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CONSULTA GINECOLÓGICA

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1 MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
OBJETIVOS 
01- Rever anatomia do aparelho genital feminino 
02- Compreender a consulta ginecológica 
03- Discutir a relação médico-paciente 
REFERÊNCIAS 
DRUSZCZ, Renata Maria de Bittencourt; 
BOTOGOSKI, Sheldon Rodrigo; PIRES, Tania Maria 
Santos. Semiologia ginecológica: o atendimento 
da mulher na atenção primária à saúde. Arq Med 
Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. v.59, 
n.3, p.144-151, 2014. 
DECHERNEY, Alan H.; NATAN, Lauren; LAUFER, Neri; 
ROMAN, Ashley S. CURRENT / Ginecologia e 
Obstetrícia, 2015. 
Anamnese e exame ginecológico - Hospital São 
Lucas, Rio grande do Sul, 2016. 
MOORE, Anatomia orientada para a clínica, 6ª ed. 
ANATOMIA DA GENITÁLIA FEMININA 
Os órgãos sexuais femininos consistem tanto na 
genitália interna quanto na externa. Juntas elas 
compõem o sistema reprodutor feminino, 
desempenhando atividades sexuais e 
reprodutivas. 
Órgãos genitais externos(vulva): monte pubiano, 
os grandes e os pequenos lábios, o clitóris, o 
vestíbulo, bulbo vestibular e as glândulas 
vestibulares. 
Órgãos genitais internos: vagina, útero, ovários e 
tubas uterinas. 
GENITÁLIA INTERNA 
Vagina 
A vagina é o órgão genital feminino interno mais 
superficial. Estende-se do útero à vulva (genitália 
externa), estando localizada posteriormente à 
bexiga e à uretra, e anteriormente ao reto. 
A extremidade superior da vagina está ligada ao 
colo do útero. Essas estruturas formam uma bolsa 
(fórnix vaginal) que possui as partes anterior, 
posterior e lateral. 
Útero 
O útero é um órgão muscular oco localizado 
profundamente na cavidade pélvica. 
 Se a fertilização ocorre, o útero atua abrigando o 
feto em crescimento e sua placenta. Se a gravidez 
não ocorrer, o revestimento endometrial é 
eliminado durante a menstruação. 
O útero é dividido em três partes 
Corpo - a parte principal do útero, conectada às 
tubas uterinas (trompas de Falópio) através dos 
cornos uterinos. 
Ístmo - a parte estreita do útero, localizada entre 
o corpo e o colo do útero. 
Colo - a porção inferior do útero. 
Vários ligamentos peritoneais sustentam o útero e 
o mantêm no lugar: ligamento largo, ligamento 
redondo, ligamento cardinal, ligamento 
uterossacro e ligamento pubocervical. 
Ovários 
São gônadas femininas bilaterais, e equivalem aos 
testículos masculinos. 
Além disso, agem como glândulas endócrinas, 
secretando vários hormônios necessários para a 
fertilidade, menstruação e maturação sexual das 
mulheres 
Tubas uterinas 
As trompas de Falópio são onde habitualmente 
ocorre a fertilização do óvulo. Elas também 
transportam o zigoto resultante para o útero para 
implantação.
Consulta Ginecológica 
Problema 01 
 
 
 
2 MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
GENITÁLIA EXTERNA 
Monte pubiano 
O monte pubiano é uma massa de tecido 
subcutâneo adiposo localizado anteriormente à 
sínfise púbica. 
Grandes lábios 
São duas dobras cutâneas longitudinais cobertas 
por pêlos pubianos. Eles são a parte mais lateral da 
vulva, estendendo-se desde o monte pubiano até 
o períneo. A fenda entre os grandes lábios é 
chamada de fenda da vulva ou rima do 
pudendo. 
Pequenos lábios 
São duas dobras cutâneas longitudinais, finas e 
sem pêlos, encontradas entre os grandes lábios. 
Eles cercam o vestíbulo vaginal e seus orifícios 
uretral e vaginal. Os pequenos lábios contribuem 
para a formação do prepúcio e do frênulo do 
clitóris. 
Clitóris 
O clitóris é um órgão erétil responsável pelas 
sensações sexuais. Localizado na parte mais 
superior do vestíbulo vulvar, o clitóris é circundado 
pela parte anterior dos pequenos lábios. Tem três 
partes: base, corpo e glande. O corpo é 
composto por dois corpos cavernosos e dois 
pontos de fixação (ramos do clitóris). 
Glândulas vestibulares 
Existem três tipos de glândulas que se abrem no 
vestíbulo: 
As glândulas vestibulares maiores (de Bartholin) 
são encontradas de cada lado do vestíbulo. Elas 
são homólogas às glândulas bulbouretrais no sexo 
masculino e servem para lubrificar a vulva durante 
a relação sexual 
As glândulas vestibulares menores estão 
localizadas entre os orifícios uretral e vaginal. Essas 
glândulas são homólogas à próstata masculina. 
Bulbo vestibular 
Os bulbos vestibulares são um par de tecidos 
eréteis subcutâneos análogos ao bulbo peniano e 
ao corpo esponjoso no sexo masculino. Eles se 
estendem de cada lado do vestíbulo e se unem 
na frente do orifício uretral. 
Vestíbulo 
A região entre os pequenos lábios é chamada de 
vestíbulo. Esta área perineal contém o orifício 
vaginal, a abertura da uretra feminina e as 
aberturas dos ductos excretores das glândulas 
vestibulares maiores e menores. 
 
ASPECTOS GERAIS DA CONSULTA GINECOLÓGICA 
A anamnese e o exame ginecológico não devem 
ser reduzidos apenas à queixa ginecológica e ao 
exame dos órgãos genitais, pois se sabe que nem 
sempre o exame pélvico é o elemento mais 
importante que permite o diagnóstico da doença 
que a acomete. 
Deve-se estabelecer uma boa relação médico–
paciente, criando um vínculo que permita, além 
de abordar as queixas da paciente e realizar o 
exame físico sem causar maior desconforto ou 
constrangimento, ter uma idéia global das 
condições biopsicossociais da paciente. 
ANAMNESE 
IDENTIFICAÇÃO: idade, cor, estado civil, profissão, 
endereço, local de origem, nível sócio-
econômico. 
QUEIXA PRINCIPAL (QP): transcrição fiel das 
expressões usadas pela paciente. 
HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL (HMA): início, 
duração, intensidade dos sintomas, evolução, 
 
 
3 MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
fatores de alívio e de agravo e condições 
associadas. 
Dentro dos fatores de alívio é importante ser 
registrado o uso ou não de medicamentos ou 
outros métodos; e nas condições associadas, 
tratamentos anteriores relacionados à QP. 
HISTÓRIA GINECOLÓGICA- OBSTÉTRICA (HGO): 
Antecedentes Ginecológicos 
• Menarca 
• Ciclo menstrual - intervalo (I), a duração (D) e a 
quantidade (Q). 
• Data da última menstruação (DUM) 
• Menopausa: idade que ocorreu a DUM, uso de 
terapia hormonal atual ou pregressa, o tipo e a 
dose. 
• Presença de dismenorréia e tensão pré-menstrual. 
• Presença de corrimento vaginal (duração, 
quantidade, coloração, odor, variações com o 
ciclo menstrual) 
• Métodos de anticoncepção atual e pregressa 
(detalhar o porquê da descontinuação, seus 
efeitos positivos e negativos e preferências) 
• Data e resultado do último PCCU 
 
Antecedentes Sexuais 
• Idade do primeiro coito 
• Número de parceiros e participação em relações 
sexuais não seguras. 
• Abordar aspectos: Libido, orgasmo, prazer, 
sinusiorragia, dispareunia. 
• Histórico de DSTs. 
 
Antecedentes Obstétricos 
• GPA 
• Tipo de partos e possíveis complicações. 
• idade do primeiro e último parto 
• Avaliar o aleitamento, o tempo de amamentação 
de cada filho e se houve fissuras ou mastites. 
 
HISTÓRIA PREGRESSA (HP): histórico de prévias, 
doenças (passado e presente) e medicamentos 
utilizados; histórico cirurgias, internações e 
alergias. 
HISTÓRIA FAMILIAR (HF): 
• Antecedentes de neoplasia ginecológica (mama, 
útero, ovário) ou TGI. 
• Antecedentes de osteoporose 
• Em algumas situações idade da menarca e 
menopausa materna e de irmãs. 
 
HISTÓRIA BIOPSICOSOCIAL (HBS): 
• Alimentação, consumo de água e prática de 
exercício físico. 
• Tabagismo (quantidade, tempo e se já cessou o 
hábito de fumar, há quanto tempo parou. 
 
• Etilismo e uso de drogas ilícitas (quantidade, tipo, 
tempo de uso e via de administração) 
 
• Relação com familiares (históricos de violência 
sexual, psicológica ou verbal) 
 
Revisão de Sistemas (RS): abordar principalmente 
os seguintes aspectos: 
• Alterações da frequência urinária, da diurese, do 
jato e da percepção de sintomasassociados. 
 
• Sintomas intestinais: frequência das evacuações, 
presença ou não de dor, sangramentos e 
qualidade das fezes. 
 
• Membros inferiores: presença ou não de varizes, 
tratamentos de trombose e edema. 
 
EXAME FÍSICO GERAL 
Nos hospitais escolas, o aprendiz permanecerá 
na sala de acordo com aceitação da mulher. 
Anotar sempre peso, altura, IMC, pressão arterial 
(PA), circunferência abdominal (CA) e membros 
inferiores (MMII), que devem ser avaliados quanto 
a presença ou ausência de edema, varizes, 
infecções de pele e úlceras. 
 
 
4 MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
Exame do abdome: inspeção: forma, volume, 
tensão, abaulamentos, qualidade da pele, como 
presenças de estrias, cicatrizes e presença ou não 
de circulação colateral. 
Palpação: palpação superficial e depois profunda 
para detectar massas pélvicas, pontos dolorosos. 
Percussão: para distinguir entre massas císticas e 
ascite. 
EXAME FÍSICO GINECOLÓGICO 
Engloba o exame das mamas, da genitália 
externa, da genitália interna. 
EXAME DAS MAMAS 
Divide-se em inspeção estática, dinâmica e 
palpação. 
Inspeção estática: coloca-se a paciente sentada 
de frente para o observador, com o tórax 
desnudo, e membros superiores relaxados ao lado 
do corpo. 
Anotamos após a observação, alterações de 
pele, pigmentações, cicatrizes, simetria, 
contornos, retrações e abaulamentos, dando 
atenção especial às aréolas e papilas. 
Inspeção dinâmica: realização de manobras é 
para realçar possíveis retrações e abaulamentos, 
que podem sugerir ou não processos malignos, 
bem como, verificar o comprometimento dos 
planos musculares, cutâneo e gradil costal. 
São realizadas as manobras solicitando à 
paciente que eleve lentamente as mãos sobre a 
cabeça e em seguida baixar e pressionar com as 
mãos as asas do osso ilíaco bilateralmente, para 
contrair a musculatura peitoral. 
 
Palpação: envolve as mamas, axilas e fossas supra 
e infraclaviculares. Deve ser realizada com a 
paciente em decúbito dorsal, os braços 
estendidos para trás da cabeça. Com a face 
palmar da mão, percorrer os quadrantes 
mamários no sentido horário da porção mais 
externa a mais interna, até chegar à porção 
central da mama, onde está o complexo 
areolopapilar. 
Para se palpar a cadeia axilar esquerda, o braço 
esquerdo do examinador apoia o braço esquerdo 
da paciente que deve estar fletido e em ângulo 
de 90 graus com o tórax. Com a mão direita o 
examinador palpa a cadeia axilar, nos diferentes 
níveis, bem como as fossas infra e 
supraclaviculares. Para se palpar a cadeia axilar 
direita, fazemos o oposto, e o examinador utiliza a 
mão esquerda para a palpação. 
A expressão papilar deverá ser realizada 
rotineiramente se houver história de secreção 
espontânea ou presença de nódulos, devendo ser 
registrado a cor, consistência, quantidade e local 
exato. 
EXAME DA GENITÁLIA EXTERNA 
Para o exame da genitália externa, coloca-se a 
mulher adequadamente em posição 
ginecológica pedindo a ela que deslize para a 
ponta na mesa de exame até as nádegas 
ultrapassarem um pouco a margem da mesa. 
 
Antes de se iniciar o exame, o examinador deve 
explicar cada etapa do procedimento, se 
posiciona sentado de frente para a genitália, com 
auxílio de foco luminoso já posicionado, mãos 
enluvadas, agindo sempre de maneira delicada e 
observando as reações da paciente. 
INSPEÇÃO ESTÁTICA: observa-se a distribuição e 
aspectos dos pelos, forma do períneo e a 
conformação externa da vulva (grandes lábios). 
deve-se afastar os grandes lábios par a visualizar 
 
 
5 MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
os pequenos lábios, o clitóris, o hímen, o meato 
uretral e as glândulas vestibulares. Na região anal, 
procura-se por hemorroidas, fissuras ou prolapsos 
INSPEÇÃO DINÂMICA: o vestíbulo e o introito 
vaginal devem ser avaliados sob esforço 
(manobra de Vasalva), tornando mais evidentes 
possíveis distopias. Pode observar com mais 
precisão a integridade anatômica das paredes 
vaginais e seus órgãos adjacentes. 
EXAME DA GENITÁLIA INTERNA (EXAME ESPECULAR) 
Utiliza-se o espéculo de Collins, articulado, que 
pode ser em aço ou material descartável, 
apresentando quatro tamanhos: mínimo 
(espéculo de virgem), pequeno (nº 1), médio (nº 
2) ou grande (nº 3). Deve-se escolher sempre o 
menor espéculo que possibilite o exame 
adequado, de forma a não provocar desconforto 
na paciente. 
Introdução do espéculo e inspeção: 
Deve-se avisar a paciente de que será 
introduzindo o espéculo, preveni-la quanto ao 
desconforto e a dor. 
Para introdução do espéculo, o examinador deve 
afastar os grandes e pequenos lábios com os 
dedos (indicador e 3º dedo da mão esquerda), 
para que o espéculo possa ser introduzido 
suavemente na vagina. Pegar então o espéculo 
com a mão direita testar, e posicionar 45° para a 
direita, fechado, para entrar na vagina desviando 
da uretra. Introduzir o espéculo girando até que 
fique no sentido horizontal e ao mesmo tempo ir 
abrindo as pás do espéculo. 
Abrir até ver o colo uterino, e faz a introdução 
lentamente. Na abertura do espéculo, a mão 
esquerda segura e firma a valva anterior do 
mesmo para que a mão direita possa, girando a 
borboleta para o sentido horário, abrí-lo e expor o 
colo uterino, que deve ser completamente 
exposto. 
Deve-se avaliar o pregueamento e trofismo da 
mucosa vaginal, secreções, lesões da mucosa, 
septações vaginais, condilomas, pólipos, cistos de 
retenção e ectopia. 
EXAME PREVENTIVO (PCCU) 
É um exame rápido, prático e de baixo custo, 
muito importante no rastreamento do câncer de 
colo de útero, ele é capaz de detectar alterações 
nas células dessa região. É oferecido pelo SUS, 
para todas as mulheres que tem ou já tiveram vida 
sexual ativa entre 25 e 64 anos. 
Os dois primeiros exames devem ser realizados 
anualmente e, se ambos os resultados forem 
negativos, os próximos devem ser realizados a 
cada 3 anos. 
• mulheres sem história prévia de doença 
neoplásica pré-invasiva: interromper quando 
tiverem pelo menos dois exames negativos 
consecutivos nos últimos cinco anos. 
• maiores de 64 anos que nunca se submeteram 
ao exame citopatológico: realizar dois exames 
com intervalo de um a três anos. Se negativos, 
estão liberadas. 
OBS: Mulheres submetidas à histerectomia total 
por lesões benignas, sem história prévia de 
diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de 
alto grau, podem ser excluídas do rastreamento, 
desde que apresentem exames anteriores 
normais. 
Imunossuprimidas: deve ser realizado neste grupo 
após o início da atividade sexual com intervalos 
semestrais no primeiro ano e, se normais, manter 
anualmente enquanto se mantiver 
imunossupressão. 
Gestantes: deve seguir as recomendações de 
periodicidade e faixa etária como para as demais 
mulheres. 
Mulheres sem história de atividade sexual: não há 
indicação para rastreamento do câncer do colo 
do útero. 
Para realizar o exame é necessário: espéculo 
vaginal, espátula de Ayre, escova endocervical, 
luvas, pinça Cherron, lâmina. 
Primeiro é introduzido o espéculo no canal 
vaginal, para que seja possível visualizar o colo do 
útero e realizar a coleta, que deve ser feita em 
duas áreas: na ectocérvice (região mais externa) 
e na endocérvice (região mais interna). 
Para coleta na ectocérvice utiliza-se espátula de 
Ayre, realiza uma raspagem em movimento 
 
 
6 MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
rotativo de 360º graus, para que toda superfície do 
colo seja raspada, coloca a amostra na lâmina. 
Depois é feita a coleta na endocérvice, com a 
escova endocervical, que deve ser feita da 
mesma forma, em movimento giratório de 360º 
graus, coloca a amostra na mesma lâmina. 
Após a colocação da amostra na lâmina, fixa-se 
com com álcool etílico e encaminha-separa o 
laboratório para observação em microscópico. 
Há algumas recomendações prévias que devem 
ser seguidas para a qualidade do exame: 
• evitar e lubrificantes, espermicidas ou 
medicamentos vaginais 48h antes da coleta; 
• evitar a realização de exames intravaginais, 
como a ultrassonografia 48h antes da coleta 
• evitar a coleta no período menstrual. 
A citologia cérvico vaginal pode detectar: 
• Doenças sexualmente transmissíveis como sífilis, 
clamídia e gonorreia; 
• Presença da infecção pelo HPV 
• O próprio câncer de colo de útero; 
• Presença de alterações hormonais 
• Presenças de fungos, como a candidíase. 
O teste de Schiller e o teste do ácido acético são 
feitos de forma a aumentar a nossa capacidade 
de identificar áreas com lesões do colo uterino, 
que muitas vezes podem parecer normais ao olho 
nu. 
TESTE COM ÁCIDO ACÉTICO 
Após a coleta de secreção vaginal, devem-se 
limpar as secreções que ficam à frente do colo 
com a pinça Cheron e gaze. Aplica-se ácido 
acético a 5%. Aguarda-se alguns minutos (2-4 
min), e se realiza novamente a inspeção do colo 
uterino, à procura de lesões que foram realçadas 
pelo produto (mais brancas e brilhantes). 
O ácido acético coagula as proteínas 
citoplasmáticas do epitélio alterado. Assim, 
quanto mais proteínas houver, mais 
esbranquiçada ficará a lesão. 
TESTE DE SCHILLER 
Aplica-se lugol com iodo no colo uterino para 
avaliar a reação dele com o glicogênio das 
células do epitélio. Células normais do colo são 
ricas em glicogênio e tornam-se mais escuras 
(marrom-escuro), enquanto as células alteradas, 
que possuem baixo teor de glicogênio, se coram 
pouco pelo lugol, assumindo cor amarelo-
mostarda. 
Teste de Shiller negativo, iodo-positivo: o epitélio 
se cora, demonstrando a interação do iodo. 
Teste de Shiller positivo, iodo-negativo: o epitélio 
não se cora, uma vez que as células não possuem 
glicogênio para reagir com o iodo. 
 
TOQUE VAGINAL 
• O toque é bimanual e bidigital. 
• Os dedos devem explorar a musculatura pélvica, 
as paredes vaginais, a cérvice, o fundo-de-saco 
anterior e posterior 
• A outra mão é colocada sobre o baixo ventre, e 
as mãos são comprimidas delicadamente uma 
contra a outra, com o objetivo de apreender o 
útero e explorar sua forma, o tamanho, o 
posicionamento, a consistência, a sensibilidade e 
a mobilidade 
• No exame bimanual, o ovário direito costuma ser 
palpável na mulher não obesa, e o ovário 
esquerdo é dificultado pelo cólon 
TOQUE RETAL 
Não costuma ser realizado de rotina, mas não se 
deve dispensá-lo quando existem sintomas 
intestinais, suspeita de endometriose profunda ou 
de neoplasia ou sangramento retal. Na avaliação 
de distopias pélvicas, também é importante.

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