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Lúdico e Musicalização na Educação Infantil (1)

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Prévia do material em texto

Indaial – 2022
na Educação InfantIl
Prof.a Luciana Fofonka
2a Edição
lúdIco E MusIcalIzação
Elaboração:
Prof.a Luciana Fofonka
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
F654l
Fofonka, Luciana
Lúdico e musicalização na educação infantil. / Luciana Fofonka 
– Indaial: UNIASSELVI, 2022.
296 p.; il.
ISBN 978-85-515-0486-4
1. Educação Infantil. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
da Vinci.
CDD 370
“Se uma criança ouve boa música desde o dia de seu nascimento 
e também aprende a tocar, desenvolve sensibilidade, disciplina e 
perseverança. Conquista, assim, um bom coração” (SUZUKI, 1994, p.93).
Saudações, querido acadêmico! 
É com imensa alegria e satisfação que apresento a disciplina “Lúdico e 
Musicalização na Educação Infantil”. A partir de agora você vai mergulhar nesse 
universo e poder se deleitar na leitura desse livro que foi elaborado com muito amor e 
carinho, no ritmo do coração.
Esta é uma disciplina onde o texto se desenvolve no traçado de pontos 
alinhavados que nos remetem a várias reflexões importantes acerca das contribuições 
que o lúdico e a música podem proporcionar no desenvolvimento da criança na 
Educação Infantil, apresentando estratégias que possibilitam e facilitam o trabalho do 
professor e da professora em sala de aula. 
Durante a leitura você irá perceber que a música anda lado a lado com o lúdico, 
sendo considerada uma arte e uma forma de linguagem, com inúmeras representações, 
permitindo que a criança expresse suas emoções e sentimentos, contribuindo assim 
para a sua formação social, cognitiva, afetiva, cultural, facilitando a integração social e 
a inclusão. 
A musicalização, enquanto arte e linguagem, deve ser respeitada e valorizada 
em sala de aula e é nossa essa responsabilidade, caro educando e futuro professor, 
dar o verdadeiro sentido à musicalização na Educação Infantil. Para dar conta dessa 
construção, o presente livro foi organizado nas três unidades que serão brevemente 
apresentadas a seguir:
Na Unidade 1 desta disciplina que tem como título “A Criança, suas Infâncias 
e a Educação Infantil”, estudaremos sobre as infâncias e a origem desse conceito. 
Veremos que a criança não tinha voz, nem era respeitada. Também perceberemos que as 
infâncias, como se vê hoje, passaram por uma construção histórica. O desenvolvimento 
infantil passou despercebido em grande parte da história. É fundamental compreender 
o desenvolvimento humano, já que existem formas de perceber, compreender e se 
comportar diante do mundo, próprias de cada fase de vida. Quem é a nossa criança hoje? 
Quais suas necessidades? Qual o papel da Educação Infantil? Essas foram questões que 
procuramos pontuar ao longo desta unidade para ressaltar que a criança precisa ser 
vista como um ser atuante, de direitos e deveres, com suas necessidades específicas, 
curiosidades e desejos, ela é protagonista de sua história.
APRESENTAÇÃO
Na Unidade 2, que tem como título “Lúdico e Musicalização: Um Convite 
para o Protagonismo Infantil” vamos sintonizar no mundo da ludicidade e da música, 
compreendendo o porquê de ambas serem tão importantes para a Educação Infantil. 
Nesta unidade estudaremos o contexto histórico da ludicidade refletindo sobre a história 
do lúdico no Brasil, bem como conheceremos as contribuições de três dos principais 
pesquisadores sobre o papel do brincar na sala de aula e no desenvolvimento infantil, 
além de estar promovendo um diálogo entre suas teorias.
Também veremos que a música na Educação Infantil vai muito além de um 
passatempo ou recreação, deve ter foco em si mesma. O que significa isso? Que ela 
não pode ser usada como uma estratégia para desenvolver as crianças, apesar de que 
sabemos que se for realizada de forma eficiente, alcançará esses e outros benefícios. 
Contudo, esse não pode ser o principal objetivo para se ensinar música na escola. 
A terceira e última unidade intitulada “Cantando, Brincando e Aprendendo: 
O Poder da Musicalização na Escola”, inicia fazendo um resgate histórico da 
educação musical no mundo através da divisão em três grandes eras, desde o Canto 
Primitivo ao Contemporâneo. Nessa unidade veremos que o ensino de música nas 
escolas brasileiras é uma política pública regulamentada por lei, embora nem todas as 
escolas a tenham implementado. 
Veremos o quanto a música é importante para o processo de inclusão escolar, 
bem como abriremos espaço para refletirmos sobre a intrincada temática da educação 
musical na formação do pedagogo. Quem deve ensinar música na escola? Buscaremos 
efetivar um diálogo consciente e construtivo entre a música e o pedagogo. 
E, por fim, apresentaremos um repertório que abarca a musicalização e as 
práticas pedagógicas lúdicas, com sugestões para a Educação Infantil. Muitas são as 
possibilidades de se trabalhar com a música em sala de aula – é papel da escola e do 
professor criar essas possibilidades e oportunidades. 
Foi dada a largada, agora é com você, caro acadêmico! 
Sucesso nos estudos!
Prof.a Luciana Fofonka
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu 
conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de 
aprendizagem, por meio dela você terá contato 
com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais 
complementares, entre outros, todos pensados e construídos na 
intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nestacaminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - A CRIANÇA, SUAS INFÂNCIAS E A EDUCAÇÃO INFANTIL ...............1
TÓPICO 1 - NEM TODA CRIANÇA TEM INFÂNCIAS ................................................ 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 CONCEPÇÕES DA INFÂNCIA ...............................................................................4
3 SER CRIANÇA NÃO SIGNIFICA TER INFÂNCIA ................................................. 10
4 QUAIS SÃO AS FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL? ............................ 13
RESUMO DO TÓPICO 1 ...........................................................................................17
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 18
TÓPICO 2 - A IMPORTÂNCIA DOS DOMÍNIOS, MARCOS E ESTÁGIOS DO 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL ............................................................................ 21
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 21
2 QUAIS OS DOMÍNIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL? ..............................22
3 ACOMPANHANDO DE PERTO OS MARCOS E ESTÁGIOS DO 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL ............................................................................25
4 CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA: SAÚDE, CRESCIMENTO E O 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL ............................................................................28
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................32
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................33
TÓPICO 3 - O TRIPÉ DAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL.............35
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................35
2 PIAJET ................................................................................................................35
3 LEV SEMENOVICH VYGOTSKY ..........................................................................38
4 HENRI WALLON .................................................................................................43
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................50
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 51
TÓPICO 4 - CRIANÇA, INFÂNCIAS E A EDUCAÇÃO INFANTIL ............................53
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................53
2 A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL ..............................................................53
3 CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL .......................59
4 EDUCAÇÃO INFANTIL: PROTAGONISMO DA CRIANÇA ...................................64
LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................70
RESUMO DO TÓPICO 4 .......................................................................................... 75
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 76
REFERÊNCIAS .......................................................................................................78
UNIDADE 2 — LÚDICO E MUSICALIZAÇÃO: UM CONVITE PARA O 
PROTAGONISMO INFANTIL ..................................................................................87
TÓPICO 1 — O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DO BRINCAR AO APRENDER ......89
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................89
2 LUDICIDADE: LABORATÓRIO PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL ..........90
3 O LÚDICO E O PAPEL DO PROFESSOR: SABERES E DESAFIOS ......................94
4 BRINQUEDOTECA: A IMPORTÂNCIA DE UM ESPAÇO LÚDICO ...................... 101
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................108
AUTOATIVIDADE .................................................................................................109
TÓPICO 2 - O CONTEXTO HISTÓRICO DA LUDICIDADE .................................... 113
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 113
2 O LÚDICO NA LINHA DO TEMPO: DA PRÉ-HISTÓRIA AOS DIAS ATUAIS ...... 113
2.1 O LÚDICO NA PRÉ-HISTÓRIA ......................................................................................... 115
2.2 O LÚDICO NA ANTIGUIDADE ........................................................................................ 116
2.3 O LÚDICO NA IDADE MÉDIA .......................................................................................... 121
2.4 O LÚDICO NA IDADE MODERNA ...................................................................................122
2.5 O LÚDICO NA IDADE CONTEMPORÂNEA .................................................................. 124
3 A HISTÓRIA DO LÚDICO NO BRASIL ............................................................... 126
4 CRIANÇA PRODUZ CULTURA? ENTENDA A CULTURA LÚDICA ....................138
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 141
AUTOATIVIDADE .................................................................................................143
TÓPICO 3 - O LÚDICO E SEUS PRINCIPAIS TEÓRICOS .....................................145
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................145
2 O LÚDICO SEGUNDO PIAGET ..........................................................................145
3 O LÚDICO SEGUNDO LEV VYGOTSKY ............................................................. 153
4 O LÚDICO SEGUNDO TIZUKO KISHIMOTO ...................................................... 157
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................160
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................161
TÓPICO 4 - MUSICALIZAÇÃO E LUDICIDADE: A IMPORTÂNCIA DA 
MÚSICA NAS INFÂNCIAS .................................................................................... 163
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 163
2 MUSICALIZAÇÃO NA ESCOLA .........................................................................164
3 POR QUE MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL?................................................168
4 A MÚSICA COMO LINGUAGEM EXPRESSIVA DA CRIANÇA .......................... 174
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 178
RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................ 181
AUTOATIVIDADE .................................................................................................182
REFERÊNCIAS .....................................................................................................184
UNIDADE 3 — MUSICALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO INFANTIL: DA TEORIA À 
PRÁTICA .............................................................................................................. 193
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MUSICAL E A VIVÊNCIA DO CANTO 
ORFEÔNICO NO BRASIL ...................................................................................... 195
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 195
2 A HISTÓRIA DA MÚSICA .................................................................................. 195
2.1 A HISTÓRIA DA MÚSICA PRIMITIVA ............................................................................ 196
2.2 A HISTÓRIA DA MÚSICA CULTURAL OU MÚSICA ANTIGA ..................................... 198
2.2.1 O cristianismo e a história da música ...............................................................203
2.3 HISTÓRIA DA MÚSICA CIENTÍFICO-CULTURAL OU DO PERÍODO 
MEDIEVAL ATÉ O MOMENTO ..........................................................................................205
2.4 A ORIGEM DOS NOMES DAS SETE NOTAS MUSICAIS ............................................ 214
2.5 A EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO MUSICAL NO BRASIL E A VIVÊNCIA DO 
CANTO ORFEÔNICO ..........................................................................................................215
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................218
AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 220
TÓPICO 2 - O SOM, A MÚSICA, A ESCUTA E O MOVIMENTO: 
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA ................................................. 223
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 223
2 AS PROPRIEDADES DO SOM E DA MÚSICA ................................................... 223
3 INSTRUMENTOS MUSICAIS ADEQUADOS PARA AS CRIANÇAS .................. 228
4 A IMPORTÂNCIA DA ESCUTA E DA EXPLORAÇÃO SONORA-MUSICAL ....... 230
5 SONS, MÚSICA E MOVIMENTO ....................................................................... 234
5.1 A MÚSICA É UM JOGO ...................................................................................................235
6 PAISAGEM SONORA E A PERCEPÇÃO DOS SONS ............................................ 240
7 A VOZ INFANTIL E PROBLEMAS VOCAIS ....................................................... 242
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................... 245
AUTOATIVIDADE .................................................................................................247
TÓPICO 3 - MUSICALIZAÇÃO, BNCC E EDUCAÇÃO INFANTIL: 
REFLEXÕES E CAMINHOS ................................................................................. 249
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 249
2 UM BREVE HISTÓRICO DAS LEGISLAÇÕES SOBRE O ENSINO DE 
MÚSICA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS ............................................................. 249
2.1 LEGISLAÇÃO E A MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL..............................253
2.2 BNCC E O DESENVOLVIMENTO AFETIVO E COGNITIVO MUSICAL ......................255
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................... 260
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................... 263
AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 265
TÓPICO 4 - MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM MUNDO DE 
POSSIBILIDADES ................................................................................................267
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................267
2 MÚSICA E INCLUSÃO: REFLEXÕES PARA A MUSICALIZAÇÃO EM 
SALA DE AULA ....................................................................................................267
3 OFICINAS DE MUSICALIZAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL: 
DIALOGANDO COM AS PRÁTICAS ...................................................................... 271
3.1 BRINCANDO COM A VOZ .................................................................................................271
3.2 BRINCANDO COM OS SONS DO CORPO .................................................................... 276
3.3 MÚSICA, CORPO E MOVIMENTO ...................................................................................277
3.4 PERCEPÇÃO AUDITIVA E LUDICIDADE...................................................................... 279
3.5 CONFECÇÃO DE OBJETOS SONOROS OU INSTRUMENTOS MUSICAIS 
COM MATERIAIS ALTERNATIVOS ..................................................................................283
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................... 288
AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 289
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 291
1
UNIDADE 1 - 
A CRIANÇA, SUAS INFÂNCIAS 
E A EDUCAÇÃO INFANTIL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o percurso histórico de construção do conceito atual de infâncias;
• refletir sobre as diferentes concepções de infância criadas ao longo dos tempos;
• compreender a importância dos domínios, marcos e estágios do desenvolvimento 
infantil;
• conhecer as teorias de desenvolvimento infantil de acordo com as concepções 
de Piaget, Vygotsky e Wallon, importantes para a compreensão do processo de 
aprendizagem e desenvolvimento;
• analisar os principais fatos históricos que influenciaram direta e indiretamente no 
surgimento das instituições de Educação Infantil no Brasil;
• perceber quanto a educação infantil é importante para o desenvolvimento da criança.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – NEM TODA CRIANÇA TEM INFÂNCIAS
TÓPICO 2 – A IMPORTÂNCIA DOS DOMÍNIOS, MARCOS E ESTÁGIOS DO 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
TÓPICO 3 – O TRIPÉ DAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
TÓPICO 4 – CRIANÇA, INFÂNCIAS E A EDUCAÇÃO INFANTIL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
NEM TODA CRIANÇA TEM INFÂNCIAS
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
Criança Feliz, que vive a Cantar 
Alegre a Embalar seu Sonho infantil. 
Oh, Meu Bom Jesus, que a Todos Conduz, 
olhai as Crianças do Nosso Brasil! (FRANCISCO ALVES)
Caro acadêmico! Você se lembra da sua infância? Que memórias você tem 
desse período? Lembra de algum fato em particular? O que a infância representa em 
sua vida? Sabe como foi a infância de seus pais? De seus avós? E como foi/está sendo 
a infância dos seus filhos, caso os tenha?
Muitas lembranças da sua infância? Sim? Não? 
FIGURA 1 – O QUE É A INFÂNCIA?
FONTE: <https://bit.ly/3lEVub5>. Acesso em: 29 nov. 2021.
Agora vamos além: a maioria das pessoas quando pensa no significado 
da infância se refere a um conceito biológico e psicológico considerando a infância 
apenas como um período de crescimento e desenvolvimento do ser humano que vai 
do nascimento até a puberdade que, segundo o dicionário Aurélio, é uma fase que a 
criança vive sua meninice e puerícia (FERREIRA, 2004).
É assim que você também definiu a infância?
4
NOTA
Você já tinha ouvido falar em puerícia? Segundo o dicionário on-line 
Michaelis (2015), puerícia significa período da vida, compreendido entre a 
infância e a adolescência, conjunto dos indivíduos que estão na fase pueril.
FONTE: PUERÍCIA. In: Dicionário Michaelis: Ed. Melhoramentos Ltda., 2015. 
Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/
portugues-brasileiro/puer%C3%ADcia. Acesso em: 10 jun. 2021.
A concepção de infância dos dias de hoje é bem diferente de alguns séculos 
atrás. A criança passou de um ser sem importância para um cidadãocom identidade 
pessoal e histórica, com destaque e atenção na sociedade, mesmo não sendo de forma 
igualitária para todas as crianças. Obviamente, essa transformação não aconteceu 
em “um piscar” de olhos, foram necessários muitos anos, novas exigências sociais e 
econômicas, mudanças de paradigmas para que a humanidade tivesse um novo olhar 
para com as crianças. 
O conceito de infância foi historicamente construído, por isso variou muito no 
decorrer dos anos. Conforme Kuhlmann Júnior (2010, p. 30), “a história da criança é uma 
história sobre a criança. A interação é o terreno onde a criança se desenvolve”. [...] As 
relações sociais são parte integrante de suas vidas, de seu desenvolvimento”.
É necessário conhecer e compreender o conceito de infância numa ótica 
histórica para entender a concepção atual de infâncias. Nessa perspectiva foi pensado 
o Tópico 1 desta unidade, trazendo um breve histórico da construção do conceito de 
infância, justificando o porquê usarmos a expressão conceitual “infâncias” no título do 
presente tópico.
Boa leitura!
2 CONCEPÇÕES DA INFÂNCIA
A infância é carregada de significados e sofreu ao longo dos anos inúmeras 
modificações. Para entendermos o conceito atual de infância precisamos fazer 
uma rápida viagem no tempo, começando pela Idade Média, quando foi construída 
a primeira definição de infância. Conforme Mello et al. (2013), a infância passou por 
quatro momentos importantes que foram chamados de Concepções da Infância. 
Vamos ver?!
5
• 1ª Concepção (séculos V ao XII) – Entende a infância apenas como uma fase ou 
etapa da vida, ou seja, a transição que toda criança faz para a vida adulta. Acreditava-
se que a criança nesse período não possuía a habilidade de se comunicar através da 
fala, de expressar seus sentimentos, era um ser anônimo na sociedade. “Essa visão 
não leva em conta os aspectos sociais, econômicos que faz com que muitas crianças 
sejam arrancadas da sua infância antes de se “tornarem” adultas” (MELLO et al., 
2013). É importante ressaltar que essa situação de crianças trabalhando enquanto 
deveriam brincar ou estar na escola, ainda persiste em nossa sociedade. 
A primeira definição de infância foi construída na Idade Média, através do 
conceito de Idades da Vida, que separava a vida em seis fases, sendo que a primeira 
correspondia ao período que vai do nascimento aos sete anos de idade (MELLO et al., 
2013). A infância permaneceu no anonimato até fins do século XII. 
INTERESSANTE
Etimologicamente, a palavra infância provém do latim e significa infante – o que (in) não 
(fante) fala, ou seja, incapacidade de falar, a chamada primeira infância. Essa fase se 
estendia até os sete anos de idade, tempo que representava a passagem para a idade 
considerada da razão. Juntava-se ao mundo adulto a partir do momento que conseguia 
destreza para andar, falar e desempenhar sozinha algumas atividades. 
Quando as crianças eram representadas através de pinturas, elas eram 
frequentemente retratadas em uma perspectiva de um adulto em 
miniatura. Inclusive quando a criança fazia 7 anos, recebia uma carteira de 
identidade jurídica, informando que agora ela era capaz de tomar decisões, 
e principalmente de trabalhar (KUHLMANN JÚNIOR, 2010).  O pai nesse 
período tinha sobre o filho o direito de vida ou de morte, direito de castigá-
lo, de condená-lo à prisão, de excluí-lo da família (BADINTER, 1985).
Para ajudar na compreensão de como a infância era percebida na Idade Média, 
veremos a seguir duas pinturas que representavam muito bem as expressões artísticas 
daquele período.
Na Figura 2a são ilustradas a criança e a infância da sociedade nobre, com 
roupas de adultos muito comuns nas produções artísticas da Idade Média. Segundo 
Postman (2011, p. 32), “[...] as pinturas coerentemente retratavam as crianças como 
adultos em miniatura, pois logo que as crianças deixavam de usar cueiros, vestiam-se 
exatamente como outros homens e mulheres de sua classe social”.
A Figura 2b, nessa mesma linha de representação da infância, apresenta uma 
imagem tradicional de um bebê com expressão facial de um homem mais velho, ou seja, 
de um adulto. Os artistas da Idade Média seguiam a percepção de infância presente na 
sociedade medieval que não possuía um conceito diferenciado de criança, ou seja, a 
criança era apenas um adulto reduzido (KODAMA, 2021).
6
FIGURA 2 – INFÂNCIA DA IDADE MÉDIA
FONTE: <https://artsandculture.google.com/asset/PQGtmOgny4UQTA> / https://images.app.goo.
gl/A1ZattdYFrz8bLzs7. Acesso em: 29 nov. 2021.
2a 2b
No mínimo curioso, não é verdade?!
Na Idade Média, a infância terminava para a criança quando ela parava de 
mamar, o que acontecia por volta dos seis a sete anos de idade. A partir dessa idade, ela 
passava a conviver definitivamente com os adultos (CORTEZ, 2011).
Adultos e crianças estavam sempre juntos, compartilhando da 
mesma linguagem, dos mesmos espaços, das mesmas vestimentas 
que eram exatamente idênticas. Havia uma alta taxa de mortalidade 
entre as crianças no mundo medieval, e por esse motivo, os adultos 
não tinham tanto vínculo emocional com a criança, pois o futuro 
dela era ainda incerto. Predominava, então, nessa época, a ideia de 
se ter vários filhos esperando que ao menos alguns sobrevivessem 
(PEREIRA, 2011, p. 17).
• Segunda Concepção (séculos XIII ao XVI) – Nessa visão, a infância é considerada 
um momento mágico, lúdico quando as crianças não têm preocupações nem 
responsabilidades comuns à vida adulta, elas vivem de forma descontraída e sem 
preocupações. “A infância não é vista como período significativo e a brincadeira 
está presente, mas não representa um momento relevante” (MELLO et al., 2013). A 
criança é considerada um ser inacabado, imperfeito, vazio. A criança passou a se 
inserir na família, mas inicialmente numa perspectiva superficial, de paparicar, pois, 
era engraçadinha e divertia os adultos (ARIÈS, 1981).
• Terceira Concepção (século XVII até meados do XIX) – A terceira concepção 
relaciona a infância a um período significativo de construção, formação, 
desenvolvimento, quando a criança através das descobertas de si e do mundo se 
constitui enquanto sujeito dotado de identidade, personalidade, caráter. A partir do 
século XVII a infância passa a ser reconhecida como uma etapa distinta e a criança 
sai do anonimato e passa a ter um mundo próprio separado do mundo do adulto 
(ARIÈS, 1981). A brincadeira ocupa lugar de destaque e é através dela que a criança 
se relaciona com seus pares, solta a imaginação, cria seus brinquedos, jogos e se 
desenvolve, sem precisar da intervenção de adultos (MELLO et al., 2013).
7
• Quarta Concepção (a partir do século XIX) – Esta é a visão atual da infância, quando 
a criança é entendida como um ser histórico-social-cultural de direitos e deveres e não 
apenas um ser biológico, que passa pelas faixas etárias até a fase adulta.
A infância deixou de ser compreendida como uma “pré” etapa da fase 
adulta e passou a ser identificada como um estado diferenciado. Assim, 
ao mesmo tempo em que se reconhece que a definição de infância é 
tributária do contexto histórico, social e cultural no qual se desenvolve, 
admite-se a especificidade que a constitui como uma das fases da vida 
humana (MACIEL; BAPTISTA; MONTEIRO, 2009, p. 15).
A partir dessa linha do tempo para entender o significado da infância percebe-
se que no decorrer da história, a criança tem ocupado diferentes posições, dependendo 
do valor que a sociedade lhe dava. O historiador Philippe Ariès, em sua obra “História 
Social da criança e da família”, traça uma trajetória de como a criança vem sendo tratada 
ao longo dos séculos. Ressalta, por exemplo, que a infância sempre esteve ligada à ideia 
de dependência, que a criança, no decorrer da história foi vista e tratada como alguém 
que vai ser um adulto (ARIÈS, 1981). 
A ascensão da infância enquanto conceito e preocupação específica conforme 
Badinter (1985) é proporcional ao progressivo declínio do poder do pai na família e na 
sociedade.“Até meados do século XIX, o pai ocupava o lugar de rei sobre os filhos e a 
mulher. O pai possuía poderes duplos, ele dominava na esfera pública e na doméstica; 
pois cabiam a ele as decisões fundamentais quanto ao destino dos filhos como, onde 
estudar, com quem se casar” (GAÍVA; PAIÃO, 1999, p. 76).
Para Arroyo (2012) apud Mello et al., (2013), a infância está relacionada ao papel 
da mulher na sociedade e quando ela ingressa no mundo do trabalho, a infância se 
constitui como categoria social, e, consequentemente, a criança se torna um sujeito 
público e social de direitos. O conceito de infância é uma construção que vai surgindo a 
partir do século XIX e o início do século XX em que a representação da infância começa 
a ter maior visibilidade (NEVES, 2005). 
Tudo que foi visto até aqui nos permite afirmar que o significado de criança é 
dado pela representação que o adulto tem sobre ela, em seus aspectos sociais, culturais, 
psicológicos e biológicos. No Brasil, século XIX tivemos, a criação de leis e políticas 
que asseguram direitos de proteção às crianças, preocupação com a saúde através 
de campanhas de vacinação e projetos de educação da criança em todos os níveis, 
levando a infância a ocupar um maior lugar de destaque nos meios de comunicação.
8
FIGURA 3 – LINHA DO TEMPO SOBRE A CONCEPÇÃO DA INFÂNCIA
FONTE: A autora 
Leandro Karnal, um dos maiores historiadores brasileiros, explica no YouTube como 
foi essa evolução da concepção de infância desde a Idade Média, até os dias atuais. Na 
Idade Média, “as crianças eram adultos estúpidos” (KARNAL, 2017). Vamos assistir?! 
9
DICA
Basta ler o QR Code ao lado ou entrar no link através do 
link: https://www.youtube.com/watch?v=7muGDWAkY90.
A partir do exposto sobre as concepções da infância percebe-se que o conceito 
de infância no Brasil também sofreu influência dos momentos histórico-sociais que 
vivenciamos. O conceito atual de infância surgiu como resultado das lutas sociais em 
defesa da criança. Aos poucos a criança vai se destacando, assumindo identidade, voz, 
passa a ter direitos com a criação de leis próprias.
Todas essas alterações socioculturais no modo de perceber e tratar 
a infância, acabaram por conduzir, mesmo que gradativamente, a 
algumas melhorias. Fundamentada na necessidade de vê-la como 
um ser singular, surgiram, então, a Pediatria, como especialidade da 
medicina; a criação de vestimentas próprias à infância, brinquedos 
infantis, dentre outros. Em 1959, foi proclamada a Declaração dos 
Direitos da Criança, e mais recentemente, como fruto da Constituição 
Brasileira de 1988, foi aprovado, sob forma de lei, o Estatuto da 
Criança e do Adolescente em 1990 (GAÍVA; PAIÃO, 1999, p. 76).
Arroyo (1994) afirma que a infância não é algo estático, é algo que está em 
permanente mudança a depender do contexto social, político, econômico em que está 
inserido. Por tais motivos não é aconselhável referir-se à “infância” como única, devemos, 
sim, compreender as “infâncias” diversas em seu tempo e sua realidade. 
IMPORTANTE
É importante ressaltar que existem variadas e diversas formas de 
viver ou não viver a infância. “Sendo importante ter sempre presente 
que a infância não é singular, nem é única. A infância é plural: infâncias” 
(BARBOSA, 2000, p. 101).
Prout e James (1991) apud Pinto (1997) corroboram com a concepção da 
existência de infâncias ao invés de uma apenas, ao ponderar que “A infância é uma 
variável da análise social, não dissociável de outras variáveis, tais como o sexo, ou a 
classe social; a análise comparativa e transcultural, revela uma grande variedade 
10
de infâncias” (PROUT; JAMES, 1991, p. 8 apud PINTO, 1997, p. 68, grifo nosso). Nesse 
contexto, podemos ressaltar que as representações de infância variam conforme o 
tempo, classe social, a colocação da criança no espaço familiar, a questão de 
gênero, etnia, bem como na sociedade em geral.
3 SER CRIANÇA NÃO SIGNIFICA TER INFÂNCIA
No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), 
no primeiro volume (são três ao total) a concepção de infância está relacionada à 
condição social considerando também que existem diferentes infâncias, dependendo 
da sua classe social, das diferenças econômicas, culturais, religiosas e as diferenças 
individuais que estão presentes na vida de cada criança.
 
Esse referencial visa contribuir com as políticas e programas de educação infantil, 
subsidiando o trabalho educativo de professores e demais profissionais da educação infantil 
e apoiando os sistemas de ensino estaduais e municipais (BRASIL, 1998).
IMPORTANTE
Você conhece o RCNEI? É um documento muito importante para a 
Educação Infantil. Constitui-se em um conjunto de referências e orientações 
pedagógicas para auxiliar a implantação ou implementação de práticas 
educativas de qualidade que possam promover e ampliar as condições 
necessárias para o exercício da cidadania das crianças. 
Não conhece o RCNEI ainda? Então é só ler o QR Code ao lado ou entrar 
no link: https://www.novaconcursos.com.br/blog/pdf/referencial-curricular-
nacional-educacao-infantil-pref-limeira-sp.pdf, para ter acesso aos três 
volumes juntos. 
Ótima leitura!
Voltando ao conceito de infâncias é importante destacar que as crianças 
vivenciam experiências diferenciadas ao longo dos anos e a infância vivida pelos 
nossos pais não é a mesma vivida por nós, pois, cada geração passa por influências 
do meio social que determinam seu modo de ser e viver (SARMENTO, 2000).
11
E assim também acontece com as crianças em condições econômicas diferentes 
e em países diferentes. Por exemplo, a infância de uma criança de classe baixa (pobre) 
no Brasil é bem diferente da infância de uma criança americana de classe alta e ambas 
são respectivamente diferentes da infância de seus pais e avós.
Nesse contexto, é importante destacar que em nenhum momento se quis 
negar a existência biológica da criança. E sim reconhecer que antes do século XVI, a 
consciência da sociedade não enxergava a existência autônoma da infância como uma 
categoria diferenciada do gênero humano. Quando as crianças não dependiam mais da 
mãe já eram incorporadas plenamente ao mundo dos adultos (LEVIN, 1997). Conforme 
Neves (2005), “antigamente não existia uma valorização da criança como indivíduo, 
havia criança, mas não existia o conceito de infância”.
A infância é a primeira etapa da vida quando a criança forma sua identidade, 
desenvolve-se biológica e cognitivamente por meio das experiências e brincadeiras, 
precisando ser entendida como uma fase da vida muito importante e cheia de 
significados, assim como é a fase adulta, e não apenas como uma transição, uma 
preparação para a fase adulta. A criança, mesmo dependendo dos pais/responsáveis é 
um cidadão, portanto, tem tantos direitos quanto um adulto que precisam ser respeitados 
e garantidos. 
É preciso considerar a infância como uma condição da criança. 
O conjunto de experiências vividas por elas em diferentes lugares 
históricos, geográficos e sociais é muito mais que uma representação 
dos adultos sobre essa fase da vida. É preciso conhecer as 
representações da infância e considerar as crianças concretas, 
localizá-las nas relações sociais etc., reconhecê-las produtoras da 
história (KUHLMANN JÚNIOR, 2010, p. 30). 
Para tanto, a história da infância nos proporciona entender a criança como 
sujeito que está na história e que faz parte dessa história, indícios da concepção 
de criança como sujeito, que deve ser respeitado e ouvido (KUHLMANN JÚNIOR, 2010). 
Enfatiza-se a possibilidade de sua participação como ser social, político e cultural, na 
construção de sua vida em sociedade. 
Incrível que tantas mudanças aconteceram na perspectiva de entendimento da 
infância, porém, em pleno século XXI as crianças continuam sendo desrespeitadas. 
Existem ainda diferentes formas de perceber e tratar as crianças, tendo aqueles que 
são omissos, os que superprotegem e os que conseguem perceber o papel social delas. 
“Elas continuam escravasdos desejos e ansiedades dos adultos, que não conseguem 
perceber nelas a capacidade de pensar, querer e de sentir. A tendência é vê-las como 
seres dependentes e que necessitam ser protegidos” (GAÍVA; PAIÃO, 1999, p. 76).
12
Quer saber mais sobre a construção do conceito de infância? Então assista ao vídeo/
documentário “A Invenção da Infância”! Basta ler o QR Code a seguir ou entrar no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=8Q9FgGYBtzg
O curta-metragem brasileiro “A Invenção da Infância” foi dirigido por Liliana Sulzback, 
também responsável pelo roteiro e, ao lado de Mônica Schmiedt, pela produção executiva, 
recebeu 15 prêmios no Brasil e exterior. Retrata um desequilíbrio existente e que abala 
o conceito de infância em um mesmo país. O filme finaliza com a frase: “Ser criança não 
significa ter infância”.
Também gostaríamos de sugerir um livro que é pura inspiração: Nordeste criança: 
olhares das infâncias, tem como autoria o Conselho Federal de Psicologia e Frente 
Nordeste Criança. “No olhar de uma criança cabe o mundo. Nele, encontramos a vida, a 
sua fragilidade e todo o futuro que inevitavelmente acontecerá”. 
Para fazer o download do livro basta ler o QR Code ou entrar no link: https://site.cfp.org.
br/wp-content/uploads/2021/05/Catalogo_Olhares_Das_Infancias.pdf.
DICA
13
4 QUAIS SÃO AS FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL?
No Artigo 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) fica 
estabelecida a idade cronológica da criança: “Considera-se criança, para os efeitos 
desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente entre 
doze e dezoito anos de idade” (BRASIL, 2008, p. 9).
A idade cronológica da criança é um referencial, pois, possibilita organizar os 
indicativos de mudanças, de desenvolvimento em domínios/marcos, que caracterizam 
a criança em cada período etário. 
Os marcos são padrões de referência, ou indicadores do 
desenvolvimento da criança, relacionados à maturação orgânica 
e psíquica. Indicam mudanças esperadas em faixas etárias que 
possibilitam estabelecer parâmetros para orientar a avaliação do 
fluxo do desenvolvimento e a maneira mais adequada de abordar e 
cuidar da criança (FUJIMORI; OHARA, 2009, p. 63).
Vamos iniciar falando da primeira infância, destacando o período do 
nascimento até a criança completar três anos de idade chamado de primeiríssima 
infância (MARINO; PLUCIENNIK, 2013), já que essa fase é considerada a principal para 
o desenvolvimento do indivíduo (Figura 3). 
Então qual seria a faixa etária da primeira infância?
Segundo o Plano Nacional pela Primeira Infância e a Rede Nacional Primeira 
Infância (RNPI, 2020) o período que compreende a primeira infância é de o 
nascimento até a criança completar seis anos de vida (Figura 4). 
FIGURA 4 – FAIXA ETÁRIA DA PRIMEIRÍSSIMA E PRIMEIRA INFÂNCIA
FONTE: <https://jornal.usp.br/universidade/investir-na-primeira-infancia-e-como-uma-vacina-
para-o-desenvolvimento-humano-diz-pesquisadora-da-usp/>. Acesso em: 29 nov. 2021.
14
Já Cardoso (2017) divide a infância em três fases de acordo com a faixa etária: 
primeira infância, segunda infância e terceira infância (FIGURA 5).
FIGURA 5 – FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Fonte: A autora
15
NOTA
Você já ouviu falar no Plano Nacional pela Primeira Infância (PNPI)? 
É um documento político e técnico que orienta decisões, investimentos e 
ações de proteção e de promoção dos direitos das crianças na primeira 
infância. O foco nos primeiros seis anos é coerente com o relevante 
significado desse período no conjunto da vida humana e é a forma de 
assegurar os direitos da criança com a necessária especificidade e com a 
prioridade que lhe atribui a Constituição Federal (Art. 227). Descurar, por 
omissão, ignorância ou displicência, o tempo da infância é um crime contra 
as crianças e contra a sociedade (RNPI, 2020, p.11).
Considerando que os três primeiros anos de vida correspondem ao 
período de maior desenvolvimento cerebral optou-se em chamar esse período de 
primeiríssima infância para dar destaque a essa fase tão importante para as crianças, 
assim como o fez o Programa “Primeiríssima Infância: responsabilidade de todos”, uma 
parceria entre a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, a Prefeitura Municipal de São 
Carlos e a instituição Obras Sociais da Associação Espírita Francisco Thiesen (MARINO; 
PLUCIENNIK, 2013, p. 13).
O recorte reputa ao período que abrange da gestação aos três primeiros 
anos de vida de uma pessoa e sua escolha se sustentou nas descobertas recentes 
da neurociência, que apontam o intervalo em questão como o mais relevante entre 
os períodos sensíveis do desenvolvimento cerebral. Afinal, a garantia de condições 
adequadas de nutrição, o cuidado, a atenção, a convivência e o aprendizado durante 
esta fase da vida fazem toda a diferença para que as funções cerebrais do indivíduo 
floresçam ao longo de toda a sua existência.
Conforme Rogers e Dawson (2014), os primeiros anos de vida de uma criança 
correspondem a um período de grande neuroplasticidade, e com isso as crianças 
apresentam uma rápida capacidade de aprendizagem. 
NOTA
Neuroplasticidade ou plasticidade neural “refere-se à capacidade do 
cérebro de mudar, se adaptar e desenvolver novas conexões sinápticas 
entre os neurônios” (ANDRADE, 2020, s.p.).
16
É importante ressaltar que apesar de ser possível a criação de novas conexões 
neuronais em indivíduos adultos, o cérebro é mais plástico nos primeiros anos 
(ANDRADE, 2020).
É na primeiríssima infância, especialmente entre zero e três anos de idade, 
que se formam as bases do desenvolvimento do indivíduo, nos seus diversos aspectos 
físicos, motores, sociais, emocionais, cognitivos, linguísticos, comunicacionais, entre 
outros (PORTUGAL, 2009).
17
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A concepção de infância dos dias de hoje é bem diferente de alguns séculos atrás.
• O conceito de infância foi historicamente construído, por isso variou muito no decorrer 
dos anos.
• 1ª Concepção (séculos V ao XII) – Entende a infância apenas como uma fase ou 
etapa da vida, ou seja, a transição que toda criança faz para a vida adulta.
• Segunda Concepção (séculos XIII ao XVI) – Nessa visão, a infância é 
considerada um momento mágico, lúdico, quando as crianças não têm 
preocupações nem responsabilidades comuns à vida adulta, elas vivem de 
forma descontraída e sem preocupações.
• Terceira Concepção (século XVII até meados do XIX) – A terceira concepção 
relaciona a infância a um período significativo de construção, formação, 
desenvolvimento, quando a criança através das descobertas de si e do mundo se 
constitui enquanto sujeito dotado de identidade, personalidade, caráter. 
• Quarta Concepção (a partir do século XIX) – Essa é a visão atual da infância, 
quando a criança é entendida como um ser histórico-social-cultural de 
direitos e deveres e não apenas um ser biológico, que passa pelas faixas etárias 
até a fase adulta.
• As representações de infância variam conforme o tempo, classe social, a 
colocação da criança no espaço familiar, a questão de gênero, etnia, bem como 
na sociedade em geral.
• No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), 
no primeiro volume (são três ao total) a concepção de infância está relacionada 
à condição social considerando também que existem diferentes infâncias, 
dependendo da sua classe social, das diferenças econômicas, culturais, religiosas e 
as diferenças individuais que estão presentes na vida de cada criança. 
• Segundo o Plano Nacional pela Primeira Infância (RNPI, 2020) o período que 
compreende a primeira infância é de o nascimento até a criança completar 
seis anos de vida.
RESUMO DO TÓPICO 1
18
1 A concepção de infância dos dias de hoje é bem diferente de alguns séculos atrás, 
assim, sofreu algumas variações no decorrer dos anos. A infância passou por quatro 
momentos importantes que foram chamados de Concepções da Infância. Sobre as 
características da Segunda Concepção, nos séculos XIIIao XVI, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) A infância é um período significativo de construção, formação e desenvolvimento 
da criança, organizando sua identidade.
b) ( ) A infância é um espaço em que a criança se relaciona com seus pares, solta a 
imaginação e cria suas brincadeiras.
c) ( ) A infância é considerada como um momento lúdico, em que as crianças não 
possuem preocupações ou responsabilidades.
d) ( ) A infância caracteriza a criança como um ser histórico-social-cultural de direitos 
e deveres e não apenas um ser biológico.
2 A concepção de infância sofreu alterações ao longo dos anos. Iniciou na Idade 
Média, com a primeira concepção de infância, depois passou por quatro momentos 
denominados de Concepções da Infância, segundo cada época do desenvolvimento 
social. Com base nas definições sobre a primeira concepção de infância, analise as 
sentenças a seguir:
I- A infância consiste apenas em uma fase ou etapa da vida, algo que toda criança 
realiza para alcançar a vida adulta. 
II- Nessa fase, a criança possui a habilidade de falar, expressar seus sentimentos, não 
era um ser anônimo na sociedade.
III- As crianças e adultos conviviam sempre juntos, compartilhavam da mesma 
linguagem e espaços, as vestimentas eram idênticas. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
AUTOATIVIDADE
19
3 As crianças vivenciam experiências diferenciadas ao longo dos anos e a infância 
apresenta diferenças de entendimentos, visto que, cada geração passou por 
influências do meio social que determinaram seu modo de ser e viver. De acordo 
com as características do atual conceito de infância, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
( ) As condições que caracterizam o conceito de infância podem variar, conforme as 
condições econômicas e a cultura do país. 
( ) A  infância  é a primeira etapa da vida, quando a criança forma sua identidade, 
desenvolve-se biologicamente e cognitivamente.
( ) A criança é considerada como um cidadão, contudo, não possui os mesmos direitos, 
assim como os adultos, que precisam ser respeitados e garantidos. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 O RCNEI (BRASIL, 1998) consiste no documento que visa contribuir com as políticas 
e programas de educação infantil, subsidiando o trabalho educativo de professores e 
demais profissionais da educação infantil e apoiando os sistemas de ensino estaduais 
e municipais. Disserte sobre o proposto no Referencial Curricular Nacional para a 
Educação Infantil referente à Educação Infantil. 
FONTE: BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. 
Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. 3 v.
5 A primeira infância destaca o período referente ao nascimento até a criança 
completar três anos de idade, denominado de primeiríssima infância. Essa fase é 
considerada como a principal para o desenvolvimento do indivíduo. Disserte sobre as 
considerações do programa ‘Primeiríssima Infância: responsabilidade de todos’, sobre 
os três primeiros anos de vida, a respeito do desenvolvimento cerebral. 
20
21
A IMPORTÂNCIA DOS DOMÍNIOS, MARCOS E 
ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
O desenvolvimento infantil passou despercebido em grande parte da história 
da humanidade. Entretanto, como já destacado no capítulo anterior, a criança não é 
uma pequena versão do adulto, ela apresenta características próprias de sua idade. 
Ter essa compreensão é fundamental para compreender a importância do estudo 
do desenvolvimento humano, pois, existem formas de perceber, compreender e se 
comportar diante do mundo, próprias de cada fase de vida.
É fundamental que os pais/responsáveis/cuidadores/professores conheçam 
os marcos, os domínios e estágios da infância e entendam qual a relação com o 
desenvolvimento e o aprendizado da criança. 
Por que é necessário entender os marcos e estágios do 
desenvolvimento infantil?
Quando temos consciência dos marcos e estágios do desenvolvimento infantil 
podemos ter um parâmetro do que esperar de diferentes áreas e habilidades 
em cada idade, e assim elaborar estratégias de ensino que estimulem ainda 
mais esses campos. Contudo, é importante considerar que quando os estímulos não 
apresentam resultados desejáveis, o auxílio de outros profissionais especialistas, como 
pediatras e neurologista serão necessários (BRASIL, 2016).
Saber o que está acontecendo com a criança permite entender melhor suas 
necessidades e dificuldades. Conhecer os marcos e estágios do desenvolvimento 
infantil é necessário tanto para os médicos, como para os professores e pais, ou seja, 
para todos que trabalham ou convivem com crianças. Com tais informações é possível 
perceber se a criança está com algum atraso, problema no seu desenvolvimento e se 
for o caso, já buscar ajuda profissional adequada, bem como pensar em estratégias que 
contribuam para sua evolução. Conhecer as etapas do desenvolvimento infantil e os 
domínios permite uma preparação para os desafios que vão surgindo em cada fase.
22
2 QUAIS OS DOMÍNIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL?
Papalia, Olds e Feldman (2001) classificam os aspectos do desenvolvimento 
infantil em três domínios: domínios do desenvolvimento físico-motor, cognitivo 
e psicossocial.
 O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (Centers 
for Disease Control and Prevention) – CDC – acrescenta à classificação o domínio da 
linguística. Vamos ver na Figura 6 a seguir.
23
FIGURA 6 – DOMÍNIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
FONTE: A autora
24
Todos os domínios/aspectos do desenvolvimento infantil têm os primeiros 
anos de vida como um período de importância fundamental. Segundo Thompson 
e Nelson (2001), mesmo após o nascimento, na infância o cérebro segue em 
intensa organização neurofisiológica propiciando um período de grande riqueza e 
potencialidade para o desenvolvimento.
Apesar de serem domínios distintos, onde um tiver uma mudança acarretará 
mudanças nos demais domínios. Por exemplo: um avanço relacionado ao domínio do 
desenvolvimento físico-motor facilitará outras aprendizagens e, assim, outros domínios 
serão beneficiados. 
Observar um bebê que ainda engatinha e observá-lo um mês depois 
permite espantarmo-nos, pois são notórias as inúmeras conquistas 
já alcançadas! Talvez já ande sozinho ou se aventure a dar passos 
agarrado ao mobiliário ou à mão de alguém. Esta capacidade de se 
deslocar mais autonomamente permite ver o mundo de uma outra 
perspectiva e ter acesso a realidades até então desconhecidas. Tudo 
isto desperta o desejo da criança por novas formas de interação com 
os objetos e com as pessoas que fazem parte da sua vida (DIAS; 
MARCELINO, 2013, p. 14).
 
Conforme Flinchum (1981), existe uma grande relação entre o desenvolvimento 
mental e o desenvolvimento motor até os três anos de idade, mais que nos 
anos seguintes. Um domínio do desenvolvimento depende do outro para que a 
evolução plena aconteça. Portugal (2009, p. 96) destaca “não se pode estimular o 
desenvolvimento cognitivo sem trabalhar simultaneamente o desenvolvimento físico, 
emocional e social “[...]. 
Cabe aqui também ressaltar que não existem padrões de desenvolvimento 
totalmente iguais em todos os seres humanos. O processo de desenvolvimento 
humano é pessoal e dentro de um contexto histórico e cultural considerando as especifi-
cidades hereditárias do indivíduo e aquelas que são resultantes da sua experiência de 
interação com a realidade social e física (DIAS; CORREIA; MARCELINO, 2013).
O desenvolvimento infantil não ocorre de forma linear podendo variar de acordo 
com diversos fatores, como os estímulos que são oferecidos à criança, o ambiente em 
queela vive e sua relação com os pais e responsáveis. Assim, as crianças com a mesma 
idade apresentam variações no seu desenvolvimento global.
25
NOTA
O desenvolvimento global é um conjunto de habilidades responsável 
pela autonomia de um indivíduo. E quando algo não está bem ocorre um 
atraso chamado de Atraso no Desenvolvimento Global ou Transtorno 
Global de Desenvolvimento (TGD) – que é um atraso significativo em 
duas ou mais áreas voltadas para o aspecto progressivo da criança (seja ela 
a linguagem, a cognição, as competências sociais e comportamentais; além 
da motricidade fina e grossa) (BRITES, 2018).
Então, atenção! Apesar de não existir um padrão único de desenvolvimento, 
os marcos do desenvolvimento infantil precisam ser respeitados e acompanhados. Um 
atraso significativo no desenvolvimento da criança precisa ser investigado. Muito cuidado 
com aquela frase “corriqueira”: “Toda criança tem seu tempo”! Pois, toda criança tem seu 
tempo dentro dos marcos do desenvolvimento. Quando o atraso é muito distante para o 
que era esperado para a idade, sim, é motivo de preocupação e precisa ser investigado. 
Pais, responsáveis, cuidadores e professores, fiquem atentos!
3 ACOMPANHANDO DE PERTO OS MARCOS E ESTÁGIOS 
DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
“Os marcos do desenvolvimento infantil são referências usadas para 
acompanhar o crescimento dos pequenos. [...]” (KINEDO, 2020). Portanto, não são 
regras. Conforme o Dr. Brites do Instituto Neurosaber (2021a), os marcos servem para 
orientar pais e cuidadores, lembrando que se verificado algum atraso considerável no 
desenvolvimento infantil nos primeiros anos de vida, a recomendação é buscar ajuda 
médica para averiguar.
Por todos esses motivos é fundamental ressaltar a importância dos pais/
responsáveis acompanharem o desenvolvimento dos pequenos e levarem as 
crianças em consultas periódicas ao pediatra. 
Você quer saber o que é previsto nos marcos do desenvolvimento até os 
cinco anos de idade? A tabela a seguir apresenta alguns dos marcos de desenvolvimento 
que as crianças apresentam desde o nascimento até os seus cinco anos de idade 
(Quadro 1).
26
QUADRO 1 – MARCOS DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DO NASCIMENTO ATÉ OS SEUS 
CINCO ANOS DE IDADE
Idade Psicossocial Linguístico Cognitivo Físico-motor
0 a 6 
meses
Sorri e dá risadas 
com cócegas;
Balbucios e 
arrulhos;
Vira a 
cabeça para 
acompanhar 
sons;
Movimentos 
dos olhos 
coordenados;
Ergue a
Cabeça;
Rola; Senta
com apoio; Leva a 
boca objetos;
6 a 9 
meses
Entende o “não”;
Ri e dá gargalhadas 
por prazer;
Balbucia vogais 
e consoantes, 
como mama e 
papa;
Responde pelo 
seu nome; 
Aumenta o 
interesse por 
um determinado 
brinquedo;
Senta sem apoio;
Fica de pé 
segurando as 
mãos de alguém; 
Engatinha;
Manipula objetos 
com as mãos;
9 a 12 
meses
Chora quando os 
pais saem;
Imita sons e 
gestos; Joga jogos 
interativos;
Interesse por 
outras crianças;
Entende e pode 
falar mamãe ou 
papai;
Acena para dar 
tchau;
Cutuca com o 
dedo;
Responde 
a simples 
solicitações;
Aponta;
Levanta para ficar 
de pé; Caminha 
segurando nas 
coisas;
Movimento de pinça;
18 meses
Estranha 
desconhecidos;
Birras;
Imaginação no 
brincar;
Fala algumas 
palavras;
Fala e balança 
a cabeça para 
dizer não; Aponta 
para mostrar 
coisas;
Aponta 
para partes 
do corpo; Faz 
rabiscos; Segue 
orientações 
simples;
Caminha sem apoio;
Segura e bebe no 
copo;
Come com colher;
2 anos
Brinca ao lado de 
outra criança;
Mostra mais 
independência;
Começa a formar 
frases;
Repete palavras;
Aponta imagens 
de um livro;
Começa a 
nomear cores e 
formas;
Empilha blocos;
Brinca de faz de 
conta;
Começa a correr;
Fica na ponta dos 
pés;
Arremessa bolas;
3 anos
Brinca com outras 
crianças;
Demonstra 
preocupação com 
amigos chorando;
Se comunica 
com frases 
maiores;
Fala seu nome e 
idade;
Empilha blocos e 
faz torres;
Brinca de faz de 
conta e usa mais 
a imaginação;
Abre portas
Sobe e desce 
escadas;
Corre com facilidade;
4 anos
Fala sobre gostos e 
interesses;
Aguça a 
imaginação nas 
brincadeiras;
Fala grandes 
sentenças de 
frases; Conta 
histórias;
Sabe o nome 
das cores e 
números;
Entende o igual 
e diferente;
Reconta 
histórias;
Pula em um pé só;
Agarra bola;
Usa tesoura;
5 anos
Quer ser como os 
amigos;
Distingue a 
realidade do faz de 
conta.
Fala com 
clareza grandes 
sentenças; Usa o 
tempo futuro;
Fala seu nome e 
endereço.
Conta até dez ou 
mais;
Reproduz 
algumas letras e 
números.
Pula em um pé só 
por mais tempo;
Escala pequenas 
alturas; Sabe comer 
sozinho com colher 
e garfo.
FONTE: Adaptado de CDC (2012) e Instituto Neurosaber (2021a)
27
Nesse contexto, Cardoso (2017), considerando os domínios e marcos do 
desenvolvimento infantil, organizou uma tabela com os estágios do desenvolvimento 
da criança do nascimento aos 11 anos de idade (Quadro 2).
QUADRO 2 – ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DO NASCIMENTO AOS 
11 ANOS DE IDADE
Idade Físico Cognitivo Psicossocial
Primeira Infância 
ou Primeiríssima 
Infância – período 
neonatal (do 
nascimento) 
até os 3 anos 
aproximadamente
Todos os sentidos 
e sistema corporais 
funcionam no nascimento 
em graus variados;
O cérebro cresce em 
complexidade e é 
altamente sensível à 
influência ambiental;
o crescimento físico e 
o desenvolvimento de 
habilidades motoras são 
rápidos.
As capacidades de 
aprender e lembrar estão 
presentes já nas primeiras 
semanas;
O uso de símbolos e a 
capacidade de resolver 
problemas desenvolvem-
se no fim do segundo ano 
aproximadamente;
a compreensão e o uso da 
linguagem desenvolvem-
se rapidamente.
O apego aos pais 
e a outras pessoas 
estabelece- se;
A autoconsciência 
desenvolve-se;
Ocorre a passagem da 
dependência para a 
autonomia;
o interesse por outras 
crianças aumenta.
Segunda Infância 
(dos 3 aos 6 anos) O crescimento mantém 
o ritmo; a aparência 
torna-se mais esguia e 
as proporções ficam mais 
parecidas com a dos 
adultos;
O apetite diminui e os 
problemas do sono tornam-
se comuns;
manifesta-se a preferência 
por uma das mãos; as 
habilidades motoras 
grossas e finas melhoram e 
a força aumenta.
O pensamento é bastante 
egocêntrico, mas aumenta 
a compreensão da 
perspectiva de outras 
pessoas;
A imaturidade cognitiva 
resulta em algumas ideias 
sem lógica sobre o mundo;
A memória e a linguagem 
melhoram;
A inteligência torna-se mais 
previsível;
a experiência da pré-escola 
é comum e a do jardim de 
infância mais ainda.
O autoconceito e a 
compreensão das 
emoções tornam-se 
mais complexos; a 
autoestima é global;
a independência, 
a iniciativa e o 
autocontrole 
aumentam;
a identidade de gênero 
desenvolve-se;
a brincadeira muda e 
fica mais elaborada, 
imaginativa e mais 
social. São comuns 
os fatores com o 
altruísmo, o medo e a 
agressividade;
a família é o foco mais 
importante da vida 
social, mas as outras 
crianças com quem 
convive tornam-se 
importantes.
Terceira infância 
(dos 6 aos 11 anos)
O crescimento desacelera;
a força e as habilidades 
atléticas melhoram;
as doenças respiratórias 
são comuns, mas a saúde 
está geralmente melhor 
do que em qualquer outra 
época do curso da vida.
O egocentrismo diminui. 
As crianças começam a 
pensar logicamente, mas 
de forma concreta; as 
habilidades da memória e 
da linguagem melhoram;
os ganhos cognitivos 
permitem que as 
crianças beneficiem da 
educação formal.
A Autopercepção 
torna-se mais 
complexa, afetando a 
autoestima;
a partilha de regras 
reflete a passagem 
gradual do controle 
dos pais sob a 
criança; o grupo de 
amigos assume uma 
importância central.
FONTE: Adaptado de Cardoso (2017)
28
O desenvolvimento da criança está centrado nos seus processos de mudança 
e de estabilidade. Para uma melhor compreensão desse desenvolvimento, é necessário 
observar a formacomo a criança muda desde o nascimento até à sua adolescência, 
assim como prestar atenção às características que nela permanecem relativamente 
estáveis (CARDOSO, 2017). 
Para o desenvolvimento físico acontece o crescimento do corpo e 
do cérebro, incluindo também o desenvolvimento das capacidades 
sensoriais. No desenvolvimento cognitivo é possível observar a 
mudança das habilidades mentais, nomeadamente, a aprendizagem, 
a atenção, memória, linguagem, pensamento, raciocínio e a 
criatividade. Por fim, o desenvolvimento psicossocial acompanha 
a evolução da personalidade, das relações sociais e das emoções 
inerentes. Apesar de interligados, os desenvolvimentos, físico, 
cognitivo e psicossocial são influenciados pelo ambiente em que a 
criança se insere [...] (CARDOSO, 2017, p. 7).
Até agora, durante esta unidade do nosso livro didático, falamos bastante de 
crescimento e desenvolvimento da criança. Você sabe qual é a diferença entre eles?
IMPORTANTE
Crescimento é o processo responsável pelas mudanças em tamanho 
e sujeito às modificações que dependem da maturação. Já o 
desenvolvimento é caracterizado como as mudanças em complexidade 
ou o plano geral das mudanças do organismo por meio das influências 
do processo de maturação ambiental e da aprendizagem (PINHEIRO, 
1997). O desenvolvimento consiste no surgimento e aperfeiçoamento das 
habilidades motoras, cognitivas e psicossociais (FUJIMORI; OHARA, 2009).
4 CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA: SAÚDE, 
CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Para auxiliar e facilitar para os pais/responsáveis acompanharem o 
desenvolvimento das crianças temos no Brasil a Caderneta de Saúde da Criança 
(CSC) (Figura 4). A caderneta é considerada o principal instrumento utilizado para 
acompanhamento infantil no contexto da atenção básica, essencial na vigilância por 
ser o documento no qual são registrados dados e eventos mais significativos para a 
saúde da criança (OLIVEIRA, 2012). A CSC é doada para os pais logo após o nascimento 
do bebê e é diferente para meninos e meninas (Figura 7).
29
FIGURA 7 – CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA (CSC) PARA MENINO (DA ESQUERDA) E PARA MENINA
FONTE: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino_12ed.pdf>.
“A Caderneta de Saúde da Criança é um documento importante para 
acompanhar a saúde, o crescimento e o desenvolvimento da criança, do nascimento 
até os 9 anos” (BRASIL, 2013, p. 3). A partir dos 10 anos passa para a Caderneta de 
Saúde do Adolescente. Através do preenchimento da Caderneta é possível verificar se 
as crianças estão crescendo e se desenvolvendo conforme os marcos para cada idade. 
É muito útil tanto para os pais/responsáveis como para pediatras e demais profissionais 
da saúde. É bem fácil, basta ir preenchendo de acordo com as instruções, por idade e de 
acordo com as características observadas na criança (Figura 8).
30
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31
Observe que os retângulos de cor amarela representam a idade mínima e 
máxima esperadas para que a criança apresente o desenvolvimento esperado para a 
sua idade (Figura 8). Por exemplo: “É esperado que uma criança comece a observar 
o rosto de outra pessoa com um mês de vida, e localizar o som feito por outra pessoa 
entre quatro e seis meses de vida” (NÓBREGA, 2020, s.p.).
Caso os pais percebam qualquer alteração em relação ao 
desenvolvimento esperado da criança, devem procurar o pediatra 
para que eventuais encaminhamentos a outras áreas sejam 
providenciados. Por exemplo: atraso na fala, dificuldades na 
coordenação motora e dificuldade para brincar com outras crianças 
(NÓBREGA, 2020).
Além de possibilitar que os pais/responsáveis acompanhem o crescimento e 
desenvolvimento das crianças, a Caderneta de Saúde da Criança também traz informações 
e orientações para ajudar a cuidar melhor da saúde, bem como apresenta os direitos da 
criança e dos pais, orientações sobre o registro de nascimento, amamentação e 
alimentação saudável, vacinação, sinais de perigo de doenças graves, prevenção 
de acidentes e violências, entre outros. Para os médicos e profissionais da saúde, têm 
também os gráficos de crescimento, instrumento de vigilância do desenvolvimento e 
tabelas para registros das vacinas aplicadas (BRASIL, 2013).
DICA
Quer conhecer a Caderneta de Saúde? 
Esta aqui é a versão menino. 
Só ler o QR Code ao lado ou entrar no link:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_
saude_crianca_menino_11ed.pdf.
Não podemos falar em desenvolvimento infantil sem conhecer brevemente 
alguns dos principais teóricos que estudaram o desenvolvimento da criança. Esse será 
o nosso próximo assunto. Vamos lá?!
32
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Mesmo após o nascimento, na infância, o cérebro segue em intensa organização 
neurofisiológica, propiciando um período de grande riqueza e potencialidade para 
o desenvolvimento.
• O processo de desenvolvimento humano é pessoal e dentro de um contexto histórico 
e cultural considerando as especifi cidades hereditárias do indivíduo e aquelas que 
são resultantes da sua experiência de interação com a realidade social e física.
• O desenvolvimento da criança está centrado nos seus processos de mudança e de 
estabilidade. Para uma melhor compreensão desse desenvolvimento, é necessário 
observar a forma como a criança muda desde o nascimento até à sua adolescência.
• Para auxiliar e facilitar os pais/responsáveis a acompanharem o desenvolvimento das 
crianças temos no Brasil a Caderneta de Saúde da Criança (CSC).
• Através do preenchimento da Caderneta é possível verificar se as crianças estão 
crescendo e se desenvolvendo conforme os marcos para cada idade.
• A Caderneta de Saúde da Criança é um documento importante para acompanhar 
a saúde, o crescimento e o desenvolvimento da criança, do nascimento até os 
nove anos.
33
1 A construção da concepção da infância influenciou os estudos sobre o desenvolvimento 
infantil. Assim, sua compreensão é fundamental para o entendimento sobre a 
importância da percepção e compreensão de cada fase da vida. Sobre os domínios 
do desenvolvimento infantil, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Domínios do desenvolvimento afetivo, cognitivo e social.
b) ( ) Domínios do desenvolvimento físico-motor, cognitivo e psicossocial.
c) ( ) Domínios do desenvolvimento afetivo, físico e cognitivo.
d) ( ) Domínios do desenvolvimento mental, afetivo e social.
2 Os marcos servem para orientar os pais e cuidadores, sobre o desenvolvimento infantil 
nos primeiros anos, caso percebam algum atraso considerável a recomendação é 
buscar ajuda médica para averiguar. Com base nos marcos do desenvolvimento de 0 
a 6 meses, analise as sentenças a seguir:
I- A criança sorri e ri com cócegas, emite balbucios e arrulhos.
II- Movimenta a cabeça para acompanhar os sons. 
III- Responde pelo seu nome e busca os brinquedos com os olhos. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 De acordo com os domínios e os marcos do desenvolvimento infantil, os estágios 
do desenvolvimento da criança do nascimento aos 11 anos foram organizados 
em Primeira infância, Segunda infância e Terceira infância. De acordo com as 
características Segunda infância, classifique V para as sentenças verdadeiras e F 
para as falsas:
( ) O pensamento é egocêntrico, entretanto aumenta a compreensão da perspectiva 
de outras pessoas. 
( ) A maturidade cognitiva em ideias com lógica sobre as situações condizentesao 
seu meio e ao mundo. 
( ) A memória e a linguagem se ampliam, a inteligência torna-se mais previsível.
AUTOATIVIDADE
34
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – F. 
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F. 
d) ( ) F – F – V.
4 Os estágios do desenvolvimento da criança do nascimento aos 11 anos de idade 
assinalam certos domínios e marcos do desenvolvimento infantil, que consideram o 
físico, cognitivo e o psicossocial. Disserte sobre o proposto os aspectos relacionados 
ao aspecto psicossocial na Terceira infância. 
5 Para auxiliar e facilitar os pais/responsáveis a acompanharem o desenvolvimento das 
crianças temos no Brasil a Caderneta de Saúde da Criança (CSC). A CSC é doada 
para os pais logo após o nascimento do bebê e é diferente para meninos e meninas. 
Disserte sobre a principal função da Caderneta de Saúde da Criança.
35
TÓPICO 3 - 
O TRIPÉ DAS TEORIAS DO 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1
O desenvolvimento infantil é cercado de muitas dúvidas e teorias. Qual pai/
mãe não se perguntou por que de seu filho/filha fazer “isso ou aquilo”, ou então o por 
que ele ainda não está fazendo tal “coisa”. Por que meu filho/filha, estudante tem este 
comportamento? Será que tal comportamento está relacionado à idade, tem alguma 
influência familiar, das tecnologias ou seria da sua personalidade? Será que ele não 
deveria falar? Por que meu filho só quer brincar sozinho? São muitas dúvidas, angústias, 
inquietações que passam na cabeça dos pais e, também dos professores.
Para ajudar a entender o desenvolvimento infantil e perceber se está tudo certo 
com o desenvolvimento da criança, surgiram várias teorias para explicar os diversos 
aspectos do crescimento e desenvolvimento humano, como o social,  emocional  e  o 
cognitivo, prevendo alguns comportamentos que ocorrem durante a sua vida.
Por que é importante estudar como as crianças crescem, aprendem e 
mudam? Uma compreensão do desenvolvimento infantil é essencial 
porque nos permite apreciar plenamente o crescimento cognitivo, 
emocional, físico, social e educacional pelos quais as crianças 
passam desde o nascimento (FREITAS, 2021, s.p.).
Existem muitos teóricos que explicam o desenvolvimento infantil de acordo com 
suas concepções. Para a educação temos um tripé que merece destaque dentro das 
abordagens cognitivas clássicas: o construtivismo de Piaget e o sociointeracionismo 
de Vygotsky e Wallon, que contribuíram muito para os programas de ensino e de várias 
pesquisas na área da cognição e educação, ajudando os professores a compreenderem 
o processo de aprendizagem e desenvolvimento.
2 PIAJET
Vamos começar conhecendo o ilustre Piaget (Figura 9) e a sua perspectiva 
cognitiva do desenvolvimento infantil. 
36
FIGURA 9 – JEAN PIAGET
FONTE: <https://psicologiaxxi.blogs.sapo.pt/1607.html>. Acesso em: 30 nov. 2021.
• Jean Piaget foi um biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, considerado um dos 
mais importantes pensadores do século XX. Foi um dos precursores da teorização 
das fases do desenvolvimento infantil e conseguiu  identificar os processos do 
amadurecimento cognitivo que acontecem durante as primeiras duas décadas de 
vida de um indivíduo (TEODORO, 2013).
Piaget propôs uma das teorias mais influentes do desenvolvimento 
cognitivo. Sua teoria cognitiva procura descrever e explicar o 
desenvolvimento de processos de pensamento e estados mentais. 
Também analisa como esses processos de pensamento influenciam 
a maneira como entendemos e interagimos com o mundo (FREITAS, 
2021, s.p.).
Para Piaget as crianças passam por estágios de desenvolvimento cognitivo 
sucessivos e em cada um deles, determinadas habilidades são desenvolvidas. Tais 
estágios/processos deram origem às quatro fases (estágios) do desenvolvimento 
que veremos a seguir (INSTITUTO NEUROSABER, 2021b, s.p.):
• Sensório-motor: de 0 a 2 anos
Nessa etapa a criança começa a controlar seus reflexos. Há que se 
ressaltar que o pequeno reage apenas de maneira motorizada, não 
podendo ainda raciocinar plenamente, em função de existir conceitos 
práticos em sua mente. Seu aprendizado de mundo se dá de maneira 
bem gradual. A criança começa a generalizar os acontecimentos 
à sua volta. Como resultado, as ideias passam a se cruzar em sua 
cabeça. O final dessa fase é marcado pelo surgimento da fala.
• Pré-operatório: de 2 a 7 anos
Nesse estágio a criança já demonstra a habilidade de trabalhar 
algumas competências, como a capacidade de semiótica. 
Essa fase é caracterizada também pelo egocentrismo em seus 
pensamentos. Ela não consegue distinguir o que é objetivo do 
subjetivo nem o físico do psíquico. Sendo assim, o ato de pensar 
é totalmente autocentrado. A criança é capaz de entender os 
estados, mas não o processo de transformação da matéria. 
37
• Operatório concreto: de 7 a 12 anos
Uma das principais características dessa etapa é a construção 
de uma lógica de classes e relacionamentos, mas que não esteja 
ligada a dados perceptivos. Isso significa que a criança está 
compreendendo as mudanças ocorridas no ambiente, assim como 
a ordem dos acontecimentos; o raciocínio está mais amadurecido. 
• Operatório formal: a partir dos 12 anos
Aqui é a última etapa, ela é marcada pelo amadurecimento total do 
desenvolvimento cognitivo da criança. Um dos pontos principais é 
o pensamento científico adquirido por ela. É uma fase de transição 
onde a pessoa passa a analisar possibilidades hipotéticas. Além 
disso, ela tem a aquisição de outras habilidades, mecanismos e 
conhecimentos que fortalecerão ainda mais a sua autonomia 
cognitiva. Importante ressaltar também que a capacidade mental 
da pessoa fica mais rápida e mais crítica.
A fim de comparar as habilidades desenvolvidas em cada estágio do 
desenvolvimento infantil da teoria de Piaget, observe a tabela a seguir (Figura 10):
FIGURA 10 – ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE PIAGET
Sensorio 
motor
Explora o mundo 
pelos sentidos e 
ações
Olha, escuta, 
pega, morde, joga
DESENVOLVE
Permanencia do 
objeto
Pre 
operatório
Representa 
objetos com 
palavras ou 
imagens, usa 
o raciocínio 
intuitivo,
DESENVOLVE
Egocentrismo
Faz de conta
Operatório
concreto
Conserva e 
reverte seu 
pensamento 
e classificam 
objetos, pensam 
logicamente,
DESENVOLVE
Conservação
Operatório
formal
Utiliza 
pensamento 
abstrato para 
situação 
hipotética 
considera 
possibilidade 
lógica
DESENVOLVE
Lógica abstrata
Raciocinio moral
Estágios de 
desenvolvimento
 cognitivo 
Piaget
FONTE: <https://www.drafernandamonteiro.com.br/fase-de-desenvolvimento-cognitivo-segundo-
piaget/>. Acesso em: 30 nov. 2021.
38
Para Piaget cada estágio está relacionado a certas necessidades e 
potencialidades, e, portanto, demandaria estímulos específicos. “[...] Para Piaget era 
preciso que um aspecto cognitivo estivesse completamente desenvolvido para que 
a criança passasse à próxima fase. Sua teoria, portanto, pressupõe uma espécie de 
escalada evolutiva fixa e irreversível” (FERRAZ, 2020, s.p.). Importante também ressaltar 
que a visão da infância de Piaget é questionada por novas abordagens: 
Algumas teorias contemporâneas defendem que o cérebro humano 
é mais plástico do que se pensava na época de Piaget e que o 
desenvolvimento não ocorre de forma linear — se a função A não 
for desenvolvida, a função B também não o será —, mas que os 
processos cerebrais são adaptáveis e acontecem de forma mais 
orgânica (EQUIPE SEB, 2021, s.p.).
Conforme Ferraz (2020, s.p.), “a criança necessita de todo tipo de estímulos 
para se desenvolver e posicionar-se no mundo. A natureza e a complexidade desses 
estímulos, contudo, mudarão à medida que ela for amadurecendo”. 
E por fim, é necessário destacar as contribuições de Piaget, uma vez que seus 
estudos derrubaram paradigmas relacionados à aprendizagem. Ele teve uma influência 
muito grande na educação brasileira, pensando com um novo olhar, buscando uma 
nova prática para a educação, na busca de formar pessoas criativas, reflexivas

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