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Caso 02

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AO JUÍZO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE LUZIÂNIA-GO. 
 
Cloroquina, nacionalidade, estado civil, profissão, RG n. 
XX, CPF n. XXX, nome dos pais, residente e domiciliada XXX, CEP n. XXX, endereço eletrônico, 
e Ivermectina, nacionalidade, estado civil, profissão, RG n. XX, CPF n. XXX, nome dos pais, 
residente e domiciliada XXX, CEP n. XXX, endereço eletrônico, vem, diante de Vossa Excelência, 
por intermédio do Núcleo de Prática Jurídica do Centro Universitário de Desenvolvimento 
do Centro-Oeste (NPJ/UNIDESC)(procuração anexa), localizado na BR-040, KM 16, CEP n. 
72.852-560, e por seus advogados adiante assinados, nos termos da Lei de Família, propor 
 
AÇÃO DE HABILITAÇÃO P/ CASAMENTO CIVIL HOMOAFETIVO 
 
em desfavor do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais da Comarca de Cidade da 
Luziânia-GO, CNPJ XXX, localizado XXX, CEP n. XXX, com base nos fatos e fundamentos que 
passa a expor. 
 
1. Preliminares de Mérito 
1.1 Justiça Gratuita - Art. 5º, LXXIV, CF c/c Arts. 98 e 99, CPC 
Cumpre destacar que as requerentes não possui condições de arcar com os custos do processo sem 
prejuízo do seus sustento, conforme declaração de hipossuficiência. 
Nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal de 1988, combinado com os 
artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil, as requerentes alegam preencherem os requisitos 
objetivos para gozar das benesses da gratuidade da justiça, uma vez que NÃO possui suficiência de 
recursos para arcar com as custas e as despesas processuais. 
1.2 Da autenticidade dos documentos digitalizados - Art. 425, VI, CPC 
Vale ressaltar, que está sendo juntado documentos datados e assinados digitalmente, pertinentes ao 
caso em analise, e que serão, disponibilizados à parte ré, via homologação judicial. 
Nos termos do termos do Art. 425, inc. IV do CPC/2015, os documentos apresentados no 
presente processo são autênticos, assumindo o mesmo poder de prova que os originais. 
 
 
1.3 Da vinculação do signatário ao sistema informatizado - Art. 270, caput, CPC 
Está sendo informado nos autos os endereços eletrônicos (e-mails) ativos, das autoras e do seus 
advogados, observando que as eventuais intimações pessoais que se fizerem necessárias serão 
realizadas por este meio. 
De acordo com lei processual civil que definiu categoricamente que as intimações deverão ser 
realizadas preferencialmente pelo meio eletrônico, conforme o artigo 270, caput, do CPC. 
1.4 Da audiência de conciliação e mediação - Arts. 319, VII e 334, CPC 
As requerentes estão dispostas a ouvir a parte ré, desta forma, estão abertas a outros métodos de 
solução consensual de conflitos, para resolver amigavelmente o caso em concreto. 
Portanto as requerentes mostram interesse pela realização da audiência preliminar, de acordo com o 
artigo 319, VII e 334, CPC 
1.5 Do prazo em dobro em benefício do NPJ - Arts. 186, § 3º, CPC 
Por oportuno, é válido esclarecer que, por se tratar de partes representadas judicialmente por 
Núcleo de Pratica Jurídica (NPJ), possui as prerrogativas do prazo em dobro. 
Após o advento do Código de Processo Civil de 2015, os núcleos de práticas jurídicas passaram a 
gozar da mesma prerrogativa, conferida à Defensoria Pública, de vista pessoal para todas as suas 
manifestações processuais, conforme previsão contida no artigo 186, § 3º do CPC/2015. 
2. Do Mérito 
2.1 Dos Fatos 
 
Cloroquina e Ivermectina contraíram relacionamento de 
namoro desde meados de julho de 2007, após 10(dez) anos de união resolveram consolidar seus 
laços afetivos através do casamento. 
 Sendo assim, no ano de 2015 as requerentes fizeram 
pedido de habilitação para casamento perante o Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais 
da Comarca de cidade de Luziânia-GO e levaram consigo todos os documentos pertinentes. 
Ressalte-se que na ocasião, apresentaram também 
declaração de pobreza alegando que não tinham condições econômicas para arcar com os custos da 
celebração do casamento e pediram a gratuidade do ato, requerendo para que a solenidade fosse 
celebrada no salão de festas "Palácio da Profilaxia”. 
Acontece que, o Oficial Registrador negou-se a celebrar o 
casamento sob o fundamento que o STF reconhecia apenas a união estável homoafetiva, e que não 
há lei que regulamenta sobre Casamento Civil Homoafetivo, razão pela qual se recusou-se a 
realizar o casamento das nubentes. 
Diante do exposto, não restou alternativa para as nubentes 
senão socorrer-se ao judiciário para garantir a observação do seus direitos. 
 
2.2 Do reconhecimento do casamento civil homoafetivo 
Cumpre destacar que o constituição prevê três 
enquadramento de família quando decorrido de casamento, a família formada por união estável 
entre homem e mulher e a entidade familiar monoparental (quando acontece de apenas um dos 
cônjuges ficar com os filhos). 
Em maio de 2011 o Supremo Tribunal Federal declarou 
constitucional a equiparação da união estável entre pessoas do mesmo sexo às uniões 
heterossexuais, passando-se a considerar a quarta forma de família, com todos os seus efeitos 
jurídicos.( ADP 132 e da ADIN 4277) 
Vale ressaltar, que depois de 5(cinco) meses o Superior 
Tribunal de Justiça decidiu, que um casal gay também teria o direito de se casar, autorizando o 
casamento entre pessoas do mesmo sexo (Resp. 1.183.348). 
Neste sentindo, a jurisprudência afirmou-se no seguinte 
entendimento: 
[...]se é verdade que o casamento civil é a forma pela qual o Estado melhor protege a 
família, e sendo múltiplos os"arranjos familiares reconhecidos pela Carta Magna, 
não há de ser negada essa via a nenhuma família que por ela optar, 
independentemente de orientação sexual dos partícipes, uma vez que as famílias 
constituídas por pares homoafetivos possuem os mesmos núcleos axiológicos 
daquelas constituídas por casais heteroafetivos, quais sejam, a dignidade das pessoas 
de seus membros e o afeto. [...] Os arts. 1514, 1.521, 1.523, 1.535 e 1.565, todos do 
Código Civil de 2002, não vedam expressamente o casamento entre pessoas do mesmo 
sexo, e não há como se enxergar uma vedação implícita ao casamento homoafetivo sem 
afronta a caros princípios constitucionais, como o da igualdade, o da não 
discriminação, o da dignidade da pessoa humana e os do pluralismo e livre 
planejamento familiar [...](RESP 1183378/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, 
QUARTA TURMA, j. 25/10/2011). Modificado. 
 
Após estes entendimentos o presidente do STF e do 
Conselho Nacional de Justiça, o ministro Joaquim Barbosa propôs a Resolução 175/2013, que 
determina aos cartórios de todo o país que convertam a união estável homoafetiva em casamento 
civil. 
A Resolução 175/2013 estabelece que “é vedada às 
autoridades competentes” a recusa em celebrar casamento civil ou em converter união 
estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em caso de o cartório deixar de cumprir o 
que dispõe a norma, caberão providências pelo devido juiz corregedor. 
Diante do exposto, com base na Resolução 175/2013 e do 
artigo 5º, inciso LXXI, CF/88 (princípios constitucionais), requer-se que o Cartório de Registro 
Civil de Pessoas Naturais da Comarca de cidade de Luziânia-GO celebre o casamento das 
nubentes. 
 
3. Dos Pedidos 
Ex positis, requer-se 
1. Diante do exposto, com base no artigo 5º, inciso LXXIV 
da Constituição Federal de 1988, combinado com os artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil, 
requer-se que esse Juízo agracie as partes requerentes com as benesses da assistência jurídica 
integral e gratuita (vide declaração e tabela de gastos anexas). 
2. Diante disso, de acordo com o artigo 1512, §1º do 
Código Civil, requer-se também que esse Juízo agracie as nubentes com o benéfico da celebração 
gratuita do casamento, pois restou cumprido que as mesmas enquadram-se no requisito da 
legalidade (declaração de pobreza anexa). 
3. De acordo com o artigo Art. 425, inc. IV do CPC/2015, 
requer-se a este Juízo que, os documentosexibidos pelas partes autoras em documento assinado 
digitalmente pelo advogado, tenha a mesma validade probatória que os originais (declaração de 
autenticidade anexada). 
4. Tendo em vista o disposto no artigo 270, caput, CPC, 
requer-se ao Juízo que, as intimações e publicações sejam realizadas exclusivamente em nome dos 
advogados do NPJ/UNIDESC, sob pena de nulidade. 
5. As requerentes tem interesse na designação de audiência 
de mediação, por isso, requer a este Juízo a citação do réu para comparecimento à audiência de 
medição, conforme reza o art. 339, VII, do Código de Processo Civil 
6. A citação da requerida, acima descrito, para que 
compareça em audiência a ser designada por este Juízo, sob pena de confissão quanto a matéria de 
fato, podendo contestar dentro do prazo legal sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia, nos 
moldes do art. 344 do CPC. 
7. Conforme o artigo 186, § 3º,do CPC, venho requerer o 
prazo em dobro para suas manifestações, que se inicia a partir da intimação pessoal do defensor. 
8. Requer, ainda provar o alegado, por todos os meios de 
provas em direito admissível. 
9. Seja condenado o requerido ao pagamento das custas 
processuais e honorários advocatícios, nos moldes do art. 546 do CPC/2015. 
10. Por fim, com base na Resolução 175/2013 e nos 
princípios constitucionais da liberdade, dignidade e igualdade, requer-se que o Cartório de Registro 
Civil de Pessoas Naturais da Comarca de cidade de Luziânia-GO designe um Oficial Registrador 
para celebrar o casamento das nubentes no salão de festas "Palácio da Profilaxia", no dia e hora a 
ser escolhido pelas partes, de acordo com a disponibilidade do celebrante. 
 
Dá-se á causa o valor de R$ XXX. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local e data. 
Nome e assinatura do advogado 
Nº da OAB

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