Buscar

Sistema Digestório - Ruminantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 1 – 22.04.2019
SISTEMA DIGESTÓRIO
O bovino apreende o alimento com a língua, logo, qualquer alteração em cavidade oral gera uma ingestão de alimento diminuída, onde o exame físico em um animal com alteração de digestório começa na boca do animal, depois que esse animal apreende esse alimento ele praticamente não mastiga, deglutindo esse alimento, que cai diretamente no rúmen. Depois que caiu no rúmen esse animal irá armazenar uma quantidade de alimento o suficiente para realizar uma reflexão do conteúdo do rúmen, regurgitando o alimento para então fazer a primeira mastigação, o responsável por realizar essa regurgitação é o retículo, que tem essa força de contração capaz de empurrar o alimento de volta para o esôfago, voltando o alimento para boca para ser mastigado. Após isso o alimento é deglutido e volta para o rúmen, indo para o retículo para ser novamente regurgitado, onde em um primeiro momento de apreensão praticamente não se tem mastigação, a mastigação proveniente da regurgitação é importante tanto para triturar o alimento quanto para produzir a saliva, já que nos ruminantes a saliva mantem o pH ruminal em equilíbrio.
Após o alimento ser mastigado e ir novamente para o rúmen e reticulo, só passa par o omaso partículas inferiores a 2mm, através de um orifício que se tem entre o reticulo e o omaso – orifício reticulo-omasal, quem promove a quebra dessas partículas – fibras, é a digestão fermentativa, a trituração mecânica, onde a própria mucosa tanto de rúmen quanto de reticulo promove essa trituração, e também através da própria mastigação. No omaso se tem uma função específica de absorção de nutrientes e de água, onde do omaso o alimento vai para o abomaso, onde sofre a digestão enzimática, caindo então no intestino.
COMPARTIMENTO E FUNÇÕES
GOTEIRA ESOFÁGICA
Estrutura de adaptação dos bezerros que fica rudimentar em animais adultos – vira afuncional, essa goteira funciona como uma calha do esôfago para o abomaso, funcionando apenas em animais que ingerem uma dieta a base de leite – líquido, propiciando um caminho alternativo para esse leite, se não existisse essa goteira o leite iria para o rumem, sofrendo uma fermentação bacteriana, onde esse leite apodreceria – sintoma de putrefação ruminal. 
Isso também pode estar relacionado com o erro de manejo na hora de sondar o animal, pois se é falha de goteira, sondando ou não sondando esse líquido vai para o caminho errado – no rúmen, sendo preciso sondar de uma forma que a sonda chegue antes da goteira – medindo o tamanho do pescoço com a sonda por fora, fazendo um risquinho onde a ponta da sonda está na metade do pescoço, fazendo com que a sonda fique no esôfago do animal antes de chegar na goteira esofágica – é quando já se está bem próximo à entrada do cárdia.
O animal que toda vez que mama começa a timpanizar e a apresentar diarreia, pode-se supor de falha genética da goteira esofágica.
No abomaso como é o estomago verdadeiro não sofre essa ação fermentativa, sendo apenas a ação enzimática, que deve acontecer normalmente. O reflexo da goteira esofágica responsável pelo seu fechamento é desencadeado por alguns componentes do leite que tem receptores específicos no trato gastrointestinal superior – cavidade oral, laringe e porção superior do esôfago.
· Tratamento de Falha na Goteira Esofágica
Não se tem correção cirúrgica, sendo realizada duas coisas, onde a primeira é desmamando esse bezerro o mais rápido possível, oferecendo ração para que esse animal seja desmamado.
CÂMARAS GÁSTRICAS NO BEZERRO
Na primeira semana de vida o abomaso é grande em relação ao rúmen, estando totalmente relacionado com a alimentação do animal, pois nessa época o animal apenas toma leite, e a medida que vai mudando a alimentação, onde de 3 a 4 meses em gado de leite se tem o desmame – em gado de corte por volta dos 6 – 8 meses de vida, podendo ser até mais cedo, já se tendo então com essa transição alimentar com maior ingestão de alimentos sólidos um abomaso menor, onde o rúmen vai desenvolvendo até que em um animal adulto o rúmen tem por volta de cinco vezes o tamanho do abomaso.
CÂMARAS GÁSTRICAS DE UM ANIMAL ADULTO
Todas essas câmaras precisam funcionar muito bem para que o animal produza de uma forma eficaz, seja uma produção leiteira ou produção de carne, onde qualquer alteração no sistema digestório irá refletir diretamente na produção.
· Rúmen – pH 5,5-7,2
São repletos de papilas – estruturas arredondadas em toda a mucosa ruminal, onde acontece a digestão fermentativa, sendo uma câmara de armazenamento de alimento além de uma câmara fermentativa devido a ação das bactérias, protozoários e fungos presentes ali, também se tem a trituração e a mistura dos alimentos. A capacidade de armazenamento do rúmen chega a 200 quilos, em um animal adulto que pesa mais de 500 quilos.
· pH do Rúmen
O pH do rúmen varia muito de 5,5 até 7,2, sendo o ideal um pH de 6,8 em uma alimentação balanceada, o que diferencia se é 5,5 ou 7,2 é a relação volumoso concentrado, pois quanto maior a quantidade de concentrado menor o pH e quanto maior a quantidade de fibra ou de volumoso, maior o pH. Logo, se o animal tiver uma relação 60:40 se tem uma grande quantidade de volumoso, tendendo a ter um pH normalmente mais baixo.
· Reticulo
Apresenta uma mucosa em forma de colmeia – favos de mel, tem como principais funções tanto a regurgitação do alimento para a ruminação do animal, além de também possuir uma capacidade de triturar o alimento.
· Omaso
Possui um aspecto folhoso devido as suas camadas paralelas de membrana, sendo onde ocorre a compressão do alimento para a absorção tanto de água quanto de alimentos, o conteúdo que sai do omaso é bem ressecado.
· Abomaso – pH 4,0 ou menos
Estomago verdadeiro do ruminante, sendo muito semelhante ao que acontece em carnívoros, sendo uma digestão enzimática ou química. Antes do alimento chegar ao abomaso ele passa pelos três pré-estômagos, onde cada um tem sua função específica. O abomaso tem uma mucosa bem rosada, sendo bem diferenciada devido ao seu pH que é bem ácido – por volta de 4, logo, se quando colher o liquido do rúmen e encontrar um pH de 4 isso está anormal, podendo ser devido ao excesso de bicarbonato que gera um problema chamada de acidose ruminal, ou pode ser um problema associado a um refluxo de conteúdo abomasal – acontecendo muito em equinos como compactação de intestino grosso, podendo diferenciar essas duas causas através de análises laboratoriais.
SEMIOLOGIA
ANMNESE
· Identificação
Tendo alterações que só ocorrem em determinadas idades, como a goteira esofágica em bezerros, além disso deve-se ter os dados de espécie animal, raça, nome, número, idade e peso, uso e produção.
· Histórico
· Rebanho ao Indivíduo
Se tem alguns problemas digestórios onde muitos estão ligados a alimentação do animal, muitas vezes não se tem um problema individual e sim de rebanho, já que o alimento fornecido é dado para vários animais, tendo chances de existir outros casos com o mesmo problema, devendo então se ter uma referência da alimentação. 
· Referência da Alimentação
Precisa-se saber o tipo de alimento, se for ração é importante saber qual ração que é, como é o método de armazenamento desse alimento, se existe uma alteração na quantidade, ou seja, na proporção de volumoso concentrado, que ocorre muito em época de seca – quando não se tem pasto, ou em uma vaca que acabou de parir – vai entrar na fase de lactação e começar a produzir leite, onde um aumento brusco de ração sem adaptação pode se ter problemas, sendo importante também saber a natureza do alimento e a composição da ração.
· Sinais de Dor Abdominal – Cólica
Sinais de cólica podem existir, tendo cifose – arqueamento de coluna, rolamento – cavalo faz muito mais, em ruminantes o rolamento pode dar deslocamento de abomaso, o animal ainda pode apresentar apatia, isolamento, olhar para o flanco, anorexia etc. Os ruminantes tem um limiar para dor muito alto, equinos não, sendo muito mais sensíveis.
· Desempenho Produtivo e Reprodutivo
Uma queda de eficiência dosistema de digestão vai levar a uma queda de produção, onde isso muitas vezes é a queixa do proprietário, associado com ingestão de alimentos e problemas digestórios. Se tem também queda reprodutiva, com diminuição da taxa de prenhez, onde a vaca irá ciclar menos e o touro irá montar menos.
· Condições Sanitárias de Rebanho
Vacinas mais aplicadas ao digestório, como por exemplo o BVD – vírus da diarreia viral bovina.
· Profilaxia de Parasitas
· Sistemas de Criação
Intensivo, extensivo ou semi-intensivo.
· Início dos Sintomas
· Duração e Progressão do Quadro
· Tratamentos Anteriores
Muitas vezes o proprietário trata e não quer falar porque errou, devendo então ficar mais atento.
· Dados de uma Anamnese mais Específica
· Dados em relação ao Apetite e Apreensão de Alimentos
A tomada do alimento por parte dos grandes ruminantes é feita com a ajuda da língua, como se fosse uma foice que recolhe o alimento no pasto, cuja altura deve ser compatível com o movimento lingual. A mastigação não precisa ser tão prolongada pelo fato destes animais terem a possibilidade fisiológica de retornar o alimento a boca e ruminar. Os ruminantes mastigam com os pré-molares e com os molares, e apreendem o alimento com a língua, logo os incisivos inferiores dos ruminantes servem como uma barreira para esse alimento não cair da boca, não utilizando para macerar ou mastigar o alimento – também se utiliza para ver a idade deles.
· Normal: Ingestão rápida, total, sem interrupções e ávida.
· Hiporexia: Come de forma lenta, com interrupções, de forma hesitante.
· Anorexia: Decorrente de uma doença grave e persistente.
· Apetite Variável: Sendo um apetite seletivo, que pode ocorrer em doença recidivante.
· Apetite Depravado: Ocorre quando o animal come coisas estranhas – muito comum em cães, em ruminantes ocorre uma alotriofagia, também chamado de pica, ocorrendo devido a carências nutricionais ou distúrbios do comportamento.
· Sede e Ingestão de Líquidos
Dados quanto a ingestão de líquidos é importante, porém não é fácil de ser identificado por um funcionário, sendo difícil de se conseguir esse tipo de dado. Um animal com problema digestório normalmente tem um aumento na ingestão de líquido, ou porque isso está causando uma diarreia, febre ou por alguma associação com alguma outra doença infecciosa. O animal ingere de 25 a 80 litros por dia, dependendo se ele está com alguma alteração ou não, uma vaca de leite em estado de lactação ingere muito líquido, pois um litro de leite tem mais de 80% de água, precisando ingerir muito líquido para não desidratar, por exemplo.
· Ruminação
A ruminação é um mecanismo de regurgitação associado a mastigação e deglutição do alimento, para isso o alimento precisa passar pelo cárdia, indo do esôfago para o rúmen através do esfíncter chamado de cárdia, que somente se abre voluntariamente por meio de pressão do alimento – por deglutição ou regurgitação pela pressão do reticulo, ou involuntariamente na presença de gás. 
· Regurgitação
Contração extra do reticulo durante a onda reticular bifásica e relaxamento do cárdia. Com isso, o alimento vai para dentro do esôfago e o peristaltismo reverso leva o alimento até a boca para a remastigação do material.
· Ruminação e Motilidade Ruminal
Ciclo primário – mistura e circulação de ingesta, realizado no sentido horário – sentido crânio-caudal, com movimentos de rolamento da ingesta para misturar e entrar em contato com as bactérias, aumentando a superfície de contato da ingesta com as bactérias, pois só a partir disso se terá um contato de todo o conteúdo com as bactérias; ciclo secundário – eructação, com a fermentação se tem a produção de gás, subindo e compondo o estrato gasoso do rúmen, sendo muito importante pois se o animal começa a produzir bastante gás ele precisa liberar – se não se tem um timpanismo, logo, nesse ciclo secundário se tem uma contração anti-horária – caudo-cranial, para que esse estrato gasoso se desloque e entre em contato com o cárdia para que o cárdia abra e o gás seja eliminado, isso acontece 24 horas por dia.
Esquema do rúmen com um corte transversal do abdome, tendo o estrato gasoso, estrato sólido e estrato liquido, sendo o normal o animal apresentar esses 3 estratos bem definidos, onde no exame físico se consegue definir esses 3 estratos, o gasoso principalmente por percussão, onde se avalia um som timpânico, e a diferença do solido para o liquido é muito mais por palpação, onde se encontra uma consistência no estrato solido e uma consistência firme no estrato liquido – que fica firme pois esse liquido fica pressionado por todo o peso do solido, são ficando flutuante.
A frequência ruminal normal do animal é de 7 a 12 durante cinco minutos, sendo um movimento completo quando se tem a ida e a volta, sendo o ciclo primário e o secundário associados um ciclo ruminal.
Outro papel da ruminação é a saliva, tendo uma produção muito grande de saliva bem diferenciada em comparação com as outras espécies devido ao tamanha das glândulas salivares, produz cerca de 200L de saliva, que será deglutida para manter o pH do rúmen estável devido a presença de bicarbonato de sódio no rúmen. pH mantem as proteínas estáveis, evitando assim a desnaturação proteica que ocorre em pH baixo, pois o pH ácido pode desnaturar as proteínas, logo o tamponamento ruminal é em um pH de 5,5 a 7,0. Até o animal utilizá-las, elas são mantidas no pH do rúmen que é ideal.
· Eructação – Timpanismo
Se o animal for impossibilitado de fazer a eructação, o animal pode desenvolver o timpanismo. Existem vários tipos de timpanismo, como o timpanismo espumoso e o timpanismo gasoso, dependendo da fase em que o animal tem a falha da eructação ele vai ter um tipo de timpanismo. 
· Fase de Separação
Primeira fase da eructação, que é a separação do gás que é produzido pelas bactérias, se esse gás permanecer dentro da ingesta é caracterizado como timpanismo espumoso – bolha de gás dentro da ingesta forma um conteúdo espumoso. Isso acontece quando um animal ingere uma grande quantidade de plantas leguminosas.
· Fase de Deslocamento
Fazendo essa separação de gás corretamente, vai haver um estrato gasoso formado, tendo a segunda fase que é o deslocamento do estrato gasoso para entrar em contato com o cárdia, que vai depender da contração ruminal através do nervo vago, que é responsável pela inervação do trato gastrointestinal, promovendo a contração e a abertura e o fechamento dos esfíncteres, se não houver esse deslocamento o cárdia não vai entrar em contato com o gás, não abrindo. 
· Fase de Transferência
É a passagem do gás do rúmen para dentro do esôfago, precisando passar pelo cárdia, que pode não abrir devido a um problema de nervo vago – existindo alguma lesão no nervo, ou por alguma massa – como carcinoma ou granuloma de tuberculose, que impede a abertura desse cárdia.
· Fase Esofágica
Além de haver a contração ruminal e desse gás passar para o esôfago, o esôfago também precisa ajudar, precisando ter contrações peristálticas retrógradas, precisando ter contrações do esôfago para que esse gás seja direcionado para a boca do animal.
· Fase Faringopulmonar
Estágio da eructação que não tem nenhuma importância clínica, nessa fase se relata que uma parte desse gás que seria exalado pela boca do animal pode voltar para a traqueia e para o pulmão, mas não se tem muitos relatos sobre isso.
· Inervação
O nervo vago no esôfago tem um posicionamento bilateral, bifurcando em um ramo dorsal e um ramo ventral, onde esses dois ramos tem várias outras ramificações, onde todo o trato gastrointestinal são inervados por todas essas ramificações do nervo vago, podendo ter problema na base do nervo vago, ou pode-se ter um problema focal em uma de suas ramificações, causando um sinal clinico diferente do outro. 
· Defecação
Um bovino normal defeca de 10 a 24 vezes por dia, sendo aproximadamente de 30 a 50kg de fezes pastosas por dia. Alterações na frequência e consistência das fezes podem indicar enfermidades, devendo avaliar também a presença de sangue, muco e fibrina.
· Halitose
Dado específicode sistema digestório sendo uma alteração do odor exalado do animal, podendo ser cético, adocicado ou até mesmo pútrido – que ocorre em febre aftosa onde animal tem muitas lesões ulcerativas na língua, emagrecendo muito.
Abcesso alveolar é um abcesso de alvéolo dentário, podendo levar a uma alteração do odor exalado.
AULA 2 – 29/04/2019
SEMIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO
EXAME FÍSICO
· Inspeção
· ECC
Animal com alteração de digestório necessariamente terá alguma alteração em seu score de condição corporal, geralmente está associado a uma taxa de emagrecimento.
· Contorno Abdominal
Avalia-se para se dar uma suspeita clínica a partir da inspeção, se avalia o contorno abdominal sempre na região caudal do animal, se posicionando atrás do animal avaliando o contorno tanto esquerdo quanto direito para se saber onde que está o aumento de volume, identificando se o abaulamento é ventral e/ou dorsal, se houver abaulamento se sabe que se tem um conteúdo, seja gasoso ou solido, precisando fazer palpação, percussão e auscultação para diferenciar.
· Normal: Pequena concavidade na fossa paralombar – direita e esquerda.
· Timpanismo Gasoso: Abaulamento da região dorsal do flanco esquerdo, porque o gás vai todo para aquela região.
· Ascite: Acúmulo de líquido na cavidade abdominal, o animal terá um contorno abdominal abaulado ventralmente, pois o líquido vi para baixo.
· Gestação Avançada: Animal com contorno abdominal abaulado na parte ventral do lado direito, que é onde se posiciona mais essa parte do útero.
· Comportamento
A tendência é que o animal que tenha afecções graves no sistema digestório vai adquirir um comportamento mais apático e deprimido, um bovino com afecção grave vai estar em posição em decúbito lateral, caso o animal esteja em estação também é possível analisar o comportamento muitas vezes por avaliação de postura, analisando se animal tem a postura antiálgica – membros mais afastados, pescoço esticado e um grau de cifose, essa postura ocorre por problema em casco ou por algum processo doloroso na região do abdome.
· Cavidade Oral
Analisar se tem alterações de lesões ulcerativas – como no caso de febre aftoso que se tem lesões ulcerativas em toda região de língua e até mesmo na gengiva, se o animal apresentar alguma alteração na cavidade oral, mesmo com uma doença que não seja de sistema digestório, que é o caso da febre aftosa, se terá queda da produtividade pois animal terá dificuldade para se alimentar.
· Auscultação
O local de eleição para se auscultar o rúmen é no vazio do flanco do lado esquerdo, sendo o normal auscultar o som crepitante – som de fibra que percorre e causa atrito na região do abdome, na mucosa ruminal, o que provoca um som crepitante; a frequência normal é de 7 a 12 em 5 minutos e 2 a cada um minuto em pequenos ruminantes. Do lado direito do abdome na região de vazio do flanco em animal saudável praticamente não se ausculta nada, pois se tem alças intestinas caídas na região ventral do abdome, estarão passiveis de auscultação no vazio do flanco do lado direito apenas se houver dilatação de alças, porque elas vão para cima se conseguindo auscultar borborigmos intestinais, que estão muito mais proeminentes na região dorsal do vazio do flanco.
· Percussão e Auscultação
Realizadas ao mesmo tempo, tanto a auscultação como a palpação, servem para delimitar os três estratos do rumem – gasoso, sólido e líquido, fazendo uma percussão para delimitar onde começa um e termina o outro, realiza-se a percussão através de um plexímetro, se tendo sons normais que apresentam sons timpânicos na região mais dorsal a maciço na região mediana e ventral do rúmen, onde se tem sólido e líquido, na palpação o normal é não ter a presença de som nos flancos esquerdo e direito. Pode-se fazer isso ou uma manobra que se chama balotamento, fazendo uma pressão no abdome do animal com o punho fechado e se ausculta ao mesmo tempo para ver se há acúmulo de líquido no abdome do animal, como no caso de acidose ruminal, que se tem esse acúmulo de líquido, em um animal normal não se ausculta nada pois o líquido permanece sendo pressionado em baixo pelo sólido.
· Flanco Esquerdo
Tanto a palpação quanto a percussão servem para definir os estratos do rumem.
· Camada superior do rúmen onde na palpação se identifica um conteúdo gasoso e na percussão se ausculta um som timpânico a subtimpânicos. 
· Na região média e inferior se consegue perceber a diferença da palpação de sólido para líquido, onde na camada média se tem uma palpação de um conteúdo sólido, parecendo um sinal de godet, pois é macio, já o liquido tende a ser mais tenso, pois está sempre pressionado por essas outras camadas na região mais superior, sendo mais rígido, se tendo na percussão sons maciços na camada média – estrato sólido e na camada inferior – estrato líquido.
· Flanco Direito
Pode-se avaliar grau de peritonite, sendo um método semiológico bastante utilizado principalmente em animais com reticulopericardite, pois esses animais podem desenvolver um quadro de peritonite – inflamação do peritônio, deixando o abdome bem tenso, quando se faz o movimento de balotamento no lado direito, uma palpação que deveria ser bem macia por se ter apenas alça intestinal se tem um conteúdo bem resistente a sua palpação, conseguindo avaliar essa tensão abdominal, se estiver aumentada é muito provável que se tenha uma peritonite. Na percussão se tem sons timpânicos a maciços, variando muito de onde se está palpando, dependendo se é um alça repleta de líquido, gases ou vezes, o que não é normal é percutir a região dorsal do flanco direito que não deveria ter alça e se observar um som timpânico.
· Palpação Transretal
· Estruturas Avaliadas
Primeira coisa que se consegue palpar são as fezes, avaliando se há ou não a presença de fezes – pois se tem doenças que causam compactação ou obstrução do intestino do animal que faz com que se possa não ter fezes palpáveis, avaliando a consistência, presença de muco, sangue ou fibrina, alguma alteração na visualização dessas fezes.
· Consistência de Alças Intestinais
Se analisa a consistência dessas alças intestinais, onde é possível perceber qualquer aumento em conteúdo de alça ou no conteúdo – seja gasoso ou líquido é possível sentir nessa palpação transretal – como um repleção de alça. 
· Peritonite
Se durante a palpação se suspeita que animal tem uma peritonite durante uma palpação transretal se pode tirar essa dúvida, se palpa a região interna do peritônio através da mucosa intestinal, sentindo a consistência e a superfície desse peritônio por palpação, onde quando se tem peritonite apresenta-se todo enrugado, sentindo a inflamação, se estiver bem liso não há alteração nenhuma. 
· Rúmen
Precisa-se sentir a consistência do rúmen para se tirar a dúvida e complementar o que se encontrou em auscultação, balotamento e percussão, avaliando a consistência e o tamanho, analisando qual o conteúdo do rúmen – os estratos.
Omaso e Abomaso
Se tem relatos na literatura de palpação transretal do omaso, porém não se é comum, no abomaso se consegue palpar se houver alterações, pois o abomaso fica na região crânio-ventral do abdome, não conseguindo ser palpável em condições normais, sendo palpável por exemplo quando se tem deslocamento ou dilatação abomasal. Além disso, órgãos que não tem a ver com o sistema digestório também podem ser observados sem indicar alguma alteração, como a pelve – estrutura mais rígida; o rim esquerdo – rim direito mais cranial, não se consegue palpar; e alguns linfonodos – principalmente na região intestinal.
EXAMES COMPLEMENTARES
· Amostra de Alimentos
Exames mais específicos para o sistema digestório através de uma amostra de alimentos, por exemplo, para se ajudar a tirar uma dúvida, como em casos de bezerros que se tem diarreia devido a uma alteração na ração. Pode-se fazer uma análise n amostra de alimento até mesmo para ver a composição de nutrientes do alimento.
· Hemograma, Bioquímicos e Dosagem de Proteína Sérica 
São exames onde se precisa analisar o animal de uma forma geral e para analisara gravidade da doença. 
· Prova de Atropina
Prova específica para um tipo de timpanismo recidivante. 
· Avaliação de Fezes – Macroscópica
Se diz muito sobre suspeita diagnóstica, analisando se há ou não fezes na ampola retal, observando se animal apresenta fezes ressecadas e escurecidas – como por causas de compactação ou obstrução intestinal, por exemplo. Casos de diarreia pode-se suspeitar de acidose ruminal.
· Coproparasitológico
Usado em casos de suspeita de verminoses, principalmente em casos de animais mais jovens.
· Abdominocentese
Se faz a colheita desse líquido em casos de ascite, ruptura intestinal – que causa uma contaminação dentro da cavidade por fezes, resultando em uma peritonite. A coleta desse líquido por abdominocentese é medida por 4 dedos ou 10 cm a frente da inserção cranial do úbere e 4 dedos abaixo da prega da virilha do animal, sendo o encontro dessas duas medidas a área de eleição para se coletar este líquido abdominal, tomando muito cuidado para não se puncionar nenhuma alça do lado direito e para não puncionar o rúmen, sendo essa área o local mais apropriado para se correr o menor risco possível. Se faz uma tricotomia e uma antissepsia antes, pode-se causar uma peritonite caso não se realize essa antissepsia, esse líquido vai ser avaliado no laboratório como um exsudato ou como um transudato.
· Laparoscopia e Radiografia
Não são muito utilizados, onde a radiografia é pouco utilizada por ser inviável a campo devido ao tamanho do aparelho e tamanho do animal; já a laparoscopia pode ser feita, desde que tenha um profissional capacitado para manipular o aparelho. 
· Laparotomia ou Ruminotomia Exploratória
Feita com frequência, usado quando não há certeza do diagnóstico.
· Análise de Suco ou Fluído Ruminal
Bastante analisado na rotina, é colhida através de uma sonda ororuminal – não chegando no abomaso e sim no rúmen, onde a estrutura da cavidade nasal em ruminantes é muito pequenada, utilizando a via orogástrica e não a via nasogástrica. 
A colheita do líquido ruminal é enviada para o laboratório, sendo realizada a avaliação macroscópica, física e microscópica, a avaliação macroscópica envolve cor, odor e viscosidade. Precisa-se deixar esse fluido ruminal descansando para avaliar se essas partículas pesadas irão sedimentar e as mais leves flutuar, que é o que acontece dentro do rúmen para ver se existe uma estratificação bem definida ou não.
· Avaliação Macroscópica
· Cor
O normal é que a cor seja desde castanho oliva – coloração amarronzada a verde, o animal terá uma coloração mais verde quando ingere uma quantidade maior de volumoso, se ingerir mais concentrado a cor será mais próxima do castanho oliva.
· Odor
Aromático, para muitos é fétido, mas para quem é mais acostumado se tem um odor sui generis.
· Viscosidade
Consistência aumentada em relação a um fluído aquoso, como no caso de acidose ruminal – pois se tem uma grande entrada de líquido dentro do rúmen, tendo uma viscosidade muito mais fluida do que em um animal normal.
· pH – 5,5 a 7,0
Entre 5,5 a 7,0, podendo chegar até a 7,2 dependendo da alimentação, um animal que ingere apenas volumoso terá um pH de 7,0 ou acima, já animais que ingerem uma grande quantidade de concentrado terá um pH mais ácido. 
· Redução do Azul de Metileno – < 3 min
Serve para avaliar a função bacteriana, analisando qual a quantidade de bactérias dentro do rúmen, analisando se elas estão funcionais. Se faz esse exame utilizando dois frascos, preenchendo com volume ruminal, em um deles se adiciona o azul de metileno, que vai tingir o fluído ruminal de azul, não adicionando mais nada, as bactérias são capazes de reduzir/neutralizar o azul de metileno, fazendo com que a cor azul volte a cor que era antes, tendo um tempo para que isso seja considerado normal, até 3 minutos, se passar disso, quanto maior o tempo da redução do azul de metileno, significa que se tem uma pequena quantidade de bactérias ou então que se tem bactérias mortas/inativas.
· Teor de Cloreto – < 30 mmol/L
Se suspeita de um animal com teor de cloreto alto se ele tiver um refluxo abomasal, como no caso de um deslocamento de abomaso, o animal terá um fluxo gastrointestinal comprometido com o abomaso cada vez aumentando mais de tamanho, como esse fluxo não consegue ir para o intestino ele tende a voltar um pouco para o rúmen, como no abomaso se tem muito cloreto quando ele tende a voltar para o rúmen se consegue detectar o teor de cloreto acima de 30 mmol/L em animais com problemas.
· Acidez Total – < 25 UC
Também utilizada em conjunto com o pH para avaliar.
· Microbiota Ruminal
Para que o animal se mantenha saudável, não é só o pH que é importante, precisa haver um equilíbrio de toda essa flora ruminal, que é composta de bactérias; protozoários – função de controle das bactérias, se não houvessem protozoário essas bactérias se proliferariam rapidamente, sendo muito úteis mas muito sensíveis a alterações de pH, sendo os primeiros que morre; e fungos. É importante manter um ambiente propício, tanto em questão de temperatura – entre 38,5 e 40ºC, como pH – 6 a 6,5, e anaerobiose – maior parte desses microrganismos sobrevivem em ambiente pobre em oxigênio, para que se mantenha esses microrganismos no rúmen, já que os mesmos fazem a fermentação e geram produtos de interesse do hospedeiro – ruminante. 
Os protozoários são de diversos tamanhos, onde quanto maior o protozoário menor sua motilidade, quanto menor o tamanho maior é o seu metabolismo, tendo então diferentes tamanhos e diferentes motilidades.
AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO EM RUMINANTES
Algumas doenças são de origens digestória e outras não – como a febre aftosa, mas acabam afetando o sistema digestório alterando o ECC como a digestão do animal. Dentre todas essas doenças, algumas como deslocamento de abomaso e reticulopericardite traumática, obstruções, entre outras, são de cunho cirúrgico. Entre essas doenças listadas daremos mais atenção para as indigestões e para os timpanismos, onde nas indigestões a acidose ruminal é a que supera em importância pela sua gravidade nos timpanismos se tem o timpanismo gasoso, espumoso e recidivante, onde o recidivante é um tipo de timpanismo gasoso devido a uma causa de alteração de nervo vago, tendo sinais clínicos diferenciados.
	· Dentárias e Periodontais
· Glândulas Salivares
· Actinomicose
· Actinobacilose
· Febre Aftosa
· Obstruções
	· Indigestões
· Timpanismos
· Reticulo-Pericardite Traumática
· Deslocamento de Abomaso
· Úlceras Abomasais
· Intoxicações
MICROBIOTA RUMINAL
O ambiente ruminal deve estar sempre em equilíbrio, entrando em desequilíbrio dependendo da alimentação do animal, onde a nutrição em ruminantes é essencial, pois mantendo uma dieta balanceada de boa qualidade o animal terá uma predisposição a doenças bem menores, não só de digestório, pois o digestório leva a outras doenças secundárias, como no caso da podologia bovina, que o animal apresenta problema de casco decorrente a uma acidose, que está totalmente relacionada com a nutrição do animal.
· Gases e Ácidos Graxos
Esses animais utilizam as fontes energéticas, proteicas e lipídicas, para fornecimento tanto de energia através dos ácidos graxos voláteis – acético, propiônico e butírico, e também para produzir gases, que são produtos da fermentação, tanto o gás carbônico – CO2, quanto o gás metano – CH4, que são produzidos em grande quantidade, tendo uma pequena proporção de gás hidrogênio – H2. Dependendo do tipo de alimento esse animal vai produzir mais um gás ou outro gás, ou mais de um ácido em relação ao outro, por exemplo, se um animal consumir mais quantidade de volumoso ele irá produzir uma maior quantidade de ácido acético do que os outros ácidos, se ele ingerir uma grande quantidade de carboidrato ele também irá produzir uma maior quantidade de ácido acético em relação aos outros, porém o ácido propiônico vai aumentar muito, se o animal ingerir maior quantidade de concentrado o animal tende a aumentar muito o ácido propiônico e maior produção de CO2.
· Classificação Bacteriana
As bactérias podemser caracterizadas de diferentes formas, quanto a função que são as celulolíticas – que quebram a celulose, quando se tem maior ingestão de volumoso se tem maior quantidade de bactérias celulolíticas; e as bactérias amilolíticas – que quebram o amido, quando se tem maior ingestão de concentrado se tem maior quantidade de bactérias amilolíticas. 
Alimentos concentrados além de serem energéticos – amido, podem ser proteicos.
 
DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS
O carboidrato é a principal fonte de energia do ruminante, seja esse carboidrato estrutural – presente em volumosos, e o não estruturado – presente em concentrados, em amido principalmente, logo o animal terá como moeda energética esses dois alimentos, conseguindo quebrar esses nutrientes através das enzimas celulases e amilases pelas bactérias celulolíticas e amilolíticas. Esses carboidratos são quebrados em estruturas menores denominados de monossacarídeos, oligossacarídeos ou polissacarídeos, dependendo do tamanho da cadeia de sacarídeos; esses sacarídeos são utilizados em sua maior parte pelas próprias bactérias do rúmen, o que sobrar o animal absorve pela mucosa do rúmen, isso ocorre porque essas bactérias são altamente necessárias para a digestão do ruminante – que não consegue sobreviver sem essas bactérias, já que a maior parte da energia proveniente desses carboidratos, que é a glicose, será utilizada pelas próprias bactérias.
Os carboidratos são fracionados em produtos da digestão como ácidos graxos voláteis – acético, propiônico e butírico, lactato e gases – CH4 e CO2, esse tipo de digestão por carboidrato acontece no rumen e é absorvido diretamente na mucosa ruminal, diferente de qualquer outro tipo de nutriente, como lipídeos e proteínas que são absorvidos apenas no abomaso ou no intestino do animal, especialmente no intestino pois precisam sofrer uma digestão enzimática. Esses nutrientes absorvidos na mucosa ruminal vão para a circulação sendo armazenados no fígado na forma de gordura – ácido acético e butírico, ou na forma de glicose – propiônico, dependendo da quantidade de ácido presente, onde o ácido propiônico é proveniente de concentrado e o ácido acético do volumoso. A glicose é mais rápida de se utilizar do que a gordura, logo, em vacas leiteiras, em animais que precisam um suporte energético maior do seu metabolismo, se aumenta a quantidade de concentrado para que o animal tenha uma disponibilidade maior de concentrado, mas isso tem um limite, já que o ruminante não é capaz de metabolizar uma quantidade muito grande de carboidrato não estrutural, pois causa um desbalanço já que ele não é capaz de armazenar tudo isso.
· Dieta Rica em Fibras
70% de Ácido Acético
20% de Ácido Propiônico
10% de Ácido Butírico
· Dieta Rica em Amido
60% de Ácido Acético
30% de Ácido Propiônico
10% de Ácido Butírico
AULA 3 – 06/05/2019
AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO
ACIDOSE RUMINAL
Essa doença aumentou muito nos últimos tempos devido ao confinamento, pois se alterou totalmente a dieta desses animais para aumentar a produtividade de leite principalmente – ou em gado de corte em confinamento. Se não se tiver cuidado com as proporções pode-se causar alterações na microbiota ruminal com desequilíbrio tanto nutricional quanto digestório desse animal. Precisa-se manter equilíbrio nos dois tipos de carboidrato – amido e celulose, não podendo oferecer somente amido para o animal, podendo oferecer apenas volumoso – tanto que se tem bovinos criados apenas a pasto, logo o problema não é o volumoso e sim o concentrado dependendo da quantidade que se administra.
· Acidose Láctica Ruminal Aguda
A acidose ruminal aguda tem um acometimento mais grave e rápido, ocorrendo quando se tem um animal que não está adaptado a uma nova dieta, mudando drasticamente a dieta desse animal, fazendo a suplementação com ração ou qualquer tipo de concentrado sem causar uma pré-adaptação, ou então de forma acidental, quando por exemplo, um bovino tem acesso a sala de ração, ingerindo muito concentrado e desenvolvendo acidose. O tamanho do grão é muito importante também, onde quanto menor esse grão, quanto mais triturado for – tanto concentrado quanto volumoso, o animal digere muito rapidamente, gerando uma predisposição a doença de acidose ruminal aguda.
Por desequilíbrio nutricional com maior quantidade de carboidratos do que de fibras de uma só vez, falha na adaptação nutricional e devido a granulometria.
· Patogenia
A acidose láctica aguda ocorre quando o animal ingere uma grade quantidade de concentrado, ou por falha na adaptação ou de forma acidental, fazendo com que o concentrado, que é facilmente digerível no rúmen do animal, aumentando rapidamente também a quantidade de ácidos graxos voláteis, todos eles, mas o que aumenta mais rapidamente é o butírico. Quando se tem um aumento muito grande de ácidos graxos de tem uma diminuição de pH, mas dentro do rúmen se tem as bactérias acidófilas que sobrevivem ao pH ácido se proliferando, e as bactérias basófilas e os protozoários que acabarão morrendo, se tendo um predomino de bactérias acidófilas – até porque os protozoários evitam a proliferação bacteriana, tendo bactérias acidófilas principalmente de Streptococcus bovis e Lactobacillus, caindo cada vez mais o pH, levando o animal a uma acidose de 5,2 a 4,5, parecendo pH de abomaso, esse rúmen com um pH tão baixo assim vai causar uma estase, atonia ruminal, não se contraindo mais, essa contração ocorre no ciclo primário para que todas as bactérias entrem em contato com o alimento para facilitar a fermentação desse alimento, onde nesse caso não se precisa mais de fermentação, logo o rúmen entra em estase como um mecanismo protetor, pois quanto mais tiver alimento em contato com essas bactérias maior será a produção de ácido láctico, entrando em acidose ruminal e associado a isso, o pH ácido é altamente irritante para a mucosa do rúmen, não sendo adaptado a esse pH, tendo então destruição do epitélio ruminal, com uma rumenite aguda, sendo uma inflamação com vasodilatação em vasos que irrigam essa mucosa do rúmen, com essa vasodilatação pode-se ter extravasamento desse conteúdo do rúmen para o sangue, podendo levar a uma complicação de acidose metabólica, sepse, trombos etc. 
· Sinais Clínicos
Sempre encarar como uma emergência, pois esse animal vem a óbito pela septicemia ou pela acidose metabólica. 
Desidratação grave e diarreia profusa com odor ácido – associada ao sequestro de líquido do organismo do animal; apatia e anorexia relacionada à acidose metabólica; dor associada à rumenite; dilatação ruminal – devido a atonia ruminal, pois não há mais a eructação levando a um abaulamento abdominal bilateralmente; e sinais nervosos devido a acidose metabólica em alguns casos, sendo menos frequente.
A acidez provoca uma irritação na mucosa ruminal – ruminite que causa uma vasodilatação da mucosa que permite um extravasamento de líquido para o organismo, podendo gerar um sepse, sendo chamada de láctica devido a produção de ácido acético pelas bactérias acidófilas; acúmulo de líquido no rúmen por um sequestro de líquido do corpo do animal para dentro do rúmen para tentar diluir o conteúdo ácido diminuindo a lesão por irritação da mucosa. Se tem atonia do rúmen também, diarreia pelo acúmulo de líquido.
· Diagnóstico
Essa acidose metabólica é mensurada com uma gasometria, sendo a forma mais fidedigna, mas nem sempre se tem um hemogasômetro disponível, avaliando pelos sinais clínicos, onde o principal sinal clínico é apatia. Saber qual a quantidade de concentrado esse animal ingere também é importante. No hemograma da aguda se tem sinais de desidratação pela hemoconcentração – alta quantidade de hematócritos, além disso se tem uma leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda degenerativa, devido as bactérias circulantes de forma aguda.
Auscultação Ruminal – atonia, na palpação se tem aumento da consistência de líquido e gás no rúmen; na sondagem se analisa o suco ruminal – com alteração da viscosidade pela análise macroscópica, com uma viscosidade mais aquosa, pH menor que 5,2; se analisaainda a prova de redução de azul de metileno para se ver a atividade bacteriana, tendo na aguda uma prova muito prolongada por se ter uma quantidade muito maior de bactérias; também se tem aumento de cloreto. Na necropsia se tem extravasamento de líquido quando se abre o rúmen, visualiza-se ruminite na mucosa do rumen e algumas vezes úlceras.
· Tratamento
· Correção da Dieta
Se tiver muito aumento de concentrado deve-se corrigir essa concentração, diminuindo o concentrado e aumentando o volumoso.
· Fluidoterapia
Na aguda a correção da acidose metabólica é o principal ponto de destaque, sendo corrigido através da fluidoterapia através do bicarbonato de sódio com ringer simples, e depois se corrige a desidratação com ringer lactato, podendo utilizar esse ringer lactato sem riscos de causar uma alcalose – já que é o mais próximo do plasma. Não se utiliza ambos juntos (bicarbonato com lactato) pois pode-se aumentar muito o poder alcalinizante, e pelo fato de que as vezes se precisa administrar cálcio no início da fluido, e cálcio com lactato precipita, causando uma embolia iatrogênica.
· Sondagem Ororuminal
Utilizada na aguda para retirar o máximo de conteúdo líquido acumulado no rumen – aquele conteúdo ácido que está causando toda a ruminite e acidose metabólica do animal.
· Transfaunação Ruminal
Transfaunação ruminal depois da sondagem ororuminal de um paciente saudável para o paciente doente – passando a microbiota.
· Tratamento Cirúrgico
Com a Ruminotomia através de uma laparotomia, sendo indicado em animais que não possuem respostas com o tratamento conservativo e não recomendado para animais muito debilitados – FC acima de 140bpm, desidratação grave, hipotermia e depressão.
· Animais Pós-Parto
Calcio ajuda a motilidade do rúmen.
· Controle
Com uma monoensima para prevenir a doença, pois ela atua como um inibidor das bactérias acidófilas, que produzem o ácido láctico, sendo utilizada mais em casos de confinamento, onde se tem maior oferta de concentrados.
· Acidose Ruminal Crônica
Se tem a acidose ruminal crônica e a aguda, onde a crônica tem a ver com a laminite subclínica, que ocorre quando o animal tem uma oferta grande de concentrado, porém a sua oferta de volumoso é baixa qualidade, ou seja, a maior parte de seus ácidos graxos é proveniente de concentrado, tendo um aumento de ácido propiônico em relação ao acético, porque o volumoso é de baixa qualidade. 
Aumento de ácidos graxos voláteis, onde o principal aumento é de ácido propiônico e butírico pelo alimento de má qualidade – sempre o concentrado, o volumoso de má qualidade não tem um aumento de ácido butírico em maior quantidade, e sim de ácido acético devido a presença de bactérias celulolíticas.
Por desequilíbrio nutricional com maior quantidade de carboidratos do que de fibras a longo prazo, e por volumoso de má qualidade.
· Patogenia
A quantidade de ácido produzido na acidose crônica é menor no que na aguda, sem tem um aumento de ácidos graxos voláteis com diminuição de pH e seleção de bactérias acidófilas. O pH é em torno de 5,2 a 6,0 – em média 5,5; se tem como resultado dessa inflamação crônica uma ruminite crônica – onde uma inflamação crônica acaba se tendo o deposito de queratina na mucosa (paraquetose ruminal, sendo visualizada na necrose) para se prevenir úlceras. Os carboidratos são absorvidos pela mucosa do rumen, tendo então uma dimin. Lição de absorção levando a um emagrecimento.
Decorrente dessa ruminite também se tem o extravasamento de bactérias na corrente sanguínea devido a vasodilatação realizada pela histamina, a histamina faz vasodilatação local e vasoconstrição periférica, essa vasoconstrição periférica e presença de trombos de bactérias causa uma falta de irritação nas extremidades do animal – casco, podendo levar a uma laminite subclínica, assim como o aparecimento de outras afecções podais, como úlceras, doença da linha branca; além disso pode-se ter abcesso em baço e em pulmão.
· Sinais Clínicos
Queda de desempenho produtivo – seja se leite ou de corte; geofagia – fibra de má qualidade oferecida ao animal leva com que ele come terra para tentar adquirir algum tipo de fibra; rumenite e úlceras ruminais – levando a dor, podendo causar um arqueamento de coluna; abcessos no fígado e baço – podendo visualizar no ultrassom; e laminite subclínica – na aguda não dá tempo de desenvolver esse quadro pois o animal morre antes.
· Diagnóstico
Saber qual a quantidade de concentrado esse animal ingere e a qualidade de volumoso – como volumoso de baixa quantidade com pouca fibra. Não se tem muitas alterações nos parâmetros. No hemograma praticamente não se tem alterações.
Auscultação ruminal com hipomotilidade; palpação com consistência sem alteração, tendo os 3 estratos do rúmen normais; na sondagem se analisa o suco ruminal, onde a viscosidade permanece normal e o pH tende a ser de 5,5; a prova de redução de azul de metileno é pouco alterada ou até mesmo normal por se tratar de um quadro crônico. Na necropsia se tem ruminite, paraquetose ruminal – detecta-se pelo endurecimento dessas papilas; úlceras e abcesso tanto em fígado, como baço e em pulmões também.
· Tratamento
· Correção da Dieta
Se tiver muito aumento de concentrado deve-se corrigir essa concentração, diminuindo o concentrado e aumentando o volumoso, onde na crônica se tem que dar um volumoso de boa qualidade, sendo na crônica a correção da dieta o ponto chave.
· Prevenção da Laminite Subclínica
Anti-histamínico junto com a alteração da dieta do animal.
· Controle
Com uma monoensima para prevenir a doença, pois ela atua como um inibidor das bactérias acidófilas, que produzem o ácido láctico, sendo utilizada mais em casos de confinamento, onde se tem maior oferta de concentrados.
TIMPANISMO EM BOVINOS
É uma distensão anormal dos pré-estômagos, principalmente de rúmen, com ingesta ou gás. Esse gás pode estar aprisionado dentro da ingesta ou em estrato gasoso – separado da ingesta.
GRAUS DE TIMPANISMO
Se tem uma classificação de 1 a 5, onde quanto maior a dilatação ruminal maior é considerado o grau/gravidade da doença, esse animal pode vir a óbito devido a essa distensão abdominal por pressionar o diafragma, morrendo de parada cardiorrespiratória.
TIMPANISMO ESPUMOSO – 1º, ALIMENTAR
Quando se tem um acúmulo de gás dentro da ingesta se tem formação de conteúdo espumoso. Sempre é decorrente de uma alteração da dieta, pela ingestão de leguminosas – tendo uma causa alimentar.
· Patogenia
Na eructação se tem 5 estágios, no 1º estágio da eructação se tem a separação de bolhas dentro da ingesta, que sobem para compor o estrato gasoso, no timpanismo espumoso se tem uma falha dessa primeira fase pois os animais tem acesso a uma grande quantidade de leguminosas muito viscosas – como alfafa e trevo, onde dietas restritas de leguminosas em grandes quantidades, verde, onde quanto mais in natura e mais jovens forem o corte dessas leguminosas mais facilmente o animal terá esse timpanismo espumoso.
Essa planta causa esse tipo de doença, pois assim como qualquer planta elas possuem cloroplastos, dentro dos cloroplastos das leguminosas se tem grande quantidade de proteínas solúveis como as saponinas e as pectinas, porém como se tem uma forragem e um capim de fácil digestão esse animal acaba tendo uma queda de pH – de 5,5 a 5,7, sendo um pH ácido que promove a desnaturação dessas proteínas, quando elas desnaturam formam como se fosse uma talha na ingesta, o que dificulta a subida/separação dessas bolhas de gás, logo, se tem uma barreira de proteínas insolúveis, se tendo como resultado a formação desse conteúdo espumoso. Uma complicação seria a obstrução do cárdia, já que o mesmo abre apenas na presença de gás – presença do estrato gasoso para o animal eructar, se há um conteúdo espumoso o animal não consegue eructar, levanto a uma dilatação do rúmen.
· Predisposição
Genética ou por trauma de glândulas salivares, onde se tem uma baixa produção de saliva, pois esta está relacionada com a manutenção do pH ideal – sendo mais difícil de acontecer.
· Sinais Clínicos
· ContornoAbdominal Alterado
Abaulamento importante do lado esquerdo, tanto na região dorsal quanto ventral.
· Sinais Decorrentes da Compressão do Diafragma
Taquicardia; taquipneia; dispnéia – boca aberta, podendo confundir com doença respiratória; protusão de língua e salivação – animal cansado que não consegue deglutir bem, respirando de boca aberta, o que leva a uma salivação maior; cianose – por não conseguir respirar de forma eficiente; desidratação e anorexia/hiporexia – pois possui dificuldade na ingestão de alimento e água; diminuição da produção de leite; e durante a auscultação ruminal se tem uma hipermotilidade no início da doença, com o decorrer da doença tende a se ter uma hipomotilidade ruminal – devido a sinais nervosos pela inervação ruminal, onde a medida que o rumen começa a se expandir ele tende a entrar em hipermotilidade, quando ele está distendido ao extremo ele entra em atonia na tentativa de proteger aquele órgão.
· Sinais de Cólica
Sendo difícil ver uma vaca com cólica pois são muito resistentes a dor, mas os sinais são muito semelhantes aos sinais de equinos, o que não se vê muito apenas é o sinal de rolar – se rolassem teriam deslocamento de abomaso. Se tem escoiceamento de abdome, animal olha para o flanco, tem arqueamento de coluna e posição antiálgica.
· Diagnóstico
· Histórico/Anamnese
Precisa saber qual o alimento esse animal come, quando se descobre que animal apenas se alimenta de leguminosas já se começa a suspeitar de timpanismo espumoso.
· Sinais Clínicos
Pelo exame físico se investiga os sinais clínicos de timpanismo, onde a não ser o dado da leguminosa os sinais clínicos são muito semelhantes, por isso precisa-se investigar de forma mais eficaz, como por sondagem.
· Sondagem Orogástrica – Ineficaz
Um animal sondado com timpanismo espumoso não se tem um conteúdo que venha de forma espontânea, mesmo quando se suga a sonda pode não vir, então se passa a sonda e muitas vezes não se vê resultado algum de redução de contorno abdominal do animal sondado – sendo muito diferente do caso de timpanismo gasoso que o gás sai imediatamente com a sonda diminuindo o abaulamento de abdome, logo, no timpanismo espumoso essa sondagem é ineficaz.
· Trocaterização – Risco
Método diagnóstico que se pode realizar pela perfuração do vazio do flanco, se tendo um risco de contaminação – peritonite (extravasar conteúdo para a cavidade abdominal), pois se precisa perfurar o abdome para entrar dentro do rumen do animal para avaliar o conteúdo.
· Ruminotomia Exploratória
Muitas vezes um tipo de diagnostico necessário para determinar o tipo de conteúdo que está no rúmen quando o mesmo não sai por sonda, onde a Ruminotomia exploratória é utilizada para visualizar esse conteúdo de forma diagnóstica e também como tratamento.
· Tratamento
· Agentes Surfactantes
Como tratamento conservativo, para diminuir a tensão superficial desse conteúdo espumoso, facilitando essa separação de bolhas de gás do líquido, se tendo uma estratificação normal depois da administração do medicamento. 
· Poloxaleno – 44mg/kg
Dilui em água morna na proporção de um litro administrando via sonda ororuminal, aguardando alguns minutos, se for timpanismo espumoso esse animal terá uma diminuição do contorno abdominal, pois esse agente irá causar uma separação dos estratos, fazendo com que o gás suba e o animal consiga eructar, ocorrendo de 15 minutos a meia hora no máximo.
· Ruminotomia + Transfaunação
Se o tratamento conservativo não funcionar se realiza a Ruminotomia, devendo ser realizado de forma rápida pois quanto mais o tempo passar mais se tem uma dilatação – timpanismo, fazendo com que o animal possa vir a óbito por parada cardiorrespiratória. Durante a Ruminotomia o conteúdo pode extravasar de uma vez, precisa-se retirar o máximo possível desse conteúdo espumoso, e logo após a retirada pode-se fazer a transfaunação – que é a infusão de líquido ruminal saudável.
· Suporte
Fluidoterapia – se necessário, como em casos de desidratação, mas a Transfaunação já é um meio de hidratar esse animal.
AULA 4 – 13/05/2019
SEMANA DA SEVAM
AULA 5 – 20/05/2019
AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO
TIMPANISMO GASOSO – 2º, PATOLOÓGICO
Quando existe uma separação das bolhas de ar e elas sobrem para o estrato gasoso – compõem o estrato dorsal, já é um timpanismo gasoso. É mais complexo do que o espumoso, envolvendo uma série de doenças, como a acidose, que também causa um timpanismo gasoso pelo acúmulo de gás provocado pela atonia ruminal. Por isso se chama patológico ou secundário, pois sempre está relacionado a outras patologias.
· Causas
· 1º Estágio da Eructação NORMAL – Separação
· Falha do 2º Estágio da Eructação – Deslocamento
· Atonia Ruminal
A atonia ruminal causa uma falha do deslocamento pois se precisa do movimento de contração do rúmen para que o estrato gasoso entre em contato com o cárdia, onde qualquer doença que leve uma atonia ruminal, como até mesmo uma acidose rumina, pode levar a um timpanismo gasoso.
· Hipocalcemia Puerperal
Uma vaca que está no período pós parto mobilizou bastante cálcio para a contração do útero quanto para a produção do colostro, tendo geralmente uma hipocalcemia fisiológica, porém pode adquirir uma hipocalcemia patológica em animais desnutridos ou com uma deficiência maior de cálcio, animais nesse estado ficam em uma posição de decúbito permanente – não tendo forças para se levantar, quando o veterinário administra cálcio o animal se levanta rapidamente. Como o rúmen precisa de cálcio para contrair – assim como qualquer órgão ou músculo, quando se tem hipocalcemia se tem atonia de rúmen também.
· Distensão Abomasal
· Acidose Ruminal
O abaulamento do abdome é um dos sinais clínicos da acidose ruminal, que é causada pelo aumento do estrato líquido e do estrato gasoso, pois o rúmen entra em êxtase, se tendo um acúmulo de gás – timpanismo associado à acidose ruminal.
· Dor
Em qualquer processo doloroso o animal pode parar de ruminar ou parar de ter motilidade.
· Anestesia Geral
Se evita fazer em bovinos principalmente por causar um timpanismo exacerbado onde animal entra em decúbito lateral não conseguindo eructar mais.
· Fármacos Depressores, Toxinas e Febre
Casos relatados com timpanismo gasoso decorrente de atonia ruminal.
· Síndrome de Hoflund – Indigestão Vagal
É um tipo de timpanismo recidivante, onde nessa síndrome se sonda o animal tendo um alívio imediato daquela situação, mas não se tratou a causa, onde a causa que está levando a essa lesão do nervo vago não foi tratada, logo o animal irá timpanizar novamente. 
 Perineurite Vagal
O que pode levar essa síndrome são outras doenças que causam uma perineurite vagal – inflamação do nervo vago, como:
· Reticulo Pericardite Traumática – RPT
Onde o nervo vago vem do esôfago se ramificando em ramo dorsal e ramo ventral, cada um desses ramos possuem várias ramificações no rúmen e retículo, dependendo de onde tiver a lesão nesse nervo vago se terá uma atonia nessa região, onde quanto mais próxima a lesão da base do nervo maior será a região de atonia, logo, se houver uma RPT se terá lesão de um ramo de um nervo próximo a base – no reticulo, levando a uma queda de motilidade ruminal – às vezes de atonia de rúmen, o que vai fazer com que o animal tenha dificuldade em eructar – 2ª Fase da Eructação, o nervo vago além de possibilitar a contração/motilidade ruminal, também faz o comando de abertura e fechamento de esfíncteres, como o cárdia, retículo-omasal e o esfíncter pilórico, se o nervo vago for afetado pode ter um ou outro esfíncter também afetado, até mesmo podendo afetar todos.
· Rumenites
Como na acidose metabólica – aguda ou crônica, onde o local que se teve inflamação na mucosa tem um nervo passando, onde a região ficará inflamada tendo problema também de comando.
Depende muito do grau para o animal se recuperar, analisando se chegou a ulcerar, se chegou a causar alguma coisa mais grava, podendo até mesmo não se recuperar dessa lesão do nervo – sendo muito difícil recuperar lesão do nervo.
· Pleurite Necrótica
 Compressão
Compressão do nervo vago ondealguma massa está comprimindo o nervo vago dificultando a sua passagem de estímulos. Onde um tubérculo/granuloma de tuberculose, um linfonodo infartado por uma leucose – doença que não tem cura, é difícil se ter a recuperação da lesão do nervo vago, se a lesão compressiva for simplesmente por um abscesso se consegue reverter.
· Falha no 3º Estágio da Eructação – Transferência
Se tem a impossibilidade do cárdia em abrir, levando a uma obstrução do cárdia.
· Obstruções Físicas 
Como por exemplo, frutas, que o animal ingere inteiro parando na região de cárdia impossibilitando o animal de eructar por estar impedindo a sua abertura. 
Pode-se ter obstrução intestinal?
Não se tem obstrução intestinal pois antes de chegar ao intestino precisa passar do retículo para o omaso, onde se tem um orifício chamado de reticulo-omasal que permite a passagem apenas de partículas de até 2mm, ou seja, se esse alimento não for digerido pelo rúmen do animal ele permanecerá no rúmen.
· Obstruções Funcionais do Cárdia
Obstrução por alguma massa, carcinoma, neoplasia ou papiloma que ocorre no cárdia impossibilitando sua abertura.
· Papiloma
Por papilomatose, caracteriza-se pela formação de papilomas que se assemelham a tumores na pele e mucosa dos bovinos.
· Carcinoma de Células Escamosas – CCE
· Síndrome de Hoflund
Alterações na inervação do cárdia.
· Falha no 4º Estágio da Eructação – Esofágico
Falha na contração do esôfago, se encontra atônito, que impossibilita o peristaltismo que leva o gás até a boca do animal
· Obstruções Esofágicas
Por corpos estranhos, ou por uma obstrução por uma deficiência dessa contração retrógrada – sentido rúmen para a boca do animal, essa deficiência ocorre muito em animais com tétano – espasmo da musculatura esofágica; às vezes pode ocorrer até mesmo por raiva.
· Sinais Clínicos
· Contorno Abdominal Alterado
Abaulamento na região dorsal do abdome esquerdo – no vazio do flanco.
· Sinais Decorrentes da Compressão do Diafragma
Taquicardia; taquipneia; dispnéia – boca aberta, podendo confundir com doença respiratória; protusão de língua e salivação – animal cansado que não consegue deglutir bem, respirando de boca aberta, o que leva a uma salivação maior; cianose – por não conseguir respirar de forma eficiente; desidratação e anorexia/hiporexia – pois possui dificuldade na ingestão de alimento e água pela distensão do rúmen; diminuição da produção de leite; e durante a auscultação ruminal se tem uma hipermotilidade no início da doença, com o decorrer da doença tende a se ter uma hipomotilidade ruminal – devido a sinais nervosos pela inervação ruminal, onde a medida que o rumen começa a se expandir ele tende a entrar em hipermotilidade, quando ele está distendido ao extremo ele entra em atonia na tentativa de proteger aquele órgão.
· Sinais de Cólica
Sendo difícil ver uma vaca com cólica pois são muito resistentes a dor, mas os sinais são muito semelhantes aos sinais de equinos, o que não se vê muito apenas é o sinal de rolar – se rolassem teriam deslocamento de abomaso. Se tem escoiceamento de abdome, animal olha para o flanco, tem arqueamento de coluna e posição antiálgica.
· Diagnóstico
· Histórico/Anamnese
Precisa saber qual o alimento esse animal come – sabendo se teve uma reforma de seca na propriedade por causa da RPT, assim como se precisa saber se é uma vaca pós-parto – pela hipocalcemia. Pesquisando de acordo com as causas da doença.
· Sinais Clínicos
Também ajudam no diagnóstico.
· Trocaterização 
Mesma coisa que no espumoso, devido ao risco de peritonite – por ser mais invasivo, deve-se sempre optar primeiro pela sondagem ororuminal.
· Sondagem Orogástrica
Saída de gás espontânea pela sonda, liberando o gás de forma espontânea. 
· Atonia da Parede
A sonda passa com facilidade e libera os gases.
· Obstrução do Cárdia ou Compressão
Pode se ter compressão extra esofágica como por linfonodos mediastínicos, onde a sonda passa com dificuldade e libera os gases.
· Obstrução do Esôfago 
Por obstrução intra-esofágico a sonda não passa.
· Tratamento
· Sonda Ororuminal
Alívio e coleta de líquido ruminal com sonda de silicone.
Em casos de obstrução do esôfago se utiliza uma sonda de aço inoxidável / sonda schambye – onde animal pode mastigar que não irá rasgar, não precisando de protetor de boca, no final dessa sonda se tem uma peça romba que cai no final do rumen, tendo como se fosse uma peneira que serve para coletar o fluído ruminal por essa sonda para se realizar o exame desse fluído – a sonda de silicone fica em cima retirando apenas o ar não conseguindo coletar o fluído. Devido essa peça romba a chance de se romper o esôfago é menor, pode-se ainda utilizar um óleo mineral no esôfago do animal para que essa sonda deslize melhor, e com todo o cuidado pode-se tentar empurrar esse corpo estranho para dentro do rúmen – para que ele consiga passar pelo cárdia. Pode-se tentar também fazer a captura desse corpo estranho pela sonda thygesen, que possui uma alça em uma extremidade para capturar e puxar esse corpo estranho – primeiro se tenta capturar, se não conseguir se tenta empurrar, se não conseguir a única saída é uma cirurgia para a retirada do corpo estranho.
· Trocaterização
Realizada quando não se consegue passar a sonda, para aliviar o timpanismo desse animal.
· Tratar Doença Associada
Como a hipocalcemia puerperal, acidose ruminal, distensão abomasal, abscessos, corpos estranhos são mais facilmente tratados. RPT, rumenites, pleurite necrótica, tuberculose, leucose, CCE, papiloma e tétano são mais difíceis de serem tratadas ou até mesmo não são tratadas.
· Ruminotomia + Transfaunação
Como na acidose ruminal – Ruminotomia para retirada do conteúdo ácido associado a transfaunação.
· Suporte
Fluidoterapia – se necessário, porém quase sempre é necessário, com ringer simples ou ringer lactato que é bem parecido com plasmo sanguíneo.
INDIGESTÃO VAGAL – SÍNDROME DE HOFLUND – TIMPANISMO RECIDIVANTE
CAUSAS
· Perineurite Vagal
Tudo o que está relacionado com lesão de nervo vago em algum ramo causando atonia ruminal ou alguma lesão em algum nervo vago de esfíncter, ocorre por RPT, ruminites, pleurite necrótica.
· Cárdia
Falha de cárdia leva a um timpanismo gasoso – animal não consegue eructar, logo se tem um empanzinamento/abaulamento de rúmen – dorsal.
· Falha no Esfíncter Retículo-Omasal – Estenose Anterior
Aumento de volume em rumen e reticulo, onde esses órgãos ficam principalmente no lado esquerdo do abdome – abaulamento maior do flanco esquerdo. 
Omaso, abomaso e intestinos permanecem vazios.
· Falha no Esfíncter Pilórico – Estenose Posterior
Aumento de alimento em todos os pré-estômagos, onde somente o intestino estará sozinho, logo se terá um abaulamento do lado direito e esquerdo – devido ao abaulamento também do abomaso.
· Compressão
Tuberculose, leucose, abscessos.
SINAIS CLÍNICOS
· Contorno Abdominal
Se tem uma proeminência maior do lado direito em Estenose Funcional Posterior devido ao abomaso, que não se tem em Estenose Funcional Anterior, porém apenas isso não é o suficiente para se identificar.
· Hipermotilidade Ruminal
Em fase inicial se tem hipermotilidade que causa cólica, mas é difícil identificar por ser bem inicial, com o tempo isso tende a entrar em atonia.
· Timpanismo Recidivante 
Se sonda o animal várias vezes sem efetividade, se tendo alívio, mas depois de meia hora ou uma hora o animal timpaniza novamente.
· Obstipação
Sinal clínico que não se tem nos outros casos de timpanismo, pois se há lesão de nervo vago, esse nervo vago também irá alterar peristaltismo intestinal, apresentando dificuldade em defecar – fezes retidas.
· Bradicardia
Enquanto outros tipos de timpanismos se tem taquicardia a indigestão vagal se tem bradicardia, devendo analisar se o animal tem uma bradicardia por insuficiência cardíaca ou por alguma lesão de nervo vago, pois lesões no nervo vago em pontos distais à inervação cardíaca causa bradicardia.
DIAGNÓSTICO
· Teste da Atropina
Teste realizado para diferenciar uma bradicardia intrínseca – com origem no coração, animal com insuficiência cardíaca,ou se é uma bradicardia extrínseca – ocasionada por uma lesão de nervo vago, onde o nervo vago quando lesionado causa uma inibição dos batimentos cardíacos. 
A atropina aumenta o batimento cardíaco, antes do teste se deixa o animal em um ambiente calmo aferindo sua frequência cardíaca, depois de administra a atropina, onde se afere novamente a frequência cardíaca, se a atropina funcionar – aumento de 16% após 15 minutos da aplicação de atropina, significa que o coração desse animal está saudável; se o animal continuar com bradicardia indica que animal não respondeu à estimulação, ou seja, possui alguma alteração cardíaca.
Não se faz esse teste em qualquer caso de timpanismo gasoso, se realiza apenas quando se tem suspeita de uma indigestão vagal.
TRATAMENTO
Geralmente ineficaz, pode-se sugerir para o proprietário aplicar uma fistula ruminal – sempre havendo saída de gás por essa fistula, porém, por não ser viável normalmente se realiza o abate. Pode-se realizar sondagem frequente também, não sendo viável para o proprietário também.

Continue navegando