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Epistemologia da Enfermagem

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Epistemologia da Enfermagem 
Tudo o que nós fazemos tem uma razão científica para fazer. 
Epistemologia geral → estuda o conhecimento (estuda o que as pessoas sabem; 
estuda o que as profissões sabem; estuda o que as ciências sabem) e como é que 
aprendem (como é que sabem; mecanismos que utilizam para chegarem a esse 
conhecimento). 
Na fonte de aprendizagem que nós temos (experiência, observação, família) a 
autoridade no sentido de reconhecer o estatuto da pessoa para aprender com ela – o 
que acontece com os alunos em relação aos professores 
Muitas vezes também acontece quando fazemos pesquisas – devemos etr pensamento 
crítico em relação às pesquisas científicas. 
Fontes de conhecimento gerais é onde vamos buscar o nosso conhecimento. 
ATENÇÃO – Devemos criticar as fontes de conhecimento 
“O conhecimento é sempre inacabado, devemos o questionar e acrescentar sempre” 
Como os enfermeiros adquirem conhecimento? → experiência, estudo constante 
científico, … 
O que leva a enfermagem a ser uma profissão e uma disciplina/ciência? 
 
Profissão 
2 OE regula os cursos para os mestrados 
3 exercício reconhecido por uma identidade 
4 o nosso código deontológico é lei 
5 missão social é mais relevante → cuidar de vidas humanas 
6 as pessoas esperam que estejam À altura do nosso “papel” – temos que dar 
respostas 
Disciplina Científica 
 2 núcleo de conceitos 
 4 tem teorias de enfermagem → conhecimento organizado 
 5 Questionar o seu próprio conhecimento → qualquer ciência se questiona a si 
mesmo 
Nem todas as profissões são ciências – carpinteiro não é profissão 
Profissão - ter uma base de conhecimento, uma responsabilidade social e um órgão de 
representação (tem que ter um sindicato) 
Na epistemologia as profissões tem que ser organizadas 
 
Definição de conceitos … (Nunes, 2017) 
- Ramo da Fisiologia … 
- É a ciência que estuda o conhecimento humano e o modo como o individuo age para 
desenvolver as suas estruturas de pensamento. 
 
Estudar como nós contruímos o nosso conhecimento. 
- Ocupa-se com: 
 A natureza do conhecimento – “o que é o conhecimento?”; “o que queremos 
dizer quando afirmamos saber algo?” … → Estuda como nós construímos o nosso 
conhecimento 
 As fontes do conhecimento – “de onde vem o conhecimento?”; “como sabemos 
que é fiável?”; “como justificamos as nossas crenças?” … → Estuda a construção do 
conhecimento em enfermagem; importante sabermos como é fiável (estudos científicos; 
conhecemos algumas experiências dos professores de enfermagem) 
 Os limites do conhecimento – “quais são?” … → será que vamos chegar a um 
ponto particularmente da enfermagem, que vamos dizer acabou.  isto nunca vai 
acontecer, pois nós estamos continuamente a questionar sobre a ciência da 
enfermagem. 
 A possibilidade do conhecimento – “como sabemos que apreendemos o 
objeto de estudo?”; “qual a extensão do conhecimento?” … 
 
 
“A tarefa principal da epistemologia consiste na reconstrução racional do conhecimento 
científico, conhecer, analisar, todo o processo gnosiológico da ciência do ponto de vista 
lógico, linguístico, sociológico, interdisciplinar, político, fisiológico e histórico” 
Tesser, 1994 
“Estudo do conhecimento a justificação da crença! 
Dancy, 2002 
 A epistemologia importa o estudar o conhecimento e a justificação da crença. 
 
Distinguida em 3 modos: 
• Epistemologia como ramo da filosofia – reflexão filosófica sobre o 
conhecimento científico … entregue aos filósofos. 
Filosofia é a ciência de pensar 
 - dentro disto a epistemologia encaixa aqui, pois é uma ciência de pensar 
sobre o conhecimento 
• Epistemologia como atividade emergente da própria atividade científica – 
tarefa que só o cientista pode realizar, analisando e refletindo sobre a sua própria 
atividade científica … entregue a cientistas. 
- Reflexão que estamos a ter dentro da ciência da enfermagem  o que 
estuda, quais são os limites 
• Epistemologia como disciplina autónoma – a epistemologia é considerada 
como uma investigação metacientífica, uma “ciência da ciência” 
- Pode ser tida como uma ciência à parte de todo o resto 
 
O empirismo e o racionalismo estão muito relacionados com a forma de 
“como é que eu conheço as coisas?” 
Empirismo – descrito por Bacon 
 - É o que eu aprendo mediante os sentidos (a experiência, aquilo que vejo, aquilo que 
os meus familiares ensinaram/dizem. EX: Agricultores, olham para o céu e sabem se 
amanhã chove ou não.) e Pensamento Indutivo. 
Racionalismo – descrito por Descartes 
 - Mediante o pensamento e método dedutivo 
Diferentes tipos de conhecimentos: 
• Conhecimento empírico (vulgar ou senso comum) 
• Conhecimento filosófico 
• Conhecimento mítico 
• Conhecimento teológico 
• Conhecimento científico 
De todos estes conhecimentos devemos dar prioridade ao conhecimento científico de 
enfermagem 
Conhecimento empírico: 
➢ Repetidas experiências de tentativa e erro → aprendemos no dia-a-dia por 
tentativa erro 
➢ Surge da relação com o mundo; ocorre de forma espontânea; carácter utilitário 
→ desenvolvemos porque precisamos dele no dia-a-dia 
➢ Não assenta num processo de construção de conhecimento 
➢ Sem verificação 
➢ Passado de geração em geração 
Conhecimento filosófico: 
➢ Surge da relação do homem com o seu dia-a-dia → num processo critico-
refletivo que nós fazemos da nossa ação 
➢ Preocupa-se com respostas e especulações destas relações 
➢ Não é estático, está sempre em transformação → está em constante mudança 
➢ Refletivo e crítico, racional, mas sem preocupação de verificação. 
Conhecimento mítico: → ex: ligado aos povos 
➢ Pensamento mágico 
➢ Representações simbólicas 
➢ Tradições dos povos, origem identitária 
➢ Transmitidos oralmente de geração em geração. 
Conhecimento teológico: 
➢ Preocupa-se com verdades absolutas 
➢ O sagrado é explicado por si só 
➢ A verificação não é importante 
➢ Conhecimento é explicado pela religião 
➢ Tudo parte do religioso, os valores religiosos são incontestáveis 
 - Conhecimento muito ligado à religião 
 - Conhecimentos que se justificam por si próprios, não precisam de ser verificados 
Ex: fé – quem tem, muitas vezes não consegue explicar porque, não precisa de uma 
razão logica/ não precisa de ser comprovado pela experiência 
Conhecimento científico 
➢ Necessita de prova 
➢ O conhecimento surge da dúvida e é comprovado cientificamente 
➢ Recurso ao método científico  comprova-se este conhecimento pelo 
método científico 
Método científico: 
✓ Conjunto de regras básicas empregadas em uma investigação científica com o 
intuito de obter resultados o mais confiáveis quanto for possível. 
✓ “Discurso do Método” de Rene Descartes → primeiro percursor 
 
 
Etapas que 
comparamos ao 
processo de 
enfermagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando os enfermeiros prescrevem um cuidado de 
enfermagem, como é que sabem? 
Prática adquirida, pesquisas científicas, por aquilo que nos foi ensinado 
 
- Epistemologia da Enfermagem… 
- … significa que nos ocupamos com as questões relativas à natureza, fontes e validade 
do conhecimento em enfermagem… 
- “… o estudo das origens do conhecimento de enfermagem, as suas estruturas e os 
seus métodos, os padrões de conhecimento dos seus membros e os critérios para a 
validação das afirmações do conhecimento…” 
- PARA LER, REFLETIR E COMENTAR… 
 “Enfermagem tem duas faces. Para o público, enfermeiros representam o melhor 
dos cuidados de saúde modernos. Eficientes, eficazes e solidários, os enfermeiros estão 
no centro da experiência do doente. A outra face é praticamente invisível para o doente, 
mesmo que tenha sido uma parte da enfermagem desde a época de Nightingale – 
Enfermagem requer conhecimento.” (Risjord, 2010) 
Muitas pessoas acham que ser enfermeiro é aquilo, mas esquecem—se da outra 
parte que é a continuidade do conhecimento, pois o conhecimento de agora não tem 
nada a ver com o conhecimento de alguns anos atrás. 
Duas faces:• Conhecimento público – conhecimento de uma disciplina que está disponível 
tendo as características de sistematização e generalização. 
• Conhecimento privado – estudo, investigação, atualização de conhecimentos, 
experiências pessoais, construção refletiva 
 
Conhecimento (teoria) Prática 
Este conhecimento e estas teorias importa, pois, é isto que aplicamos na prática 
Um enfermeiro só com prática e sem conhecimento, não é um enfermeiro 
“Prática” (“praxis”) – método, procedimento, processo ou regras utilizadas num 
campo particular… →por ex. - à um procedimento para fazer a cateterização venosa 
periférica e todos enfermeiros tem que fazer da mesma forma. 
≠ 
“Praticar” – fazer algo repetidamente para desenvolver habilidades… 
 
“A prática é a ação que se desenrola e requer a aplicação de conhecimentos 
“Não existe nada mais prático do que uma boa teoria” (Lewin) 
Uma boa teoria, tem que ser aplicada na prática e tem que ser clara. 
 
O conhecimento leva à prática… 
…, mas a prática também tem a possibilidade de produzir e formalizar 
conhecimento… → Prática (observação no contexto/hospital) possibilita dar coisas 
novas ao conhecimento 
 
O que é uma prática? 
• É uma atividade situada, organizada de acordo com princípios e regras, que 
expressa uma relação com o Mundo e os Outros 
• Dinâmica 
• A reflexão sobre a prática transforma a prática… 
 
A prática dos enfermeiros decorrem da interseção de vários contextos – o social 
(história), o do sujeito (biografia), o da profissão (modelos profissionais), o da 
ação (modelos organizacionais, lugares e estruturas concretas do trabalho a 
realizar). 
 - A nossa prática (métodos, conhecimentos, …) que nós empregamos depende 
disto tudo em termos de enfermagem 
 - História – ser enfermeiro em PT não é igual a ser enfermeiro na china, apesar 
dos procedimentos serem iguais, porque é uma sociedade totalmente diferente 
 - Sujeito – pessoa que nós temos à nossa frente – ser enfermeiro de um idoso 
não tem nada haver que ser enfermeiro de uma criança. 
 - Profissão – a teoria mais visada em PT é a teoria da transição de Meleis, mas 
daqui a 10 anos vai ser outra e isso também influencia a minha forma de ser enfermeiro. 
 - Organizacional – OMS em PT é totalmente diferente de há 5/10 anos atrás. 
 
Faz sentido a teoria 
influenciar a prática e a 
prática influenciar a 
teoria? - Sim 
 
 
 
 
- “Eu sou da prática…” Vs. “Eu sou da teoria…” 
- Falta de alinhamento entre o que está disponível ao conhecimento público e o que é 
utilizado na prática individual… 
 
Lacuna da Utilização – as pessoas que estão mais na prestação de cuidados diretos 
acham que as teorias não servem para nada. 
Lacuna de Relevância – ex: “se este produto funciona bem para que é que eu quero 
outro produto?” 
 
 
 
 
 
 
AULA 2 
Como é que o enfermeiro adquire o conhecimento para a sua prática. 
Fontes de conhecimento em enfermagem: - relacionam-se e conectam-se 
 - Investigação científica – gerado pela investigação, decorrente de teorias e 
metodologias científicas → principal método 
• como se faz investigação? níveis de evidência?... → o que vale mais em 
termos de investigação 
 - Tradição – perpassa nas estórias, narrativas, nas práticas, na modelagem em 
equipas, na cultura profissional… → alguns dos nossos conhecimentos são adquiridos 
pela a tradição; “narrativas do serviço “que acaba por resultar e ninguém questiona 
• Sentido de comunidade epistémica 
• Não existe um proceder de certa forma, porque “é costume” 
 - Experiência 
 - Intuição ou perceção intuitiva – tomar uma decisão com pouca informação; 
habilidade de apreender o “todo” em poucos segundos → é algo que não se consegue 
explicar muito bem → conseguimos com a evolução da nossa prática clínica – 
compreender o todo em pouco tempo 
 - Reflexão – insight, consciência de si mesmo, reflexão de uma experiência → refletir 
sobre a prática; muitas vezes na prática clínica fazemos autoscopias de reflexão. 
 - Imaginação → com um rolo de adesivo, o enfermeiro consegue fazer tudo; quando 
não temos almofadas suficientes para fazer o posicionamento. 
 - Pensamento heurístico – resolver problemas mediante a experiência somada à 
criatividade e ao pensamento indutivo, dedutivo, perceções … → é a soma de todas as 
fontes anteriores – é resolver os problemas mediante a soma disto tudo 
 
Produção formal do conhecimento em enfermagem … → não saí no teste 
 
Usos do conhecimento em enfermagem 
Categorização dos temas de 
trabalhos de doutoramento em 
enfermagem (Nunes, 2018) 
• Para realizarmos a leitura da realidade com os olhos do outro → poder praticar 
empatia 
• Para tomar melhores decisões 
• Para realizar intervenções na senda das melhores práticas, visando a qualidade 
de cuidados 
• Para avaliar os resultados → das minhas intervenções 
• Para o desenvolvimento do poder, que capacita para agir em conjunto → quanto 
mais conhecimento, mais poder nós temos de autonomia, maior decisão, e mais 
capacitados estamos para agir na equipa multidisciplinar 
• Para disseminar o conhecimento → adquirimos conhecimentos e devemos usá-
lo também para disseminar o próprio conhecimento – para transmitir aos 
colegas; para fazer formação, para dar aulas … 
• Para nos realizarmos como pessoas e como profissionais 
 
Referenciais Teóricas em Enfermagem 
Quando falamos de uma teoria, tamos a falar numa associação de coisas que são 
comprovadas cientificamente e quando utilizamos estas teorias nós temos que ter 
uniformização na nossa linguagem 
Linguagem do pensamento teórico 
- Conceito – unidade básica na linguagem do pensamento teórico →são construas 
básicos, que quando congregados dão origem a uma teoria. Teoria → é uma forma de 
agregar conceitos de determinada maneira 
• Empíricos (quando são percebidos pelos sentidos) → ex: dor – é empírico, pois 
é sentida por alguém 
Ou 
• Abstratos (não são observáveis) → ex: autoestima – é abstrato, pois aquilo que 
preciso para a minha autoestima pode ser diferente do que outra pessoa precisa 
para ter autoestima 
 
A enfermagem enquanto ciência assenta em 4 conceitos fundamentais: 
 
Pessoa – aqui é que entra a fé, esperança; 
Enfermagem – no sentido da melhor intervenção, melhor técnica 
Metaparadigma – núcleo central de uma ciência, aquilo que uma ciência se dedique 
- Metaparadigma é o conteúdo nuclear de uma disciplina 
- No metaparadigma da enfermagem, os 4 conceitos são abstratos 
• Pessoa – “aquele que recebe os cuidados de enfermagem” (pessoa, família, 
comunidade, …) 
• Saúde – estado de bem-estar negociado entre o cliente e o enfermeiro 
• Ambiente - casa, comunidade, arredores, país, … 
• Enfermagem – ciência e arte da disciplina 
- Teorias – são contruídas por conceitos interligados 
• Os conceitos são os elementos utilizados para gerar teorias 
• Um constructo composto por um conjunto de leis e princípios racionais, 
hierárquica e solidamente sistematizados, de caráter conclusivo, aplicado a uma 
determinada área (Veiga-Neto, 2009) → uma teoria não é mias que uma 
organização de conceitos 
• Conjunto de afirmações validadas cientificamente, que ajudam a explicar 
fenómenos da realidade 
• Explicam o que observamos, predizem eventos futuros, são úteis, simples e 
testáveis → ajudam a comprender 
• “redes utilizadas para capturar o que chamamos de mundo: para racionalizar, 
explicar e gerir” 
• Representação simplificada e estruturada de um domínio real 
A prática vai levar à teoria e esta teoria vai ajudar a melhor a prática 
- Níveis de teoria (Dickoff, James e Wiedenbach, 1968): 
• Nível I – Isolamento de fatores – descritivo por natureza (denominação ou 
classificação de factos ou eventos) → teorias descritivas – que isolam fatores 
-ex: teorias de classificação 
• Nível II – Relacionamento de fatores – exige a correlação de fatores → teorias 
que correlacionam a idade com o desenvolvimento de úlcerasde pressão; a 
nutrição correlaciona com o desenvolvimento de ulceras de pressão -ex: teoria 
de Braden (relaciona o fator de risco que o doente tem com o desenvolvimento 
ou não de uma ferida) 
• Nível III – Relacionamento de situações - Preditivas – explica e prevê como as 
situações estão relacionadas 
• Nível IV – Produtora de situações – Prescritivas – exige conhecimento sobre 
como e porquê as situações estão relacionadas → mais complexa – relaciona 
todas as outras e permite descrever ações que vão atenuar essas 
consequências – pressupõe tudo o que está para trás para prescrever cuidados 
de enfermagem que sejam preventivos. 
 
Exemplo de UP 
Nível I – teoria descritiva – explica o tipo de feridas, as características de cada tipo de 
UP. 
Nível II – relaciona os fatores que contribuem para a úlcera 
Nível III – ajudam -me a prever e explicar, porque que um idoso desnutrido, que tem a 
mobilidade comprometida, porque que desenvolve ulcera de pressão 
 
Tudo isto está relacionado e derivam uns dos outros 
 
 - Ciência … 
• Apresenta conhecimentos específicos, próprios e organizados … 
• Assenta em teorias comprovadas 
Conceitos- são unidades básicas que compõe as teorias. 
Teorias articuladas entre si compõe uma ciência. 
Ciência é um conjunto de teorias comprovadas. 
 
Referenciais Teóricos em Enfermagem 
 
Quais os conceitos de Enfermagem? → Método Paradigma (pessoa, saúde, ambiente, 
enfermagem) 
A ciência da enfermagem tem 
que ter teorias de enfermagem 
que assentam em conceitos. 
Todas as teorias de enfermagem abordam os conceitos do Método Paradigma. 
Teoria de enfermagem… 
 - “uma consciencialização articulada e comunicada da realidade inventada ou 
descoberta (fenómeno central e relacionamentos) na enfermagem com a finalidade de 
descrever, explicar, prever ou prescrever o cuidado de enfermagem” (Meleis, 1991) 
Descrever – teoria nível 1; explicar – teoria nível 2; prever – nível 3; prescrever – nível 
4 
Perspetiva Histórica das Teorias de Enfermagem 
 - 1ª Teoria de Enfermagem – Florence Nightingale – Séc. XIX 
 - Anos 50 – 1ªas teorias científicas em enfermagem - modelo biomédico – o que os 
enfermeiros fazem e qual o seu papel funcional 
Na déc. 50, as teorias que surgiram foi de falar “o que o enfermeiro tinha que fazer”. 
Categorias das Teorias de Enfermagem → as teorias de enfermagem, podem dividir-
se em 4 categorias 
 - Necessidades/problemas (enfoque naquilo que o doente tem, procuram corrigir) → 
procuram corrigir o que o doente tem, para ajudar à sua melhoria 
 - Interação (processo de comunicação) 
 - Sistemas (as pessoas são compostas por sistemas e subsistemas) 
 - Campos de energia (energia em constante interação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modelo Ambientalista de Nightingale 
- Mãe da Enfermagem moderna 
- Notes on Nursing (1869) → primeiro livro de enfermagem – faz referência à importância 
de registar os cuidados de enfermagem e os resultados dos cuidados de enfermagem 
- Lançou as bases da enfermagem profissional 
Em 1860 – Nightingale School for Nurses, anexa ao Hospital Saint Thomas, em 
Londres 
A primeira escola de enfermagem do mundo, agora integra o King's College de 
Londres 
“A arte de enfermagem é a mais bela das artes e, considerada como tal, requer pelo 
menos tão delicada aprendizagem quanto a pintura ou a escultura, pois que não pode 
haver comparação entre o trabalho de quem se aplica à tela morta ou ao mármore frio, 
como o de quem se consagra ao corpo vivo. O cuidar de doentes é tarefa que sempre 
coube à mulher e sempre lhe deve caber” (Florence Nightingale, 1859) → visão de 
Nightingale é muito diferente à de hoje em dia 
“o conhecimento sanitário do dia-a-dia ou o conhecimento da enfermagem ou, em outras 
palavras, como colocar o corpo em tal estado que não tenha mais doença ou que possa 
recuperar-se da doença" → frase que é o princípio basilar da teoria ambientais de 
Nightingale 
 → no fundo diz que o conhecimento sanitário ou o conhecimento da enfermagem 
→ acaba por fazer uma ligação  é fundamental no tratamento dos doentes. Então o 
enfermeiro deve colocar o ambiente nas melhores condições melhores, para que a 
natureza passa atuar sobre ele e possa curar o corpo. 
 - Manipulação do ambiente físico como o principal componente do atendimento em 
enfermagem 
• Ventilação e aquecimento 
• Luz 
• Ruído 
• Variação – mudar rotinas dos doentes, 
levar a um passeio – atividades lúdicas nos 
internamentos 
• Cama e Roupas de cama 
• Limpeza pessoal 
• Nutrição e Ingestão de alimentos 
Nightingale pensava → pôr aquele doente nas melhores condições que eu 
consigo, para depois a natureza consiga curar 
 - Modelo Ambiental e Metaparadigma de Enfermagem 
➢ Enfermagem – “o que a enfermagem tem a fazer é colocar o paciente na melhor 
condição para que a natureza aja sobre ele… 
Áreas onde o enfermeiro devia 
atuar/ manipular/ mexer, para 
realmente dar ao doente as 
condições para que pudesse 
recuperar. 
➢ Ser humano – definidos em relação ao ambiente → as pessoas que eu cuido 
neste ambiente 
➢ Ambiente – ambiente físico 
➢ Saúde – “a natureza cura sozinha”; “nada sabemos da saúde” → Mistério 
  esquema que representa o modelo ambientalista 
e o processo de enfermagem 
Nightingale foi das primeiras profissionais de saúde 
a fazer estatísticas em saúde. 
O cliente é o centro da ação, e é rodeado pelo seu 
ambiente e está em constante interação com esse 
ambiente. Nestes fatores todos do ambiente a 
enfermeira controla estes fatores através da 
observação e da prática. 
Hildegard Peplau 
Hildegard Peplau é muito importante na saúde mental e é muito importante na 
comunicação e interação com o doente 
Teoria das relações interpessoais 
• “a Enfermagem é terapêutica por ser uma arte curativa, auxiliando o indivíduo 
enfermo ou o necessitado de atendimento de saúde…” 
• “Cada encontro terapêutico influencia o desenvolvimento pessoal e profissional 
da enfermeira e do cliente” 
Comunicação Terapêutica → tem um fim terapêutico na área da saúde; tem um objetivo/ 
intencionalidade. 
Peplau defendia que essa intencionalidade/ essa arte curativa que nós pomos nessa 
intencionalidade de comunicação era a verdadeira essência em enfermagem.  
continuamos a defender hoje em dia 
4 fases sequenciais nos relacionamentos interpessoais: 
1. Orientação (enfermeira e paciente encontram-se como estranhos; afetada 
pelas atitudes do paciente e da enfermeira) → 1º contacto que tenho com o 
doente 
2. Identificação (o utente responde, seletivamente, às pessoas que podem 
preencher as suas necessidades; esclarecer expectativas; exige relacionamento 
terapêutico mais intenso) → o utente pode ou não se identificar com o 
enfermeiro, no sentido de reconhecer ao enfermeiro competências, capacidades 
de modo a responder às necessidades dele - inicio da confiança 
3. Exploração (o utente retira vantagens de todos os serviços disponíveis) → o 
doente começa a 2explorar” o enfermeiro. “explorar” no sentido da saúde 
4. Resolução (as necessidades já foram atendidas devido a esforços conjuntos) 
→ a pessoa já completou a sua transição e aqui é a fase do desapegar doente-
profissional de saúde 
Teoria das relações 
interpessoais 
O que ela acredita 
 
Enfermeiro tem valores, cultura 
racial, crença, tem um 
passado, experiências, 
expectativas, ideias 
preconcebidas e o paciente a 
mesma coisa. A relação terapêutica (a interação do enfermeiro-doente) nasce desta 
interligação das duas coisas. 
Muitas vezes os enfermeiros tem que deixar de lado as suas crenças, valores para 
atender às dos doentes. 
 
Teoria das relações interpessoais e metaparadigma de enfermagem 
➢ Saúde – palavra simbólica que implica o movimento adiante da personalidade e 
de outros processos humanos em curso na direção de uma vida criativa → saúde 
é um processo dinâmico ao longo da vida e que vai mudando com a 
personalidade– vê a saúde como para além de doença. 
➢ Sociedade/ambiente – não aborda diretamente… considerar cultura e tradições 
→ não aborda concretamente o conceito ambiente. 
➢ Enfermagem – “um processo interpessoal significativo terapêutico” → ela quer 
dizer que a enfermagem só tem significado se for um processo interpessoal 
significativo terapêutico, agora se eu estabelecer etapas e confiar no enfermeiro, 
se o enfermeiro for prático na relação com o doente, se o enfermeiro fizer ensinos 
de forma faseada, se validar com o doente, se der significado a esta intervenção 
– ela vai ser terapêutica e vai ter muito mais significado para o doente. 
➢ Ser humano – Homem – organismo que luta à sua maneira para reduzir a tensão 
gerada pelas necessidades 
Teoria das relações interpessoais e 
processo de enfermagem 
▪ As 4 fases definidas por 
Peplau assumem um 
paralelismo com o processo 
de enfermagem → são 
muito parecidas 
 
 
 
 
 
Virgína Henderson 
“A função exclusiva do profissional de enfermagem é a de auxiliar o indivíduo (enfermo 
ou sadio) na realização daquelas atividades que contribuam para a saúde ou para a sua 
recuperação (ou morte pacífica), que ele realizaria sem auxilio se tivesse a força, o 
desejo ou o conhecimento necessários. E fazer isso de uma forma que ele adquira a 
independência tão rapidamente quanto possível” 
Desejo → questões ligadas com a motivação 
Conhecimento → as pessoas podem não fazer as suas atividades do dia por falta de 
conhecimento 
- 14 necessidades básicas para a intervenção do enfermeiro… 
1. Respirar 
2. Comer e beber 
3. Eliminar 
4. Movimentar-se 
5. Dormir e descansar 
6. Vestir-se e despir-se 
7. Manter a temperatura corporal
8. Manter o corpo limpo e a pele 
protegida 
9. Evitar perigos ambientais 
10. Comunicar 
11. Adorar de acordo com a própria fé 
→ liberdade de expressão – pessoa ter 
direito à sai autoestima 
12. Trabalhar 
13. Recreação → técnicas de 
relaxamento 
14. Aprender
 
- Teoria das necessidades básicas e o metaparadigma da enfermagem: 
➢ Enfermagem – auxiliar no cumprimento das necessidades básicas, plano 
terapêutico do médico, “enfermeira como solucionadora de problemas 
científicos” 
➢ Ser humano – considera componentes biológicas, psicológicas, sociológicas e 
espirituais(ver necessidades) → as necessidades contemplam tudo isto 
➢ Ambiente – discute principalmente os indivíduos, em relação ás suas famílias e 
comunidade → dá especial enfase à família e à comunidade 
➢ Saúde – capacidade do indivíduo funcionar independentemente 
- Teoria das necessidades básicas e Processo de Enfermagem 
▪ Aplicação da abordagem lógica para a solução do problema 
▪ Relacionamento entre o cliente e a enfermeira 
 
 
 
Aula 3 
Dorothea Orem 
Teoria do Défice de Autocuidado 
“A condição que valida a existência de uma exigência de enfermagem num adulto é a 
ausência da capacidade de manter continuamente a quantidade e a qualidade do 
autocuidado que são terapêuticas na sustentação da vida e da saúde, na recuperação 
da doença ou da lesão ou no enfrentamento dos seus efeitos. Nas crianças, a condição 
é a incapacidade dos pais ou responsáveis em manter continuamente, para a criança, 
a quantidade e a qualidade do cuidado terapêutico” 
Tem uma teoria muito importante para a enfermagem 
Ela acha que o conceito central para os cuidados de enfermagem é o autocuidado. 
Centra-se no autocuidado 
 - No adulto a enfermagem deve intervir, quando o adulto por algum motivo não 
consegue assegurar a quantidade (nº de autocuidados suficiente) nem a qualidade 
(autocuidados que deem resposta às suas reias necessidades) dos autocuidados. 
 - Na criança (porque pressupõe que a criança não tem capacidade para autocuidado) 
é quando os pais não estão capazes de assegurar esse autocuidado 
Uma criança de 3/ 4 anos já se consegue vestir sozinho, mas não tem capacidade para 
o seu autocuidado, pois não tem resolução mental do autocuidado, pois não conseguem 
perceber/compreender porque tem que tomar banho, por exemplo. 
Autocuidado vai para além da autonomia 
Autonomia pressupõe a questão física (ser capaz de fazer e a parte psicológica) 
compreender porque eu faço e tomar a decisão de quando tenho eu fazer 
Teoria do Défice de Autocuidado – teoria geral 
 Composta por três teorias inter-relacionadas: 
• A teoria do autocuidado 
o Autocuidado – desempenho ou a prática de atividades que os indivíduos 
realizam em seu benefício para manter a vida, a saúde e o bem-estar. 
o Acão de autocuidado – capacidade humana de engajar-se (empregar-se) 
no autocuidado → é isto que é essencial ao autocuidado. Por ex: se não 
tiver fome e não tiver sede, por algum motivo vou obrigar-me a 
comer/beber, pois sei que é importante. 
o Fatores condicionantes básico – idade, sexo (é diferente as 
necessidades básicas), estado de saúde ( é um dos principais focos na 
intervenção de enfermagem que não permite realizar o seu autocuidado) 
, estado de desenvolvimento (está em alguma parte relacionada com a 
idade, mas não necessariamente, pois eu posso ter uma idade e um 
estádio de desenvolvimento completamente diferente) ,… 
o Demanda terapêutica de autocuidado – totalidade de ações para 
executar o autocuidado; ação deliberada; … → aquilo que faço 
deliberadamente para executar o autocuidado 
o Requisitos de autocuidado → aquilo que é necessário, para executar o 
autocuidado 
• A teoria do deficit de autocuidado 
o Núcleo da teoria geral de enfermagem de Orem → porque é por haver 
deficit de autocuidado que é necessária enfermagem segundo a Orem. 
o A enfermagem é exigida quando um adulto (ou pai responsável pela 
criança) é incapaz ou tem limitações na provisão de autocuidado efetivo 
continuado → seja por doença, seja por uma limitação física, seja por 
uma limitação de saúde mental; limitação de outro nível qualquer. 
• A dos sistemas de enfermagem 
o O sistema de enfermagem é delineado pelo enfermeiro → no sentido que 
é o enfermeiro que avalia e que determina o nível de ajuda que a pessoa 
necessita 
o É baseado nas necessidades de autocuidado e nas capacidades do 
paciente para desempenhar essas atividades 
o 3 classificações de sistemas de autocuidados: 
▪ Sistema totalmente compensatório → totalmente dependente; 
dependência grave 
▪ Sistema parcialmente compensatório → dependência moderada 
▪ Sistema de apoio-educação → dependência reduzida 
Teoria do Défice de Autocuidado e metaparadigma da enfermagem 
➢ Ser humano – diferenciados das outras coisas vivas por sua capacidade de 
refletir sobre si mesmo e seu ambiente, simbolizar o que eles experimentam e 
usar as criações simbólicas → ela acha que a pessoa se distingue dos eu 
ambiente, mas também se inter-relaciona com ele 
➢ Saúde – congruente com a da OMS 
➢ Ambiente → não é citado na sua teoria, mas podemos dizer que é um ambiente 
que seja promotor do autocuidado da pessoa. 
➢ Enfermagem – arte e prudência, enfermagem como ação, o papel da teoria 
relacionada com a enfermagem, tecnologias na enfermagem → foi uma das 
teorias que começou a apostar nas tecnologias de apoio à prática de 
enfermagem.  ela APOIOU 
Teoria do Défice de Autocuidado e processo de enfermagem 
▪ Passo 1 – Diagnóstico e prescrição (analisar e interpretar porque a enfermagem 
é importante) → o que a enfermagem pode fazer pela aquela pessoa 
▪ Passo 2 – Esboço do sistema de enfermagem e plano para o fornecimento de 
atendimento → o esboço do sistema de enfermagem é ela identificar o tipo de 
apoio que aquela pessoa precisa (quando fazemos atividades de diagnóstico) e 
o plano para o fornecimento de atendimento (no fundo é plano de cuidados) 
▪ Passo 3 – Produção e controlo dos sistemas de enfermagem → no fundo é 
implementar aquilo que decidimos anteriormente. 
 
Jean Watson 
Teoria do cuidado humano transpessoal (1985) – mudança de paradigma 
 - A ciência do cuidar devefocar-se mais na promoção de saúde do que na cura da 
doença. 
Nós vimos na teoria de Nightingale, nas primeiras teorias de enfermagem, num focar 
muito na questão biomédica/tratar/por o corpo nas condições mais adequadas para ser 
curado, para ser tratado. 
Aqui temos uma mudança com a Jean Watson, porque ela acha que a ciência do cuidar 
deve focar-se maus na promoção de saúde do que na cura – ele muda o foco de 
enfermagem do curar/cuidar para a promoção de saúde e isto foi uma mudança 
importante. 
 - 7 pressupostos sobre a ciência do cuidado e 10 fatores de cuidados primários para a 
estrutura da sua teoria → que devem ser observados, para termos então essa mudança 
de paradigma e para nos centrarmos não no tratamento da doença, mas na promoção 
da saúde. 
7 pressupostos básico: 
1. O cuidado pode ser efetivamente demonstrado e praticado apenas 
interpessoalmente → ou seja, ela põe aqui o enfoque nas relações interpessoais do 
cuidar, a precursora das relações interpessoais foi a Peplau 
2. O cuidado consiste de fatores que resultam na satisfação de determinadas 
necessidades humanas → ela diz que o cuidado resulta da resposta das 
necessidades básicas da vida humana. 
3. O cuidado efetivo promove a saúde e o crescimento individual e familiar → o cuidar 
deve centrar na promoção da saúde e quando isto acontece de forma eficaz isto 
promove o crescimento da pessoa e da família onde está inserida. 
4. As respostas do cuidado aceitam a pessoa não apenas como ela é agora mas como 
ela poderá tornar-se → ponto muito importante – ela diz que um cuidado eficaz deve 
olhar para a pessoa que temos agora, mas deve projetar a pessoa melhor que esta 
pessoa pode vir a ser – melhor no sentido de com mais saúde / mais autónoma 
5. O ambiente de cuidado é aquele que oferece o desenvolvimento do potencial 
enquanto permite que a pessoa escolha a melhor ação para si mesma em um 
determinado momento → ambiente de cuidado – ambiente físico, mas também o 
ambiente com o comportamento do enfermeiro (deve ser o mais promotor possível 
do desenvolvimento da pessoa; quanto + favorável for o ambiente mais 
potencialidade a pessoa tem para se vir a tornar melhor do que aquilo é hoje (melhor 
no sentido da saúde, autonomia)) 
6. O cuidado é mais healthogenic que a cura… a ciência do cuidado é complementar 
à ciência da cura → ela define ciência do cuidar e diz que basicamente é promoção, 
e que isto é mais eficaz do que nos centrar-nos na cura da doença. É mais eficaz 
centrar na promoção de saúde daquela pessoa, do que só na cura 
7. A prática de cuidados é essencial para a enfermagem → tudo isto é essencial para 
a prática de enfermagem e a prática de enfermagem deve centrar-se nesta 
promoção de cuidar. 
Se nós promovermos este cuidar a cura vem por associação 
 
10 fatores de cuidado: → os 10 fatores que ela defende – fatores que influenciam o 
cuidar 
1. Sistema de valores humanístico-altruísta → o cuidar deve acentar num construto 
moral/ético/ humano 
2. Estimulação da fé-esperança → fundamental – cada vez mais a fé e a esperança 
estão a ser estudados como promotores do cuidado e da cura 
3. Cultivo da sensibilidade para si e para os outros → empatia 
4. Desenvolvimento do relacionamento de ajuda/confiança → entre a pessoa 
estamos a cuidar e profissional de saúde, neste caso o enfermeiro → quanto 
maior for esta relação de ajuda e confiança, melhor serão os resultados que vou 
conseguir obter 
5. Promoção e aceitação da expressão de sentimentos positivos e negativos → 
outro ponto essencial no autocuidado; eu permitir que a pessoa expresse os 
seus sentimentos bons ou maus 
6. Uso sistemático do método científico de resolução de problemas para tomar 
decisões → processo de enfermagem 
7. Promoção do ensino-aprendizagem interpessoal → é neste processo de ensinar 
e aprender que a pessoa evolui no seu estado de saúde, mas também que o 
enfermeiro progride 
8. Provisão de um ambiente mental, físico, sócio-cultural e espiritual sustentador, 
protetor e/ou corretivo → quando estamos a promover o cuidado também o 
ambiente onde está a acontecer tem que ser promotor desse cuidado – tem que 
ser um ambiente seguro/ ambiente acolhedor 
9. Auxílio com a gratificação das necessidades humanas → ajudar a pessoa nas 
suas necessidades básicas 
10. Aceitação das forças existenciais-fenomenológicas → no fundo é aceitar a 
história da pessoa e aceitar que a pessoa tem condicionantes que vem da sua 
história, da sua cultura e que vão influenciar o seu processo de cuidado e nós 
temos que aceitar 
Teoria de Watson e o metaparadigma da enfermagem 
➢ Ser humano – pessoa valorizada em si mesma e para si mesma para ser 
cuidada, auxiliada, nutrida, … O Homem é visto como maior e diferente que a 
soma das suas partes. → ela tem uma visão muito holística da pessoa, e esta 
pessoa existe para ser cuidada (cuidada na lógica que vimos anteriormente) 
➢ Saúde – Conceito da OMS – estado positivo de bem-estar físico, mental e 
social… alto nível de funcionamento geral… adaptação-manutenção… ausência 
de doença 
➢ Ambiente – o cuidado existe em todas as sociedades… a atitude do cuidar é 
transmitida pela cultura da profissão como a única forma de enfrentar o ambiente 
→ ou seja, o cuidado existe em todos os ambientes, mas o contexto onde ele é 
exercido influencia esse mesmo cuidado – ex: cuidar em PT é diferente de cuidar 
na china; cuidar aqui é diferente de cuidar num contexto de guerra; cuidar em si, 
é influenciado pelo ambiente onde ele é exercido 
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➢ Enfermagem – promoção da saúde/tratamento da doença → para ela a 
enfermagem tem estas duas vertentes, sendo que o principal enfoque deve ser 
na promoção da saúde 
Teoria de Watson e o processo de enfermagem 
▪ Investigação (identificação e revisão do problema; uso do conhecimento 
aplicável na literatura. Formulação e conceitualização de uma estrutura) → 
avaliação inicial e a identificação que temos que intervir 
▪ Plano (as variáveis serão examinadas; abordagem conceptual) → todas as 
planificações dos cuidados 
▪ Intervenção (ação direta, inclui a colheita de dados) → aplicação direta daquele 
plano de cuidados que planeamos 
▪ Avaliação (análise de dados, interpretação dos resultados) 
 
Controlo do 
meio ambiente 
e higiene dos 
espaços 
 
 
Teorias de Enfermagem - alguns conceitos 
Modelos conceptuais – estruturas ou paradigmas que fornecem um amplo quadro de 
referência para abordagens sistemáticas aos fenómenos com os quais a disciplina está 
relacionada 
Teoria – grupo de conceitos relacionados que sugerem ações para conduzir a prática 
As teorias de enfermagem são modelos conceptuais 
A unidade básica do pensamento científico é o conceito 
Um conjunto de conceitos são uma teoria 
Um conjunto de teorias é uma ciência 
Teoria de enfermagem – grupo de conceitos relacionados que provêm dos modelos de 
enfermagem → que conduzem à prática de enfermagem 
Dentro das teorias de enfermagem à um grupo em particular que são as teorias de 
médio alcance 
Teorias de médio alcance – nível menos abstrato do conhecimento teórico, porque 
incluem pormenores característicos da prática de enfermagem → são as teorias mais 
concretas, mais praticas e menos abstratas que saíram da prática e o que resulta delas 
é para ser aplicado na prática → trabalham conceitos mais práticos do dia-a-dia dos 
enfermeiros 
Teoria de Meleis insere-se aqui nas teorias de médio alcance 
TEORIA DAS TRANSIÇÕES - MELEIS 
 - Afaf Meleis 
• Egípcio-americana 
• Nasceu em 1942 
• Enfermeira e cientista 
• Professora de Enfermagem e Sociologia na Escola de Enfermagem de 
Pensilvânia, Universidade de Pensilvânia (EUA) 
- Em meados de 1960, durante o seu PhD investigou o planeamento familiar e os 
processos envolvidos no “tornar-se pai/mãe” e o domínio dos papéis parentais. → oque acontece quando um casal está à espera de um filho; que mudanças ocorre para 
eles se prepararem para ser pai ou mãe. 
- Foi o mote para a sua teoria. 
- Interesse de investigação – as intervenções que podem facilitar o processo de 
transição e as pessoas que não conseguem realizar transições saudáveis → o que 
que o enfermeiro podia fazer por estas famílias para ajudar neste processo de transição 
- Teoria das Transições → Teoria prática e realista que apoia os enfermeiros na 
prestação de cuidados 
- Transição como conceito central dos cuidados de enfermagem → os enfermeiros e 
enfermagem existe por apoiar as pessoas no processo de transição 
- Transição: consiste em passar de um estado (lugar ou condição) estável para outro 
estado estável e requer por parte da(s) pessoa(s), a incorporação de conhecimentos, 
a alteração do seu comportamento e mudança na definição do self. → antes de uma 
transição nós estamos num lugar estável, estamos confortáveis connosco, então ocorre 
alguma transição só termina quando estou novamente num lugar de equilíbrio – e nesse 
processo de transição eu fui obrigado a incorporar conhecimentos novos, 
comportamentos novos e redefinir a minha identidade. Ex: torna-se mãe → uma mulher 
que tem a sua vida, a sua identidade, está num lugar estável (estável no sentido de 
conhecer o sítio onde estou). Em gravida, é mãe e ela tem que encontrar depois de ser 
mãe, a que outro lado vai estar em equilíbrio novamente, com o novo papel, que neste 
caso é ser mãe. E neste processo de transição de mulher para mulher mãe, ela vai ter 
acontecimentos novos, comportamentos diferentes e integrou na sua identidade ser 
mãe. Neste último lugar estável, o processo de transição vai integrar a identidade desta 
pessoa de tal forma que vai ser natural para ela ser para si ser mãe. 
- O processo de transição caracteriza-se pela sua singularidade, diversidade, 
complexidade e múltiplas dimensões que geram significados variados, 
determinados pela perceção de cada indivíduo. 
 Singularidade → não há duas transições iguais, mesmo que o processo de 
adaptação seja idêntico, a transição nunca é igual. 
Também vamos ver que existe condicionantes nas transições que podem ser boas ou 
más para a transição – potenciadoras os bloqueadoras da transição. Dentro desses 
condicionantes, temos os condicionantes pessoais, por ex: significado que atribuo à 
transição, a minha cultura, a minha religião. 
- As transições resultam de mudanças de vida, saúde, relacionamentos, ambiente. 
“A Enfermagem ocupa-se do processo e das experiências dos seres humanos que 
passam por transições” 
“Os enfermeiros são frequentemente os primeiros prestadores de cuidados dos 
utentes e das famílias que se encontram num processo de transição, assim, têm em 
consideração as mudanças e as exigências que as transições acarretam nas vidas 
dos utentes e das famílias. Para além disso, os enfermeiros são os prestadores de 
cuidados que preparam as pessoas para a transição eminente e, são quem facilita o 
processo de aprendizagem de novas competências relacionadas com as experiências 
de saúde e doença do utente” 
1º os enfermeiros são quase sempre o 1º contacto das pessoas com os cuidados de 
saúde que estão em transição. 
O enfermeiro tem um papel fundamental, porque também é o profissional de saúde que 
conhece a pessoa, a família e o ambiente e ainda pode influenciar na transição ou 
preparar para a transição eminente. → muitas vezes a pessoa nem sabe que vai 
passar esta transição e o enfermeiro já está a preparar para a transição → acaba por 
ser uma antecipação da transição que o enfermeiro já identificou, mesmo antes da 
pessoa perceber que vai passar esta transição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natureza das transições → características das transições 
Condicionantes da Transição → fatores que facilitam ou inibem o processo de 
transição. 
Padrão de resposta → aquilo que eu identifico no meu cliente que me diz que ele tem 
indicadores de processo – se está bem encaminhado ou não para a transição saudável 
;e indicadores de resultado – que me diz se o doente terminou ou não a sua transição 
Setas de duplo sentido → quer dizer que o enfermeiro intervém em todos os blocos 
e todos os blocos estão relacionados entre si. 
 
NATUREZA DAS TRANSIÇÕES: 
• Tipos: 
o Desenvolvimental – relativas a mudanças no ciclo vital → são 
expectáveis, naturais - ex: adolescente para adulto 
o Situacional – associadas a acontecimentos que implicam alterações de 
papéis → mudanças de papel – ex: mulher que se torna mãe; alguém 
que se torne cuidador informal; alguém que é casado e fica divorciado 
o Saúde/doença – mudança de um estado de bem-estar para o estado de 
doença 
o Organizacional – relacionadas com o ambiente, mudanças sociais, 
políticas, económicas ou intraorganizacionais → mais abrangente; muito 
direcionado com os refugiados, pois estão a mudar de ambiente, de 
sistema de país, de sociedade, de politicas. 
• Padrões: 
o Simples (uma única transição) ou múltiplas (várias transições em 
simultâneo) 
Ex: jovem adolescente que lhe é diagnosticado um cancro → transição saúde/doença e 
desenvolvimental – logo o padrão é múltiplo; Mulher de 40 anos que é diagnosticado 
uma doença → transição saúde/doença – padrão simples. 
o Sequenciais (ocorrem em intervalos de tempo distintos) ou Simultâneas 
(ocorrem ao mesmo tempo) 
o Relacionadas ou não relacionadas (entre si) 
Ex: Mulher gravida e que é diagnosticado um cancro no estomago → transição saude7 
doença e situacional – são múltiplas e simultâneas (porque está gravida quando 
descobre o cancro) e estão não relacionadas 
Ex: Marido da D.Maria teve um AVC e ficou dependente e a D.Maria está a ser 
capacitada pelos profissionais de saúde para ser prestadora de cuidados do seu marido 
→ transição situacional e saúde/doença → padrão múltiplo, simultâneas e 
relacionadas 
• Propriedades: →características da transição que são fundamentais para esse 
processo de transição 
o Consciencialização (awareness): perceção, conhecimento e 
reconhecimento de uma experiência de transição. →é essencial, sem ela 
não à transição. 
▪ É uma característica definidora de transição, se não existir 
significa que o indivíduo pode não ter iniciado a experiência de 
transição 
É mais do que o conhecimento, é uma perceção, é algo um bocado indefinido. Ex: tem 
consciência que o tabaco faz mal, mas não para de fumar → a consciencialização não 
está presente. 
A aceitação pressupõe a consciencialização. 
o Envolvimento (engagement): grau de envolvimento da pessoa no seu 
processo de transição. 
▪ Só pode existir engagement após o awareness 
▪ Exemplos: procura de informações e proatividade 
Se não tiver consciencialização da transição não posso ter envolvimento 
o Mudança e Diferença: são propriedades essenciais na transição. 
Embora parecidos são conceitos diferentes. 
▪ Toda a transição envolve mudança, no entanto, nem toda a 
mudança é transição. A transição é o resultado da mudança e 
resulta em mudança. 
▪ A diferença diz respeito às expectativas desconhecidas, 
divergentes, sentimentos diferentes, perceber de forma diferente. 
Diferença entre realidade e a expectativa. 
Nem toda a mudança é transição. 
A transição pressupõe sempre uma mudança que causa diferença. 
Uma mudança é mudar alguma coisa, mas nem tudo que nós mudamos na nossa vida 
nos causa diferença, mas para ser uma transição tem que haver essa mudança e 
essa diferença. 
Ex: de tarde vou ao cabeleireiro e pinto o cabelo de loiro, amanhã as pessoas vão me 
ver e dizer que estou diferente, que tenho uma mudança no cabelo, mas não vai trazer 
diferença à minha vida. Se for amputada, isto é uma mudança que traz diferença. 
A mudança que ocorre na transição tem que trazer diferença para a vida da pessoa. 
Se não trouxer diferença não é uma transição. 
Ex: senhor que teve um AVC e fica com hemiparesia, a mudançaque ocorre, traz 
diferença para a sua vida e ele está no processo de transição saudável se reconhecer 
que essa mudança vai levá-lo a uma vida diferente. Que a realidade que ele tinha e a 
expectativa são diferentes. – aquilo que ele era ele não vai voltar a ser. 
o Espaço temporal de transição: 
▪ As transições são caracterizadas por um fluxo ao longo do tempo. 
▪ Esta propriedade estende-se desde os sinais iniciais de 
antecipação, perceção ou demonstração de mudança, passando 
por períodos de instabilidade, confusão e stress, até um eventual 
fim, onde á atingida novamente a estabilidade. 
Tempo de transição não é igual para todos 
Mede-se o tempo de transição pelos sinais antecipatórios iniciais da transição até ao 
final da transição quando há a tal integração na identidade. 
Ex: um casal que quer ter um filho, estão a fazer uma consulta pré-conceção, estão a 
preparar-se → isto já são sinais antecipatórios da transição. A transição só acaba 
quando integrarem o papel de pai e mãe, neste caso 
Este tempo não é estanque e depende de pessoa para pessoa e de transição para 
transição. 
o Eventos ou pontos críticos: a maioria das transições estão associadas 
com um acontecimento de vida identificável, como, nascimento, morte, 
diagnóstico de uma doença grave,… 
▪ Estes pontos/eventos críticos estão muitas vezes associados a 
um aumento de awareness da mudança/diferença e num 
engagement mais ativo para lidar com a experiência de transição 
Momentos do processo de transição em ocorre alguma coisa que faz “cair a ficha à 
pessoa” - esse momentos às vezes são negativos, mas depois tem um impacto 
positivo na transição. 
Ex: um doente que faz um AVC, fica com hemiparesia e ele não tem consciencialização, 
porque não aceita que precisa de ajuda e então tenta levantar-se sozinho e cai, esta 
queda apesar de ser uma coisa negativa pode ser altamente positivo para a 
consciencialização dele, porque pode consciencializar a pessoa para que realmente 
precisa de ajuda. 
Ex: jovem que engravida e não tem consciencialização (tá em negação) até que conta 
aos pais e estes são altamente recetíveis a gravidez, apoiam-na …, ou seja, esse ponto 
identificável vai ajudá-la neste processo de transição. 
 
CONDICIONANTES DA TRANSIÇÃO: FACILITADORES E INIBIDORES 
• Condicionantes pessoais, da comunidade e da sociedade 
• Podem facilitar ou dificultar o processo para que o indivíduo alcance uma 
transição saudável, ou seja, a reformulação da sua identidade, o domínio de 
novas habilidades e a alteração dos próprios comportamentos 
• Condicionantes pessoais: 
o Significados – (atribuídos aos eventos que precipitam a transição) - 
neutros, positivos ou negativos 
Ex: uma senhora idosa de 80 anos, muito religiosa (católica, praticante) e que acredita 
que as doenças são um castigo de DEUS e aos 80 anos é diagnosticada com um cancro 
grave, este significado que ela vai atribuir à doença vai ser negativo. → este significado 
vai influenciar de forma inibitória a esta transição. 
Ex: uma senhora de 40 anos que é diagnosticada um cancro de mama, mas teve a mãe 
com cancro de mama, a tia com cancro de mama, a amiga com cancro de mama e todas 
elas lutaram e conseguiram ficar bem/ser curadas. Esta vivencia desta mulher vais ser 
positiva no processo de transição, porque ela vai ter esperança. 
o Crenças culturais e atitudes – quando temos estigma ou alguma 
conotação negativa associada à experiência de transição, tal pode ser 
inibitório. 
Ex: gravidez na adolescência -se eu tiver uma crença cultural que a gravidez na 
adolescência está errada e que as mulheres devem esperar até ao casamento para ter 
relações sexuais → se for esta a minha crença cultural e for adolescente e ficar gravida, 
esta minha crença vai ser um fator inibitório para a minha transição, mas se for de etnia 
cigana é normativo ser uma adolescente gravida 
Atitude ≠ comportamento 
o Status Socioeconómico – pessoas com níveis socioeconómicos mais 
baixos estão mais vulneráveis a sintomatologia psicológica, que dificulta 
a transição. 
o Preparação e conhecimento – o conhecimento prévio pode ser um 
facilitador da transição, ao passo que, a falta de conhecimento pode ser 
um inibidor. Ambos podem ser utilizados como estratégias para potenciar 
uma transição saudável. 
Quanto mais prepare e mais conhecimento eu tenho da transição que vou ultrapassar 
ou que estou a passar mais isso facilita o processo de transição 
• Condicionantes da comunidade – podem ser facilitadores ou inibidores de 
uma transição saudável. A existência ou não de estruturas de apoio na 
comunidade, de apoio familiar, de recursos instrumentais influencia a 
experiência de transição. → tem haver com infraestruturas que eu tenho, seja a 
família, o centro de saúde próximo, …; Pessoa que mora numa zona rural e tem 
que fazer quimo numa cidade (zona urbana) acaba por ser um fator inibitório. 
Apoio familiar – quem tem uma família bem estruturada, funcionante e que dá 
apoio na transição é muito mais facilitador do que ter uma família altamente 
disfuncional. 
• Condicionantes da sociedade – podem funcionar como facilitadores ou 
inibidores de uma transição saudável. Se o evento que leva à transição for 
estigmatizado e estereotipado negativamente, tal pode inibir a transição 
saudável. As representações sociais interferem na vivência das transições. → 
mais amplas; ex: país onde vivemos – mulheres gravidas na ucrania tem uma 
condicionante altamente inibidora da transição 
 
 
 
 
 
 
PADRÕES DE RESPOSTA – uma transição saudável é determinada pelos padrões de 
resposta 
• Indicadores de processo – permitem identificar se o indivíduo que vivencia a 
transição se encontra na direção de saúde e bem-estar, ou na direção de 
vulnerabilidade e risco. → ajudam-nos a perceber em que caminho é que a 
pessoa está a ir na sua transição 
o O sentir-se ligado – estar conectado, ter apoio de redes sociais: família, 
amigos, profissionais de saúde,… → indica se a pessoa está num bom 
caminho ou não 
o O interagir – com pessoas na mesma situação, profissionais de saúde, 
cuidadores familiares, … para clarificar e ajustar os comportamentos de 
resposta às transições. → pessoa interage com os outros 
o O estar situado – no tempo, no espaço e nas relações… permite que a 
pessoas de desprenda do passado e enfrente novas situações/desafios. 
→ pessoa sabe precisamente onde está no seu processo de transição 
o Desenvolver coping e confiança – manifesta-se pelo nível de 
compreensão dos diferentes processos relativos à necessidade de 
mudança, utilização de recursos e desenvolvimento de estratégias para 
ganhar confiança e lidar com a situação. → no processo a confiança e o 
coping são essenciais 
Coping – ter capacidade para lidar com os imprevistos que me acontece 
Confiança – no sentido, pode me aparecer este imprevisto mas estou 
com confiança para ultrapassa-lo 
• Indicadores de Resultado – dão-nos resposta acerca do fim da vivência da 
transição → diz se a pessoa está ou não a aproximar-se do fim da transição 
o Mestria – domínio de novas competências – O fim de uma transição 
saudável é determinado pela extensão da mestria demonstrada pelo 
indivíduo na utilização de competências e comportamentos necessários 
para lidar com a nova situação. → ex: a pessoa tem comportamentos e 
competência para lidar com a nova situação → tem conhecimento, sabe 
tomar decisões, sabe gerir → é mestre naquela situação; 1º indicador 
de resposta favorável 
o Integração fluída da identidade – reformulação da identidade, mais 
fluida e dinâmica – as experiências de transição resultam numa 
reformulação da identidade; ou seja, o indivíduo integra no seu auto-
conceito a noção da sua nova situação → aquele que queremos alcançar; 
o tal novo lugar estável; encontra uma forma estável para viver com 
aquilo 
 
- A capacidade ou habilidade para desenvolver novas competências é imprescindívelpara cumprir a transição com sucesso. 
Ex: Sr. António de 75 anos, casado e começa um processo demencial e a sua mulher 
vai ser a cuidadora dele – transição situacional (só) → não é saúde/doença, pois o Sr. 
António não vai ter capacidade para a consciencialização – não tem capacidade para 
desenvolver competências. 
- Ambas são definidoras de um processo de transição saudável. 
 - Teoria das Transições e Intervenções Terapêuticas de Enfermagem 
• Para se alcançar um processo de transição saudável, na perspetiva de uma 
enfermagem humanizada, científica e holística, o enfermeiro tem de conhecer o 
crescimento e o desenvolvimento do indivíduo e da sua família, no decorrer do 
seu ciclo vital, sendo consciente das dificuldades e das adaptações às novas 
situações que geram instabilidade 
• As intervenções de enfermagem podem ser entendidas como uma ação 
interventiva continuada no decorrer do processo de transição → se numa fase 
inicial tiver uma consciencialização comprometida eu vou trabalhar a 
consciencialização. Se conseguir uma consciencialização presente a seguir 
eu posso trabalhar na preparação e no conhecimento, depois posso 
trabalhar nas questões do cuidador, do coping e da confiança … 
• Devem proporcionar conhecimento e capacidades aos indivíduos que 
experienciam transições, desencadeando respostas positivas, capazes de 
restabelecer a sensação de bem-estar e ajudá-los a uma transição saudável 
 
Esta teoria ajuda a encaminhar os nossos cuidados

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