Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro AD2 – CÁLCULO IV – Tutor 2021-2 Questão 1 [2,5 pontos] (a) [1,5 ponto] Calcule o trabalho realizado pela força ~F (x, y) = (3y2 + 2 , 16x) ao mover uma part́ıcula desde (−1, 0) a (1, 0) segundo a metade superior da elipse b2x2 + y2 = b2. (b) [1,0 ponto] Determine a elipse que torna o trabalho de (a) ḿınimo posśıvel. x y C 1−1 b Fig. 1: Caminho C Solução: (a) De b2x2 + y2 = b2, y ≥ 0, temos C : x2 + y 2 b2 = 1, y ≥ 0, cujo esboço está representado na Fig. 1. Uma parametrização de C é dada por: C : ~r(t) = (− cos t , b sen t), 0 ≤ t ≤ π. Logo, ~r ′(t) = (sen t , b cos t). Pede-se calcular W = ∫ C ~F · d~r = ∫ π 0 ~F (~r(t)) · ~r ′(t) dt. Temos ~F (~r(t)) = ~F (− cos t , b sen t) = (3b2 sen2 t+ 2 , −16 cos t). Assim, W = ∫ π 0 (3b2 sen2 t+ 2 , −16 cos t) · (sen t , b cos t) dt = ∫ π 0 (3b2 sen3 t+ 2 sen t− 16b cos2 t) dt = ∫ π 0 [3b2 sen t(1− cos2 t) + 2 sen t− 16b cos2 t] dt = 3b2 [ − cos t+ cos 3 t 3 ]π 0 + [ − 2 cos t ]π 0 − 16b · 12 [ t+ sen 2t2 ]π 0 = 3b2 · 2 ( 1− 13 ) − 2(−2)− 8πb = 4b2 − 8πb+ 4. Ou seja, W = 4b2 − 8πb+ 4 u.w. (b) De (a), temos W = W (b) = 4b2 − 8πb+ 4. Logo, W ′(b) = 8b− 8π. Donde Cálculo IV – AD2 AD2 – Tutor 2 W ′(b) = 0 =⇒ 8b− 8π = 0 =⇒ b = π. Como W ′′(b) = 8 > 0, então pelo teste da derivada segunda, W tem um ḿınimo absoluto em b = π. Assim, o trabalho é ḿınimo para b = π. Portanto, a elipse que torna o trabalho ḿınimo posśıvel é a elipse x2 + y 2 π2 = 1. Questão 2 [2,5 pontos] Considere o campo vetorial dado por ~F (x, y) = ∇f(x, y)− x 2y2 2 ~ı + xy3~ , onde f(x, y) = x5exy ln(1+y2), calcule ∮ C ~F ·d~r, onde C é formada pela parte superior de x2 +y2 = ax e o eixo x, percorrida no sentido anti-horário. Solução: O esboço de C está ilustrado na Fig. 2. x y C a 2 a Fig. 2: Curva C x y C=∂D D a 2 a Fig. 3: Região D A curva C é bordo da região D : x2 + y2 ≤ ax, y ≥ 0. De ~F (x, y) = ∇f(x, y)− x 2y2 2 ~ı + xy3~ , temos ~F = ( ∂f ∂x , ∂f ∂y ) + ( −x 2y2 2 , xy 3 ) = ( ∂f ∂x − x 2y2 2 , ∂f ∂y + xy3 ) . Pondo ~F = (P,Q), temos P = ∂f ∂x − x 2y2 2 , Q = ∂f ∂y + xy3. Então, ∂Q ∂x − ∂P ∂y = ( ∂2f ∂x ∂y + y3 ) − ( ∂2f ∂y ∂x − x2y ) = ∂ 2f ∂x ∂y − ∂ 2f ∂y ∂x + y3 + x2y. Como f(x, y) = x5exy ln(1 + y2) é de classe C2 em R2, então pelo Teorema de Schwarz, temos ∂2f ∂x ∂y = ∂ 2f ∂y ∂x . Assim, ∂Q ∂x − ∂P ∂y = y3 + x2y = y(x2 + y2). Aplicando o Teorema de Green, obtemos:∮ C ~F · d~r = ∫∫ D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dx dy = ∫∫ D y(x2 + y2) dx dy. Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV – AD2 AD2 – Tutor 3 Usando coordenadas polares, temos: • y(x2 + y2) dx dy = r sen θ · r2 · r dr dθ = r4 sen θ dr dθ; • Drθ : 0 ≤ θ ≤ π 2 , 0 ≤ r ≤ a cos θ. Então, ∮ C ~F · d~r = ∫∫ Drθ r4 sen θ dr dθ = ∫ π/2 0 ∫ a cos θ 0 r4 sen θ dr dθ = ∫ π/2 0 sen θ [ r5 5 ]a cos θ 0 dθ = a 5 5 ∫ π/2 0 sen θ cos5 θ dθ = a 5 5 [ − cos 6 θ 6 ]π/2 0 = a 5 30(0 + 1) = a5 30 . Ou seja, ∮ C ~F · d~r = a 5 30 . Questão 3 [3,0 pontos] Seja S a superf́ıcie obtida girando-se a curva z = 1− x2, 0 ≤ x ≤ 1, em torno do eixo z. x y z C S 1 1 1 Fig. 4: Curva C e superf́ıcie S (a) [1,0 ponto] Apresente uma parametrização para S. (b) [2,0 pontos] Calcule ∫∫ S1 xy x2 + y2 dS, onde S1 é a porção de S (do item (a)) que se encontra no interior da metade do cilindro x2 + y2 = y, x ≥ 0. Solução: (a) O esboço da superf́ıcie S está representado na Fig. 4. Uma parametrização da curva C é dada por: C : ~r(t) = (x(t) , 0 , z(t)), onde x(t) = t, z(t) = 1− t2 com 0 ≤ t ≤ 1. Da teoria, uma parametrização para S é dada por: S : ~r(t, θ) = (x(t) cos θ , x(t) sen θ , z(t)) = (t cos θ , t sen θ , 1− t2), com (t, θ) ∈ D : 0 ≤ t ≤ 1 , 0 ≤ θ ≤ 2π. (b) O esboço da superf́ıcie S1 está ilustrado na Fig. 5. x y z S1 1 1 1 Fig. 5: Superf́ıcie S1 x y −12 D 1 1 Fig. 6: Região D Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV – AD2 AD2 – Tutor 4 Da parametrização de S, temos: x = t cos θ , y = t sen θ , z = 1− t2 donde x2 + y2 = t2 e z = 1− x2 − y2. Assim, a equação cartesiana de S é: S : z = 1− x2 − y2 , x2 + y2 ≤ 1. A superf́ıcie S1 é dada por: S1 : z = 1− x2 − y2 , (x, y) ∈ D1 : x2 + y2 ≤ y , x ≥ 0. Temos: dS = √ 1 + (zx)2 + (zy)2 dx dy = √ 1 + 4x2 + 4y2 dx dy. Então: ∫∫ S1 xy x2 + y2 dS = ∫∫ D1 xy x2 + y2 √ 1 + 4(x2 + y2) dx dy. Em coordenadas polares, temos: • xy x2 + y2 √ 1 + 4(x2 + y2) dx dy = r 2 cos θ sen θ r2 √ 1 + 4r2 r dr dθ = cos θ sen θ √ 1 + 4r2 r dr dθ; • D1rθ : 0 ≤ θ ≤ π 2 , 0 ≤ r ≤ sen θ. Assim,∫∫ S1 xy x2 + y2 dS = ∫∫ D1rθ cos θ sen θ √ 1 + 4r2 r dr dθ = ∫ π/2 0 cos θ sen θ ∫ sen θ 0 √ 1 + 4r2 r dr dθ = 18 ∫ π/2 0 cos θ sen θ ∫ sen θ 0 (1 + 4r2)1/2 (8r) dr dθ = 18 ∫ π/2 0 cos θ sen θ · 23 [ (1 + 4r2)3/2 ]sen θ 0 dθ = 112 ∫ π/2 0 cos θ sen θ [ (1 + 4 sen2 θ)3/2 − 1 ] dθ = 112 · 8 ∫ π/2 0 8 cos θ sen θ(1 + 4 sen2 θ)3/2dθ − 112 ∫ π/2 0 cos θ sen θ dθ = 196 · 2 5 [ (1 + 4 sen2 θ)5/2 ]π/2 0 − 112 [ sen2 θ 2 ]π/2 0 = 1240 (5 5/2 − 1)− 124 = 1 240(25 √ 5− 11). Ou seja, ∫∫ S1 xy x2 + y2 dS = 1 240(25 √ 5− 11). Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV – AD2 AD2 – Tutor 5 x y z S R R R r (x, y, z) P (0, 0, b) Fig. 7: Esfera de raio R Questão 4 [2,0 pontos] Calcule ∫∫ S dS r2 , onde S é a esfera x2 + y2 + z2 = R2 e r é a distância entre (x, y, z) ∈ S e o ponto fixo P = (0, 0, b), b > R. Solução: O esboço de S está representado na Fig. 7. Temos r = √ x2 + y2 + (z − b)2 = √ x2 + y2 + z2 − 2bz + b2 = √ R2 − 2bz + b2, pois (x, y, z) ∈ S : x2 + y2 + z2 = R2. Então, 1 r2 = 1 R2 − 2bz + b2 . Uma parametrização de S é dada por: S : ~r(φ, θ) = (R senφ cos θ , R senφ sen θ , R cosφ), com (φ, θ) ∈ D : 0 ≤ φ ≤ π, 0 ≤ θ ≤ 2π. Como dS = R2 senφ dφ dθ, então∫∫ S 1 r2 dS = ∫∫ S 1 R2 − 2bz + b2 dS = ∫∫ D R2 senφ R2 − 2bR cosφ+ b2 dφ dθ = R2 ∫ π 0 senφ R2 − 2bR cosφ+ b2 ∫ 2π 0 dθ dφ = 2πR2 ∫ π 0 senφ R2 − 2bR cosφ+ b2 dφ = 2πR 2 2bR [ ln (R2 − 2bR cosφ+ b2) ]π 0 = πR b ln(R + b)2 − ln(R− b)2︸ ︷︷ ︸ = ln(b − R)2 = πR b ln ( b+R b−R )2 = 2πR b ln b+R b−R . Ou seja, ∫∫ S dS r2 = 2πR b ln b+R b−R . Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ
Compartilhar