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INTRODUÇÃO O câncer de colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Definição: replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir outras estruturas e órgãos. Tipos: carcinoma epidermoide, tipo mais incidente que acomete o epitélio escamoso, e adenocarcinoma, tipo mais raro que acomete o epitélio glandular. O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papiloma Vírus Humano (HPV). A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual Contágio: penetração, pele da vulva, regiões perineal, perianal e bolsa escrotal. Duas vacinas: bivalente (protege contra os tipos oncogênicos 16 e 18) e quadrivalente (protege contra os tipos não oncogênicos (verrugas) 6 e 11 e os tipos oncogênicos 16 e 18). Há evidências de que a vacina confere maior proteção e indicação para pessoas que nunca tiveram contato com o vírus. Prevenção primária = vacina, uso de preservativos, combate aos estilos de vida de risco. Prevenção secundária = diagnóstico precoce e rastreamento. É fundamental garantir o acesso a rastreamento em consultas agendadas e/ou em demanda espontânea/oportunística. ÚTERO O útero é um órgão do aparelho reprodutor feminino. Localização: abdome inferior, atrás da bexiga e afrente do reto. Dividido em corpo e colo (está na porção vaginal). O colo do útero tem parte interna e externa. A parte interna, canal cervical ou endocérvice, que é revestido por uma camada única de células cilíndricas produtoras de muco – epitélio colunar simples. A parte externa ou ectocérvice é revestida por um tecido de várias camadas de células planas – epitélio escamoso e estratificado. Junção escamocolunar (JEC) é uma linha que pode estar tanto na ecto como na endocérvice, dependendo da situação hormonal da mulher. Na infância e no período pós- menopausa, geralmente, a JEC situa-se dentro do canal cervical. No período da menacme, fase reprodutiva da mulher, geralmente, a JEC situa-se no nível do orifício externo ou para fora desse – ectopia ou eversão. É na zona de transformação que se localizam mais de 90% das lesões precursoras ou malignas do colo do útero. SINAIS E SINTOMAS Apresenta-se na maioria das vezes de forma assintomática. Lesões subclínicas (inaparentes) visíveis apenas após aplicação de reagente e por meio de técnicas de magnificação (colposcopia). As lesões clínicas podem ser únicas ou múltiplas, restritas ou difusas, de tamanho variável, planas ou exofíticas, sendo também conhecidas como condiloma acuminado, verruga genital ou crista de galo. Localizações: vulva, Períneo, região perianal, vagina e colo do útero. As lesões podem ser dolorosas, friáveis e/ou pruriginosas. Câncer instalado: sangramento vaginal (espontâneo, após o coito ou esforço), leucorreia e dor pélvica. Pode haver queixas urinárias ou intestinais em casos mais avançados. CITOPATOLOGIA Também chamada citologia, papanicolau, colpocitopatologia, pap test. Exame de rastreamento universal para o câncer de colo do útero. Recomendada para todas as mulheres entre 25 e 64 anos. Independe da orientação sexual. 25 anos para mulheres que já tiveram atividade sexual, 64 anos para mulheres com ao menos dois exames negativos consecutivos nos últimos 5 anos. Após dois exames negativos com intervalos anuais, o exame deverá ser feito a cada 3 anos. EXAME PREPARAR O AMBIENTE Mesa ginecológica, escada de dois degraus, mesa auxiliar, banqueta, foco de luz com cabo flexível, biombo, cesto de lixo, espéculos de tamanhos variados, lâminas de vidro com extremidade fosca, frasco porta-lâmina contendo álcool a 96%, ácido acético a 5%, lugol, espátula de Ayre, escova Campos da Paz (endocervical), pinça de Sharon, algodão, gaze, avental para a paciente, lençóis (preferência que sejam descartáveis), luvas de procedimento, óculos de proteção e máscara cirúrgica. INSPEÇÃO EXTERNA Colocar a mulher na posição litotômica. Cobrir parcialmente o abdome e os membros inferiores da paciente com um lençol. Posicionar o foco de luz. Calçar as luvas, pôr os óculos de proteção, a máscara e se posicionar (EPIs). Realizar a inspeção da genitália externa (vulva, períneo e monte púbico ou de Vênus). Separar os grandes lábios e observar o clitóris (tamanho e forma), meato uretral (presença de secreção.), grandes e pequenos lábios (simetria, coloração, integridade do tecido, presença de secreção.), introito vaginal. Neste introito vaginal podem ser observadas anormalidades Colpocele anterior: protusão da parede anterior vaginal, sugestiva de deslocamento de bexiga (cistocele); Colpocele posterior: protusão da parede posterior vaginal, sugestiva de deslocamento do reto (retocele) INSERÇÃO DO ESPÉCULO Avisar a mulher que irá introduzir o espéculo. Escolher o tamanho de espéculos adequado (pequeno, médio, grande e espéculo de virgem). Abrir o espéculo (rotação da borboleta no sentido da paciente) procurando visualizar o colo. Introduzir o espéculo. Expor o introito vaginal afastando as formações labiais com dois dedos da mão esquerda. Introduzir, com a mão direita, o espéculo suavemente na vagina no sentido longitudinal-oblíquo, girando para o sentido transversal. COLETA ECTOCERVICAL Encaixar a ponta mais longa da espátula de Ayres no canal endocervical, apoiando-a firmemente. Fazer rotação completa (360º) para a coleta de células da ectocérvice. Dispor o esfregaço de maneira uniforme, com fina espessura no sentido transversal, na metade superior da lâmina, no lado onde fica a região fosca. COLETA ECTOCERVICAL Inserir a escova por completo na endocérvice e fazer movimento giratório de 360º. Dispor o material no sentido longitudinal da lâmina da metade para o final, fazendo movimento giratório da escovinha, especialmente da ponta da escova. Armazenar a lâmina do frasco porta- lâmina com álcool a 96%. INSPEÇÃO INTERNA Com o auxílio de uma a pinça de Cheron, embeber uma bolinha de algodão com ácido acético a 5%. Pincelar o colo uterino, vagina e fundo de saco vaginal. Esperar dois minutos e pesquisar atentamente a presença de lesões aceto-brancas. OBSERVAÇÕES: deve lavar as mãos antes e depois do atendimento, chamar a paciente pelo nome, orientar sobre os procedimentos a serem realizados, esclarecer dúvidas, identificar lâmina com iniciais da mulher/nº prontuário/data, solicitar que esvazie a bexiga.