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Aula 03 Salário de contribuição

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Aula 03 
Direito Previdenciário p/ INSS (Técnico 
do Seguro Social) - Prof. Rubens 
Maurício-2021-Pré-Edital 
 
 
Autores: 
Rubens Mauricio Corrêa, Equipe 
Rubens Mauricio 
Aula 03 
1 de Fevereiro de 2021 
 
 
 
 
 
 
 
Salário de contribuição. 
Conceito. Parcelas integrantes e parcelas não-integrantes. 
Limites mínimo e máximo. Proporcionalidade. Reajustamento. 
 
 
3.1. INTRODUÇÃO 
Observação 1: O segurado especial, em regra, não contribui sobre seu salário de 
contribuição. Sua contribuição será sobre a receita bruta da comercialização da 
sua produção rural. No entanto, como já estudado, o segurado especial poderá 
recolher facultativamente uma contribuição de 20% sobre seu salário de 
contribuição (além da contribuição obrigatória sobre a receita bruta da 
comercialização de sua produção rural). Neste caso, o salário de contribuição do 
segurado especial será o valor por ele declarado, observados os limites mínimos 
e máximo. 
Observação 2: A base de cálculo da contribuição do empregador doméstico é o 
salário de contribuição do empregado doméstico a seu serviço, respeitando, 
portanto, os limites mínimo e máximo. (não é a remuneração total do 
empregado) 
 
 
 
 3. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 
 
 
Trata-se de um conceito previdenciário, destinado a identificar quais parcelas recebidas 
pelo segurado sofrerão ou não a incidência da contribuição previdenciária. 
Podemos afirmar, portanto, que o salário de contribuição é, em regra, a base de cálculo 
utilizada para se calcular o valor da contribuição devida pelo trabalhador, destinada à 
Previdência Social. Essa regra não é absoluta, pois no caso do segurado especial a base de 
cálculo é a receita bruta da comercialização de sua produção rural, e não seu salário de 
contribuição. 
O salário de contribuição, contudo, não deve ser confundido com a remuneração do 
segurado, pois, em relação ao salário de contribuição, deve ser observado os limites 
mínimo e máximo previstos em lei. 
Podemos afirmar, portanto, que a remuneração (sem limites mínimo e máximo) é, em 
regra, a base de cálculo da contribuição previdenciária das empresas. Por outro lado, o 
salário de contribuição é, em regra, a base de cálculo da contribuição dos segurados 
(exceto segurado especial). 
 
 
 
 
3.2. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO X REMUNERAÇÃO 
3.3. CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO EMPREGADO 
E TRABALHADOR AVULSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como já alertado, não devemos confundir os conceitos previdenciário de salário de 
contribuição com remuneração. 
Em regra, a base de cálculo das contribuições previdenciárias das empresas é a 
remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores a seu serviço, em retribuição 
pelo trabalho prestado, não se sujeitando a qualquer limite mínimo ou máximo. 
Por sua vez, o salário de contribuição tem limite mínimo e máximo. Outrossim, o salário de 
contribuição não é utilizado como base de cálculo da contribuição da empresa, mas tão 
somente para cálculo das contribuições dos segurados e dos empregadores domésticos. 
Em exceção a esta regra, temos o segurado especial, cuja base de cálculo é a receita bruta 
da comercialização de sua produção rural, e não seu salário de contribuição. 
Apesar das noções introdutórias acerca do salário de contribuição, temos um conceito mais 
específico para cada tipo de segurado e para o empregador doméstico, conforme 
estudaremos a seguir. 
 
 
 
 
Nos termos do art. 28, inciso I, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, 
para o empregado e trabalhador avulso: 
 
 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
(FCC - Juiz do Trabalho - TRT 6ª Região – 2013) 
Exclusivamente para os casos do segurado empregado e do segurado trabalhador avulso, o salário-de- 
contribuição é a remuneração auferida em: 
a) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a 
qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir apenas o trabalho sem vínculo empregatício, qualquer 
que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos eventuais sob a forma de utilidades e os adiantamentos 
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição 
do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo 
coletivo de trabalho ou sentença normativa. 
 
 
 
Lei 8.212/91. 
Art. 28. (...) 
I - a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos 
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, 
qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e 
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer 
pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato 
ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos ou creditados a qualquer 
título, durante a quinzena, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as 
gorjetas, os ganhos eventuais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, 
quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de 
serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou 
sentença normativa. 
c) uma empresa, assim entendida a totalidade dos rendimentos devidos ou creditados a qualquer título, 
durante o mês, destinados a retribuir apenas o trabalho com vínculo empregatício, inclusive as gorjetas, os 
ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos 
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos 
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. 
d) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a 
qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho e o capital investido, quaisquer que sejam 
as suas formas, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos 
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição 
do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo 
coletivo de trabalho ou sentença normativa. 
e) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a 
qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as 
gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, 
quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de 
serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou 
sentença normativa. 
COMENTÁRIOS: 
Para resolver essa questão, apesar das assertivas serem muito grandes, basta uma leitura atenta às 
alternativas e ter observado o comando da questão. Do ponto de vista de conhecimento de leis, bastaria 
lembrar de um único inciso (o primeiro, que por sinal é muito importante para o nosso estudo), do Art. 28, 
Lei 8.212/91. Vejamos o que ele nos diz: 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: 
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a 
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o 
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais soba forma de utilidades e os 
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à 
disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo 
coletivo de trabalho ou sentença normativa; 
Sendo assim, podemos concluir que a assertiva “E” é a correta. Apesar de serem assertivas grandes, a 
questão é simples, pois a assertiva trata da literalidade da lei. Como dissemos, com uma leitura atenta, o 
candidato preparado resolve. Portanto, não se assuste com questões longas na hora da prova. Ser longa, não 
necessariamente significa que a questão é difícil. 
Gabarito: E. 
 
 
Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 
13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de 
R$ 6.101,06. 
 
Limite Mínimo: É o piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo 
este, o salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme 
o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
(CESPE - Técnico do Seguro Social – 2016). No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca 
de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada. 
Zilda mantém vínculo empregatício com a empresa Y e com a empresa Z, das quais recebe remuneração 
mensal equivalente a dois e três salários mínimos, respectivamente. Nessa situação, a contribuição 
previdenciária de Zilda deverá incidir sobre os valores recebidos de ambos os empregos. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
 
 
3.3.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado e Trabalhador Avulso 
 
Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado empregado e 
trabalhador avulso encontram-se abaixo discriminado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(CESPE - Procurador do Estado do Piauí – 2014). (QUESTÃO ADAPTADA). Em relação ao salário de 
contribuição, julgue o item a seguir: 
O salário de contribuição de empregado que, vinculado ao RGPS, integre categoria cuja remuneração mensal 
mínima seja fixada em R$ 1.800,00 por acordo coletivo é o salário mínimo. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Esta questão foi bem elaborada. 
As normas do salário de contribuição estão em grande parte no Art. 28 da Lei 8212/91, por isso vamos ver o 
que diz a lei: 
Lei 8212/91. 
Art. 28. §3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria 
ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo 
de trabalho efetivo durante o mês. 
(Destaques Nossos). 
Sendo assim podemos concluir que, para o segurado empregado, o salário mínimo apenas é considerado 
quando inexiste piso salarial da categoria. Portanto a assertiva é falsa. 
Gabarito: ERRADA. 
 
 
 
COMENTÁRIOS: 
O salário de contribuição é detalhado pelo art. 28 da LOCSS — Lei 8.212/91, por isso vamos recorrer a ele 
para responder a esta questão. 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: 
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a 
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o 
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os 
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à 
disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo 
coletivo de trabalho ou sentença normativa; 
(Destaques Nossos). 
Lembrando que salário de contribuição é diferente do salário do segurado, este é um dos componentes 
daquele. 
Lembremos ainda que, no caso de a soma dos dois salários ultrapassar o teto do salário de contribuição, a 
parte que exceder será desconsiderada para efeito de cálculo do SC. 
Como podemos analisar a assertiva está correta. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 
13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de 
R$ 6.101,06. 
 
Limite Mínimo: É o piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo 
este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme 
o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. 
 
 
 
 
 
Nos termos do art. 28, inciso II, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, 
para o empregado doméstico: 
Art. 28. (...) 
 
II - a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a 
serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da 
remuneração. 
 
3.4.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado Doméstico 
 
Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado empregado 
doméstico encontram-se abaixo discriminado: 
 
 
3.4. CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO EMPREGADO 
DOMÉSTICO 
 
 
Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 
13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de 
R$ 6.101,06. 
 
Limite Mínimo: É o salário mínimo, tomado no seu valor mensal. 
 
 
 
3.5. Conceito de Salário de Contribuição - Segurado Contribuinte Individual 
 
Nos termos do art. 28, inciso III, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, 
para o contribuinte individual: 
Art. 28. (...) 
 
III - a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta 
própria, durante o mês. 
 
 
3.5.1. Limites do Salário de Contribuição - Segurado Contribuinte Individual 
 
Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado contribuinte 
individual encontram-se abaixo discriminado: 
 
 
*ATENÇÃO: O limite mínimo do salário de contribuição para o contribuinte individual é 
apenas o salário mínimo no seu valor mensal, independentemente de quantos dias tenha 
trabalhado no mês. 
 
 
 
Limite Máximo: Nos termos da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 
13/jan/2020, o limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de 
R$ 6.101,06. 
 
Limite Mínimo: É o salário mínimo, tomado no seu valor mensal. 
 
 
 
 
 
Nos termos do art. 28, inciso IV, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, 
para o segurado facultativo: 
Art. 28 (...) 
 
IV - “o valor por ele declarado”. 
 
 
 
3.6.1. Limites do Salário De Contribuição - Segurado Facultativo 
 
Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado facultativo 
encontram-se abaixo discriminado: 
 
 
ATENÇÃO: O limite mínimo do salário de contribuição para o segurado facultativo, assim 
como ocorre com o contribuinte individual, é apenas o salário mínimo no seu valor mensal. 
 
3.6. CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO FACULTATIVO 
 
 
(FCC - Procurador do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro – 2015) 
Quanto ao custeio da Seguridade Social, conforme normas constitucionais e da legislação aplicável à matéria, 
é correto afirmar: 
a) As contribuições sociais sempre incidirão sobre aposentadoria e pensão, do trabalhador e dos demais 
segurados, concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social. 
b) O salário de contribuição se confunde com o valor da contribuição recolhida à Previdência Social. 
 
 
 
 
 
 
 
(CESPE - Técnico do Seguro Social – 2016) 
No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-contribuição, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
Gustavo inscreveu-se na previdência social na condição de segurado facultativo. Nessa situação, o salário- 
de-contribuição de Gustavo deverá variar entre um salário mínimo e o teto máximo fixado em portaria 
interministerial.( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
De fato, é assim que funciona. Para responder a esta questão iremos recorrer ao art. 214 do RPS — Decreto 
3.048/99, pois lá estão listadas as parcelas integrantes e não integrantes do salário de contribuição, além de 
estar conceituado o salário de contribuição de cada categoria de segurado. 
Art. 214. Entende-se por salário-de-contribuição: (...) 
VI - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observados os limites a que se referem os § 3º e §5º (...) 
§ 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde: 
I - para os segurados contribuinte individual e facultativo, ao salário mínimo; (...) 
§ 5º O valor do limite máximo do salário-de-contribuição será publicado mediante portaria do Ministério da 
Previdência e Assistência Social, sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios. (Destaques Nossos). 
Obs: Atualmente a citada portaria é publicada pelo Ministério da Economia. 
 
 
Gabarito: CERTA. 
 
 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
 
 
 
 
 
c) Entende-se por salário de contribuição o valor base sobre o qual será determinada a contribuição a ser 
recolhida; para o empregado doméstico será a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência 
Social. 
d) O salário de benefício é sinônimo de salário de contribuição, possuindo assim mesma natureza jurídica e 
destinação. 
e) Não há previsão legal para fixação de limites mínimo e máximo para o salário de contribuição. 
 
 
COMENTÁRIOS: 
Essa questão exige seus conhecimentos sobre a Lei 8.212/91. 
Vamos às assertivas: 
a) As contribuições sociais sempre incidirão sobre aposentadoria e pensão, do trabalhador e dos demais 
segurados, concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social. 
Incorreta, conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91, salário maternidade é o único benefício 
previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a incidência de contribuição: 
Art. 28. Da Lei 8.212/91.(...) 
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: 
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade;(...) 
 
 
b) O salário de contribuição se confunde com o valor da contribuição recolhida à Previdência Social. 
Incorreto. São coisas diferentes. O salário de contribuição é, em regra, a base de cálculo da contribuição dos 
segurados, mas não o valor da contribuição em si. Revisitemos a definição do salário de contribuição, 
conforme o Art. 28. Da Lei 8.212/91: 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: 
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a 
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o 
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os 
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à 
disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo 
coletivo de trabalho ou sentença normativa; 
II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas 
as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da 
remuneração; 
III - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade 
por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere o § 5o; 
IV - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo a que se refere o § 5o. 
 
 
3.7. REAJUSTAMENTO 
 
 
 
c) Entende-se por salário de contribuição o valor base sobre o qual será determinada a contribuição a ser 
recolhida; para o empregado doméstico será a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência 
Social. 
Correta, conforme podemos verificar no Art. 28, da Lei 8.212/91, em seu inciso II, abaixo transcrito: 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:(...) 
II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas 
as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da 
remuneração; 
(Destaques nossos). 
 
 
d) O salário de benefício é sinônimo de salário de contribuição, possuindo assim mesma natureza jurídica e 
destinação. 
Incorreta, pois o salário de contribuição, como dissemos, é base de cálculo par o valor a ser recolhido (pago) 
como contribuição, já o salário de benefício, como estudaremos adiante, guarda relação com o valor do 
benefício previdenciário (a ser recebido). 
 
 
e) Não há previsão legal para fixação de limites mínimo e máximo para o salário de contribuição. 
Incorreta. O salário de contribuição possui limite máximo (teto) e também limite mínimo. O valor máximo é 
reajustado anualmente. Para este último caso, por exemplo, podemos citar o art. 28 da Lei 8.212/91: 
Art. 28.(...) 
§ 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou, 
inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de 
trabalho efetivo durante o mês. 
 
 
Gabarito: C. 
 
 
 
 
Nos termos do art. 28, § 5º, da Lei n 8.212/91, o limite máximo do salário de contribuição 
será reajustado na mesma época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos 
benefícios de prestação continuada da Previdência Social. 
No ano de 2020, o reajustamento do limite máximo do salário de contribuição ocorreu por 
meio da Portaria Ministério da Economia - ME nº 914, de 13/jan/2020, publicada no Diário 
Oficial de 14/01/2020, que reajustou em 4,48%, a partir de 1º de janeiro de 2020, os 
benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), bem como os valores da 
 
 
3.8. PAGAMENTO “PELO TRABALHO” X PAGAMENTO “PARA O 
TRABALHO” 
 
 
 
Tabela de Salários de Contribuição aplicável aos segurados empregados, domésticos e 
trabalhadores avulsos. 
Os valores foram atualizados segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), 
medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Integram o salário de contribuição as parcelas remuneratórias, ou seja, aquelas 
compreendidas no conceito de remuneração e pagas ao trabalhador em retribuição ao 
serviço prestado. Tais parcelas são pagas PELO TRABALHO (destinadas a retribuir o 
trabalho), representando um acréscimo ao patrimônio do trabalhador. 
O art. 457 da CLT dispõe, acerca da remuneração, que a mesma é composta pelo salário 
mais as gorjetas, senão vejamos: 
“Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do 
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas 
que receber.” 
 
 
3.9. INDENIZAÇÃO E RESSARCIMENTO 
Indenização: destina-se a reparar um dano, não integrando o salário de 
contribuição. 
 
Ressarcimento: é o reembolso de despesas pagas pelo trabalhador, quando 
executa alguma atividade de interesse do empregador, não integrando, 
também, o salário de contribuição. 
 
 
 
Por outro lado, temos parcelas recebidas pelo trabalhador com o objetivo de dar 
condições ou facilitar a execução do trabalho, ou a ressarcir um valor que o empregado 
tenha tido que desembolsar em razão da sua atividade. 
Neste caso, dizemos que tais valores foram pagos PARA O TRABALHO, sem representar 
um acréscimo patrimonial. Assim sendo, não deverão integrar o salário de contribuição. 
Em regra, os valores pagos, visando uma indenização ou ressarcimento do trabalhador, 
não são considerados como parcelas integrantes do salário de contribuição. 
Importante destacar que, apesar de remuneração e de salário decontribuição ter conceitos 
diferentes dentro do direito previdenciário, as parcelas que não integram o salário de 
contribuição não integrarão, também, a remuneração. 
 
 
 
 
 
Para melhor compreensão do assunto, vamos conceituar indenização e ressarcimento: 
 
 
 
3.10. PARCELAS INTEGRANTES DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As parcelas integrantes do salário de contribuição são estudadas de forma exemplificativa, 
pois a legislação previdenciária relaciona de forma exaustiva em seu texto, tão somente, 
as parcelas não integrantes do salário de contribuição. Assim sendo, podemos concluir 
que, em regra, todas as parcelas cuja legislação previdenciária não afaste expressamente 
do campo de incidência e se enquadrem no conceito de remuneração (direta ou indireta), 
serão consideradas parcelas integrantes do salário de contribuição e, consequentemente, 
estarão no campo de exigência tributária. 
 
 
Para efeito de prova, segue relação com as principais parcelas que integram o salário de 
contribuição: 
 
 
3.10.1. Salário 
 
Assim dispõe o § 1º do art. 457 da CLT acerca do salário: 
“Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo 
empregador.” 
 
 
IMPORTANTE: o salário-maternidade é o único dos benefícios devidos pelo 
Regime Geral de Previdência Social - RGPS que integra o salário de contribuição. 
 
 
 
Além do salário, também integram o salário de contribuição o saldo de salário pagos na 
rescisão do contrato de trabalho, pois são pagos pelos dias trabalhados pelo empregado 
no mês da rescisão. Desta forma, incidirá contribuição previdenciária sobre o salário e 
respectivo saldo pago na rescisão. 
 
 
3.10.2. Salário Maternidade 
 
Assim dispõe o § 2º do art. 28 da Lei nº 8.212/91: 
“O salário-maternidade é considerado salário de contribuição”. 
 
Salário-maternidade é um benefício previdenciário devido à segurada em função de: 
 Parto; 
 Adoção; 
 Guarda judicial para fins de adoção; ou 
 Aborto não criminoso 
 
 
 
Ademais, o STJ, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, realizado em 26/02/2014, decidiu pela 
incidência de contribuição previdenciária sobre salário-maternidade. Tal decisão deverá ser 
observada pelas instâncias inferiores. 
 
 
Além da incidência de contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade, incidirá 
também contribuição sobre os 60 dias de prorrogação da licença-maternidade, concedido 
nos termos do Programa Empresa Cidadã, instituído pela Lei 11.770/2008, uma vez que, 
durante este período, a empregada terá direito a sua remuneração integral paga pela 
empresa. 
 
 
(CESPE - Técnico do Seguro Social – 2016). 
No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-contribuição, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
Bruna, empregada da empresa Vargas & Vargas Cia. Ltda., entrou em gozo de licença-maternidade. Nessa 
situação, haverá incidência da contribuição previdenciária sobre o valor recebido por Bruna a título de 
salário-maternidade. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91, salário maternidade é o único benefício 
previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a incidência de contribuição: 
Art. 28. Da Lei 8.212/91. 
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: 
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade; 
Portanto assertiva correta. 
 
 
Gabarito: CERTA. 
(CESPE - Advogado da União – AGU - 2015). 
Acerca do RGPS, julgue o item subsequente. 
Conforme entendimento do STF, não há incidência de contribuição previdenciária nos benefícios do RGPS, 
incluído o salário-maternidade. 
( ) Certo 
( ) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91, salário maternidade é o único benefício 
previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a incidência de contribuição: 
Art. 28. Da Lei 8.212/91. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
 
 
(CESPE - Auditor de Controle Externo – TC/ DF – 2014). 
No que se refere ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), julgue o item seguinte. 
Não é considerado salário de contribuição o salário-maternidade. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Podemos encontrar a definição de Salário de Contribuição no art. 28 da Lei 8.212/91: 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: (...) 
§ 2º O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição. 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva é falsa. 
 
Gabarito: ERRADA. 
FÉRIAS GOZADAS: São aquelas férias usufruídas pelo trabalhador, durante a 
vigência do contrato de trabalho, que se afasta de suas atividades laborativas 
para descansar, recebendo sua remuneração acrescida de 1/3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.10.3. Férias Gozadas 
 
Trata-se de um direito assegurado pela CF/88 aos empregados e trabalhadores avulsos, 
que terão direito a férias anuais remuneradas de 30 dias com, pelo menos, 1/3 a mais que 
o salário normal, após cada período de 12 meses de trabalho. No entanto, tal direito foi 
estendido, também, aos empregados domésticos pela Lei nº 11.324/2006. 
 
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: 
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade; 
Observação: Tampouco há jurisprudência no sentido de que não há incidência de contribuição previdenciária 
sobre o salário maternidade. 
Portanto assertiva falsa. 
Gabarito: ERRADA. 
 
 
FÉRIAS INDENIZADAS: são aquelas que não chegaram a ser gozadas pelo 
trabalhador dentro do seu contrato de trabalho. Neste caso, caso o trabalhador 
já tenha adquirido direito às férias, porém não as tenha gozado oportunamente 
durante o contrato de trabalho, deverão ser indenizadas, ou seja, convertidas em 
dinheiro e pagas ao trabalhador quando da rescisão do seu contrato de trabalho. 
As férias indenizadas, pagas ao trabalhador quando da rescisão do contrato de 
trabalho, não integram o salário de contribuição, ou seja, sobre elas não incidirá 
contribuição social previdenciária. 
 
 
 
Não podemos confundir férias gozadas com férias indenizadas. As férias gozadas integram 
o salário de contribuição. As férias indenizadas, como estudaremos adiante, não integram. 
 
 
 
 
 
 
A Jurisprudência recente do STJ tem decidido favoravelmente à incidência de contribuição 
previdenciária sobre as férias gozadas, por considerá-la verba de natureza remuneratória e salarial, 
nos termos do art. 148 da CLT, integrando, portanto, o salário de contribuição (Resp 1240038/PR, 
DJe 02/05/2014). 
 
 
3.10.4. Décimo Terceiro Salário (13º Salário) 
 
Também denominado gratificação natalina, o 13º salário corresponde a 1/12 da 
remuneração devida em dezembro, por mês de serviço no ano ou fração igual ou superior 
a 15 dias de trabalho no mês. 
O 13º salário integra o salário de contribuição para efeito de recolhimento de contribuição 
previdenciária. No entanto, não integrará o cálculo do salário de benefício, para apuração 
da renda mensal inicial do benefício a ser pago pelo INSS ao segurado ou seu dependente. 
As respectivas contribuições, decorrentes do pagamento do 13º salário, serão devidas 
quando do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho, 
sendo calculada sempre em separado da remuneração do mês. 
 
 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
(CESPE - Procurador do Estado do Piauí – 2014) (QUESTÃO ADAPTADA). 
Em relação ao salário de contribuição, julgue o item a seguir: 
Compõem o salário de contribuição do empregado vinculado ao RGPS as parcelas remuneratórias 
decorrentes do seu trabalho, ressalvada a gratificação natalina (décimo terceiro salário), conforme 
entendimento do STF. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS:Para o candidato despreparado, é fácil errar esta questão. 
As normas do salário de contribuição estão em grande parte no Art. 28 da Lei 8212/91, por isso vamos ver o 
que diz a lei: 
Lei 8212/91. 
Art. 28. (...) 
§ 7º O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo 
de benefício, na forma estabelecida em regulamento. 
(Destaques Nossos). 
A respeito da incidência de contribuição previdenciária sobre o 13º salário, o STF editou a Súmula 688, senão 
vejamos: 
“Súmula 688: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário”. 
Como podemos perceber, segundo a lei e segundo o STF, a gratificação natalina integra normalmente o 
salário de contribuição e, sobre ela, deverá incidir contribuição previdenciária . 
Sendo assim podemos concluir que a assertiva está incorreta. 
Gabarito: ERRADA. 
 
 
 
 
 
 
A respeito da incidência de contribuição previdenciária sobre o 13º salário, o STF editou a 
Súmula 688, senão vejamos: 
“Súmula 688: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.10.5. Horas Extras 
 
Hora extra consiste no tempo laborado além da jornada diária estabelecida pela legislação. 
Segundo o art. 7º, inciso XVI, da CF/88, são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição social, a remuneração do serviço 
extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal. 
As horas extras têm natureza salarial (e não indenizatória), pois são pagas como uma 
contraprestação pelo trabalho prestado após a jornada normal de trabalho. 
 
 
O STJ, ao apreciar o REsp1.358.281/SP, em 23/04/2014, decidiu, por unanimidade, que incide 
contribuição previdenciária sobre o adicional de horas extras, devendo tal decisão ser observada 
pelas instâncias inferiores. 
 
 
3.10.6. Gorjetas 
 
Considera-se gorjeta a parte da remuneração do empregado que não é paga diretamente 
por seu empregador, mas por terceiros, normalmente clientes, denominadas gorjetas 
espontâneas. 
Também se considera gorjeta a importância cobrada pela empresa do cliente, como 
adicional nas contas, a ser posteriormente distribuída entre seus empregados. Trata-se da 
gorjeta conhecida como compulsória. (exemplo: 10% em contas de restaurantes) 
O art. 457 da CLT dispõe, acerca da remuneração, que a mesma é composta pelo salário 
mais as gorjetas, senão vejamos: 
“Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do 
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas 
que receber. 
(...) 
 
 
 
 
 
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, 
como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e 
destinado à distribuição aos empregados.” 
Como integram o conceito de remuneração, as gorjetas integram o salário de contribuição. 
Desta forma, haverá incidência da contribuição previdenciária sobre tais parcelas. 
 
 
O STJ também tem julgado neste sentido, nos termos do REsp 1.099.319/RJ, publicada 
em 12/09/2012, senão vejamos: 
"A gorjeta, compulsória ou inserida na nota de serviço, tem natureza salarial. Em consequência, há 
de ser incluída no cálculo de vantagens trabalhistas e deve sofrer a incidência de tributos e 
contribuições que incidem sobre o salário” 
 
Quando a gorjeta é cobrada na nota de consumo, o percentual a ser cobrado de gorjeta 
será definido segundo critérios de custeio e de rateio definidos em convenção ou acordo 
coletivo de trabalho. 
Assim, a MP 905/19 determinou que as empresas que cobram gorjetas na nota de consumo 
devem inserir o valor cobrado na nota fiscal e, além disso, o empregador deve fazer 
retenção na fonte do percentual das gorjetas arrecadadas para custear os encargos sociais, 
previdenciários e trabalhistas derivados de sua integração à remuneração dos 
empregados. O valor restante deve ser revertido integralmente em favor do trabalhador. 
O percentual a ser retido poderá ser de até: 
 20% se a empresa estiver inscrita em regime de tributação federal diferenciado, 
como por exemplo, o Simples Nacional; 
 
 33% para as demais empresas. 
 
 
 
 
 
Além disso, o empregador deverá anotar na Carteira de Trabalho do empregado e no 
contracheque o salário contratual fixo e o percentual recebido a título de gorjeta. Além 
disso, as empresas deverão anotar a média dos valores das gorjetas referentes aos últimos 
doze meses. 
Se a gorjeta não for cobrada na nota de consumo, mas for entregue pelo consumidor 
diretamente ao empregado, seus critérios serão definidos em acordo ou convenção 
coletiva e é facultado ao empregador a retenção conforme os critérios acima expostos. 
Caso a empresa tenha cobrado gorjeta nas notas de consumo pelos últimos 12 meses e 
pare de cobrar, a gorjeta se incorporará ao salário do empregado, tendo como base a 
média dos últimos doze meses, exceto se estabelecido de forma diversa em convenção ou 
acordo coletivo de trabalho. 
 
 
3.10.7. Comissões e Percentagens 
 
Comissões é uma recompensa retributiva, na maioria das vezes financeira, condicionada a 
determinado serviço realizado pelo trabalhador, oferecida pela intermediação de negócios 
ou cumprimento de metas ou objetivos definidos previamente com o intuito de incentivar 
os resultados comerciais. 
Segundo o § 1º, do art. 457 da CLT, acerca das parcelas integrantes do salário, temos que: 
“Art. 457... 
 
§ 1º - Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas 
pelo empregador”. 
Assim sendo, as comissões e percentagens integram o salário de contribuição e fazem 
parte, portanto, da base de cálculo das contribuições previdenciárias. 
Obs.: Caso o empregado seja remunerado exclusivamente por meio de comissões, terá 
direito a um salário mensal nunca inferior a um salário mínimo. 
 
 
3.10.8. Salário pago sob a forma de utilidades 
 
Nos termos do art. 28, inciso I, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, 
para o empregado e trabalhador avulso: 
 
 
EXEMPLO: Algumas empresas oferecem a seus funcionários do alto escalão um 
 
 
 
“Art. 28 (...) 
 
I - a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos 
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, 
qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e 
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer 
pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato 
ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.” 
A CLT admite que uma parte do salário do trabalhador seja paga sob a forma de utilidades, 
também conhecido como salário in natura. No entanto, pelo menos 30% do salário deve 
ser pago em dinheiro. Considera-se pagamento em utilidades o fornecimento habitual ao 
trabalhador de outro bem, diferente do dinheiro, por força de contrato ou de costume, 
como retribuição pelo seu trabalho. 
Consideram-se utilidades, dentre outras: 
 Alimentação (máximo 20% do salário-contratual); 
 Habitação (máximo 25% do salário-contratual); 
 Vestuário; 
 Higiene; 
 Transporte; 
 etc. 
Tais pagamentos, em regra, integram o salário de contribuição. No entanto, para que o 
salário pago sob forma de utilidades integre o salário de contribuição deverá observar as 
seguintes condições: 
 Fornecimento Habitual; 
 Ser concedida em retribuição ao trabalho prestado, ou seja, pelo trabalho. 
Se a prestação in natura for fornecida para o trabalho, não terá natureza salarial. 
Em relação à alimentação fornecida pela empresa ao trabalhador, não se considera salário- 
utilidade quando tal prestação forfornecida de acordo com o Programa de Alimentação 
do Trabalhador – PAT, como iremos estudar adiante. 
 
 imóvel para que o mesmo resida com sua família. A empresa paga, em regra, o 
 aluguel, condomínio e, muitas vezes, até mesmo as contas de água, luz, telefone, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.10.9. Remuneração do aposentado que volta a trabalhar 
 
Tal situação está prevista no § 4º, do art. 12 da Lei nº 8.212/91, conforme segue: 
“Art. 12... 
 
... 
 
§ 4º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que estiver exercendo ou que 
voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa 
atividade, ficando sujeito às contribuições previdenciárias, para fins de custeio da Seguridade Social”. 
IMPORTANTE: Não confundir a remuneração recebida por aposentado que volte a 
trabalhar, em retribuição a seu trabalho, com a aposentadoria recebida da Previdência 
Social. Apenas a remuneração pelo trabalho integrará o salário de contribuição. A 
aposentadoria, como benefício previdenciário que é, não sofre incidência de contribuição 
previdenciária. (O único benefício previdenciário que sofre tal incidência é o salário 
maternidade). 
 
 
O próprio STF , ao julgar o RE 437640/RS, publicado em 02/03/2007, decidiu neste sentido, 
conforme segue: 
Contribuição previdenciária: aposentado que retorna à atividade: CF, art. 201, § 4º; L. 8.212/91, art. 
12: aplicação à espécie, mutatis mutandis, da decisão plenária da ADIn 3.105, red.p/acórdão Peluso, 
DJ 18.2.05. A contribuição previdenciária do aposentado que retorna à atividade está amparada no 
princípio da universalidade do custeio da Previdência Social (CF, art. 195); o art. 201, § 4º, da 
Constituição Federal "remete à lei os casos em que a contribuição repercute nos benefícios" 
etc. Nesses casos, temos pagamento de salários in natura, por meio de 
utilidades, os quais devem ter seus valores somados à respectiva remuneração 
para fins de incidência de contribuições previdenciárias. 
 
 
AJUSTES EXPRESSOS: São as gratificações previstas em contrato de trabalho, 
convenções coletivas, regulamentos da empresa, etc. 
 
AJUSTES TÁCITOS: São as gratificações não previstas formalmente, mas que 
são fornecidas ao trabalhador com habitualidade. 
 
 
 
3.10.10. Gratificações Ajustadas ou Habituais 
 
As gratificações ajustadas (combinadas), entre empresa e seus trabalhadores, integram o 
conceito de salário, nos termos do art. 457, § 1º, da CLT. 
Tais ajustes, podem ser expressos ou tácitos: 
 
 
 
Neste sentido, temos a Súmula 207 do STF, conforme segue: 
“Súmula 207: As gratificações habituais, inclusive a de Natal, consideram-se tacitamente 
convencionadas, integrando o salário.”. 
 
Assim sendo, as gratificações habituais, sejam elas expressas ou tácitas, terão a incidência 
de contribuição previdenciária. Se as gratificações forem eventuais, não haverá incidência 
de contribuição. 
 
 
3.10.11. Quebra de Caixa 
 
Quebra de caixa é a verba destinada a cobrir os riscos assumidos pelos trabalhadores que 
lidam com manuseio constante de numerário, diretamente no caixa da empresa, fazendo 
recebimentos e pagamentos em nome do empregador, visando compensar possíveis 
diferenças de caixa. 
Usualmente, é paga aos caixas de banco, de supermercados, agências lotéricas, etc. 
Não há, na legislação, obrigatoriedade de pagamento do "Adicional de Quebra de Caixa". 
Porém, é comum que os Acordos ou Convenções Coletivas de Trabalho fixem tal 
obrigatoriedade, em relação àqueles empregados sujeitos ao risco de erros de contagem 
ou enganos relativos a transações de valores monetários. 
 
 
 
Assim dispõe a Súmula 247 do TST: 
“Súmula 247: A parcela paga aos bancários sob a denominação quebra de caixa possui natureza 
salarial, integrando o salário do prestador dos serviços, para todos os efeitos legais”. 
 
O STJ também tem entendido que tal verba possui natureza salarial, integrando o salário 
de contribuição e incidindo, sobre ela, contribuição previdenciária. Vejamos o julgado REsp 
1.397.333/RS, publicado em 09/12/2014: 
1. O Tribunal a quo consignou que a verba referente ao adicional de quebra de caixa possui natureza 
salarial, de modo a integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária. 
2. Quanto ao auxílio "quebra de caixa", consubstanciado no pagamento efetuado mês a mês ao 
empregado em razão da função de caixa que desempenha, por liberalidade do empregador, o STJ 
assentou a natureza não indenizatória das gratificações feitas por liberalidade do empregador, 
devendo incidir nesses casos a contribuição previdenciária. 
3. Agravo Regimental não provido" 
 
(STJ, AgRg no REsp 1.397.333/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 
09/12/2014). 
Desta forma, os valores pagos a título de quebra de caixa integram o salário de 
contribuição, havendo, portanto, incidência de contribuição previdenciária. 
 
 
3.10.12. Adicional por tempo de serviço 
 
Trata-se do conhecido anuênio, triênio, quinquênio, etc, pagos pela empresa, 
basicamente, como uma forma de incentivar os trabalhadores a permanecerem na empresa 
por mais tempo e beneficiar os trabalhadores mais antigos que possuem, teoricamente, 
mais experiência. 
 
 
 
Assim dispõe a Súmula 203 do TST: 
“Súmula 203: A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais.”. 
 
Desta forma, os valores pagos a título de adicional por tempo de serviço integram o salário 
de contribuição, havendo, portanto, incidência de contribuição previdenciária. 
 
 
3.10.13. Adicionais de Insalubridade, Periculosidade e Noturno 
 
Nos termos da CLT, consideram-se: 
 ATIVIDADES INSALUBRES: Aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos 
de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites 
de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo 
de exposição aos seus efeitos. 
Assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 40%, 20% ou 10% sobre o salário 
mínimo (conforme o grau da insalubridade seja, respectivamente, máximo, médio ou 
mínimo) 
 
 ATIVIDADES PERIGOSAS: São consideradas atividades ou operações perigosas, na 
forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas 
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em 
virtude de exposição permanente do trabalhador a: 
 
o Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; 
o Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de 
segurança pessoal ou patrimonial. 
 
Assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% sobre o salário básico do 
empregado. 
 
 
 
 
 
 ATIVIDADES NOTURNA: Considera-se noturno o trabalho executado por 
empregado urbano entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. No 
entanto, em relação ao trabalho rural, considera-se trabalho noturno aquele 
executado entre as 21 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte na lavoura. 
Outrossim, na atividade de pecuária, considera-se noturno quando executado entre 
as 20 horas de um dia às 4 horas do dia seguinte. 
 
Para o empregado urbano, o adicional noturno será de pelo menos 20% sobre a hora 
diurna. 
Para o trabalhador rural, o adicional será de 25% sobre a remuneração normal. 
Tais adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno possuem caráter retributivo e, 
consequentemente, natureza salarial. Desta forma, tais rubricas integram o salário de 
contribuição e sobre estes valores será cobrada contribuição previdenciária. 
 
 
O STJ, ao julgar o REsp 1.358.281/SP, em 23/04/2014, decidiu, por unanimidade, que incide 
contribuição previdenciária sobre os adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno. 
 
 
3.10.14. Adicional de Transferência 
 
Trata-se de um valor adicional pago ao empregado quando transferido “provisoriamente” 
para outro local, importando mudança de residência. Tal adicional não é devidonas 
transferências definitivas. 
No caso de transferências provisórias, o empregador é obrigado a pagar um valor 
complementar, de pelo menos 25% do salário contratual que o empregado estiver 
recebendo na nova localidade, pelo tempo que durar a transferência provisória. 
Tal adicional deverá integrar o salário de contribuição, incidindo sobre ele, portanto, 
contribuição previdenciária. 
 
 
Observação: o aviso-prévio não se aplica a empregados atuando sob contrato 
de experiência, de maneira que, em casos assim, qualquer uma das partes possa 
rescindi-lo sem que haja necessidade de notificar a outra com antecedência. 
 
 
 
3.10.15. Aviso-Prévio 
 
O aviso-prévio é a notificação de rompimento do contrato de trabalho que uma das partes 
(empregado ou empregador), dá à outra, sem motivo justificado. 
O objetivo do aviso-prévio é: 
 dar tempo ao empregado de procurar outro serviço, caso seja dado pelo 
empregador; 
 permitir ao empregado ter tempo de contratar um novo colaborador, caso seja dado 
pelo empregado. 
Além disso, o aviso-prévio se aplica somente a: 
 
 
 contratos de trabalho de prazo indeterminado; 
 contratos de trabalho de prazo determinado nos quais há uma cláusula que assegure 
o direito de ambas as partes rescindirem antecipadamente. 
 
 
O prazo do aviso-prévio é proporcional ao tempo de serviço do empregado na mesma 
empresa, sendo que não pode ser menor do que 30 dias ou maior do que 90 dias. 
Funcionários com até 1 ano no serviço têm direito a aviso-prévio de 30 dias. A cada ano 
trabalhado, ganham direito a mais 3 dias, não podendo exceder o limite máximo de 90 
dias. 
A contagem do prazo começa no dia seguinte ao da notificação de uma das partes. 
Existem dois tipos de aviso-prévio, o trabalhado e o indenizado, conforme explicado 
abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o aviso-prévio é trabalhado, não há dúvidas de que o valor recebido tem natureza 
salarial, integrando o salário de contribuição e sofrendo incidência de contribuição 
previdenciária. 
No entanto, quando o aviso-prévio é indenizado, temos uma divergência entre lei e 
jurisprudência. 
Para a lei, incide contribuição previdenciária tanto no aviso-prévio trabalhado, quanto no 
indenizado. 
 
 
No entanto, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, em 26/02/2014, o STJ decidiu pela não 
incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso-prévio indenizado, conforme 
segue: 
DIREITO TRIBUTÁRIO E PREVIDENCIÁRIO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
SOBRE O AVISO PRÉVIO INDENIZADO. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008- 
STJ). 
Não incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre o valor pago a título de aviso prévio 
indenizado. A despeito da atual moldura legislativa (Lei 9.528/1997 e Decreto 6.727/2009), as 
importâncias pagas a título de indenização, que não correspondam a serviços prestados nem a tempo 
à disposição do empregador, não ensejam a incidência de contribuição previdenciária. A CLT 
estabelece que, em se tratando de contrato de trabalho por prazo indeterminado, a parte que, sem 
justo motivo, quiser a sua rescisão, deverá comunicar a outra da sua intenção com a devida 
antecedência. Não concedido o aviso prévio pelo empregador, nasce para o empregado o direito 
aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu 
tempo de serviço (art. 487, § 1º, da CLT). Desse modo, o pagamento decorrente da falta de aviso 
prévio, isto é, o aviso prévio indenizado, visa reparar o dano causado ao trabalhador que não fora 
AVISO-PRÉVIO TRABALHADO: o empregado trabalha normalmente durante o 
período de aviso prévio, não importando se a decisão de desligamento foi 
tomada por parte dele ou pelo empregador. 
 
AVISO-PRÉVIO INDENIZADO: a empresa dispensa o colaborador e paga a ele o 
valor correspondente ao seu aviso prévio, de modo que o funcionário não precise 
trabalhar durante o período. 
 
 
Caso a questão pergunte sobre o aviso-prévio indenizado “NOS TERMOS DA 
LEI”: Responda que incide contribuição previdenciária. 
 
Caso a questão pergunte sobre aviso-prévio indenizado “SEGUNDO 
ENTENDIMENTO DA JURISPRUDÊNCIA”: Responda que não incide 
contribuição previdenciária 
 
 
 
alertado sobre a futura rescisão contratual com a antecedência mínima estipulada na CF (atualmente 
regulamentada pela Lei 12.506/2011). Dessarte, não há como se conferir à referida verba o caráter 
remuneratório, por não retribuir o trabalho, mas sim reparar um dano. Ressalte-se que, se o aviso 
prévio é indenizado, no período que lhe for correspondente o empregado não presta trabalho algum, 
nem fica à disposição do empregador. Assim, por ser não coincidir com a hipótese de incidência, é 
irrelevante a circunstância de não haver previsão legal de isenção em relação a tal verba. 
 
 
Em prova de concursos, temos que responder da seguinte forma: 
 
 
 
 
3.10.16. Repouso Semanal Remunerado 
 
O descanso semanal remunerado é um direito que todo trabalhador possui e, como o 
nome sugere, trata-se de um dia na semana que o trabalhador é dispensado do trabalho 
sem prejuízo do salário. 
É assegurado aos trabalhadores urbanos e rurais o repouso semanal remunerado, 
preferencialmente aos domingos, nos termos o art. 7º, inciso XV, da CF/88. 
Durante o repouso semanal remunerado, mesmo sem trabalhar, o empregador é obrigado 
a pagar o salário do empregado. 
Tais valores, pagos pelos dias não trabalhados decorrentes de repouso semanal não 
remunerado, bem como os valores pagos pelos feriados não trabalhados, integrarão o 
salário de contribuição e, consequentemente, sofrerão incidência de contribuição 
previdenciária. Esse também é o entendimento do STJ. 
 
 
 
 
 
 
No julgamento do REsp 1.444.203/SC, o STJ entendeu que é “insuscetível classificar como 
indenizatório o descanso semanal remunerado, pois sua natureza estrutural remete ao inafastável 
caráter remuneratório, integrando parcela salarial, sendo irrelevante que inexiste a efetiva prestação 
laboral no período, porquanto mantido o vínculo de trabalho, o que atrai a incidência tributária sobre 
a indigitada verba.” 
Para o STJ, não importa o fato de que não houve contraprestação do trabalhador. Acrescenta ainda 
que: “a ausência de serviço prestado ou mesmo de tempo à disposição do empregador, consoante 
aduz a recorrente, não tem o condão de desconfigurar o caráter remuneratório da verba, pois, do 
contrário, não seria devida a contribuição em nenhuma das hipóteses de afastamento legalmente 
instituído, tal como ocorre no salário-maternidade ou sobre as férias gozadas.” 
 
 
3.10.17. Auxílio-Moradia 
 
A parcela paga a título de auxílio-moradia não está relacionada entre as exceções legais 
para deixar de integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária. Além disso, o STJ 
já decidiu que o auxílio-moradia tem natureza remuneratória, integrando, 
consequentemente, o salário de contribuição e sofrendo incidência de contribuição 
previdenciária. 
Vejamos abaixo um julgado neste sentido: 
 
 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DE GERENTES DE AGÊNCIAS. 
AUXÍLIO-MORADIA. HABITUALIDADE. CONTRIBUIÇAO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. 
NATUREZA REMUNERATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. 
1. O Tribunal regional, com base na análise acurada do "Programa de Residência de Gerentes de 
Agências" e das provas dos autos, consignou que a parcela paga a título de auxílio-moradia na 
espécie tem notadamente natureza remuneratória. Rever tal premissa esbarra no óbice da Súmula 
7/STJ. 
2. Incide contribuição previdenciária sobre o "total da remuneração" paga ou creditada aos 
trabalhadores, a qualquer título, exceto as verbas listadas no art. 28, 9º, da Lei 8.212/1991. 
Precedentes: AgRg nos EDcl no REsp 1.098.218/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, 
DJe 09/11/2009; REsp 486.697/PR, Rel. Min. Denise Arruda, DJ 17/12/2004. 
 
 
 
 
 
3. A hipótese em apreço pagamento de auxílio-moradia, não está arrolada dentre as exceções legais. 
 
4. Agravo regimental não provido. 
 
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 42.673/RS, Relator Ministro castro Meira, DJe 
09/12/2014. 
 
 
3.10.18. Licença Casamento 
 
Nos termos do inciso II do art. 473 da CLT, o empregado poderá deixar de comparecer ao 
serviço, sem prejuízo do salário, até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento. 
Os valores recebidos durante a licença casamento possuem clara natureza remuneratória. 
Além disso, os valores pagos a título de licença casamento não estão relacionados entre 
as exceções legais para afastar a incidência contribuição previdenciária. 
 
 
Sobre a questão, o STJ já decidiu que a licença casamento tem natureza remuneratória, 
integrando, consequentemente, o salário de contribuição e sofrendo incidência de 
contribuição previdenciária, senão vejamos: 
“PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO-MATERNIDADE. 
SALÁRIO-PATERNIDADE. INCIDÊNCIA. ENTENDIMENTO FIRMADO EM REPETITIVO. RESP 
PARADIGMA 1230957⁄RS. FÉRIAS GOZADAS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. SÚMULA 83⁄STJ. 
SERVIÇO ELEITORAL. LICENÇA CASAMENTO. CARÁTER REMUNERATÓRIO. ÔNUS DO 
EMPREGADOR. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PATRONAL. 
(...) 
 
3. Insuscetível classificar como indenizatória a licença para prestação do serviço eleitoral (art. 98 da 
Lei n. 9.504⁄97) ou a licença casamento (art. 473, II, da CLT), pois sua natureza estrutural remete ao 
inafastável caráter remuneratório, integrando parcela salarial cujo ônus é do empregador, sendo 
irrelevante a inexistência da efetiva prestação laboral no período, porquanto mantido o vínculo de 
trabalho, o que atrai a incidência tributária sobre as indigitadas verbas. 
 
 
 
 
 
4. A recorrente defende tese de que a ausência de efetiva prestação de serviço ou de efetivo tempo 
à disposição do empregador justificaria a não incidência da contribuição, ou seja, qualquer 
afastamento do empregado justificaria o não pagamento da exação. 
5. Tal premissa não encontra amparo na jurisprudência do STJ, pois há hipóteses em que ocorre o 
afastamento do empregado e ainda assim é devida a incidência tributária, tal como ocorre quanto 
ao salário-maternidade e as férias gozadas. 
6. O parâmetro para incidência da contribuição previdenciária é o caráter salarial da verba. A não 
incidência ocorre nas verbas de natureza indenizatória.” 
 
 
3.10.19. Licença para Prestação de Serviço Eleitoral 
 
Nos termos do art. 98 da Lei 9.504/97, os eleitores nomeados para compor as Mesas 
Receptoras ou Juntas Eleitorais e os requisitados para auxiliar seus trabalhos serão 
dispensados do serviço, mediante declaração expedida pela Justiça Eleitoral, sem prejuízo 
do salário, vencimento ou qualquer outra vantagem, pelo dobro dos dias de convocação. 
Os valores recebidos durante a licença para prestação de serviço eleitoral possuem clara 
natureza remuneratória. Além disso, os valores pagos a título de licença para prestação de 
serviço eleitoral não estão relacionados entre as exceções legais para afastar a incidência 
contribuição previdenciária. 
 
 
Sobre a questão, o STJ já decidiu que a licença para prestação de serviço eleitoral tem 
natureza remuneratória, integrando, consequentemente, o salário de contribuição e 
sofrendo incidência de contribuição previdenciária, senão vejamos: 
“PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO-MATERNIDADE. 
SALÁRIO-PATERNIDADE. INCIDÊNCIA. ENTENDIMENTO FIRMADO EM REPETITIVO. RESP 
PARADIGMA 1230957⁄RS. FÉRIAS GOZADAS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. SÚMULA 83⁄STJ. 
SERVIÇO ELEITORAL. LICENÇA CASAMENTO. CARÁTER REMUNERATÓRIO. ÔNUS DO 
EMPREGADOR. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PATRONAL. 
(...) 
 
 
 
 
 
3. Insuscetível classificar como indenizatória a licença para prestação do serviço eleitoral (art. 98 da 
Lei n. 9.504⁄97) ou a licença casamento (art. 473, II, da CLT), pois sua natureza estrutural remete ao 
inafastável caráter remuneratório, integrando parcela salarial cujo ônus é do empregador, sendo 
irrelevante a inexistência da efetiva prestação laboral no período, porquanto mantido o vínculo de 
trabalho, o que atrai a incidência tributária sobre as indigitadas verbas. 
4. A recorrente defende tese de que a ausência de efetiva prestação de serviço ou de efetivo tempo 
à disposição do empregador justificaria a não incidência da contribuição, ou seja, qualquer 
afastamento do empregado justificaria o não pagamento da exação. 
5. Tal premissa não encontra amparo na jurisprudência do STJ, pois há hipóteses em que ocorre o 
afastamento do empregado e ainda assim é devida a incidência tributária, tal como ocorre quanto 
ao salário-maternidade e as férias gozadas. 
6. O parâmetro para incidência da contribuição previdenciária é o caráter salarial da verba. A não 
incidência ocorre nas verbas de natureza indenizatória.” 
 
 
3.10.20. Salário Paternidade 
 
Considera-se salário paternidade os valores recebidos pelo trabalhador durante sua licença 
paternidade, que é um direito constitucional que garante aos homens empregados o 
direito de estarem afastados de suas atividades no trabalho durante cinco dias, em razão 
do nascimento de filho, sem qualquer prejuízo do salário. Pais adotivos também possuem 
este direito e fazem parte dos beneficiados. 
Ao contrário do que ocorre com o salário maternidade, o salário paternidade constitui ônus 
da empresa, ou seja, não se trata de benefício previdenciário. Desse modo, em se tratando 
de verba de natureza salarial, é legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre 
o salário paternidade. 
Ressalte-se que "o salário-paternidade deve ser tributado, por se tratar de licença remunerada 
prevista constitucionalmente, não se incluindo no rol dos benefícios previdenciários" (AgRg nos EDcl 
no REsp 1.098.218/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 9.11.2009). 
 
 
 
 
 
3.10.21. Valor da Compensação Pecuniária a ser paga no âmbito do Programa de Proteção 
ao Emprego (PPE) 
 
O Programa de Proteção ao Emprego – PPE, instituído pela Lei 13.189/2015, é um 
programa que visa preservar os empregos dos trabalhadores de empresas que se 
encontram temporariamente em situação de dificuldade econômico-financeira. 
No período de adesão ao PPE, os empregados beneficiários do PPE têm jornada de 
trabalho reduzida, em até 30%, com redução proporcional do salário. 
Durante o Programa, os empregados beneficiados recebem compensação pecuniária de 
até 50% do valor da redução salarial, limitado ao montante correspondente a 65% da 
parcela máxima do benefício do seguro-desemprego. 
O Programa possibilita a preservação dos empregos em momentos de retração da 
atividade econômica, além de favorecer a recuperação econômico-financeira das 
empresas; contribui para sustentar a demanda agregada em momentos de adversidade; 
estimula a produtividade do trabalho, por meio do aumento da duração do vínculo 
empregatício e fomentar a negociação coletiva e aperfeiçoar as relações de emprego. 
Todas as empresas que atenderem aos critérios estabelecidos pelo Programa poderão 
solicitar adesão ao PPE. 
Os valores pagos a título de compensação pecuniária, no âmbito do Programa de Proteção 
ao Emprego – PPE, integrarão o salário de contribuição e irão compor a base de cálculo 
da contribuição previdenciária. 
 
 
3.10.22. Seguro Desemprego 
 
 
Nos termos da lei 8.212/91, com as alterações trazidas pela MP 905/2019, o beneficiário 
do Seguro-Desemprego concedido nos termos da lei é segurado obrigatório da 
previdência social. 
 
 
Observação: A Medida Provisória nº 905/2019 foi REVOGADA pela MP 955, publicada em 
20 de abril de 2020. Dessa forma, as alterações e inovações promovidas pela MP 
905/2020 perdem a eficácia. A revogação se deu em razão da iminente caducidade da MP 
que fora revogada. 
 
 
 
Durante os meses de percepção, o valor do seguro-desemprego será considerado salário 
de contribuição,devendo-se descontar, nos pagamentos ao beneficiário, a respectiva 
contribuição previdenciária. 
Tal período será computado como tempo de contribuição para efeito de concessão de 
benefícios previdenciários. 
 
 
 
 
 
 
3.10.23. Hora Repouso Alimentação 
 
Houve novamente mudança de entendimento acerca da natureza 
indenizatória ou remuneratória da verba relacionada à supressão da 
hora repouso alimentação – HRA, paga como retribuição pela hora 
em que o empregado fica à disposição do empregador. 
Na sessão do dia 21 de fevereiro de 2017, a 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
havia concluído o julgamento do Recurso Especial nº 1.328.326, que trata da incidência de 
contribuição previdenciária sobre pagamento de hora repouso alimentação (HRA) à 
trabalhadores que possuem turno contínuo, sem horário de almoço. O julgamento foi 
iniciado em 2016, com o voto do Ministro Relator Gurgel de Faria, que citou a Súmula 437 
do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para confirmar a natureza salarial da hora de 
repouso alimentação, sendo acompanhado pelo Ministro Sérgio Kukina. Prevaleceu, 
entretanto, o voto em sentido contrário dos Ministros Regina Helena Costa, Napoleão 
Nunes Maia Filho e Benedito Gonçalves, reconhecendo que a remuneração ao repouso 
possuía natureza indenizatória, motivo pelo qual não deveria integrar a base de cálculo das 
contribuições previdenciárias. Na ocasião, para a maioria dos Ministros da Turma, o 
pagamento da verba não remunera qualquer serviço prestado, mas decorre da supressão 
do intervalo de repouso e alimentação a que o trabalhador teria direito, o que revela seu 
caráter indenizatório. 
 
 
 
 
 
Contudo, houve mudança de entendimento no Superior Tribunal de Justiça, conforme 
podemos observar no Recurso Especial n° 1.727.114 – BA (2018/0046038-0). Na sessão do 
dia 14 de janeiro de 2019, decidiu-se que incide contribuição previdenciária sobre a verba 
relacionada à supressão da hora repouso alimentação – HRA, paga como retribuição pela 
hora em que o empregado fica à disposição do empregador, tendo em vista sua natureza 
eminentemente salarial. 
 
 
No mesmo sentido, destacam-se: 
 
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EMPREGADOS 
ENQUADRADOS NA LEI 5.811/72. NATUREZA SALARIAL DA VERBA PAGA EM DECORRÊNCIA DA 
SUPRESSÃO DA HORA DE REPOUSO E ALIMENTAÇÃO - HRA. ARTS. 2º, § 2º, DA LEI LEI 5.811/72 E 
71, § 4º, DA CLT. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO 
REGIMENTAL IMPROVIDO. 
 
I. Agravo Regimental interposto em 11/11/2015, contra decisão publicada em 10/11/2015. 
 
II. Na origem, trata-se de Mandado de Segurança, impetrado por CIBA ESPECIALIDADE QUÍMICAS 
LTDA., contra ato do Delegado da Receita Federal do Brasil - Área Previdenciária em São Paulo e do 
Chefe de Arrecadação do INSS em São Paulo, no qual se postula o reconhecimento da natureza 
indenizatória da parcela paga pela supressão da HRA - Hora de Repouso e Alimentação, a fim de 
que seja afastada a sua incidência da base de cálculo da contribuição previdenciária, com a 
compensação dos valores indevidamente recolhidos, desde 1995. 
III. Na esteira do entendimento firmado na Segunda Turma do STJ, "a 'Hora Repouso Alimentação - 
HRA' [...] é paga como única e direta retribuição pela hora em que o empregado fica à disposição do 
empregador", configurando, assim "retribuição pelo trabalho ou pelo tempo à disposição da 
empresa e se submete à contribuição previdenciária, nos termos do art. 28 da Lei 8.212/1991" (STJ, 
EDcl no REsp 1.157.849/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 
26/05/2011). No mesmo sentido: AgRg no REsp 1.536.286/BA, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, 
SEGUNDA TURMA, DJe de 22/10/2015; REsp 1.144.750/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, 
SEGUNDA TURMA, DJe de 25/05/2011. 
IV. Agravo Regimental improvido. (AgRg no REsp 1.449.331/SP, Rel. Min. ASSUSETE MAGALHÃES, 
DJe 13/5/2016). 
 
 
3.11. PARCELAS NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 
 
 
 
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. HORA DE REPOUSO E ALIMENTAÇÃO (HRA). NATUREZA 
SALARIAL. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PRECEDENTES DO STJ. 
 
1. Na hipótese dos autos, extrai-se do acórdão objurgado que o entendimento do Tribunal de origem 
está em consonância com a orientação do Superior Tribunal de Justiça. 
2. Com efeito, na esteira do entendimento firmado na Segunda Turma do STJ, "a 'Hora Repouso 
Alimentação - HRA' [...] é paga como única e direta retribuição pela hora em que o empregado fica 
à disposição do empregador", configurando, assim "retribuição pelo trabalho ou pelo tempo à 
disposição da empresa e se submete à contribuição previdenciária, nos termos do art. 28 da Lei 
8.212/1991" (STJ, EDcl no REsp 1.157.849/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 
de 26/5/2011). No mesmo sentido: AgRg no REsp 1.536.286/BA, Rel. Ministro Humberto Martins, 
Segunda Turma, DJe de 22/10/2015; REsp 1.144.750/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda 
Turma, DJe de 25/5/2011. 
3. Recurso Especial não provido. (REsp 1.655.025/BA, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 5/5/2017). 
 
 
Assim sendo, para efeito de prova e segundo a jurisprudência mais recente, incide 
contribuição previdenciária sobre a verba relacionada à supressão da hora repouso 
alimentação – HRA, paga como retribuição pela hora em que o empregado fica à 
disposição do empregador, tendo em vista sua natureza eminentemente salarial (natureza 
remuneratória). 
 
 
 
 
As parcelas não integrantes do salário de contribuição estão relacionadas numa lista 
exaustiva e previstas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91 e no § 9º do art. 214 do 
Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/99). 
Antes de estudarmos cada uma dessas parcelas que não integram o salário de 
contribuição, vamos aprender algumas dicas que visam facilitar nossa compreensão e 
memorização do assunto. 
Em regra, os valores pagos, visando uma indenização ou ressarcimento do trabalhador, 
são considerados como parcelas não integrantes do salário de contribuição. 
 
 
INDENIZAÇÃO: destina-se a reparar um dano, não integrando o salário de 
contribuição. 
 
RESSARCIMENTO: é o reembolso de despesas pagas pelo trabalhador, quando 
executa alguma atividade de interesse do empregador, não integrando, 
também, o salário de contribuição. 
 
 
 
Para melhor compreensão do assunto, vamos conceituar, novamente, indenização e 
ressarcimento: 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos quais são as parcelas não integrantes do salário de contribuição, previstas na 
legislação previdenciária: 
3.11.1. Os Benefícios da Previdência Social, nos termos e limites legais, salvo o Salário- 
Maternidade e o seguro desemprego. 
 
Os benefícios da Previdência Social, em regra, não integram o salário de contribuição. 
O salário-maternidade, entretanto, é exceção a esta regra, pois integra o salário de 
contribuição e sobre ele incide contribuição previdenciária. 
Contudo, nos termos da MP 905, de 11/11/2019, o seguro desemprego também passou a 
integrar o salário de contribuição, quando concedido na forma da lei, passando a sofrer 
incidência de contribuição previdenciária. 
 
 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
 
 
 
Este é um assunto muito cobrado em provas e deve ser bem memorizado e fixado pelo 
candidato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(CESPE - Auditor de Controle Externo – TCE/ RO – Direito – 2013). 
Acerca do financiamento dos RPPSs e do RGPS, julgue o próximo item. 
Os aposentados e pensionistas do RGPS deverão contribuir para o financiamento desse mesmo regime com 
proventos de seus respectivos benefícios, com a incidência da mesma alíquota aplicada aos segurados em 
atividade, desde que o valor de seus proventos supere o limite máximo estabelecido para o referido regime. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Assertiva incorreta. Para embasar nossa resposta, vamos recorrer ao Art. 195 da Constituição Federal.Art. 195. (...) 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre 
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201. 
(Destaques Nossos). 
Vejamos, agora, o que diz a Lei 8.212/91 sobre tal assunto: 
 
 
AJUDA DE CUSTO: Devido no caso de transferência permanente, com mudança 
de domicílio, por período superior a 120 dias. Nesta situação, além do salário, o 
aeronauta receberá uma ajuda de custo, nunca inferior ao valor de 4 meses de 
salário. 
 
ADICIONAL MENSAL: Devido no caso de transferência provisória, por período 
igual ou inferior a 120 dias. Nesta situação, além do salário, o aeronauta receberá 
um adicional, que nunca poderá ser inferior a 25% do salário recebido na base. 
 
 
 
 
 
 
 
3.11.2. As Ajudas de Custo e o Adicional Mensal recebidos pelo aeronauta 
 
 
Tais verbas tem caráter indenizatório, não possuindo, portanto, natureza salarial. Desta 
forma, não integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo das 
contribuições previdenciárias. 
 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: 
(...) 
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: 
os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade; 
(...) 
(Destaques nossos) 
Assim sendo, podemos concluir que aposentadoria ou pensão, quando são concedidas pelo Regime Geral, 
não sofrem incidência de contribuição previdenciária. Por outro lado, no Regime Próprio de Previdência 
Social – RPP, incidirá contribuição quando os proventos ultrapassarem o teto do RGPS. Portanto, assertiva 
incorreta. 
Gabarito: ERRADA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.11.3. A parcela "in natura" recebida de acordo com os Programas de Alimentação 
aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei 6.321/76 
 
O Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, aprovado pelo Ministério do Trabalho, 
quando devidamente cumprido pelo contribuinte, nos exatos termos da lei, permite que a 
empresa forneça alimentação e cestas básicas a seus segurados, sem que tais valores 
integrem a base de cálculo das contribuições previdenciárias. 
A Receita Federal do Brasil - RFB, até 2011, apurava e cobrava contribuição social incidente 
sobre os valores de alimentação e cesta básica fornecidas pela empresa a seus 
trabalhadores, quando as mesmas não estavam inscritas no PAT ou descumpriam algum 
de seus requisitos legais. 
 
 
Entretanto, o STJ, por diversas vezes, decidiu em sentido contrário, ao firmar entendimento de que, 
mesmo não inscrita e não cumprindo os requisitos legais do Programa de Alimentação do 
Trabalhador – PAT, não deveria haver incidência de contribuição previdenciária sobre a alimentação 
e cestas básicas fornecida aos trabalhadores, uma vez que não possui natureza salarial. 
 
 
Diante da jurisprudência já pacificada, e buscando evitar maiores prejuízos para a Fazenda 
Nacional, haja vista as sucessivas derrotas na esfera judicial, a própria administração pública 
reconheceu tal entendimento e, por meio da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – 
PGFN, emitiu o Parecer nº 2.117/2011. Neste parecer recomenda-se a não apresentação 
de contestação, a não interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde 
que inexista outro fundamento relevante, nas ações judiciais que visem obter a declaração 
de que sobre o pagamento in natura do auxílio-alimentação não há incidência da 
contribuição previdenciária. 
Desta forma, para questões de prova que discorram sobra a incidência ou não de 
contribuição previdenciária sobre o pagamento in natura do auxílio-alimentação, a melhor 
resposta em qualquer desses casos, e que tais valores não integram o salário de 
contribuição. 
 
 
FÉRIAS INDENIZADAS: Aquelas que, até o momento da dispensa do 
trabalhador, já foram adquiridas, porém não foram gozadas durante a vigência 
do seu contrato de trabalho. Serão convertidas em dinheiro e pagas ao segurado 
na rescisão. 
 
ADICIONAL CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS INDENIZADAS: Trata-se de um 
direito assegurado pela CF/88 aos empregados e trabalhadores avulsos, bem 
como os empregados domésticos, que terão direito a férias anuais remuneradas 
de 30 dias com, pelo menos, 1/3 a mais que o salário normal, após cada período 
de 12 meses de trabalho. Mesmo no caso de férias indenizadas, o trabalhador 
terá direito ao terço constitucional de férias respectivo. 
 
DOBRA DE FÉRIAS: Sempre que as férias forem concedidas após o prazo legal, 
denominado período concessivo, o empregador pagará em dobro a respectiva 
remuneração de férias. 
 
 
 
 
 
 
No entanto, se o pagamento do auxílio-alimentação for feito em dinheiro, ele integra a 
base de cálculo das contribuições previdenciárias. Este, inclusive, é o entendimento da 
Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais 
(TNU), conforme segue: 
TNU, Súmula 67 - O auxílio-alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado ao Regime Geral 
da Previdência Social integra o salário de contribuição e sujeita-se à incidência de contribuição 
previdenciária. 
 
 
3.11.4. As importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional 
constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias 
 
Considera-se: 
 
 
No caso de férias vencidas no momento da rescisão, independentemente do motivo, o 
empregado tem direito a indenização de férias. No entanto, existem casos em que há férias 
 
 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
(CESPE - Técnico do Seguro Social – 2016). 
No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de- contribuição, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
O contrato de trabalho de Carlos, empregado da empresa L & M Ltda., foi rescindido antes que ele pudesse 
usufruir de férias vencidas. Nessa situação, haverá a incidência de contribuição previdenciária sobre a 
importância paga a título de indenização das férias vencidas e sobre o respectivo adicional constitucional. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
 
 
proporcionais a receber, por não ter o trabalhador completado o período aquisitivo no 
momento da rescisão. 
 
 
No caso das férias proporcionais, vejamos as regras estabelecidas pelo TST: 
Sumula 171 – TST: Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do 
contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, 
ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses. 
Súmula 261 – TST: O empregado que se demite antes de complementar 12 (doze) meses de serviço 
tem direito a férias proporcionais. 
Assim sendo, podemos concluir que o empregado só terá direito a férias proporcionais 
(devida nos casos em que não completa o período aquisitivo no momento da rescisão) se 
não for dispensado por justa causa. 
Uma vez que receba indenização de férias, na rescisão de contrato de trabalho (sejam 
vencidas ou proporcionais), terão natureza de indenização e sobre tais valores não incide 
contribuição previdenciária. 
Da mesma forma, o terço constitucional de férias indenizadas (pago na rescisão do contrato 
de trabalho), bem como a dobra de férias ( por ter sido concedida após o prazo legal), não 
sofrerão incidência de contribuição previdenciária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(CESPE - Delegado de Polícia Federal - 2013). 
De acordo com as normas constitucionais e legais acerca do financiamento da seguridade social, julgue o 
item seguinte. 
Integram o salário de contribuição que equivale à remuneração auferida pelo empregado, as parcelas 
referentes ao salário e às férias, ainda que indenizadas. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
COMENTÁRIOS: 
Ora, foi o "ainda que indenizadas" do examinador que tornou essa resposta incorreta. Sabemos que férias 
gozadas e salário integram o salário-de-contribuição. Já quanto às férias

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