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Direito Previdenciário - Prof Rubens Maurício 03

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Aula 03
Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico
do Seguro Social) - Prof. Rubens
Maurício-2021-Pré-Edital
Autores:
Rubens Mauricio Corrêa, Equipe
Rubens Mauricio
Aula 03
1 de Fevereiro de 2021
 
 
 
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Salário de contribuição. 
Conceito. Parcelas integrantes e parcelas não-integrantes. 
Limites mínimo e máximo. Proporcionalidade. Reajustamento. 
 
 
1. SUMÁRIO 
1. Sumário ............................................................................................................. 1 
2. Introdução ......................................................................................................... 5 
3. Salário de Contribuição ...................................................................................... 6 
3.1. Introdução ................................................................................................................... 6 
3.2. Salário de Contribuição x Remuneração .................................................................... 7 
3.3. Conceito de Salário de Contribuição - Segurado Empregado e Trabalhador Avulso
 ........................................................................................................................................... 7 
3.3.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado e Trabalhador Avulso ......................... 10 
3.4. Conceito de Salário de Contribuição - Segurado Empregado Doméstico .............. 12 
3.4.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado Doméstico .......................................... 12 
3.5.1. Limites do Salário de Contribuição - Segurado Contribuinte Individual ........................................... 13 
3.6. Conceito de Salário de Contribuição - Segurado Facultativo .................................. 14 
3.6.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Facultativo ............................................................. 14 
3.7. Reajustamento .......................................................................................................... 17 
3.8. Pagamento “Pelo Trabalho” x Pagamento “Para o Trabalho” ................................ 18 
3.9. Indenização e Ressarcimento ................................................................................... 19 
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3.10. Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição ................................................... 20 
3.10.1. Salário ........................................................................................................................................... 20 
3.10.2. Salário Maternidade ...................................................................................................................... 21 
3.10.3. Férias Gozadas .............................................................................................................................. 23 
3.10.4. Décimo Terceiro Salário (13º Salário) ............................................................................................. 24 
3.10.5. Horas Extras .................................................................................................................................. 26 
3.10.6. Gorjetas ......................................................................................................................................... 26 
3.10.7. Comissões e Percentagens ............................................................................................................ 28 
3.10.8. Salário pago sob a forma de utilidades ......................................................................................... 28 
3.10.9. Remuneração do aposentado que volta a trabalhar ...................................................................... 30 
3.10.10. Gratificações Ajustadas ou Habituais ........................................................................................... 31 
3.10.11. Quebra de Caixa ......................................................................................................................... 31 
3.10.12. Adicional por tempo de serviço ................................................................................................... 32 
3.10.13. Adicionais de Insalubridade, Periculosidade e Noturno ............................................................... 33 
3.10.14. Adicional de Transferência .......................................................................................................... 34 
3.10.15. Aviso-Prévio................................................................................................................................. 35 
3.10.16. Repouso Semanal Remunerado ................................................................................................... 37 
3.10.17. Auxílio-Moradia ........................................................................................................................... 38 
3.10.18. Licença Casamento ...................................................................................................................... 39 
3.10.19. Licença para Prestação de Serviço Eleitoral ................................................................................. 40 
3.10.20. Salário Paternidade ..................................................................................................................... 41 
3.10.21. Valor da Compensação Pecuniária a ser paga no âmbito do Programa de Proteção ao Emprego 
(PPE) .......................................................................................................................................................... 42 
3.10.22. Seguro Desemprego ................................................................................................................... 42 
3.10.23. Hora Repouso Alimentação ......................................................................................................... 43 
3.11. Parcelas Não Integrantes do Salário de Contribuição ........................................... 45 
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3.11.1. Os Benefícios da Previdência Social, nos termos e limites legais, salvo o Salário-Maternidade e o 
seguro desemprego. ................................................................................................................................. 46 
3.11.2. As Ajudas de Custo e o Adicional Mensal recebidos pelo aeronauta ............................................ 48 
3.11.3. A parcela "in natura" recebida de acordo com os Programas de Alimentação aprovados pelo 
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei 6.321/76 ............................................ 49 
3.11.4. As importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, 
inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias ......................................................... 50 
3.11.5. Indenização de 40% do montante depositado no FGTS, por demissão sem justa causa ............... 53 
3.11.6. Indenização por despedida sem justa causa nos contratos por prazo determinado ...................... 53 
3.11.7. Indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do contrato .............. 53 
3.11.8. Incentivo a demissão ou plano de demissão voluntária (PDV) ....................................................... 54 
3.11.9. Abono de Férias ............................................................................................................................ 54 
3.11.10. Ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário, por força de lei .......... 55 
3.11.11. Licença-prêmio indenizada.......................................................................................................... 56 
3.11.12. Indenização por dispensa sem justa causa, no período de 30 dias que antecede a correção 
salarial ....................................................................................................................................................... 56 
3.11.13. A parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria ........................... 57 
3.11.14. A ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de 
local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT................................................................. 60 
3.11.15. As diárias para viagem ................................................................................................................. 60 
3.11.16. A importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando 
paga nos termos da lei .............................................................................................................................. 62 
3.11.17. A Participação nos Lucros ou Resultados da empresa - PLR, quando paga ou creditada de acordo 
com lei específica. ..................................................................................................................................... 63 
3.11.18. O abono do Programa de Integração Social - PIS e do Programa de Assistência ao Servidor 
Público - PASEP ........................................................................................................................................ 65 
3.11.19. Transporte, alimentação e habitação ........................................................................................... 65 
3.11.20. A importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, 
desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa .................................... 66 
3.11.21. Previdência Complementar ......................................................................................................... 66 
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3.11.22. Assistência médica, odontológica e reembolso de despesas médico-hospitalares ...................... 67 
3.11.23. O valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao 
empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços ............................. 68 
3.11.24. Ressarcimento de despesas ......................................................................................................... 69 
3.11.25. Plano educacional ........................................................................................................................ 70 
3.11.26. Os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais .......................................... 70 
3.11.27. Valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas 
constantes do instrumento de rescisão de contrato de trabalho ............................................................... 71 
3.11.28. O valor correspondente ao vale-cultura....................................................................................... 71 
3.11.29. Prêmios e Abonos ....................................................................................................................... 72 
3.11.30. Seguro de Vida em Grupo ........................................................................................................... 75 
3.11.31. Valor Dispendido com Ministro de Confissão Religiosa e Membro de Instituto de Vida 
Consagrada, de Congregação ou Ordem Religiosa .................................................................................. 75 
3.11.32. Indenizações Previstas nos arts. 496 e 997 da CLT. ..................................................................... 75 
3.12. Divergência entre Lei e Jurisprudência .................................................................. 83 
3.12.1. Pagamento relativo aos 15 primeiros dias de afastamento do empregado por motivo de doença 
ou acidente de trabalho ............................................................................................................................ 83 
3.12.2. Terço Constitucional de Férias Gozadas (1/3 de Férias Gozadas) .................................................. 84 
3.12.3. Aviso Prévio Indenizado ................................................................................................................ 86 
3.13. Pagamento em Desacordo com a Legislação ........................................................ 87 
3.14. Proporcionalidade do Salário de Contribuição ...................................................... 88 
4. Resumo da Aula ............................................................................................. 110 
5. Questões Comentadas ................................................................................... 115 
5.1 . Lista das Questões ................................................................................................. 170 
6. Gabarito Geral ............................................................................................... 187 
7. Questionário de Revisão ................................................................................ 188 
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7.1. Respostas Comentadas do Questionário de Revisão ............................................ 188 
8. Considerações Finais da Aula ......................................................................... 190 
 
2. INTRODUÇÃO 
 Olá meus amigos e minhas amigas! Sejam todos muito bem-vindos a 
mais uma aula do nosso curso de Direito Previdenciário. Vamos nos 
manter focados em nosso propósito, continuando a correta preparação 
até o grande dia da sua aprovação. 
Não se esqueçam que não estamos em busca apenas de conhecimento. 
Temos que buscar nossa preparação, por meio da soma de várias etapas, dentre as quais 
se destacam o conhecimento, aprofundamento do conhecimento, retenção, fixação e 
treino... 
Para direito previdenciário, também considero imprescindível a leitura dos artigos da lei e 
atualização jurisprudencial. 
Em nossa aula de hoje estudaremos exaustivamente textos de lei e jurisprudência, de 
maneira estruturada e diagramada, para tornar o estudo mais agradável e a retenção mais 
efetiva. 
Nesta importantíssima aula vamos estudar salário de contribuição, com seu conceito, 
parcelas integrantes e parcelas não-integrantes, limites mínimos e máximos, 
proporcionalidade e reajustamento. 
Os assuntos desta aula são alguns dos mais cobrados em provas de direito previdenciário. 
Assim sendo, faça o melhor estudo que puder. Não esqueça de usar várias cores de grifa-
texto para as devidas marcações no material, já pensando nas principais palavras-chave e 
preparando o PDF para as futuras revisões. 
Mantenha o pensamento focado no objetivo e não desistam dos seus sonhos. Todo esforço 
sempre foi, sempre é, e sempre será recompensado... 
 
Que Deus os abençoe e consolide o aprendizado de hoje. 
 
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3. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 
3.1. INTRODUÇÃO 
Trata-se de um conceito previdenciário, destinado a identificar quais parcelas recebidas 
pelo segurado sofrerão ou não a incidência da contribuição previdenciária. 
Podemos afirmar, portanto, que o salário de contribuição é,em regra, a base de cálculo 
utilizada para se calcular o valor da contribuição devida pelo trabalhador, destinada à 
Previdência Social. Essa regra não é absoluta, pois no caso do segurado especial a base de 
cálculo é a receita bruta da comercialização de sua produção rural, e não seu salário de 
contribuição. 
O salário de contribuição, contudo, não deve ser confundido com a remuneração do 
segurado, pois, em relação ao salário de contribuição, deve ser observado os limites 
mínimo e máximo previstos em lei. 
Podemos afirmar, portanto, que a remuneração (sem limites mínimo e máximo) é, em 
regra, a base de cálculo da contribuição previdenciária das empresas. Por outro lado, o 
salário de contribuição é, em regra, a base de cálculo da contribuição dos segurados 
(exceto segurado especial). 
Observação 1: O segurado especial, em regra, não contribui sobre seu salário de 
contribuição. Sua contribuição será sobre a receita bruta da comercialização da 
sua produção rural. No entanto, como já estudado, o segurado especial poderá 
recolher facultativamente uma contribuição de 20% sobre seu salário de 
contribuição (além da contribuição obrigatória sobre a receita bruta da 
comercialização de sua produção rural). Neste caso, o salário de contribuição do 
segurado especial será o valor por ele declarado, observados os limites mínimos 
e máximo. 
 
Observação 2: A base de cálculo da contribuição do empregador doméstico é o 
salário de contribuição do empregado doméstico a seu serviço, respeitando, 
portanto, os limites mínimo e máximo. (não é a remuneração total do 
empregado) 
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3.2. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO X REMUNERAÇÃO 
Como já alertado, não devemos confundir os conceitos previdenciário de salário de 
contribuição com remuneração. 
Em regra, a base de cálculo das contribuições previdenciárias das empresas é a 
remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores a seu serviço, em retribuição 
pelo trabalho prestado, não se sujeitando a qualquer limite mínimo ou máximo. 
Por sua vez, o salário de contribuição tem limite mínimo e máximo. Outrossim, o salário de 
contribuição não é utilizado como base de cálculo da contribuição da empresa, mas tão 
somente para cálculo das contribuições dos segurados e dos empregadores domésticos. 
Em exceção a esta regra, temos o segurado especial, cuja base de cálculo é a receita bruta 
da comercialização de sua produção rural, e não seu salário de contribuição. 
Apesar das noções introdutórias acerca do salário de contribuição, temos um conceito mais 
específico para cada tipo de segurado e para o empregador doméstico, conforme 
estudaremos a seguir. 
 
3.3. CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO EMPREGADO 
E TRABALHADOR AVULSO 
Nos termos do art. 28, inciso I, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, 
para o empregado e trabalhador avulso: 
 
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Lei 8.212/91. 
Art. 28. (...) 
I - a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos 
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, 
qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e 
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer 
pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato 
ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
 
(FCC - Juiz do Trabalho - TRT 6ª Região – 2013) 
Exclusivamente para os casos do segurado empregado e do segurado trabalhador avulso, o salário-de-
contribuição é a remuneração auferida em: 
a) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a 
qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir apenas o trabalho sem vínculo empregatício, qualquer 
que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos eventuais sob a forma de utilidades e os adiantamentos 
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição 
do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo 
coletivo de trabalho ou sentença normativa. 
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b) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos ou creditados a qualquer 
título, durante a quinzena, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as 
gorjetas, os ganhos eventuais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, 
quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de 
serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou 
sentença normativa. 
c) uma empresa, assim entendida a totalidade dos rendimentos devidos ou creditados a qualquer título, 
durante o mês, destinados a retribuir apenas o trabalho com vínculo empregatício, inclusive as gorjetas, os 
ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos 
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos 
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. 
d) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a 
qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho e o capital investido, quaisquer que sejam 
as suas formas, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos 
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição 
do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo 
coletivo de trabalho ou sentença normativa. 
e) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a 
qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as 
gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, 
quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de 
serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou 
sentença normativa. 
COMENTÁRIOS: 
Para resolver essa questão, apesar das assertivas serem muito grandes, basta uma leitura atenta às 
alternativas e ter observado o comando da questão. Do ponto de vista de conhecimento de leis, bastaria 
lembrar de um único inciso (o primeiro, que por sinal é muito importante para o nosso estudo), do Art. 28, 
Lei 8.212/91. Vejamos o que ele nos diz: 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: 
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a 
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o 
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os 
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à 
disposiçãodo empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo 
coletivo de trabalho ou sentença normativa; 
Sendo assim, podemos concluir que a assertiva “E” é a correta. Apesar de serem assertivas grandes, a 
questão é simples, pois a assertiva trata da literalidade da lei. Como dissemos, com uma leitura atenta, o 
candidato preparado resolve. Portanto, não se assuste com questões longas na hora da prova. Ser longa, não 
necessariamente significa que a questão é difícil. 
Gabarito: E. 
 
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3.3.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado e Trabalhador Avulso 
Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado empregado e 
trabalhador avulso encontram-se abaixo discriminado: 
Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 
13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de 
R$ 6.101,06. 
 
Limite Mínimo: É o piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo 
este, o salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme 
o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. 
 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
 
 (CESPE - Técnico do Seguro Social – 2016). No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca 
de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada. 
Zilda mantém vínculo empregatício com a empresa Y e com a empresa Z, das quais recebe remuneração 
mensal equivalente a dois e três salários mínimos, respectivamente. Nessa situação, a contribuição 
previdenciária de Zilda deverá incidir sobre os valores recebidos de ambos os empregos. 
( ) Certo 
( ) Errado 
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COMENTÁRIOS: 
O salário de contribuição é detalhado pelo art. 28 da LOCSS — Lei 8.212/91, por isso vamos recorrer a ele 
para responder a esta questão. 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: 
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a 
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o 
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os 
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à 
disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo 
coletivo de trabalho ou sentença normativa; 
(Destaques Nossos). 
Lembrando que salário de contribuição é diferente do salário do segurado, este é um dos componentes 
daquele. 
Lembremos ainda que, no caso de a soma dos dois salários ultrapassar o teto do salário de contribuição, a 
parte que exceder será desconsiderada para efeito de cálculo do SC. 
Como podemos analisar a assertiva está correta. 
Gabarito: CERTO. 
 
 (CESPE - Procurador do Estado do Piauí – 2014). (QUESTÃO ADAPTADA). Em relação ao salário de 
contribuição, julgue o item a seguir: 
O salário de contribuição de empregado que, vinculado ao RGPS, integre categoria cuja remuneração mensal 
mínima seja fixada em R$ 1.800,00 por acordo coletivo é o salário mínimo. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Esta questão foi bem elaborada. 
As normas do salário de contribuição estão em grande parte no Art. 28 da Lei 8212/91, por isso vamos ver o 
que diz a lei: 
Lei 8212/91. 
 Art. 28. §3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria 
ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo 
de trabalho efetivo durante o mês. 
 (Destaques Nossos). 
Sendo assim podemos concluir que, para o segurado empregado, o salário mínimo apenas é considerado 
quando inexiste piso salarial da categoria. Portanto a assertiva é falsa. 
Gabarito: ERRADA. 
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3.4. CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO EMPREGADO 
DOMÉSTICO 
Nos termos do art. 28, inciso II, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, 
para o empregado doméstico: 
Art. 28. (...) 
II - a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a 
serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da 
remuneração. 
 
3.4.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado Doméstico 
Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado empregado 
doméstico encontram-se abaixo discriminado: 
Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 
13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de 
R$ 6.101,06. 
 
Limite Mínimo: É o piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo 
este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme 
o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. 
 
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 3.5. Conceito de Salário de Contribuição - Segurado Contribuinte Individual 
Nos termos do art. 28, inciso III, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, 
para o contribuinte individual: 
Art. 28. (...) 
III - a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta 
própria, durante o mês. 
 
3.5.1. Limites do Salário de Contribuição - Segurado Contribuinte Individual 
Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado contribuinte 
individual encontram-se abaixo discriminado: 
Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 
13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de 
R$ 6.101,06. 
 
Limite Mínimo: É o salário mínimo, tomado no seu valor mensal. 
*ATENÇÃO: O limite mínimo do salário de contribuição para o contribuinte individual é 
apenas o salário mínimo no seu valor mensal, independentemente de quantos dias tenha 
trabalhado no mês. 
 
 
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3.6. CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO FACULTATIVO 
Nos termos do art. 28, inciso IV, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, 
para o segurado facultativo: 
Art. 28 (...) 
IV - “o valor por ele declarado”. 
 
 
3.6.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Facultativo 
Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado facultativo 
encontram-se abaixo discriminado: 
Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 
13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de 
R$ 6.101,06. 
 
Limite Mínimo: É o salário mínimo, tomado no seu valor mensal. 
ATENÇÃO: O limite mínimo do salário de contribuição para o segurado facultativo, assim 
como ocorre com o contribuinte individual, é apenas o salário mínimo no seu valor mensal. 
 
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Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
 
(CESPE - Técnico do Seguro Social – 2016) 
No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-contribuição, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
Gustavo inscreveu-se na previdência social na condição de segurado facultativo. Nessa situação, o salário-
de-contribuição de Gustavo deverá variar entre um salário mínimo e o teto máximo fixado em portaria 
interministerial. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
De fato, é assim que funciona. Para responder a esta questão iremos recorrer ao art. 214 do RPS — Decreto 
3.048/99, pois lá estão listadas as parcelas integrantes e não integrantes do salário de contribuição, além de 
estar conceituado o salário de contribuição de cada categoria de segurado. 
Art. 214. Entende-se por salário-de-contribuição: (...) 
VI - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observados os limites a que se referem os § 3º e §5º (...) 
§ 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde: 
I - para os segurados contribuinte individual e facultativo, ao salário mínimo; (...) 
§ 5º O valor do limite máximo do salário-de-contribuição será publicado mediante portaria do Ministério da 
Previdência e Assistência Social, sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios. (Destaques Nossos). 
Obs: Atualmente a citada portaria é publicada pelo Ministério da Economia. 
 
Gabarito: CERTA. 
 
(FCC - Procurador do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro – 2015) 
Quanto ao custeio da Seguridade Social, conforme normas constitucionais e da legislação aplicável à matéria, 
é correto afirmar: 
a) As contribuições sociais sempre incidirão sobre aposentadoria e pensão, do trabalhador e dos demais 
segurados, concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social. 
b) O salário de contribuição se confunde com o valor da contribuição recolhida à Previdência Social. 
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c) Entende-se por salário de contribuição o valor base sobre o qual será determinada a contribuição a ser 
recolhida; para o empregado doméstico será a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência 
Social. 
d) O salário de benefício é sinônimo de salário de contribuição, possuindo assim mesma natureza jurídica e 
destinação. 
e) Não há previsão legal para fixação de limites mínimo e máximo para o salário de contribuição. 
 
COMENTÁRIOS: 
Essa questão exige seus conhecimentos sobre a Lei 8.212/91. 
Vamos às assertivas: 
a) As contribuições sociais sempre incidirão sobre aposentadoria e pensão, do trabalhador e dos demais 
segurados, concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social. 
Incorreta, conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91, salário maternidade é o único benefício 
previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a incidência de contribuição: 
Art. 28. Da Lei 8.212/91.(...) 
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: 
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade;(...) 
 
b) O salário de contribuição se confunde com o valor da contribuição recolhida à Previdência Social. 
Incorreto. São coisas diferentes. O salário de contribuição é, em regra, a base de cálculo da contribuição dos 
segurados, mas não o valor da contribuição em si. Revisitemos a definição do salário de contribuição, 
conforme o Art. 28. Da Lei 8.212/91: 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: 
 I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a 
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o 
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os 
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à 
disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo 
coletivo de trabalho ou sentença normativa; 
II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas 
as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da 
remuneração; 
III - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade 
por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere o § 5o; 
 IV - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo a que se refere o § 5o. 
 
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c) Entende-se por salário de contribuição o valor base sobre o qual será determinada a contribuição a ser 
recolhida; para o empregado doméstico será a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência 
Social. 
Correta, conforme podemos verificar no Art. 28, da Lei 8.212/91, em seu inciso II, abaixo transcrito: 
 Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:(...) 
II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas 
as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da 
remuneração; 
(Destaques nossos). 
 
d) O salário de benefício é sinônimo de salário de contribuição, possuindo assim mesma natureza jurídica e 
destinação. 
Incorreta, pois o salário de contribuição, como dissemos, é base de cálculo par o valor a ser recolhido (pago) 
como contribuição, já o salário de benefício, como estudaremos adiante, guarda relação com o valor do 
benefício previdenciário (a ser recebido). 
 
e) Não há previsão legal para fixação de limites mínimo e máximo para o salário de contribuição. 
Incorreta. O salário de contribuição possui limite máximo (teto) e também limite mínimo. O valor máximo é 
reajustado anualmente. Para este último caso, por exemplo, podemos citar o art. 28 da Lei 8.212/91: 
Art. 28.(...) 
 § 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou, 
inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de 
trabalho efetivo durante o mês. 
 
Gabarito: C. 
 
3.7. REAJUSTAMENTO 
Nos termos do art. 28, § 5º, da Lei n 8.212/91, o limite máximo do salário de contribuição 
será reajustado na mesma época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos 
benefícios de prestação continuada da Previdência Social. 
No ano de 2020, o reajustamento do limite máximo do salário de contribuição ocorreu por 
meio da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 13/jan/2020, publicada no Diário 
Oficial de 14/01/2020, que reajustou em 4,48%, a partir de 1º de janeiro de 2020, os 
benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), bem como os valores da 
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Tabela de Salários de Contribuição aplicável aos segurados empregados, domésticos e 
trabalhadores avulsos. 
Os valores foram atualizados segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), 
medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 
 
 
 
3.8. PAGAMENTO “PELO TRABALHO” X PAGAMENTO “PARA O 
TRABALHO” 
Integram o salário de contribuiçãoas parcelas remuneratórias, ou seja, aquelas 
compreendidas no conceito de remuneração e pagas ao trabalhador em retribuição ao 
serviço prestado. Tais parcelas são pagas PELO TRABALHO (destinadas a retribuir o 
trabalho), representando um acréscimo ao patrimônio do trabalhador. 
O art. 457 da CLT dispõe, acerca da remuneração, que a mesma é composta pelo salário 
mais as gorjetas, senão vejamos: 
“Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do 
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas 
que receber.” 
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Por outro lado, temos parcelas recebidas pelo trabalhador com o objetivo de dar 
condições ou facilitar a execução do trabalho, ou a ressarcir um valor que o empregado 
tenha tido que desembolsar em razão da sua atividade. 
Neste caso, dizemos que tais valores foram pagos PARA O TRABALHO, sem representar 
um acréscimo patrimonial. Assim sendo, não deverão integrar o salário de contribuição. 
Em regra, os valores pagos, visando uma indenização ou ressarcimento do trabalhador, 
não são considerados como parcelas integrantes do salário de contribuição. 
Importante destacar que, apesar de remuneração e de salário de contribuição ter conceitos 
diferentes dentro do direito previdenciário, as parcelas que não integram o salário de 
contribuição não integrarão, também, a remuneração. 
 
 
3.9. INDENIZAÇÃO E RESSARCIMENTO 
Para melhor compreensão do assunto, vamos conceituar indenização e ressarcimento: 
Indenização: destina-se a reparar um dano, não integrando o salário de 
contribuição. 
 
Ressarcimento: é o reembolso de despesas pagas pelo trabalhador, quando 
executa alguma atividade de interesse do empregador, não integrando, 
também, o salário de contribuição. 
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3.10. PARCELAS INTEGRANTES DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 
As parcelas integrantes do salário de contribuição são estudadas de forma exemplificativa, 
pois a legislação previdenciária relaciona de forma exaustiva em seu texto, tão somente, 
as parcelas não integrantes do salário de contribuição. Assim sendo, podemos concluir 
que, em regra, todas as parcelas cuja legislação previdenciária não afaste expressamente 
do campo de incidência e se enquadrem no conceito de remuneração (direta ou indireta), 
serão consideradas parcelas integrantes do salário de contribuição e, consequentemente, 
estarão no campo de exigência tributária. 
 
Para efeito de prova, segue relação com as principais parcelas que integram o salário de 
contribuição: 
 
3.10.1. Salário 
Assim dispõe o § 1º do art. 457 da CLT acerca do salário: 
“Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo 
empregador.” 
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Além do salário, também integram o salário de contribuição o saldo de salário pagos na 
rescisão do contrato de trabalho, pois são pagos pelos dias trabalhados pelo empregado 
no mês da rescisão. Desta forma, incidirá contribuição previdenciária sobre o salário e 
respectivo saldo pago na rescisão. 
 
3.10.2. Salário Maternidade 
Assim dispõe o § 2º do art. 28 da Lei nº 8.212/91: 
“O salário-maternidade é considerado salário de contribuição”. 
Salário-maternidade é um benefício previdenciário devido à segurada em função de: 
• Parto; 
• Adoção; 
• Guarda judicial para fins de adoção; ou 
• Aborto não criminoso 
IMPORTANTE: o salário-maternidade é o único dos benefícios devidos pelo 
Regime Geral de Previdência Social - RGPS que integra o salário de contribuição. 
 
Ademais, o STJ, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, realizado em 26/02/2014, decidiu pela 
incidência de contribuição previdenciária sobre salário-maternidade. Tal decisão deverá ser 
observada pelas instâncias inferiores. 
 
Além da incidência de contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade, incidirá 
também contribuição sobre os 60 dias de prorrogação da licença-maternidade, concedido 
nos termos do Programa Empresa Cidadã, instituído pela Lei 11.770/2008, uma vez que, 
durante este período, a empregada terá direito a sua remuneração integral paga pela 
empresa. 
 
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Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
 
(CESPE - Técnico do Seguro Social – 2016). 
No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-contribuição, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
Bruna, empregada da empresa Vargas & Vargas Cia. Ltda., entrou em gozo de licença-maternidade. Nessa 
situação, haverá incidência da contribuição previdenciária sobre o valor recebido por Bruna a título de 
salário-maternidade. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91, salário maternidade é o único benefício 
previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a incidência de contribuição: 
Art. 28. Da Lei 8.212/91. 
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: 
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade; 
Portanto assertiva correta. 
 
Gabarito: CERTA. 
 
(CESPE - Advogado da União – AGU - 2015). 
Acerca do RGPS, julgue o item subsequente. 
Conforme entendimento do STF, não há incidência de contribuição previdenciária nos benefícios do RGPS, 
incluído o salário-maternidade. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91, salário maternidade é o único benefício 
previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a incidência de contribuição: 
 Art. 28. Da Lei 8.212/91. 
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§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: 
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade; 
Observação: Tampouco há jurisprudência no sentido de que não há incidência de contribuição previdenciária 
sobre o salário maternidade. 
Portanto assertiva falsa. 
 
Gabarito: ERRADA. 
 
 (CESPE - Auditor de Controle Externo – TC/ DF – 2014). 
No que se refere ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), julgue o item seguinte. 
Não é considerado salário de contribuição o salário-maternidade. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Podemos encontrar a definição de Salário de Contribuição no art. 28 da Lei 8.212/91: 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: (...) 
§ 2º O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição. 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva é falsa. 
 
Gabarito: ERRADA. 
 
3.10.3. Férias Gozadas 
Trata-se de um direito assegurado pela CF/88 aos empregados e trabalhadores avulsos, 
que terão direito a férias anuais remuneradas de 30 dias com, pelo menos, 1/3 a mais que 
o salário normal, após cada período de 12 meses de trabalho. No entanto, tal direito foi 
estendido, também, aos empregados domésticos pela Lei nº 11.324/2006. 
FÉRIAS GOZADAS: São aquelas férias usufruídas pelo trabalhador, durante a 
vigênciado contrato de trabalho, que se afasta de suas atividades laborativas 
para descansar, recebendo sua remuneração acrescida de 1/3. 
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Não podemos confundir férias gozadas com férias indenizadas. As férias gozadas integram 
o salário de contribuição. As férias indenizadas, como estudaremos adiante, não integram. 
FÉRIAS INDENIZADAS: são aquelas que não chegaram a ser gozadas pelo 
trabalhador dentro do seu contrato de trabalho. Neste caso, caso o trabalhador 
já tenha adquirido direito às férias, porém não as tenha gozado oportunamente 
durante o contrato de trabalho, deverão ser indenizadas, ou seja, convertidas em 
dinheiro e pagas ao trabalhador quando da rescisão do seu contrato de trabalho. 
As férias indenizadas, pagas ao trabalhador quando da rescisão do contrato de 
trabalho, não integram o salário de contribuição, ou seja, sobre elas não incidirá 
contribuição social previdenciária. 
 
 
A Jurisprudência recente do STJ tem decidido favoravelmente à incidência de contribuição 
previdenciária sobre as férias gozadas, por considerá-la verba de natureza remuneratória e salarial, 
nos termos do art. 148 da CLT, integrando, portanto, o salário de contribuição (Resp 1240038/PR, 
DJe 02/05/2014). 
 
 3.10.4. Décimo Terceiro Salário (13º Salário) 
Também denominado gratificação natalina, o 13º salário corresponde a 1/12 da 
remuneração devida em dezembro, por mês de serviço no ano ou fração igual ou superior 
a 15 dias de trabalho no mês. 
O 13º salário integra o salário de contribuição para efeito de recolhimento de contribuição 
previdenciária. No entanto, não integrará o cálculo do salário de benefício, para apuração 
da renda mensal inicial do benefício a ser pago pelo INSS ao segurado ou seu dependente. 
As respectivas contribuições, decorrentes do pagamento do 13º salário, serão devidas 
quando do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho, 
sendo calculada sempre em separado da remuneração do mês. 
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A respeito da incidência de contribuição previdenciária sobre o 13º salário, o STF editou a 
Súmula 688, senão vejamos: 
 “Súmula 688: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário”. 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
 
(CESPE - Procurador do Estado do Piauí – 2014) (QUESTÃO ADAPTADA). 
Em relação ao salário de contribuição, julgue o item a seguir: 
Compõem o salário de contribuição do empregado vinculado ao RGPS as parcelas remuneratórias 
decorrentes do seu trabalho, ressalvada a gratificação natalina (décimo terceiro salário), conforme 
entendimento do STF. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Para o candidato despreparado, é fácil errar esta questão. 
As normas do salário de contribuição estão em grande parte no Art. 28 da Lei 8212/91, por isso vamos ver o 
que diz a lei: 
Lei 8212/91. 
Art. 28. (...) 
§ 7º O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo 
de benefício, na forma estabelecida em regulamento. 
(Destaques Nossos). 
A respeito da incidência de contribuição previdenciária sobre o 13º salário, o STF editou a Súmula 688, senão 
vejamos: 
 “Súmula 688: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário”. 
Como podemos perceber, segundo a lei e segundo o STF, a gratificação natalina integra normalmente o 
salário de contribuição e, sobre ela, deverá incidir contribuição previdenciária . 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva está incorreta. 
Gabarito: ERRADA. 
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3.10.5. Horas Extras 
Hora extra consiste no tempo laborado além da jornada diária estabelecida pela legislação. 
Segundo o art. 7º, inciso XVI, da CF/88, são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição social, a remuneração do serviço 
extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal. 
As horas extras têm natureza salarial (e não indenizatória), pois são pagas como uma 
contraprestação pelo trabalho prestado após a jornada normal de trabalho. 
 
O STJ, ao apreciar o REsp1.358.281/SP, em 23/04/2014, decidiu, por unanimidade, que incide 
contribuição previdenciária sobre o adicional de horas extras, devendo tal decisão ser observada 
pelas instâncias inferiores. 
 
3.10.6. Gorjetas 
Considera-se gorjeta a parte da remuneração do empregado que não é paga diretamente 
por seu empregador, mas por terceiros, normalmente clientes, denominadas gorjetas 
espontâneas. 
Também se considera gorjeta a importância cobrada pela empresa do cliente, como 
adicional nas contas, a ser posteriormente distribuída entre seus empregados. Trata-se da 
gorjeta conhecida como compulsória. (exemplo: 10% em contas de restaurantes) 
O art. 457 da CLT dispõe, acerca da remuneração, que a mesma é composta pelo salário 
mais as gorjetas, senão vejamos: 
“Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do 
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas 
que receber. 
(...) 
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§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, 
como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e 
destinado à distribuição aos empregados.” 
Como integram o conceito de remuneração, as gorjetas integram o salário de contribuição. 
Desta forma, haverá incidência da contribuição previdenciária sobre tais parcelas. 
 
O STJ também tem julgado neste sentido, nos termos do REsp 1.099.319/RJ, publicada 
em 12/09/2012, senão vejamos: 
"A gorjeta, compulsória ou inserida na nota de serviço, tem natureza salarial. Em consequência, há 
de ser incluída no cálculo de vantagens trabalhistas e deve sofrer a incidência de tributos e 
contribuições que incidem sobre o salário” 
 
Quando a gorjeta é cobrada na nota de consumo, o percentual a ser cobrado de gorjeta 
será definido segundo critérios de custeio e de rateio definidos em convenção ou acordo 
coletivo de trabalho. 
Assim, a MP 905/19 determinou que as empresas que cobram gorjetas na nota de consumo 
devem inserir o valor cobrado na nota fiscal e, além disso, o empregador deve fazer 
retenção na fonte do percentual das gorjetas arrecadadas para custear os encargos sociais, 
previdenciários e trabalhistas derivados de sua integração à remuneração dos 
empregados. O valor restante deve ser revertido integralmente em favor do trabalhador. 
O percentual a ser retido poderá ser de até: 
• 20% se a empresa estiver inscrita em regime de tributação federal diferenciado, 
como por exemplo, o Simples Nacional; 
 
• 33% para as demais empresas. 
 
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Além disso, o empregador deverá anotar na Carteira de Trabalho do empregado e no 
contracheque o salário contratual fixo e o percentual recebido a título de gorjeta. Além 
disso, as empresas deverão anotar a média dos valores das gorjetas referentes aos últimos 
doze meses. 
Se a gorjetanão for cobrada na nota de consumo, mas for entregue pelo consumidor 
diretamente ao empregado, seus critérios serão definidos em acordo ou convenção 
coletiva e é facultado ao empregador a retenção conforme os critérios acima expostos. 
Caso a empresa tenha cobrado gorjeta nas notas de consumo pelos últimos 12 meses e 
pare de cobrar, a gorjeta se incorporará ao salário do empregado, tendo como base a 
média dos últimos doze meses, exceto se estabelecido de forma diversa em convenção ou 
acordo coletivo de trabalho. 
 
3.10.7. Comissões e Percentagens 
Comissões é uma recompensa retributiva, na maioria das vezes financeira, condicionada a 
determinado serviço realizado pelo trabalhador, oferecida pela intermediação de negócios 
ou cumprimento de metas ou objetivos definidos previamente com o intuito de incentivar 
os resultados comerciais. 
Segundo o § 1º, do art. 457 da CLT, acerca das parcelas integrantes do salário, temos que: 
“Art. 457... 
§ 1º - Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas 
pelo empregador”. 
Assim sendo, as comissões e percentagens integram o salário de contribuição e fazem 
parte, portanto, da base de cálculo das contribuições previdenciárias. 
Obs.: Caso o empregado seja remunerado exclusivamente por meio de comissões, terá 
direito a um salário mensal nunca inferior a um salário mínimo. 
 
3.10.8. Salário pago sob a forma de utilidades 
Nos termos do art. 28, inciso I, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, 
para o empregado e trabalhador avulso: 
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“Art. 28 (...) 
I - a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos 
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, 
qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e 
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer 
pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato 
ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.” 
A CLT admite que uma parte do salário do trabalhador seja paga sob a forma de utilidades, 
também conhecido como salário in natura. No entanto, pelo menos 30% do salário deve 
ser pago em dinheiro. Considera-se pagamento em utilidades o fornecimento habitual ao 
trabalhador de outro bem, diferente do dinheiro, por força de contrato ou de costume, 
como retribuição pelo seu trabalho. 
Consideram-se utilidades, dentre outras: 
• Alimentação (máximo 20% do salário-contratual); 
• Habitação (máximo 25% do salário-contratual); 
• Vestuário; 
• Higiene; 
• Transporte; 
• etc. 
Tais pagamentos, em regra, integram o salário de contribuição. No entanto, para que o 
salário pago sob forma de utilidades integre o salário de contribuição deverá observar as 
seguintes condições: 
• Fornecimento Habitual; 
• Ser concedida em retribuição ao trabalho prestado, ou seja, pelo trabalho. 
Se a prestação in natura for fornecida para o trabalho, não terá natureza salarial. 
Em relação à alimentação fornecida pela empresa ao trabalhador, não se considera salário-
utilidade quando tal prestação for fornecida de acordo com o Programa de Alimentação 
do Trabalhador – PAT, como iremos estudar adiante. 
EXEMPLO: Algumas empresas oferecem a seus funcionários do alto escalão um 
imóvel para que o mesmo resida com sua família. A empresa paga, em regra, o 
aluguel, condomínio e, muitas vezes, até mesmo as contas de água, luz, telefone, 
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etc. Nesses casos, temos pagamento de salários in natura, por meio de 
utilidades, os quais devem ter seus valores somados à respectiva remuneração 
para fins de incidência de contribuições previdenciárias. 
 
3.10.9. Remuneração do aposentado que volta a trabalhar 
Tal situação está prevista no § 4º, do art. 12 da Lei nº 8.212/91, conforme segue: 
“Art. 12... 
... 
§ 4º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que estiver exercendo ou que 
voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa 
atividade, ficando sujeito às contribuições previdenciárias, para fins de custeio da Seguridade Social”. 
IMPORTANTE: Não confundir a remuneração recebida por aposentado que volte a 
trabalhar, em retribuição a seu trabalho, com a aposentadoria recebida da Previdência 
Social. Apenas a remuneração pelo trabalho integrará o salário de contribuição. A 
aposentadoria, como benefício previdenciário que é, não sofre incidência de contribuição 
previdenciária. (O único benefício previdenciário que sofre tal incidência é o salário 
maternidade). 
 
O próprio STF , ao julgar o RE 437640/RS, publicado em 02/03/2007, decidiu neste sentido, 
conforme segue: 
Contribuição previdenciária: aposentado que retorna à atividade: CF, art. 201, § 4º; L. 8.212/91, art. 
12: aplicação à espécie, mutatis mutandis, da decisão plenária da ADIn 3.105, red.p/acórdão Peluso, 
DJ 18.2.05. A contribuição previdenciária do aposentado que retorna à atividade está amparada no 
princípio da universalidade do custeio da Previdência Social (CF, art. 195); o art. 201, § 4º, da 
Constituição Federal "remete à lei os casos em que a contribuição repercute nos benefícios" 
 
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3.10.10. Gratificações Ajustadas ou Habituais 
As gratificações ajustadas (combinadas), entre empresa e seus trabalhadores, integram o 
conceito de salário, nos termos do art. 457, § 1º, da CLT. 
Tais ajustes, podem ser expressos ou tácitos: 
AJUSTES EXPRESSOS: São as gratificações previstas em contrato de trabalho, 
convenções coletivas, regulamentos da empresa, etc. 
 
AJUSTES TÁCITOS: São as gratificações não previstas formalmente, mas que 
são fornecidas ao trabalhador com habitualidade. 
 
Neste sentido, temos a Súmula 207 do STF, conforme segue: 
“Súmula 207: As gratificações habituais, inclusive a de Natal, consideram-se tacitamente 
convencionadas, integrando o salário.”. 
Assim sendo, as gratificações habituais, sejam elas expressas ou tácitas, terão a incidência 
de contribuição previdenciária. Se as gratificações forem eventuais, não haverá incidência 
de contribuição. 
 
3.10.11. Quebra de Caixa 
Quebra de caixa é a verba destinada a cobrir os riscos assumidos pelos trabalhadores que 
lidam com manuseio constante de numerário, diretamente no caixa da empresa, fazendo 
recebimentos e pagamentos em nome do empregador, visando compensar possíveis 
diferenças de caixa. 
Usualmente, é paga aos caixas de banco, de supermercados, agências lotéricas, etc. 
Não há, na legislação, obrigatoriedade de pagamento do "Adicional de Quebra de Caixa". 
Porém, é comum que os Acordos ou Convenções Coletivas de Trabalho fixem tal 
obrigatoriedade, em relação àqueles empregados sujeitos ao risco de erros de contagem 
ou enganos relativos a transações de valores monetários. 
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Assim dispõe a Súmula 247 do TST: 
“Súmula 247: A parcela paga aos bancários sob a denominação quebra de caixa possui natureza 
salarial, integrando o salário do prestador dos serviços, para todos os efeitos legais”. 
O STJ também tem entendidoque tal verba possui natureza salarial, integrando o salário 
de contribuição e incidindo, sobre ela, contribuição previdenciária. Vejamos o julgado REsp 
1.397.333/RS, publicado em 09/12/2014: 
1. O Tribunal a quo consignou que a verba referente ao adicional de quebra de caixa possui natureza 
salarial, de modo a integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária. 
2. Quanto ao auxílio "quebra de caixa", consubstanciado no pagamento efetuado mês a mês ao 
empregado em razão da função de caixa que desempenha, por liberalidade do empregador, o STJ 
assentou a natureza não indenizatória das gratificações feitas por liberalidade do empregador, 
devendo incidir nesses casos a contribuição previdenciária. 
3. Agravo Regimental não provido" 
(STJ, AgRg no REsp 1.397.333/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 
09/12/2014). 
Desta forma, os valores pagos a título de quebra de caixa integram o salário de 
contribuição, havendo, portanto, incidência de contribuição previdenciária. 
 
3.10.12. Adicional por tempo de serviço 
Trata-se do conhecido anuênio, triênio, quinquênio, etc, pagos pela empresa, 
basicamente, como uma forma de incentivar os trabalhadores a permanecerem na empresa 
por mais tempo e beneficiar os trabalhadores mais antigos que possuem, teoricamente, 
mais experiência. 
 
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Assim dispõe a Súmula 203 do TST: 
“Súmula 203: A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais.”. 
Desta forma, os valores pagos a título de adicional por tempo de serviço integram o salário 
de contribuição, havendo, portanto, incidência de contribuição previdenciária. 
 
3.10.13. Adicionais de Insalubridade, Periculosidade e Noturno 
Nos termos da CLT, consideram-se: 
• ATIVIDADES INSALUBRES: Aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos 
de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites 
de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo 
de exposição aos seus efeitos. 
Assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 40%, 20% ou 10% sobre o salário 
mínimo (conforme o grau da insalubridade seja, respectivamente, máximo, médio ou 
mínimo) 
 
• ATIVIDADES PERIGOSAS: São consideradas atividades ou operações perigosas, na 
forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas 
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em 
virtude de exposição permanente do trabalhador a: 
 
o Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; 
o Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de 
segurança pessoal ou patrimonial. 
 
Assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% sobre o salário básico do 
empregado. 
 
 
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• ATIVIDADES NOTURNA: Considera-se noturno o trabalho executado por 
empregado urbano entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. No 
entanto, em relação ao trabalho rural, considera-se trabalho noturno aquele 
executado entre as 21 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte na lavoura. 
Outrossim, na atividade de pecuária, considera-se noturno quando executado entre 
as 20 horas de um dia às 4 horas do dia seguinte. 
 
Para o empregado urbano, o adicional noturno será de pelo menos 20% sobre a hora 
diurna. 
Para o trabalhador rural, o adicional será de 25% sobre a remuneração normal. 
Tais adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno possuem caráter retributivo e, 
consequentemente, natureza salarial. Desta forma, tais rubricas integram o salário de 
contribuição e sobre estes valores será cobrada contribuição previdenciária. 
 
O STJ, ao julgar o REsp 1.358.281/SP, em 23/04/2014, decidiu, por unanimidade, que incide 
contribuição previdenciária sobre os adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno. 
 
3.10.14. Adicional de Transferência 
Trata-se de um valor adicional pago ao empregado quando transferido “provisoriamente” 
para outro local, importando mudança de residência. Tal adicional não é devido nas 
transferências definitivas. 
No caso de transferências provisórias, o empregador é obrigado a pagar um valor 
complementar, de pelo menos 25% do salário contratual que o empregado estiver 
recebendo na nova localidade, pelo tempo que durar a transferência provisória. 
Tal adicional deverá integrar o salário de contribuição, incidindo sobre ele, portanto, 
contribuição previdenciária. 
 
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3.10.15. Aviso-Prévio 
O aviso-prévio é a notificação de rompimento do contrato de trabalho que uma das partes 
(empregado ou empregador), dá à outra, sem motivo justificado. 
O objetivo do aviso-prévio é: 
• dar tempo ao empregado de procurar outro serviço, caso seja dado pelo 
empregador; 
• permitir ao empregado ter tempo de contratar um novo colaborador, caso seja dado 
pelo empregado. 
Além disso, o aviso-prévio se aplica somente a: 
 
• contratos de trabalho de prazo indeterminado; 
• contratos de trabalho de prazo determinado nos quais há uma cláusula que assegure 
o direito de ambas as partes rescindirem antecipadamente. 
Observação: o aviso-prévio não se aplica a empregados atuando sob contrato 
de experiência, de maneira que, em casos assim, qualquer uma das partes possa 
rescindi-lo sem que haja necessidade de notificar a outra com antecedência. 
O prazo do aviso-prévio é proporcional ao tempo de serviço do empregado na mesma 
empresa, sendo que não pode ser menor do que 30 dias ou maior do que 90 dias. 
Funcionários com até 1 ano no serviço têm direito a aviso-prévio de 30 dias. A cada ano 
trabalhado, ganham direito a mais 3 dias, não podendo exceder o limite máximo de 90 
dias. 
A contagem do prazo começa no dia seguinte ao da notificação de uma das partes. 
Existem dois tipos de aviso-prévio, o trabalhado e o indenizado, conforme explicado 
abaixo: 
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AVISO-PRÉVIO TRABALHADO: o empregado trabalha normalmente durante o 
período de aviso prévio, não importando se a decisão de desligamento foi 
tomada por parte dele ou pelo empregador. 
 
AVISO-PRÉVIO INDENIZADO: a empresa dispensa o colaborador e paga a ele o 
valor correspondente ao seu aviso prévio, de modo que o funcionário não precise 
trabalhar durante o período. 
Quando o aviso-prévio é trabalhado, não há dúvidas de que o valor recebido tem natureza 
salarial, integrando o salário de contribuição e sofrendo incidência de contribuição 
previdenciária. 
No entanto, quando o aviso-prévio é indenizado, temos uma divergência entre lei e 
jurisprudência. 
Para a lei, incide contribuição previdenciária tanto no aviso-prévio trabalhado, quanto no 
indenizado. 
 
No entanto, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, em 26/02/2014, o STJ decidiu pela não 
incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso-prévio indenizado, conforme 
segue: 
DIREITO TRIBUTÁRIO E PREVIDENCIÁRIO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
SOBRE O AVISO PRÉVIO INDENIZADO. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-
STJ). 
Não incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre o valor pago a título de aviso prévio 
indenizado. A despeito da atual moldura legislativa (Lei 9.528/1997 e Decreto 6.727/2009), as 
importâncias pagas atítulo de indenização, que não correspondam a serviços prestados nem a tempo 
à disposição do empregador, não ensejam a incidência de contribuição previdenciária. A CLT 
estabelece que, em se tratando de contrato de trabalho por prazo indeterminado, a parte que, sem 
justo motivo, quiser a sua rescisão, deverá comunicar a outra da sua intenção com a devida 
antecedência. Não concedido o aviso prévio pelo empregador, nasce para o empregado o direito 
aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu 
tempo de serviço (art. 487, § 1º, da CLT). Desse modo, o pagamento decorrente da falta de aviso 
prévio, isto é, o aviso prévio indenizado, visa reparar o dano causado ao trabalhador que não fora 
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alertado sobre a futura rescisão contratual com a antecedência mínima estipulada na CF (atualmente 
regulamentada pela Lei 12.506/2011). Dessarte, não há como se conferir à referida verba o caráter 
remuneratório, por não retribuir o trabalho, mas sim reparar um dano. Ressalte-se que, se o aviso 
prévio é indenizado, no período que lhe for correspondente o empregado não presta trabalho algum, 
nem fica à disposição do empregador. Assim, por ser não coincidir com a hipótese de incidência, é 
irrelevante a circunstância de não haver previsão legal de isenção em relação a tal verba. 
 
Em prova de concursos, temos que responder da seguinte forma: 
Caso a questão pergunte sobre o aviso-prévio indenizado “NOS TERMOS DA 
LEI”: Responda que incide contribuição previdenciária. 
 
Caso a questão pergunte sobre aviso-prévio indenizado “SEGUNDO 
ENTENDIMENTO DA JURISPRUDÊNCIA”: Responda que não incide 
contribuição previdenciária 
 
3.10.16. Repouso Semanal Remunerado 
O descanso semanal remunerado é um direito que todo trabalhador possui e, como o 
nome sugere, trata-se de um dia na semana que o trabalhador é dispensado do trabalho 
sem prejuízo do salário. 
É assegurado aos trabalhadores urbanos e rurais o repouso semanal remunerado, 
preferencialmente aos domingos, nos termos o art. 7º, inciso XV, da CF/88. 
Durante o repouso semanal remunerado, mesmo sem trabalhar, o empregador é obrigado 
a pagar o salário do empregado. 
Tais valores, pagos pelos dias não trabalhados decorrentes de repouso semanal não 
remunerado, bem como os valores pagos pelos feriados não trabalhados, integrarão o 
salário de contribuição e, consequentemente, sofrerão incidência de contribuição 
previdenciária. Esse também é o entendimento do STJ. 
 
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No julgamento do REsp 1.444.203/SC, o STJ entendeu que é “insuscetível classificar como 
indenizatório o descanso semanal remunerado, pois sua natureza estrutural remete ao inafastável 
caráter remuneratório, integrando parcela salarial, sendo irrelevante que inexiste a efetiva prestação 
laboral no período, porquanto mantido o vínculo de trabalho, o que atrai a incidência tributária sobre 
a indigitada verba.” 
Para o STJ, não importa o fato de que não houve contraprestação do trabalhador. Acrescenta ainda 
que: “a ausência de serviço prestado ou mesmo de tempo à disposição do empregador, consoante 
aduz a recorrente, não tem o condão de desconfigurar o caráter remuneratório da verba, pois, do 
contrário, não seria devida a contribuição em nenhuma das hipóteses de afastamento legalmente 
instituído, tal como ocorre no salário-maternidade ou sobre as férias gozadas.” 
 
3.10.17. Auxílio-Moradia 
A parcela paga a título de auxílio-moradia não está relacionada entre as exceções legais 
para deixar de integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária. Além disso, o STJ 
já decidiu que o auxílio-moradia tem natureza remuneratória, integrando, 
consequentemente, o salário de contribuição e sofrendo incidência de contribuição 
previdenciária. 
Vejamos abaixo um julgado neste sentido: 
 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DE GERENTES DE AGÊNCIAS. 
AUXÍLIO-MORADIA. HABITUALIDADE. CONTRIBUIÇAO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. 
NATUREZA REMUNERATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. 
1. O Tribunal regional, com base na análise acurada do "Programa de Residência de Gerentes de 
Agências" e das provas dos autos, consignou que a parcela paga a título de auxílio-moradia na 
espécie tem notadamente natureza remuneratória. Rever tal premissa esbarra no óbice da Súmula 
7/STJ. 
2. Incide contribuição previdenciária sobre o "total da remuneração" paga ou creditada aos 
trabalhadores, a qualquer título, exceto as verbas listadas no art. 28, 9º, da Lei 8.212/1991. 
Precedentes: AgRg nos EDcl no REsp 1.098.218/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, 
DJe 09/11/2009; REsp 486.697/PR, Rel. Min. Denise Arruda, DJ 17/12/2004. 
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3. A hipótese em apreço pagamento de auxílio-moradia , não está arrolada dentre as exceções legais. 
4. Agravo regimental não provido. 
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 42.673/RS, Relator Ministro castro Meira, DJe 
09/12/2014. 
 
3.10.18. Licença Casamento 
Nos termos do inciso II do art. 473 da CLT, o empregado poderá deixar de comparecer ao 
serviço, sem prejuízo do salário, até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento. 
Os valores recebidos durante a licença casamento possuem clara natureza remuneratória. 
Além disso, os valores pagos a título de licença casamento não estão relacionados entre 
as exceções legais para afastar a incidência contribuição previdenciária. 
 
Sobre a questão, o STJ já decidiu que a licença casamento tem natureza remuneratória, 
integrando, consequentemente, o salário de contribuição e sofrendo incidência de 
contribuição previdenciária, senão vejamos: 
“PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO-MATERNIDADE. 
SALÁRIO-PATERNIDADE. INCIDÊNCIA. ENTENDIMENTO FIRMADO EM REPETITIVO. RESP 
PARADIGMA 1230957⁄RS. FÉRIAS GOZADAS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. SÚMULA 83⁄STJ. 
SERVIÇO ELEITORAL. LICENÇA CASAMENTO. CARÁTER REMUNERATÓRIO. ÔNUS DO 
EMPREGADOR. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PATRONAL. 
 (...) 
3. Insuscetível classificar como indenizatória a licença para prestação do serviço eleitoral (art. 98 da 
Lei n. 9.504⁄97) ou a licença casamento (art. 473, II, da CLT), pois sua natureza estrutural remete ao 
inafastável caráter remuneratório, integrando parcela salarial cujo ônus é do empregador, sendo 
irrelevante a inexistência da efetiva prestação laboral no período, porquanto mantido o vínculo de 
trabalho, o que atrai a incidência tributária sobre as indigitadas verbas. 
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4. A recorrente defende tese de que a ausência de efetiva prestação de serviço ou de efetivo tempo 
à disposição do empregador justificaria a não incidência da contribuição, ou seja, qualquer 
afastamento do empregado justificaria o não pagamento da exação. 
5. Tal premissa não encontra amparo na jurisprudência do STJ, pois há hipóteses em que ocorre o 
afastamento do empregado e ainda assim é devida a incidência tributária, tal como ocorre quanto 
ao salário-maternidade e as férias gozadas. 
6. O parâmetro para incidência da contribuição previdenciária é o caráter salarial da verba. A não 
incidência ocorre nas verbas de natureza indenizatória.” 
 
3.10.19. Licença para Prestação de Serviço Eleitoral 
Nos termos do art. 98 da Lei

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