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DESIGN DE LOJA E VISUAL 
MERCHANDISING 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Raquel de Araújo 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Seja bem-vindo(a) à nossa aula! Falaremos sobre os aspectos introdutórios 
do design de lojas e visual merchandising, abordando os seguintes tópicos: 
1. História do visual merchandising. 
2. Semiótica. 
3. Conceitos básicos. 
4. Objetivos do design de loja e do visual merchandising. 
5. Tendências do design de loja e do visual merchandising. 
CONTEXTUALIZANDO 
Os estudos e técnicas de design de loja e visual merchandising vêm sendo 
difundidos como nunca entre as empresas de comércio varejista pelo mundo. 
Num cenário competitivo e com clientes cada vez mais exigentes com ambiente, 
estilo, preço e posicionamento da marca, é preciso preocupar-se com a forma 
como é planejada a exposição dos produtos, vitrines, iluminação, ambiente da 
loja e em como criar um espaço realmente vendedor. 
TEMA 1 – HISTÓRIA DO VISUAL MERCHANDISING 
O início do varejo se deu quando o homem deixou de ser nômade e 
tornou-se sedentário, construindo núcleos sociais mais complexos do que 
acampamentos. Os indivíduos começaram a fazer trocas e logo perceberam a 
necessidade de produtos diversificados para a sua sobrevivência e que, ao 
serem especialistas na produção de bens, teriam maior vantagem em suas 
trocas, tanto em função de qualidade como da quantidade produzida. 
Foi a partir do século XI, com as Cruzadas, quando novos territórios foram 
sendo ocupados, que o varejo como conhecemos hoje teve início, por meio do 
comércio de mercadorias entre Ocidente e Oriente. Nesta época, as pessoas 
puderam, de fato, obter lucro com o comércio. 
Os comerciantes, até o final do século XVIII, não se importavam com a 
aparência de suas lojas e a apresentação das mercadorias à venda. Os produtos 
eram expostos em pequenas quantidades e a venda era feita por trás de um 
balcão e com um atendente, que direcionava as vendas conforme seus 
interesses. 
 
 
3 
A evolução do visual merchandising ocorreu junto à evolução do varejo 
(Bhalla; Singhal, 2010). Quando as pequenas e obscuras lojas, em vez de 
manterem suas mercadorias guardadas em salas, começaram a mostrá-las ao 
público, surgiu a necessidade de expor melhor, o primeiro passo na evolução do 
visual merchandising. 
1.1 Vitrines 
Em 1840, com o desenvolvimento de novas tecnologias, foi possível a 
fabricação de vidros com dimensões maiores que seriam utilizados para montar 
as primeiras vitrines, permitindo aos proprietários das lojas exporem seus 
produtos com mais destaque. 
No início do século XIX, na Europa, ocorreu o desenvolvimento das 
arcadas, também chamadas de passagens, que eram ruas cobertas com 
estruturas de ferro e vidro (uma espécie de claraboia). Elas se estendiam por 
todo o comprimento do corredor, proporcionando um ambiente completamente 
fechado e visualmente estimulante para as compras (Morgan, 2011). 
Figura 1 – Strand Arcade Sydney Mail, 1892 
 
FONTE: NEW SOUTH WALES,PHOTO TAKEN BY NEW SOUTH WALES POLICE DEPARTMENT, 1937. 
1.2 Exposições universais 
O surgimento das exposições universais – as grandes feiras –, no início 
do século XIX, nas quais muitos países apresentavam suas novidades, fez 
 
 
4 
acentuar a necessidade de melhorias na exposição, orientação e sinalização de 
produtos para a comercialização (Barbuy,1999). 
A primeira das grandes exposições universais surgiu em Londres, no ano 
de 1851, com o nome de Great Exhibition of the Works of Industry of All Nations. 
Concebida inicialmente como exposição industrial e comercial, em um clima 
aquecido pela recente Revolução Industrial, trouxe novidades que precisavam 
ser apresentadas de forma valorizada ao público. “As Exposições Universais 
venderam mais do que simplesmente produtos, venderam valores. O que se 
vendia era – sim – um gênero de vida, uma construção política e ideológica, e 
visões de uma sociedade futura idealizada” (Barbuy,1999, p. 40). 
Figura 2 – Crystal Palace, Londres, 1851 
 
CRÉDITO: EVERETT HISTORICALSHUTTERSTOCK 
Os expositores começaram a perceber que seriam mais bem-sucedidos 
se mostrassem suas mercadorias de forma aberta e estratégica para o público. 
Os objetos, então, passaram a ser colocados sobre plataformas ou pedestais, e 
não mais diretamente sobre o chão, elevando a mercadoria à altura dos olhos 
do espectador. 
A exposição era muitas vezes temática, criando uma atmosfera de terra 
distante e exótica. A Exposição de Paris de 1899, por exemplo, incluía uma 
réplica de uma rua no Cairo (Egito), com dançarinas do ventre. Os expositores 
queriam que as pessoas pudessem se sentir como se tivessem acabado de 
entrar em outro mundo (Silva, 2011). 
 
 
 
5 
1.3 Lojas de departamentos 
Em 1909, o empresário norte-americano Gordon Selfridge inaugurou em 
Londres a Selfridges, uma moderna loja de departamentos, que se converteu em 
referência do comércio britânico (Morgan 2011, p.13). 
As exposições mundiais serviram de inspiração para as lojas de 
departamento, e nelas iniciou-se o conceito de visual merchandising, técnicas de 
exposição que direcionam o consumidor a ter experiência durante a compra. E 
o melhor exemplo de loja foi a Selfridges. 
Figura 3 – Loja Selfridges, Londres 
 
CRÉDITO: PETER JACKSON COLLECTION / BRIDGEMAN IMAGES/FOTOARENA 
As vitrines da Selfridges sempre chamaram a atenção, principalmente 
durante à noite, porque eram iluminadas e isso não era comum, e por serem 
inovadoras para a época. 
Nessa linha de tempo da história do visual merchandising, o uso do luxo 
no design de interiores, em um esforço para trazer a beleza e conforto do exterior 
ao interior, foi decisivo em seu fortalecimento. “As lojas de departamentos, 
sempre precursoras, se esforçaram para exalar um sentimento de luxo, mesmo 
que fosse só uma impressão. Havia enormes lustres, vitrais, mármores, tapetes 
orientais, pisos de madeira polida, obras de arte e varandas” (Silva, 2011). 
1.4 Consumo on-line 
 “Comprar sempre foi uma atividade social e a emoção envolvida 
continuará sendo a principal parte da experiência do consumidor” (Morgan, 2011, 
 
 
6 
p.15). O maior desafio enfrentado pelas lojas atualmente são as compras online, 
pois a comodidade é um critério de escolha ao consumidor. Mais do que nunca, 
lojas físicas precisam que os consumidores entrem e comprem, e o visual 
merchandising, neste processo, é fundamental para atrair e prender a atenção. 
Novas tecnologias, como RFID (identificação por rádio frequência), são 
empregadas para tornar a experiência real o mais agradável e simples possível. 
A tecnologia está se tornando cada vez mais avançada e sofisticada, o que torna 
as experiências de compra mais rápidas, inteligentes, informadas, interativas e, 
acima de tudo, mais cativantes. A tecnologia nos leva não só ao mundo virtual, 
mas também aumenta a experiência na loja física (Bailey; Baker, 2014, p. 162). 
O consumidor pode ir às lojas para ver as liquidações, buscar certo artigo, 
ou simplesmente encontrar amigos e ver vitrines. De qualquer forma, o papel do 
lojista é garantir que o consumidor não apenas compre, mas tenha uma 
experiência positiva dentro da loja. Com as novas tecnologias e um bom visual 
merchandising, esse objetivo é facilmente alcançado (Morgan, 2011). 
Sugestão de filme 
Assista à série Mr Selfridge, na Netflix, e conheça um pouco mais sobre a 
história do visual merchandising. 
 
FONTE: MR SELFRIDGE, PRODUTORES:CHRISSY SKINS, REINO UNIDO, 2013-2016. 
TEMA 2 – SEMIÓTICA 
A nossa mente tem acesso ao mundo externo por meio de 
representações. Quando vemos uma rosa vermelha, por exemplo, criamos uma 
 
 
7 
imagem mental, que é uma cópia daquele objeto original, mas que não é o objeto 
original, pois não é a rosa vermelha que está dentro de nossa cabeça. 
Conseguimos ter uma noção de que ela existe graças à representação 
que nossa mente cria parasi mesma. Esta criação – a representação de 
determinada coisa – é chamada de signo. A palavra semiótica vem do grego, em 
que semeion significa signo, e ótica, ciência. Semiótica, portanto, é o estudo 
dos signos e de como os percebemos em nossa vida. E, como disse Décio 
Pignatari (1979), semiótica é uma coisa que representa outra coisa. 
A semiótica é a ciência do funcionamento do pensamento, destinada a 
explicar como o ser humano interpreta o entorno/ambiente envolvente, cria 
conhecimento e o partilha. Sua importância para a comunicação, para o design 
e para a arquitetura é fundamental, pois estudá-la, entendê-la e aplicá-la nos faz 
ter um olhar mais apurado, crítico e sensível. 
Saber o porquê de as coisas estarem ali, em uma embalagem, comercial, 
vestimenta ou loja permite que saibamos utilizar os elementos e os signos 
apropriados para cada linguagem e para cada construção de sentido. Quando 
atribuímos significados por meio do conceito da semiótica, construímos marcas 
fortes e estruturadas, reconhecidas no mundo todo. 
2.1 Os signos 
Significado é uma imagem que temos em nossa mente. Ao ouvirmos a 
palavra circo, por exemplo, nos vem à mente a imagem de um circo colorido 
qualquer. A esta imagem damos o nome de significado. À palavra circo, que nos 
fez criar a imagem em nossa mente, damos o nome de significante. E signo é a 
soma de significante e significado. 
Segundo Ferdinand de Saussure, linguista e filósofo suíço, “Nossa 
linguagem é um sistema de signos, altamente dinâmico, que constrói e 
desconstrói significados o tempo inteiro. Isso nos ajuda a entender como nosso 
vocabulário vai se transformando com o passar dos anos”. 
Os signos, por sua capacidade de unir significado e significante, são muito 
utilizados na comunicação, fazendo com que a mensagem a ser transmitida – 
marca, produto, anúncio ou loja – seja facilmente identificada e compreendida. 
2.2 Índices 
 
 
8 
Índices são indicativos que comunicam as mensagens que não estão 
completas, apenas sugeridas. Pegadas na lama, por exemplo, significam que 
alguém passou por ali. O índice é compreendido, pois, mesmo sendo parte de 
uma mensagem, ela já foi experimentada pelo público anteriormente. 
2.3 Sinais 
Os sinais transmitem uma informação que é percebida por todos de uma 
mesma maneira. São simples, de compreensão rápida e servem para informar 
ou identificar locais e serviços. É preciso, porém, que se conheça 
antecipadamente o código de sinal para que, a partir daí, se tenha o mesmo 
entendimento, como as placas de trânsito, que devem ser conhecidas e 
interpretadas por todos da mesma maneira. 
2.4 Símbolos 
Os símbolos são imagens de marca e de identidade, e só são percebidos 
por quem os conhece. Não têm, necessariamente, uma relação com o que é 
representado. A cor branca, por exemplo, representa ou simboliza a paz para 
quem tem essa informação. 
Os símbolos, portanto, são a representação arbitrária (sem lógica ou 
explicação aparente) de um objeto por força de uma associação de ideias. As 
pessoas, por exemplo, simplesmente aceitam o símbolo x como a representação 
da multiplicação. 
Símbolos nos dão associações de ideias e, muitas vezes, provocam 
sensações emocionais. Essa é sua força: construir sentidos e transmitir 
sensações, não necessariamente nessa ordem. 
2.5 Ícones 
Quando um signo tem relação visual direta com a imagem que representa, 
ele é chamado de ícone. Uma fotografia de uma casa ou uma escultura de um 
cavalo, por exemplo, podem exemplificar ícones, pois representam de forma 
direta a casa e o cavalo, os objetos a que se referem. 
2.6 Semiótica e comunicação 
Aprendemos desde cedo como cada letra do alfabeto foi, arbitrariamente, 
 
 
9 
definida para ter um som. Esta arbitragem, diferente em cada idioma, define 
como as letras, que são símbolos, serão vistas e imaginadas. 
As palavras, formadas por letras, também são símbolos que, ao serem 
formadas, passam a significar na mente das pessoas aquilo que representam. 
Se pensarmos na palavra Volvo, por exemplo, é possível imaginarmos o 
desenho das letras que formam a marca e associá-la à imagem de um caminhão. 
Este poder de se imaginar a totalidade de uma marca por meio de um 
nome chamamos de força da marca. Ela proporciona a força no mercado, e a 
semiótica tem papel fundamental nesse processo. “Em vez de falar em portfólios 
de produtos, as empresas devem gerar portfólios de marcas, pois a marca não 
é o produto: ela define seu significado, define sua identidade no tempo e no 
espaço” (Kapferer, 2003). 
2.7 Semiótica e o design 
A base da comunicação é formada por signos, os quais, organizados em 
códigos, formam o sistema de linguagem. Quando bem aplicada, a semiótica 
permite que ideias sejam transmitidas com sentido e facilidade. É preciso que os 
conceitos da semiótica sejam difundidos para que o design seja cada vez mais 
utilizado e eficiente. 
2.8 Semiótica e o visual merchandising 
O visual merchandising utiliza a semiótica para, ao construir arquétipos, 
atingir o público, consciente ou inconscientemente, naquilo que se propõe a 
transmitir. Os arquétipos podem ser formas, sons, gestos, símbolos, 
comportamentos, atitudes, situações, odores, toques, personalidades etc. 
(Couto, 2004). 
Esta utilização, entretanto, ainda é tímida. Muitos profissionais, se 
tivessem a informação, que envolve cultura e sociologia, e dominassem a técnica 
da comunicação e da arte com a criação de arquétipos, tornariam seus trabalhos 
mais vistos e melhor compreendidos com facilidade e agilidade. 
Saiba mais 
Leia sobre a semiótica aplicada no visual merchandising: 
<http://www1.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistaiara/wp-
content/uploads/2015/04/60_Iara_artigo_ed-vol-8-n-1-ano-2015.pdf>. 
 
 
10 
TEMA 3 – CONCEITOS BÁSICOS 
3.1 Marketing 
É um processo de planejamento, execução, preço, comunicação e 
distribuição de ideias, bens e serviços, de modo a criar trocas (comércio) que 
satisfaçam objetivos individuais e organizacionais. A ação de marketing é mais 
ou menos ampla, conforme o enfoque de cada empresa (Blessa, 2015, p. 1). 
3.2 Varejo 
“Varejo consiste nas atividades de negócios envolvidas na venda de 
qualquer produto ou prestação de qualquer serviço a consumidores finais, para 
utilização ou consumo pessoal, familiar ou residencial” (Frauze, 2011, p. 1). 
3.3 PDV 
 “PDV, ou Ponto de Venda, é qualquer estabelecimento comercial que 
exponha serviços ou produtos à venda aos consumidores” (Bessa, 2015, p. 5). 
3.4 Marca 
A marca deve contar a cultura da empresa e do produto, articular o 
imaginário, comunicar os valores, o propósito, a estética e os desejos do 
consumidor. A marca cria uma conexão com consumidor e o PDV, ora mais 
acessível, quando é uma marca popular, ora mais restrita, quando é uma marca 
mais sofisticada. A comunicação no ponto de venda deve relacionar atributos da 
marca no espaço, os quais são: “identificação, apropriação, direito de 
propriedade, diferenciação e qualificação” (Ronnó, 2005). 
3.5 Merchandising 
São ações desenvolvidas no ponto de venda com o objetivo de fornecer 
informações e visibilidade aos produtos, marcas e serviços, tendo como 
propósito influenciar as decisões de compra dos consumidores. 
3.6 Visual merchandising 
Estratégia de vendas para ambientar o ponto de venda, adequando a 
 
 
11 
disposição dos mobiliários, equipamentos e produtos, visando funcionalidade, 
agilidade, harmonia e sedução do cliente. Visual merchandising significa saber 
qual a melhor forma de expor os produtos para vendê-los, o que será o 
diferencial entre uma loja e outra. É, portanto, fundamental identificar suas 
principais características e aplicá-las no visual da loja. 
O visual merchandising deve comunicar a identidade e enriquecer o perfil 
da marca, provocando impacto e atração visual, atraindo os clientes para dentro 
da loja, criando uma atmosfera, simplificandoa experiência de compra, gerando 
oportunidades de divulgações e maximizando o aproveitamento do espaço 
comercial para, consequentemente, aumentar as vendas. (Bailey, Baker, 2014). 
O visual merchandising é, portanto, a arte e a ciência de apresentar 
produtos visualmente mais atraentes, é a “linguagem da loja”, como o varejista 
se comunica com os consumidores. 
Saiba mais 
Leia sobre a importância do visual merchandising: 
<https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf
/dbc3c224a2a4ec9fdc232a478b77a351/$File/4994.pdf>. 
TEMA 4 – OBJETIVOS DO DESIGN DE LOJA E VISUAL MERCHANDISING 
O design de loja e o visual merchandising preparam o ambiente para a 
compra, com o objetivo de chamar a atenção para o espaço em exposição, 
motivando e induzindo o consumidor a comprar, utilizando-se da decoração, do 
design e da arquitetura e provocando estímulos que fazem o consumidor 
perceber determinados produtos. “Não basta o consumidor conhecer os 
produtos e suas qualidades, ele tem que desejá-los” (Ronnó, 2005). 
Segundo Silva (2018), são várias as ferramentas do design de loja e visual 
merchandising que criam a ambientação e exposição dos produtos: 
• iluminação; 
• fachada; 
• arquitetura; 
• design de interiores; 
• vitrines; 
• exibitécnica; 
• elementos decorativos; 
• locação de espaço comercial; 
• layout de loja comercial; 
• marketing sensorial; 
• expositores visuais; 
• mobiliário visual; 
• sinalização; 
• material promocional; 
 
 
12 
• imagem da equipe de vendas; • cores. 
Essas ações de merchandising têm como meta (Bessa, 2015, p. 4): 
• induzir novos consumidores à experimentação e à compra; 
• influenciar os consumidores atuais, estimulando fidelidade à marca; 
• aumentar a participação de mercado; 
• apresentar inovações; 
• diferenciar a marca de seus concorrentes; 
Para que haja o encantamento do público por um produto e a consequente 
compra, é preciso que ele seja surpreendido, e isso começa pela visão. O visual 
merchandising tem papel fundamental no aumento da visibilidade do produto na 
loja. Por meio dele, o consumidor poderá se localizar e escolher qual a melhor 
opção. Este poder de escolha lhe confere a sensação de liberdade, e isto é o 
que ele precisa para se sentir bem no local e ter vontade de voltar ali. 
Algumas lojas oferecem um número reduzido de opções propositalmente, 
uma estratégia que segue o princípio da escassez: “quando objetos valiosos são 
raros, limitar artificialmente sua disponibilidade aumentará o valor percebido 
desses bens (Kardes, 2011). 
As mercadorias devem ser tangíveis e de fácil acesso para que os 
consumidores possam tocá-las. Embora a visão seja o sentido dominante para 
a coleta de informações, tocar no produto estabelece uma conexão emocional, 
e esta ainda é a maior vantagem das lojas físicas sobre as lojas online. 
O visual merchandising tem suas estratégias relacionadas ao marketing e 
à comunicação. A correta exposição dos produtos, de acordo com marca, 
categoria, uso e público, utilizando uma ou várias técnicas combinadas, além de 
tornar os produtos mais visíveis, os torna mais atraentes, produzindo seu 
destaque e acentuando seu valor ao público. 
Os objetivos do visual merchandising são: 
• favorecer o ato da compra; 
• facilitar o percurso do cliente por todo o PDV, por meio da setorização, 
trilhas e placas orientativas; 
• aumentar a legibilidade da oferta, sugerindo oportunidades e propondo 
comparação de preços; 
 
 
13 
• oferecer um serviço coerente com a imagem da marca, por meio da 
utilização de uniformes pela equipe de vendas, sinalização, provadores 
adequados, espaços de descanso e caixas rápidos. 
• dar a noção de qualidade total, com cuidados que valorizam os produtos; 
• eliminar estoques no PDV e provocar estoque do produto no lar; 
• gerar tráfego nas lojas e dar incentivo aos canais de distribuição. 
Pesquisas revelam que 85% da decisão de compra ocorre no PDV, pois 
é o momento em que todos os elementos da compra se encontram: produto, 
consumidor e dinheiro. Segundo pesquisa do Sebrae São Paulo (2013), pelo 
Programa Comércio Varejista aplicado em 157 cidades paulistas, a simples 
melhoria nos aspectos do visual merchandising amplia as vendas de 12% a 40%. 
A mercadoria, então, deve estar visível dentro do ponto de venda. Embora 
isso seja óbvio, muitas vezes não acontece – mercadorias ficam ocultas em 
displays ou estoques e não são repostas regularmente. 
TEMA 5 – EXEMPLOS DE TENDÊNCIAS PARA O VISUAL MERCHANDISING 
O grupo de tendências específico da área faz menção às alterações 
menos cíclicas que inferem em toda a ambientação do ponto de venda, a qual 
vai da superfície de materiais utilizados em equipamentos de exposição até o 
estilo dos manequins. O ciclo de vida das tendências de visual merchandising é 
maior uma vez que os custos para alteração de toda arquitetura comercial são 
muito elevados. 
De acordo com Vilas Bôas (2014), seguem exemplos de tendências: 
• PDV clean: os movimentos de diacronia e sincronia de tendências já 
apontam à alternância entre opostos, logo, após a overdose de lojas 
conceito, multicoisas e sobrecarregadas, surge a tendência de lojas mais 
clean, possibilitando que o consumidor mais apressado possa identificar 
com maior facilidade aquilo que precisa. 
• Brasilidade: criação de marcas com design focado no DNA nacional, que 
possam servir de espelho ou material de exportação para o varejo global. 
• Cromático: essa tendência abarca a gama de cores do arco-íris na 
construção das ambientações, porém sem se sobrepor aos produtos. O 
colorido energiza a personalidade da loja, seja como plano de fundo ou 
nos próprios equipamentos e displays. 
 
 
14 
• Monocromático: a ideia é se apropriar de uma cor e seus tons e usá-las 
não só a favor do ambiente comercial, mas na apropriação das marcas, 
assim como o branco está para Apple, o azul para Tiffany, o laranja para 
Nextel e o amarelo para Saraiva. 
• Legado: é abarcar no passado, buscar algo que tenha um referencial real 
ou artificial que possa trazer ao cliente, por meio da decoração ou 
comunicação visual, algum significado especial e afetivo. 
• Imersão: é lembrar da Disney e mergulhar o cliente num universo como 
se ele fosse personagem de uma história. 
• Biomimética: é a ideia de se inspirar na natureza para criar design mais 
orgânico, como o de um inseto, uma célula, uma planta, as mais diversas 
e diferentes opções que a natureza nos fornece. 
• Ser local: levar a ideia e o conceito da comunidade local para a loja, sendo 
literal na reprodução da inspiração ou na própria conservação do espaço 
histórico que vai virar loja, o que passa pela valorização de artistas e 
momentos históricos locais. 
• Textura: incorporar a materialidade e o ritmo das texturas no PDV, em 
diversas formas e camadas, do chão aos equipamentos. 
• Hiperescala: utilizar-se de algo familiar de forma maximizada, podendo, 
muitas vezes, remeter ao humor. É uma das formas de trabalhar o 
processo de percepção do consumidor, surpreendendo com o resultado. 
• Repetição: repetição dos manequins (monocromático ou em dégradé) 
funciona bem para apresentar uma linha de produtos ou minicoleção. 
• Étnicos: diversidade cultural e forte influência negra e asiática 
(manequins). 
• Mix and match: mistura de materiais: tecido, couro, madeira, metal, resina 
(manequins). 
5.1 Euroshop, Alemanha 
A Euroshop é a maior e mais importante feira de visual merchandising, 
que acontece a cada três anos em Düsseldorf, na Alemanha, e reúne mais de 
dois mil expositores. O espaço é dividido em quatro importantes segmentos: 
• EuroConcept – espaço dedicado a técnicas de iluminação, revestimento, 
Arquitetura & Design, móveis e equipamentos de refrigeração. 
 
 
15 
• EuroCis – oferece soluções de TI, segurança e logística. 
• EuroSales – voltada para o setor de visual merchandising, marketingpromocional e PDV. 
• EuroExpo – traz propostas para concepção de stands, sistemas de 
exposição e espaços comerciais (Vilas Bôas, 2014). 
5.2 NRF, Estados Unidos 
A NRF é uma feira que acontece anualmente em Nova York. Além de ser 
uma grande oportunidade para conhecer as novas tendências do varejo para o 
ano seguinte, os visitantes participam de palestras e workshops e ainda têm uma 
grande oportunidade de networking. 
5.3 Outros eventos 
Considerada o maior evento latino-americano voltado ao design de lojas, 
a Redesign é obrigatória para quem atua diretamente com o varejo brasileiro 
e/ou internacional. E, paralela a ela, acontece a FICSEL, uma feira Internacional 
de Conceitos em Serviços e Equipamentos para Loja. 
O RDI (Retail Design Institute) e o WGSN (Worth Global Style Network) 
também promovem painéis de tendências, anualmente, com base em pesquisas 
próprias – e de acesso pago. A busca visual é o futuro da compra por impulso 
(Vilas Bôas, 2014). 
Saiba mais 
Leia sobre a importância do visual merchandising: 
<https://revistapegn.globo.com/Administracao-de-empresas/noticia/2017/01/5-
dicas-de-como-utilizar-o-visual-merchandising-na-sua-loja.html>. 
TROCANDO IDEIAS 
Leia o case (Sebrae, 2014) e responda às questões estabelecidas. 
Sônia Acessórios 
Sônia é uma comerciante alegre e carismática, que há 15 anos toca sua 
loja de acessórios femininos num bairro popular de sua cidade. Depois de muito 
trabalho e dedicação, conseguiu formar uma pequena clientela. 
 
 
16 
Sônia tinha o hábito de ir ao shopping para atualizar seus preços e 
verificar os acessórios que estavam na moda. Gostava de dizer que seu maior 
sonho era reformar sua loja nos moldes das lojas de shopping. 
Há cerca de três anos, decidiu transformar o sonho em realidade, abriu 
uma poupança e juntou o dinheiro necessário para realizar a reforma. Ela 
acreditava que um espaço novo era suficiente para conquistar mais clientes e 
aumentar suas vendas. 
Ela mesma contratou os profissionais de construção e disse que desejava 
ampliar sua loja tendo como modelo a loja de shopping. Informou que a reforma 
seria feita tanto na parte externa e interna da loja. 
Sônia investiu numa decoração sofisticada para o espaço reformado, na 
modernização do mobiliário e na iluminação. Resolveu então expor todos os 
acessórios em vitrines. 
Apesar dos novos revestimentos no pisto, teto e parede, manteve os 
mesmos espaços da loja antiga, apenas sofisticando-a. Os custos fugiram do 
seu controle e teve de fazer empréstimos para completar a tão sonhada reforma. 
Contudo, após um mês da reforma, não houve aumento nas vendas. 
Havia um número maior de pessoas que olhavam as vitrines, mas não entravam 
na loja. 
• Por que a clientela não aumentou, mesmo a loja sendo reformada? 
• Que erros Sônia cometeu em relação ao visual de sua loja? 
• Que conselhos você daria para ajudar Sônia a aumentar suas vendas, 
tomando como base o visual da loja? 
NA PRÁTICA 
Todos esses aspectos do design de loja e visual merchandising ainda são 
pouco explorados, embora tenham se desenvolvido há muito tempo – desde os 
antigos comerciantes em 1840, com o invento das primeiras vitrines. 
Dada a necessidade de se manter eficiente no mercado e buscar mais 
estratégias de vendas no PDV, percebe-se que é fundamental o papel do design 
de loja e do visual merchandising. Aliados às boas práticas presentes nas 
grandes redes varejistas, eles trazem resultados positivos às vendas. 
O design de loja e o visual merchandising são ferramentas importantes e 
acessíveis para traçar planos, estratégias e utilizar técnicas, não mais como 
 
 
17 
diferencial, mas algo essencial para se criar um ambiente comercial atrativo aos 
clientes de hoje. 
Assista ao vídeo no link a seguir e veja como se dá a preocupação com 
a apresentação do produto dentro do espaço da loja: 
<https://www.youtube.com/watch?v=OHVqGExpbtM&t=15s>. 
Com base no vídeo, como você destacaria o papel do design de loja e do 
visual merchandising para o comércio varejista? 
FINALIZANDO 
Nesta aula conhecemos um pouco da história, do mundo que nos rodeia 
por meio da semiótica, e conceitos, objetivos e tendências do design de loja e do 
visual merchandising, pois esses conhecimentos serão fundamentais para 
embasar nossos próximos estudos. 
A loja física pode possibilitar uma experiência, por meio de estímulos e 
emoções vivenciadas na jornada de compra. Existem lojas que criam conexões 
com clientes e outras que, mesmo sendo bem planejadas, não despertam os 
mesmos desejos. 
O que difere umas das outras são elementos como: interação com o 
produto, ambientação, exposição, design, aprendizado, comunicação e 
atendimento. É possível incorporar estes elementos às lojas e, com eles, 
proporcionar experiência aos clientes, despertando o desejo de comprar e de 
voltar àquela loja. 
Saiba mais 
Leia sobre a experiência nas lojas reais: 
<http://alicewonders.ws/blog/2018/03/15/experiencia-de-compra-como-as-lojas-
estao-evoluindo-para-encantar-o-consumidor/>. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BAILEY, S.; BAKER, J. Moda e visual merchandising. 1. ed. São Paulo: GG, 
2014. 
BLESSA, R. Merchandising no ponto-de-venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
MALHOTRA, N. Design de loja e visual merchandising. 1. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2013. 
MATTAR, F. N. Administração de varejo. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2011. 
MORGAN, T. Visual merchandising. 2. ed. São Paulo: Gustavo Gili, 2017. 
SERRENTINO, A. Varejo e Brasil. 1. ed. São Paulo: Varese, 2015. 
SILVA, J. E. V. B.; CRESCITELLI, E.; ALVAREZ, F. J. S. M. Evolução da 
atmosfera de loja e suas contribuições na ressignificação do visual 
merchandising de moda. Projética, Londrina, v. 9, n. 2, jul./dez. 2018. 
UNDERHILL, P. Vamos às compras. 2. ed. São Paulo: Campos, 1999. 
VILAS BÔAS, E. Tendências para o visual merchandising e varejo de moda. 
Disponível em: < http://www.mmdamoda.com.br/redesign2014-tendencias-para-
o-visua/>. Acesso em: 14 maio 2019. 
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	Contextualizando
	Trocando ideias
	Na prática
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

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