsicóticos atípicos (clozapina). São utilizados em múltiplas doenças psiquiátricas, principalmente a esquizofrenia. Psicose O termo “psicose” denota uma variedade de transtornos mentais: ➔ Presença de delírios (crenças falsas); ➔ Vários tipos de alucinações, geralmente auditivas ou visuais, porém algumas vezes táteis ou olfativas; ➔ Desorganização manifesta do pensamento no contexto de um sensório claro. Hipóteses Serotoninérgica O bloqueio dos receptores 5-HT2A representa um fator-chave no mecanismo de ação da principal classe de agentes antipsicóticos atípicos. Esses fármacos são agonistas inversos do receptor 5-HT2A, isto é, bloqueiam a atividade constitutiva desses receptores. Esses receptores modulam a liberação de dopamina, norepinefrina, glutamato, GABA e acetilcolina, entre outros neurotransmissores, no córtex, na região límbica e no estriado. A estimulação dos receptores 5-HT2C proporciona um meio adicional de modular a atividade dopaminérgica cortical e límbica. Dopaminérgica Várias evidências sugerem que a atividade dopaminérgica límbica excessiva desempenha uma função na psicose: ➔ Muitos fármacos antipsicóticos bloqueiam acentuadamente os receptores D2 pós-sinápticos no sistema nervoso central (SNC), sobretudo no sistema mesolímbico e no estriatal-frontal, o que inclui agonistas parciais da dopamina, como o aripiprazol e o bifeprunox; ➔ Os fármacos que aumentam a atividade dopaminérgica, como a levodopa, as anfetaminas e a bromocriptina e apomorfina, agravam a esquizofrenia ou produzem psicose de novo em alguns pacientes. O fato de que vários dos fármacos antipsicóticos atípicos exercem muito menos efeito sobre os receptores D2, embora ainda sejam efetivos na esquizofrenia, redirecionou a atenção para a atuação dos demais receptores de dopamina e de outros receptores. Os receptores de serotonina – em particular o subtipo de receptor 5-HT2A – podem mediar os efeitos sinérgicos ou proteger contra as consequências extrapiramidais do antagonismo de D2. Tipos químicos Diversas estruturas químicas foram associadas a propriedades antipsicóticas. Agentes de 1ª geração - TÍPICOS ◆ Clorpromazina ◆ Levomepromazina https://www.sanarmed.com/cid-esquizofrenia-pospsq FARMACOLOGIA P5 - Alícia Camyle (MEDICINA - FITS/PE) ◆ Haloperidol Agentes de 2ª geração - ATÍPICOS ◆ Olanzapina ◆ Quetiapina ◆ Risperidona ◆ Clozapina ◆ Aripiprazol Farmacocinética ➔ Absorção rápida. ➔ Metabolismo de primeira passagem significativo (doses orais de clorpromazina e tioridazina apresentam uma disponibilidade sistêmica de 25 a 35%, ao passo que o haloperidol, cujo metabolismo de primeira passagem é menor, apresenta uma disponibilidade sistêmica média de cerca de 65%). ➔ Altamente lipossolúveis. ➔ Ligação de 92 a 99% às proteínas plasmáticas. ➔ Grande volume de distribuição. Mecanismo de ação Típicos Bloqueio dos receptores D2 da dopamina. Sabe-se que os sintomas positivos da esquizofrenia são gerados por um aumento da atividade dopaminérgica na via mesolímbica, devido a maior ligação do neurotransmissor dopamina aos seus receptores D2. Todos os antipsicóticos agem em D2, a maioria deles bloqueando sua ação. Atípicos Apresentam um mecanismo de ação diferente dos antipsicóticos típicos: atuam bloqueando o receptor da serotonina (receptor 5HT2A). Isso proporciona o aumento da dopamina, que vai competir em outras áreas com os antagonistas dos receptores D2, o que pode proporcionar redução dos efeitos colaterais. Então, existem 2 formas de redução dos efeitos colaterais: aumentar a dopamina para competir com os bloqueadores, ou bloquear os receptores M1 (fenegan). Além de bloquearem o receptor 5HT2A, também fazem um bloqueio parcial de D2 e agonismo parcial 5HT1A. Diferenças entre os fármacos psicóticos Embora todos os fármacos antipsicóticos efetivos bloqueiem os receptores D2, o grau desse bloqueio em relação a outras ações nos receptores varia de modo considerável entre os fármacos. Por conseguinte, a maioria dos agentes antipsicóticos atípicos e alguns típicos são, pelo menos, tão potentes na inibição dos receptores 5-HT2 quanto na inibição dos receptores D2. O mais recente deles, o aripiprazol, parece ser um agonista parcial dos receptores D2. Sistemas dopaminérgicos Alguns sistemas ou vias dopaminérgicas são importantes para a compreensão da esquizofrenia e do mecanismo de ação dos fármacos antipsicóticos. A via mesolímbica-mesocortical é aquela mais estreitamente relacionada com o comportamento e com a psicose – se projeta dos corpos celulares no tegmento ventral em feixes distintos de axônios até o sistema límbico e o neocórtex. A via nigroestriatal consiste em neurônios que se projetam da substância negra para o estriado dorsal, que inclui o caudado e o putame; essa via está envolvida na coordenação do movimento voluntário. O bloqueio dos receptores D2 na via FARMACOLOGIA P5 - Alícia Camyle (MEDICINA - FITS/PE) nigroestriatal é responsável pelos efeitos extra-piramidais (EEP). O sistema tuberoinfundibular surge nos núcleos arqueados e neurônios periventriculares e libera dopamina na circulação portal hipofisária. A dopamina liberada por esses hormônios inibe fisiologicamente a secreção de prolactina pela adeno-hipófise. Efeitos adversos ➔ Sonolência ➔ Inquietação ➔ Acatisia ➔ Síndrome de Parkinson Típica ➔ Elevação da prolactina ◆ Exceto aripripazol ◆ Olanzapina, quetiapina - elevação mínimas da prolactina ➔ Ganho de peso ➔ Secura da boca e olhos ➔ Constipação Olanzapina, quetiapina, aripiprazol ➔ Antagonismo diminuído aos receptores D2 ➔ Riscos reduzidos de disfunção do sistema extrapiramidal ➔ Aumento de peso e aumento de lipídeos Associação de fármacos O uso de combinações é disseminado e consiste em uma prática sustentada por dados experimentais emergentes. Os antidepressivos tricíclicos ou, com mais frequência, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são usados comumente com agentes antipsicóticos para sintomas de depressão que complicam a esquizofrenia. Os benzodiazepínicos podem ser úteis para pacientes com sintomas de ansiedade ou insônia não controlados por antipsicóticos.
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