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Cervicite e Doença Inflamatória Pélvica

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Atenção Primária à Saúde – Amanda Longo Louzada 
1 CERVICITE E DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA 
INTRODUÇÃO: 
 Mais comum em mulheres abaixo dos 25 anos 
 Comumente causado pela Neisseria gonorroeae 
e Clamídia, mas na grande maioria dos casos 
não se acha o agente etiológico. 
 Sabonetes vaginais, desodorantes químico e 
alguns espermicidas estão implicados na 
etiologia da doença 
 Caso seja causado por uma infecção, é 
considerado uma IST 
 Também pode ser causado por Trichomonas 
Vaginallis 
TIPOS: 
 Aguda: até 3 meses, costuma ter causa 
infecciosa 
 Crônica: duração maior que 3 meses, costumam 
ter causa tumorais ou inflamatórias 
FATORES DE RISCO: 
 Início da atividade sexual antes dos 15 anos 
 Abaixo de 25 anos, sexualmente ativa com 
múltiplos parceiros sexuais 
 Histórico de IST 
 Uso de duchas ou tampões vaginais 
 Fertilização in vitro 
 Deve sempre ser investigado 
SINTOMAS: 
 Cervicite Gonocócica: é assintomática em 60 a 
80% dos casos. Quando sintomática, apresenta 
secreção endocervical mucopurulenta, dor 
pélvica, dispareunia, colo uterino friável com fácil 
sangramento à manipulação ou durante o coito, 
sangramento irregular, hiperemia vaginal, disúria 
e polaciúria 
 Cervicite não Gonocócica: geralmente são 
assintomáticas. No entanto, em longo prazo, 
sobretudo nas mulheres, podem ocasionar 
morbidades. Mais de um terço das mulheres 
infectadas por clamídia terá doença inflamatória 
pélvica (DIP). 
 Todas as mulheres com sinais e sintomas 
sugestivos de cervicite devem ser avaliadas 
também para DIP 
ANAMNESE: 
 A anamnese de uma mulher com queixa de 
corrimento vaginal deve incluir informações sobre 
os sintomas apresentados: aspecto, quantidade, 
odor do corrimento; prurido; inflamação local; 
disúria; dispareunia; dor pélvica. 
 O uso de preservativo e outros métodos 
anticoncepcionais, a pesquisa das parcerias 
sexuais e do tipo de atividade sexual recente 
(vaginal, anal) são elementos úteis na avaliação 
da vulnerabilidade a ISTs e no dimensionamento 
do conjunto de recomendações necessárias, que 
possivelmente deverão envolver as parcerias 
sexuais 
 Também é importante verificar a relação com 
mudanças no pH, na flora vaginal e em causas 
não infecciosas de corrimento. Dessa forma, é 
válido inquirir sobre ciclo menstrual, contato 
vaginal com esperma, uso de lubrificantes, 
sabonetes, realização de duchas íntimas. 
 Caracterização do corrimento vaginal: 
 Consistência, cor e alterações no odor do 
corrimento; 
 Presença de prurido; e/ou 
 Irritação local 
 Investigação da História Clínica: 
 Comportamentos e práticas sexuais; 
 Data da última menstruação; 
 Práticas de higiene vaginal e uso de 
medicamentos tópicos ou sistêmicos; 
 Outros potenciais agentes irritantes locais. 
EXAME FÍSICO: 
 Exame da genitália externa e região anal. 
 Visualização integral do introito vaginal. 
 Exame especular para visualização adequada da 
vagina, suas paredes, fundo de saco e colo 
uterino. 
 Realização do teste do pH vaginal, se necessário 
e disponível, colocando a fita de papel indicador 
na parede vaginal lateral, por 1 minuto, evitando 
tocar o colo uterino. 
 Quando necessário e disponível, fazer coleta de 
material para a realização de bacterioscopia e do 
teste de Whiff (se positivo, a aplicação de 1 a 2 
gotas de KOH a 10% na lâmina com a secreção 
vaginal ocasiona o surgimento de um odor fétido 
de peixe em putrificação, em geral associado à 
vaginose bacteriana). 
 Realização do teste do cotonete do conteúdo 
cervical se indicada investigação de cervicites 
(coleta de swab endocervical com cotonete e 
observação de muco em contraste com um papel 
branco) 
 Se necessário, realização de coleta de material 
para cultura. 
 Durante o exame ginecológico, o profissional de 
saúde deve observar e anotar as características 
do corrimento questionadas à paciente, bem 
como a existência de ulcerações, edema e/ou 
eritema. 
 Fazer o teste de pH vaginal, colocando, por um 
minuto, a fita de papel indicador na parede 
vaginal lateral (evitar tocar o colo). 
Atenção Primária à Saúde – Amanda Longo Louzada 
2 CERVICITE E DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA 
 Colher material para o teste de Whiff (teste das 
aminas ou do “cheiro” – em uma lâmina ou 
chumaço de gaze, acrescentar uma gota de 
KOH 10% sobre o conteúdo vaginal coletado, 
sendo positivo se apresentar cheiro de peixe 
podre) e para realização da bacterioscopia, 
quando disponível. 
 Havendo possibilidade de realização no local, 
coletar material endocervical para cultura de N. 
gonorrhoeae em meio de transporte e pesquisa 
de C. trachomatis e N. gonorrhoeae por biologia 
molecular; a amostra para biologia molecular 
pode ser substituída pela urina de 1º jato 
(armazenada na bexiga no mínimo por 4h), 
seguindo as orientações da coleta e 
armazenamento, conforme o meio a ser 
utilizado. 
 Palpação bimanual para palpar anexos, caso 
seja DIP o paciente vai apresentar dor a 
palpação bilateral na maioria das vezes, mas 
não é patognomônico de DIP 
 Toque vaginal: importante para diagnóstico da 
DIP, caso a paciente tenha doença ela vai sentir 
dor, podendo sair sangue ou não 
DIAGNÓSTICO: 
 O diagnóstico é clínico 
 Pode ser feito por uso de biologia molecular, 
para a detecção do material genética dos 
agentes infecciosos tanto para pacientes 
sintomáticos e assintomáticos 
TRATAMENTO: 
 Infecção Gonocócica: 
 Ciprofloxacina 500mg (1 comprimido, por via 
oral em dose única) + Azitromicina 500 mg (2 
comprimidos, via oral, dose única) 
 1º opção: Ceftriaxona 500 mg (intramuscular 
em dose única) + Azitromicina 500 mg (2 
comprimidos, via oral, dose única) 
 ou: ceftriaxona 500 mg (IM) + Doxiciclina 100 
mg, VO (2x ao dia por 7 dias) – não pode ser 
usada em gestantes 
 2ª Opção: gentamicina 240 mg, dose única IM 
+ Azitromicina 500 mg (2 comprimidos, via oral, 
dose única) 
 Ou: gentamicina 240 mg, dose única IM + + 
Doxiciclina 100 mg, VO (2x ao dia por 7 dias) – 
não pode ser usada em gestantes 
 Em pessoas com HIV pode ser feito o 
tratamento usual 
 Infecção por Clamídia: 
 Azitromicina 500 mg (2 comprimidos, via oral 
em dose única) 
 Doxiciclina 100 mg (via oral, 2 vezes ao dia, 
por 7 dias), não pode ser feita para gestantes 
 Amoxicilina 500 mg (via oral, 3 vezes ao dia 
por 7 dias) 
 Todos os parceiros sexuais dos últimos 60 dias 
devem ser tratamento, independente se é 
assintomático ou não 
DIP: 
 Diagnóstico clínico 
 Precisa de 3 critérios maior e 1 menor 
 Critérios Maiores: 
 Dor no hipogástrio 
 Dor à palpação dos anexos: usado para 
confirmar a doença 
 Dor a mobilização do colo uterino: 
 Critérios menores: 
 Temperatura axilar maior que 37,5ºC ou 38,3ºC 
 Conteúdo vaginal ou secreção endocervical 
anormal 
 Massa pélvica 
 Mais de cinco leucócitos por campo de imersão 
em material de endocérvice 
 Leucócitos em sangue periférico 
 Proteína C reativa ou velocidade de 
hiperssensibilização (VHS) elevada 
 Compensação laboratoriais de infecção 
cervical por gonococos, clamídia ou 
micoplasma 
 Critérios Elaborados: 
 Evidência histopatológica de endometrite 
 Presença de abcesso tubo-ovariano ou de 
fundo de saco de Douglas em estudos de 
imagem 
 Laparoscopia com evidência de DIP 
 Diagnóstico diferencial: cistite, apendicite, torção 
do tumor cístico de ovário, obstrução por cálculo 
no trato urinário, diverticulite 
 A ocorrência de spotting em usuárias de 
anticoncecpcional de baixo dosagem, deve ser 
investigada uma vez que pode indicar essa 
condição 
 Todas as pacientes devem fazer teste de 
gravidez, para fazer diagnóstico diferencial de 
gravidez ectópica 
 Tratamento: Ceftriaxona 500 mg (intramuscular 
em dose única) + Azitromicina 500 mg (2 
comprimidos, via oral, por 2 semanas) + 
metronidazol (12\12h por 2 semanas 
 Ou: ceftriaxona500 mg (IM) + Doxiciclina 100 
mg, VO (2x ao dia por 7 dias) – não pode ser 
usada em gestantes + metronidazol (12\12h 
por 2 semanas 
 Hospitalar: pacientes imunossuprimidos 
descompensados, infecções de repetição, 
abcesso tubo ovariano e gestante 
Atenção Primária à Saúde – Amanda Longo Louzada 
3 CERVICITE E DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA 
 Complicações: as complicações agudas mais 
comuns são peritonite pélvica e abcesso tubo 
ovariano. Crônica é infertilidade 
 Na gestação está associada ao aumento da 
morbidade materno e fetal

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