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Medicina Veterinária Sistema Digestório Ruminantes Semiologia Sumário INTRODUÇÃO.................................................................. 1 IDENTIFICAÇÃO/ANAMNESE ........................................... 2 SINAIS INDICATIVOS DE PROBLEMAS DIGESTIVOS ........... 3 EXAME FISICO ESPECÍFICO ............................................... 3 AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO RUMINAL .............................. 3 INTRODUÇÃO O aparelho digestório é o responsável por captar, digerir e absorver substâncias nutritivas. Dentro dele usamos alguns termos importantes que devemos saber diferenciá-los. Apetite: Desejo por um alimento, de forma seletiva. Trata-se do psicológico, conforme o paladar Normorexia = Apetite normal. Fome: Necessidade por alimento, sensação desagradável de estômago vazio, alteração física. Ingestão de água: Consumo de água controlada pelo centro da sede no hipotálomo Normodpsia = Ingestão normal de água. | Polidipsia = Aumento no consumo de água. | Hipodipsia/oligodipsia = Redução no consumo de água. | Adipsia = Grau máximo de baixo consumo de água, já com insuficiência renal. Preensão de alimentos: Maneira de se levar alimento até a boca. Cada espécie realiza essa tarefa de uma forma. Equinos, ovinos e caprinos prendem o alimento com os lábios e dentes incisivos; bovinos usam a língua e cães e gatos usam os dentes e às vezes usam o auxilio dos membros anteriores. Mastigação: Reduz o tamanho dos alimentos e os umidifica. O grau de trituração varia conforme espécie e idade. Deglutição: Passagem de líquido ou sólido da boca, pela faringe e pelo esôfago até chegar ao estômago Disfagia = Dificuldade de deglutição. | Odiofagia = Dor durante a deglutição. O sistema digestório é composto por muitos órgãos, sendo que cada especial possui um diferencial. No caso dos ruminantes seu diferencial é a presença de pré-estômagos responsáveis pela fermentação do alimento ingerido. Sendo composto pelo retículo, rúmen e omaso. 02-10-2021 Quanto mais fibroso o alimento, maior o tempo de ruminação. Medicina Veterinária Nos dias de hoje para que a produção seja intensificada, a alimentação dos ruminantes, especialmente os bovinos foi substituída por grãos, o que reduziu consideravelmente seu consuma de fibra de qualidade. Com isso vem aumentando os casos de enfermidades de digestivas, que até um tempo atrás eram pouco frequentes. Em virtude dos órgãos do TGI estarem contidos na cavidade abdominal é difícil o acesso a eles, logo dificulta a percepção de que algo está alterado. Por isso a importância de saber relacionar os aspectos comportamentais desses animais e associá-los com os dados existentes. Desses compartimentos o rúmen é o maior deles e com função mais importante. Nele está presente a microbiota ruminal, composta em sua maioria por bactérias, protozoários e alguns fungos, todos trabalhando em conjunto para manter o equilíbrio do ambiente. Para que tudo funcione corretamente deve ter a produção de saliva (garante o equilíbrio do pH, além de facilitar o deslocamento do alimento pelo esôfago), motilidade ruminorreticular (faz com que a ruminação aconteça), ação dos microorganismos (o ambiente deve se propicio para seu desenvolvimento, com temperatura constante, anaerobico, com liquido e ph controlado) e o alimento. Manter a microbiota será então indispensável. Isso porque qualquer alteração faz com que as bactérias boas (gram -) morram, assim as bactérias ruins (gram+) prevalecem. Logo eas gram + não exerceram a mesma função das gram – e ao invés de fermentar o alimento elas causam enfermidades no animal. O pH do rúmen deve estar no intervalo de 5,8 a 7,5,menos que isso temos acidez e acima disso temos alcalose. IDENTIFICAÇÃO/ANAMNESE A identificação do paciente como sempre deve ser a primeira coisa a se fazer. Uma vez que há variação entre os animais, é preciso determinar a espécie, mesmo entre ruminantes terá variações entre eles, idade também é um fator de auxilia na direção das suspeitas, sexo, cor e raça também devem ser levados em conta. Na sequência ou em conjunto, é necessário realizar a anamnese, no qual será coletado todas as informações possíveis sobre o paciente. O objetivo é determinar o que entrou, o que saiu e como está sendo processado. Alimentação: O que ele come? | Com que frequência? | Qual a quantidade? Ambiente: Como é o local? | Convive com outros animais? Qual o tipo de manejo? Fezes: Quantidade e consistência. Apetite: Está normal, aumentado, com hiporexia, anorexia ou seletivo. Observou alteração na ruminação? (bovinos ruminam cerca de 7h por dia). Observou eructação? Como está a defecação? Qual a consistência, cor, quantidade (deve ser constante e abundante), frequência, grau de cominuição (quão digerido está esse alimento, indica se a microbiota está funcionando bem)... A regurgitação serve para reduzir o tamanho das partículas e aumentar a área de contato das bactérias com o alimento Quebrar celulose. - Melena indica hemorragia na porção proximal/anterior do TGI - Hematoquezia sugere perda de sangue na porção distal/final do TGI. Medicina Veterinária É necessário ser feito também o exame físico geral, com avaliação da freqüência cardíaca e respiratória, temperatura, TPC e outros, pois alterações em outros sistemas podem interferir no sistema digestório. Terá importância também para determinar se o problema no TGI é primário ou secundário. SINAIS INDICATIVOS DE PROBLEMAS DIGESTIVOS Assimetria do contorno abdominal. Algia (dor) abdominal. Perda parcial de apetite ou anorexia. EXAME FISICO ESPECÍFICO Deve ser iniciado pela boca, observado se existem lesões, como esta a mastigação, se está fechando completamente e outros. Deve ser feito também a palpação no esôfago, embora nem sempre será possível senti-lo, ou passar uma sonda para averiguar se há estenose. Entretanto a palpação muitas vezes mostra caso haja um caso de megaesôfago. O rúmen como é o maior compartimento digestório, tende a ser o mais analisado por ser acessível. Realiza a palpação superficial com a palma da mão ou as pontas dos dedos (avalia a intensidade da frequência das contrações ruminais), a palpação profunda é realizada com a mão fechada (avalia o tipo de conteúdo ruminal conforme a resistência exercida). Com a auscultação avaliamos a motilidade rúmen reticular, que o normal é que em 1min ocorra 2 a 3 movimentos, ou em 2min ocorra até 5 movimentos. Atenção, pois o alimento ingerido influencia no som formado. AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO RUMINAL AVALIAÇÃO FÍSICA Cor: A coloração varia conforme a dieta do animal, logo deve ser esverdeado quando a alimentação consiste em pastagens e ocre (marrom amarelado) quando se alimenta com concentrados. Odor: Deve ser observado assim que coletado. O normal é que tenha um odor aromático, semelhante ao de sua alimentação Se não tiver odor indica inatividade microbiana. Consistência: Deve ser levemente viscosa Muito viscosa indica contaminação por saliva, e se for mais aquosa indica inatividade microbiana ou jejum prolongado. Sedimentação: Deve ocorrer num intervalo de 4 a 6 minutos. Flutuação AVALIAÇÃO QUÍMICA pH: Sofre uma variação de 5,5 a 7,5 Neutro, indica timpanismo, inatividade microbiana; aumentado indica jejum prolongado, ingestão de uréia e/ou outras fontes de nitrogenados; diminuído indica ingestão excessiva de carboidratos, refluxo abomasal. Redução do azul de metileno: Ele reflete no metabolismo fermentativo das bactérias. Nele adiciona o azul e observa quanto tempo leva para que volte a coloração normal, sendo que esse é o tempo que as bactérias gastam para consumir esse corante. O normal é de4 a 6 minutos. Medicina Veterinária Conteúdo de cloretos: Costuma ser inferior a 30. Eles são parte do abomaso, logo, se estiverem presentes na amostra ruminal, algo está errado Avalia o refluxo abomasal e da acido lática. Fermentação da glicose Digestão da celulose AVALIAÇÃO MICROBILOGICA Protozoários: Avalia a densidade e atividade dos protozoários. Animais saudáveis apresentam uma grande variedade no tamanho e formato desses seres. REFERÊNCIA FEITOSA, Francisco. Semiologia Veterinária – A Arte do Diagnóstico, 3° edição. Rio de Janeiro/RJ: Editora ROCA, 2014.
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