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08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE II - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_02/index.html?print=1&access_t… 1/8 UNIDADE II - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE II - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_02/index.html?print=1&access_t… 2/8 ©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília Conteúdo Tornar-se Mulher ou Homem ao Longo da História O conceito de gênero não pode ser pensado dissociado do movimento feminista, pois resulta de um processo que nele teve suas origens. Além do movimento feminista, outros importantes movimentos ocorreram no final da década de 1960 em alguns países dos vários continentes. Entre eles estão os movimento estudantil e movimento hippie que, em comum, traziam a contestação dos papeis e comportamentos sexuais, até então, apontadas como únicos que deveriam ser seguidos. No final da década de 1970, além de outras questões associadas à temática das mulheres, as diferenças sexuais já tinham se tornado pauta das reivindicações feministas. A utilização do termo gênero associado à divisão natural entre os sexos, foi ao longo dos anos e debates se distanciando das explicações iniciais, tendo por objetivo ultrapassar a concepção natural de sexo. Buscava-se assim, enfatizar a questão dos papéis sociais e discutir as questões relativas às diferenças sexuais e a instauração das desigualdades, tendo por referência tais diferenças. Essa ampliação do entendimento do termo gênero tornou-se possível após as publicações e debates decorrentes das produções de duas importantes estudiosas feministas da Universidade de Sussex, na Inglaterra, durante os anos 70: Joan Scott e Gayle Rubin. Elas tomaram como referência o fato como as pessoas são educadas para ter comportamentos diferenciados, de acordo com a natureza sexual, isto é, pelo fato de terem nascido macho ou fêmea da espécie humana. Em suas pesquisas, estas estudiosas constataram que em todas as partes do mundo e em todas as épocas registradas pela história, sobre as sociedades patriarcais se manteve a subordinação da mulher ao homem. Concluíram que não se tratava de fixar-se sobre a 'opressão da mulher', ou 'o problema da mulher', como um assunto em si, mas explorar as relações de gênero, ou seja, as relações sociais que a sociedade foi construindo e passando de geração em geração, cristalizando papeis diferenciados para mulheres e homens, que possibilitaram a subordinação do gênero feminino ao masculino. Além de ser uma questão cultural, trata-se principalmente de uma questão política, ou seja, da relação de poder reforçadas pela construção de situações que envolvem homens e mulheres caracterizadas pela simetria e desiguldade nas relações. De http://www.une.org.br/movimento-estudantil/ http://www.youtube.com/embed/TxxP3GopuKc 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE II - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_02/index.html?print=1&access_t… 3/8 acordo com esta visão, nascer macho ou fêmea é um assunto da natureza. (SAYÃO; BOCK, 2002). Por outro lado, a educação que machos e fêmeas recebem e o comportamento que apresentam em sociedade, isto sim, é um fenômeno cultural e, portanto sofre variações. Com o tempo, o alargamento do entendimento sobre as questões de gênero e o aprofundamento conceitual no tratamento dessa questão possibilitaram, além de ultrapassar a associações entre gênero e sexo, a superação de enfoques presos a uma oposição binária e maniqueísta entre homens e mulheres. Tais enfoques apresentavam a questão das mulheres na sociedade, ora sob o ângulo da vitimização, ora apontando sua superioridade em relação aos homens em sua "eterna luta contra o sexo oposto". Nesse processo de ampliação do entendimento de gênero, a antropóloga americana MARGARETH MEAD destaca o peso da cultura na determinação dos papeis sexuais, das condutas e comportamentos de homens e mulheres. No Brasil, segundo Costa (2000), os estudos das relações de gênero foram recebidos na academia como forma de equacionar os impasses relativos à produção historiográfica sobre mulheres. Nas últimas décadas do século XX, o interesse pelo estudo das relações de gênero tem levado a uma fecunda produção, cujas abordagens se inserem no campo da interdisciplinaridade, num diálogo cada vez mais promissor entre as diferentes ciências sociais, e nelas a educação. Estudos sobre questões como diversidade, identidade e alteridade contribuem para que as produções sobre as relações de gênero incorporem a perspectiva da multiplicidade, da especificidad e e da heterogeneidade, constituindo de forma cada vez mais ampliada, um rico campo de estudos. Significa afirmar que além de ser estudado por várias áreas do conhecimento, as questões de gênero se fazem presentes nos debates que abordam também as questões étnico-raciais, as relacionadas à sexualidade, à saúde, ao trabalho, aos direitos humanos, para citar alguns desses estudos. Se por um lado diversidade de produções revela a riqueza da temática, por outro lado, apesar dos avanços teóricos e metodológicos ocorridos nas últimas décadas, indica existirem, trabalhos que acabam ainda por associar gênero às mulheres como palavras que se explicam mutuamente. Esse fato demonstra que, nos espaços entendidos como privilegiados, a exemplo da academia, a compreensão e a distinção de ambas as categorias se dão em tempos, momentos e ritmos distintos, resultam de estudos, descobertas e de um processo de amadurecimento por parte de seus autores/as. Tais enganos se devem, entre outros fatores, à amplitude que o termo assume por ser utilizado não apenas nas ciências sociais, mas também em outros áreas do conhecimento, tornando ainda mais ampla e complexo o debate. Em nossa realidade percebe-se que, embora estejam presentes a todo momento de nosso cotidiano, as relações de gênero ainda não têm sido objeto de discussão em muitos espaços acadêmicos como poderiam. Um exemplo é que, em muitas Instituições de Ensino Superior - IES não é ofertada sequer uma disciplina que trate de forma mais específica e 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE II - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_02/index.html?print=1&access_t… 4/8 pontual essa questão. Felizmente, já em outras em outras IES, há não apenas disciplinas, como cursos, periódicos e núcleos de pesquisa que há anos vêm discutindo essa temática e suas relações interdisciplinares com importantes contribuições. Ainda está presente na problemática do gênero um desafio: tanto os movimentos feminista de diversos países quanto os estudiosos da História das Mulheres contam com a adesão de poucas mulheres. Uma das razões que podem explicar esse fato, diz respeito às questões culturais que nos envolvem, podendo, como já foi visto, reforçar e cristalizar noções deturpadas e estereotipadas que envolvem as questões de gênero e aumentam o distanciamento dos debates e melhor entendimento sobre o tema. Outra pista está relacionada a forma como entendemos e lidamos com alguns elementos que nos constituem como pessoas, cidadãos e cidadãs: identidade de gênero, identidade sexual, diversidade, alteridade são algumas delas. Para além das possibilidades apontadas acima, há entretanto, uma certeza: Conhecer e tomar consciência de outras formas de convivência e de ver a realidade implica em sermos desafiados a romper com posições anteriores mais cômodas e consideradas mais seguras, porém desiguais, por na maioria das vezes não atender de forma igualitária aos homens e às mulheres. O respeito à complexidade, às contradiçõese ambiguidades que envolvem questões referentes ao tornar-se mulher ou homem, as relações entre homens e mulheres e entre estes entre si deve ser o compromisso de cada um de nós. Nesse sentido a educação ocupa um papel de grande relevância. Veja a terceira parte do documentário Simone de Beauvoir (Veja no navegador Internet Explorer) . Educação de Meninas e Meninos Como sabemos a educação de meninas e meninos, iniciada na família, continua na escola. Por isso a atuação de professores e professoras na sala de aula não é neutra. Eles podem contribuir tanto para perpetuar e reforçar noções discriminatórias relativas às diferenças de gênero, como por outro lado, para atenuá-las e ajudar alunos e alunas a pensar uma outra realidade que não tenha como única referência o modelo ideal de masculinidade ou feminilidade. Por isso, https://www.sertao.ufg.br/ http://ipanema.com/livros/olha/page3.htm https://www.youtube.com/watch?v=RqVkw0wTE3E 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE II - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_02/index.html?print=1&access_t… 5/8 oferecer apenas aos meninos bola, bicicleta e skate, por exemplo, indica-lhes que o espaço público é deles, ao passo que dar às meninas somente miniaturas de utensílios domésticos (ferro de passar, máquina de lavar roupa etc.) é determinar- lhes o espaço privado, o espaço doméstico. Queremos dizer que nos jogos como bonecas, fogõezinhos, panelinhas e ferrinhos de passar as garotas, da infância e adolescência vão se familiarizando com trabalho doméstico, como se não houvesse alternativas às mulheres que não interesse com o cuidado do lar e de filhos/as. (CURSO GÊNERO DIVERSIDADE NA ESCOLA, 2010, p. 2). Fonte: Marcos Ribeiro, Menino brinca de boneca? p. 50 Veja o vídeo Um Fato Duas Visões - Feminilidade, masculinidade e gênero, falando sobre o assunto supracitado. Desafio As discussões sobre relações de gênero não têm por finalidade defender uma oposição entre homens e mulheres, levantar bandeiras em favor de uma visão distorcida de feminismo ou outras ações parecidas, que estamos acostumados a ver. Leitura Complementar Escolarização de menias e meninos brasileiros: o desafio da co-educação. https://www.youtube.com/watch?v=sfBT8Zt7W6E http://www.proposicoes.fe.unicamp.br/~proposicoes/textos/55-leituraseresenhas-fincod.pdf 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE II - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_02/index.html?print=1&access_t… 6/8 Fonte: www.portuguelandia.com.br. A existência desses e de outros estereótipos sobre as mulheres, movimento feminista e relações de gênero é reforçada por meio das mídias, das brincadeiras e piadas que são reproduzidas aparentemente de forma ingênua. Nosso principal objetivo é esclarecer, trazer à tona estudos e posicionamentos que demonstram como as questões relativas a esse tema foram, ao longo dos séculos, sendo apropriadas de forma incorreta. Buscamos defender também a diferença entre homens e mulheres, mas diferença que não seja confundida com discriminação e desigualdade. Mais importante que sabermos o que exprime a expressão relações de gênero é entendermos o seu significado em nossas vidas, como elas se manifestam em nosso cotidiano, nas relações sociais que estabelecemos com as pessoas que estão à nossa volta. Como a escola pode contribuir no entendimento do significado das relações de gênero no cotidiano? http://obviousmag.org/archives/2009/11/anuncios_sexistas.html http://madureira.net.br/wp-content/uploads/2011/01/cerebro_feminino.jpg https://virtual.unileste.edu.br/portal/atividadecomplementar/generolutasconquistasdesafios/servidor/generoescola.html 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE II - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_02/index.html?print=1&access_t… 7/8 ©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília Referências AUD, Daniela. Educar meninas e meninos: relações de gênero na escola. São Paulo: contexto, 2006, 100p. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2011. CARVALHO, Marília Pinto de. Quem são os meninos que fracassam na escola? Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 121, jan./abr. 2004. CARVALHO, Marília Pinto de . Por que tantos meninos vão mal na escola? Critérios de avaliação escolar segundo o sexo. In: 30a Reunião Anual da Anped, 2007, Caxambu - MG. 30ª Reunião anual da Anped: 30 anos de pesquisa e compromisso social, 2007. p. 1-15. COSTA, Suely Gomes. Gênero e História. In:ABREU Martha e SOIHET Rachel (org.). Ensino d e História conceitos temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003. CURSO Gênero e diversidade na escola. Formação de Professor as/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais . Ministério da Educação . Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, 2010 LOURO, G L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 2001. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2011. PINTO, C. R. J. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003 SAIÃO, Y; BOCK, S.D. Relações de Gênero. Disponível em:. 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