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1 LUANNA HONÓRIO 
 
PROFESSOR CARLOS MELLO– RADIO (P6) - 01/02/2021 
 
INTRODUÇÃO 
 
Descrevemos a seguir os princípios técnicos e a 
nomenclatura dos principais métodos de diagnóstico 
por imagem: 
- Radiologia geral 
- Tomografia computadorizada (TC) 
- Ultrassonografia (USG) 
- Ressonância Magnética (RM) 
 
RADIOLOGIA GERAL 
 
A radiologia geral tem como princípio básico os raios X, 
o qual é uma radiação ionizante, uma radiação 
eletromagnética capaz de ionizar a matéria em virtude 
de seu alto conteúdo de energia. 
 
Histórico: o raio X foi descoberto por um alemão 
chamado William Conrad Roetgen, em 1895 na 
Alemanha (cidade de Wrisburg). Ele ganhou o nobel de 
física em 1901. 
 
Como ocorre a produção do raio X: é realizada em um 
tubo de vácuo revestido por chumbo. No interior desse 
tubo, tem-se o cátodo (polo positivo) e ânodo (polo 
negativo) nesse tubo. 
 
OBS: é todo revestido por chumbo por que o raio X 
atravessa paredes, corpo etc. Porém o chumbo impede 
esse atravessamento do raio X. 
 
• Cátodo (-): filamento de tungstênio com uma 
corrente elétrica; 
• Ânodo (+): placa de cobre e tungstênio. 
 
 
O cátodo emite uma nuvem de elétrons que é atraído 
pelo ânodo. O choque desses elétrons vai causar a 
emissão/formação desse raio X onde este irá sair 
através da abertura onde se tem o filtro e emite o raio 
X, atravessando o paciente e sensibilizando os sais de 
prata, dando a imagem do esqueleto humano, uma 
radiografia. 
RADIOTRANSPARENTE X RADIOPACO: 
Radiotransparente: uma estrutura escura, preta 
(exemplo: pulmão, estrutura mais radiotransparente 
do corpo humano) 
Radiopaco: estrutura opaca (exemplo: osso) 
Densidades Radiográficas (visual): do mais preto para o 
mais branco tem-se: 
• Ar (+ preto) 
• Gordura (cinza escuro) 
• Partes Moles (ex: músculo, tendões etc. cinza 
claro) 
• Osso (+ branco) 
 
 
2 LUANNA HONÓRIO 
Eixos: 
1- Crânio-caudal 
2- Transverso 
3- Ântero-posterior 
OBS: uma desvantagem da radiologia geral com 
relação a outros métodos de diagnóstico, como a TC, 
RM e USG, é a sobreposição de estruturas. 
Sobreposição de imagens (duas incidências): 
 
Na imagem esquerda, mostra-se uma radiografia 
simples frontal do tórax evidenciando lesão radiopaca 
peri-hilar à direta. Seta aponta uma lesão expansiva do 
pulmão, lesão no pulmão direto e está no terço médio 
do tórax. Nessa imagem, não se consegue dizer se a 
lesão está anterior ou posterior. Para isso, precisa-se 
fazer a outra incidência ou um outro posicionamento 
para fazer o raio X. 
Na imagem a direta, é uma incidência em perfil onde 
pode-se verificar que a lesão se localiza 
posteriormente no tórax, o que não era possível avaliar 
apenas com a incidência frontal. 
Pulmão: radiotransparente 
Coluna vertebral e costelas: radiopacas 
 
Radiografia de um joelho de uma criança: 
 
1. Ar (está totalmente preto) 
2. Gordura do tecido celular subcutâneo 
3. Partes moles 
4. Osso 
TOMOGRAFIA COMPUTADORTIZADA (TC) 
Tem o mesmo princípio físico da radiografia geral que 
é o raio X. 
A grande vantagem da TC com relação à radiografia 
simples é permitir a realização de cortes axiais ou 
transversos do corpo humano, e com uma resolução de 
imagem muito superior. 
Densidade: 
• Hiperdenso (estrutura branca) – ex: osso 
• Hipodenso (estrutura escura) – ex: pulmão 
• Isodenso (estrutura com densidades 
semelhantes) 
 
 
3 LUANNA HONÓRIO 
 
O estudo tomográfico computadorizado também 
permite a análise dos coeficientes de atenuação 
radiológica (densidades) das estruturas avaliadas. Essa 
mensuração é elaborada pelas chamadas Unidades 
Hounsfield (UH), que utiliza como parâmetros os 
valores absolutos da água, que equivales a 0 UH e a do 
ar, que possui valor de -1.000 UH. A partir desses, o 
aparelho consegue mensurar os valores das diversas 
densidades radiográficas dos demais tecidos avaliados. 
Unidades Hounsfield (UH): 
• Ar (-1000) 
• Gordura (-50 a -100) 
• Água (0) 
• Partes moles (40 a 90) 
• Osso (250 a 700) (150 a 500 – livro) 
O olho humano não tem capacidade de distinguir os 
diversos tons de cinzas da TC, é utilizada a técnica das 
janelas (windowing), em que são colocados 
parâmetros específicos para a visualização das 
estruturas a serem avaliadas. 
Por exemplo, em uma TC do crânio podemos utilizar 
uma janela com ênfase nas partes moles para avaliação 
do parênquima cerebral e uma janela óssea para a 
caracterização de eventuais lesões da calota craniana, 
como demonstra a imagem a seguir: 
 
Imagem na esquerda: janela óssea; 
Imagem na direta: janela para partes moles. 
OBS: observa-se a hiper densidade (branco) dos ossos 
da calota craniana. 
As janelas são parâmetros que visibilizam melhor 
determinadas estruturas. 
(tomografia do abdome, corte axial. Mostra o fígado, 
estômago, etc. – Janela de partes moles) 
ULTRASSONOGRAFIA 
A USG utiliza como princípio físico o som. É o método 
de diagnóstico que consiste da decodificação de ondas 
sonoras em imagens. 
O ouvido humano possui a capacidade de detectar uma 
frequência de ondas sonoras que variam entre 20 a 
20.000 ciclos/segundo (Hertz). Inferior a isso 
chamamos de infrassom e acima disso de ultrassom. 
Os aparelhos de ultrassom, em geral, utilizam uma 
frequência variada, dependendo do tipo de transdutor. 
Quanto maior a frequência do transdutor (varia de 3,5 
a 14Mhz), maior a sua definição e menor a sua 
profundidade de penetração. 
É operador dependente. 
Terminologias – se baseia na ecogenicidade dos tecidos 
avaliados: 
• Hipereóico/hiperecogênico (estrutura branca) 
• Hipoecóico/hipoecogênico (estrutura escura) 
• Isoecóico/isoecogênico 
• Sombra acústica (estrutura muito densa que 
impede a passagem do som, ex., cálculo renal. 
Forma uma imagem escura, alongada 
posteriormente) 
 
4 LUANNA HONÓRIO 
• Reforço acústico (quando se avalia uma 
estrutura que permite uma passagem mais 
rápida do som que as vísceras sólidas (ex., 
lesões císticas), ocorre uma maior 
concentração de ondas sonoras 
posteriormente à estrutura) 
 
Imagem de um ultrassom da tireoide demonstrando 
uma lesão nodular hipoecoica (escura) com relação ao 
parênquima tireoidiano (setas). 
Imagem: nódulo hiperecóica no fígado. 
 
Ultrassom da vesícula biliar (a parte escura) cheia de 
líquido. Imagem hiperecóica – traço/linha preta: 
sombra acústica. O som que atinge ela não passa dela, 
ou seja, sombra acústico. 
Ultrassom de um rim: abaixo dela tem uma sombra 
branca, que é um reforço acústico. Ocorre toda vez 
que tem uma lesão cística em um órgão sólido. 
Reforço acústico não permite passar o som. 
Isso acontece porque o som passa muito mais fácil nas 
estruturas líquidas do que as estruturas sólidas. Nesse 
ultrassom, o rim é sólido e o cisto é líquido! 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM) 
O princípio básico da RM é o magnetismo. Essa técnica 
permite determinar propriedades dos tecidos por meio 
da correlação da energia absorvida com a frequência 
do espectro eletromagnético para a formação de 
imagens. 
Tem a capacidade de detectar o sinal dos átomos dos 
núcleos de hidrogênio no nosso organismo. Através da 
captação desses sinais, ele fornece a imagem da RM. 
Diferente da TC (cortes axiais), a RM permite a 
realização do exame através de vários planos de corte 
(axial, coronal, sagital e oblíquo) 
Intensidade de sinal: 
• Hiperintenso/Hipersinal (estrutura branca) 
• Hipointenso/hipossinal (estrutura preta) 
• Isointenso/isossinal (densidade semelhante) 
• Ausência de sinal (não consegue captar o sinal) 
 
5 LUANNA HONÓRIO 
 
Tempos de sequências: são os tempos de pulso 
utilizados para excitar e receber o sinal de 
radiofrequência emitido pelo aparelho de RM. 
Sinal de radiofrequência é o pulso magnéticos que são 
utilizados para formar imagens. A RM é uma emissora 
de pulso magnéticos que vão para o paciente e 
retornam para o aparelho para formara imagem. 
Tempo de repetição (TR): intervalo de tempo entre os 
pulsos de excitações sucessivos de radiofrequência no 
tecido. É o tempo entre as excitações sucessivas de 
radiofrequência no tecido, ou seja, é um tempo de 
pulso magnético e outro que p aparelho está emitindo. 
Tempo de Eco (TE): intervalo de tempo decorrido entro 
o pulso de excitação, em que o pico de eco dos spins é 
emitido pelo aparelho. É o tempo no qual o sinal de 
radiofrequência é recebido, ou seja, o pulso magnético 
vai e volta para formar as imagens. 
Com base nos tempos de repetição e de eco, definimos 
as características dos efeitos de imagem ou 
ponderações. 
Efeitos de imagem (ponderações): 
T1: TR e TE baixos (600/30) (450 e 25 0 livro) - preto 
T2: TR e TE altos (3500/150) (3.200 e 150 – livro) - 
branco 
(Corte axial de RM ponderada em T1; hipossinal 
(preto) do liquor no interior dos ventrículos) 
(Corte axial de RM ponderada em T2; hipersinal 
(branco) do liquor no interior dos ventrículos) 
O que muda nessas duas imagens é o líquor. 
No T2 (esquerda), o líquor é branco (hiperintenso). 
Não somente o líquor, mas todo líquido no T2, ou 
seja, edema, processo patológico vai ter um 
hipossinal. 
No T1 (direta), o líquor é preto (hipointenso). 
Contraindicações da ressonância: 
- Marcapassos cardíacos (porque sofre um processo de 
desmagnetização e pode parar) 
- Próteses metálicas (que sejam feitas com material 
ferro-magnético, ou seja, o ferro; ouro não interfere) 
Meios de contraste: 
São substâncias utilizadas na radiologia com o objetivo 
de promover diferentes atenuações nos tecidos a 
serem examinados. É feito através da administração 
oral ou endovenosa. 
Todos os meios de contrastes sempre são brancos. 
Sempre vão deixar as estruturas mais brancas do que o 
habitual. 
Os meios de contrastes sempre vão ser radiopaco 
(radiografia), hiperdensos (TC), hiperintensos (RM). 
 
 
 
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Substâncias administradas: 
• Iodo (iônico e não-iônico) – radiográficos (raio-
x) – radiografia e TC; VO ou EV 
• Bário – radiográficos (raio-x); oral 
• Gadolínio; RM; via endovenosa 
Na imagem esquerda: TC de fígado demonstrando 
uma lesão discretamente hipodensa em lobo hepático 
direito na fase pré-contraste. A seta vermelha aponta 
uma lesão discretamente hipodensa. 
Na imagem direta foi administrada o contraste, onde 
foi captada e agora está hiperdensa após sofrer intenso 
realce pelo meio de contraste iodado. Ela também 
estpa hiperdensa por ser uma lesão vascularizada. 
Se a lesão captar mais contraste: lesão mais 
vascularizada; se captar menos: menos vascularizada. 
CASOS CLÍNICOS 
Imagem superior esquerda: RM do crânio ponderado 
em T2; Imagem superior direto: RM do crânio 
ponderado em T1; Imagem inferior esquerda: TC do 
crânio, janela para osso; Imagem inferior direta: TC do 
crânio, janela para partes moles. 
Ultrassonografia do colédoco (fígado) e dentro dele a 
seta mostra-se uma imagem 
hiperecóica/hiperecogênica (branca) dentro do 
colédoco e posterior tem uma linha preta, que é uma 
sombra acústica. Esse é o aspecto clássico de uma 
coledocolitísase. 
 
TC do abdome: a seta aponta uma lesão escura. O 
parênquima hepático é cinza claro e a lesão é cinza 
escuro. É uma lesão hipodensa por ser mais densa que 
o parênquima. 
 
TC corte axial, janela de partes moles. Lesão 
hiperdensa. 
 
7 LUANNA HONÓRIO 
 
Radiografia da perna. A seta aponta uma imagem 
preta. É uma lesão radiotransparente. 
Ultrassonografia. Lesão hipoecóica com um reforço 
acústico posterior. Lesão cística dentro do fígado – 
cisto hepático. 
 
RM com córtex axial ponderada em T1 com lesão 
hiperdensa ou com hiperssinal. 
Ultrassonografia. Nódulo no fígado, entre as cruzes, 
nódulo hipoecóico. 
Radiografia do tórax com lesão radiopaca o terço 
superior do pulmão direito. 
 
RM ponderada em T2, com líquor branco e com lesão 
branca no parênquima cerebral. Lesão hiperintensa. 
 
8 LUANNA HONÓRIO 
 
Radiografia da tíbia, mostrando uma lesão 
radiotransparente, comprometendo o terço proximal 
da tíbia. 
EXEMPLOS DE DESCRIÇÃO DE LAUDO: 
Presença de lesão com características 
expansivas comprometendo o lobo frontal esquerdo, 
que exibe intenso hipersinal nas sequencias 
ponderadas em T2 e hipossinal em T1, com intenso 
realce pelo meio de contraste paramagnético 
(GADOLÍNEO). 
Observa-se lesão hipoecóica em lobo hepático 
esquerdo de contornos regulares com intenso reforço 
acústico posterior. Apresentando na TC (tomografia 
computadorizada) densidade de aproximadamente 7 
UH. 
 
 
 
1 LUANNA HONÓRIO 
 
PROFESSOR CARLOS MELLO– RADIO (P6) - 01/03/2021 
 
ALTERAÇÕES VASCULARES DO SNC 
 
• Alterações vasculares; 
• Neoplasias; 
• Alterações congênitas; 
• Processos inflamatórios e infecciosos; 
• Leucopatias; 
• Traumatismo cranioencefálico. 
 
As alterações vasculares podem estar relacionadas 
com a obstrução do fluxo sanguíneo para determinado 
território encefálico, o que identifica a lesão vascular 
isquêmica, ou decorrente de ruptura vascular, 
caracterizando a lesão vascular hemorrágica. 
DOENÇA VASCULAR ISQUÊMICA 
Isquemia é uma obstrução vascular: diminuição de 
oxigênio – necrose tecidual. 
Território vasculares: são as regiões do encéfalo que 
são irrigadas pelas principais artérias do SNC: 
• A. Cerebral anterior (ACA); 
• A. Cerebral média (ACM); 
• A. Cerebral posterior (ACP); 
• A. Cerebelar póstero-inferior (PICA); 
• A. Cerebelar anteroinferior (AICA); 
• A. Cerebelar superior (ACS). 
Cada artéria irriga determinada área específica do 
encéfalo, deste modo, podemos caracterizar com 
precisão qual artéria foi comprometida em virtude da 
área afetada pela lesão isquêmica. 
Exemplo: Lesão na região frontal anterior, 
paramediana do lado esquerdo – artéria obstruída: 
cerebral anterior esquerda. 
 
Área vermelha: território que é irrigado pela arterial 
cerebral anterior; 
Área amarela: território que é irrigado pela artéria 
cerebral média; 
Área azul: território que é irrigado pela artéria cerebral 
posterior. 
ACHADOS RADIOLÓGICOS 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: 
A TC apresenta uma sensibilidade diagnóstica nas 
primeiras 24h de, aproximadamente, 60%. 
A lesão isquêmica manifesta-se como uma área 
hipodensa (preto) no território arterial comprometido 
associada a uma área de edema perilesional, que 
perdura por, aproximadamente, 1-3 semanas e ocorre 
o apagamento dos sulcos e fissuras encefálicas na 
região. 
• Lesão hipodensa no território arterial 
comprometido; 
• Área de edema perilesional; 
• Apagamento dos sulcos e fissuras. 
Área hipodensa, escura, comprometendo o hemisfério 
cerebral direito. A artéria cerebral média obstruída, 
causando essa lesão hipodensa, com o apagamento 
das fissuras e sulcos. Tem também uma compressão do 
ventrículo direito pelo edema decorrente do AVC. 
Então, podemos dizer que esse paciente sofre um AVC 
isquêmico da artéria cerebral média direita: 
 
2 LUANNA HONÓRIO 
 
AVC isquêmico da artéria cerebral média esquerda com 
área hipodensa e apagamento dos sulcos e fissuras do 
lado esquerdo: 
 
LESÕES VASCULARES HEMORRÁGIAS 
INTRAPARENQUIMATOSAS: HEMORRAGIAS INTRA-
AXIAIS 
 
INFARTO LACUNAR 
Doença vascular isquêmica. 
Pode ser definido como uma lesão isquêmica de 
pequenas proporções. 
Caracteriza-se pela obstrução do fluxo de arteríolas ou 
artérias de pequeno porte, principalmente as artérias 
penetrantes profundas e lentículo-estriadas. 
Predominam nas regiões da cápsula interna, gânglios 
da base, tálamos e regiões paramedicanas do tronco 
cerebral. 
As setas apontam as áreas hipodensas na topografia 
das regiões dos núcleos da base esquerda mostrando 
lesões decorrentes de infartos lacunares: 
 
MICROANGIOPATIA 
Doença vascular isquêmica. 
Microangiopatia ou Doença de pequenos vasos 
caracteriza-se pela doença oclusiva microvascular 
nestes territórios. 
É uma doençadegenerativa que evolui com a idade e 
apresenta-se mais acentuada em pacientes 
hipertensos e diabéticos. 
Manifestam-se como focos hipodensos na TC ou áreas 
de hipersinal em T2 e FLAIR na RM, comprometendo a 
substância branca periventricular nas fases iniciais, 
evoluindo, em alguns casos, para a substância branca 
profunda da coroa radiada dos centros semiovais. 
Acomete principalmente os territórios de fronteira que 
são as regiões limítrofes entre os territórios arteriais, 
em que a vascularização encefálica é mais delimitada, 
mais precária porque é uma área de transição entre 
duas artérias. São vasos menos calibrosos, mais finos. 
Área de transição das irrigações das artérias cerebrais 
média com anterior e média com posterior (em 
amarelo): 
 
 
3 LUANNA HONÓRIO 
Áreas mais hipodensas em decorrência da 
microangiopatia:
 
DOENÇA VASCULAR HEMORRÁGICA 
Classificação das hemorragias intracranianas de acordo 
com sua localização: 
• Hemorragia intraparenquimatosa ou intra-
axial; 
• Hemorragia subdural e extradual; 
• Hemorragia subaracnoide; 
• Hemorragia intraventricular. 
Etiologia: é bastante variada! 
• Trauma 
• Hipertensão: pacientes hipertensos têm maior 
predisposição a sangramentos cerebrais, que 
predominam na cápsula externa, putâmen, 
tálamo e ponte. 
• Aneurisma: geralmente são oriundas da a. 
cerebral anterior, bifurcação da a. cerebral 
média ou do topo da artéria carótida interna. 
• Malformações vasculares: malformações 
arteriovenosas e angiomas cavernosas podem 
romper-se e causar volumosos sangramentos 
intracranianos. 
• Coagulopatias: pacientes com deficiência de 
vitamina K, doença hepatocelular, uso de 
anticoagulantes. 
• Angiopatia amilóide: condição caracterizada 
por depósitos de proteína amiloide nas 
paredes das artérias cerebrais, o que aumenta 
o risco de sangramento em pacientes idosos, 
normotensos. Manifesta-se por hemorragias 
múltiplas, periféricas, bilaterais, geralmente 
poupando o tronco encefálico, núcleo de base. 
• Prematuridade: crianças prematuras têm mais 
predisposição a hemorragias da matriz 
germinativa (precursor neuronal); a 
hemorragia cerebelar é frequente em 
prematuros <32 semanas. 
• AVCI com reperfusão: a transformação 
hemorrágica do acidente vascular isquêmico 
pode ocorrer em 50-70% dos casos de 
isquemia. 
• Neoplasias: 
- Primárias (Tumores primários do SNC): 
oligodendroglioma, glioblastoma, ependioma. 
- Secundárias (Tumores secundários do SNC): 
metástases de melanoma, coriocarcinoma, 
rim, tireoide e pulmão. 
ACHADOS RADIOLÓGICOS 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: 
Na fase aguda (até 7 dias), a lesão hemorrágica 
apresenta-se: 
• Lesão hiperdensa (branco); 
• Bem marginada; 
• Halo hipodenso relacionado com edema 
perilesional. 
Na fase subaguda (1-4 semanas), a lesão hemorrágica 
apresenta-se: 
• Progressivamente isodensa com relação ao 
parênquima; 
Na fase crônica (>4 semanas): 
• Hipodensa (igual ao isquêmico); 
• Evolui para a encefalomalacia ou gliose; 
Região occipital posterior esquerdo com uma área 
hiperdensa relacionada a uma hemorragia occipital: 
 
 
4 LUANNA HONÓRIO 
Paciente com uma extensa área hiperdensa 
comprometendo a região parieto occipital esquerda – 
AVC hemorrágico: 
 
HEMATOMAS INTRACRANIANOS EXTRA-AXIAIS 
Tipos de hemorragias extra-axiais: 
• Hemorragia extra-dural: por fora da 
duramater; 
• Hemorragia subdural: por baixo da duramater, 
entre a duramater e aracnoide; 
• Hemorragia subaracnoide 
Hemorragia extradural: 
• Caracteriza-se por um foco hemorrágico entra 
a dura-máter e a calota craniana; 
• Decorrente de lesão da a. meníngea média; 
• Apresenta: densidade heterogênea 
(dependendo da fase da hemorragia); 
• Possui aspecto biconvexo, com efeito de massa 
sobre o parênquima cerebral. 
Hemorragia subdural: 
• Decorre do sangue entre a dura-máter e a 
aracnoide; 
• Relacionado com lesões das vias subdurais e 
das a. corticais; 
• Apresenta: densidade heterogênea; 
• Possui aspecto crescente. 
Hemorragia subaracnoide: 
• Caracteriza-se pelo sangramento entre a 
aracnoide e a pia-máter. 
• Pode decorrer de lesões de vasos meníngeos, 
ruptura de aneurismas ou mesmo de 
hemorragias intraparenquimatosas que 
atingem o espaço subaracnoide por meio do 
sistema ventricular; 
• Caracteriza-se por áreas de sangramento entre 
os sulcos, fissuras e cisternas. 
Lesão intra-axial: é toda lesão que está dentro do 
parênquima do SNC. 
Lesão extra-axial: é toda lesão que está dentro do 
crânio, mas fora do parênquima do SNC. Se localizam 
entre as meninges! 
Nos asteriscos mostram duas lesões que abaúlam a 
duramater: hematoma extra-dural: 
 
Hematoma subdural: 
 
 
5 LUANNA HONÓRIO 
Hematoma extradual, abaulando o parênquima 
encefálico 
 
Podemos perceber nessa imagem que no lado direito, 
os sulcos estão pretos porque o líquor na TC é preto, 
então os sulcos que estão cheios de líquor fica preto. 
Do lado direito do paciente (a minha esquerda 
olhando), as setas estão apontanto umas áreas 
hiperdensas, brancas, no interior dos sulcos, 
compatível com sangramentos! É uma hemorragia 
subaracnoide: 
 
CASO CLÍNICO: 
Caso clínico: Paciente sexo masculino, 72 anos, com 
história de fortes dores de cabeça há 3 horas, 
evoluindo com parestesias do membro superior 
direito. Há uma hora evoluiu com desorientação, 
desvio de rima labial e dificuldade de fala. 
 
Hipótese diagnóstica: acidente vascular encefálico. 
Isquêmico ou hemorrágico? 
 
Qual seria a conduta? 
 
CONDUTA RADIOLÓGICA 
A conduta deve ser feita com a solicitação de uma TC 
para poder descartar o tipo hemorrágico. 
Exemplo 1: Paciente chega com clínica de AVC no 
pronto-socorro e faz uma TC onde apresenta uma lesão 
hipodensa. Diagnóstico: AVC Isquêmico. Tratamento: 
trombolítico, anticoagulante. 
Exemplo 2: Paciente chega com clínica de AVC no 
pronto-socorro e faz uma TC onde apresenta uma lesão 
hiperdensa. Diagnóstico AVC hemorrágico. Tratamento 
paliativo. 
Exemplo 3: Paciente, com clínica de AVC, TC com 
exame normal. Faz o que? RNM? Não! Conduta 
correta: tomografia novamente! Pois na TC o 
sangramento aparece na hora. Pode ter um paciente 
com AVC isquêmico e ter um exame normal. Já na AVC 
hemorrágica, isso não ocorre! Sangrou, apareceu! Se 
fez a TC de novo e o exame está normal, trata como 
AVC isquêmico. 
 
1 LUANNA HONÓRIO 
 
PROFESSOR CARLOS MELLO– RADIO (P6) - 15/03/2021 
 
INTRODUÇÃO 
 
O câncer mamário acomete 1:10 mulheres, sendo uma 
doença muito prevalente. 
 
FATORES DE RISCO 
 
• Idade 
• História familiar 
• Número de gestações: mulher nuligesta (que 
não teve filho) de maior idade tem maior risco 
que as que tiveram várias gestações. 
• Lactação: fator protetor 
 
EXAME E INCIDÊNCIA 
 
O exame de escolha para o rastreio (screening) é a 
mamografia, pois é um exame acessível e de baixo 
custo. 
 
• O princípio básico dele são os raios X 
• O aparelho usado para fazê-la é o mamógrafo 
que pode fazer uma rotação de até 180° para 
facilitar o posicionamento da mama. 
 
 
MAMÓGRAFO: 
 
 
Incidências na mamografia: 
• Cranio-caudal (CC); 
• Médio-lateral oblíqua (MLO): como se fosse 
um perfil; 
• Spots de compressão (ampliações) 
 
 
 
2 LUANNA HONÓRIO 
 
 
• A primeira imagem mostra a incidência crânio- 
caudal: o feixe de raio X está embaixo da mama 
e em cima está o compressor; 
• A segunda, o compressor está comprimindo a 
mama lateralmente, para fazer a incidência 
médio-lateral oblíqua (como se fosse um 
perfil). 
 
OBS: não é uma incidência em perfil verdadeira, é um 
pouco oblíqua, porque o principal objetivo é pegar a 
região axilar para pesquisar os linfonodos axilares que 
são os primeiros locais de metástases do câncer de 
mama. 
 
Incidência médio-lateral oblíqua, em que se observa a 
parte axilar (triângulos em cima): 
 
 
Incidência crânio-caudal:
 
 
MAMOGRAFIA DE RASTREAMENTOOU SCREENING: 
 
• A primeira mamografia deve ser feita entre 35 
e 40 anos de idade e as outras são feitas de 
controle; 
• Até os 50 anos: anual ou a cada dois anos; 
• Acima dos 50 anos: anual; 
• Sempre realizar o autoexame. 
 
Mamografia de aspecto normal, em que a seta aponta 
o tecido adiposo da mama e a ponta de seta 
apontando o tecido mamário (tecido fibroglandular) 
que é mais denso que a gordura:
 
 
Mamografia de paciente jovem (20-25 anos) com a 
mama muito densa, denso difícil achar nódulos:
 
 
Mamografia mostrando mama com prótese de 
silicone. Se a mamografia for bem feita, a prótese não 
 
3 LUANNA HONÓRIO 
atrapalha a visualização:
 
 
Manobra de Eklund: para mamas com próteses, a 
técnica tenta puxar o máximo de tecido mamário para 
deixar a prótese posterior para que consiga visualizar: 
 
 
À esquerda mamografia sem a manobra e à direita com 
a manobra: consegue ver bem mais à direita. 
 
BREAST IMAGING REPORTING AND DATA 
SYSTEM (BIRADS) 
 
A parte mais importante na mamografia é a descrição 
do BIRADS (Breast Imaging Reporting and Data 
System), que é uma padronização na descrição de 
relatórios e da recomendação dos laudos 
mamográficos. 
 
É uma classificação de 0 a 6 os achados da mamografia, 
toda mamografia deve ter no final dela o BIRADS, pois 
preconiza até na conduta do mastologista. 
 
• Birads 0: mamografia inconclusiva, precisa de 
exame adicional; 
• Birads 1 (mamografia negativa): controle 
anual; 
• Birads 2 (lesão benigna): controle anual; 
• Birads 3 (lesão provavelmente benigna): 
repetir em 6 meses; eventualmente biópsia; 
• Birads 4 (lesão suspeita): biópsia; 
• Birads 5 (lesão provavelmente maligna): 
biópsia; 
• Birads 6 (lesão já biopsiada como maligna, mas 
não retira ou tratada). 
 
 
 
 
 
1 LUANNA HONÓRIO 
 
PROFESSOR CARLOS MELLO– RADIO (P6) - 15/03/2021 
 
INTRODUÇÃO 
 
A análise radiológica do tórax é dividida em três 
partes: 
• Anatomia radiológica 
• Semiologia radiológica do tórax 
• Patologias torácicas 
ANATOMIA RADIOLÓGICA DO TÓRAX 
 
Um exame radiográfico simples permite uma avaliação 
bem detalhada da anatomia torácica, embora não 
tenha uma sensibilidade muito boa no exame 
radiográfico, consegue avaliar as estruturas a seguir em 
uma radiografia simples: 
 
• Campos pleuro-pulmonares 
• Seios costo e cardiofrênicos 
• Estruturas ósseas 
• Diafragma 
• Mediastino 
 
MEDIASTINO: 
- Região localizada entre os campos pleuropulmonares 
e se estende no sentido crânio-caudal da abertura 
superior do tórax até o diafragma. 
 
- Abrange todas as vísceras torácicas, exceto pulmões 
e pleuras, nele estão: linfonodos, coração, aorta, vasos 
pulmonares, hilos pulmonares, ducto torácico. 
 
- Existem várias classificações para a subdivisão do 
mediastino, mas consideramos a mais didática a que o 
divide em: 
• Mediastino superior: acima do nível do 
pericárdio; 
• Mediastino inferior (abaixo da linha do 
pericárdio) com 3 divisões: anterior, média e 
posterior. 
 
 
Uma linha é traçada na parte superior do coração, 
tangenciando essa parte superior e tudo acima dessa 
linha do mediastino é considerada superior e abaixo, 
inferior: 
 
 
 
Na divisão do mediastino inferior em 3 partes traça 
linhas tangenciando o coração também. 
 
Essa divisão do mediastino é importante para fazer os 
diagnósticos diferenciais das diversas patologias que 
acometem essa região. 
 
Na radiografia póstero-anterior (PA) os contornos do 
mediastino formam curvas: duas a direita e três a 
esquerda: 
• À direita: a parte superior é formada pela veia 
cava superior (VCS) e a inferior pelo átrio 
direito; 
• À esquerda: os três componentes principais 
são o arco aórtico, tronco da artéria pulmonar 
e ventrículo esquerdo. 
 
Com isso, conseguimos dar os diagnósticos de 
patologias, por exemplo: aneurisma de arco aórtico ou 
uma hipertensão pulmonar, onde se ver um 
abaulamento desses contornos. 
 
 
2 LUANNA HONÓRIO 
 
 
ÍNDICE CARDIOTORÁCICO 
 
É a referência que existe para avaliar se tem um 
aumento da área cardíaca em uma radiografia do 
tórax. Essa referência é avaliada através do índice 
cardiotorácico. 
Considera-se o coração de tamanho normal em uma 
radiografia quando seu maior diâmetro transverso não 
ultrapassa 50% do diâmetro dos campos 
pleuropulmonares (índice cardiotorácico). 
 
A imagem mostra uma linha no diâmetro transverso 
do coração e outra na metade do diâmetro transverso 
do tórax (campos pleuropulmonares): 
 
 
O diâmetro do coração não pode passar essa linha que 
representa metade do diâmetro do tórax. 
 
OBS: Quando tem um aumento desse índice, considera 
que tem um aumento cardíaco que pode sugerir uma 
patologia (cardiopatias como ICC – insuficiência 
cardíaca congestiva e miocardiopatia dilatada). 
 
Nem sempre significa uma patologia, pois o coração de 
um atleta pode ter um coração mais hipertrofiado com 
índice cardiotorácico um pouco mais elevado, mas que 
isso é normal para ele. 
 
RADIOGRAFIA SIMPLES 
 
A radiografia do tórax é apresentada através de 
incidências específicas, cuja denominação indica o 
posicionamento do paciente em relação a película 
radiográfico e o feixe do raio-X. 
 
• Incidência PA (póstero-anterior): indica que o 
feixe de raio X está incidindo no paciente no 
sentindo póstero anterior, ou seja, o paciente 
está de costas e filme está na frente. 
 
• Incidência AP: antero-posterior, ou seja, raio-x 
vem anteriormente e o filme está 
posteriormente. 
 
• Incidência em perfil: lateralmente – paciente 
ao lado da película. 
 
As incidências de rotina são PA e em perfil! 
 
OBS: Faz se PA e não em AP porque em AP tem 
magnificação da área cardíaca, pois o feixe de raio X é 
divergente: quanto mais perto o órgão que quer avaliar 
estiver do filme, mais fidedigno será o tamanho do 
órgão: como o coração está anterior, se colocasse o 
filme nas costas (AP), ficaria com uma maior distância 
entre o coração e o filme, então coração ficaria de um 
tamanho maior. 
 
Em PA: 
O paciente fica com as 
mãos na cintura e 
encosta o cotovelo na 
frente para que, nessa 
posição, retire as 
escápulas da frente do 
pulmão que 
prejudicaria a análise 
clínica. 
 
 
 
 
3 LUANNA HONÓRIO 
PA: 
 
PERFIL: 
 
 
PARÂMETROS TÉCNICOS 
 
São avaliações feitas na radiografia do tórax para 
verificar se a radiografia foi bem feita, se tem técnica 
adequada, são eles: 
 
• Dose de radiação adequada; 
• Inspiração adequada; 
• Adequadamente centrado 
 
DOSE DE RADIAÇÃO: 
- Em uma radiografia do tórax com penetração ideal 
(dose de radiação ideal), devemos ser capazes de 
visualizar a sombra da coluna vertebral apenas nas suas 
porções mais superiores. 
 
- Os exames em que a coluna é totalmente visualizada 
na sua totalidade estão muito penetrados (deu uma 
dose maior de raio X), a não ser que tenham sido 
realizados em filmes especiais, ou com sistema digital, 
onde é possível a visualização de toda a coluna e das 
linhas mediastinais. 
 
Essa radiografia consegue visualizar as três vértebras, 
mas no restante tem uma sombra branca, então a 
técnica foi adequada:
 
Nessa radiografia, deu-se uma dose de radiação muito 
pouca, pois ficou muito branco:
 
 
Já nesse caso, deu muita radiação, dando para 
observar toda a coluna, as vertebras bem visualizadas:
 
 
Vale salientar que essa técnica não vale para a 
radiografia digital, quando se usa filmes especiais ou 
para sistema digital, pois nesse sistema é possível 
visualizar bem todas as estruturas (ossos, pulmões), já 
que possui uma tecnologia diferenciada (visualiza toda 
a coluna e as linhas mediastinais). 
 
 
4 LUANNA HONÓRIO 
Radiografia convencional/analógica (esquerda) X 
Radiografia digital (direita):
 
 
Na digital observa todos os corpos vertebrais, mas 
também se vê muito bem o pulmão, as artérias 
pulmonares, seios costofrênicos.INSPIRAÇÃO CORRETA 
 
Em uma radiografia do tórax bem feita, os pulmões 
devem estar hiperinsuflados, ou seja, o paciente deve 
estar em apneia máxima. 
 
Para saber se a inspiração está adequada deve haver a 
contagem de 9 a 11 costelas posteriores projetando-se 
sobre os campos pulmonares. 
 
Nesse caso a 11° já está fora do pulmão, mas tem 
entre 9 e 11 projetadas nos campos pulmonares, tem 
inspiração adequada:
 
 
Nesse caso não está adequada, pois quando conta os 
arcos costais, conta-se 6, significando que estão 
pouco insuflados:
 
 
ALINHAMENTO 
 
Em um exame bem centrado, as bordas mediais das 
clavículas devem estar equidistantes do centro da 
coluna, além disso as escápulas devem estar fora dos 
campos pulmonares. 
 
Nesse caso, observa-se essas linhas preta e amarela 
estão bem alinhadas, o que significa que as distâncias 
entre as clavículas e a coluna são equivalentes e que 
as escápulas não estão fora dos campos pulmonares:
 
 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
 
É o método de imagem mais sensível para avaliação do 
parênquima pulmonar, em parte devido a sua alta 
sensibilidade e a não sobreposição de imagens. 
 
O exame será representado por uma janela específica 
para avaliar o parênquima pulmonar e outra para 
avaliar o mediastino. 
 
 
5 LUANNA HONÓRIO 
A esquerda tem uma janela pulmonar e à direita 
janela pulmonar para as partes moles (ficam cinzas):
 
 
Na janela pulmonar: vê todo o parênquima, os vasos, 
a traqueia e as partes moles ficam cinza:
 
 
OBS: Na janela para partes moles: vê bem a 
musculatura paravertebral, vértebras, mas o pulmão 
fica todo preto (não consegue avaliar o pulmão com 
essa janela). 
 
SEMIOLOGIA DO ESPAÇO AÉREO 
 
Relacionado a nomenclatura utilizada. 
Toda vez que tem uma ocupação ou substituição do 
espaço aéreo, será denominado de consolidação que 
se traduz na radiografia e na TC com aumento 
homogêneo da densidade do parênquima pulmonar. 
 
• Pode ser por processo neoplásico, exsudato 
(processo inflamatório). 
• A redução do espaço aéreo por um colapso no 
pulmão é denominada de atelectasia. 
BRONCOGRAMA AÉREO: achado radiográfico muito 
importante, presente no diagnóstico de patologias 
muito prevalentes. Se caracteriza por um bronquíolo 
pérvio (passando ar) em meio a uma consolidação. 
 
Imagem de TC mostrando uma consolidação (branca) 
e, as setas apontando em meio a consolidação, 
observa-se bronquíolos pérvios (broncograma aéreo):
 
 
O broncograma aéreo é encontrado principalmente em 
3 patologias: 
 
• Linfoma ou pseudolinfoma pulmonar; 
• Carcinoma bronquíolo-alveolar; 
• Doenças infecciosas, como as pneumonias. 
 
Sendo que desses as pneumonias são mais frequentes, 
os outros dois são raríssimos: 99% dos casos de 
broncograma aéreo, pensa primeiro em processo 
infeccioso. Se fizer o tratamento e não houver 
resolução, pensa em outra causa. 
 
DERRAME PLEURAL: é um dos achados mais comuns 
na radiografia do tórax, se caracteriza pela presença de 
líquido no espaço pleural (espaço que separa as duas 
pleuras). 
 
PNEUMOTÓRAX: presença de ar no espaço pleural. 
 
Radiografia mostrando um apagamento do seio 
costofrênico à esquerda: é o primeiro achado de um 
derrame pleural: 
 
 
6 LUANNA HONÓRIO 
 
 
• O seio costofrênico é a parte mais baixa do 
tórax (próximo ao diafragma), então se tem 
líquido entre as pleuras quando faz radiografia 
em pé, o líquido escorre e fica radiopaco, pois 
é mais denso que o pulmão; 
• Pode ser outras patologias como neoplasias 
nessa região. Nesse caso, para diferenciar faz a 
incidência em decúbito lateral com raios 
horizontais – incidência de Laurell. 
• Radiografia em decúbito lateral (ou incidência 
em Laurell): se for líquido, vai escorrer (como 
na imagem), se for neoplasia não vai se alterar. 
 
 
 
• Entre a pleura que as setas apontam para fora, 
não se vê os vasos pulmonares, porque houver 
extravasamento de ar que empurrou a pleura 
visceral medialmente; 
• É ar intratorácico e extrapulmonar; 
• Se não for tratado adequadamente pode 
evoluir para um pneumotórax hipertensivo. 
Imagem de TC mostrando pneumotórax, com as 
pontas das setas apontando para a pleura e a seta 
apontando para um pneumotórax:
 
 
No pneumotórax não observa vasos nos pulmões, pois 
houve extravasamento do ar entra as duas pleurals, 
havendo a presença de ar intra-torácico e 
extrapulmonar. 
 
Seta apontando ar intratorácico e extrapulmonar:
 
Pulmão colapsado:
 
 
 
7 LUANNA HONÓRIO 
DOENÇAS INFECCIOSAS 
 
Broncopneumonia: patologia muito prevalente, 
caracterizada por inflamações em placas acometendo 
vários focos de consolidação, com tendência a 
confluência e pode ficar com esparsos pelo 
parênquima. 
 
Abscesso pulmonar: infecção que forma uma cavidade 
secundária a um processo infeccioso piogênico. 
 
Infecção miliar: acontece quando o patógeno está 
distribuído na corrente sanguínea, o que promove sua 
distribuição quase uniformee pelo pulmão. 
 
OBS: Aspecto clássico da infecção miliar: Tuberculose 
miliar 
 
Duas imagens representando broncopneumonias: 
- Processo infeccioso peri-hilar com presença de 
broncograma aéreo: 
 
 
-Vários focos de consolidação esparsos pelo 
parênquima em uma pneumonia difusa e bilateral: 
 
 
Lesão cavitada mostrando nível hidroaéreo em seu 
interior (presença de pus e gás dentro de uma lesão – 
pus fica na parte inferior e o gás acima): 
 
 
Nível hidroaéreo: se caracteriza pela presença de gás e 
pus na cavidade, em que o pus desce e o ar sobe 
quando é feita a radiografia em pé: fica uma linha 
retinha entre o preto e o branco. 
 
Radiografia e TC mostrando infiltrado micronodular 
difuso e bilateral, caracterizando a infecção miliar: 
 
 
TUBERCULOSE PULMONAR 
 
A tuberculose pulmonar é causada pelo 
Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, é 
dividida em primária (primo-infecção) e secundária: 
 
• Primária: ocorre em indivíduos que ainda não 
tiveram contato com o bacilo, sendo, portanto, 
mais comum em crianças; 
• Secundária: desenvolve-se a partir de uma 
nova infecção (reinfecção exógena) ou da 
reativação de bacilos latentes; 
 
Na primo-infecção, a bactéria atinge o alvéolo onde vai 
desencadear uma reação inflamatória pela sua 
proliferação que culmina em atrair macrófagos os 
quais vão tentar conter o processo infeccioso. 
 
8 LUANNA HONÓRIO 
Se o processo inflamatório contiver a lesão, ocorrerá a 
formação do granuloma que é uma pequena lesão 
nodular calcificada. 
 
Na radiografia mostra um granuloma calcificado: 
 
 
Na tomografia, observa uma seta apontando uma 
imagem branca calcificada que é decorrente do 
processo inflamatório da TB e que é apenas uma lesão 
sequelar (indica que teve contato e curou), não tem 
significado clínico:
 
 
Na forma secundária ou pós-primária, a infecção irá 
surgir após um período de latência do primeiro contato 
com o bacilo: dessa vez é localizado nos ápices 
pulmonares e evolui para um processo consolidativo 
que cavita, forma um exsudato inflamatório (caseum) 
que é expelido ao encontrar um brônquio, dando um 
aspecto típico de consolidação com lesões cavitadas. 
 
Aspecto clássico de uma tuberculose em atividade: 
uma consolidação bem branca (radiopaca, densa) com 
área preta em seu interior (cavitação: buraco de 
destruição pulmonar):
 
 
ENFISEMA PULMONAR 
 
Também é bastante prevalente que apresenta uma 
hiperinsuflação pulmonar, é uma DPOC. 
 
Tem-se um represamento de gás devido a lesão nos 
alvéolos e perda da elasticidade alveolar, causada pela 
nicotina e alcatrão. 
 
O cigarro é a principal causa de enfisema, onde se tem 
uma retenção de ar no pulmão. Se tem essa retenção 
de ar, vai ter os sinais de hiperinsuflação. 
 
Os sinais de hiperinsuflação pulmonar se caracterizam 
por sinais indiretos, como: 
 
• Aumento do diâmetro ântero-posterior do 
tórax; 
• Aumento dos espaçosintercostais; 
• Retificação das cúpulas diafragmáticas; 
• Hipertransparência pulmonar (mais escuro) 
 
Exemplo de paciente com DPOC/enfisema pulmonar 
em que se observa os sinais indiretos citados acima:
 
 
9 LUANNA HONÓRIO 
Na TC de alta resolução do tórax, observa áreas 
hipodensas difusas pelos campos pulmonares, com 
perda da arquitetura habitual e formação de bolhas e 
cistos aéreos:
 
 
Essas áreas mais escuras são o enfisema, na TC dá para 
ver o enfisema em si. 
 
TUMORES PULMONARES 
 
A principal etiologia deles é o fumo: mais de 90% dos 
casos de neoplasias pulmonares estão relacionadas ao 
fumo. 
 
As lesões pulmonares expansivas devem ser 
classificadas primeiramente de acordo com seus 
aspectos em benignas e malignas. 
 
Das neoplasias malignas, tem os critérios para definir 
se a lesão é maligna: 
 
• Lesão de contornos espiculados ou irregulares; 
• Nódulos com densidade de partes moles e que 
captam o meio de contraste endovenoso, que 
tendem a apresentar um tempo de duplicação 
rápido (em média 18 meses). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nódulo espiculado, característico das neoplasias 
malignas: 
 
 
Lesões metastáticas: são muito prevalentes no pulmão 
e podem alcançá-lo por via hematogênica, linfática ou 
endobrônquica. 
 
• 80% das metástases para o pulmão são 
provenientes das lesões primárias das mamas, 
esqueleto e sistema genitourinário. 
 
Radiografia de tórax mostrando múltiplas lesões 
nodulares, dispersas difusamente nos dois pulmões, 
sedo metástases de um paciente com CA de tireoide:
 
 
PATOLOGIAS MEDIASTINAIS 
 
As patologias encontradas no mediastino estão 
geralmente associadas às estruturas em seu interior, 
 
10 LUANNA HONÓRIO 
desde modo, podemos classificá-las de acordo com a 
região mediastinal comprometida. 
 
A divisão do mediastino facilita o diagnóstico, porque 
tem as principais patologias para cada localização: 
 
REGIÃO PATOLOGIAS 
Mediastino 
superior 
• Timoma 
• Bócio de tireóide 
• Linfoma 
• Teratoma 
• Cisto broncogênico 
Mediastino 
anterior 
• Timoma 
• Linfoma 
• Cisto tímico 
• Lipoma 
Mediastino 
médio 
• Aneurisma de aorta 
• Linfoma 
• Cisto para-cardíaco 
Mediastino 
posterior 
• Aneurisma de aorta 
• Tumores de esôfagos 
• Cisto de duplicação esofágica 
• Tumores neurogênicos 
• Cisto de ducto torácico 
• Linfoma 
• Hematopoiese extramedular 
 
OBS: O mediastino posterior como tem mais 
estruturas, terá também maiores diagnósticos 
diferenciais. 
- Os linfomas podem aparecer em todas as 
localizações. 
 
Imagem mostrando lesão no mediastino superior (já 
que ver o arco aórtico) e pela localização pode ser um 
timoma, bócio da tireoide, linfoma, teratoma ou cisto 
broncogênico, no caso é um timoma:
 
 
Imagem mostrando grande dilatação da aorta 
ascendente (seta maior), enquanto posteriormente 
mostra uma aorta normal (ponta de seta), então é um 
aneurisma de aorta ascendente:
 
 
Várias lesões nodulares adjacentes ao arco aórtico, 
são linfonodomegalias em um paciente com linfoma, 
comparando com a aorta, os linfonodos têm quase o 
dobro do seu tamanho:

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