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Defesas contra variações na concentração do H+. Sistema- tampão químico: ( HCO3, hemácias, proteínas plasmáticas) contidas nos líquidos corporais que se combinam, imediatamente, com um ácido ou base para evitar alterações excessivas na concentração de H+. Respondem em fração de segundos quando ocorrem variação na concentração de H+ para minimizar essas alterações. Esse sistema não eliminam ou acrescem íons H+ ao corpo, mas apenas os mantêm controlados ate que o balanço possa ser restabelecido. Sistema tampões Defesas contra variações na concentração do H+ O tampão fisiológico mais importante é o sistema extracelular HCO3–/CO2, descrito na equação: H++ HCO3−⇔ H2CO3⇔ CO2+ H2O Aumento de H+ desloca a equação para a direita e gera CO2. Esse importante sistema tampão é altamente regulado; as concentrações de CO2 podem ser finamente controladas pela ventilação alveolar e o H+ e o HCO3– podem ser finamente regulados pela excreção renal. Outros tampões fisiológicos importantes incluem fosfatos intracelulares orgânicos e inorgânicos e proteínas, incluindo hemoglobina nos eritrócitos. Os fosfatos extracelulares e as proteínas plasmáticas são menos significativos. Em relação as proteínas, como o H+ tem alta afinidade de ligação às proteínas no pH intracelular o aumento de sua concentração eleva sua , ligação às proteínas intracelulares, alterando sua carga elétrica , dando origem a HCO3. Sistema tampões Defesas contra variações na concentração do H+ Age em questão de minutos eliminado CO2 e portanto HCO3. Regula a remoção do CO2 e, portanto, de H2CO3 do líquido extracelular As concentrações de CO2 são finamente reguladas por alterações do volume corrente e da frequência respiratória (ventilação minuto). A diminuição do pH é detectada por quimiorreceptores arteriais que estimulam o aumento do volume corrente ou da frequência respiratória; exalado o CO2 e elevando o pH do sangue. Em contraste com o tamponamento químico, que é imediato, a regulação pulmonar ocorre em minutos a horas. Regulação pulmonar CENTRO RESPIRATÓRIO https://www.youtube.com/watch?v=fJlhtQXn5Ps&t=43s Defesas contra variações na concentração do H+ O Sistema renal pode excretar tanto urina ácida como alcalina, reajustando a concentração de H+ no liquido extracelular para níveis normais, durante a ácidose e a alcalose. É a resposta mais lenta, se comparada com as outras defesa. Entra em ação após horas de instalação do distúrbio e dura por vários dias e é sem duvida o mais potente dos sistemas reguladores Os rins controlam o pH, ajustando a quantidade de HCO3– reabsorvido e a quantidade de H+ excretada; o aumento de HCO3– equivale à remoção de H+. As alterações na manipulação ácido-base renal ocorrem horas a dias após as alterações do estado ácido-base. Regulação renal DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO O pH normal do sangue oscila entre 7,35 e 7,45. Havendo aumento das concentrações de íons H , o pH diminui para valores inferiores a 7,35, configurando a acidose. Se houver diminuição de íons H, o pH aumenta acima de 7,45, caracterizando a alcalose. Os valores de normalidade dos componentes da gasometria podem ser observados abaixo. pH = 7,35 a 7,45 pCO2 = 35 a 45 mmHg pO2 = 80 a 100 mmHg SaO2 = 96 a 98% BE = 2/+2 HCO3 = 22 a 26 mEq/l DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE Equilíbrio de pH – Metabolismo Equilíbrio de pH – Sistema respiratório Distúrbios de natureza metabólica Alterações primárias na concentração de bicarbonato são chamados de distúrbios metabólicos e resultam de anormalidades no conteúdo de bases ou ácidos. Acidose ou alcalose metabólicas compreendem, assim, alterações do metabolismo. Acidose Metabólica Quando o organismo acumula ácidos do metabolismo (lático, pirúvico, clorídrico, sulfúrico...) o pH do sangue se reduz. Então temos a acidose metabólica. Distúrbios de natureza metabólica pH = 7,32 Acidose pH = 7,35 a 7,45 pCO2 = 35 a 45 mmHg pO2 = 80 a 100 mmHg SO2 = 96 a 98% BE = 2/+2 HCO3 = 22 a 26 mEq/l pCO2 = 42 Normal HCO3 = 19 Baixo = Ácido Diagnóstico: Acidose Metabólica Causas e tratamentos dos distúrbios ácido - base Acidose metabólica : resulta de menor concentração de bicarbonato. Pode ter origem em diversas causas tais como: - Deficiência na excreção renal dos ácidos normalmente formados a partir do metabolismos orgânico. - Formação de quantidades excessivas de ácidos metabólicos no organismo. Adição de ácidos metabólicos no organismos por ingestão ou infusão parenteral. Perdas de bases pelos líquidos corporais. EX; doenças renais, diarreias graves, vômitos ou com conteúdo intestina, êmese, cetoacidose diabética, ingestão de ácidos. Tratamento da acidose metabólica. Em relação ao tratamento da acidose metabólica, é importante ressaltar que a mesma é manifestação de uma doença primária e o tratamento deve ser dirigido à correção da etiologia. É necessário que se corrijam déficits de volemia antes da administração de álcalis, pois com esta medida é frequente a correção da acidose. Para pacientes com acidemia leve ou moderada (pH > 7,2), ou quando o processo subjacente possa ser rapidamente controlado, muitas vezes administração de bicarbonato de sódio (NaHCO ) não é necessária. Porém, em pacientes com acidose grave (pH < 7,20; bicarbonato < 8), a depressão miocárdica e as disfunções enzimáticas são significativas, e a administração de bicarbonato de sódio pode ser benéfica. As soluções a 8,4% contém 1 mEq/L de HCO por mililitro e habitualmente a infusão é realizada por 2 a 6 horas a partir do cálculo, em soluções isotônicas. Causas clínicas dos distúrbios ácido – base e seus respectivos tratamentos Alcalose Metabólica Quando o organismo acumula bases em excesso (por exemplo, bicarbonato de sódio), ou perde ácidos em excesso, o pH se eleva. Então temos a alcalose metabólica Distúrbios de natureza metabólica pH = 7,49 Alcalose pH = 7,35 a 7,45 pCO2 = 35 a 45 mmHg pO2 = 80 a 100 mmHg SO2 = 96 a 98% BE = 2/+2 HCO3 = 22 a 26 mEq/l pCO2 = 44 Normal HCO3 = 32 Alto = Alcalino Diagnóstico: Alcalose Metabólica Causas clínicas dos distúrbios ácido – base e seus respectivos tratamentos. A alcalose metabólica resulta de maior concentração de bicarbonato. Ocorre quando existe excesso de retenção de HCO3 ou perda de H pelo corpo. Causas: Perdas gastrointestinais de H através de vômitos ou drenagem gástrica por sondas. Ingestão crônica ou excessiva de antiácidos ou infusão excessiva de bicarbonato. Uso de diuréticos que aumentam o fluxo de líquidos pelo túbulos, com maior reabsorção de sódio . Como a reabsorção de Na é acoplada á secreção de H e maior absorção de HCO3, ocasionando maior concentração de bicarbonato no liquido extracelular. Tratamento da alcalose metabólica Assim como na acidose metabólica, a alcalose também é manifestação de uma doença primária. Desse modo, é crucial o tratamento tanto da doença de base quanto aos seus efeitos deletérios . Quando a alcalose resulta de perda gástrica excessiva, o distúrbio deverá ser tratado a partir da correção da hipovolemia e da hipocloremia, com solução de NaCl 0,9% (solução fisiológica), bem como pela correção da hipocalemia comumente associada por meio da administração de cloreto de potássio. A perda de H pelo estômago ou pelos rins pode ser reduzida pelo uso de inibidores da bomba de prótons ou pela suspensão dos diuréticos Distúrbios de natureza respiratória Se o organismo produz em excesso CO2, ou não elimina adequadamente pela ventilação, o pH se reduz. Então temos a acidose respiratória. Alcalose Respiratória Se o organismo elimina CO2 em excesso por hiperventilação, o pH se eleva, pois maior quantidade de CO2é liberada. Então temos a alcalose respiratória. Distúrbios de natureza respiratória pH = 7,49 Alcalose pH = 7,35 a 7,45 pCO2 = 35 a 45 mmHg pO2 = 80 a 100 mmHg SO2 = 96 a 98% BE = 2/+2 HCO3 = 22 a 26 mEq/l pCO2 = 33 Baixo = Alcalino HCO3 = 23 Normal Diagnóstico: Alcalose Respiratória Causas e tratamentos dos distúrbiosácido - base Alcalose Respiratória: é causada por ventilação pulmonar excessiva, o que ocasiona diminuição nos níveis de CO2. As causas mais comuns de alcalose respiratória dividem-se em: Agudas: Febre e infecções sistêmicas, emoção, dor severa e encefalite, intoxicações. Tais causas têm em comum a hiperestimulação do centro respiratório bulbar como origem do distúrbio. Crônicas: ventilação assistida, lesão do SNC. Tratamento da alcalose respiratória É dirigido ao distúrbio que originou a hiperventilação alveolar. Neste caso, deve-se regular adequadamente a assistência por ventilação mecânica. Os pacientes com síndrome de hiperventilação podem beneficiar-se com a tranquilização, a respiração dentro de um saco de papel durante os episódios sintomáticos e a atenção para o estresse psicológico subjacente. Acidose Respiratória Se o organismo acumula CO2 em virtude de não estar eliminado adequadamente pela ventilação, o pH se reduz. Então temos a acidose respiratória Distúrbios de natureza respiratória pH = 7,30 Acidose pH = 7,35 a 7,45 pCO2 = 35 a 45 mmHg pO2 = 80 a 100 mmHg SO2 = 96 a 98% BE = 2/+2 HCO3 = 22 a 26 mEq/l pCO2 = 52 Alto = Ácido HCO3 = 24 Normal Diagnóstico: Acidose Respiratória Algumas causas possíveis: depressão do centro respiratório, obstrução do trato respiratório, doenças pulmonares, doenças neuromusculares, entre outras. Causas e tratamentos dos distúrbios ácido - base Acidose Respiratória- Resulta de ventilação diminuída com consequente aumento PaCo2. As causas estão associadas a depressão dos centros respiratórios, por intoxicações(álcool), sedativos e anestésicos; traumas que causam desordens tóraco-pulmonares como, pneumotórax, tórax instável e hemotórax. Também pode ser causadas por hipoventilação associada a fadiga dos músculos respiratórios causada por doenças dos neurônios motores, da junção neuromuscular e da musculatura esquelética. Tratamento da acidose respiratória É dirigido à causa da hipoventilação alveolar, mantendo uma oxigenação e ventilação adequadas: manutenção das vias aéreas livres, correção da hipóxia, remoção de secreções e tratamento das infecções respiratórias quando presentes. A administração de O2 deve ser cuidadosamente ajustada para os pacientes com doença pulmonar obstrutiva grave e retenção crônica de CO que estão respirando espontaneamente. DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO A avaliação do estado ácido-básico do sangue é rotineiramente realizada nas Enfermarias e na grande maioria dos doentes atendidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), qualquer que seja a doença de base. Essa avaliação é fundamental, pois, além dos desvios do equilíbrio ácido-base propriamente ditos, pode fornecer dados sobre a função respiratória e sobre as condições de perfusão tecidual. Análise da gasometria https://www.youtube.com/watch?v=HHNtSV-vSAQ Para analisarmos uma gasometria arterial, precisamos analisar os seguintes parâmetros pH – Potencial de íons Hidrogênio pCO2 – Pressão parcial de Dióxido de Carbono HCO3 – Bicarbonato pO2– Pressão parcial de Oxigênio BE – Quantidade de Base Gasometria arterial pH = 7,35 a 7,45 pCO2 = 35 a 45 mmHg pO2 = 80 a 100 mmHg SaO2 = 96 a 98% BE = 2/+2 HCO3 = 24 a 28 –mEq/l 22 a 26 mEq/l Analisando a gasometria arterial Observe o que acontece com o pH e as concentrações de HCO3 e pCO2 em cada uma das situações ácido-base: Nem sempre HCO3 está necessariamente baixo em Acidose Metabólica ou necessariamente alto em Alcalose Metabólica), pois existe um Mecanismo Compensatório. Analisando a gasometria arterial AMOSTRA DE SANGUE ARTERIAL pH Metabólica Metabólica Alcalose Acidose Acidose Respiratória Compensação Respiratória Respiratória Metabólica c Compensação Renal Compensação Respiratória Compensação Renal < 7.35 > 7.45 HCO3 <24mEq/L PaCO2 <35 mmHg PaCO2 < 35mmHg HCO3 >28mEq/L HCO3 >28mEq/L HCO3 <24mEq/L PaCO2 >45 mmHg PaCO2 >45 mmHg Passo 1: Há distúrbio ácido básico? Olhe para o pH Analisando a gasometria Passo 2: Onde está o problema? Olhe para o pCO2 e para o HCO3 na perspectiva de identificar qual o processo está contribuindo para anormalidade do pH (alcalose, acidose). pH = 7,30 Acidose pH = 7,35 a 7,45 pCO2 = 35 a 45 mmHg pO2 = 80 a 100 mmHg SO2 = 96 a 98% BE = 2/+2 HCO3 = 22 a 26 mEq/l pCO2 = 52 Alto = Ácido HCO3 = 24 Normal Diagnóstico: Acidose Respiratória Algumas causas possíveis: depressão do centro respiratório, obstrução do trato respiratório, doenças pulmonares, doenças neuromusculares, entre outras Analisando a gasometria Exercícios – Análise da gasometria Exercício 1: pH = 7, 52 / pCO2 = 28 / HCO3 = 22 Primeiro avaliamos o ph: Normal, Acidose ou Alcalose. Depois, o sistema respiratório (pCO2): normal, baixo (alcalino) ou alto (ácido)? Por último, o sistema metabólico (HCO3): normal, baixo (ácido) ou alto (alcalino)? Qual o diagnóstico? Analisando a gasometria pH = 7,05 pH = 7,35 a 7,45 pCO2 = 35 a 45 mmHg pO2 = 80 a 100 mmHg SO2 = 96 a 98% BE = 2/+2 HCO3 = 22 a 26 mEq/l pCO2 = 55 HCO3 = 18 Diagnóstico: Exercícios ; pH= 7,40; pCO2 = 35 mmHg; HCO3- = 25 mEq/l ( resultado) pH= 7,48; pCO2 = 29 mmHg; HCO3- = 36 mEq/l ( resultado) pH= 7,30 ; pCO2 = 60 mmHg; HCO3- = 30 mEq/l( resultado) pH= 7,52; pCO2 = 30 mmHg; HCO3- = 24 mEq/ l( resultado)
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