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Thaís Laurentino Severiano - P7 Interpretação Clínica MORTE ENCEFÁLICA ● A escala de Ramsey é para grau de sedação. Escala de Ramsey tem graus de 1 a 6. Indo do mais agitado/violento (1) para o sem resposta a estímulo verbal ou físico (6) ● Glasgow é para consciência (abertura ocular, resposta verbal e motora) ○ 3 porque é a menor nota de Glasgow ○ Reatividade pupilar também entra subtraindo Glasgow, mas esse 3 não é com ela ● Suporte de ventilação mecânica é para teste de apneia ● Tempo de observação para abrir o protocolo de morte encefálica é 6h de observação clínica ou 24h para encefalopatia hipóxico isquêmica SEQUÊNCIA PARA ABRIR O PROTOCOLO: Causa de morte conhecida + Glasgow <3 + ventilação mecânica ● Coma não perceptivo - faz testes para ver se tem reflexos tendinosos profundos, dos membros, olho fixo ou acomcpanhando movimentos.... Procura se realmente tem ausência de reflexos do tronco encefálico. Reflexos: ○ Pupilar - fotomotor (com lanterna, vê a reatividade pupilar - midríase, miose) ○ Córneo palpebral (coloca algodão, colírio, soro…) ○ Óculo-cefálico (vê se o olho está indo junto ao mexer a cabeça, ou se consegue fixar o olhar normalmente). Também chamado de olhos de boneca. O normal é ter nistagmo ○ Vestíbulo-calórico (coloca um líquido gelado no conduto auditivo e avalia o desvio do olhar. Faz se tiver membrana timpânica íntegra). ○ Reflexo de tosse (ex: aspirar o paciente entubado e ele não ter reflexo de tossir) Thaís Laurentino Severiano - P7 ● Se o paciente só tem um olho, pode documentar o motivo de fazer em um olho só, mas pode fazer os testes ● Quando os quatro testes não funcionarem, faz o 5° teste: ○ Teste da apneia: no qual desconecta o paciente de aparelhos que forneçam ventilação mecânica e vê se ele tem movimentos respiratórios. Precisa fazer antes do teste ajustes de ventilação mecânica, pré oxigenação, deixar o paciente estabilizado, vê a gasometria arterial inicial, insere um cateter na carina e observar os movimentos ventilatórios por 10min para depois ver a gasometria arterial final ○ O bulbo é quem controla a respiração e quem o estimula é o CO2. No caso é a acidose (H+) que o estimula. O ponto de corte da gasometria arterial final é PCO2=55 ○ O normal é de 35 a 45, 55 significa que está retendo CO2 e o bulbo está estimulado ao máximo e mesmo assim não funcionou ○ Se o paciente tem um ponto de corte elevado por outros fatores, como DPOC, o ideal é aumentar em 20mm acima do basal dele. Ex: se o basal é 60, usar 80 como ponto de corte ○ Hiperoxigenar é aumentar a quantidade ofertada de oxigênio. Hiperventilar é aumentar a frequência respiratória. A respiração necessita do déficit de CO2, e a hipercapnia (>55) é o estímulo necessário para o bulbo. Hiperventilar atrapalha o teste porque diminui a PCO2 e vai demorar ainda mais para ela subir a ponto de estimular o bulbo. ● Fatores confusionais que podem simular uma morte encefálica ○ hipotensão: nos adultos o normal é PA Sistólica deve ser maior igual a 100 e arterial média maior igual a 65 ○ hipotermia: temperatura deve ser maior que 35°c em temperatura central (esofágica, vesical ou uretral) ○ uso de drogas que deprimem o SNC (morfina, fenobarbital...) ○ intoxicação exógena ○ Saturação: deve estar maior que 94% ○ bloqueador neuromuscular de ação longa Thaís Laurentino Severiano - P7 ■ Aguardar de 4 a 5 vezes o tempo de meia vida desses medicamentos depois do uso para dar tempo do corpo metabolizar e não ter erros diagnósticos. Pacientes com insuficiência hepática e renal podem demorar a metabolizar e excretar. Não fazer eletroencefalograma ou outro que vejam atividade elétrica cerebral nesse tempo também, por poder simular a morte se tiver em uso desses medicamentos. É mais sensível fazer exames de fluxo sanguíneo, como o Doppler ● Hipernatremia (aumento de sódio) pode ter repercussão neurológica e sua relação com a morte encefálica é porque se o paciente está em morte encefálica, o hipotálamo, que produz ADH e é o centro homeostático, também morre e não há mais produção adequada de ADH, aumentando o sódio por consequência. A hipernatremia não impede de abrir o protocolo se tiver a causa de morte clara (por outro motivo). É preciso corrigir o sódio no possível doador se a causa da morte for hipernatremia ● A hiperventilação aumenta a frequência respiratória, e isso mascara a fração de CO2, pois ele começaria o exame numa fração de CO2 menor que o normal, então para chegar no PCO2 de 55 e estimular o bulbo ao máximo, vai demorar mais e isso pode dar uma prova da apneia falso positiva ● Quem pode fazer o protocolo de morte encefálica ○ Neurologista clínico ou cirúrgico ○ Intensivista ou emergencista com pelo menos um ano de experiência no atendimento com esses pacientes (pode iniciar, mas precisa de um neurologista para fechar) ○ Médico de plantão capacitado para isso ○ Observações: 1. Precisa de 2 médicos para fechar o diagnóstico 2. Não pode estar envolvido o médico que faça parte do transplante de órgãos 3. Precisa de um tempo mínimo entre os dois exames clínicos de 1 hora em adultos. Em crianças varia de acordo com a faixa Thaís Laurentino Severiano - P7 etária. Esperar 6 horas de observação, faz um exame e depois uma hora no mínimo para o outro médico examinar 4. 2 exames clínicos com médicos diferentes, teste da apneia positivo e exame confirmatório compatível com morte encefálica dá diagnóstico de morte. Na hora que fez o último procedimento do protocolo é a hora daquele exame que vai ser a hora do óbito, seja ele um exame clínico ou complementar ● Quem faz a abordagem com a família sobre a doação de órgãos é a equipe de captação ● Contraindicação para doação de órgãos ○ HIV e HTLV - contraindicação absoluta ○ hepatites agudas B e C - pode doar para pessoas que também tenham os vírus ○ Sepse (em tratamento não é contraindicação) - Sepse controlada ou em estabilidade hemodinâmica (consegue manter a PA média acima de 65, com vasopressor em dose baixa ou sem o uso dele) pode doar. Importante mandar as culturas para o hospital para que o receptor do órgão continue o tratamento antibacteriano que o doador estava fazendo, mesmo estando com a imunossupressão necessária para receber o órgão ○ sorologias para citomegalovírus, sífilis, toxoplasmose - precisa realizar a sorologia para fazer a profilaxia do receptor no caso do doador ter tido contato com eles ○ Infecção fúngica ○ Tuberculose em atividade - contraindicação absoluta ○ Tumor do SNC ○ Sorologia positiva para chagas só é contraindicação para doação de coração ou órgãos afetados ○ As neoplasias que podem doar são as que têm chance de disseminação (metástase) pequena, como basocelular, de colo uterino, alguns tumores do SNC (a maioria é benigno). Neoplasias malignas são contraindicações absolutas, independente do sítio e do tempo Thaís Laurentino Severiano - P7 ○ Idade não é contraindicação de doação de órgãos ○ Não se faz transplante de órgãos se a sobrevida for menor com o órgão do que na terapia ○ Renal - creatinina de 1,5 a 2,0 é contraindicação relativa, acima de 2,0 é absoluta ● Doadores limítrofes - são doadores limítrofes, melhor denominados "doadores com critérios expandidos (DCE)", são definidos, teoricamente, como aqueles com fatores de risco que podem aumentar a incidência de disfunção ou não funcionamento primário do enxerto e, consequentemente, impacto no resultado. Ex.: Transplante hepático de um fígado com grau leve de cirrose para uma pessoa com falência hepática.
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