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TCC- Sindrome de Down

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO - UNIBRA 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
RHAYLLA SHIRLEY LIMA SANTOS 
VALDEIR SILVA MENDONÇA 
 
 
 
 
 
EQUOTERAPIA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE 
DOWN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE/2020 
 
RHAYLLA SHIRLEY LIMA SANTOS 
VALDEIR SILVA MENDONÇA 
 
 
 
 
EQUOTERAPIA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE 
DOWN 
 
 
 
 
Artigo apresentado ao Centro Universitário Brasileiro – UNIBRA, 
como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em 
Fisioterapia. 
 
Professora Orientadora: Dra. Noranege Epifânio Accioly 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE/2020 
RHAYLLA SHIRLEY LIMA SANTOS 
VALDEIR SILVA MENDONÇA 
 
 
EQUOTERAPIA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE 
DOWN 
 
 
 
 
Artigo aprovado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em 
Fisioterapia, pelo Centro Universitário Brasileiro – UNIBRA, por uma comissão 
examinadora formada pelos seguintes professores: 
 
 
______________________________________________________________ 
Profaº M.ª Helena Medeiros Rocha 
Professora Examinadora 
 
 
______________________________________________________________ 
Profaº Esp. Andrea Lima da Silva 
Professora Examinadora 
 
 
______________________________________________________________ 
Profaº Dra. Noranege Epifânio Accioly 
Professora Orientadora 
 
 
Recife, ___/___/____ 
NOTA:_______________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho a nossos pais e irmãs 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Fica aqui nosso sentimento de gratidão a Deus por ter nos concedido o 
privilégio de nos dedicarmos aos estudos, sempre nos honrando com garra, sabedoria 
e conhecimento para chegar até aqui. Agradecemos também a nossos pais, padrasto, 
irmãs e amigos por todo apoio e compreensão, durante esse processo de graduação. 
À nossa orientadora Noranege Epifânio Accioly pelo seu tempo dedicado a nós, 
paciência, suporte e correções, por todas as palavras, ensinamentos e conselhos 
ficarão para sempre guardados. 
 Também ficamos gratos aos coordenadores e professores da UNIBRA que 
durante toda nossa graduação se dedicaram para nos dar o melhor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Não busque o conhecimento por causa dos 
aplausos, ou para lhe capacitar a discutir com 
os outros, mas para o benefício de sua alma.” 
 (Jonathan Edwards) 
 
 
EQUOTERAPIA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN 
 
Rhaylla Shirley Lima Santos 
Valdeir Silva Mendonça 
 Noranege Epifânio Accioly1 
 
Resumo: A Síndrome de Down (SD) é uma das síndromes genéticas mais conhecidas em 
todo o mundo, é caracterizada por deficiências intelectual e motora. Portadores da 
síndrome, necessitam de assistência multidisciplinar, incluindo da fisioterapia. A 
equoterapia é um tratamento lúdico que utiliza o cavalo para conseguir ganhos 
biomecânicos e sociais. Objetivo: Revisar na literatura atual evidências científicas sobre 
a utilização da equoterapia para o tratamento de crianças portadoras da SD. Metodologia: 
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas seguintes bases de dados: Medline/Pubmed, 
Lilacs/BVS e Scielo e Pedro. Foram incluídos artigos científicos que contemplassem o tema 
proposto nos idiomas português e inglês, entre 2010 a 2020. Resultados: Observou-se 
melhoria significativa no alinhamento postural após sessões de equoterapia em crianças 
com SD, assim como ganhos motores e equilíbrio. Conclusão: A equoterapia promoveu 
ganhos posturais de membros inferiores e ganhos motores. 
 
Palavras-chave: Equoterapia. Síndrome de Down. Criança. Fisioterapia. Reabilitação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
____________________ 
 
1Professora da UNIBRA. Doutora em Fisiologia e Bioquímica. E-mail para contato: noranege@gmail.com 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9 
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 11 
2.1 Síndrome de Down.............................................................................. 11 
2.1.2 Etiologia ............................................................................................ 11 
2.1.3 Diagnóstico ...................................................................................... 11 
2.1.4 Quadro clínico .................................................................................. 12 
2.1.5 Alterações sensório-motoras .......................................................... 12 
2.2 Equoterapia ......................................................................................... 13 
2.2.2 Biomecânica do cavalo e do praticante ......................................... 14 
2.2.3 Benefícios ......................................................................................... 15 
2.2.4 Indicações e contraindicações ....................................................... 16 
3 DELINEAMENTO METODOLÓGICO ........................................................... 17 
3.1 Desenho e período de estudo ............................................................ 17 
3.3 Critérios de Elegibilidade ................................................................... 18 
4 RESULTADOS ............................................................................................. 19 
5 DISCUSSÃO ................................................................................................. 29 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 32 
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 33 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A SD é geneticamente causada pela trissomia 21 que leva distribuição de 
cromossomos durante a fase de meiose de maneira desordenada. Em um indivíduo 
normal cada uma de suas células há 46 cromossomos (TORQUATO et al., 2013). 
Segundo Bonomo e Rossetti (2010) ainda na fase de infância as habilidades motoras 
global são formadas, facilitando o desenvolvimento do indivíduo. 
 Quando se trata de uma criança com SD as habilidades motoras são afetadas 
devidos aos fatores associados fazendo com que tenham o aprendizado motor 
prejudicado. (SANTOS, WEISS E ALMEIDA, 2010). 
De acordo com o censo de 2010 do Brasil Instituto de Geografia e Estatística, 
23,9% da população possui deficiência ou incapacidade intelectual, entretanto não há 
um número específico de brasileiros com Síndrome de Down, mas com base na 
proporção de 1 por cada 700 nascidos vivos, cerca de 270 mil pessoas possuem a 
Síndrome no Brasil (COSTA, 2015). No mundo, a cada minuto 18 bebês nascem com 
essa deficiência caracterizada pelo funcionamento intelectual inferior à média, ou seja, 
é equivalente a 9,8 milhões de bebês com deficiência por ano (COSTA, VALÉRIA et 
al., 2017). 
De acordo com Moreira e Gusmão (2002), conforme citado por Costa (2017), a 
Síndrome acarreta atraso no desenvolvimento motor e mental, por exemplo afeta 
diretamente as habilidades motoras. Em um estudo realizado por Polastri e Barela 
(2005) apud (COSTA, 2017) destaca que as disfunções no controle posturais são 
predominantes em indivíduos que possuem SD, tais como, problemas com a 
integração sensório-motora, dificuldades na coordenação motora que, leva os 
indivíduos com SD apresentarem movimentos lentos, dificultando a adaptação a 
mudanças de tarefas. 
Dentre as particularidades citadas acima, indivíduos com SD possuem 
hipotonia que pode acarretar força muscular reduzida, atraso no desenvolvimento 
neuropsicomotor e déficit de equilíbrio, interferindo diretamente na realização de 
tarefas, interação com o meio ambiente e compromete as habilidades motoras e 
cognitivas, possibilitando a redução de espaço, oque dificulta a integração sensorial 
e suas vivências (AMARAL, 2019) 
Chaves (2018) afirma que é necessária uma equipe multidisciplinar composta 
por enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, 
psicólogos, médicos e outros profissionais. Segundo Torquato (2013), o tratamento 
da fisioterapia é elaborado de acordo com as necessidades dos pacientes e os 
problemas relacionados as alterações posturais constantes na SD, como os atrasos 
motores. 
Dentre os diversos recursos da fisioterapia está a equoterapia que é um método 
terapêutico que utiliza o movimento do cavalo para atingir objetivos funcionais. O 
movimento tridimensional do cavalo possibilita ao praticante estímulos que 
desencadeiam exercícios posturais coordenados e reações de equilíbrio (RIBEIRO et 
al., 2016). 
Portanto, o objetivo do presente trabalho é revisar na literatura atual se há 
comprovação científica que a equoterapia pode ser recomendada para o tratamento 
de crianças portadoras da SD. 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 Síndrome de Down 
 
2.1.1 Definição 
 
A Síndrome de Down, também conhecida como mongolismo, trissomia do 21 
ou trissomia do cromossomo 21, é uma síndrome bastante comum, de origem 
genética, caracterizada pela diminuição do tônus muscular e deficiência intelectual 
intervindo diretamente na percepção de impulsos sensoriais e motores (CHAVES, 
2018). 
 
 2.1.2 Etiologia 
 
A SD possui uma incidência de 1:800 nascidos no mundo. Já nos Estados 
Unidos, a síndrome atinge 500 nascidos vivos por ano e mais de 200.000 individuos 
possuem a trissomia do cromossomo 21 (BULL, 2020). 
A prevalência está aumentando à medida que a população cresce, nos Estados 
Unidos por exemplo, a prevalência da SD aumentou de 50.000 em 1950 (3,3 para 
10.000 individuos) para 212.000 em 2013 (6,7 para 10.000 individuos), principalmente 
por causa da melhoria de sobrevivência na infância. Em 2013 a prevalência também 
foi registrada na Europa (4,9 de 10.000 individuos). Porém é necessário de uma 
estimativa mais precisa, até que sejam registrados mais nascimentos e mais dados 
de sobrevivência coletados, em diferentes partes do mundo, de individuos com 
síndrome de down (ANTONARAKIS et al., 2020). 
Entretanto, vale ressaltar que o fator idade aumenta o risco para incidência da 
SD, uma vez que, a idade avançada da mãe, mais de 35 anos é um fator de risco 
importante para o aumento da trissomia 21 devido a disjunção meiótica (FILHO, 2017). 
 2.1.3 Diagnóstico 
 
Ainda durante a gestação o diagnóstico para identificar a síndrome pode ser 
feito pelo fato de existir exames cada vez mais precisos, impactando diretamente toda 
a família. Logo após ao nascimento o diagnóstico é feito de maneira fácil, pelo fato de 
suas características serem peculiares, e assim podendo ser dada a notícia aos pais 
durante os primeiros momentos do recém-nascido. A expectativa gerada pelos pais 
pode gerar respostas negativas ou de aceitação quando a imagem do bebê não 
corresponde à idealizada, podendo repercutir diretamente no desenvolvimento do 
bebê (OLIVEIRA et al., 2011). 
Chaves (2018), afirma que é de extrema importância informar a família que a 
síndrome é irreversível, porém há tratamentos que podem oferecer uma qualidade de 
vida melhor a criança. 
 
 2.1.4 Quadro clínico 
 
Indivíduos com SD possuem baixa estatura, boca pequena, pregas palpebrais 
obliquas, excesso de tecido adiposo no dorso do pescoço, retrognatia, cabelo fino, 
hipotonia muscular, diástase dos músculos abdominais, hérnia umbilical, orelhas 
pequenas e de implantação baixa, pavilhão auricular pequeno, clinodactilia do 5º dedo 
da mão, braquidactilia, afastamento entre o 1º e o 2º dedos do pé, dentre outros, 
podendo ainda adquirir algumas condições de saúde, como apnéia, problemas 
auditivos, epilepsia e problemas de visão (CHAVES, 2018). 
Junior et al., (2016) destaca que a SD vem a ser a mais frequente das causas 
de deficiência intelectual e que acomete ao indivíduo várias peculiaridades, tais como 
motoras, físicas, cognitivas e socioafetivas. No âmbito motor esses indivíduos se 
mostram mais lentos e com menos habilidades para realizar movimentos complexos 
e seu desenvolvimento é acometido com um atraso importante no padrão motor. 
 
 2.1.5 Alterações sensório-motoras 
 
 Entre as alterações no sistema nervoso, destacam-se o pequeno peso 
encefálico, pobre mielinização, redução do número de neurônios e conexões 
nervosas, o que acarreta atraso no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. 
Indivíduos portadores de SD podem, ainda, apresentar alterações neuromusculares 
como diminuição da força muscular e das reações posturais, e alterações 
osteoarticulares, como frouxidão ligamentar, hipermobilidade articular e deformidades 
ósseas que levam a implicações diretas sobre o desenvolvimento das funções 
motoras (PEREIRA et al, 2013). 
 O desenvolvimento sensório-motor ocorre de maneira mais lenta em 
comparação aos parâmetros da população geral, com grande variabilidade na 
aquisição das etapas motoras (PEREIRA et al, 2013). 
 
2.2 Equoterapia 
 
2.2.1 Histórico e terminologia 
 
O termo “equoterapia” foi criado pela Associação Nacional de Equoterapia 
(Ande-Brasil) e tem sua origem no latim. Equus se refere à utilização do cavalo em 
técnicas de equitação e atividades equestres, e therapeia diz respeito à terapia. 
Portanto, a equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo para uma 
abordagem interdisciplinar dentro das áreas da saúde, educação e equitação, 
buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou 
necessidades especiais através de suas quatros fases, Hipoterapia, 
Educação/Reeducação, Pré-Esportivo e Prática Esportiva Paraequestre (ANDE, 
2010) 
De acordo com Koca et al., (2016) a equoterapia inicialmente foi citada nas 
obras de Hipócrates (458 – 377 a.C.), que recomendava a prática de equitação para 
regenerar a saúde e preservar o corpo humano de muitas doenças, sobretudo para 
tratar insônia. Porém só em 1960 se tornou uma disciplina com protocolos, então na 
década de 1970 nos Estados Unidos da América a equoterapia foi padronizada por 
canadenses e terapeutas americanos. Em 1992 foi fundada a Associação Americana 
de Equoterapia (AHA), quando foi elaborado o protocolo oficial e internacional. 
O inciso ll do artigo 5o da Lei no. 6.316, de 17 de dezembro de 1975, do 
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, considera válidas as 
evidências sobre equoterapia, através de resultados evidenciando a recuperação 
funcional, tendo como competência do fisioterapeuta e terapeuta ocupacional através 
de formação em disciplinas curricular, projetos de extensão, recurso terapêutico e 
pesquisa. 
Através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no 
Sistema Único de Saúde, na Portaria n. 971, de 3 de maio de 2006 considera que as 
abordagens devem estimular a prevenção de agravos e recuperação de saúde por 
meios de tecnologia eficaz e segura: Resolve Art. 1* reconhece a equoterapia como 
recurso transdisciplinar que são utilizados por fisioterapeutas e terapeutas 
ocupacionais. Art. 2*, diz que o fisioterapeuta pode aplicar os princípios da 
equoterapia de acordo com o diagnóstico cinético-funcional e objetivos terapêuticos. 
Art. 3* dispõe que o terapeuta ocupacional pode ampliar profissionalmente a 
equoterapia de acordo com o diagnóstico cinético-funcional e de acordo com os 
objetivos terapêuticos específicos. O Art. 4* valida a resolução a partir data de sua 
publicação. (COFFITO, resolução no. 348, de 27 de março de 2008. Diário Oficial da 
União no. 63, Seção 1, em 02/04/2008, página 150). 
No mundo, o método recebe outras denominações, como: hipoterapia 
(Alemanha), terapia por meio do cavalo (Itália), equitação terapêutica (França), 
equitação para deficientes (Inglaterra) (CHAGAS, 2017). 
 
 2.2.2 Biomecânicado cavalo e do praticante 
 
 O cavalo possui três andaduras naturais: passo, trote e galope. O passo do 
cavalo é um andadura ritmada, cadenciada e em quatro tempos. O trote do cavalo é 
uma caminhada acelerada, com velocidade entre o passo e o galope (CHAGAS, 
2017). 
 O movimento do cavalo produz e transmite ao praticante uma série de ações 
sequenciadas e simultâneas que resultam em um movimento tridimensional: no eixo 
vertical – movimento para cima e para baixo; no plano frontal – movimento para a 
direita e para a esquerda e no plano sagital – movimento para frente e para trás 
(DONALDSON et al, 2019). 
 O movimento tridimensional é completado por uma pequena torção da bacia do 
praticante, provocada pela combinação da inflexão da coluna vertebral do cavalo com 
o abaixamento da anca do mesmo lado (DONALDSON et al, 2019). 
 
 2.2.3 Benefícios 
 
 Chaves (2018) afirma que a equoterapia trabalha com a criança com uma 
abordagem lúdica, juntamente com o cavalo em um ambiente natural. Além do cavalo 
que é muito atrativo para crianças, pode-se usar nas sessões: cones, bolas com 
diferentes texturas e pesos, argolas de cores e tamanhos variados, bastões, 
brinquedos, bambolês, cestas de basquete. Portanto há benefícios observados 
também no comportamento e bem-estar social, cognitivo e emocional (STERGIOU et 
al, 2017). 
 A equoterapia traz inúmeros benefícios, tanto biomecânico quanto social, 
permite uma sinergia muscular adequada, promovendo a otimização do equilíbrio, 
melhorando a performance motora em habilidades motoras essenciais, dessa 
maneira, facilita a construção de uma vida diária social e produtiva, através da 
realização independente de atividades laborais e de lazer (TORQUATO et al., 2013). 
 Os movimentos combinados do cavalo se assemelham à marcha humana, 
estimulando simultaneamente os sistemas vestibular, somatossensorial, límbico e 
visual e promovendo ajustes posturais, orientação e aquisição do equilíbrio além de 
benefícios psicológicos, sociais e educacionais que serão evidenciados em padrões 
de comportamento usados em outros ambientes (GRANADOS e AGIS, 2011). 
De acordo com Koca et al., (2016) os movimentos realizados pelo cavalo 
proporcionam ao paciente efeitos sensoriais, através de ritmos, movimentos 
repetitivos e variáveis. Os movimentos lentos estimulam o desenvolvimento de 
músculos paraespinhais. O andar do cavalo foi cuidadosamente avaliado e mediante 
a isso, proporciona feedback para o paciente. 
 A marcha e o tipo de passo do cavalo propõem-se melhorar equilíbrio, ajuste 
tônico da musculatura para melhoria da postura, coordenação motora geral e fina, 
possibilita também a melhora da respiração, da circulação, e a integração dos sentidos 
(CHAVES, 2018). 
 
 2.2.4 Indicações e contraindicações 
 
 A equoterapia tem diversas indicações como por exemplo, para pacientes 
autistas, com distúrbios alimentares, paralisia cerebral, distrofia muscular, doença 
cerebrovascular, esclerose múltipla, doenças da medula espinhal (KOCA et al., 2016). 
 Para indicação a pacientes pediátricos recomenda-se prévia avaliação 
radiológica do quadril, para verificação de alinhamento ósseo e a presença ou não de 
subluxação do quadril (CHAGAS, 2017) 
Dentre as particularidades que acometem portadores de SD, com prevalência 
de 10-30%, está a instabilidade atlantoaxial (IAA), diagnosticada por radiografia e 
consiste numa distância atlas-odontóide igual ou maior que 4,5 mm. Tal condição 
favorece um movimento maior que o normal da primeira e segunda vértebra (C1 e C2) 
do pescoço aumentando o risco de lesão medular, portanto há ressalvas na literatura 
para a prática da equoterapia para portadores de SD com IAA (RAO, 2010). 
De acordo com MARINHO et al., (2017), o uso da equoterapia é contraindicado 
em casos de alergias, pacientes que possuem fobias de animais, problemas 
respiratórios, pacientes com baixa imunidade, machucados abertos e pacientes que 
possuem um comportamento agressivo, para não machucar o cavalo. 
 
3 DELINEAMENTO METODOLÓGICO 
 
3.1 Desenho e período de estudo 
 O presente estudo trata-se de uma revisão narrativa, realizada no período de 
agosto a novembro de 2020. 
 
3.2 Identificação e seleção dos estudos 
 A etapa de identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados foi 
realizada por dois pesquisadores independentes, de modo a garantir um rigor 
científico. Para a seleção dos artigos que integraram a amostra, foi realizada uma 
busca nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online – 
MEDLINE via PUBMED, Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da 
Saúde – LILACS via Biblioteca Virtual em Saúde – BVS, Cientific Electronic Library 
Online (SCIELO), Physiotherapy Evidence Database – (PEDRO). 
 Foram utilizados os seguintes Descritores em Ciências da saúde (DeCS) na 
língua portuguesa: Terapia Assistida por Cavalos, Síndrome de Down e de acordo 
com o Medical Subject Headings (Mesh): Equine-Assisted Therapy, Down Syndrome, 
os descritores foram utilizados para que remetessem a temática do nosso estudo 
através da construção de estratégias de busca pela combinação desses descritores 
usando o operador booleano AND em todas as bases de dados, conforme estratégia 
de busca descrita no Quadro 1. 
Quadro 1- Estratégias de buscas nas bases de dados 
 
BASE DE DADOS 
 
ESTRATÉGIAS DE BUSCA 
 
 
MEDLINE / PUBMED 
 
 
“Equine-Assisted Therapy” [Mesh] AND “Down 
Syndrome" [Mesh] 
 
 
BVS / LILACS 
 
 
“Terapia Assistida por Cavalos” AND “Síndrome de 
Down” 
 
 
SCIELO 
 
 
 
“Terapia Assistida por Cavalos” AND “Síndrome de 
Down” 
 
 
PEDRO 
 
 
 
“Equine-Assisted Therapy” AND “Down Syndrome" 
 
3.3 Critérios de Elegibilidade 
 
 Os critérios para inclusão dos estudos nesta revisão foram: artigos publicados 
em inglês, espanhol e português; disponibilizados online na íntegra; publicados entre 
os anos de 2010 a 2020; que utilizaram como tratamento da fisioterapia unicamente a 
equoterapia; apenas em crianças podendo ser de ambos os sexos; com idade de 0 a 
14 anos e previamente diagnosticadas com SD. 
Foram excluídos artigos de revisão, que estudaram população acima de 14 
anos, que associaram a equoterapia com mais alguma intervenção, que incluíram 
outra condição clínica além da equoterapia, que não estavam disponíveis completos 
ou que não se enquadraram nos objetivos deste trabalho. 
 
4 RESULTADOS 
 
Após pesquisa em bases de dados foram encontrados 6 artigos na base de 
dados Medline, 9 no Lilacs, 1 artigo no Scielo e nenhum no Pedro totalizando 16 
artigos conforme fluxograma de seleção exposto na Figura 1. 
A equoterapia foi utilizada para tratamento das seguintes alterações: déficits de 
equilíbrio, desenvolvimento da função motora grossa, déficit postural, força muscular, 
coordenação motora e mobilidade funcional (SHERER et al., 2012; RIBEIRO et al., 
2016; MIGUEL et al., 2018; MONTEJO et al., 2015; CHAVES et al., 2017; COSTA et 
al., 2017; CHAMPAGNE et al., 2010; ESPINDULA et al., 2016). 
O estudo de Costa et al. (2017) investigou 41 crianças divididas em dois grupos, 
sendo um grupo experimental (GE) com 20 pessoas (11 meninos e 9 meninas) que 
praticaram equoterapia e outro, grupo controle (GC) com 21 pessoas (12 meninos e 9 
meninas). Nesse estudo, o objetivo foi analisar o efeito da equoterapia na 
coordenação motora global em pacientes com SD. Como maneira de avaliação de 
intervenção, foi utilizado o teste de coordenação motora KTK (Koperkoordination 
Teste furKinder) que consiste em quatro itens: BB- Balance Beam; LJ - salto lateral; 
MJ -Salto Monopedal e TP - Transferência em plataformas. Em individuos que 
possuem a síndrome, obteve ganhos de coordenação motora e equilibrio, mas no 
salto lateral que foi observado uma diferença significativa. 
No artigo de Champagne et al. (2010) foram avaliados 2 voluntários entre doise três anos de vida, submetidos ao seguinte protocolo de tratamento: 11 semanas, 
cada sessão durou 30min, na qual durante a sessão as crianças deveriam realizar três 
posições (rosto para frente, sentado de lado e rosto para trás), além de realizar 
atividades terapêuticas durante o movimento. Para a avaliação da função motora 
grossa, foi utilizado a escala GMFM- 88, antes e após da intervenção de fisioterapia. 
Notou-se evolução em alguns itens da escala GMFM, mas o item que se destacou foi 
o item E, que corresponde as atividades de correr, pular, caminhar e saltar. 
Espindula et al. (2016) investigou 20 indivíduos, mas ao final do estudo 
restaram apenas 5 pacientes. Teve como objetivo avaliar a postura antes e depois do 
tratamento. Foram 27 sessões de 30min, uma vez por semana, com rotinas realizada 
da seguinte forma: 
• Tempo 1 (T1) até 7 min e 30 s em pista de terra à direita da arena. 
• Tempo 2 (T2) de 7 min 30 s até15 min na grama, direto. 
• Tempo 3 (T3) de 15 min a 22min e 30s soalhados de solo na brita. 
• Tempo 4 (T4) de 22min 30 a 30 min em pista de terra na direção 
esquerda da arena. 
Observou-se melhorias na correção da protusão da cabeça e no alinhamento, 
diminuição da cifose, alinhamento do ombro, quadril e membros inferiores. 
No estudo de Moriello et al. (2019) foi analisado a função motora grossa, 
espaço-temporal, controle da bexiga e parâmetros de marcha. Foram avaliados 4 
participantes (3 meninas e 1 menino) com idade entre 3 a 5 anos. Utilizaram as 
seguintes intervenções: Semanalmente, durante 30min (15-25min no equino e 5-
15min para o trabalho preparatório) por 8 semanas. O participante um recebeu terapia 
quatro vezes por semana durante seis semanas, já o participante dois recebeu 
serviços três vezes por semana por seis semanas, e os participantes três e quatro 
receberam serviços duas vezes por semana durante oito semanas. Foi encontrado 
melhorias em atividades que se necessita de locomoção como correr, pular e 
caminhar e melhor interação social, de acordo com a percepção dos pais. 
De acordo com Ribeiro et al. (2016) realizou 20 sessões de equoterapia com 5 
crianças com de idade média de 12 anos que apresentavam alterações motoras que 
contribuíam para o desalinhamento subsequente dos membros inferiores. A terapia 
com o cavalo teve duração de 30 minutos, sendo as 10 primeiras sessões realizadas 
1 vez por semana e as 10 sessões seguintes, 2 vezes por semana. Com o intuito de 
promover uma simetria dos estímulos proporcionados pelo cavalo durante a sessão, 
foi padronizada uma sequência de percurso durante os 30 minutos de atendimento, 
em três tipos de terrenos: 
• 10 passadas para o lado direito da pista de equoterapia em terreno de 
terra batida. 
• 10 passadas em linha reta no terreno de pedra brita e cimentado. 
• 10 passadas para o lado esquerdo da pista em terra batida. 
A hipoterapia proporcionou uma melhora no alinhamento dos membros 
inferiores, possibilitando o ajuste do alinhamento do joelho com o quadril e anteversão 
pélvica. 
No estudo de Torquato et al. (2013) foram selecionadas 33 crianças de ambos 
os sexos com idade entre 4 e 13 anos que já realizavam fisioterapia convencional ou 
equoterapia. Dividiram em 2 grupos da seguinte forma: 
• Grupo 1 (equoterapia): foram incluídas 19 crianças, teve média de idade 
de 7,73. 
• Grupo 1 (fisioterapia convencional): foram incluídas 14 crianças, teve 
média de idade de 7,71. 
A escala de Desenvolvimento Motor foi utilizada para avaliar a motricidade 
global, e o equilíbrio estático e dinâmico. Para relatar a aquisição de marcos motores, 
prováveis alterações na acuidade auditiva, visual ou posturais, força muscular e o 
tempo de tratamento foi utilizado um questionário biopsicossocial. 
Ambos os grupos obtiveram melhorias em relação aos marcos motores, mas o 
grupo que realizou a fisioterapia convencional, apresentou melhores resultados 
referentes ao equilíbrio estático e dinâmico, no entanto tiveram mais tempo para o 
tratamento. 
Ribeiro et al. (2017) em seu artigo apresentou dois grupos de caso-controle 
ambos com participantes do sexo masculino, que foram divididos em dois grupos: o 
Grupo Down (GP) com 5 participantes portadores da SD e o Grupo saudável (GS) 
com 5 participantes que não apresentaram a síndrome. Os atendimentos foram 
padronizados em 10 sessões com 30 minutos de duração cada, com as seguintes 
tarefas: 
• Tarefa 1: o cavalo caminhou por 10 minutos para o lado direito da rotatória 
em uma trilha de terra. 
• Tarefa 2: o cavalo caminhou por 10 minutos em linha reta em um cascalho 
e cimento 
• Tarefa 3: o cavalo caminhou por 10 minutos para o lado esquerdo da 
rotatória em uma trilha de terra. 
O Registro eletromiográfico foi realizado na primeira sessão e na última. Os 
eletrodos foram posicionados nos seguintes músculos: glúteo médio, tensor fáscia 
lata, reto femoral, vasto medial, vasto lateral, bíceps femoral, tibial anterior e 
gastrocnêmico, já o eletrodo de referência foi colocado no lado esquerdo do maléolo. 
Alcançou-se resultados significativos em relação a ativação muscular e ação 
motora dos músculos estudados, independente da frequência semanal do 
atendimento realizado. 
O artigo publicado por Junior et al. (2016) investigou 6 crianças com idade entre 
10 e 14 anos do sexo masculino. Para a medida da variabilidade da frequência 
cardíaca (VFC) foi utilizado cardiofrequencímetro, os registros foram realizados em 
três momentos: em repouso na posição supina por 10 minutos (repouso inicial), 
durante toda a sessão de equoterapia por 30 minutos e após a sessão (repouso final), 
na posição supina por 10 minutos. Os participantes do estudo não faziam outro tipo 
de terapia física, não utilizavam medicamentos e não haviam realizado nenhum tipo 
de cirurgia cardíaca. Todos foram submetidos a 5 sessões de equoterapia com 
duração de 30 minutos uma vez por semana. no final das 5 sessões. No entanto, 
houve uma diminuição da variabilidade da frequência cardíaca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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o
 
Figura 1. Fluxograma de seleção dos estudos 
 
 
 
 
Base de Dados 
Scielo 
(n = 1) 
 
Artigos pré-selecionados após a 
remoção do duplicado 
(n=15) 
 
Estudos lidos na íntegra para 
avaliação de elegibilidade 
(n= 9) 
 
Não preencheu os critérios de 
inclusão 
(n=1) 
Artigos incluídos na síntese 
qualitativa 
(n= 8) 
Base de Dados 
Medline 
(n = 6) 
Base de dados 
Lilacs 
(n= 9) 
 
Artigos excluídos: 
(n=6) 
 
 
Base de dados 
Pedro 
(n= 0) 
 Para a exposição dos resultados foi utilizado o Quadro 2 permitindo a 
organização das informações obtidas em coluna com nome dos autores, ano de 
publicação, características da amostra, objetivos, intervenções, resultados e 
conclusão. 
 
Quadro 2 – Descrição dos estudos selecionados 
 
Autor/ano Amostra Objetivo Intervenções Resultados e 
Conclusão 
MORIELLO 
et al., 2019 
N= 04 
 
Documentar a função 
motora grossa, 
espaço-temporal 
parâmetros de 
resultados de 
controle de marcha e 
bexiga após 
incorporação de 
fisioterapia 
equoterapia em 
quatro crianças com 
SD. 
Semanalmente, 
durante 30min 
(15-25min no 
equino e 5-15min 
para o trabalho 
preparatório) por 
oito semanas 
durante o mesmo 
período durante o 
verão. 
De acordo com 
as mães dos 
pacientes 
demonstraram 
melhora no 
caminhar, correr 
e pular, 
ajoelhado, em 
pé, coordenação 
e interações 
sociais. 
COSTA et 
al., 2017 
N= 41 
GE= 20 
GC= 21 
Analisar os efeitos de 
um programa de 
hipoterapia no motor 
global 
variáveis de 
coordenação em 
indivíduos com SD de 
ambos os sexos e 
comparar indivíduos 
com os mesmos 
síndrome que não 
prática hipoterapia. 
 
41 pacientes com 
Síndrome de 
Down, divididos 
em dois grupos, 
grupo 
experimental (GE) 
com 20pessoas 
(11 meninos e 9 
meninas) que 
praticavam 
equoterapia e 
grupo controle 
(GC) com 21 
pessoas (12 
meninos e 9 
meninas). 
Conclui-se que 
foi possível 
observar 
influência da 
equoterapia na 
coordenação 
motora grossa e 
houve mais 
resultados em 
individuos que 
apresentam 
síndrome de 
down, contudo 
apenas na tarefa 
de salto lateral 
houve diferença 
significativa. 
RIBEIRO et 
al., 2017 
N= 10 
GP= 05 
GS= 05 
Avaliar o 
comportamento da 
atividade muscular 
dos membros 
inferiores em 
praticantes com SD. 
Foram dez 
sessões de 30 
minutos para 
ambos os grupos, 
10 min com 
cavalo andando 
em rotatória para 
o lado direito, 10 
min andando em 
linha reta e 10 min 
andando em 
rotatória para o 
lado esquerdo, 
sendo o 
movimento 
tridimensional do 
andar do 
cavalo o único 
estímulo aplicado. 
No estudo foi 
observado a 
ativação da 
musculatura de 
membros 
inferiores e 
mudança de 
aprendizado 
motor. Com 
ativação da 
musculatura os 
indivíduos 
saudáveis 
adaptaram-se 
ao movimento 
do cavalo e os 
indivíduos com 
SD usam a 
musculatura 
para 
permanecer na 
posição em cima 
do cavalo. 
ESPINDUL
A et al., 
2016 
N= 05 Avaliar a postura 
antes e depois do 
tratamento de 
equoterapia em 
crianças com 
síndrome de down. 
Foram 27 sessões 
de 30min, uma 
vez por semana, 
com rotinas 
realizada da 
seguinte forma: 
- Tempo 1 (T1) até 
7 min e 30 s em 
pista de terra à 
direita da arena. 
- Tempo 2 (T2) de 
7 min 30 s até15 
min na grama, 
direto. 
- Tempo 3 (T3) de 
15 min a 22min e 
Houve uma 
melhora após as 
sessões, das 
distâncias: do 
acrômio direito 
para o direito 
espinha ilíaca 
ântero-superior 
e da 
acrômio 
esquerdo para a 
espinha ilíaca 
anterior superior 
esquerda. 
 
 
 
30s soalhados de 
solo na brita. 
- Tempo 4 (T4) de 
22min 30 a 30 min 
em pista de terra 
na direção 
esquerda da 
arena. 
JUNIOR et 
al., 2016 
N= 06 Avaliar o 
comportamento da 
variabilidade da 
frequência cardíaca 
em indivíduos 
com síndrome de 
Down submetidos a 
tratamento 
equoterapia. 
05 sessões de 
equoterapia de 
trinta minutos, 
uma vez por 
semana, com 
materiais de 
montaria de 
manta com pés 
fora do estribo. 
Nas sessões 
foram 
observadas uma 
tendência de 
aumento na 
atividade 
simpática e 
diminuição 
significativa da 
atividade 
parassimpática. 
RIBEIRO et 
al., 2016. 
N= 05 O objetivo deste 
estudo foi avaliar 
quantitativamente e 
qualitativamente as 
mudanças na postura 
de membros 
inferiores de 
praticantes com SD. 
Duração de 30 
minutos, sendo as 
10 primeiras 
sessões 
realizadas 1 vez 
por semana e as 
10 sessões 
seguintes, 2 
vezes por 
semana. Com o 
intuito de 
promover uma 
simetria dos 
estímulos 
proporcionados 
pelo cavalo 
durante a sessão, 
foi 
padronizada uma 
sequência de 
percurso durante 
Resultou na 
diminuição da 
anteversão 
pélvica, 
hiperextensão 
dos membros 
inferiores, 
anterior, inferior 
corpo e melhor 
alinhamento do 
joelho com o 
quadril. 
Houve 
mudanças 
posturais, 
proporcionando 
uma melhora do 
alinhamento dos 
membros 
os 30 minutos de 
atendimento, em 
três tipos 
de terrenos: 10’ 
para o lado direito 
da pista de 
equoterapia 
(redondel) em 
terreno de terra 
batida, 10’ em 
linha reta no 
terreno de pedra 
brita e cimentado, 
e 10’ para o lado 
esquerdo da pista 
em terra batida 
inferiores em 
individuos com 
SD. 
TORQUAT
O et al., 
2013 
N=33 
G1= 19 
G2= 14 
Verificar a aquisição 
de marcos motores 
em 
crianças portadoras 
de SD que realizam a 
equoterapia e 
fisioterapia 
convencional, e 
descrever 
as seguintes 
variáveis: aquisição 
de marcos motores, 
equilíbrio estático, 
equilíbrio dinâmico, 
força muscular e 
tempo de tratamento. 
Para determinar a 
idade motora e 
aquisição de 
marcos motores 
foi utilizada 
a Escala de 
Desenvolvimento 
Motor (EDM). 
Para equilíbrio 
estático e 
dinâmico foi 
utilizado 
teste para 
motricidade 
global. Para 
avaliar força 
muscular foi 
utilizada a escala 
de força de 
Daniels, o tempo 
de tratamento foi 
analisado de 
forma descritiva 
Observa-se que 
as aquisições de 
marcos 
motores nas 
crianças com SD 
apresentam 
atraso 
considerável em 
comparação 
com crianças 
com o 
desenvolviment
o normal, 
também foi 
observado que 
as crianças que 
realizavam 
fisioterapia 
convencional 
obtém melhor 
equilíbrio 
estático e 
dinâmico do que 
com média e 
desvio padrão. 
os indivíduos 
que 
realizam a 
equoterapia. Em 
ambos os 
grupos houve 
melhoras, sendo 
mais evidente no 
grupo 
que realiza 
fisioterapia. 
CHAMPAG
NE et al., 
2010 
N= 02 Determinar como o 
movimento do cavalo 
para a frente 
influenciou 
função motora da 
cabeça e controle do 
tronco em dois 
crianças com 
síndrome de Down 
após 11 semanas de 
hipoterapia. 
 
11 semanas, cada 
sessão com 
duração de 
30min, durante a 
sessão as 
crianças deveriam 
realizar três 
posições (rosto 
para frente, 
sentado de lado e 
rosto para trás), 
além de realizar 
atividades 
terapêuticas 
durante o 
movimento. 
Algumas 
dimensões 
avaliadas pelo 
GMFM 
demonstraram 
melhorias em 
ambas as 
crianças, o item 
E (correr, 
caminhar e 
pular) obteve as 
maiores 
melhorias em 
ambas. 
GC: Grupo controle; GE: Grupo experimental; GMFM: Mensuração da função motora grossa. 
 
5 DISCUSSÃO 
 
 Os artigos avaliados demonstraram diferentes benefícios que contribuem para 
a reabilitação de crianças com SD. Dentre esses benefícios, pode-se destacar o 
alinhamento postural, diminuição na anteversão pélvica, melhoria na coordenação e 
equilíbrio (ESPINDULA et al., 2016; RIBEIRO et al., 2016; COSTA et al., 2017; 
TORQUATO et al., 2013). 
 O desenvolvimento motor é um processo de alterações complexas, onde 
ocorrem todos os aspectos de crescimento e maturidade, nas quais as mudanças 
acontecem nos primeiros anos de vida da criança. Apesar do desenvolvimento motor 
ser baixo em crianças com SD, a literatura apresenta que atividades de estimulação 
e intervenção, são eficientes para atingir níveis motores mais apropriados. O controle 
da cabeça é a primeira aquisição motora alcançada pela criança, mas indivíduos com 
SD, possuem fraqueza na musculatura do pescoço, não conseguindo vencer a força 
da gravidade, retardando essa aquisição motora (TORQUATO et al., 2013). 
Espindula et al., (2016) e Ribeiro et al., (2016) ambos encontraram melhorias 
em relação ao alinhamento postural da cabeça (com diminuição da cifose e protusão 
da cabeça), ombro, quadril e membros inferiores, diminuição da anteversão pélvica, 
hiperextensão de membros inferiores e melhoria no alinhamento postural do joelho 
com o quadril, ou seja, a equoterapia contribuiu para melhoria das mudanças posturais 
em portadores de SD. 
Já no estudo realizado por Costa et al., (2017) afirma que através de um estudo 
observacional, com 41 pacientes, foi obtido melhorias no equilíbrio, coordenação 
motora, força e lateralidade. Esse déficit de equilíbrio se dá justamente pelo fato de 
que indivíduos com SD, possuem dificuldade em captar estímulos sensoriais que 
estabelecem a posição do corpo no espaço-tempo à medida que o corpo está se 
movendo, compreendendo que para um melhor alinhamento postural necessita-se do 
equilíbrio dos três sistemas: visual, vestibular e somatossensorial (TORQUATO et al., 
2013). 
 
Outro fator que interfere no equilíbrio, é a falta principalmente do controle de 
tronco. Tanto o déficit motor, quanto a falta de força muscular, pode interferir 
diretamente na aquisição da deambulação do paciente (TORQUATO et al., 2013). 
 Em dois estudos Moriello et al., (2019) e Champagne et al., (2010) notou 
melhoria da função motora grossa, através da escala GMFM, melhorias ematividades 
como caminhar, saltar, correr, controle de tronco e coordenação. 
Ainda na pesquisa realizada por Torquato et al., (2013) foi notado uma melhora 
significativa no equilíbrio estático e dinâmico e na aquisição dos marcos motores 
através da equoterapia e da fisioterapia convencional, apesar do tratamento da 
fisioterapia convencional ter tido um tempo maior, a equoterapia obteve mais 
resultados [...] é notório que a fisioterapia convencional contribui bastante para a 
aprimoração do equilíbrio, porém o ambiente influência na terapia, e a equoterapia 
possibilita a criança, uma interação mais ampla com o animal e o ambiente, 
possibilitando uma interação maior do que na fisioterapia convencional, já que as 
sessões são mais individualizadas e permite apenas o contato do paciente com o 
terapeuta. 
Algumas dessas posturas incomuns presentes em indivíduos com SD, podem 
estar relacionadas a hipotonia, tornando uma das principais causas de disfunções 
motoras, possibilitando que ocorra uma contração muscular ineficaz ou lenta, pois a 
diminuição da velocidade do potencial de ação, acarreta problemas no controle 
sensório-motor do músculo (CORRÊA et al., 2011). 
 Ribeiro et al., (2017) observou em seu estudo, mudanças satisfatórias no 
padrão de ativação da musculatura de membros inferiores, na aprendizagem e no 
comportamento motor do GD (grupo com Down). gerando um controle de ativação 
muscular durante as sessões. 
Alguns desses estudos possuem limitações, como por exemplo o baixo número 
de indivíduos avaliados e o pouco tempo de intervenção, influenciando nos benefícios 
da equoterapia em crianças com SD. No estudo de Junior et al., (2016) avaliou a alta 
variação da frequência cardíaca e foi feito em 5 sessões de equoterapia com duração 
de 30 minutos 2 vezes por semana, porém não houve resultados, no estudo foi visto 
que os participantes apresentaram uma diminuição da VFC. O autor salienta que na 
literatura não há levantamento sobre a Variação da Frequência Cardíaca. 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Conclui-se dessa forma que apesar da equoterapia necessitar de mais estudos 
comprovando seus benefícios, observou-se que a equoterapia trabalhando de 
maneira lúdica, foi muito importante na reabilitação de crianças com SD, pois a 
interação cavalo/praticante acarreta ganhos motores significativos como correr, pular, 
ganho de força, velocidade, sendo possível perceber uma grande melhora no 
alinhamento postural, possibilitando dessa maneira melhor controle de tronco. Outro 
ponto evidenciado, foi o aprimoramento do equilíbrio devido a sinergia muscular 
adequada e o desenvolvimento da função motora grossa, trazendo tanto benefícios 
biomecânicos quanto social, facilitando uma vida mais produtiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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