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Sociologia da saúde e da doença Prof. Maria Lurdes Teixeira Aceda ao link Retratos de pobreza, veja com atenção o vídeo e responda às seguintes questões: 1. De que estão excluídas estas pessoas? ➢ Estão excluídas da sociedade, de todos os serviços essenciais (saúde, educação, justiça e segurança social), exclusão social e em contexto total de vulnerabilidade ➢ Estão excluídos da vida social no seu todo. ➢ Estão excluídos da vida social regular Estas pessoas maioritariamente delas estão excluídas dessa regularidade, dessa previsibilidade da vida quotidiana, que parecendo que não é um elemento fundamental para esta qualidade emocional, para o bem-estar das pessoas. Em concreto alguns aspetos que podemos mencionar que ilustram precisamente essa exclusão social dos serviços de saúde. Porquê dos serviços de saúde? Na verdade, teoricamente não estão excluídos, porque o SNS é universal, é para todas as pessoas. Aqui a exclusão ocorre, porque estas pessoas não têm nem seque conhecimento de como aceder aos cuidados de saúde, provavelmente não tem também situação regularizada → temos aqui uma insuficiência de informação/de conhecimento sobre o funcionamento do SNS e isto cria obstáculos e efetivamente ao cuidado e muitas vezes a inexistência/ausência de cuidado. Só à uma formal de contribuirmos para reduzir/diminuir esta exclusão dos serviços de saúde, que é levar os cuidados de saúde junto destas pessoas. → levar os cuidados a onde estas pessoas se encontram Serviços de educação – não quer dizer que as pessoas não tenham acesso à educação, mas pela sua condição de extrema vulnerabilidade e sem abrigo a maior parte deles não teve e não tem acesso a uma educação regular/educação formal. A educação é universal para todas as pessoas, mas efetivamente na prática isso nem sempre é assim, não dá resposta a estas necessidades, porque ela está desenhada/está estruturada para a normalidade. A sociedade funciona para um padrão de normatividade, este padrão abrange a maioria das pessoas, as pessoas que estão excluídas desse padrão tem dificuldade em aceder aos serviços basilares da vida social por isso é que encontram em absoluta exclusão social. São situações de vida de grande isolamento social, estão também excluídos das redes/relações sociais do dia-a-dia, das redes de amizade, das redes de colegas de trabalho e eventualmente também das redes de suporte familiar que muitas destas situações estão associadas a exclusão ou por autoexclusão, ou exclusão determinada pelas condições de vida das famílias. Portanto ali um isolamento social apesar de estarem no meio da rua. É o quotidiano social que tem alguma previsibilidade, que todos nós temos – hoje temos aulas, amanhã é fim de semana, temos uma família que nos ajuda a estruturar a nossa vida, temos um trabalho ou uma atividade de educação/ de formação – vida social regular; ter acesso às instituições e à satisfação das nossas unidades. As situações de sem-abrigos são mais visíveis nas grandes cidades, do que no interior/meio rural. Estes também excluídas do trabalho, será muito difícil o mercado de trabalho integrar pessoas nestas condições, por falta de formação, por falta de qualificação. Às vezes pode existir qualificação, mas esta condição de vida acaba por inibir o acesso/dificulta o acesso ao trabalho. E estão excluídas da aceitação em geral e da integração familiar, do grupo, de uma sociedade, de uma rotina, de uma vida social regular. O sem-abrigo é excluído máximo da exclusão social. Tem carência, tem pobreza absoluta e relativa e exclusão social Quando temos estas 3 vertentes em simultâneo (carência, pobreza e exclusão social), nos temos de facto as pessoas numa grande vulnerabilidade à saúde Estas pessoas (sem-abrigos) estão excluídas de tudo, da vida social, do acesso às instituições e também do acesso aos serviços essenciais em geral. 2. Como poderá intervir enquanto enfermeiro? 4. Como prestar-lhes cuidados de saúde? ➢ Levar os cuidados de saúde té junto destas pessoas ➢ A intervenção da enfermagem pode passar sobretudo por duas grandes vertentes → a nível das instituições de saúde e ao nível de projetos de parceria (estratégias precisamente para levar os cuidados de saúde junto das pessoas que estão sem- abrigo → Portanto não ficar à espera que elas se desloquem até nós) Ao nível das instituições de saúde, colocamos aqui a área dos cuidados de saúde primários, com um agente fundamental para melhorar as doenças e efeitos. As pessoas podem ser sem-abrigos pelo modo de vida - é ela própria que decide ter essa forma de vida, a outra situação será da generalidade das pessoas – é a própria vida que leva a que as pessoas tenham acesso a condições - à um conjunto de fatores a nível social e também ausência das estruturas sociais – falta de eficácia das estruturas sociais que leva as pessoas a uma exclusão absoluta social de carência. Portanto, aqui as instituições de saúde podem e devem criar projetos de saúde na comunidade. Saúde diretamente prestada, onde estas pessoas se encontram. Levar a saúde junto destes grupos de grande vulnerabilidade – isto pode ser feito ao nível das USF, UCC, USP, porque são aquelas organizações que trabalham mais próximas da comunidade. Não quer dizer que não possam ser projetos a nível hospitalar, mas os cuidados hospitalares por definição são mais voltados para o utente que se desloca ao hospital. Esses projetos na saúde comunitária são passados por diagnóstico social (as suas necessidades); vigilância (acompanhamento ao longo tempo); rastreios (fundamentais para a saúde); prevenção e educação para a saúde (pois tem falta de informação); relação de confiança com os sem-abrigos (nunca devemos impor a nossa presença, mas procurar uma relação de confiança → normalmente não se consegue no primeiro dia, mas consegue-se com o tempo) Devemos procurar projetos multidisciplinares, em particular que tenha a medicina, que podem ser desenvolvidos com parceria, ex IPSS (instituições particulares de segurança social) que tem precisamente muito destes apoios no terreno. Esses apoios tem esta ausência, tem esta lacuna ao nível da presença de cuidados → a maior parte deles não tem cuidados de saúde incorporados. As câmaras também podem e devem ser parceiras, pois são responsáveis pela população da sua área geográfica. E as instituições de voluntariado que também temos várias em Portugal, que fazem um papel muito meritório, mas que são maioritariamente noutras áreas de apoio e não na saúde. OU SEJA, a pobreza e exclusão social são um grande fator de desigualdade em saúde, pelas condições próprias de vida das pessoas das pessoas que estão nesta situação, mas também porque em termos de respostas sociais os cuidados de saúde continuam ausentes, mas não integram a generalidade das tipologias de resposta nesta área. 3. A que doenças estão expostos? Na verdade, à uma vulnerabilidade a todos tipo de patologias e podemos destacar dessas as de foro psicológico e psiquiátrico a saúde mental é incompatível com esta condição de vida, ou porque jã existe esta doença mental antes de estarem nesta forma de vida, ou vem obtendo à gravar-se. Enfermagem - apoio psicológico e intervenção psiquiátrica seria o fundamental. Elas ou já existem ou pré-existem nesta situação ou agravam com esta situação ou são uma consequência desta situação → aqui devemos fazer planos específicos para intervir para tratar estas pessoas. Depois temos problemas de desequilíbrio nutricionais, alimentação desequilibrada que leva a subnutrição sobretudo ao desequilíbrio nutricional e a exposição de algumas patologias infetocontagiosas O que está a ser feito que as câmaras municipais têm alguns projetos de intervenção, nomeadamente quando estamos em situações mais extremas (ex: covid) que as pessoas estão mais vulneráveis às doenças infetocontagiosas.Cumprir regras básicas de proteção anticovid. Tivemos a elencar um conjunto de fatores de nível sociocultural que se reproduzem e se refletem na saúde, gerando desigualdades em saúde Síntese global desta abordagem: • As sociedades são simétricas • Existem desigualdades na sociedade – algumas mais acentuadas, outras menos • Estas desigualdades sociais refletem-se/reproduzem-se nas desigualdades em saúde, ou seja, quem se encontra numa condição de desigualdade social, tende haver essa desigualdade reproduzida na saúde o Na prática – quem é + desfavorecido socialmente tende a ter pior saúde, estão + expostas a um conjunto de doenças → isto vai retraduzir-se numa ↓ da EMV • Desigualdades sociais – tem haver com diferenças - diferenças de rendimento, diferenças de escolaridade, diferenças de recursos → assimetrias – uns tem mais que outros o Ex. tenho mais escolaridade do que a pessoa analfabética – isto é uma desigualdade social • Desigualdades em Saúde – diferenças na doença e na saúde e em particular na EMV o Ex. eu tenho mais escolaridade do que a pessoa analfabética, ela reflete-se na saúde, porque eu tenho mais informação, mais literacia em saúde, mais conhecimento de como funciona o SNS, eu tenho mais poder para comunicar e tenho mais recursos para comunicar e para descrever a minha sintomatologia, eu estou mais atenta aos sintomas da doença e eu intervenho mais precocemente – isto traduz-se numa espectativa de vida superior, num maior controlo da doença e também numa melhor saúde. Nada disto é terminisco – são tendência sociais • Dentro dos indicadores sociais, nós referimos 4 o Género o Escolaridade o Etnicidade o Pobreza
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