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Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital Autores: Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 1 de Fevereiro de 2021 1 190 Salário de contribuição. Conceito. Parcelas integrantes e parcelas não-integrantes. Limites mínimo e máximo. Proporcionalidade. Reajustamento. 1. SUMÁRIO 1. Sumário ............................................................................................................. 1 2. Introdução ......................................................................................................... 5 3. Salário de Contribuição ...................................................................................... 6 3.1. Introdução ................................................................................................................... 6 3.2. Salário de Contribuição x Remuneração .................................................................... 7 3.3. Conceito de Salário de Contribuição - Segurado Empregado e Trabalhador Avulso ........................................................................................................................................... 7 3.3.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado e Trabalhador Avulso ......................... 10 3.4. Conceito de Salário de Contribuição - Segurado Empregado Doméstico .............. 12 3.4.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado Doméstico .......................................... 12 3.5.1. Limites do Salário de Contribuição - Segurado Contribuinte Individual ........................................... 13 3.6. Conceito de Salário de Contribuição - Segurado Facultativo .................................. 14 3.6.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Facultativo ............................................................. 14 3.7. Reajustamento .......................................................................................................... 17 3.8. Pagamento “Pelo Trabalho” x Pagamento “Para o Trabalho” ................................ 18 3.9. Indenização e Ressarcimento ................................................................................... 19 Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 2 190 3.10. Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição ................................................... 20 3.10.1. Salário ........................................................................................................................................... 20 3.10.2. Salário Maternidade ...................................................................................................................... 21 3.10.3. Férias Gozadas .............................................................................................................................. 23 3.10.4. Décimo Terceiro Salário (13º Salário) ............................................................................................. 24 3.10.5. Horas Extras .................................................................................................................................. 26 3.10.6. Gorjetas ......................................................................................................................................... 26 3.10.7. Comissões e Percentagens ............................................................................................................ 28 3.10.8. Salário pago sob a forma de utilidades ......................................................................................... 28 3.10.9. Remuneração do aposentado que volta a trabalhar ...................................................................... 30 3.10.10. Gratificações Ajustadas ou Habituais ........................................................................................... 31 3.10.11. Quebra de Caixa ......................................................................................................................... 31 3.10.12. Adicional por tempo de serviço ................................................................................................... 32 3.10.13. Adicionais de Insalubridade, Periculosidade e Noturno ............................................................... 33 3.10.14. Adicional de Transferência .......................................................................................................... 34 3.10.15. Aviso-Prévio................................................................................................................................. 35 3.10.16. Repouso Semanal Remunerado ................................................................................................... 37 3.10.17. Auxílio-Moradia ........................................................................................................................... 38 3.10.18. Licença Casamento ...................................................................................................................... 39 3.10.19. Licença para Prestação de Serviço Eleitoral ................................................................................. 40 3.10.20. Salário Paternidade ..................................................................................................................... 41 3.10.21. Valor da Compensação Pecuniária a ser paga no âmbito do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) .......................................................................................................................................................... 42 3.10.22. Seguro Desemprego ................................................................................................................... 42 3.10.23. Hora Repouso Alimentação ......................................................................................................... 43 3.11. Parcelas Não Integrantes do Salário de Contribuição ........................................... 45 Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 3 190 3.11.1. Os Benefícios da Previdência Social, nos termos e limites legais, salvo o Salário-Maternidade e o seguro desemprego. ................................................................................................................................. 46 3.11.2. As Ajudas de Custo e o Adicional Mensal recebidos pelo aeronauta ............................................ 48 3.11.3. A parcela "in natura" recebida de acordo com os Programas de Alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei 6.321/76 ............................................ 49 3.11.4. As importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias ......................................................... 50 3.11.5. Indenização de 40% do montante depositado no FGTS, por demissão sem justa causa ............... 53 3.11.6. Indenização por despedida sem justa causa nos contratos por prazo determinado ...................... 53 3.11.7. Indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do contrato .............. 53 3.11.8. Incentivo a demissão ou plano de demissão voluntária (PDV) ....................................................... 54 3.11.9. Abono de Férias ............................................................................................................................ 54 3.11.10. Ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário, por força de lei .......... 55 3.11.11. Licença-prêmio indenizada.......................................................................................................... 56 3.11.12. Indenização por dispensa sem justa causa, no período de 30 dias que antecede a correção salarial ....................................................................................................................................................... 56 3.11.13. A parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria ........................... 57 3.11.14. A ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT................................................................. 60 3.11.15. As diárias para viagem ................................................................................................................. 60 3.11.16. A importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da lei .............................................................................................................................. 62 3.11.17. A Participação nos Lucros ou Resultados da empresa - PLR, quando paga ou creditada de acordo com lei específica. ..................................................................................................................................... 63 3.11.18. O abono do Programa de Integração Social - PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público - PASEP ........................................................................................................................................ 65 3.11.19. Transporte, alimentação e habitação ........................................................................................... 65 3.11.20. A importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa .................................... 66 3.11.21. Previdência Complementar ......................................................................................................... 66 Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 4 190 3.11.22. Assistência médica, odontológica e reembolso de despesas médico-hospitalares ...................... 67 3.11.23. O valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços ............................. 68 3.11.24. Ressarcimento de despesas ......................................................................................................... 69 3.11.25. Plano educacional ........................................................................................................................ 70 3.11.26. Os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais .......................................... 70 3.11.27. Valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão de contrato de trabalho ............................................................... 71 3.11.28. O valor correspondente ao vale-cultura....................................................................................... 71 3.11.29. Prêmios e Abonos ....................................................................................................................... 72 3.11.30. Seguro de Vida em Grupo ........................................................................................................... 75 3.11.31. Valor Dispendido com Ministro de Confissão Religiosa e Membro de Instituto de Vida Consagrada, de Congregação ou Ordem Religiosa .................................................................................. 75 3.11.32. Indenizações Previstas nos arts. 496 e 997 da CLT. ..................................................................... 75 3.12. Divergência entre Lei e Jurisprudência .................................................................. 83 3.12.1. Pagamento relativo aos 15 primeiros dias de afastamento do empregado por motivo de doença ou acidente de trabalho ............................................................................................................................ 83 3.12.2. Terço Constitucional de Férias Gozadas (1/3 de Férias Gozadas) .................................................. 84 3.12.3. Aviso Prévio Indenizado ................................................................................................................ 86 3.13. Pagamento em Desacordo com a Legislação ........................................................ 87 3.14. Proporcionalidade do Salário de Contribuição ...................................................... 88 4. Resumo da Aula ............................................................................................. 110 5. Questões Comentadas ................................................................................... 115 5.1 . Lista das Questões ................................................................................................. 170 6. Gabarito Geral ............................................................................................... 187 7. Questionário de Revisão ................................................................................ 188 Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 5 190 7.1. Respostas Comentadas do Questionário de Revisão ............................................ 188 8. Considerações Finais da Aula ......................................................................... 190 2. INTRODUÇÃO Olá meus amigos e minhas amigas! Sejam todos muito bem-vindos a mais uma aula do nosso curso de Direito Previdenciário. Vamos nos manter focados em nosso propósito, continuando a correta preparação até o grande dia da sua aprovação. Não se esqueçam que não estamos em busca apenas de conhecimento. Temos que buscar nossa preparação, por meio da soma de várias etapas, dentre as quais se destacam o conhecimento, aprofundamento do conhecimento, retenção, fixação e treino... Para direito previdenciário, também considero imprescindível a leitura dos artigos da lei e atualização jurisprudencial. Em nossa aula de hoje estudaremos exaustivamente textos de lei e jurisprudência, de maneira estruturada e diagramada, para tornar o estudo mais agradável e a retenção mais efetiva. Nesta importantíssima aula vamos estudar salário de contribuição, com seu conceito, parcelas integrantes e parcelas não-integrantes, limites mínimos e máximos, proporcionalidade e reajustamento. Os assuntos desta aula são alguns dos mais cobrados em provas de direito previdenciário. Assim sendo, faça o melhor estudo que puder. Não esqueça de usar várias cores de grifa- texto para as devidas marcações no material, já pensando nas principais palavras-chave e preparando o PDF para as futuras revisões. Mantenha o pensamento focado no objetivo e não desistam dos seus sonhos. Todo esforço sempre foi, sempre é, e sempre será recompensado... Que Deus os abençoe e consolide o aprendizado de hoje. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 6 190 3. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 3.1. INTRODUÇÃO Trata-se de um conceito previdenciário, destinado a identificar quais parcelas recebidas pelo segurado sofrerão ou não a incidência da contribuição previdenciária. Podemos afirmar, portanto, que o salário de contribuição é,em regra, a base de cálculo utilizada para se calcular o valor da contribuição devida pelo trabalhador, destinada à Previdência Social. Essa regra não é absoluta, pois no caso do segurado especial a base de cálculo é a receita bruta da comercialização de sua produção rural, e não seu salário de contribuição. O salário de contribuição, contudo, não deve ser confundido com a remuneração do segurado, pois, em relação ao salário de contribuição, deve ser observado os limites mínimo e máximo previstos em lei. Podemos afirmar, portanto, que a remuneração (sem limites mínimo e máximo) é, em regra, a base de cálculo da contribuição previdenciária das empresas. Por outro lado, o salário de contribuição é, em regra, a base de cálculo da contribuição dos segurados (exceto segurado especial). Observação 1: O segurado especial, em regra, não contribui sobre seu salário de contribuição. Sua contribuição será sobre a receita bruta da comercialização da sua produção rural. No entanto, como já estudado, o segurado especial poderá recolher facultativamente uma contribuição de 20% sobre seu salário de contribuição (além da contribuição obrigatória sobre a receita bruta da comercialização de sua produção rural). Neste caso, o salário de contribuição do segurado especial será o valor por ele declarado, observados os limites mínimos e máximo. Observação 2: A base de cálculo da contribuição do empregador doméstico é o salário de contribuição do empregado doméstico a seu serviço, respeitando, portanto, os limites mínimo e máximo. (não é a remuneração total do empregado) Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 7 190 3.2. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO X REMUNERAÇÃO Como já alertado, não devemos confundir os conceitos previdenciário de salário de contribuição com remuneração. Em regra, a base de cálculo das contribuições previdenciárias das empresas é a remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores a seu serviço, em retribuição pelo trabalho prestado, não se sujeitando a qualquer limite mínimo ou máximo. Por sua vez, o salário de contribuição tem limite mínimo e máximo. Outrossim, o salário de contribuição não é utilizado como base de cálculo da contribuição da empresa, mas tão somente para cálculo das contribuições dos segurados e dos empregadores domésticos. Em exceção a esta regra, temos o segurado especial, cuja base de cálculo é a receita bruta da comercialização de sua produção rural, e não seu salário de contribuição. Apesar das noções introdutórias acerca do salário de contribuição, temos um conceito mais específico para cada tipo de segurado e para o empregador doméstico, conforme estudaremos a seguir. 3.3. CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO EMPREGADO E TRABALHADOR AVULSO Nos termos do art. 28, inciso I, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, para o empregado e trabalhador avulso: Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 8 190 Lei 8.212/91. Art. 28. (...) I - a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: (FCC - Juiz do Trabalho - TRT 6ª Região – 2013) Exclusivamente para os casos do segurado empregado e do segurado trabalhador avulso, o salário-de- contribuição é a remuneração auferida em: a) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir apenas o trabalho sem vínculo empregatício, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos eventuais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 9 190 b) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos ou creditados a qualquer título, durante a quinzena, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos eventuais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. c) uma empresa, assim entendida a totalidade dos rendimentos devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir apenas o trabalho com vínculo empregatício, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. d) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho e o capital investido, quaisquer que sejam as suas formas, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. e) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. COMENTÁRIOS: Para resolver essa questão, apesar das assertivas serem muito grandes, basta uma leitura atenta às alternativas e ter observado o comando da questão. Do ponto de vista de conhecimento de leis, bastaria lembrar de um único inciso (o primeiro, que por sinal é muito importante para o nosso estudo), do Art. 28, Lei 8.212/91. Vejamos o que ele nos diz: Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposiçãodo empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; Sendo assim, podemos concluir que a assertiva “E” é a correta. Apesar de serem assertivas grandes, a questão é simples, pois a assertiva trata da literalidade da lei. Como dissemos, com uma leitura atenta, o candidato preparado resolve. Portanto, não se assuste com questões longas na hora da prova. Ser longa, não necessariamente significa que a questão é difícil. Gabarito: E. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 10 190 3.3.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado e Trabalhador Avulso Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado empregado e trabalhador avulso encontram-se abaixo discriminado: Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de R$ 6.101,06. Limite Mínimo: É o piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, o salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: (CESPE - Técnico do Seguro Social – 2016). No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada. Zilda mantém vínculo empregatício com a empresa Y e com a empresa Z, das quais recebe remuneração mensal equivalente a dois e três salários mínimos, respectivamente. Nessa situação, a contribuição previdenciária de Zilda deverá incidir sobre os valores recebidos de ambos os empregos. ( ) Certo ( ) Errado Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 11 190 COMENTÁRIOS: O salário de contribuição é detalhado pelo art. 28 da LOCSS — Lei 8.212/91, por isso vamos recorrer a ele para responder a esta questão. Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Destaques Nossos). Lembrando que salário de contribuição é diferente do salário do segurado, este é um dos componentes daquele. Lembremos ainda que, no caso de a soma dos dois salários ultrapassar o teto do salário de contribuição, a parte que exceder será desconsiderada para efeito de cálculo do SC. Como podemos analisar a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. (CESPE - Procurador do Estado do Piauí – 2014). (QUESTÃO ADAPTADA). Em relação ao salário de contribuição, julgue o item a seguir: O salário de contribuição de empregado que, vinculado ao RGPS, integre categoria cuja remuneração mensal mínima seja fixada em R$ 1.800,00 por acordo coletivo é o salário mínimo. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Esta questão foi bem elaborada. As normas do salário de contribuição estão em grande parte no Art. 28 da Lei 8212/91, por isso vamos ver o que diz a lei: Lei 8212/91. Art. 28. §3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. (Destaques Nossos). Sendo assim podemos concluir que, para o segurado empregado, o salário mínimo apenas é considerado quando inexiste piso salarial da categoria. Portanto a assertiva é falsa. Gabarito: ERRADA. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 12 190 3.4. CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO EMPREGADO DOMÉSTICO Nos termos do art. 28, inciso II, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, para o empregado doméstico: Art. 28. (...) II - a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da remuneração. 3.4.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado Doméstico Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado empregado doméstico encontram-se abaixo discriminado: Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de R$ 6.101,06. Limite Mínimo: É o piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 13 190 3.5. Conceito de Salário de Contribuição - Segurado Contribuinte Individual Nos termos do art. 28, inciso III, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, para o contribuinte individual: Art. 28. (...) III - a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês. 3.5.1. Limites do Salário de Contribuição - Segurado Contribuinte Individual Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado contribuinte individual encontram-se abaixo discriminado: Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de R$ 6.101,06. Limite Mínimo: É o salário mínimo, tomado no seu valor mensal. *ATENÇÃO: O limite mínimo do salário de contribuição para o contribuinte individual é apenas o salário mínimo no seu valor mensal, independentemente de quantos dias tenha trabalhado no mês. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 14 190 3.6. CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO FACULTATIVO Nos termos do art. 28, inciso IV, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, para o segurado facultativo: Art. 28 (...) IV - “o valor por ele declarado”. 3.6.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Facultativo Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado facultativo encontram-se abaixo discriminado: Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de R$ 6.101,06. Limite Mínimo: É o salário mínimo, tomado no seu valor mensal. ATENÇÃO: O limite mínimo do salário de contribuição para o segurado facultativo, assim como ocorre com o contribuinte individual, é apenas o salário mínimo no seu valor mensal. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) -Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 15 190 Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: (CESPE - Técnico do Seguro Social – 2016) No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada. Gustavo inscreveu-se na previdência social na condição de segurado facultativo. Nessa situação, o salário- de-contribuição de Gustavo deverá variar entre um salário mínimo e o teto máximo fixado em portaria interministerial. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: De fato, é assim que funciona. Para responder a esta questão iremos recorrer ao art. 214 do RPS — Decreto 3.048/99, pois lá estão listadas as parcelas integrantes e não integrantes do salário de contribuição, além de estar conceituado o salário de contribuição de cada categoria de segurado. Art. 214. Entende-se por salário-de-contribuição: (...) VI - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observados os limites a que se referem os § 3º e §5º (...) § 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde: I - para os segurados contribuinte individual e facultativo, ao salário mínimo; (...) § 5º O valor do limite máximo do salário-de-contribuição será publicado mediante portaria do Ministério da Previdência e Assistência Social, sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios. (Destaques Nossos). Obs: Atualmente a citada portaria é publicada pelo Ministério da Economia. Gabarito: CERTA. (FCC - Procurador do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro – 2015) Quanto ao custeio da Seguridade Social, conforme normas constitucionais e da legislação aplicável à matéria, é correto afirmar: a) As contribuições sociais sempre incidirão sobre aposentadoria e pensão, do trabalhador e dos demais segurados, concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social. b) O salário de contribuição se confunde com o valor da contribuição recolhida à Previdência Social. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 16 190 c) Entende-se por salário de contribuição o valor base sobre o qual será determinada a contribuição a ser recolhida; para o empregado doméstico será a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social. d) O salário de benefício é sinônimo de salário de contribuição, possuindo assim mesma natureza jurídica e destinação. e) Não há previsão legal para fixação de limites mínimo e máximo para o salário de contribuição. COMENTÁRIOS: Essa questão exige seus conhecimentos sobre a Lei 8.212/91. Vamos às assertivas: a) As contribuições sociais sempre incidirão sobre aposentadoria e pensão, do trabalhador e dos demais segurados, concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social. Incorreta, conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91, salário maternidade é o único benefício previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a incidência de contribuição: Art. 28. Da Lei 8.212/91.(...) § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade;(...) b) O salário de contribuição se confunde com o valor da contribuição recolhida à Previdência Social. Incorreto. São coisas diferentes. O salário de contribuição é, em regra, a base de cálculo da contribuição dos segurados, mas não o valor da contribuição em si. Revisitemos a definição do salário de contribuição, conforme o Art. 28. Da Lei 8.212/91: Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da remuneração; III - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere o § 5o; IV - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo a que se refere o § 5o. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 17 190 c) Entende-se por salário de contribuição o valor base sobre o qual será determinada a contribuição a ser recolhida; para o empregado doméstico será a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social. Correta, conforme podemos verificar no Art. 28, da Lei 8.212/91, em seu inciso II, abaixo transcrito: Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:(...) II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da remuneração; (Destaques nossos). d) O salário de benefício é sinônimo de salário de contribuição, possuindo assim mesma natureza jurídica e destinação. Incorreta, pois o salário de contribuição, como dissemos, é base de cálculo par o valor a ser recolhido (pago) como contribuição, já o salário de benefício, como estudaremos adiante, guarda relação com o valor do benefício previdenciário (a ser recebido). e) Não há previsão legal para fixação de limites mínimo e máximo para o salário de contribuição. Incorreta. O salário de contribuição possui limite máximo (teto) e também limite mínimo. O valor máximo é reajustado anualmente. Para este último caso, por exemplo, podemos citar o art. 28 da Lei 8.212/91: Art. 28.(...) § 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. Gabarito: C. 3.7. REAJUSTAMENTO Nos termos do art. 28, § 5º, da Lei n 8.212/91, o limite máximo do salário de contribuição será reajustado na mesma época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social. No ano de 2020, o reajustamento do limite máximo do salário de contribuição ocorreu por meio da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 13/jan/2020, publicada no Diário Oficial de 14/01/2020, que reajustou em 4,48%, a partir de 1º de janeiro de 2020, os benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), bem como os valores da Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 18 190 Tabela de Salários de Contribuição aplicável aos segurados empregados, domésticos e trabalhadores avulsos. Os valores foram atualizados segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 3.8. PAGAMENTO “PELO TRABALHO” X PAGAMENTO “PARA O TRABALHO” Integram o salário de contribuiçãoas parcelas remuneratórias, ou seja, aquelas compreendidas no conceito de remuneração e pagas ao trabalhador em retribuição ao serviço prestado. Tais parcelas são pagas PELO TRABALHO (destinadas a retribuir o trabalho), representando um acréscimo ao patrimônio do trabalhador. O art. 457 da CLT dispõe, acerca da remuneração, que a mesma é composta pelo salário mais as gorjetas, senão vejamos: “Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.” Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 19 190 Por outro lado, temos parcelas recebidas pelo trabalhador com o objetivo de dar condições ou facilitar a execução do trabalho, ou a ressarcir um valor que o empregado tenha tido que desembolsar em razão da sua atividade. Neste caso, dizemos que tais valores foram pagos PARA O TRABALHO, sem representar um acréscimo patrimonial. Assim sendo, não deverão integrar o salário de contribuição. Em regra, os valores pagos, visando uma indenização ou ressarcimento do trabalhador, não são considerados como parcelas integrantes do salário de contribuição. Importante destacar que, apesar de remuneração e de salário de contribuição ter conceitos diferentes dentro do direito previdenciário, as parcelas que não integram o salário de contribuição não integrarão, também, a remuneração. 3.9. INDENIZAÇÃO E RESSARCIMENTO Para melhor compreensão do assunto, vamos conceituar indenização e ressarcimento: Indenização: destina-se a reparar um dano, não integrando o salário de contribuição. Ressarcimento: é o reembolso de despesas pagas pelo trabalhador, quando executa alguma atividade de interesse do empregador, não integrando, também, o salário de contribuição. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 20 190 3.10. PARCELAS INTEGRANTES DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO As parcelas integrantes do salário de contribuição são estudadas de forma exemplificativa, pois a legislação previdenciária relaciona de forma exaustiva em seu texto, tão somente, as parcelas não integrantes do salário de contribuição. Assim sendo, podemos concluir que, em regra, todas as parcelas cuja legislação previdenciária não afaste expressamente do campo de incidência e se enquadrem no conceito de remuneração (direta ou indireta), serão consideradas parcelas integrantes do salário de contribuição e, consequentemente, estarão no campo de exigência tributária. Para efeito de prova, segue relação com as principais parcelas que integram o salário de contribuição: 3.10.1. Salário Assim dispõe o § 1º do art. 457 da CLT acerca do salário: “Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.” Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 21 190 Além do salário, também integram o salário de contribuição o saldo de salário pagos na rescisão do contrato de trabalho, pois são pagos pelos dias trabalhados pelo empregado no mês da rescisão. Desta forma, incidirá contribuição previdenciária sobre o salário e respectivo saldo pago na rescisão. 3.10.2. Salário Maternidade Assim dispõe o § 2º do art. 28 da Lei nº 8.212/91: “O salário-maternidade é considerado salário de contribuição”. Salário-maternidade é um benefício previdenciário devido à segurada em função de: • Parto; • Adoção; • Guarda judicial para fins de adoção; ou • Aborto não criminoso IMPORTANTE: o salário-maternidade é o único dos benefícios devidos pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que integra o salário de contribuição. Ademais, o STJ, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, realizado em 26/02/2014, decidiu pela incidência de contribuição previdenciária sobre salário-maternidade. Tal decisão deverá ser observada pelas instâncias inferiores. Além da incidência de contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade, incidirá também contribuição sobre os 60 dias de prorrogação da licença-maternidade, concedido nos termos do Programa Empresa Cidadã, instituído pela Lei 11.770/2008, uma vez que, durante este período, a empregada terá direito a sua remuneração integral paga pela empresa. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 22 190 Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: (CESPE - Técnico do Seguro Social – 2016). No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada. Bruna, empregada da empresa Vargas & Vargas Cia. Ltda., entrou em gozo de licença-maternidade. Nessa situação, haverá incidência da contribuição previdenciária sobre o valor recebido por Bruna a título de salário-maternidade. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91, salário maternidade é o único benefício previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a incidência de contribuição: Art. 28. Da Lei 8.212/91. § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade; Portanto assertiva correta. Gabarito: CERTA. (CESPE - Advogado da União – AGU - 2015). Acerca do RGPS, julgue o item subsequente. Conforme entendimento do STF, não há incidência de contribuição previdenciária nos benefícios do RGPS, incluído o salário-maternidade. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91, salário maternidade é o único benefício previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a incidência de contribuição: Art. 28. Da Lei 8.212/91. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 23 190 § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade; Observação: Tampouco há jurisprudência no sentido de que não há incidência de contribuição previdenciária sobre o salário maternidade. Portanto assertiva falsa. Gabarito: ERRADA. (CESPE - Auditor de Controle Externo – TC/ DF – 2014). No que se refere ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), julgue o item seguinte. Não é considerado salário de contribuição o salário-maternidade. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Podemos encontrar a definição de Salário de Contribuição no art. 28 da Lei 8.212/91: Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: (...) § 2º O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição. Sendo assim podemos concluir que a assertiva é falsa. Gabarito: ERRADA. 3.10.3. Férias Gozadas Trata-se de um direito assegurado pela CF/88 aos empregados e trabalhadores avulsos, que terão direito a férias anuais remuneradas de 30 dias com, pelo menos, 1/3 a mais que o salário normal, após cada período de 12 meses de trabalho. No entanto, tal direito foi estendido, também, aos empregados domésticos pela Lei nº 11.324/2006. FÉRIAS GOZADAS: São aquelas férias usufruídas pelo trabalhador, durante a vigênciado contrato de trabalho, que se afasta de suas atividades laborativas para descansar, recebendo sua remuneração acrescida de 1/3. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 24 190 Não podemos confundir férias gozadas com férias indenizadas. As férias gozadas integram o salário de contribuição. As férias indenizadas, como estudaremos adiante, não integram. FÉRIAS INDENIZADAS: são aquelas que não chegaram a ser gozadas pelo trabalhador dentro do seu contrato de trabalho. Neste caso, caso o trabalhador já tenha adquirido direito às férias, porém não as tenha gozado oportunamente durante o contrato de trabalho, deverão ser indenizadas, ou seja, convertidas em dinheiro e pagas ao trabalhador quando da rescisão do seu contrato de trabalho. As férias indenizadas, pagas ao trabalhador quando da rescisão do contrato de trabalho, não integram o salário de contribuição, ou seja, sobre elas não incidirá contribuição social previdenciária. A Jurisprudência recente do STJ tem decidido favoravelmente à incidência de contribuição previdenciária sobre as férias gozadas, por considerá-la verba de natureza remuneratória e salarial, nos termos do art. 148 da CLT, integrando, portanto, o salário de contribuição (Resp 1240038/PR, DJe 02/05/2014). 3.10.4. Décimo Terceiro Salário (13º Salário) Também denominado gratificação natalina, o 13º salário corresponde a 1/12 da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço no ano ou fração igual ou superior a 15 dias de trabalho no mês. O 13º salário integra o salário de contribuição para efeito de recolhimento de contribuição previdenciária. No entanto, não integrará o cálculo do salário de benefício, para apuração da renda mensal inicial do benefício a ser pago pelo INSS ao segurado ou seu dependente. As respectivas contribuições, decorrentes do pagamento do 13º salário, serão devidas quando do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho, sendo calculada sempre em separado da remuneração do mês. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 25 190 A respeito da incidência de contribuição previdenciária sobre o 13º salário, o STF editou a Súmula 688, senão vejamos: “Súmula 688: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário”. Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: (CESPE - Procurador do Estado do Piauí – 2014) (QUESTÃO ADAPTADA). Em relação ao salário de contribuição, julgue o item a seguir: Compõem o salário de contribuição do empregado vinculado ao RGPS as parcelas remuneratórias decorrentes do seu trabalho, ressalvada a gratificação natalina (décimo terceiro salário), conforme entendimento do STF. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para o candidato despreparado, é fácil errar esta questão. As normas do salário de contribuição estão em grande parte no Art. 28 da Lei 8212/91, por isso vamos ver o que diz a lei: Lei 8212/91. Art. 28. (...) § 7º O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo de benefício, na forma estabelecida em regulamento. (Destaques Nossos). A respeito da incidência de contribuição previdenciária sobre o 13º salário, o STF editou a Súmula 688, senão vejamos: “Súmula 688: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário”. Como podemos perceber, segundo a lei e segundo o STF, a gratificação natalina integra normalmente o salário de contribuição e, sobre ela, deverá incidir contribuição previdenciária . Sendo assim podemos concluir que a assertiva está incorreta. Gabarito: ERRADA. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 26 190 3.10.5. Horas Extras Hora extra consiste no tempo laborado além da jornada diária estabelecida pela legislação. Segundo o art. 7º, inciso XVI, da CF/88, são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, a remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal. As horas extras têm natureza salarial (e não indenizatória), pois são pagas como uma contraprestação pelo trabalho prestado após a jornada normal de trabalho. O STJ, ao apreciar o REsp1.358.281/SP, em 23/04/2014, decidiu, por unanimidade, que incide contribuição previdenciária sobre o adicional de horas extras, devendo tal decisão ser observada pelas instâncias inferiores. 3.10.6. Gorjetas Considera-se gorjeta a parte da remuneração do empregado que não é paga diretamente por seu empregador, mas por terceiros, normalmente clientes, denominadas gorjetas espontâneas. Também se considera gorjeta a importância cobrada pela empresa do cliente, como adicional nas contas, a ser posteriormente distribuída entre seus empregados. Trata-se da gorjeta conhecida como compulsória. (exemplo: 10% em contas de restaurantes) O art. 457 da CLT dispõe, acerca da remuneração, que a mesma é composta pelo salário mais as gorjetas, senão vejamos: “Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. (...) Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 27 190 § 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados.” Como integram o conceito de remuneração, as gorjetas integram o salário de contribuição. Desta forma, haverá incidência da contribuição previdenciária sobre tais parcelas. O STJ também tem julgado neste sentido, nos termos do REsp 1.099.319/RJ, publicada em 12/09/2012, senão vejamos: "A gorjeta, compulsória ou inserida na nota de serviço, tem natureza salarial. Em consequência, há de ser incluída no cálculo de vantagens trabalhistas e deve sofrer a incidência de tributos e contribuições que incidem sobre o salário” Quando a gorjeta é cobrada na nota de consumo, o percentual a ser cobrado de gorjeta será definido segundo critérios de custeio e de rateio definidos em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Assim, a MP 905/19 determinou que as empresas que cobram gorjetas na nota de consumo devem inserir o valor cobrado na nota fiscal e, além disso, o empregador deve fazer retenção na fonte do percentual das gorjetas arrecadadas para custear os encargos sociais, previdenciários e trabalhistas derivados de sua integração à remuneração dos empregados. O valor restante deve ser revertido integralmente em favor do trabalhador. O percentual a ser retido poderá ser de até: • 20% se a empresa estiver inscrita em regime de tributação federal diferenciado, como por exemplo, o Simples Nacional; • 33% para as demais empresas. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 28 190 Além disso, o empregador deverá anotar na Carteira de Trabalho do empregado e no contracheque o salário contratual fixo e o percentual recebido a título de gorjeta. Além disso, as empresas deverão anotar a média dos valores das gorjetas referentes aos últimos doze meses. Se a gorjetanão for cobrada na nota de consumo, mas for entregue pelo consumidor diretamente ao empregado, seus critérios serão definidos em acordo ou convenção coletiva e é facultado ao empregador a retenção conforme os critérios acima expostos. Caso a empresa tenha cobrado gorjeta nas notas de consumo pelos últimos 12 meses e pare de cobrar, a gorjeta se incorporará ao salário do empregado, tendo como base a média dos últimos doze meses, exceto se estabelecido de forma diversa em convenção ou acordo coletivo de trabalho. 3.10.7. Comissões e Percentagens Comissões é uma recompensa retributiva, na maioria das vezes financeira, condicionada a determinado serviço realizado pelo trabalhador, oferecida pela intermediação de negócios ou cumprimento de metas ou objetivos definidos previamente com o intuito de incentivar os resultados comerciais. Segundo o § 1º, do art. 457 da CLT, acerca das parcelas integrantes do salário, temos que: “Art. 457... § 1º - Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador”. Assim sendo, as comissões e percentagens integram o salário de contribuição e fazem parte, portanto, da base de cálculo das contribuições previdenciárias. Obs.: Caso o empregado seja remunerado exclusivamente por meio de comissões, terá direito a um salário mensal nunca inferior a um salário mínimo. 3.10.8. Salário pago sob a forma de utilidades Nos termos do art. 28, inciso I, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, para o empregado e trabalhador avulso: Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 29 190 “Art. 28 (...) I - a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.” A CLT admite que uma parte do salário do trabalhador seja paga sob a forma de utilidades, também conhecido como salário in natura. No entanto, pelo menos 30% do salário deve ser pago em dinheiro. Considera-se pagamento em utilidades o fornecimento habitual ao trabalhador de outro bem, diferente do dinheiro, por força de contrato ou de costume, como retribuição pelo seu trabalho. Consideram-se utilidades, dentre outras: • Alimentação (máximo 20% do salário-contratual); • Habitação (máximo 25% do salário-contratual); • Vestuário; • Higiene; • Transporte; • etc. Tais pagamentos, em regra, integram o salário de contribuição. No entanto, para que o salário pago sob forma de utilidades integre o salário de contribuição deverá observar as seguintes condições: • Fornecimento Habitual; • Ser concedida em retribuição ao trabalho prestado, ou seja, pelo trabalho. Se a prestação in natura for fornecida para o trabalho, não terá natureza salarial. Em relação à alimentação fornecida pela empresa ao trabalhador, não se considera salário- utilidade quando tal prestação for fornecida de acordo com o Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, como iremos estudar adiante. EXEMPLO: Algumas empresas oferecem a seus funcionários do alto escalão um imóvel para que o mesmo resida com sua família. A empresa paga, em regra, o aluguel, condomínio e, muitas vezes, até mesmo as contas de água, luz, telefone, Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 30 190 etc. Nesses casos, temos pagamento de salários in natura, por meio de utilidades, os quais devem ter seus valores somados à respectiva remuneração para fins de incidência de contribuições previdenciárias. 3.10.9. Remuneração do aposentado que volta a trabalhar Tal situação está prevista no § 4º, do art. 12 da Lei nº 8.212/91, conforme segue: “Art. 12... ... § 4º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições previdenciárias, para fins de custeio da Seguridade Social”. IMPORTANTE: Não confundir a remuneração recebida por aposentado que volte a trabalhar, em retribuição a seu trabalho, com a aposentadoria recebida da Previdência Social. Apenas a remuneração pelo trabalho integrará o salário de contribuição. A aposentadoria, como benefício previdenciário que é, não sofre incidência de contribuição previdenciária. (O único benefício previdenciário que sofre tal incidência é o salário maternidade). O próprio STF , ao julgar o RE 437640/RS, publicado em 02/03/2007, decidiu neste sentido, conforme segue: Contribuição previdenciária: aposentado que retorna à atividade: CF, art. 201, § 4º; L. 8.212/91, art. 12: aplicação à espécie, mutatis mutandis, da decisão plenária da ADIn 3.105, red.p/acórdão Peluso, DJ 18.2.05. A contribuição previdenciária do aposentado que retorna à atividade está amparada no princípio da universalidade do custeio da Previdência Social (CF, art. 195); o art. 201, § 4º, da Constituição Federal "remete à lei os casos em que a contribuição repercute nos benefícios" Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 31 190 3.10.10. Gratificações Ajustadas ou Habituais As gratificações ajustadas (combinadas), entre empresa e seus trabalhadores, integram o conceito de salário, nos termos do art. 457, § 1º, da CLT. Tais ajustes, podem ser expressos ou tácitos: AJUSTES EXPRESSOS: São as gratificações previstas em contrato de trabalho, convenções coletivas, regulamentos da empresa, etc. AJUSTES TÁCITOS: São as gratificações não previstas formalmente, mas que são fornecidas ao trabalhador com habitualidade. Neste sentido, temos a Súmula 207 do STF, conforme segue: “Súmula 207: As gratificações habituais, inclusive a de Natal, consideram-se tacitamente convencionadas, integrando o salário.”. Assim sendo, as gratificações habituais, sejam elas expressas ou tácitas, terão a incidência de contribuição previdenciária. Se as gratificações forem eventuais, não haverá incidência de contribuição. 3.10.11. Quebra de Caixa Quebra de caixa é a verba destinada a cobrir os riscos assumidos pelos trabalhadores que lidam com manuseio constante de numerário, diretamente no caixa da empresa, fazendo recebimentos e pagamentos em nome do empregador, visando compensar possíveis diferenças de caixa. Usualmente, é paga aos caixas de banco, de supermercados, agências lotéricas, etc. Não há, na legislação, obrigatoriedade de pagamento do "Adicional de Quebra de Caixa". Porém, é comum que os Acordos ou Convenções Coletivas de Trabalho fixem tal obrigatoriedade, em relação àqueles empregados sujeitos ao risco de erros de contagem ou enganos relativos a transações de valores monetários. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 32 190 Assim dispõe a Súmula 247 do TST: “Súmula 247: A parcela paga aos bancários sob a denominação quebra de caixa possui natureza salarial, integrando o salário do prestador dos serviços, para todos os efeitos legais”. O STJ também tem entendidoque tal verba possui natureza salarial, integrando o salário de contribuição e incidindo, sobre ela, contribuição previdenciária. Vejamos o julgado REsp 1.397.333/RS, publicado em 09/12/2014: 1. O Tribunal a quo consignou que a verba referente ao adicional de quebra de caixa possui natureza salarial, de modo a integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária. 2. Quanto ao auxílio "quebra de caixa", consubstanciado no pagamento efetuado mês a mês ao empregado em razão da função de caixa que desempenha, por liberalidade do empregador, o STJ assentou a natureza não indenizatória das gratificações feitas por liberalidade do empregador, devendo incidir nesses casos a contribuição previdenciária. 3. Agravo Regimental não provido" (STJ, AgRg no REsp 1.397.333/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 09/12/2014). Desta forma, os valores pagos a título de quebra de caixa integram o salário de contribuição, havendo, portanto, incidência de contribuição previdenciária. 3.10.12. Adicional por tempo de serviço Trata-se do conhecido anuênio, triênio, quinquênio, etc, pagos pela empresa, basicamente, como uma forma de incentivar os trabalhadores a permanecerem na empresa por mais tempo e beneficiar os trabalhadores mais antigos que possuem, teoricamente, mais experiência. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 33 190 Assim dispõe a Súmula 203 do TST: “Súmula 203: A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais.”. Desta forma, os valores pagos a título de adicional por tempo de serviço integram o salário de contribuição, havendo, portanto, incidência de contribuição previdenciária. 3.10.13. Adicionais de Insalubridade, Periculosidade e Noturno Nos termos da CLT, consideram-se: • ATIVIDADES INSALUBRES: Aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. Assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 40%, 20% ou 10% sobre o salário mínimo (conforme o grau da insalubridade seja, respectivamente, máximo, médio ou mínimo) • ATIVIDADES PERIGOSAS: São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: o Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; o Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. Assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% sobre o salário básico do empregado. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 34 190 • ATIVIDADES NOTURNA: Considera-se noturno o trabalho executado por empregado urbano entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. No entanto, em relação ao trabalho rural, considera-se trabalho noturno aquele executado entre as 21 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte na lavoura. Outrossim, na atividade de pecuária, considera-se noturno quando executado entre as 20 horas de um dia às 4 horas do dia seguinte. Para o empregado urbano, o adicional noturno será de pelo menos 20% sobre a hora diurna. Para o trabalhador rural, o adicional será de 25% sobre a remuneração normal. Tais adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno possuem caráter retributivo e, consequentemente, natureza salarial. Desta forma, tais rubricas integram o salário de contribuição e sobre estes valores será cobrada contribuição previdenciária. O STJ, ao julgar o REsp 1.358.281/SP, em 23/04/2014, decidiu, por unanimidade, que incide contribuição previdenciária sobre os adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno. 3.10.14. Adicional de Transferência Trata-se de um valor adicional pago ao empregado quando transferido “provisoriamente” para outro local, importando mudança de residência. Tal adicional não é devido nas transferências definitivas. No caso de transferências provisórias, o empregador é obrigado a pagar um valor complementar, de pelo menos 25% do salário contratual que o empregado estiver recebendo na nova localidade, pelo tempo que durar a transferência provisória. Tal adicional deverá integrar o salário de contribuição, incidindo sobre ele, portanto, contribuição previdenciária. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 35 190 3.10.15. Aviso-Prévio O aviso-prévio é a notificação de rompimento do contrato de trabalho que uma das partes (empregado ou empregador), dá à outra, sem motivo justificado. O objetivo do aviso-prévio é: • dar tempo ao empregado de procurar outro serviço, caso seja dado pelo empregador; • permitir ao empregado ter tempo de contratar um novo colaborador, caso seja dado pelo empregado. Além disso, o aviso-prévio se aplica somente a: • contratos de trabalho de prazo indeterminado; • contratos de trabalho de prazo determinado nos quais há uma cláusula que assegure o direito de ambas as partes rescindirem antecipadamente. Observação: o aviso-prévio não se aplica a empregados atuando sob contrato de experiência, de maneira que, em casos assim, qualquer uma das partes possa rescindi-lo sem que haja necessidade de notificar a outra com antecedência. O prazo do aviso-prévio é proporcional ao tempo de serviço do empregado na mesma empresa, sendo que não pode ser menor do que 30 dias ou maior do que 90 dias. Funcionários com até 1 ano no serviço têm direito a aviso-prévio de 30 dias. A cada ano trabalhado, ganham direito a mais 3 dias, não podendo exceder o limite máximo de 90 dias. A contagem do prazo começa no dia seguinte ao da notificação de uma das partes. Existem dois tipos de aviso-prévio, o trabalhado e o indenizado, conforme explicado abaixo: Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 36 190 AVISO-PRÉVIO TRABALHADO: o empregado trabalha normalmente durante o período de aviso prévio, não importando se a decisão de desligamento foi tomada por parte dele ou pelo empregador. AVISO-PRÉVIO INDENIZADO: a empresa dispensa o colaborador e paga a ele o valor correspondente ao seu aviso prévio, de modo que o funcionário não precise trabalhar durante o período. Quando o aviso-prévio é trabalhado, não há dúvidas de que o valor recebido tem natureza salarial, integrando o salário de contribuição e sofrendo incidência de contribuição previdenciária. No entanto, quando o aviso-prévio é indenizado, temos uma divergência entre lei e jurisprudência. Para a lei, incide contribuição previdenciária tanto no aviso-prévio trabalhado, quanto no indenizado. No entanto, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, em 26/02/2014, o STJ decidiu pela não incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso-prévio indenizado, conforme segue: DIREITO TRIBUTÁRIO E PREVIDENCIÁRIO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O AVISO PRÉVIO INDENIZADO. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008- STJ). Não incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre o valor pago a título de aviso prévio indenizado. A despeito da atual moldura legislativa (Lei 9.528/1997 e Decreto 6.727/2009), as importâncias pagas atítulo de indenização, que não correspondam a serviços prestados nem a tempo à disposição do empregador, não ensejam a incidência de contribuição previdenciária. A CLT estabelece que, em se tratando de contrato de trabalho por prazo indeterminado, a parte que, sem justo motivo, quiser a sua rescisão, deverá comunicar a outra da sua intenção com a devida antecedência. Não concedido o aviso prévio pelo empregador, nasce para o empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço (art. 487, § 1º, da CLT). Desse modo, o pagamento decorrente da falta de aviso prévio, isto é, o aviso prévio indenizado, visa reparar o dano causado ao trabalhador que não fora Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 37 190 alertado sobre a futura rescisão contratual com a antecedência mínima estipulada na CF (atualmente regulamentada pela Lei 12.506/2011). Dessarte, não há como se conferir à referida verba o caráter remuneratório, por não retribuir o trabalho, mas sim reparar um dano. Ressalte-se que, se o aviso prévio é indenizado, no período que lhe for correspondente o empregado não presta trabalho algum, nem fica à disposição do empregador. Assim, por ser não coincidir com a hipótese de incidência, é irrelevante a circunstância de não haver previsão legal de isenção em relação a tal verba. Em prova de concursos, temos que responder da seguinte forma: Caso a questão pergunte sobre o aviso-prévio indenizado “NOS TERMOS DA LEI”: Responda que incide contribuição previdenciária. Caso a questão pergunte sobre aviso-prévio indenizado “SEGUNDO ENTENDIMENTO DA JURISPRUDÊNCIA”: Responda que não incide contribuição previdenciária 3.10.16. Repouso Semanal Remunerado O descanso semanal remunerado é um direito que todo trabalhador possui e, como o nome sugere, trata-se de um dia na semana que o trabalhador é dispensado do trabalho sem prejuízo do salário. É assegurado aos trabalhadores urbanos e rurais o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos, nos termos o art. 7º, inciso XV, da CF/88. Durante o repouso semanal remunerado, mesmo sem trabalhar, o empregador é obrigado a pagar o salário do empregado. Tais valores, pagos pelos dias não trabalhados decorrentes de repouso semanal não remunerado, bem como os valores pagos pelos feriados não trabalhados, integrarão o salário de contribuição e, consequentemente, sofrerão incidência de contribuição previdenciária. Esse também é o entendimento do STJ. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 38 190 No julgamento do REsp 1.444.203/SC, o STJ entendeu que é “insuscetível classificar como indenizatório o descanso semanal remunerado, pois sua natureza estrutural remete ao inafastável caráter remuneratório, integrando parcela salarial, sendo irrelevante que inexiste a efetiva prestação laboral no período, porquanto mantido o vínculo de trabalho, o que atrai a incidência tributária sobre a indigitada verba.” Para o STJ, não importa o fato de que não houve contraprestação do trabalhador. Acrescenta ainda que: “a ausência de serviço prestado ou mesmo de tempo à disposição do empregador, consoante aduz a recorrente, não tem o condão de desconfigurar o caráter remuneratório da verba, pois, do contrário, não seria devida a contribuição em nenhuma das hipóteses de afastamento legalmente instituído, tal como ocorre no salário-maternidade ou sobre as férias gozadas.” 3.10.17. Auxílio-Moradia A parcela paga a título de auxílio-moradia não está relacionada entre as exceções legais para deixar de integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária. Além disso, o STJ já decidiu que o auxílio-moradia tem natureza remuneratória, integrando, consequentemente, o salário de contribuição e sofrendo incidência de contribuição previdenciária. Vejamos abaixo um julgado neste sentido: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DE GERENTES DE AGÊNCIAS. AUXÍLIO-MORADIA. HABITUALIDADE. CONTRIBUIÇAO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. NATUREZA REMUNERATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. 1. O Tribunal regional, com base na análise acurada do "Programa de Residência de Gerentes de Agências" e das provas dos autos, consignou que a parcela paga a título de auxílio-moradia na espécie tem notadamente natureza remuneratória. Rever tal premissa esbarra no óbice da Súmula 7/STJ. 2. Incide contribuição previdenciária sobre o "total da remuneração" paga ou creditada aos trabalhadores, a qualquer título, exceto as verbas listadas no art. 28, 9º, da Lei 8.212/1991. Precedentes: AgRg nos EDcl no REsp 1.098.218/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 09/11/2009; REsp 486.697/PR, Rel. Min. Denise Arruda, DJ 17/12/2004. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 39 190 3. A hipótese em apreço pagamento de auxílio-moradia , não está arrolada dentre as exceções legais. 4. Agravo regimental não provido. AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 42.673/RS, Relator Ministro castro Meira, DJe 09/12/2014. 3.10.18. Licença Casamento Nos termos do inciso II do art. 473 da CLT, o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário, até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento. Os valores recebidos durante a licença casamento possuem clara natureza remuneratória. Além disso, os valores pagos a título de licença casamento não estão relacionados entre as exceções legais para afastar a incidência contribuição previdenciária. Sobre a questão, o STJ já decidiu que a licença casamento tem natureza remuneratória, integrando, consequentemente, o salário de contribuição e sofrendo incidência de contribuição previdenciária, senão vejamos: “PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO-MATERNIDADE. SALÁRIO-PATERNIDADE. INCIDÊNCIA. ENTENDIMENTO FIRMADO EM REPETITIVO. RESP PARADIGMA 1230957⁄RS. FÉRIAS GOZADAS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. SÚMULA 83⁄STJ. SERVIÇO ELEITORAL. LICENÇA CASAMENTO. CARÁTER REMUNERATÓRIO. ÔNUS DO EMPREGADOR. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PATRONAL. (...) 3. Insuscetível classificar como indenizatória a licença para prestação do serviço eleitoral (art. 98 da Lei n. 9.504⁄97) ou a licença casamento (art. 473, II, da CLT), pois sua natureza estrutural remete ao inafastável caráter remuneratório, integrando parcela salarial cujo ônus é do empregador, sendo irrelevante a inexistência da efetiva prestação laboral no período, porquanto mantido o vínculo de trabalho, o que atrai a incidência tributária sobre as indigitadas verbas. Rubens Mauricio Corrêa, Equipe Rubens Mauricio Aula 03 Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico do Seguro Social) - Prof. Rubens Maurício-2021-Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40 190 4. A recorrente defende tese de que a ausência de efetiva prestação de serviço ou de efetivo tempo à disposição do empregador justificaria a não incidência da contribuição, ou seja, qualquer afastamento do empregado justificaria o não pagamento da exação. 5. Tal premissa não encontra amparo na jurisprudência do STJ, pois há hipóteses em que ocorre o afastamento do empregado e ainda assim é devida a incidência tributária, tal como ocorre quanto ao salário-maternidade e as férias gozadas. 6. O parâmetro para incidência da contribuição previdenciária é o caráter salarial da verba. A não incidência ocorre nas verbas de natureza indenizatória.” 3.10.19. Licença para Prestação de Serviço Eleitoral Nos termos do art. 98 da Lei
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