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- É composto por um par de rins, que têm como principais funções a depuração/eliminação de substâncias hidrossolúveis. Há diferenças na depuração e concentração desses solutos em cada animal, onde os mamíferos de modo geral produzem uma urina bastante fluída, diluída. Em répteis e aves há uma condensação maior, mais densa. - Dois ureteres, sendo o direito e esquerdo. - Vesícula ou bexiga urinária, com função de armazenamento da urina filtrada pelos rins e destinando-se à uretra, que é distinta em machos e fêmeas. Divertículo metanéfrico: primórdio dos ureteres, pelves renais, cálices e túbulos coletores. Túbulos mesonéfricos: dão origem as estruturas de túbulos contorcidos proximais, distais, alça do néfron. Ductos mesonéfricos (ou de Wolff): origem das partes tubulares do sistema reprodutor masculino (nas fêmeas permanecem de forma vestigial). Ductos paramesonéfricos (ou de Muller): origem das partes tubulares do sistema reprodutor feminino. A diferenciação entre macho e fêmea se deve principalmente ao Hormônio anti-Mülleriano (AMH) produzido pelas células de Sertoli do testículo que causa a regressão dos ductos de Muller no macho. Características gerais - Eliminação de substâncias tóxicas, hidrossolúveis, sais, cristais e processo de reabsorção para equilíbrio da concentração dos solutos presentes na urina. - Os rins têm o papel tanto de eliminar quanto produzir esses elementos chamados ultrafiltrados e também tem o papel de regular a concentração desses sais, que resulta no equilíbrio osmótico, recapturando algum líquido para equilibrar essa concentração. - Faz a movimentação de solutos e solventes. Nathália Muniz – Medicina Veterinária UFRB - São pares, sendo o rim direito ligeiramente mais cranial na maioria das espécies. - Possuem coloração variada: Vermelho intenso nos bovinos Castanho violáceo em equinos Marrom em felinos - Situados na parede dorsal do abdômen, justapostos aos processos lombares das vértebras lombares. - Formatos característicos em cada animal: De modo geral é descrito como um feijão, com exceção de algumas espécies. Equinos: rim direito formato de coração Suínos: achatados dorsoventralmente Bovinos e golfinhos: presença de lobos; o suíno também é multilobar internamente; em golfinhos o conjunto de lobos possui formato de cachos de uvas, separados por cálices renais. Aves: Os rins ficam justapostos ao recesso costovertebral e também na parte dorsal da região de algumas vértebras lombares. São mais compridos e apresentam uma característica importante que é o sistema porta-renal, que não está presente em mamíferos. O néfron é a unidade histológica, funcional, composta por glomérulos, que são tufos de capilares envolto por uma cápsula glomerular. Nessa região, em que os vasos e capilares permitem a passagem dos fluidos, há uma permeabilidade vascular seletiva, fazendo com que os fluidos presentes no plasma sanguíneo consigam passar para formar o ultrafiltrado. O ultrafiltrado é então coletado pela cápsula e encaminhado para o túbulo contorcido proximal, em seguida alça de henle (alça do néfron) e túbulo contorcido distal. Os túbulos contorcidos distais se unem para formar o túbulo coletor, que se direciona ao ápice da papila renal encontrada na pirâmide renal, onde vai sair a urina. - Hilo do rim: chegada e saída de estruturas (vasos sanguíneos, ureter). - Pelve renal: parte dilatada do ureter, formada pela união dos cálices maiores. - Seio renal: espaço do rim em que a pelve renal vai ser alojada. Possui tecido adiposo atrelado. - Glândulas adrenais: responsáveis pela produção de hormônios, corticoides e outros elementos. São formadas por um aglomerado de fibras pós-ganglionares do sistema nervoso autônomo que resultam na produção de hormônios que vão agir com relação a retenção de líquidos, regulação osmótica, hídricas, etc. - Córtex renal: externamente - Medula renal: centralmente/internamente - Pirâmides renais: intrínseca a medula renal - Papilas renais: na extremidade da pirâmide renal - Cálices renais menores e maiores - Néfrons: unidade de filtração - Cápsula renal: tecido conjuntivo e peritônio - Fixação renal: fáscia renal de tecido fibroso - Cápsula adiposa ou gordura perirrenal Equinos: o rim direito se situa mais cranialmente e o rim esquerdo caudalmente. No equino, especificamente, são grandes, maciços, bem justapostos, deixando impressões, que são: Rim direito: relação com os músculos hipoaxiais, fígado (ligamento hepatorrenal), as três últimas costelas e o processo transverso da primeira vértebra lombar, veia cava caudal, glândula adrenal direita e ureter direito. Rim esquerdo: relação com os músculos hipoaxiais, a última costela e os processos transversos das três primeiras vértebras lombares, o baço (com o ligamento esplenorrenal), diafragma, artéria aorta abdominal, glândulas adrenais e ureteres. - Polo cranial dos rins - Polo caudal dos rins - Ângulo lateral, uma proeminência no rim direito por conta da forma de coração nesses animais. - Veia cava caudal sempre do lado direito - Aorta abdominal do lado esquerdo Suínos: rim direito e esquerdo apresentam-se pareados, sem dispersões de posições no plano mediano. Presença de linfonodos aorticolombares que irão dar origem a um linfocentro e drenar os rins desses animais. Cão: o rim direito se posiciona cranialmente e o rim esquerdo caudalmente, sendo este mais pendular e o seu polo cranial se apresenta muitas vezes mais proeminente. Se assemelha ao de pequenos ruminantes. Gatos: coloração marrom/creme, varia nas espécies e graus de degeneração. Possuem uma disposição de vasos subcapsulares (abaixo da cápsula renal). São situados ipslateralmente, ou seja, estão pareados um ao lado do outro, não havendo disparidade como nas outras espécies. Bovinos/Pequenos ruminantes: a situação dos rins é diferente das outras espécies, sendo localizados no antímero direito pela existência do estômago de ruminantes que ocupa maior parte do seu antímero esquerdo. O rim esquerdo geralmente é mais pendular, solto, enquanto o direito é mais fixado. Por isso, as relações do rim esquerdo serão com estruturas do rim direito. Cápsula adiposa: formada por um tecido adiposo unilocular, ou seja, uma reserva energética que faz proteção mecânica dos órgãos; Herbívoros é bastante evidente, uma gordura densa, sebosa, consistente. Carnívoros tem uma gordura mais motuosa, amarelada, com aspecto de óleo. Cápsula renal: mantém o parênquima renal sobre pressão, formado pelo peritônio e aposição de tecido conjuntivo. No rim direito há uma parte retroperitoneal que está atrás do peritônio e o rim esquerdo é mais intraperitoneal (interior do peritônio). Ligamento hepatorenal (caudado): fixa o rim direito ao fígado. É caudado pois fixa grande parte do lobo caudado do fígado. Ligamento esplenorenal: apenas em equinos, fixa o rim esquerdo a base do baço. O rim esquerdo geralmente é mais pendular, porém nos equinos será um pouco mais fixado por causa desse ligamento. Equinos: é unilobar, ou seja, não há divisões de lobos externamente e possui o ângulo lateral, uma proeminência no rim direito por conta do formato de coração nesses animais. Cães: são unilobares externamente e o polo cranial do rim esquerdo as vezes é pontiagudo. Gatos: unilobares com presença de vasos subcapsulares, ou seja, abaixo da cápsula renal. Bovinos: separação de lobos externamente, sendo classificados como multilobares. Suínos: externamente é unilobar, possuindo aspecto homogêneo e achatado dorsoventralmente, com fusão das partes corticais. Pequenos ruminantes: externamente se assemelha bastante em sua morfologiaaos rins de carnívoros. Multilobares: é formado por um córtex fundido externamente (no caso de suínos e humanos, por exemplo) e a medula (pirâmide renal) é separada. Os lobos são formados por córtex + medula, enquanto a pirâmide renal é formada apenas de medula. Unilobares: córtex e medulas fundidas, chega a formar uma crista renal e em seguida pelve renal, formada pela união dos cálices renais menores e maiores. Obs: Todos os rins de mamíferos passam por uma fase multilobar durante seu desenvolvimento e depois se fundem. Bovinos: são multilobares, pirâmides renais separadas. A pelve renal não está presente, estando apenas o seio renal e tecido adiposo atrelado. Equinos: a fusão é totalmente completa, em que a pelve renal forma apenas recessos terminais, com aspecto “franzido”, em direção aos polos cranial e caudal. Cão: ocorre a fusão incompleta ou parcial, pois abaixo da crista renal formam-se espaços da papila renal, chamados recessos da pelve. Recessos terminais da pelve de equinos Recessos da pelve de cão Suínos: separação de pirâmides renais, ou seja, são multipiramidais. Vascularização: aorta abdominal se ramifica em artérias renais, ramos interlobares, ramos piramidais e artérias arqueadas formando um arco na pirâmide renal. A drenagem é feita pelas veias renais (direita e esquerda) provenientes da veia cava caudal. Inervação: gânglios do tronco celíaco, o vago direito é quem dar maior contribuição, o esquerdo faz uma contribuição pequena, emitindo um ramo comunicante, livre, que vai para outras estruturas. Drenagem linfática: é drenada por um conjunto de troncos viscerais que se direcionam ao ducto lombar e cisterna do quilo. Vão drenar os rins, sendo dois, direito e esquerdo. Seu tamanho pode ser desigual, pelas diferentes situações dos rins na cavidade abdominal dos animais domésticos. Há diferença também no seu volume, diâmetro, o que não é desejado, podendo provocar diversas alterações, como estenoses e ureter ectópico (fora da sua posição normal). Emerge do hilo renal, na pelve renal e se direciona até a parede dorsal da bexiga carreando a urina. Trajeto: é retroperitoneal no abdomên (ou seja, sai do peritônio avançando o retroperitônio na pelve) e está justaposto a parede dorsal da cavidade abdomino- pélvica, rente aos músculos sublombares. Partes abdominal e pélvica: a abdominal quando emerge do hilo do rim e pélvica quando chega sobre a superfície dorsal da bexiga. Variação entre os sexos - Machos: relação com a prega genital (entre os ductos deferentes) e ducto deferente; passa dorsalmente ao ducto deferente. - Fêmeas: relação com o ligamento largo do útero. É o órgão mais ventral da cavidade abdomino- pélvica, repousa quando vazia no interior da cavidade pélvica em algumas espécies, principalmente suínos e carnívoros. Fêmeas: relação indireta com o reto e relação direta com a vagina e cérvice. Machos: as glândulas anexas do pênis fazem relação dorsalmente com a bexiga urinária, principalmente a ampular e vesicular. Faz relação também com a prega genital do ducto deferente. Parte caudal é fixa e parte cranial é móvel, obtendo relações variáveis com as alças intestinais. Ápice ou vértice - Extremidade cranial e cega - Vestígio do úraco: vestígio embrionário deixado pelo úraco do feto, que traz as excretas líquidas acumulando no interior da bexiga. Quando o animal começa a se formar, o úraco regride e torna-se apenas um vestígio no ápice da beixiga. Corpo - Parte média - Superfícies ventral e dorsal que faz relações distintas: dorsalmente com os sistemas genitais do macho ou fêmea e ventralmente à parede ventral da cavidade pélvica. Quando vazia no púbis e quando preenchida avança até a parede ventral da cavidade abdominal. Colo - Região estreita que se une a uretra Túnica mucosa: epitélio de transição. Túnica muscular: músculo detrusor da bexiga, importante para contração/controle da bexiga pelo SNA para esvaziar a bexiga. No colo irá formar o esfíncter da vesícula, que é uma unidade associada ao esfíncter uretral interno (de controle involuntário, dominado pelo plexo pélvico de nervos do SNA parassimpático, sendo aliado ao grau de repleção do órgão e receptores de pressão) e o esfíncter uretral externo (de controle voluntário). Túnica serosa: envolta por peritônio Os ureteres chegam de forma inclinada sobre a parede dorsal. Formam-se colunas uretéricas que são pressionadas pela urina, fazendo com que não haja o refluxo da urina de volta aos rins de forma ascendente, já que o fluxo precisa ser descendente. A urina segue seu trajeto e passa pelos óstios uretéricos. - Crista uretral mediana: contínua com a uretra. - Trígono vesical: compartilha sua origem com o sistema reprodutor. As partes tubulares do sistema reprodutor e do sistema urinário tem origens distintas, porém em um certo momento elas corvejem. Tem a função de convergir os óstios uretéricos, a crista uretral mediana e uma região dilatada chamada colículo seminal, onde vai chegar os ductos deferentes do macho. O trígono possui controle do SNA, sendo relacionado tanto com a ereção, quanto a micção. Ligamento vesical mediano - Prega triangular mediana - Reflexão do peritônio da superfície ventral da bexiga com a parede ventral da cavidade pélvica Ligamentos vesicais laterais - Parede lateral da cavidade pélvica Ligamentos redondos da bexiga - Remanescente da artéria umbilical fetal Bolsas: - Bolsa pararretal: dorsal - Bolsa retogenital: entre cólon e útero - Bolsa vesicogenital: entre útero e bexiga - Bolsa vesicopubiana: entre bexiga e púbis 3- bexiga urinária, 4- ligamentos vesicais laterais, 5- ligamento vesical mediano. Vascularização: artéria pudenda interna vai emitir seus ramos na artéria vesical. O ramo caudal vesicular vai para bexiga e o ramo uretral para uretra. Outras artérias também estão associadas, como as artérias umbilicais que vão regredir e formar os ligamentos redondos da bexiga. Inervação: Tronco lombar: nervo hipogástrico com seus ramos beta e alfa em direção a corpo e colo da bexiga Tronco sacral: nervo pélvico para corpo da bexiga e nervo pudendo para estruturas genitais e uretra, fazendo o controle do esfíncter uretral. Variação entre espécies e sexo; faz o trajeto final da urina. Uretra masculina - É longa e acompanha o pênis do animal - Transição entre a uretra pélvica e esponjosa, próximo a região chamada diafragma pélvico, formado por músculos e glândulas anexas do pênis. - Processo uretral, prolongamento evidente em pequenos ruminantes e equinos. Uretra feminina: é curta, vai da bexiga ao vestíbulo da vagina. Óstio uretral interno: associado a uretra pélvica, de controle involuntário. Óstio uretral externo: associado a uretra extrapélvica, de controle voluntário.
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