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Modelo de Relatório da Estágio

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2
FACULDADE DE ILHÉUS - CESUPI 
NATÁLIA ALVES SANTOS
RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO I
ILHEÚS /BA
2021
NATÁLIA ALVES SANTOS
RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO I
Relatório final de estágio apresentado ao curso de bacharel em Psicologia pela Faculdade de Ilhéus – CESUPI, como requisito parcial de aprovação na disciplina Estágio Supervisionado Básico I.
Professor orientador: Laysa Rodrigues Viana Moreira
ILHEÚS /BA
2021
IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO
IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO DA EMPRESA 
Nome: Faculdade de Ilhéus - CESUPI
Endereço: Av. Tancredo Neves, S/N 	Bairro: São Francisco 
Cidade: Ilhéus-BA 				CEP: 45.655-120
Apresentação do Local Concedente: 
Em 2000, um grupo de empreendedores de Vitória do Espírito Santo interessados em promover o desenvolvimento cultural e educacional da cidade de Ilhéus/BA, atendendo a necessidade local de formação de profissionais para o mercado de trabalho, decidiram se unir para implantar cursos de ensino superior no município criando assim o Centro de Ensino Superior de Ilhéus – CESUPI. Desde então, a instituição de ensino superior (IES) expandiu sua infraestrutura e construiu seu próprio Campus em 2002. Atualmente, oferta cursos de graduação em bacharel de Enfermagem, Nutrição, Odontologia, Administração, Ciências Contáveis, Direito, Engenharia Civil, Psicologia, Estética e Cosmética.
IDENTIFICAÇÃO DO ESTÁGIO 
Área onde foi realizado o estágio: 
Estágio de Observação realizado em modalidade virtual através da Plataforma Teams.
Data de início e término: 13.08.2021 – 09.12.2021
Duração em horas: 72h
Nome do supervisor de campo: Laysa Rodrigues Viana Moreira
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	7
2.	ATIVIDADES DESENVOLVIDAS	5
3.	FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	9
4.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	18
REFERÊNCIAS	19
1. 
2. INTRODUÇÃO
Este relatório é parte de avaliação de primeiro estágio básico supervisionado, na área de psicologia. Neste, utilizou-se a metodologia de observação, focado no desenvolvimento infantil, como parte integrante do estudo da Psicologia. A descrição das atividades desenvolvidas, fundamentação teórica e considerações finais, bem como as referências, são itens que compõe o relatório. 
Em atividades desenvolvidas, há descrições dos processos desenvolvidos durante o estágio supervisionado, ao qual é organizado por datas e é referente as atividades de cada um desses dias. É importante destacar que, este estágio supervisionado foi realizado de forma remota, pela plataforma Microsoft Teams, uma vez que no período de março de 2020 até o presente mês de outubro, o mundo enfrenta uma pandemia que exigia distanciamento social e cuidados com a saúde. 
Na fundamentação teórica encontra-se teorias da Psicologia e teorias sociais, a respeito da infância e do desenvolvimento infantil. A qual é dividido em nascimento, primeira infância, segunda infância e terceira infância, para melhor compreensão do leitor. A fundamentação também dispõe de teoria sobre observação, a qual pautou a prática de observação no estágio supervisionado. 
As considerações finais serão parte do relatório final de estágio. Nas referências pode-se acessar os textos que sustentam a fundamentação teórica. 
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
13/08/2021
Neste dia realizou-se uma reunião geral com os alunos de Estágio Básico I para escolha das temáticas de estágio de cada discente. Portanto, escolhi o estágio de observação, antes chamado de Redes Sociais. 
19/08/2021
A reunião deste dia foi pautada em explicação do funcionamento do estágio, as demandas e os pontos a serem trabalhados no relatório. Tirou-se dúvidas a respeito da prática e realocou os discentes para os horários de melhor disponibilidade. 
24/08/2021
O encontro do dia 24 de agosto teve ênfase em explicar detalhadamente os itens contidos no relatório, bem como as melhores formas de manusear o software Microsoft Word para facilitar e aprimorar os relatórios de estágio Supervisionado Básico I. A reunião contou com a Participação de todos os discentes de ESB I, do 2º,3º, e 5º semestre. 
02/09/2021
Neste dia, iniciamos os estudos teóricos sobre desenvolvimento, a qual veremos mais adiante as fases da infância com foco para observação. 
09/09/2021
Estágio reposto no dia 12/09/2021. Neste dia estudamos observação do comportamento. Como as observações precisam ser feitas objetiva e sistematicamente, as anotações e a ênfase nos objetivos. A linguagem precisa ser cientifica e há os termos que devem ser evitados. 
16/09/2021
O estágio deste dia teve ênfase nas teorias psicossexual de Freud e Psicossocial de Erickson, as quais vão ser usadas na fundamentação teórica. 
23/09/2021
Neste dia de supervisão, foi direcionado que assistíssemos ao filme O quarto de Jack para um treino de observação. Depois, nos foi solicitado que nos reuníssemos em dupla, ou trio, para discursão das observações, resultando em anotação dos pontos e endereçamento no canal do Teams. 
30/09/2021
A supervisão deste dia foi baseada nas teorias de Jean Piaget, A teoria do Desenvolvimento Cognitivo. Conhecemos a divisão de estágios, os esquemas e adaptação, etc. Ao final, nos foi apresentado o primeiro direcionamento da prática de observação. 
07/10/2021
Neste dia aplicamos a prática de observação. Foi direcionado a nós quatro vídeos de duração máxima de cinco minutos, com quatro diferentes crianças, de idades variadas (2 anos, 3 anos, 4 anos e 7 anos de idade), com graus de parentalidade, mas que residem em diferentes casas. Assistimos e comentamos em reunião sobre características dessas crianças que fossem parte do nosso estudo de comportamento. E por fim, nos foi direcionado que reuníssemos em trio para fazer o protocolo de observação. 
14/10/2021
Neste dia, foi cedido para que atualizássemos os protocolos de estágio e o relatório parcial.
21/10/2021
Neste dia solicitamos que a supervisão fosse gravada, visto que estávamos em semana de interdisciplinar e muitos de nós iriamos apresentar. A gravação foi de aproximadamente 15 minutos e se referia aos protocolos de observação, de modo que a orientadora Laysa, corrigiu e demonstrou erros cometidos e as soluções possíveis para tal. 
28/10/2021
A supervisão deste dia foi referente ao desenvolvimento físico infantil. O assunto diz respeito as características físicas, habilidades e o próprio desenvolvimento esperado para esta fase. Após isso, assistimos a dois vídeos, a qual se referiam a nossa prática de observação.
04/11/2021
Neste dia não tivemos supervisão, pois a orientadora estava sem energia. A supervisão foi remarcada para outra quinta-feira.
11/11/2021
Neste dia, a supervisão foi referente a teoria de Erik Erikson, retomando alguns conceitos básicos já vistos anteriormente. Após isso, assistimos alguns vídeos referente a atividade prática que teríamos. 
18/11/2021
Esta supervisão foi pautada na correção de erros nos protocolos de observação, ao qual a orientadora notou muitos equívocos nos registros. Neste dia, nos foi direcionado um vídeo para que analisássemos e enviássemos para ser corrigido em sala de aula com todos os participantes. 
25/11/2021
A supervisão deste dia foi pautada na teoria sociocognitiva de Albert Brandura, a qual posteriormente, veríamos vídeos referente a atividade prática. Nesta supervisão podemos observar a agressividade em criança de 4 anos (apêndice D). 
02/12/2021
Neste dia, foi nos apresentado a atividade de desenvolver a observação, a partir das analises já feitas, e dos conhecimentos obtidos ao longo das supervisões de estágio. Observamos 6 vídeos, em que estavam presentes 4 crianças de diferentes idades. Assim, observamos seus comportamentos, discutimos em sala, e compartilhamos com a orientadora. Após isso, ficou os vídeos para que fizéssemos o ultimo relatório para este Estágio básico supervisionado I. 
09/12/2021
Neste dia, foi nos direcionado a responder a avaliação final de estágio supervisionado básico I, e a entrega do protocolo de observação, para correção e adição ao relatóriofinal. 
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1. Observação como método de pesquisa em Psicologia 
A observação é uma prática científica para fins de investigação, descrição e aplicações de princípios. Na área da Psicologia, a observação é voltada para análise do comportamento, captando aspectos explícitos (que pode ser observada por todos), e aspectos implícitos (que exige prática, metodologia e linguagem cientifica). “A observação é utilizada para coletar dados acerca do comportamento e da situação ambiental” (DANNA, MATOS, 2011, p.12). 
Segundo Danna e Matos (2011), a observação precisa ser sistemática, pois precisa de um planejamento, e também precisa ser conduzida em função de um objetivo já definido. Assim sendo, estas autoras elencam cinco pontos para o planejamento da observação, estabelecer: Quem será observado (os sujeitos); Onde será observado (o local); Quando será observado (o momento em que será observado); De que forma ou Como será observado (as técnicas de registro); e por fim, O que será observado (os comportamentos e as circunstâncias). Com esse planejamento em mãos, é possível direcionar as observações para os pontos de interesse, sem devanear em situações que estejam aquém do proposto. 
A próxima etapa ou preocupação quanto a técnica de observação é a linguagem. Segundo Danna e Matos (2011), é preciso atender a uma linguagem cientifica, ou seja, não cabe nos relatos de observação gírias, xingamentos, abreviações, piadas ou charadas, entre outros tipos de linguagem que fujam da linguagem técnica. Um ponto importante segundo as autoras é a objetividade. “A linguagem objetiva busca eliminar todas as impressões pessoais e subjetivas que o observador possa ter, ou interpretações que ele possa dar acerca dos fatos.” (DANNA, MATOS, 2011, p.22). Com isso pode-se perceber que a linguagem objetiva também não inclui presença da subjetividade de quem escreve, baseando tanto a observação quanto a escrita a uma metodologia puramente cientifica. 
Outro ponto importante é a clareza e precisão presente no relato científico. Conforme dito por Danna e Matos (2011):
A linguagem clara e precisa: a) obedece os critérios de estrutura gramatical do idioma; b) usa termos cujo significado, para a comunidade que terá contato com o relato, não é ambíguo (isto é, as palavras usadas são frequentemente aceitas na comunidade como referentes a certos fenômenos e eventos e não a outros); c) indica as propriedades definidoras dos termos, fornecendo referências quantitativas e empíricas, sempre que: o relato pode ser usado por comunidades diferentes (cientistas e/ou leigos de diferentes áreas de conhecimento, grupos social, econômica e culturalmente diferentes) ou quando, mesmo para uma comunidade restrita, os termos sem a indicação dos referenciais podem ser relacionados pelo leitor a eventos de diferente natureza e magnitude (p.26).
	A prática de observação segue um protocolo de observação. Após o planejamento, a próxima etapa é coletar dados. É a partir dessa etapa que se atende ao protocolo de observação. Danna e Matos (2011) direcionam que no protocolo de observação precisa conter os seguintes itens: “a) identificação geral, b) identificação das condições em que a observação ocorre, c) registro de comportamentos e circunstâncias ambientais” (p.45). 
	Percebe-se, portanto, que a prática de observação exige estudo, e cientificidade, além de precisar de práticas para melhor desenvolvimento. A partir dos métodos citados a cima, pode-se direcionar a uma prática mais assertiva e que condiz com os princípios tanto da ciência, quanto da Psicologia, como ciência, prática e profissão. 
4.2. O Desenvolvimento infantil como objeto de estudo em Psicologia 
Já foi observado que a prática de observação faz parte da pesquisa e técnica psicológica. Agora, partiremos para o desenvolvimento infantil, que é o direcionamento desse estágio supervisionado. 
3.2.1 O Nascimento 
Segundo Simone de Beauvoir (2016), o nascimento é o primeiro trauma vivido pelo bebê no seio social. Observa-se que, é com os pais que se estabelecerá as primeiras experiências sociais. Para Beauvoir (2016), a criança quando cresce luta de duas maneiras contra o abandono original, negando a separação aconchegando-se na mãe, e posteriormente, tenta fazer-se justificar pela aprovação de outrem. Em seu livro O segundo Sexo- A experiência vivida, Simone de Beauvoir traça um panorama de diferenças entre homens e mulheres na sociedade, ao qual destaca os problemas, e as situações vividas por mulheres em contextos de estratificação e desigualdade. 
Unindo a ideia do nascimento, pode-se pensar sobre a atribuição de gênero e sexualidade. Segundo Edna Maria Kahhale et al (2007), o conceito de gênero parte de uma construção social, bem como a sexualidade que é “um processo simbólico e histórico, que expressa a constituição da identidade do sujeito” (KAHHALE et al, 2007, p.179). Uma vez que a criança, antes e após nascer, depara-se com a divisão entre menino e menina, o gênero se faz importante para esse novo individuo por toda vida. Ainda segundo Kahhale, é no seio pré-gestacional que se inicia o processo de sexualidade da criança, por meio da descoberta do sexo, atribuição de nomes, dos contatos corporais, e etc. Ela ainda prossegue dizendo que, é a partir do gênero que se determina o que pode ou não dizer, a roupa e os lugares em que se insere. 
Se o contexto histórico e social é importante e de certa forma determinante desde o nascimento, o código genético, a fecundação e a hereditariedade também são. Um bebê é composto por parte, fisiologicamente, da mãe e do pai, a ciência atribui cinquenta porcento de cada uma dessas partes. O período de gestação, no entanto, os fatores maternos e ambientais e maternos são de certa forma determinantes para o desenvolvimento físico desse bebê. Papalia e Feldman (2013), elenca como pontos importantes: a nutrição e peso da mãe, a presença ou ausência de atividade física durante a gestação, o uso de drogas, e a presença e intensidade de ansiedade, estresse e depressão materna. 
Após o nascimento, o recém-nascido é exposto a uma série interminável de estímulos, e a partir de então ele irá desenvolver suas capacidades. Uma das capacidades destacadas por Papalia e Feldman (2013, p.158) são as sensoriais inicias: tato e dor, paladar, olfato e audição, além do desenvolvimento motor. Conforme dito por Papalia e Feldman (2013), Piaget chama esse desenvolvimento motor de estágio sensório-motor, as quais o bebê até os dois anos iniciará sua descoberta do mundo através dos estímulos sensoriais, e dos estímulos motores. Nessa fase também começam a desenvolver estruturas cognitivas, as quais serão importantes para o resto da vida desses indivíduos. Também é aqui, nos primeiros meses, que a criança entra em contato com a linguagem e desenvolver o balbucio.
3.2.2. A primeira infância 
	Existem diversas teorias que permeiam a infância, algumas que se expandem até a idade adulta e outras que focalizam apenas a infância. Sigmund Freud, por exemplo, tem sua teoria focalizada nos aspectos psicossexuais, mas que se referem a todo o desenvolvimento humano. 
O corpo humano está em constante mudança e desenvolvimento, e na infância não seria diferente. Existem alguns fatores que propiciam um desenvolvimento saudável e assertivo do corpo humano, alterando também padrões cognitivos. O desenvolvimento do cérebro é um destes, segundo Papalia: “O desenvolvimento cerebral afeta outros aspectos do desenvolvimento. Um deles é o desenvolvimento das habilidades motoras.” (PAPALIA e FELDMAN, 2013, p.249). Alguns fatores, no entanto, são primordiais para esse desenvolvimento, e o sono é um exemplo deles. Conforme dito por Matthew Walker (2018, p.19): “No cérebro, o sono potencializa uma diversidade de funções, incluindo nossa capacidade de aprender, memorizar e tomar decisões e fazer escolhas lógicas”. Existem alguns estágios de sono, e eles são muito importantes para o desenvolvimento. Como já dito, o sono possibilita a maturação cerebral,bem como possibilita melhores condições para aprendizagem. A ausência deste processo natural e fundamental pode desencadear inúmeros problemas tanto para criança, quanto para o adulto.
Como seres sociais, tendemos a esbouçar uma linguagem e com ela nos comunicamos. É na infância que essa linguagem começa a ser lapidada, e desenvolvida. De acordo com Papalia e Feldman (2013) no período pré-operatório, que corresponde as idades entre 2 a 7 anos de idade, a criança apresenta uma incapacidade de considerar o ponto de vista de uma outra pessoa, a qual Piaget denominou de Egocentrismo. Esse egocentrismo é presente também na fala. Nessa idade também está presente a associação rápida, que conforme Papalia (2013, p.272): “rápida expansão do vocabulário pode ocorrer por meio de associação rápida, a qual permite à criança captar o significado aproximado de uma nova palavra depois de ouvi-la uma ou duas vezes em uma conversa.” Na infância desenvolve-se também a pragmática, descrita por Papalia e Feldman (2013, p.273) como: “o conhecimento prático de como usar a linguagem para se comunicar”. 
Para além da linguagem, outros aspectos cognitivos são destaques no desenvolvimento humano. Na infância nota-se os primeiros sinais “Os avanços no pensamento simbólico são acompanhados por um crescente entendimento de espaço, causalidade, identidades, categorização e número.” Todo esse aprendizado possibilita que a criança comece a desenvolver em sua infância, capacidades as quais ela poderá se utilizar por toda vida. A memória, muitas vezes associada a um processo de inteligência, também já é trabalhada e desenvolvida na infância. “Crianças em idade pré-escolar, como todos os grupos etários, saem-se melhor no reconhecimento do que na lembrança, mas ambas as capacidades melhoram com a idade. Quanto mais familiaridade uma criança tem com um item, melhor ela se lembra dele.” (PAPALIA e FELDMAN, 2013, 268). Ou seja, a capacidade de armazenamento delas ainda estão em desenvolvimento. Contudo Papalia acrescenta mais a frente: 
A memória de experiências vividas na segunda infância raramente é deliberada: as crianças pequenas simplesmente se lembram de eventos que lhes causaram uma impressão forte. A maioria dessas primeiras lembranças conscientes parece ser de curta duração (p.268). 
3.2.3 A segunda infância 
No que se refere a segunda infância, pode-se elencar diversos processos e avanços. Papalia e Feldman (2013) destaca os seguintes desenvolvimentos: desenvolvimento da identidade, o brincar como maior atividade da segunda infância, os relacionamentos e a parentalidade. 
No período em que compreende as idades entre 5 e 7 anos, inicia-se um processo de desenvolvimento da identidade, a qual nomeia-se autodefinição. Papalia e Feldman (2013, p.284) descrevem como “o modo como elas se descrevem”. A criança passa a não só definir seu autoconceito, como também insere características ao seu redor para atribui-las a si, como por exemplo: o lugar onde mora, nome dos pais, nome do cachorro, etc, estas associações são denominadas associações representativas. Há nessas idades a prevalência da autoestima e as primeiras interpretações das emoções. Segundo as autoras Papalia e Feldman (2013), ainda que a autodescrição de si não esteja presente no discurso, pode-se perceber em termos de comportamento a presença da autoestima. A prevalência das emoções e as representações delas, também estão presentes, embora iniciantes, nestas idades. “A compreensão emocional torna-se mais complexa com a idade” (PAPALIA e FELDMAN,2013, p.287). 
Outro importante aspecto do desenvolvimento de identidade presente no autoconceito é a percepção do gênero. Embora observem diferenças biológicas e orgânicas entre meninos e meninas, as atribuições do gênero, como já dito acima, é uma construção histórica e social. Essa explicação das diferenças entre ambos os sexos, demandaria a compreensão de uma criança não o sobre o que é visto, mas também sobre comportamentos aceitos, padrões de vestimenta, e papeis de gênero. Simone de Beauvoir caracteriza esse processo como muitas vezes humilhante e excludente para a fêmea, “para urinar ela precisa agachar-se, despir-se e, portanto, esconder-se: é uma servidão vergonhosa e incomoda” (2016, p17) , e acrescenta mais adiante “ A menina pensa de bom grado que todas as crianças nascem com um pênis, mas que depois, os pais cortam alguns para criar meninas; essa ideia satisfaz o artificialismo da criança, que divinizando os pais, “concebe-os como causa de tudo o que ela possui”, diz Piaget.” (2016, p.21). Acrescenta-se aqui também, a teoria de Erick Erickson, que diz respeito a autonomia x vergonha, “desenvolvimento da personalidade, autonomia versus vergonha e dúvida, marcado pela passagem do controle externo para o autocontrole.” (PAPALIA e FELDMAN,2013, p.287).
	Para o desenvolvimento de uma criança, o brincar representa não apenas uma atividade comum e distrativa, mas um elemento fundamental na formação do desenvolvimento cognitivo. Ora, o brincar estabelece “níveis de complexidade cognitiva” (PAPALIA e FELDMAN,2013, p.296). Parte-se de um jogo funcional (nível mais simples), para um jogo construtivo (começando a se utilizar de objetos). O próximo nível é o jogo dramático (um processo que envolve imaginação, o faz de conta), para enfim se desenvolver em jogo formal com regras (envolvendo conhecimento e penalidades). É possível que o brincar de faz de conta, não se encerre após o surgimento do jogo com regras, e perdure por até a terceira infância. 
	Quanto ao papel social, o brincar também representa um importante elemento nessa constituição de comunidade. As autoras Papalia e Feldman citam que o jogo dramático é um exemplo do envolvimento entre crianças, as quais precisam construir uma história imaginativa em comum para brincarem juntas. É interessante notar também, a prevalência de ‘amigos imaginários’ nessa fase da infância. “Esse fenômeno normal da infância é visto muito frequentemente em primogênitos e filhos únicos, a quem falta a companhia de irmãos.” (Carlson e Taylor, 2005 APUD IN PAPALIA e FELDMAN, 2013, p.299). Um belo exemplo literário da prevalência de personagens e amigos imaginativos na infância é o livro O Pequeno Príncipe, escrito por Antoine de Saint-Exupéry, a qual o Pequeno Príncipe possui alguns amigos imaginários durante a história, como a raposa, a rosa, a serpente, o aviador, etc. E além de constitui a presença desses personagens, o Pequeno Príncipe constitui um forte desenvolvimento de imaginação, uma vez que constrói cenários diversos, e circunstâncias inovadoras. No livro também pode-se observar a prevalência do gerenciamento de emoções do Pequeno Príncipe, uma vez que através de reflexões ele lida com a perda e luto, frustações, alegria, etc. Quando diz respeito ao papel social, pode-se relacionar também ao pensamento da Teoria sociocognitiva de Albert Bandura, que diz respeito a forma de apreensão do mundo de uma criança, sob a ótica do social, a qual diz: 
A teoria da aprendizagem social clássica sustenta que a pessoa aprende o comportamento social apropriado principalmente observando e imitando modelos – isto é, observando outras pessoas, como os pais, os professores ou os heróis dos esportes. Esse processo é chamado de aprendizagem observacional ou modelamento. (PAPALIA E FELDMAN, 2013, p. 64).
	As relações sociais de uma criança em terceira infância podem se desenvolver de diversas formas. A parentalidade é, talvez, o primeiro contato efetivo com o externo que uma criança estabelece. Papalia e Feldman (2013) descreve que: 
À medida que a criança cresce e se assume como pessoa, sua educação poderá ser um complexo desafio. Os pais deverão lidar com pequenos indivíduos que possuem mentes e vontades independentes, mas que ainda têm muito a aprender sobre quais tipos de comportamentos funcionam bem em sociedade (p.301).
	
Essas medidas de educação e aprendizagem do comportamento serão possíveis através da disciplina ou do modo de disciplinar que os pais escolham. Existem alguns métodos como reforço,punição, afirmações de poder e raciocínio indutivo, que podem ser escolhidos pelos responsáveis como instrumentos de disciplina, no entanto, cabe a eles a escolha dessas modalidades, desde que não haja agressão, lesão, danos, ou descumprimento dos direitos da criança. Além do relacionamento com responsáveis legais, a criança também estabelece relações com outros indivíduos como irmãos, amigos, colegas, etc. Papalia e Feldman (2013) dizem que “Praticamente todas as atividades e questões de personalidade características dessa idade, do desenvolvimento do gênero ao comportamento pró-social ou agressivo, envolvem outras crianças.” (p.308), no entanto elas acrescentam posteriormente “O relacionamento com as outras crianças tornam-se ainda mais importante durante a terceira infância” (p.310). 
3.2.3 A terceira infância 
	
	O desenvolvimento físico nas crianças de terceira infância ainda é bem presente, embora possa iniciar um processo lento como dito por Papalia e Feldman (2013) 
O crescimento durante a terceira infância é consideravelmente mais lento. Entretanto, embora as mudanças possam não ser evidentes no dia a dia, contribuem para uma surpreendente diferença entre as crianças de 6 anos, que ainda são pequenas, e as de 11 anos que, em muitos casos, começam a parecer adultos (p.316). 
As brincadeiras na infância já se constituem como mais avançadas, como é o caso das brincadeiras motoras. Algumas brincadeiras, como as brincadeiras do recreio são citadas por Pellegrini et al., 2002 Apud in Papalia e Feldman, 2013: 
As brincadeiras das crianças no recreio tendem a ser informais e organizadas espontaneamente. Os meninos brincam de jogos mais fisicamente ativos, enquanto as meninas preferem jogos que incluem expressão verbal ou contagem em voz alta, como amarelinha e pular corda. Essas atividades durante o recreio promovem o desenvolvimento da agilidade e a competência social e favorecem o ajustamento à escola. (p.319). 
	Nessa fase da infância é importante atentar-se para o surgimento de doenças, como obesidade, asma, diabetes, as quais muitas existem prevenção ou tratamentos específicos. A prática de atividades físicas nessa idade previne esses tipos de doença, e são recomendados para todas as idades. 
	Em termos de desenvolvimento cognitivo as crianças nesse estágio, denominado por Piaget como operatório-concreto, apresentam “um melhor entendimento dos conceitos espaciais, causalidade, categorização, raciocínio indutivo e dedutivo, conservação e números” (PAPALIA e FELDMAN, 2013, p.324). No entanto, a prevalência desse tipo de entendimento carece de um desenvolvimento neurológico promissor e um ambiente eficaz. Como dito por Papalia e Feldman (2013): 
Piaget afirmava que a mudança do pensamento rígido e ilógico das crianças menores para o pensamento flexível e lógico das crianças mais velhas depende ao mesmo tempo do desenvolvimento neurológico e das experiências de adaptação ao ambiente. (p.327). 
	 
	Há nessa fase da infância a prevalência de um raciocínio moral mais elaborado, uma vez que a criança já está incluída no ambiente cultura e se insere nela. Essa fase a qual Freud atribui como período de latência, constitui um importante desenvolvimento moral que se pressupõe 
A continuação da latência é reforçada pela supressão constante da parte de pais e professores e da parte de sentimentos internos de vergonha, culpa e moralidade. O impulso sexual, é claro, ainda existe durante a latência, mas seu alvo foi inibido. A libido sublimada agora se apresenta em realizações sociais e culturais. (FEIST, FEIST & ROBERTS, 2015, p. 31). 
	
	Em termos de desenvolvimento cognitivo Papalia e Feldman (2013), elencam a linguagem e aprendizagem como mais desenvolvidas nessa fase de infância, algumas delas são atribuídas a escola e mensuração psicométricas de inteligência. A pragmática é muito mais desenvolvida nessa fase, compara a primeira e segunda infância. Nessa fase, inicia-se ou se dá continuidade ao processo de alfabetização, que se refere a compreensão da língua, a leitura e a escrita. São nas escolas que crianças tendem a desenvolver-se ainda mais em termos de aprendizagem e socialização, uma vez que são inseridas em um ambiente múltiplo e heterogêneo. Isso permite além da interação, a convivência com diferenças, e a percepção de peculiaridades. 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como produto deste estágio básico, obtive-se um saldo de inúmeros conhecimentos compartilhados do orientador para o grupo e do grupo para o orientador. A observação é uma prática que pode ser utilizada pelo estudante de psicologia e pelo profissional de psicologia. Neste estágio, pode-se aprender a observar de forma adequada e cientifica os comportamentos humanos, neste especificamente, o comportamento da criança. 
Foi de enorme relevância para o desenvolvimento do estágio as orientações prestadas pela Professora Laysa Viana, a qual, além de orientar e corrigir os erros, demonstrou bastante paciência para os diferentes tempos de aprendizagem de cada um do grupo. Neste estágio, também foi enriquecedor a presença de colegas do segundo semestre, uma vez que fizeram parte do Estágio Supervisionado Básico I, pois compartilhou-se experiências e dificuldades, com respeito e cordialidade. 
A experiência de estágio online foi peculiar, mas atendeu as necessidades de sua proposta, tendo como ponto positivo a possibilidade de observar através de vídeos, haja vista que estava em fase inicial de aprendizado sobre a observação. 
REFERÊNCIAS
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: a experiência vivida, volume 2. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016. 
FEIST, J.; Feist, G. J. (2008). Teorias da Personalidade. (I. P. F. Santos, C. Mattos, Trads.) São Paulo: McGrawHill.
FREUD, Sigmund. Cultura, sociedade, religião: o mau-estar na cultura e outros escritos. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
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