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Guia de Biosseguridade na Piscicultura

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GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR 1
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR2 3
COMITÊ DE 
SANIDADE DA 
PEIXE BR
PEIXEBR.COM.BR
COMUNICACAO@PEIXEBR.COM.BR
A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), entidade de âmbito nacio-
nal que valoriza, fomenta e defende a cadeia da produção de peixes cultivados 
no Brasil, foi criada para ser o porta-voz oficial da atividade.
Em mais uma ação para o fortalecimento da cadeia de piscicultura brasileira, 
foi criado o Comitê de Sanidade, composto por seus associados, com o intuito 
de trazer mais agilidade nos processos de forma especializada, discutindo os 
desafios sanitários, estratégias de controle e boas práticas de manejo que se 
aplicam à realidade de cada região do país.
Para confecção do Guia de Biosseguridade da Piscicultura Brasileira, o Co-
mitê de Sanidade foi dividido em seis grupos de estudos, sendo eles:
• GE - Tanques-rede
• GE - Reprodução e Casas Genéticas 
• GE - Viveiros Escavados e Sistemas Fechados 
• GE - Revisão Bibliográfica
• GE - Diagnósticos e Estudo Epidemiológico
• GE - Protocolos e Biosseguridade
Os grupos de estudos buscaram ampliar o leque de assuntos discutidos, 
explorando a complexidade de cada desafio e o modelo produtivo, utilizando 
o conhecimento técnico e a proximidade com a rotina dos produtores para 
fortalecer a piscicultura brasileira e alavancar seu desempenho, entendendo as 
particularidades de cada elo da cadeia. 
Segue relação dos colaboradores do Comitê de Sanidade participantes da 
confecção do presente documento:
Bruno Santos, Celia Scorvo, Daniel Fuziki, Danielle Damasceno, Emerson Es-
teves, Giovanni Lemos, Hugo Roa, Iurych Bussons, Marcela Yamashita, Mábilis 
Kanazawa, Marco Túlio, Marina Delphino, Maisa Selingardi, Miguel Fernandez, 
Rodrigo Zanolo, Santiago Benites, Valéria M. Troice Marin e Eduardo Conte.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR2
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR4 5
BIOSSEGURIDADE 
NA PISCICULTURA
01
01
As medidas de biosseguridade direcionadas ao siste-
ma de criação de peixes reúnem ações estruturadas para 
conter a introdução e a disseminação de agentes patogê-
nicos no ambiente de produção aquícola. 
Na ausência dessas medidas, a introdução de uma 
nova enfermidade pode representar prejuízos econômi-
cos, sociais e ambientais a partir da ocorrência de morta-
lidade de animais, bem como perda da eficiência zootéc-
nica, além da contaminação ambiental com os resíduos 
gerados pelos materiais biológicos de animais mortos. 
Ainda, a introdução de patógenos exóticos podem 
representar riscos à população nativa de espécies aquá-
ticas susceptíveis ao agente infeccioso, podendo pro-
porcionar impactos duradouros sobre a biota aquática. 
Dessa forma, as ações para prevenção de introdução de 
patógenos ao ambiente de cultivo tornam-se essenciais 
para o crescimento sustentável da atividade aquícola, 
bem como para sua competitividade no mercado cada 
vez mais globalizado.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR6 7
ANÁLISE DE 
RISCO PARA OS 
EMPREENDIMENTOS 
AQUÍCOLAS
A análise de risco é uma importante ferramenta para 
direcionar a implementação de medidas de biosseguri-
dade em diversos setores, incluindo a agropecuária. Bus-
ca-se a identificação dos perigos sanitários inerentes à 
realidade particular da propriedade, seu modelo de cria-
ção e categoria animal em criação, levando em conside-
ração os grupos de riscos (exemplos: ovos embrionados, 
larvas, alevinos, juvenis e animais adultos) e os fatores de 
risco (origem das formas jovens, água de abastecimen-
to, condições climáticas, condições físico-químicas da 
água e densidade de estocagem dos animais, entre ou-
tros) para cada enfermidade em específico. 
Com isso, englobam-se as possíveis doenças às quais 
as espécies aquícolas são suscetíveis, os riscos associados 
com a localização do estabelecimento, uso da água, le-
vando em conta as doenças endêmicas da região, bem 
como atenção à proximidade com outros criadores ou 
com animais de vida livre, além dos empreendimentos 
de pesca recreativa, bem como conhecimento das con-
dições sanitárias dos próprios animais da propriedade. 
A análise de risco deve ser feita por um técnico ou pro-
fissional experiente e pode tomar como base o Anexo 1. 
Neste sentido, recomenda-se a condução de uma aná-
lise de riscos, que pode ser dividida em quatro etapas:
02
02
IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS PERIGOS1.
AVALIAÇÃO DOS RISCOS2.
GERENCIAMENTO DOS RISCOS3.
COMUNICAÇÃO DOS RISCOS4.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR8 9
IDENTIFICAÇÃO DOS 
PRINCIPAIS PERIGOS 
2.1
Ao se estabelecer um plano de biosseguridade, a pri-
meira etapa deve ser a identificação dos potenciais peri-
gos – neste caso, os agentes patogênicos causadores de 
doenças (vírus, bactérias e parasitos, entre outros) - na(s) 
espécie(s) cultivada(s). A etapa seguinte é a avaliação 
dos riscos (fatores de risco e pontos críticos de contro-
le), na qual devem ser analisadas as possíveis formas de 
introdução e disseminação dos agentes patogênicos na 
população, bem como suas consequências.
www.adisseo.com 
A SAÚDE DELES É O 
SEU SUCESSO.
Impulsionando a saúde da aquacultura
A equipe Aqua da Adisseo trabalha conjuntamente 
com pesquisadores e produtores ao redor do 
mundo, desenvolvendo uma ampla linha inovadora 
que promove a saúde e otimiza sua aplicação em 
condições desafiadoras da produção.
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utilizadas diretamente nas fazendas de produção de peixes e camarões, assim como 
nas fábricas de ração. 
Programa
de Saúde
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR10 11
AVALIAÇÃO 
DOS RISCOS
2.2
Para realizar a análise de riscos de um empreendi-
mento aquícola, recomenda-se que sejam consideradas 
as vias de introdução e de disseminação dos perigos, 
com destaque para os itens que seguem:
Outros itens, inerentes a cada categoria de produção 
aquícola, podem ser incluídos na avaliação de riscos, 
uma vez que podem existir diferentes riscos em sistemas 
produtivos específicos, bem como nos diferentes siste-
mas de criação de animais aquáticos. 
TRANSPORTE 
DE PEIXES
ORIGEM DA ÁGUA 
DE ABASTECIMENTO
INSTALAÇÕES 
E ESTRUTURAS
EQUIPAMENTOS
E VEÍCULOS
VETORES 
(OUTROS ANIMAIS, POR EXEMPLO)
PESSOAS 
(FUNCIONÁRIOS, VISITANTES)
na produção é cooperar para garantir a 
qualidade e segurança dos nossos produtos.
Biosseguridade
Vacinação e monitoramento 
do plantel
Controle de
patógenos
Limpeza e 
desinfecção
Controle de tráfego de
veículos e pessoas
Auditoria de
processos
Monitoramento
de desempenho
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR12 13
GERENCIAMENTO 
DOS RISCOS
2.3
A terceira etapa da análise de risco refere-se à gestão de 
riscos, que envolve a seleção e a implementação de medi-
das preventivas e/ou corretivas para reduzir e/ou eliminar 
os riscos de entrada de patógenos, bem como sua propa-
gação no estabelecimento de aquicultura. É importante 
destacar que, embora alguns patógenos não possam ser 
completamente eliminados, a maioria pode e deve ser re-
duzida, ao passo que o consequente impacto de sua ocor-
rência se torne gerenciável no empreendimento aquícola. 
Para tanto, os elementos ou áreas de maior preocupação 
devem ser avaliados e priorizados, tais como:
DETERMINAR AS MEDIDAS PREVENTIVAS QUE POSSAM 
ELIMINAR/REDUZIR O PERIGO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
AVALIAR O CUSTO VERSUS OS BENEFÍCIOS DA IMPLEMENTAÇÃO 
DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO, DE FORMA A 
SELECIONAR AQUELA COM MELHOR CUSTO-EFICÁCIA
AVALIAR AS CONSEQUÊNCIAS POTENCIAIS, COMO MORTE DE 
ANIMAIS, PERDA DE PRODUÇÃO, IMPACTO COMERCIAL
COMUNICAÇÃO 
DOS RISCOS
2.4
A comunicação das medidas de biosseguridade no 
estabelecimento deaquicultura entre os funcionários 
e demais pessoas que acessam a unidade produtiva é 
essencial. A comunicação deve incluir Procedimentos 
Operacionais Padrão (POP), cartazes nas instalações e 
entradas do edifício, bem como o treinamento regular 
da equipe. O plano deve ser compartilhado e de fácil 
acesso a todos os colaboradores do estabelecimento 
aquícola. Além disso, torna-se essencial que este do-
cumento passe por revisões e atualizações periódicas, 
zelando pelo emprego das melhores e mais adequadas 
técnicas de gerenciamento e contingenciamento dos 
riscos sanitários inerentes àquela atividade aquícola.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR14 15
PRINCIPAIS FONTES 
DE INTRODUÇÃO 
DE PATÓGENOS
A introdução de patógenos nos sistemas de criação 
de pescado pode ocorrer por diferentes vias. Por este 
motivo, é essencial a realização de uma análise de risco 
para definir as vias de introdução de patógenos em cada 
sistema de produção aquícola, bem como estabelecer 
as medidas de gerenciamento dos riscos. A partir desta 
etapa, devem ser estruturadas as ações para prevenção e 
contenção de doenças. A seguir, são discutidas as princi-
pais vias de introdução de patógenos para os diferentes 
sistemas de criação de peixe:
03
03
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR16 17
RENOVAÇÃO DO 
PLANTEL DE MATRIZES 
E REPRODUTORES
3.1
Para fazendas multiplicadoras, produtora de formas 
jovens, faz-se necessária a renovação periódica do plan-
tel de matrizes e reprodutores. Essa renovação ajuda na 
obtenção de bons índices de produtividade, bem como 
permite a utilização de novas linhagens genéticas oriun-
das de centros de melhoramento genético ou similares. 
Portanto, a introdução de novos animais vivos no plan-
tel representa uma das principais formas de introdução 
e disseminação de enfermidades, sendo necessárias me-
didas de controle sobre esta prática.
Exemplar de 
reprodutores de 
Tilápia e Tambaqui
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR 17
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR18 19
INTRODUÇÃO DE 
FORMAS JOVENS
3.2
A estocagem de alevinos e juvenis representa a prin-
cipal via de introdução de doenças para as pisciculturas 
em viveiros escavados, bem como em tanques-rede e 
outros sistemas intensivos. Os agentes infecciosos po-
dem ser introduzidos a partir de animais portadores 
assintomáticos, bem como por animais doentes que 
adentram as fazendas de criação. Em adição, um cuida-
do especial deve ser atribuído para a água de transporte 
destes animais, uma vez que partículas virais, esporos de 
fungos e bactérias, entre outras formas biológica de pa-
tógenos, podem ser carreados pela água de transporte.
Alevinos de
Tilápia e Tambaqui
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR20 21
VEÍCULOS UTILIZADOS 
PARA TRANSPORTE DE 
ANIMAIS
3.3
Os veículos utilizados para transporte de animais 
vivos, bem como caixas de transporte e utensílios uti-
lizados no manejo de transferência de animais, podem 
atuar como fômites (objetos que podem carrear e espa-
lhar agentes infecciosos) de carreamento e dispersão de 
patógenos diversos. Além disso, veículos utilizados para 
operações de despesca e utensílios, tais como bandejas 
frigoríficas entre outros equipamentos utilizados para 
retirada e transporte de animais ao término do ciclo 
de produção, também devem ser categorizados como 
potencial risco de dispersão de patógenos, uma vez que 
circulam em diferentes fazendas de criação.
Lavagem e 
higienização de 
caminhão e caixas de 
transporte de peixes
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR22 23
VEÍCULOS DE 
TRANSPORTE DE 
SUPRIMENTOS E 
PESSOAS
3.4
Os veículos utilizados para transporte de suprimen-
tos necessários para produção animal (ração e medi-
camentos, entre outros insumos) também possuem 
potencial de carreamento de patógenos, uma vez que 
circulam em diferentes fazendas de criação, bem como 
diferentes regiões e bacias hidrográficas, podendo car-
rear patógenos entre fazendas. No entanto, o risco ine-
rente a estes veículos é menor quando comparado aos 
veículos de transporte dos peixes, uma vez que estes não 
entram em contato com os animais e seus resíduos.
VISITANTES
3.5
Pessoas externas ao centro de criação, especialmen-
te técnicos prestadores de serviços e fornecedores de 
insumos, bem como outros produtores, são potenciais 
carreadores de patógenos ao centro de cultivo, espe-
cialmente quando circulam entre diferentes fazendas 
de criação de peixes em um curto intervalo. O risco de 
introdução de patógenos acentua-se quando o visitante 
percorre diferentes centros de criação, os quais muitas 
vezes não adotam medidas de biosseguridade (descan-
so sanitário, por exemplo), podendo carrear patógenos 
a partir de vestimentas, utensílios para análise de água e 
utensílios para necropsia de peixes, entre outros fômites.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR24 25
EMBARCAÇÕES E 
CIRCULAÇÃO DE 
FUNCIONÁRIOS
3.6
As embarcações utilizadas no centro de cultivo para 
transporte de pessoas, suprimentos, animais (vivos e 
mortos) e equipamentos podem atuar no carreamento 
de patógenos, bem como promover a contaminação 
cruzada, dentro de um centro de cultivo e entre diferen-
tes fazendas de criação. Da mesma forma, a circulação 
e o compartilhamento de funcionários entre diferen-
tes atividades relacionadas à manipulação de animais e 
utensílios da fazenda são práticas que contribuem para 
disseminação de patógenos.
AVES PISCÍVORAS E 
PEIXES DE VIDA LIVRE
3.7
Animais silvestres, especialmente aves piscívoras 
migratórias, bem como peixes de vida livre são frequen-
temente atraídos para o ambiente de criação em viveiros 
escavados, bem como em gaiolas. Estudos sobre o po-
tencial de veiculação de patógenos por meio destes ani-
mais são escassos, mas não podemos ignorá-los como 
uma fonte de introdução de dispersão de doenças aos 
centros de cultivo. Portanto, devem ser implementadas 
ações de boas práticas de criação a fim de mitigar a atra-
ção destes animais junto ao ambiente de criação animal.
Aves silvestres presentes 
em ambiente de produção
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR26 27
ÁGUA 
3.8
Sabe-se que a água é o principal veículo de trans-
missão de doença para as diferentes categorias animais, 
não sendo diferente para organismos aquáticos. O uso 
compartilhado dos corpos hídricos para criação de 
peixes requer cuidados estruturados e robustos contra 
introdução de doenças, uma vez que quando um agente 
patogênico adentra um ambiente como este torna-se 
difícil alcançar sua eliminação e/ou erradicação. Além 
disso, conforme o curso natural das correntezas, bem 
como o número de espécies aquáticas, que porventura 
possam atuar no ciclo de manutenção e dispersão do 
agente, o avanço da doença pode se tornar inevitável 
para toda a bacia hidrográfica.
Entrada de água no 
sistema produtivo
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR28 29
MEDIDAS GERAIS DE 
BIOSSEGURIDADE PARA 
EMPREENDIMENTOS 
AQUÍCOLAS
Algumas medidas de biosseguridade são comuns e 
aplicáveis a diferentes sistemas de criação de peixes, tais 
como barreiras sanitárias (implementadas para promo-
ver limpeza e desinfecção de veículos), limpeza e desin-
fecção de equipamentos e utensílios, bem como con-
trole e registro de visitantes, entre outras ações. Estas 
medidas são aqui categorizadas como medidas gerais de 
biosseguridade, uma vez que devem ser implementadas 
desde as casas genéticas e multiplicadores de forma jo-
vens, fazendas de engorda em viveiro escavado, tanques 
elevados, bem como empreendimentos de tanques-re-
de instalados em grandes corpos hídricos.
Por outro lado, outras medidas de biosseguridade 
são estruturadas para atender aos riscos inerentes a um 
tipo específico de criação, tais como protocolos de 
saúde realizados em reprodutores e matrizes. Portanto, 
logo em sequência serão abordadas as medidas de bios-
seguridade específicaspara cada sistema de produção 
de peixes, considerando fazendas de produção de alevi-
nos e casas genéticas, fazendas de viveiro escavado e tan-
ques-elevados e, por fim, fazendas de tanques-rede. As 
medidas gerais de biosseguridade que devem ser aplica-
das nos diferentes empreendimentos aquícolas visam, 
especialmente, soluções contra as principais fontes de 
introdução de patógenos para este modelo de criação 
animal descritas no Item 3, como seguem:
04
04
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR30 31
CONTROLE DE TRÁFEGO 
E HIGIENIZAÇÃO DE 
VEÍCULOS
4.1
Em pisciculturas de grande porte, que naturalmente 
possuem grande fluxo de veículos, recomenda-se o uso 
de arco sanitário para desinfecção de veículos. Dessa 
forma, todos os automóveis que adentram na proprie-
dade deverão passar por esta barreira sanitária, quando 
são utilizados produtos desinfetantes devidamente re-
gistrados para esta finalidade, com o objetivo de elimi-
nar patógenos que possam estar aderidos à superfície do 
veículo. O processo exige que os veículos passem pela 
lavagem e desinfecção, com passagem pelo arco sanitá-
rio em baixa velocidade (5 km/h), quando o produto 
desinfetante será aplicado. 
Para pisciculturas menores, que por sua vez tenham 
menor fluxo de veículos que adentram a propriedade, 
poderão ser implementados processos alternativos, tais 
como a utilização de bomba costal para aspersão de 
solução contendo desinfetante sobre os veículos, bem 
como outros equipamentos para vaporização da solu-
ção desinfetante. Dessa forma, conseguem proporcio-
nar uma barreira sanitária importante contra a introdu-
ção de patógenos carreados por veículos diversos.
Arco sanitário para 
desinfecção de veículos
CONTROLE DE 
VISITANTES
4.2
Visando mitigar a introdução de patógenos 
carreados por pessoas e seus utensílios/fômites, torna-
-se essencial que toda visita seja previamente agendada 
com a equipe gerencial da piscicultura. Recomenda-se 
que o visitante e/ou técnico prestador de serviços res-
peite o período mínimo de 24 h desde sua última visita 
em outras áreas de produção de pescado. Da mesma 
forma, sempre que possível, é importante restringir o 
acesso de visitantes aos centros de criação.
Por outro lado, quando necessária a recepção de 
pessoas externas, é recomendável que seja realizada 
coleta de informações específicas em um livro de vi-
sitantes. Com isso, caso ocorra introdução de uma 
nova enfermidade no centro de criação, poderá ser 
realizado o rastreamento de visitantes, bem como 
consultadas as últimas pisciculturas onde os visitantes 
estiveram presentes. Esse controle permite identificar 
possíveis rotas de disseminação de patógenos, facili-
tando a contenção da doença.
Exemplo de livro de 
controle de visitantes
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR32 33
BARREIRAS SANITÁRIAS 
PARA DESINFECÇÃO 
DE PESSOAS
4.3
Recomenda-se que as pisciculturas tenham em suas 
propriedades pontos de desinfecção dos pés e das mãos, 
antes dos acessos às áreas de produção. Quando aplica-
da a barreira, é obrigatória a desinfeção de pés e mãos a 
qualquer pessoa que passar ou adentrar esses locais. A 
desinfecção consiste em mergulhar a sola do sapato no 
local contendo água e, em seguida, mergulhar as solas 
do sapato no desinfetante. A água serve para retirada da 
matéria orgânica do sapato antes da desinfecção. O de-
sinfetante não terá o efeito esperado em um sapato com 
muita matéria orgânica. Recomenda-se manter o local 
com o produto desinfetante fechado e sobre abrigo de 
raios solares, pois sua exposição direta ao sol pode im-
pactar a eficácia e a estabilidade do produto utilizado. 
Por fim, torna-se essencial fazer a desinfeção de mãos 
a partir do uso de álcool 70%, o qual sempre estará junto 
a uma base de pedilúvio. Os pedilúvios devem ser manti-
dos sem sujidades visíveis e monitorados regularmente, no 
mínimo semanalmente, para assegurar que a solução man-
tenha a concentração adequada da solução desinfetante.
Estrutura para controle de 
entrada e saída de funcionários 
e visitantes, com presença de 
pedilúvio para desinfecção de 
calçados e álcool em gel 70% 
para uso nas mãos
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR34 35
SETORIZAÇÃO DE 
COLABORADORES E 
EQUIPAMENTOS
4.4
Ações de setorização de equipes de colaboradores 
dedicadas para cada fase de criação animal, bem como 
seus equipamentos de uso rotineiro, compõem medi-
das importantes contra a disseminação de doenças em 
um centro de criação. No entanto, em pisciculturas de 
pequeno porte o uso compartilhado de funcionários e 
equipamentos se fazem essenciais na rotina de produ-
ção. Dessa forma, é importante a capacitação da equipe 
de colaboradores sobre as vias de transmissão de do-
enças por fômites, bem como contaminação cruzada 
entre utensílios e suprimentos, além das medidas de 
biosseguridade, limpeza e desinfecção, direcionadas a 
mitigar os canais de contaminação e dispersão de doen-
ças nos centros de cultivo.
Redes de despesca devidamente 
higienizadas e armazenadas
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR 35
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR36 37
COLETA DE 
PEIXES MORTOS E 
MORIBUNDOS
4.5
O processo de remoção de animais mortos e mori-
bundos é essencial para qualquer atividade de produção 
animal, evitando, dessa forma, que esses animais atuem 
na transmissão de patógenos, além de contaminação do 
ambiente de produção. Este manejo deve ser realizado 
diariamente, sendo recomendada a observação de peixes 
moribundos, bem como seus sinais clínicos e anotação do 
número de animais removidos por unidade produtiva. 
Para realização desta ação, é recomendável que os 
equipamentos sejam dedicados apenas a este manejo, in-
cluindo embarcação, puçá e recipientes apropriados para 
que mitiguem a disseminação de doenças entre diferen-
tes setores da produção. Caso não seja possível, é essencial 
que ao término do processo de coleta de animais mortos 
e moribundos todos os equipamentos utilizados sejam 
submetidos ao processo de limpeza e desinfecção, além 
de haver na embarcação um recipiente contendo solução 
desinfetante para imersão do puçá de coleta de animais 
entre diferentes gaiolas. Somada a esta medida, é impor-
tante que o colaborador utilize EPIs (Equipamentos de 
Proteção Individual) apropriados ao manejo.
Mortalidade 
boiada de tilápias
Tambores destinados 
ao acondicionamento 
de peixes mortos
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR38 39
A destinação correta dos peixes mortos é uma das 
ações que contribuem para a melhoria das condições 
ambientais e sanitárias da produção, pois evita dissemi-
nação de patógenos, mitiga a liberação de odores inde-
sejáveis ao ambiente e a poluição dos corpos hídricos. 
Neste documento, recomendamos duas principais for-
mas de destinação das carcaças, sendo:
COMPOSTAGEM AERÓBICA
Conforme Bueno et al. (2008), a compostagem é 
um método natural e econômico de reciclagem da ma-
téria orgânica, definida como decomposição e estabili-
zação biológica de substratos orgânicos. Para esse pro-
cedimento, é recomendada a utilização de composteira 
de tijolos, que deverá ser construída em alvenaria, com 
piso impermeabilizado, três (3) paredes com cerca de 
1,60 m de altura possuindo vão entre as paredes e telha-
do com distância de 30 a 50 cm, permitindo a circulação 
do ar. Na parte frontal da composteira, ao serem deposi-
tados os resíduos, deverão ser inseridas tábuas de madei-
ra em trilhos de encaixe, como forma de contenção do 
material. Com o objetivo de evitar o acesso de animais 
na compostagem deverá ser instalada uma tela.
Como fonte de carbono para o composto, poderá 
ser utilizada maravalha ou cama de aviário, na propor-
ção 2:1, duas (2) partes de maravalha para uma (1) parte 
de peixe. Para iniciar a compostagem, deve-se acondi-
cionar cerca de 30 cm de maravalha ou cama de aviário 
nova no fundo da composteira. Em seguida, acondi-
cionar as carcaças em cima da maravalhanova, posicio-
nando-as lado a lado respeitando um pequeno espaço 
entre elas e mantendo distância de cerca de 30 cm das 
paredes. Em seguida, cobrir com maravalha ou cama de 
aviário – assim sucessivamente em cada momento em 
que forem depositadas mais carcaças.
Para a otimização da compostagem orgânica, reco-
menda-se realizar a inclusão de água na proporção de 30% 
do peso das carcaças. Em adição, a cada dez dias deve-se 
realizar o tombamento do material, com o objetivo de ae-
rar o substrato, remontando a pilha com a mesma ordem 
das camadas e umedecendo novamente as carcaças.
ENTERRIO
O enterrio também pode ser uma opção para desti-
nação das carcaças, embora não seja muito praticado na 
rotina das fazendas. Para tanto, devem ser evitados terre-
nos pedregosos, bem como áreas próximas a nascentes 
ou lençóis freáticos. Além disso, deve-se limitar o acesso 
por outros animais a este espaço. O procedimento en-
volve a escavação de uma vala de dimensões compatíveis 
com a quantidade de peixes a serem enterrados, devendo 
ser fechada com uma cobertura de cal virgem (óxido de 
cálcio) na proporção de 85 kg/1.000 kg de peixe para 
acelerar a o processo de decomposição.
CONTROLE DE PRAGAS E VETORES
O programa de controle de pragas e vetores deve 
ser criado e mantido adequado à realidade do estabe-
lecimento. Da mesma forma, no caso da utilização de 
produtos químicos e iscas biológicas, deve-se contratar 
uma empresa especializada, bem como estabelecer os 
registros necessários.
Estrutura de 
compostagem
VESTIMENTAS 
ADEQUADAS
4.6
As vestimentas devem proteger os funcionários, 
considerando as funções desempenhadas e permitindo 
igualmente a fácil limpeza e a desinfecção constantes de 
macacão, calças ou jardineiras impermeáveis, botas de 
borrachas e óculos de proteção, entre outros. Todos os 
EPIs devem conter o número do Certificado de Apro-
vação (CA). Caso não exista numeração específica para 
a aquicultura, recomenda-se o equipamento genérico 
mais próximo. No equipamento, deve estar gravado de 
maneira inapagável o código do CA (um código único, 
sendo diferente em cada EPI), além do nome da empre-
sa fabricante e número do lote de fabricação. 
Providenciar local adequado para troca de roupa e 
vestimenta de proteção individual para os colaborado-
res que transitam entre as diferentes áreas de criação. 
No caso da circulação rápida entre as diferentes áreas 
(exemplo: visitas etc.), recomenda-se fazer o uso de pro-
pés, roupas, aventais descartáveis e álcool 70%.
Vestimentas de campo devidamente 
higienizadas e armazenadas para uso
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR40 41
ALIMENTAÇÃO 
DOS PEIXES
4.7
Atualmente, a grande maioria dos empreendimen-
tos aquícolas adquire rações específicas para as diferen-
tes fases de criação animal. Portanto, é fundamental 
que na tomada de decisão para definição do fornecedor 
mais adequado seja verificada a procedência da ração 
comercial, bem como seu registro no Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), além 
de optar pela formulação mais adequada à espécie-alvo 
de criação (tilápia, tambaqui e surubim, entre outras). 
Quando o empreendimento aquícola for responsável 
pela produção da própria ração, deve-se contar com 
a supervisão de um responsável técnico, com foco no 
controle de qualidade das matérias-primas e formula-
ções de forma a garantir o padrão de qualidade e exigên-
cias nutricionais dos peixes em criação. Além disso, de-
ve-se adquirir matérias-primas de empresas que tenham 
registro no órgão de fiscalização competente. Em caso 
de uso de farinha de peixe na formulação das dietas, é 
obrigatória a utilização de produtos certificados pelo 
serviço de inspeção, visando mitigar a transmissão hori-
zontal de doenças aos animais de criação.
Não menos importante, o empreendimento aquí-
cola deve garantir o armazenamento correto da ração, 
bem como ter um controle rígido da data de validade 
do produto. Por fim, deve-se atentar às condições de 
umidade do local de armazenagem, além de impedir o 
acesso de insetos, roedores e outros animais que podem 
contaminar ou causar a deterioração da ração.
Cuidados especiais devem ser atribuídos ao uso de 
alimentos vivos na criação de peixes, sendo estes ampla-
mente utilizados nas fases iniciais de criação de espécies 
nativas. Estes alimentos são considerados fontes po-
tenciais de risco biológico, uma vez que podem conter 
agentes de doenças importantes, como, por exemplo, 
bactérias do gênero Vibrio, sendo assim, orienta-se:
OBTER ALIMENTAÇÃO VIVA 
DE FORNECEDORES IDÔNEOS, 
CADASTRADOS NO MAPA
OS ANIMAIS VIVOS PARA 
ALIMENTAÇÃO DEVEM 
ESTAR ACOMPANHADOS 
DE GTA (GUIA DE TRÂNSITO 
ANIMAL) NO MOMENTO DO 
TRANSPORTE
QUESTIONAR O FORNECEDOR 
ACERCA DA CONDIÇÃO 
SANITÁRIA DOS ANIMAIS E 
EXIGIR GARANTIAS, COMO 
LAUDOS LABORATORIAIS OU 
CERTIFICADOS
QUANDO PRODUZIDOS NO 
PRÓPRIO ESTABELECIMENTO, 
GARANTIR MEDIDAS DE 
BIOSSEGURIDADE DURANTE 
A PRODUÇÃO DO ALIMENTO
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR42 43
PROGRAMA 
DE VIGILÂNCIA 
EPIDEMIOLÓGICA 
E NOTIFICAÇÃO DE 
SUSPEITAS AO SVO
4.8
A realização de diagnóstico de enfermidades de for-
ma regular é de fundamental importância para conheci-
mento e melhor compreensão da prevalência, dinâmica 
e impacto dos agentes infecciosos na produção. Esse 
conhecimento permite identificar as melhores formas 
de prevenção e tratamento. Na produção intensiva de 
peixes, por ser uma atividade em plena expansão e in-
tensificação, a realização de diagnóstico laboratorial é 
determinante para a identificação e o monitoramento 
destas enfermidades, assim como para proporcionar 
massa crítica de informações para tomada de decisões 
em planos de contenção, prevenção e tratamento destas 
enfermidades.
É de fundamental importância que, nas diretrizes 
de Boas Práticas de Produção, os produtores de peixes 
tenham responsabilidades na gestão de seus projetos, 
uma vez que os piscicultores, em sua grande maioria, 
compartilham corpos hídricos com outros produto-
res. Este compartilhamento de áreas produtivas, ou de 
recursos hídricos, faz com que os piscicultores tenham 
que assumir responsabilidades em prol do benefício de 
toda a cadeia, monitorando a saúde de sua piscicultura e 
minimizando a disseminação de enfermidades já conso-
lidadas (endêmicas) ou emergentes a outros produtores.
Como proposta de modelo de vigilância de en-
fermidades, recomenda-se que, na ocorrência de epi-
sódio de mortalidade atípica, o responsável técnico 
e/ou o profissional de saúde deve avaliar as possíveis 
causas, bem como acionar o mecanismo de coleta e 
remessa de amostras para diagnóstico laboratorial 
quando houver suspeita de ocorrência de uma doen-
ça. Caracteriza-se como um episódio de mortalidade 
atípica a ocorrência de taxa de mortalidade igual ou 
superior a 0,4% ao dia, durante 5 (cinco) dias con-
secutivos. Nessas condições, os responsáveis pelo 
centro de cultivo deverão coletar, acondicionar ade-
quadamente e remeter, de acordo com os protocolos 
estabelecidos (MAPA, 2013), o número mínimo de 
15 animais moribundos para diagnóstico em labora-
tório especializado.
Por outro lado, tal alerta pode ser desconsidera-
do em situações de eventos de mortalidades atípicos, 
com maior intensidade de perdas, que estão relacio-
nados a alterações bruscas das condições de criação 
e/ou ambientais, tais como:
MUDANÇAS CLIMÁTICAS BRUSCAS: CHEGADA DE FRENTES FRIAS RIGO-
ROSAS, TEMPESTADES, INVERSÃO TÉRMICA DA COLUNA D’ÁGUA, ALTERA-
ÇÕES BRUSCAS DA QUALIDADE DA ÁGUA, TAIS COMO QUEDAS BRUSCAS DE 
OXIGÊNIO DISSOLVIDO E INTOXICAÇÃO POR COMPOSTOS NITROGENADOS, 
ENTRE OUTRAS ALTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA.
1
OUTRAS CONDIÇÕES ADVERSAS: PROBLEMAS NO FORNECIMENTO DE ELETRI-
CIDADE, BEM COMO PROBLEMAS MECÂNICOS COM EQUIPAMENTOS DE OXI-
GENAÇÃO ARTIFICIAL. ALÉM DISSO, CUIDADO ESPECIAL DEVE SER ATRIBUÍDO 
AO USO EQUIVOCADO DE FÁRMACOS TERAPÊUTICOS FORA DAS ESPECIFICA-
ÇÕES DE POSOLOGIA (DOSE DA MEDICAÇÃO) E PRESENÇADE CONTAMINAN-
TES NA ÁGUA, TAIS COMO DEFENSIVOS AGRÍCOLAS, BEM COMO DE OUTROS 
PRODUTOS QUÍMICOS NÃO RECOMENDADOS PARA ATIVIDADE AQUÍCOLA.
3
FALHAS EM MANEJO DE ROTINA: INCLUINDO TRANSPORTE, ESTOCAGEM 
DE FORMAS JOVENS, ALÉM DE MANEJO DE CLASSIFICAÇÃO, REPICAGEM DE 
ANIMAIS, ALÉM DE FALHAS EM PROCEDIMENTOS DE VACINAÇÕES.
2
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR44 45
Diante dessas condições, o responsável técnico do 
empreendimento aquícola, ou o profissional de saúde, 
tem condições de detectar que o referido episódio de 
mortalidade atípico não possui qualquer relação com 
suspeitas infecciosas (doenças). Portanto, nessas condi-
ções não são necessárias avaliações laboratoriais com o 
objetivo de detecção de agentes infecciosos, tampouco 
notificação ao SVO (Serviço Veterinário Oficial).
Por outro lado, quando houver surtos agudos de 
mortalidade, cujo fator causal não estiver relacionado 
às situações descritas acima, e que acumule taxas de 
mortalidade elevadas em diferentes fases de criação (Ta-
bela 1), é importante que se prossiga com investigação 
laboratorial. Ainda, deve-se estar atento à ocorrência de 
limitação na eficácia/resposta ao tratamento por meio 
do uso de produtos veterinários utilizados na terapêu-
tica. Isso pode ser um fator indicativo de ocorrência de 
uma doença infecciosa de notificação obrigatória à OIE 
(Organização Mundial da Saúde Animal) ou até mes-
mo um agente infeccioso desconhecido e/ou exótico, 
os quais deverão, obrigatoriamente, ser notificados aos 
órgãos sanitários responsáveis de cada estado.
PARÂMETROS PARA TAXA DE MORTALIDADE DIÁRIA E TAXA DE MORTALIDADE ACUMULADA EM 10 DIAS 
CONSECUTIVOS NECESSÁRIOS PARA NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA AO SVO (SERVIÇO VETERINÁRIO OFICIAL) 
FASES DE 
CRIAÇÃO
PESO MORTALIDADE MORTALIDADE ACUMULADA 
g %/dia % em 10 dias
Alevinagem 0,5 a 10 3,0 30,0
Recria 10 a 100 2,0 20,0
Terminação > 100 1,5 15,0
TABELA 1
Nessas condições, o responsável técnico do em-
preendimento aquícola, ou o profissional de saúde, 
bem como qualquer outro integrante da equipe de 
colaboradores deverão, obrigatoriamente, comunicar 
formalmente ao SVO, que por sua vez integra os ór-
gãos estaduais de defesa animal. A partir dessa ação, é 
desencadeado o protocolo de investigação epidemio-
lógica e diagnóstico oficial do Ministério da Agricul-
tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), bem como 
e avaliação de riscos de dispersão da condição sanitária 
e o seu impacto naquela região, bem como a todo o 
setor, seguindo as normas sanitárias vigentes. Entre 
as informações necessárias que deverão fazer parte da 
notificação oficial, estão:
PROPRIEDADE ACOMETIDA: INCLUIR ENDEREÇO COMPLETO, BEM 
COMO COORDENADAS GEOGRÁFICAS QUANDO POSSÍVEL.01
ESPÉCIE ANIMAL: INFORMAR A ESPÉCIE DE PEIXE COM A QUAL 
OCORREU O EPISÓDIO DE MORTALIDADE (TILÁPIA DO NILO, TAM-
BAQUI, SURUBIM, ENTRE OUTRAS).02
HISTÓRICO CLÍNICO: DESCREVER, BREVEMENTE, O HISTÓRICO QUE 
DESENCADEOU O SURTO DE MORTALIDADE, SINAIS CLÍNICOS OB-
SERVADOS E TRATAMENTOS REALIZADOS, BEM COMO O NÚMERO 
DE ANIMAIS MORTOS E POSSÍVEIS SUSPEITAS, QUANDO EXISTIREM.
03
EPISPÓDIOS ATÍPICOS
todas as fases
(0,4% durante 5 dias)
SURTOS AGUDOS
Alevinos (3%), Recria (2%) e Engorda 
(1,5%) durante 10 dias acumulados
BAIXA
PRIORIDADE
ALTA
PRIORIDADEDIA
1O
DIA
2O
DIA
3O
DIA
4O
DIA
5O
AÇÕES
Histórico e Registros relacionados
POSSíVEIS CAUSAS
Mudanças Climáticas bruscas
Comunicar o 
Responsável Técnico
Monitoramento de incidentes
Retirada e Destinação
dos peixes mortos
Avaliação Clinica Necropsia e Coleta de Amostras
Envio de amostras
para Diagnóstico
Surto de Mortalidade 
Atípica de Causa não 
determinada, com altos 
índices de mortalidade 
(tabela2)
Comunicar o Serviço 
Veterinário Oficial (SVO)
Registros: hora, no protocolo, 
chamadas de ocorrência, 
fotográficos, Parametros de 
Qualidade de Água
Responsável Técnico Empreendimentos Aquícolas
DIA
6O
DIA
7O
DIA
8O
DIA
9O
DIA
10O
MORTALIDADE DE PEIXES
Suspeita de Enfermidades 
Infecciosas
Eficácia Limitada de Fármacos
Outras Condições Adversas 
não infeciosas
Falhas de Manejo de Rotina
FLUXOGRAMA PARA TOMADA DE DECISÃO SOBRE OS EPISÓDIOS DE MORTALIDADE ATÍPICOS E SURTOS 
QUE POSSAM OCORRER EM DIFERENTES EMPREENDIMENTOS AQUÍCOLAS
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR46 47
CAPACITAÇÃO E 
ORIENTAÇÃO AOS 
COLABORADORES
4.9
Treinar adequada e continuamente as pessoas en-
volvidas na criação sobre os procedimentos corretos 
de manejo e cuidados sanitários é fundamental. Deve-
se implantar um plano de treinamento que contemple 
todos os colaboradores, com frequência mínima anual, 
que inclua, no mínimo, boas práticas de higiene pessoal, 
boas práticas de manejo, saúde e segurança do trabalho, 
primeiros socorros e salvatagem, uso e manutenção dos 
equipamentos, higienização das instalações, educação 
ambiental e preenchimento de registros.
Devem ser elaborados registros dos treinamentos 
realizados, indicando material utilizado em cada trei-
namento, ficha de presença devidamente assinada pe-
los colaboradores envolvidos e sistema de avaliação do 
aprendizado. Em adição, os responsáveis técnicos e con-
sultores atuantes no estabelecimento devem estar regu-
larizados junto aos seus respectivos Conselhos de Classe.
Os trabalhadores devem usar Equipamentos de 
Proteção Individual (EPIs) adequados às suas funções, 
conforme indicado pelo responsável técnico do estabe-
lecimento. Da mesma forma, deve-se realizar os contro-
les de recebimento de novos EPIs, bem como devolu-
ção/substituição dos antigos ou notificação de perda. 
Em caso de os colaboradores possuírem alguma do-
ença ou necessitarem medicamentos, torna-se essencial 
ter no escritório o kit individual (fármacos) disponível 
para cada colaborador em caso de urgência.
A VACINAÇÃO COMPLETA
Para todas as fases dos seus peixes
Av. do Lami, 6133 CEP 91782-601, Porto Alegre, RS, Brasil
 Tel. +55 51 3325-4500, hipra@hipra.com, www.hipra.com
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR48 49
MEDIDAS ESPECÍFICAS 
DE BIOSSEGURIDADE
05
05
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR50 51
Nesse sentido, é essencial que todas as empresas de 
aquicultura dedicadas à produção de alevinos e formas 
jovens elaborem seu manual de Boas Práticas de Biosse-
guridade, devendo ser mantido na própria fazenda e es-
tar disponível e atualizado para fácil acesso por funcio-
nários, autoridades sanitárias e clientes. Para elaboração 
desse manual, é essencial que sejam observados os de-
safios sanitários específicos da propriedade, bem como 
de sua região de atuação, sendo guiado a partir da elabo-
ração da análise de risco, previamente descrita no Item 
2 deste documento. As diretrizes para a preparação do 
ÁREA 3
LABORATÓRIO 1
LABORATÓRIO 2
ESCRITÓRIO
DEPÓSITO
COMPOSTAGEM
ÁREA 1
ESCAVADOS ALEVINOS
ESCAVADOS ALEVINOS
ESCAVADOS ALEVINOS
ÁREA 2
PLANTA HIPOTÉTICA DE UMA PISCICULTURA PRODUTORA DE FORMAS JOVENS
FIGURA 1
DADOS DE PROPRIEDADE
LOCALIZAÇÃO EXATA: ESTADO, CIDADE E ENDEREÇOA
ORGANOGRAMA GERAL DA FAZENDA INCLUINDO DESENHO DA PLANTA, DIS-
TRIBUIÇÃO DOS TANQUES E DEMAIS PRÉDIOS DA UNIDADE PRODUTIVAB
INFORMAÇÕES GERAIS DA UNIDADE PRODUTIVAC
documento são fornecidas a seguir. Cabe ressaltar que 
o modelo apresentado deve ser adequado à realidade da 
empresa que vai aplicá-lo. 
Em adição, torna-se fundamental delimitar a área 
do estabelecimento aquícola em terra e em ambiente 
aquático, a fim de se sinalizar e controlar, onde possí-
vel, o trânsito de pessoas e veículos. Deve-se permitir o 
ingresso apenas daqueles autorizados e de acordo com 
as normas de higiene e segurança do estabelecimento. 
Esse controle deve ser reforçado nas áreas de produção 
do estabelecimento.
PRODUÇÃO 
DE ALEVINOS E 
CASAS GENÉTICAS
5.1
Empresas fornecedoras de material genético e for-
mas jovens de peixes constituem um elo essencial para 
toda a cadeia de criação de peixes, sendo também os lo-
cais onde devem se concentrar asprincipais medidas de 
monitoramento, controle e erradicação de patógenos. 
Essas empresas devem implantar medidas específicas de 
biosseguridade para assegurar que estes centros de cria-
ção não atuem ativamente na dispersão de doenças para 
as demais etapas de criação, bem como para diferentes 
regiões do país. Dessa forma, a produção e a comerciali-
zação de multiplicadores e formas jovens seguras (livres 
de patógenos) e monitoradas torna-se chave para o su-
cesso e a sustentabilidade das demais etapas de criação.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR52 53
QUALIDADE DA ÁGUA
5.1.1
Os patógenos podem entrar e/ou espalhar dentro 
ou até mesmo para outras unidades produtivas por 
meio de fontes de água contaminadas. Isso pode en-
volver fontes de água usadas para abastecer viveiros 
(afluentes) e efluentes, bem como fontes de água usa-
das para transporte de animais. As fontes de água de 
uma unidade produtiva devem ser avaliadas, pois elas 
diferem quanto ao grau de risco para a introdução de 
patógenos. As fontes de água podem vir de nascentes, 
poços, rios ou lagos. As fontes de água de superfície 
(por exemplo, rios e lagos) apresentam maior risco e 
podem conter poluentes e patógenos, que podem pre-
judicar os animais aquáticos. 
Mensuração de parâmetros 
de qualidade de água
TABELA DE QUALIDADE DE ÁGUA RECOMENDADA COM AS VARIAÇÕES DESEJÁVEIS NO PERÍODO 
REPRODUTIVO
Fonte: Valores desejáveis indicados pelo Comitê de Sanidade da Peixe BR
PARÂMETROS VALORES DESEJÁVEIS FREQUÊNCIA
Temperatura 23-33 °C Diário
Oxigênio Dissolvido (OD) 4.0 - 8.0 mg/L Diário
pH 6.0 - 9.0 Diário
Alcalinidade Total >20 - 150 mg /L Semanal
Nitritos <0,1 mg/L Semanal
Amônia Total <2 mg/L Semanal
TABELA 2
As fontes, poços e nascentes geralmente apresen-
tam risco menor de patógenos em comparação com 
as fontes de água de superfície. Portanto, seu uso deve 
ser priorizado. Em adição, deve-se considerar o uso de 
telas na entrada e descarga de água utilizada para ati-
vidade aquícola, com o objetivo de evitar o escape de 
populações cultivadas ou introdução de populações 
selvagens no cultivo. Diferentes metodologias podem 
ser utilizadas para a desinfecção da água de captação 
para abastecimento das áreas produtivas, como o uso 
de químicos, luz ultravioleta ou ozônio, desde que de-
vidamente aprovado o seu uso pelo MAPA.
Além disso, é essencial monitorar regularmente a 
qualidade da água em relação aos seus parâmetros físi-
co-químicos, tais como: temperatura, oxigênio dissol-
vido, pH, alcalinidade total, compostos nitrogenados 
e dureza, entre outros. Na Tabela 2 estão descritos os 
valores desejáveis dos principais parâmetros físico-quí-
micos da água destinadas para matrizes, reprodutores 
e formas jovens.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR54 55
NECESSIDADES 
MÍNIMAS PARA 
MATRIZES E 
REPRODUTORES
5.1.2
A introdução dos animais deve ser realizada de forma 
segura, acompanhada dos documentos de Guia de Trans-
porte Animal (GTA), da NFe, zelando pela manutenção 
das condições sanitárias do empreendimento aquícola. 
Da mesma forma, deve-se reservar uma área adequada 
em tanques específicos isolados dos demais viveiros de 
criação animal para realização de quarentena. Deve ser 
estabelecido período mínimo de 15 dias de quarentena 
para observação clínica, monitorando a manifestação de 
quaisquer doenças, bem como ocorrência de mortalida-
de, contanto com equipe capacitada e barreiras sanitárias 
adequadas. É importante salientar que os viveiros desti-
nados à realização da quarentena devem ser previamente 
submetidos a vazio sanitário, limpeza e desinfecção prévia 
e posteriormente o recebimento de animais.
Aliado a esta ação, é necessário estabelecer o 
controle dos lotes de matrizes e reprodutores pre-
sentes na unidade produtiva, mantendo seu histórico 
de movimentação dentro da propriedade, informes 
produtivos e data de povoamento, bem como o his-
tórico de diagnósticos, tratamentos e vacinações 
realizadas nesses planteis. Diariamente, deve ser co-
letada a totalidade dos animais mortos e moribun-
dos, bem como mantidos registros dos sinais clínicos 
observados e alterações patológicas dos animais. Os 
peixes moribundos, sempre que possível, devem ser 
submetidos à avaliação clínica e necroscópica, quan-
do aplicável, e, se necessário, remeter amostras para 
diagnóstico laboratorial de acordo com a avaliação 
do responsável técnico.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR56 57
NECESSIDADES 
MÍNIMAS PARA 
LABORATÓRIOS DE 
INCUBAÇÃO
5.1.3
A piscicultura deve contar com infraestrutura ade-
quada, com sala de incubação isolada, acesso restrito 
aos colaboradores do setor e controlada para proces-
so de incubação de ovos e larvas. Além disso, torna-se 
essencial estabelecer barreiras sanitárias nos locais de 
entrada e saída do laboratório de incubação, confor-
me descrito no Item 4.3 deste documento. A unidade 
deve realizar processo obrigatório de desinfecção e 
hidratação dos ovos, que devem ser realizadas confor-
me o manual de procedimentos e recomendações do 
fabricante dos produtos utilizados. Com essa medida, 
se pode estabelecer uma importante barreira sanitária 
entre as matrizes e o laboratório de incubação, além 
de minimizar a transmissão de doenças que possuam 
forma de transmissão vertical.
A água do processo de incubação deve ser de primeiro 
uso, poço artesiano, nascente e/ou desinfetada por algum 
método que tenha sua efetividade contra vírus e bactérias 
comprovada. Além disso, a equipe de colaboradores da 
área de incubação deve ser exclusiva desse processo e não 
pode realizar outras tarefas fora da área estabelecida.
Estabelecer calendário e programação de vazio 
sanitário das estruturas. Isso deve ser realizado ao me-
nos uma vez por ano, podendo ser parcializado entre 
as áreas, dependendo do sistema de produção adotado 
(viveiros ou tanques). Somado à implantação do vazio 
sanitário, torna-se fundamental aplicar medidas de lim-
peza e desinfecção das estruturas para descontaminação 
das instalações, sendo elaborado um POP para revisão 
das autoridades competentes.
Incubação de ovos 
e larvas de Tilápia
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR58 59
PLANO DE 
VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA
5.1.4
Considerando o número crescente de novos pató-
genos que afetam a criação de peixes nos últimos anos, 
é extremamente recomendável estabelecer um plano 
de vigilância interna com foco em matrizes, reproduto-
res e alevinos. Isso inclui a coleta de dados (exemplos: 
mortalidade, sinais clínicos, tratamentos, qualidade da 
água e rastreabilidade) e análise de amostras biológicas 
para detecção de doenças endêmicas e emergentes, a fim 
orientar estratégias para o seu controle e/ou erradicação. 
Para maiores informações sobre frequência de 
amostragem e número de análises a realizar, é importan-
te envolver o responsável técnico da unidade, que tam-
bém poderá consultar o Código Sanitário de Animais 
Aquáticos <www.oie.int>, da Organização Mundial de 
Saúde Animal (OIE). A vigilância deve ser adaptada 
de forma a atender às características dos diferentes 
sistemas produtivos utilizados para a produção de for-
mas jovens de tilápia e espécies nativas.
Além do plano de vigilância, o responsável e os 
demais funcionários da unidade produtiva devem es-
tar cientes dos sintomas de todas as doenças infeccio-
sas (principalmente as virais), sendo elas endêmicas, 
emergentes ou exóticas, para permitir ação imediata 
sobre qualquer possível surto de doença. Em caso de 
suspeitas de doenças de notificação compulsória, bem 
como doenças emergentes, deve-se realizar a comuni-
cação ao SVO (Serviço Veterinário Oficial), confor-
me abordados no Item 4.8.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR60 61
TRANSPORTE 
DE PEIXES
5.1.5
Em toda entrega de alevinos e formas jovens deve 
ser realizado um protocolo de limpeza e desinfecção 
de caminhões. O protocolo deve ficar disponível para 
revisão dasautoridades competentes e clientes. Nele, 
devem constar medidas mínimas, como o processo 
de limpeza inicial (utilizar produtos específicos para 
esses fins), o tipo de detergente e o tempo de ação, en-
tre outras informações relacionadas ao procedimento 
realizado. Além disso, deve descrever especificamente 
as ações do processo de desinfecção das estruturas e o 
responsável desse manejo.
Os encarregados devem avaliar visualmente se as 
estruturas do caminhão permitem realizar o correto 
processo de limpeza e desinfecção. As estruturas in-
ternas devem ser lisas, para ser possível realizar a lim-
peza e a desinfeção. Caso contrário, deve ser acionado 
o fornecedor para corrigir essa situação. Estruturas 
rugosas facilitam a formação de biofilmes, o que difi-
culta a desinfecção das estruturas.
O caminhão dedicado para transporte de peixes 
deve portar consigo, além das documentações oficiais 
(GTA e NFe), declaração de desinfecção contendo 
as informações do processo realizado para limpeza e 
desinfecção, data, horário e colaborador responsável 
pelo manejo. Da mesma forma, a água do transporte 
deve ser de fonte segura e isenta de contaminações. 
Preferencialmente, a água deve ser proveniente de 
poço artesiano ou outra fonte previamente tratada 
com protocolos definidos e aprovados pela autorida-
de competente. O principal objetivo é minimizar o 
risco de transmissão de patógenos, bem como outros 
organismos, como moluscos (mexilhão dourado) de 
uma unidade à outra.
Procedimentos de limpeza e 
desinfecção de caminhão (a) e 
caixas de transporte (b) destinado 
ao transporte de peixes
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR62 63
CRIAÇÃO EM 
TANQUES-REDE
5.2
A criação de peixes em tanques-rede predomina no 
cenário aquícola brasileiro. A principal espécie utilizada 
nesse modelo de criação é a tilápia do nilo. Contudo, ou-
tras espécies tais como surubins, peixes redondos e ma-
trinxã, entre outros peixes nativos, têm sido utilizadas 
em modelos similares aos empregados na tilapicultura. 
Como característica principal desse modelo de criação, 
temos o uso compartilhado de grandes corpos hídricos, 
principalmente reservatórios hidroelétricos, bem como 
a adoção de altas densidades de estocagem animal 
(> 25 kg/m3). Essas características, inevitavelmente, são 
decisivas para a ocorrência de doenças e o seu impacto 
sobre os animais, estando diretamente relacionados aos 
prejuízos inerentes à sua ocorrência. Portanto, torna-se 
essencial o estabelecimento de medidas específicas de 
biosseguridade empregadas à criação de peixes em tan-
ques-rede, como discutidas a seguir.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR64 65
PROTOCOLO DE 
AVALIAÇÃO SANITÁRIA 
DE FORMAS JOVENS
5.2.1
Aliado às ações de controle sanitário que já são 
estabelecidas pelos fornecedores de formas jovens 
descritas no Item 5.1, é proposta neste item a realiza-
ção de triagem de saúde a cada lote de alevinos e ou 
juvenis que serão estocados nas fazendas de tanques-
rede. Para tanto, recomenda-se a coleta de 30 (trinta) 
animais para realização desta avaliação sanitária, pre-
ferencialmente aqueles que porventura apresentem 
sinais clínicos de enfermidades de interesse – sendo 
coletados os animais ainda nos veículos de transporte 
antes de sua transferência para gaiolas. Dessa forma, 
garantimos que não haverá contaminação dos animais 
com qualquer patógeno já estabelecido na fazenda de 
tanques-rede de destino.
Entre as principais enfermidades de interesse para 
realização dessa triagem, foram selecionados patóge-
nos que podem causar alto impacto sobre as formas 
jovens, como listados ao lado:
Os animais coletados devem ser submetidos ao exame clínico para observação dos seguintes itens:
Após o exame clínico, os animais deverão ser eutanasiados, preferencialmente por aprofundamento de plano 
anestésico e, em seguida, necropsiados para observação das seguintes alterações:
Recomenda-se que sejam coletados fragmentos 
de órgãos internos dos animais analisados, sendo uti-
lizado álcool absoluto (P.A.) como agente fixador, e 
armazenamento pelo período de 1 (um) mês. Dessa 
forma, em caso de ocorrência de episódios de mortali-
dade após a estocagem dos animais nas gaiolas, carac-
terizadas com taxa de mortalidade igual ou superior a 
0,4%/dia, durante cinco (5) dias consecutivos, o pro-
dutor poderá remeter as amostras de backup para o 
laboratório de diagnósticos, juntamente com animais 
moribundos coletados durante o episódio de mortali-
dade, para realização de diagnóstico de patógenos de 
interesse. Nessa ocasião, ressaltamos que as amostras 
armazenadas podem ser utilizadas unicamente para 
detecção molecular de patógenos, sendo inapropria-
das para outras análises (exemplos: histopatologia e 
cultivo bacteriano, entre outras).
Necropsia de tilápia 
para análises sanitárias
ISKNV 
(Infectious Spleen and Kidney Necrosis Virus)
1
FRANCISELOSE 
(Francisella orientalis)
2
COLUMNARIOSE 
(Flavobacterium columnare)
3
NATAÇÃO: NORMAL OU ERRÁTICA (NADO EM RODOPIO OU PERDA DE EQUILÍBRIO)
COLORAÇÃO DO CORPO: COLORAÇÃO NORMAL, MELANOSE, ÚLCERAS OU HEMORRAGIAS
ASPECTO DE MUCO: NORMAL, EXCESSO DE MUCO OU FALTA DE PRODUÇÃO DE MUCO
COLORAÇÃO DE BRÂNQUIAS: NORMAL, PALIDEZ OU HEMORRAGIA
OUTRAS ALTERAÇÕES EXTERNAS: EXOFTALMIA, ENOFTAMIA, DILATAÇÃO 
DA CAVIDADE CELOMÁTICA
ACÚMULO DE LÍQUIDO NA CAVIDADE CELOMÁTICA
FÍGADO: HEMORRÁGICO, FÍGADO GORDUROSO, HEPATOMEGALIA E/OU 
NÓDULOS ESBRANQUIÇADOS (GRANULOMAS)
TRATO GASTROINTESTINAL: HEMORRAGIA E ACÚMULO DE LÍQUIDOS
BAÇO: ESPLENOMEGALIA, PALIDEZ/NECROSE E/OU PRESENÇA DE NÓDULOS 
ESBRANQUIÇADOS (GRANULOMAS)
RINS: NEFROMEGALIA, PALIDEZ E OU HEMORRAGIA
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR66 67
SETORIZAÇÃO DA 
PRODUÇÃO
5.2.2
A organização e a disposição dos tanques-rede no 
corpo hídrico, considerando a faixa etária dos animais 
e a predominância de correntes de água e de ventos, é 
de extrema importância para minimizar a disseminação 
de enfermidades típicas de determinada fase para outra. 
Com isso, os centros de cultivo em tanques-rede devem 
estabelecer o fluxo de estocagem de animais em gaiolas 
de forma a alcançar o distanciamento entre peixes em 
fase de alevinagem, recria, terminação e área de isola-
mento. O objetivo desta ação é proporcionar maior dis-
tanciamento entre categorias de animais, ao passo que 
a pressão sanitária de cada fase de criação não sirva de 
fonte de contaminação para outro lote mais susceptível, 
de acordo com o grupo de risco para determinada en-
fermidade. A seguir, apresentamos a definição didática 
de cada setor para melhor entendimento.
ÁREA DE ISOLAMENTO: SETOR 
DESTINADO AOS TANQUES-REDE 
NOS QUAIS SE ENCONTRAM PEIXES 
ENFERMOS OU SOBRE VIGILÂNCIA, 
COM OCORRÊNCIA DE MORTALIDADE 
ATÍPICA. SUGERIMOS QUE ESSA 
ÁREA SEJA A MAIS AFASTADA DAS 
DEMAIS, PARA TENTAR MINIMIZAR 
A TRANSMISSÃO DE DOENÇAS PARA 
AS DEMAIS FASES DE CRIAÇÃO
RECRIA: ÁREA DESTINADA À FASE 
MAIS JOVEM DA PRODUÇÃO, 
COMPREENDENDO DE ALEVINOS DE 1 
A 3 GRAMAS ATÉ PEIXES COM MÉDIA 
APROXIMADA DE 30 A 45 GRAMAS
ENGORDA: ÁREA DESTINADA À FASE 
INTERMEDIÁRIA DA PRODUÇÃO, 
COMPREENDENDO DE JUVENIS DE 
30 A 45 GRAMAS ATÉ PEIXES COM 
MÉDIA APROXIMADA DE 250 A 400 
GRAMAS
TERMINAÇÃO: ÁREA DESTINADA 
À FASE FINAL DA PRODUÇÃO, 
COMPREENDENDO PEIXES DE 400 A 
450 GRAMAS ATÉ PEIXES COM MÉDIA 
APROXIMADA DE 900 GRAMAS A 1,7 
KG (PESOS DE ABATE)
RECEPÇÃO DE ALEVINOS 
E FORMAS JOVENS
As formas jovens recebidas devem obrigatoriamen-
te estar acompanhadas de GTA e NFe para rastreabili-
dade do trânsito animal. Além disso, deve-se determinar 
um local com o melhor fluxo de água, bem como onde 
não haja trânsito de peixes de outros setores, além de 
baixo fluxo de embarcações e pessoas. Todos os equi-
pamentos e utensílios utilizados nessa fase devem ser 
da própria unidade de produção, evitando ao máximo 
o uso compartilhado de utensílios da própria piscicul-
tura, além daqueles utilizados pelo fornecedor de forma 
jovem,diminuindo, assim, a possibilidade de veicula-
ção de doenças por fômites. Vale ressaltar que, como 
tendência dos principais polos de criação, têm-se reali-
zado mudanças no local de recepção de formas jovens, 
dando-se preferência a viveiros escavados e/ou tanques 
elevados, de forma a postergar sua introdução nos tan-
ques-redes, alcançando maior eficiência na setorização, 
bem como promovendo melhorias sobre os cuidados 
de saúde e bem-estar animal.
Recepção e aclimatação de 
alevinos em piscicultura
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR68 69
MANEJO DE VACINAÇÃO
Pisciculturas que adotam programa de vacinação in-
jetável geralmente realizam o procedimento ao término 
da fase de recria, acompanhado do processo da primeira 
classificação dos animais. Para tanto, é importante que 
a piscicultura disponha de equipamentos e utensílios 
(puçá, baldes e bolsa para biometria, entre outros) dedi-
cados unicamente a esta rotina de trabalho, sem o com-
partilhamento com outros setores, bem como disponha 
de equipe dedicada para esta finalidade.
CLASSIFICAÇÃO DE 
TERMINAÇÃO
Embora não sejam todas as pisciculturas que ado-
tem uma segunda classificação de peixes durante o ciclo 
de terminação, muitas empresas realizam este manejo 
em animais com peso aproximado de 250 a 400 g – pelo 
fato deste manejo ser realizado em animais maiores, so-
bretudo, com maior chance de ocasionar lesões sobre 
os animais e, com isso, abrir soluções de continuidade 
para contaminação e infecção de agentes oportunistas. 
Portanto, é recomendado que as pisciculturas utilizem 
equipamentos próprios para este manejo (puçá, bolsa 
de pesagem, balança e classificadoras, entre outros), evi-
tando o uso compartilhado entre outras fases de criação.
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GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR70 71
DESPESCA
Este é o último manejo realizado no processo pro-
dutivo, sendo manipulados animais prontos para o 
abate. Para tanto, é importante destinar equipamentos 
adequados e exclusivos para esta operação, bem como 
ter equipe de funcionários exclusiva para essa atividade.
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GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR72 73
PROCEDIMENTO 
DE LIMPEZA E 
MANUTENÇÃO DE 
GAIOLAS, COMEDOUROS 
E BOLSÕES
5.2.3
A prática de higienização das gaiolas utilizadas 
para criação de peixes faz parte da rotina de todas as 
pisciculturas em tanques-rede. Para tanto, é impor-
tante que este procedimento seja realizado fora do 
reservatório em local apropriado, de forma a evitar a 
eliminação de resíduos sólidos e contaminantes para o 
ambiente de criação. Contudo, para fazendas que uti-
lizam tanques-rede de grande volume, não é possível 
realizar a remoção das gaiolas da água devido ao seu 
grande volume. Dessa forma, é recomendado destinar 
uma área mais afastada da produção, contendo estru-
turas necessárias de içamento e higienização por meio 
de água sobre pressão para remoção de bioencrusta-
ção que se fixa sobre as telas. 
O uso de produtos detergentes e desinfetantes não 
é recomendado para essa operação, haja vista que estes 
produtos diminuem significativamente a durabilidade 
dos materiais que compõem as telas. Contudo, caso a 
gaiola tenha registrado problemas sanitários nos ani-
mais, com taxa de mortalidade acima do aceitável, a 
limpeza e a desinfecção delas se faz essencial a partir 
do uso de detergentes biodegradáveis e desinfetantes 
apropriados, indicados por órgãos reguladores.
Em adição, rotineiramente deve-se realizar a remo-
ção de comedouros e bolsões para adequada limpeza e 
desinfecção. Como estas estruturas apresentam maior 
capacidade de fixação de bioencrustação, bem como 
possui contato direto com animais moribundos, além 
de animais que porventura morreram na criação, tor-
na-se imprescindível determinar uma rotina de remo-
ção, lavagem com água sobre pressão, somado ao uso 
de detergentes apropriados e, por fim, uso de solução 
desinfetante que promova e descontaminação ade-
quada deste utensílio.
Lavagem e higienização de tanques-rede 
em área separada da produção
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR74 75
CONTROLE DE AVES E 
PEIXES DE VIDA LIVRE
5.2.4
As aves, especialmente àquelas piscívoras e migra-
tórias, são atraídas para o ambiente de tanques-rede 
pela disponibilidade de peixes em criação, bem como 
de ração. Além disso, esses animais podem atuar no 
carreamento de agentes infecciosos para os centros de 
criação, além de poder ocasionar lesões nos animais 
devido às tentativas de capturas de peixes, estresse e até 
mesmo mortalidade de peixes. Como medida para mi-
tigação da presença de aves no ambiente de criação em 
gaiolas, recomenda-se construir tanques-rede com altura 
suficiente entre a tampa da gaiola até a lâmina d’água para 
que as aves não acessem os animais em criação. Dessa for-
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR 75
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
ma, com a dificuldade na captura de peixes, naturalmen-
te as aves buscarão outros locais para obter seu alimento.
Da mesma forma que as aves, os peixes de vida livre 
são atraídos para a área de produção animal devido à 
disponibilidade de alimentos, animais e/ou ração, que 
porventura escapem das gaiolas. Esses animais também 
devem ser encarados como potenciais agentes de dis-
seminação de doenças para o ambiente de criação em 
gaiolas. Portanto, as pisciculturas devem implementar 
estratégias de boas práticas de produção para assegurar 
a manutenção regular de gaiolas, comedouros e bolsões 
para mitigar o escape de ração e alevinos e ou juvenis.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR76 77
Para otimizar o sucesso das vacinações, os progra-
mas podem ser combinados de acordo com a estratégia 
e o desafio sanitário de cada fazenda ou polo produtivo. 
A associação de vacinas de imersão em fases precoces, 
seguida da posterior utilização de vacina injetável como 
efeito “booster” e/ou reforço vacinal em fases mais avan-
çadas de produção, apresenta-se como um dos exem-
plos de programas combinados de vacinação. 
Um importante trabalho de monitoramento sanitá-
rio deve ser realizado pelos técnicos de campo a fim de 
assegurar o ótimo status de saúde dos peixes previamen-
te à vacinação. Para se alcançar uma robusta e consisten-
te resposta imunológica faz-se necessária a vacinação de 
lotes e populações de peixes saudáveis, inclusive livres de 
enfermidades subclínicas. Somada a essas ações, os for-
necedores de vacinas devem assegurar o abastecimento 
de produtos que ofereçam segurança e eficácia desejável 
seguindo as normativas governamentais.
PROGRAMAS DE 
IMUNOPROFILAXIA ATIVA
5.2.5
As vacinações representam, atualmente, um dos 
principais pilares de gestão sanitária nas diferentes ca-
deias de produção de proteínas animais, não sendo 
diferente na piscicultura intensiva. Os procedimentos 
de imunização têm se tornado também cada vez mais 
importantes para o sucesso dos empreendimentos aquí-
colas, refletindo-se positivamente em diversos aspectos 
produtivos e ambientais, tais como melhora de sobre-
vivência e produtividade dos sistemas, diminuição da 
pressão de patógenos no ambiente, melhoria do bem-
estar animal, diminuição do uso de antimicrobianos, 
elevação dos quesitos de segurança ambiental e alimen-
tar, bem como diminuição de lesões e descartede carca-
ça em frigoríficos.
Diversos fatores podem influenciar o máximo po-
tencial de um programa vacinal, seja este em pequena 
escala em uma fazenda isolada ou em grande escala em 
um polo produtivo (reservatório hidroelétrico) com-
partilhado por diversos produtores. Todos esses fatores 
em conjunto contribuem para expressar a máxima per-
formance desse importante manejo sanitário, como:
IDADE DOS ANIMAIS: 
UMA VEZ DEMONSTRADOS 
OS TESTES DE SEGURANÇA, AS 
VACINAS PODEM SER APLICADAS 
EM TODAS AS FASES DE VIDA DOS 
ANIMAIS DE ACORDO COM O 
PROGRAMA VACINAL DELINEADO
TIPOS DE VACINA: 
DIFERENTES APRESENTAÇÕES DE 
VACINAS SÃO DISPONIBILIZADAS 
AO MERCADO ATUALMENTE, COM 
DESTAQUE PARA AS VACINAS 
DE IMERSÃO, VACINAIS ORAIS E 
VACINAIS INJETÁVEIS
Vacinação injetável de Tilápia
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR78 79
CRIAÇÃO EM 
VIVEIROS ESCAVADOS 
E TANQUES ELEVADOS
5.3
A criação de peixes em viveiros escavados é predo-
minante entre as espécies nativas brasileiras, bem como 
na criação de tilápia no sul do Brasil, além de fazer cada 
vez mais parte da estratégia de setorização de fases jo-
vens para os produtores em tanques-rede, os quais vêm 
migrando para um modelo misto de produção (viveiro 
escavado, tanques elevados e tanques-rede). As orienta-
ções técnicas a seguir estão voltadas para sistemas con-
vencionais de produção de peixes em viveiros de terra, 
além de sistemas intensivos de produção desenvolvidos 
em terra (e não em tanques-rede). Para tanto, contare-
mos com as seguintes definições:
• Viveiros de terra: são estruturas construídas para 
a prática da piscicultura, nas quais os viveiros são con-
feccionados em terra, a partir do trabalho de máquinas. 
Os peixes são criados com a presença do solo natural e a 
produtividade primária é estimulada. No caso de peixes 
filtradores e onívoros, há aproveitamento do alimento 
natural, além da ração, que é utilizada. Podem ser abertos 
ou fechados (com recirculação e tratamento de água)
• Tanques elevados: são concebidos em tanques fa-
bricados com diferentes tipos de materiais e formatos, 
ou seja, há um revestimento que inibe o contato com a 
terra. Podem ser recobertos ou não por estufas, nas quais 
os peixes são cultivados em maior densidade, geralmente 
sem acesso ao alimento natural, e onde os resíduos, geral-
mente, são tratados e a água é reutilizada. Também po-
dem ser abertos, no caso de sistemas de fluxo contínuo
Dada as especificidades da criação de peixes em vi-
veiros escavados, bem como em tanques elevados aqui 
descritos, abordaremos nos itens a seguir as medidas 
de biosseguridade específicas a esse modelo de criação 
animal. Ressaltamos que muitas ações direcionadas ao 
controle da introdução e disseminação de patógenos 
são genéricas a todos os sistemas de criação de peixes, 
sendo estas abordadas no Item 4 deste documento.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR80 81
PROTOCOLO DE 
AVALIAÇÃO SANITÁRIA 
DE FORMAS JOVENS
5.3.1
Com o objetivo de estabelecer estratégia para realizar 
a avaliação clínico-sanitária de todos os lotes de formas 
jovens durante o procedimento de estocagem em vivei-
ros escavados, bem como em tanques elevados, preconi-
zamos o mesmo protocolo de avaliação descrito no Item 
5.2.1 para recepção de formas jovens em tanques-rede. 
No entanto, temos condições diferenciadas de criação 
animal após sua estocagem nos viveiros escavados, sendo 
essencial ao empreendimento aquícola adotar boas prá-
ticas de criação que assegurem adoção de fontes exclusi-
vas para abastecimentos de água, bem como para capta-
ção dos efluentes, projetadas de forma individualizadas 
a cada viveiro ou unidade produtiva, zelando pela não 
comunicação entre estas unidades. Com essa medida, 
evita-se a disseminação de patógenos entre diferentes 
unidades produtivas via transmissão hídrica. Da mesma 
forma, cuidados especiais devem ser atribuídos ao uso 
compartilhados de utensílios nessas unidades produti-
vas, uma vez que esses podem atuar como fômites para 
veiculação de patógenos entre diferentes viveiros.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR 81
SETORIZAÇÃO DA 
PRODUÇÃO
5.3.2
Para sistemas de criação de peixes em viveiros esca-
vados e/ou similares, podemos alcançar maior efetivi-
dade das ações de setorização. Diferentemente dos sis-
temas de criação em tanques-rede, os quais geralmente 
utilizam grandes corpos hídricos compartilhados entre 
vários centros de produção, para viveiros escavados e 
ou tanques elevados, a setorização sanitária de cada 
unidade de criação animal constitui-se de medidas 
fundamentais que fazem parte desde a implantação do 
empreendimento, a fim de proporcionar maior contro-
le sanitário do sistema produtivo. Dessa forma, aborda-
mos os cuidados que recomendamos em setorização 
conforme a fase de criação animal, como segue abaixo:
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR82 83
RECEPÇÃO DE ALEVINOS 
E IMPLANTAÇÃO DE 
VAZIO SANITÁRIO
Sabe-se que as formas jovens se constituem na fase 
de criação mais sensível do ciclo produtivo, sendo em 
sua maioria a fase que acumula maiores taxas de morta-
lidade. No entanto, como o valor monetário de formas 
jovens é menor em relação aos animais adultos, muitas 
vezes as perdas nessa etapa inicial não impactam for-
temente as receitas do empreendimento aquícola, ao 
passo que se torna um problema negligenciado. Casos 
excepcionais têm ocorrido com a introdução de novas 
doenças que são altamente impactantes para formas 
jovens (exemplo: ISKNV). Por esse motivo, torna-se 
essencial estabelecermos protocolos estruturados de 
forma adequada para esta fase de criação animal, bem 
como estabelecer gatilhos de monitoramento e comu-
nicação de problemas ao SVO (vide Item 4.6).
Para criações em viveiros escavados, bem como em 
tanques elevados, a setorização da produção é uma prática 
que se estabelece no projeto de implantação do empreen-
dimento. Cuidados especiais devem ser tomados para que 
não ocorra o uso compartilhado de utensílios (exemplos: 
puçás, redes de captura e tarrafas, entre outros itens) com 
as fases de crescimento e engorda. Da mesma forma, ao 
término do ciclo de criação de formas jovens e sua trans-
ferência para a fase seguinte de crescimento, torna-se 
essencial implantar o conceito de “all-in all-out”, que basi-
camente é o vazio sanitário, somado às ações de limpeza e 
desinfecção das unidades de criação animal que precedem 
a estocagem de novos lotes. Com essa medida, pode-se 
estabelecer uma quebra do ciclo de transmissão de patóge-
nos entre diferentes lotes que porventura sejam criados na 
mesma unidade produtiva, porém em diferentes tempos, 
zelando pela seguridade sanitária do centro de cultivo.
Aliado ao manejo de vazio sanitário é importante 
que os empreendimentos estabeleçam período míni-
mo de 3 a 7 dias, dependendo do tamanho da unidade 
produtiva, para que possa secar naturalmente o fundo 
dos viveiros de terra, permitindo a ação dos raios solares, 
que são essenciais para promover a oxidação da matéria 
orgânica e a desinfeção da camada superior de solo dos 
viveiros. Aliada à ação de secagem dos viveiros de ter-
ra, é importante que se estabeleça uma rotina anual de 
secagem e remoção dos sedimentos que se acumulam 
no fundo desses viveiros, sendo essencial para manter a 
qualidade de água e a seguridade sanitária para animais 
que serão produzidos nos ciclos seguintes.
Somado ao manejo de vazio sanitário, secagem e 
raspagem de viveiros escavados, cada empreendimento 
deve avaliar a necessidade de realização de calagem des-
sas unidades. Para tanto, recomendamos os protocolos 
descritos por Queiroz & Boeira (2006), os quais des-
crevem os critérios necessários para tomada de decisão 
para realização de protocolos de correção por meio de 
calagem dos viveiros escavados. Por outro lado, ressalta-
mos que para sistemas intensivos, os quais não possuem 
influência do sedimento e solo na criação animal, esse 
procedimento não se aplica.
Para centros de criaçãoque utilizam sistemas in-
tensivos de criação, por meio de tanques elevados e/ou 
geomembranas, o protocolo para vazio sanitário e de-
sinfecção das estruturas deve ser feito de forma diferen-
te em relação aos viveiros de terra. Para tanto, ao realizar 
as despescas das formas jovens (geralmente juvenis), o 
conceito “all-in all-out” também deve ser empregado. 
No entanto, diferentemente dos viveiros de terra, reco-
menda-se que sejam realizadas lavagem e desinfecção 
dessas unidades produtivas antes da estocagem de no-
vos lotes, sem a necessidade de um longo período para 
secagem e ação de raios solares. No procedimento de 
lavagem, recomenda-se o uso de detergentes biodegra-
dáveis para remoção do biofilme bacteriano e incrusta-
ções para que, em seguida, após o enxágue, seja aplicado 
desinfetante apropriado às instalações.
CLASSIFICAÇÃO E 
MANEJO DE VACINAÇÃO
Da mesma forma como realizado em criação de pei-
xes em tanques-rede, o manejo de classificação torna-se 
essencial para criação de peixes em viveiros escavados e 
sistemas intensivos. Geralmente, esse procedimento é 
realizado ao término da fase de alevinagem, a qual preci-
sa classificar as formas jovens até então obtidas para se-
rem transferidas para as fases de engorda e terminação. 
Para realização desse procedimento, devem ser adotadas 
medidas de Boas Práticas de Manejo, que zelem pelo 
bem-estar animal bem como pela saúde do plantel. Me-
didas adicionais, tais como utilização de equipamentos 
e utensílios exclusivos a esse procedimento, promovem 
maior seguridade sanitária do plantel.
Aliado ao manejo de classificação, o uso de ferra-
mentas para realizar a imunoprofilaxia ativa por meio 
de vacinação das formas jovens têm se tornado cada vez 
mais rotineiro, não somente para sistemas de criação em 
tanques-rede, mas também para criações em viveiros 
escavados e sistemas intensivos. Geralmente, o manejo 
de vacinação ocorre junto ao procedimento de classifi-
cação dos animais, sendo então os animais realocados 
para fases seguintes de produção.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR84 85
DESPESCA
Ao término do ciclo produtivo, é realizada a despes-
ca dos animais aptos ao processamento e à comercializa-
ção, da mesma forma como realizado em tanques-rede. 
No entanto, um ponto importante para se atentar a este 
procedimento é que seja feita a despesca total da unidade 
produtiva, implantando o vazio sanitário com limpeza e 
desinfecção logo após a retirada dos animais, com aplica-
ção de produtos, como cal virgem, cal hidratada ou cloro 
nas poças remanescentes da despesca, de forma que o 
viveiro esteja apto à estocagem de novos peixes. 
Para viveiros escavados especialmente, muitas vezes 
ocorre o uso compartilhado de redes de arrasto en-
tre diferentes propriedades. Esta prática é fortemente 
contraindicada, uma vez que dada a dificuldade em se 
efetivar um procedimento adequado de limpeza e de-
sinfecção desse utensílio o seu uso compartilhado pode 
caracterizar-se como potencial fômite na dispersão de 
agentes infecto parasitários, como por exemplo ovos 
e/ou cistos de parasitos, como Perulernaea gamitanae 
e Acanthocephala no cultivo de peixes redondos, entre 
outros patógenos.
Redes devidamente higienizadas para 
realização de despesca em pisciculturas
SEGURA, EFICAZ E COM 
LONGA DURAÇÃO DE IMUNIDADE
A proteção irretocável | Vacina para tilápias
 
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GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR86 87
fitoplâncton e zooplâncton e consequente estabiliza-
ção da qualidade de água previamente ao povoamento 
de animais. Contudo, essa prática não se aplica no caso 
de sistemas intensivos com recirculação de água que 
utilizam filtros externos e preconizam a manutenção 
de “água clara”. Além disso, como forma de promover 
melhor qualidade ambiental aos animais em criação, é 
altamente recomendável o uso de probióticos e biorre-
mediadores para a minimização do acúmulo de matéria 
orgânica no fundo dos viveiros e melhoria da qualidade 
de água e solo.
Da mesma forma, cada empreendimento aquícola 
deve planejar e implementar medidas para minimizar 
os impactos provocados pelos efluentes líquidos ao 
meio ambiente e à saúde pública, atendendo às condi-
cionantes do licenciamento ambiental. Para tanto, o 
cuidado especial deve ser atribuído ao tratamento de 
seus efluentes, por meio de filtração, decantação, uso de 
probióticos e biorremediadores. Quando identificadas 
CAPTAÇÃO DE 
ÁGUA E CONTROLE 
SOBRE EFLUENTES
5.3.3
Nos sistemas de produção que empregam a cap-
tação de águas de ambientes naturais (lagos, rios, 
represas, lençóis freáticos e mares), recomenda-se a 
instalação de filtros ou outras barreiras que impeçam 
a entrada de organismos indesejados na criação. Por 
outro lado, nos sistemas de produção que empregam 
a captação de água de poços artesianos profundos e 
regularizados, bem como de redes de distribuição, a 
desinfecção da água é recomendada apenas se forem 
identificados organismos que possam comprometer a 
saúde dos animais da produção.
Em adição, uma prática amplamente utilizada em 
viveiros escavados, especialmente na criação de espécies 
nativas, é a fertilização. Para tanto, devem ser emprega-
dos fertilizantes inorgânicos, visando à proliferação de 
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR 87
alterações nos parâmetros estabelecidos pelo Conselho 
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) Nº 357, 
somados aos índices de qualidade ambiental (IQA), re-
comenda-se suspender imediatamente o lançamento no 
corpo hídrico receptor até mitigar o impacto causado.
Para criação de animais aquáticos, torna-se essencial 
realizar as análises físico-químicas da água periódicas, de 
acordo com as condicionantes das Licenças Ambien-
tais de Operação de cada empreendimento e planos de 
monitoramento ambientais, entre outras normas vigen-
tes para cada unidade federativa, bem como da União. 
A realização do monitoramento regular da qualidade 
da água traz, ainda, grandes benefícios para tomada de 
decisão na operação, bem como promove a preservação 
de condições de qualidade ambiental necessárias para 
promover o bem-estar animal durante o ciclo produti-
vo, impactando as condições de saúde dos peixes, além 
de influenciar diretamente os índices zootécnicos dos 
animais em criação.
GUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BRGUIA BIOSSEGURIDADE PEIXE BR88 89
PROCEDIMENTO DE 
LIMPEZA E MANUTENÇÃO 
DE VIVEIROS
5.3.4
O procedimento de limpeza e desinfecção de vivei-
ros escavados deve ser ajustado de acordo com as carac-
terísticas utilizadas em cada ciclo de criação, uma vez 
que viveiros que adotam altas densidades de estocagem, 
necessariamente, requerem, a cada ciclo produtivo, a re-
alização de procedimentos de vazio sanitário, secagem 
e remoção de sedimentos. Por outro lado, para viveiros 
com baixa densidade de estocagem, aliados ao uso de 
produtos biológicos biorremediadores, não se requer 
tamanha frequência de remoção de sedimentos. Para to-
mada de decisão para realização desses procedimentos, 
entre outros fatores produtivos, deve ser considerado o 
histórico sanitário do último lote de peixes produzidos, 
sendo altamente recomendado em casos de registro de 
problemas sanitários.
Na Figura 7, pode-se notar a sequência de ações ado-
tadas para realização desse procedimento de limpeza e 
desinfecção em viveiros escavados. Inicialmente, logo 
após a despesca dos animais nota-se grande quantida-
de de lama e sedimento acumulado (Figura 7a), que a 
partir da ação de raios solares alcança a secagem (Figu-
ra 7b), que por sua vez facilita o processo de raspagem 
manual do sedimento acumulado no fundo (Figura 
7c). Esse procedimento de raspagem pode ser realizado 
com o uso de diferentes ferramentas, bem como com o 
uso de máquinas em viveiros de maior dimensão. É

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