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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA Instituto de Ciências Humanas Curso de Psicologia DÂMARIS SOARES D. TRINDADE – N4191B0 APS – ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS ANÁLISE CRÍTICA DO FILME - A CAÇA SÃO PAULO 2021 Análise Crítica A Caça aborda um tema forte, é um ótimo drama que prende a atenção do começo ao fim. O filme por um lado é revoltante e por outro compreensível; ele faz você sentir uma mistura de sentimentos, traz questionamentos, desconfianças e dúvidas. Podemos ver que o Lucas tinha um ótimo relacionamento com crianças, ele se dava super bem com todas. A garotinha, Klara, também tinha uma boa relação com ele, mas podemos notar que o afeto que ela tinha por ele, era um pouco diferente das outras crianças quando ela o beija e coloca uma cartinha com um coração no bolso dele. Quando o Lucas diz para ela que aquilo era errado, e que ela só podia beijar na boca se fosse do pai ou da mãe, a Klara se “revolta” com ele, e conta para a diretora que o Lucas havia mostrado o pênis para ela. O que levou a diretora a acreditar que o homem havia cometido abuso sexual. A partir dali, a vida do Lucas mudou totalmente. Isso me trouxe angustia e uma revolta enorme ao ver toda aquela mentira se espalhando pela cidade, ver as pessoas expurgando ódio sobre ele sem nem ao mesmo sentar para ouvir o que ele tinha a dizer e ver a vida do Lucas se “desmoronando”. Pois, a vida dele já não estava tão bem porque fazia tempo que ele não via e falava com o filho, e estava em processo de divórcio. E agora ser acusado por um crime grave que não cometeu, ver todos os amigos se afastarem, perder a namorada e ser proibido até de entrar no mercado para fazer suas compras, é algo bem angustiante. Ao mesmo tempo eu pude compreender o lado da garotinha, aliás, ela é apenas uma criança inocente que não tem noção, não tem malícia e não sabia a gravidade da acusação. Ela morava em um lar conturbado, onde não tinha muita atenção dos pais e a maioria das vezes via eles brigando, e seu irmão mais velho mostrava-lhe pornografia, por isso quando ela conversa com a diretora, a menina diz que “aponta como uma vara”, porque foi algo que ela viu em sua casa. Então, eu entendo o por quê dela ter agido assim, foi uma forma desesperada para ser notada já que não recebia a devida atenção. Mais a frente também, quando Klara vai conversar com o psicólogo, na primeira vez que ele pergunta se ela tinha visto a parte intima do Lucas, ela nega e diz não se lembrar. Mas diante da insistência do profissional, a menina acaba confirmando, ou seja, dizendo o que o entrevistador gostaria de ouvir. A pressão foi tanta em cima da criança, que ela começa a acreditar que algo realmente tivesse acontecido, por mais que ela não entedesse o que fosse. Tudo isso me fez refletir em como uma mentira pode causar um reboliço na vida de alguém e virar tudo de ponta cabeça. O Lucas não era culpado, mas parte da sua vida vai ficar como se fosse, por mais que seus amigos mais a frente descobrem que ele não tinha feito nada daquilo, para outros que moravam naquele vilarejo ainda pesava a acusação, o via como um monstro e doente, não estavam convencidos da inocência dele; o que talvez explica a ultima cena quando ele é quase acertado por um tiro. É um filme intrigante, que deixa aquele “ar suspeito” e te faz criar várias teorias. Me fez desconfiar de personagens, como o pai da garota e o irmão, outro também que mais desconfiei foi o Bruun, padrinho do filho do Lucas, por algumas coisas que ele falava e expressões que fazia. Mas é um ótimo filme, que nos faz comparar com a realidade, e pensar, o quanto de pessoas como o Lucas são acusados injustamente, e alguns, infelizmente, por não conseguirem provar a inocência, pagam o alto preço até hoje por algo que não cometeu.