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08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE III - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_03/index.html?print=1&access_t… 1/7 UNIDADE III - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE III - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_03/index.html?print=1&access_t… 2/7 ©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília Conteúdo A Educação, a Escola, os Professores e as Relações de Gênero: O que temos com isso? Tudo. Porque a escola é uma instituição e um espaço por excelência formador e (de)formador de valores, comportamentos, atitudes que não se dão sozinhos. Porém eles são naturalizados, são incentivados e/ou reprovados e reprimidos por nós, sem muitas vezes, nos darmos conta disso. Falar de relações de gênero e de educação é falar do contínuo exercício da reflexão e da ação coletiva que são dinâmicos. Realizamos o permanente aprendizado no exercício cotidiano com as diferenças e nesse caso, diferenças sexuais, que muitas vezes são utilizadas para justificarem as brincadeiras, os rótulos e o desrespeito diante da diferenças de gênero. A partir das questões até aqui apresentadas ficam outras questões: O que a educação escolar tem a dizer sobre os principais problemas relativos à intolerância que cada vez se fazem mais presentes nas sociedades contemporâneas? Como a escola tem administrado as questões relativas ao gênero e à sexualidade? Não podemos nomear todas as diferenças que não aceitamos, provenientes das relações de gênero, que são reforçadas pelas práticas escolares, mas podemos pelo menos citar algumas, para além daquelas que distinguem a cor azul como sendo a do sexo masculino e a rosa como do sexo feminino, aspecto presente na educação de meninos e de meninas. 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE III - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_03/index.html?print=1&access_t… 3/7 Não se trata de deixar de usar tais cores, mas ampliar a sua utilização para outras que não sejam exclusivas para um ou outro sexo. Podemos assim, fazer a nós mesmos algumas provocações. Educar para uma sociedade democrática que valorize a equidade de gênero, saudável, porque conta com a participação de homens e mulheres. É esse o objetivo que devemos buscar. Estereótipos, Caricaturas, Rótulos: Algumas Provocações Necessárias Gênero e sexo não são sinônimos, mas estão relacionados. O gênero, como um conjunto de ideias e representações sobre o masculino e o feminino, cria uma determinada percepção sobre o sexo anatômico. As relações de gênero se reportam à sexualidade, ao comportamento dos corpos, às escolhas sexuais, à construção da identidade de gênero. Como temos pensado nas diferenças de comportamentos sexuais como nomeadores de orientações sexuais? A heterossexualidade deve sempre ser considerada uma norma e a homossexualidade e o homossexualismo patologias? O cotidiano das escola e as práticas escolares têm servido para pensarmos as diferenças enquanto oportunidades de intercâmbios, de mudança de mentalidades e atitudes ou de reforço de comportamentos discriminatórios e de situações de desigualdades? Além das relações entre os sexos opostos, o conceito de gênero inclui a noção de que os sistemas de poder e de subordinação se estabelecem também entre pessoas do mesmo sexo, de mesma classe, de mesma etnia etc. Assim, tais relações se travam entre mulheres, como já indicado, entre homens, que, por sua vez, podem ser jovens, velhos(as), negros(as) e brancos(as), e de raças/etnias diversas, ricos(as) e pobres, enfim, seres humanos em sua diversidade, portanto, plurais, imersos em tantas e tantas contingências históricas. A noção de gênero, por esse entendimento, des-oculta uma gama de relações sociais escondida pela outrora noção universal, única, de homem e de mulher, em geral empregada nos estudos iniciais sobre as mulheres. Tal pluralidade de experiências indicaria que as práticas sociais presentes nos sistemas de poder e de subordinação e as desigualdades sociais podem conter outras, de complementaridades e de consentimentos, situações transversas, o tempo todo de mão dupla, dialéticas, enfim. (COSTA, 2003). Não podemos nos esquecer que as visões naturalistas reforçam as injustiças e as desigualdades. E se essas existem, como as pessoas podem ser felizes? 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE III - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_03/index.html?print=1&access_t… 4/7 Ao utilizarmos o masculino genérico – quando falamos de uma maioria feminina – estamos adotando o discurso da neutralidade ou reforçando a desigualdade nos tratamentos? Se pensarmos nas diferenças entre meninos e meninas como construções sociais na escola, perceberemos que essas diferenças se prestam como organizadoras do espaço social? Muitas vezes constumamos ouvir: "as meninas são mais caprichosas que os meninos. As meninas são disciplinadas, organizadas, cuidadosas, esforçadas". E se o menino for muito quieto, meigo, disciplinado, organizado e ainda por cima, não gostar de futebol? O que você tem a dizer a respeito da afirmativa que se segue? Ao criarmos expectativas para o comportamento de meninos e meninas e reforço para esses comportamentos, na verdade não permitimos que nossos alunos criem a sua identidade de gênero, pois senão todos, uma grande maioria irá se esforçar para ser exatamente aquilo que atribuímos a eles/as. E quanto ao tratamento dispensado à educação de homens e mulheres, mencionado no documento que se segue? Ficou no século passado ou ainda está presente entre nós? 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE III - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_03/index.html?print=1&access_t… 5/7 "O Estado educará ou dará condições para educar a infância e a juventude para a família. Devem ser os homens educados de modo a que se tornem plenamente aptos para a responsabilidade de chefes de família. Às mulheres será dada uma educação que as torne afeiçoadas ao casamento, desejosas da maternidade, competentes para criação dos filhos e capazes da administração da casa." (SCHWARTZAN , 1948, p. 112). Diante das questões apresentadas é importante refletir sobre alguns questionamentos que nos faz Guacira Louro (2001). Afinal, é "natural" que meninos e meninas se separem na escola, para os trabalhos de grupos e para as filas? É preciso aceitar que "naturalmente" a escolha dos brinquedos seja diferenciada segundo o sexo? Como explicar, então, que muitas vezes eles e elas se misturem" para brincar ou trabalhar? É de esperar que os desempenhos nas diferentes disciplinas revelem as diferenças de interesse e aptidão "características" de cada gênero? Sendo assim, teríamos que avaliar esses alunos e alunas através de critérios diferentes? Como professores e professoras de séries iniciais, precisamos aceitar que os meninos são "naturalmente" mais agitados e mais curiosos do que as meninas? E quando ocorre uma situação oposta à esperada, ou seja, quando encontramos meninos que se dedicam a atividades mais tranquilas e meninas que preferem jogos mais agressivos, devemos nos "preocupar", pois isso é indicador de que esses/as alunos/as estão apresentando "desvios" de comportamento? (LOURO 2001, p. 63 e 64) Como temos tratado essas questões em casa, na escola e nos cursos de licenciatura e de formação de professores e professoras? 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE III - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_03/index.html?print=1&access_t…6/7 ©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília Referências AUD, Daniela. Educar meninas e meninos: relações de gênero na escola. São Paulo: contexto, 2006, 100p. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2011. CARVALHO, Marília Pinto de. Quem são os meninos que fracassam na escola? Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 121, jan./abr. 2004. CARVALHO, Marília Pinto de . Por que tantos meninos vão mal na escola? Critérios de avaliação escolar segundo o sexo. In: 30a Reunião Anual da Anped, 2007, Caxambu - MG. 30ª Reunião anual da Anped: 30 anos de pesquisa e compromisso social, 2007. p. 1-15. COSTA, Suely Gomes. Gênero e História. In:ABREU Martha e SOIHET Rachel (org.). Ensino d e História conceitos temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003. CURSO Gênero e diversidade na escola. Formação de Professor as/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais . Ministério da Educação . Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, 2010 LOURO, G L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 2001. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2011. PINTO, C. R. J. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003 SAIÃO, Y; BOCK, S.D. Relações de Gênero. Disponível em:. Acesso em 20 mar. 2011. SCHWARTZAN,S .Tempo de Capanema.Rio de Janeiro, Paz e terra, 1948:112. SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v.20, n.2,p.71-99, 1995. 08/04/2022 12:25 Versão para impressão - UNIDADE III - Gênero: Lutas, Conquistas e Desafios https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/nbt_cursos/cursos_livres/genero_lutas_conquistas_e_desafios/tema_03/index.html?print=1&access_t… 7/7 SCHUMAHER, S. & VITAL BRAZIL, E. (orgs.). Dicionário Mulheres do Brasil. De 1500 até a atualidade. Rio de Janeiro.
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