Células do sistema imune morfologia e ontogenia do SI Descrição dos tecidos linfoides e mielóides

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Células do sistema imune – morfologia
e ontogenia do SI. Descrição dos tecidos
linfóides e mielóides
✹ A organização anatômica das células e dos
tecidos do sistema imune tem importância
decisiva para a geração de respostas imunes
inatas e adaptativas efetivas. Essa organização
permite a rápida distribuição das células imunes
inatas, incluindo neutrófilos e monócitos, aos
sítios de infecção, e possibilita que um pequeno
número de linfócitos específicos para um
antígeno qualquer fiquem localizados e respondam
efetivamente a esse antígeno,
independentemente de onde o antígeno é
introduzido no corpo.
CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE
Células mielóides (fagócitos e DC's), e células
linfóides (linfócitos).
A maioria das células é encontrada no sangue,
entretanto, as respostas dos linfócitos e
antígenos geralmente ocorrem em tecidos
linfóides, por isso podem não ser refletidas
pelas alterações nos números de linfócitos no
sangue.
A expressão da proteína de membrana de cada
célula é o que usa-se para distinguir suas
populações.
● Fagócitos:
neutrófilos e macrófagos, são células
cuja função primária é ingerir e destruir
microrganismos e remover tecidos
danificados. O recrutamento das células
para os sítios de infecção,
reconhecimento e ativação por
microrganismos, ingestão dos
microrganismos através do processo de
fagocitose, e destruição dos
microrganismos ingeridos. Adicionalmente,
por meio do contato direto e secreção
de citocinas, os fagócitos se comunicam
com outras células de maneira a
promover ou regular as respostas
imunes.
Os neutrófilos e macrófagos são
produzidos na medula óssea, circulam
no sangue e são recrutados para os
sítios inflamatórios. Apresentam
diferenças entre si:
- neutrófilos: mais rápida, e a expectativa
de vida dessas células é curta, usam
rearranjos do citoesqueleto e montagem
de enzimas para gerar respostas
rápidas e transientes.
- macrófagos: monocitos se transformam
em macrófagos nos tecidos, podem viver
por longos períodos e, desse modo, sua
resposta pode ter duração prolongada.
Contam principalmente com a transcrição
de novos genes. Funções gerais: ingerir
microrganismos por meio do processo
de fagocitose, ingerem células necróticas
do hospedeiro, intensificando o
recrutamento de mais monócitos e
outros leucócitos do sangue para os
sítios de infecção, amplificando assim a
resposta protetora contra os
microrganismos. atuam como células
apresentadoras de antígeno, ativando
linfócitos T, promovem o reparo de
tecidos lesados estimulando o
crescimento de novos vasos sanguíneos
(angiogênese) e a síntese de matriz
extracelular rica em colágeno (fibrose).
● Mastócitos, Basófilos e Eosinófilos
São células das classes dos neutrófilos,
população mais abundante de leucócitos
circulantes, principais elementos nas
respostas inflamatórias agudas. Atuam
rapidamente e depois morrem, num
período de 1-2 dias. Os neutrófilos são
produzidos na medula óssea e surgem
de precursores que também originam
fagócitos mononucleares. A principal
função dos neutrófilos é fagocitar
microrganismos, especialmente
microrganismos opsonizados, e produtos
de células necróticas, bem como
destruir esse material nos
fagolisossomos. Em adição, os
neutrófilos produzem conteúdos de
grânulos e substâncias antimicrobianas
que matam microrganismos
extracelulares, mas também danificam
tecidos sadios. Mastócitos, basófilos e
eosinófilos, propriedade comum de
terem grânulos citoplasmáticos contendo
vários mediadores inflamatórios e
antimicrobianos, os quais são liberados
das células mediante ativação.
- mastócitos: derivadas da medula óssea
presentes nos epitélios da pele e das
mucosas, defesa contra infecções por
parasitas ou produzem os sintomas das
doenças alérgicas.
- basófilos: Parece com mastócito, sua
porcentagem nos vasos sanguíneos é
baixa, por isso não se sabe se contribui
muito para as respostas inflamatórias.
- eosinófilos: contêm grânulos com
enzimas nocivas às paredes celulares
de parasitas, mas que também podem
danificar os tecidos do hospedeiro.
● Células dendríticas: células residentes
nos tecidos e também circulantes que
percebem a presença de
microrganismos e iniciam reações de
defesa imune inata, além de capturarem
as proteínas microbianas para exibi-las
às células T e assim iniciar as
respostas imunes adaptativas. São as
células que realizam a ponte entre o
sistema inato e o adaptativo.
- clássicas: captura de antígenos proteicos
de microrganismos que entram através
dos epitélios, bem como na
apresentação dos antígenos às células
T.
- plasmocitóides: produzem a citocina
antiviral conhecida como interferon (IFN)
tipo I em resposta aos vírus, e podem
capturar microrganismos transmitidos
pelo sangue e transportar seus
antígenos para o baço para
apresentação às células T.
● Linfócitos: únicas células que expressam
receptores antigênicos específicos para
cada antígeno. Cada linfócito produz
citocinas que atuam estimulando a
resposta de outras células, resultando
na resposta imunológica. Ambos os
linfócitos, B e T, surgem a partir de um
precursor comum na medula óssea. O
desenvolvimento da célula B se dá na
medula óssea, enquanto os precursores
da célula T migram e amadurecem no
timo. Após a maturação, as células B e
T deixam a medula óssea ou o timo,
entram na circulação e povoam os
órgãos linfóides periféricos.
- linfócitos B: células produtoras de
anticorpos, derivados da medula óssea.
tipos: células B foliculares (tecidos
linfóides e sangue, anticorpos
diversificados, células de memória)
células B da zona marginal e células B-1
(ambas geram anticorpos menos
diversificados, células B-1 na mucosa e
as da zona no baço.)
- linfócitos T: mediadores da imunidade
celular, derivados do timo. Os principais,
auxiliares CD4 + (secretam citocinas,
coordenam resposta imunológica) e os
CTLs CD8 (reconhecem e matam células
infectadas por vírus, microrganismos
dentro de células hospedeiras, e células
cancerígenas).
Os linfócitos naive são células T ou B
maduras que jamais encontraram um
antígeno estranho. Após serem ativados,
os linfócitos naive se tornam maiores e
começam a proliferar. Algumas dessas
células se diferenciam em linfócitos
efetores que têm a capacidade de
produzir moléculas capazes de eliminar
antígenos estranhos. As células T de
memória, expressam moléculas de
superfície que promovem sua migração
para os sítios de infecção localizados
em qualquer parte do corpo.
● Células Natural Killer: morfologicamente
idêntica a célula T, entretanto, são
desprovidas de receptores antigênicos
de célula T. Conferem defesa inicial
contra patógenos infecciosos;
reconhecem as células do hospedeiro
estressadas e lesadas, e ajudam a
eliminá-las; e influenciam a natureza da
resposta imune adaptativa subsequente.
● Células Linfóides Inatas Secretoras de
Citocinas: secretoras de citocinas têm
funções efetoras similares às das
células T auxiliares CD4 +, são raras
no sangue e estão presentes sobretudo
nos tecidos, especialmente nos tecidos
de mucosa, como o pulmão e os
intestinos.
ANATOMIA E FUNÇÕES DOS TECIDOS LINFÓIDES
Órgãos linfóides primários (seleção e produção
de células)
● Medula Óssea: é o sítio de geração de
células sanguíneas circulantes, incluindo
hemácias, granulócitos e monócitos, bem
como o sítio de maturação da célula B.
* A medula ativa muda de lugar
conforme a idade, em crianças ela está
ativa em quase todo o corpo, já em
adultos apenas na área central.
● Timo: é o local de maturação da célula
T. No córtex matura linfócito T, na
medula matura célula epitelial, macrófago
e célula dendrítica. *O Timo vai
atrofiando ao longo do tempo, seu tecido
é substituído por tecido conjuntivo,
entretanto isso é um processo biológico
natural que não acarreta prejuízo ao SI.
Órgãos linfóides secundários (promovem a
ativação, diferenciação, reiniciação e
aprisionamento de células patogênicas)
● O Sistema Linfático: consisteem vasos
especializados, chamados linfáticos, que
drenam líquido dos tecidos, e em
linfonodos inter espaçados ao longo dos
vasos, essenciais para a homeostasia
de fluidos teciduais e para as
respostas imunes. Os vasos linfáticos
coletam antígenos microbianos de suas
portas de entrada e os distribuem aos
linfonodos, onde esses antígenos podem
estimular as respostas imunes
adaptativas. O líquido extracelular (linfa)
é constantemente drenado dos tecidos
através dos linfáticos, para dentro dos
linfonodos e, eventualmente, para o
sangue. Os antígenos microbianos são
transportados na forma solúvel e junto
às DCs na linfa, para os linfonodos,
onde são reconhecidos pelos linfócitos.
● Linfonodos: órgãos linfóides secundários,
vascularizados e encapsulados, que
exibem características anatômicas
favoráveis à iniciação de respostas
imunes adaptativas a antígenos
transportados dos tecidos pelos
linfáticos. Córtex externo agregados de
folículos, os quais são povoados
principalmente por linfócitos B. O
córtex ao redor dos folículos, chamado
córtex parafolicular, paracórtex ou zona
de célula T, está organizado em cordões
com fibras e proteínas de matriz
extracelular em abundância, e é povoado
principalmente por linfócitos T e DCs.
● Baço: age principalmente para células do
tecido sanguíneo. Na polpa branca
ocorre o início da resposta imune, onde
no folículo linfóide há presença de LB, e
na bainha linfóide a presença de LT.
● Sistemas Imunes Cutâneo e de Mucosa.