Buscar

Semiologia ginecológica: exame especular + toques

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

CLÍNICAS IV Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
EXAME ESPECULAR + TIPOS DE TOQUE + CITOLOGIA E COLPOSCOPIA
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS INTERNOS:
Os ovários, normalmente em número de dois, originam-se embriologicamente dos
três folhetos: ectoderma, mesoderma e endoderma. O ovário situa-se na fossa ovárica,
na parte lateral e atrás do ligamento largo, não sendo recoberto pelo peritônio. A forma é
alongada, semelhante a uma amêndoa, e as medidas habituais são de 2,5 a 3 cm de
comprimento, 1,4 a 1,6 cm de largura e 1 a 1,2 cm de espessura, sendo variáveis de
acordo com a fase reprodutiva
da vida da mulher.
O ovário encontra-se
ligado à lâmina posterior do
ligamento largo pelo mesovário,
a sua extremidade inferior
está em contato com o útero
através do ligamento próprio
do ovário e a extremidade
superior, pelo ligamento
suspensor do ovário ou
infundíbulo pélvico, que, do
lado oposto ao ligamento
útero-ovárico, fixa o ovário à
parede pélvica.
Encontra-se envolvido
por tecido conjuntivo denso
denominado albugínea e tem
duas regiões distintas. A
região cortical, mais externa,
é revestido pelo epitélio
germinativo sobre a túnica
albugínea, conferindo o aspecto esbranquiçado ao ovário, e contém os folículos
ovarianos em todas as suas fases: primordial, primário, secundário, terciário, ovulatório e
corpos albicans. A superfície do ovário da mulher adulta é rugosa e com cicatrizes
pequenas das roturas foliculares. A região medular é composta de tecido conjuntivo e
fibras elásticas e contém vasos, nervos e linfáticos, compondo o hilo do ovário.
As tubas uterinas são órgãos
tubulares, pares, ocos, alongados,
localizados na borda superior do
ligamento largo no ângulo superior do
útero de cada lado, que comunicam a
cavidade peritoneal com a cavidade
uterina. Estão ligadas ao ligamento largo
por uma dobra peritoneal denominada
mesossalpinge e apresentam duas
aberturas: uma na cavidade uterina, ao nível
dos cornos uterinos, denominada de óstio
CLÍNICAS IV Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
uterino da tuba, e outra na cavidade abdominal, o óstio abdominal da tuba.
Cada tuba uterina tem aproximadamente 10 cm de comprimento e apresenta,
didaticamente, quatro partes: a porção intramural, o istmo, a ampola e o infundíbulo. A
margem livre do infundíbulo apresenta vários processos digitiformes delicados, chamados
de fímbrias, que se projetam em direção ao ovário. Cada tuba uterina apresenta três
camadas: mucosa (endossalpinge), muscular e serosa. A cavidade da tuba tem
características singulares como irregularidades e numerosas pregas ou saliências.
O útero é um órgão ímpar, oco, situado na pelve menor, com paredes
musculares grossas e contráteis. Apresenta variação de forma e tamanho, localização
e estrutura em função da idade, fases da vida reprodutiva e paridade. O órgão
apresenta a forma de uma pêra invertida e sua extremidade estreita e inferior em geral se
dirige para baixo e para trás, formando um ângulo ligeiramente maior que 90 graus com a
vagina, quando na posição mais frequente, que é de anteversoflexão. É um órgão
insensível à maior parte dos estímulos, sendo a dor percebida em procedimentos como
pinçamento e dilatação cervical.
As dimensões habituais na mulher adulta não grávida são de 6,5 a 7,5 cm de
comprimento e 3 a 4 cm de largura. Pode-se subdividir o útero em fundo, corpo, istmo e
colo. O fundo uterino é a parte arredondada que se localiza acima e anteriormente ao plano
dos óstios tubários. O corpo é a principal parte do útero e se estende até uma constrição,
que é o istmo. O istmo é a parte estreita do útero e apresenta cerca de 1 cm de
comprimento. Durante a gravidez, incorpora-se ao corpo uterino e passa a ser denominado
de segmento inferior do útero. Lateralmente, o peritônio forma duas expansões até a
parede pélvica: os ligamentos largos do útero. Os pontos mais laterais e mais altos
do corpo uterino, onde se abrem as tubas, denominam-se cornos.
O colo uterino, também denominado cérvix ou cérvice, estende-se em direção
inferior e posterior, do istmo até a abertura no interior da vagina. A porção supravaginal
está mais próxima do istmo, acima da inserção da cúpula vaginal, mergulhada no tecido
pélvico subperitoneal. O segmento vaginal ou portio vaginalis salienta-se na luz da
vagina e é a porção visualizada no exame especular, fazendo a comunicação da
cavidade do colo com a da vagina através do óstio do útero ou orifício externo.
Estruturalmente, a superfície externa do portio (ectocérvice) é revestida por
epitélio plano estratificado, sem glândulas, semelhante ao da vagina, com epitélio e
córion pavimentosos. O epitélio endocervical é cilíndrico e glandular, com córion
correspondente, e eventualmente pode existir uma terceira mucosa mista de origem
CLÍNICAS IV Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
metaplásica. A zona de transição entre o epitélio escamoso e o cilíndrico é a junção
escamocolunar (JEC).
A vagina é um órgão ímpar, tubular, mediano, com 7 a 10 cm de comprimento,
que se prende superiormente ao colo do útero formando uma reflexão – o fórnice vaginal –
e estende-se inferiormente até o vestíbulo da vulva, onde se abre entre os dois lábios
menores do pudendo. Estruturalmente, apresenta três camadas: mucosa, túnica
muscular e túnica fibrosa. A mucosa possui variações por influência hormonal, e
apresenta número variável de pregas ou rugas vaginais, que também têm influência da
idade e da ação hormonal; as rugosidades diminuem com o hipoestrogenismo e o
avançar da idade.
EXAME ESPECULAR:
A inspeção da vagina e da cérvice usando um espéculo deve sempre preceder a
palpação. O instrumento deve ser aquecido com água corrente – não lubrificado – se
esfregaços vaginal ou cervical forem obtidos para exames ou se culturas forem realizadas.
Selecione o tamanho apropriado do espéculo, aquecido e lubrificado. Introduza o
instrumento no orifício vaginal com as lâminas oblíquas, fechadas e pressionadas
contra o corpo perineal. Introduza o espéculo ao longo da parede vaginal posterior; após
sua completa inserção, gire as lâminas para a posição horizontal e abra-as. Manobre o
espéculo até que a cérvice esteja exposta entre as lâminas. Gire com gentileza o
espéculo ao redor do seu maior eixo até que todas as superfícies da vagina e da cérvice
sejam visualizadas.
A paciente deve ser solicitada a relaxar a musculatura da vagina distal antes da
inserção do espéculo para facilitar a colocação e evitar assustá-la nessa parte do exame.
Após a inserção, a cérvice e todos os aspectos da vagina devem ser inspecionados
cuidadosamente. Atenção particular tem de ser prestada aos fórnices vaginais, porque
lesões (p. ex., verrugas) podem estar presentes nessas áreas e não ser visualizadas de
imediato.
A inspeção da vagina deve ser feita a procura de sangramentos, secreções,
caracterização da mucosa (neoplásicas, inflamatórias, pigmentadas - sinal de chadwick -,
miscelânea), busca por anormalidades congênitas.
O câncer primário da vagina é uma afecção rara, correspondendo a menos de
2% de todas as neoplasias malignas do trato genital feminino. Entre os fatores de risco,
anotam-se: exposição intraútero ao dietilestilbestrol (DES), infecção pelo HPV,
principalmente os sorotipos 16, 18, 31 e 33, outras IST’s, irritação crônica da vagina pelo
uso de pessários ou anéis, associação com outras neoplasias malignas do trato genital
feminino.
O colo do útero é revestido por dois tipos
de epitélios: escamoso na ectocérvice e
colunar na endocérvice.
A ectopia é um processo fisiológico
frequente na fase reprodutiva da mulher,
caracterizado pela presença de epitélio
glandular na ectocérvice, expondo o frágil
epitélio colunar ao meio vaginal, o que favorece o
acesso aos vasos sanguíneos e linfáticos,
diminuindo as barreiras contra infecções e
favorecendo a aquisição de IST’s. Além disso, a
CLÍNICAS IV Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
presença de ectopia também pode ser um
importante fator secundário na transmissão de
infecções genitais.
Deve-se avaliar o cérvice para os mesmos
fatores avaliados na vagina. O colodo útero deve
ter aspecto puntiforme (A) nas nulíparas e fenda
transversa (B) nas multíparas.
Atenção!
a)Sangramento incomum oriundo do canal cervical, exceto
durante a menstruação, merece uma avaliação para neoplasia
cervical ou uterina;
b)Lesões inflamatórias são caracterizadas por secreção
mucopurulenta do orifício e eritema, edema e ulcerações
superficiais;
c)Pólipos podem crescer tanto a partir da superfície cervical,
projetando-se para o interior da vagina, ou
a partir do canal cervical. Pólipos podem ser inflamatórios ou
neoplásicos;
d)Carcinoma de cérvice pode não mudar de modo dramático a
aparência da cérvice ou pode parecer-se com lesões similares a uma
inflamação. Assim, a biopsia deve ser realizada se há suspeita de
neoplasia;
A cervicite ou endocervicite é a inflamação da mucosa
endocervical (epitélio colunar do colo uterino), geralmente de causa
infecciosa (gonocócicas e ou não gonocócicas), entretanto outros
agentes menos usuais, tais como bactérias aeróbicas e anaeróbicas,
Trichomonas vaginalis, vírus do herpes simples, entre outros, aumentam
as preocupações sobre tratamentos empíricos utilizados frequentemente para tratar
mulheres com cervicite e seus parceiros sexuais.
A maioria dos casos de cervicites é assintomática, sendo descobertos apenas
durante a investigação diagnóstica. A ausência de sintomas dificulta o seu diagnóstico e
favorece as inúmeras complicações advindas de quadros, como endometrite, doença
inflamatória pélvica (DIP), desfechos adversos para gestantes e recém-nascidos, incluindo
ainda maior risco de aquisição do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e do câncer
cervical. A etiologia multifatorial das cervicites e a elevada frequência de complicações
severas justificam, por si, a realização de procedimentos investigativos e exames
complementares direcionados para o diagnóstico etiológico, em mulheres que procuram
assistência médica por outros motivos.
CLÍNICAS IV Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
Cervicite herpética. Ao exame físico da vulva
foram detectadas lesões herpéticas
características.
Lesão cervical induzida
por HPV.
O câncer de colo do útero é a quarta neoplasia maligna mais frequente em
mulheres. A quase totalidade dos cânceres do colo do útero é de carcinomas que têm sua
origem na junção escamocolunar e pode envolver células do epitélio escamoso,
glandular, ou ambos. O carcinoma invasivo é precedido por neoplasia intraepitelial
cervical escamosa (NIC) ou adenocarcinoma in situ (AIS), que podem evoluir para
invasão, num processo geralmente lento. As lesões pré-cancerosas
mais frequentes são relacionadas a células escamosas, as NICs, que
são graduadas de acordo com a proporção de epitélio anormal.
→ NIC1 indica uma infecção ativa por HPV e é
considerada lesão de baixo grau com índice
muito alto de regressão espontânea. Em geral,
mulheres com NIC1 não precisam ser tratadas.
→ NIC2 é considerada uma lesão de alto grau,
porém apresenta remissão espontânea em
cerca de 40% dos casos.
→ NIC3 tem as maiores probabilidades de
evolução para câncer e essas lesões são
universalmente tratadas. Cerca de 30%/70%
das mulheres com NIC3 ou AIS não tratadas
CLÍNICAS IV Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
podem progredir para carcinoma invasor num período de 20 anos ou mais.
As lesões precursoras são geralmente assintomáticas e detectadas por
rastreamento por colpocitologia isolada ou em protocolos que associam detecção de
HPV e colpocitologia. O objetivo da prevenção secundária é detectar lesões de alto
grau, NIC2 ou NIC3. Como as NIC2 ou 3 são mais frequentes em mulheres em torno de
35 e 40 anos, e o carcinoma invasor é extremamente raro em mulheres com 25 anos ou
menos, em mulheres imunocompetentes recomenda-se o início do rastreamento a
partir dos 21 ou 25 anos de idade.
Até hoje, o exame citopatológico coletado do colo uterino é o mais utilizado em
todo o mundo. Quando as alterações do exame citopatológico forem sugestivas de infecção
por HPV e lesões de baixo grau, a coleta pode ser repetida em alguns meses ou pode se
triar as mulheres com maior risco por meio do teste de HPV. Diante de lesões citológicas
maiores, a colposcopia está indicada e determinará o local e a extensão da biópsia.
As orientações de preparo para a coleta ideal incluem a ausência de sangramento, duchas
e medicamentos intravaginais, bem como abstinência sexual nas 72 horas anteriores à
coleta. O melhor período do ciclo é o ovulatório.
A coleta dupla (ecto e endocérvice) é preconizada no SUS para garantir que o
colo seja visualizado e priorizado durante o procedimento. O método consiste na exposição
do colo uterino pelo espéculo de Collins, preferencialmente descartável, e remoção delicada
do conteúdo vaginal e cervical excessivo, com algodão. Procede-se, então, à esfoliação do
material ectocervical com a espátula de Ayre em rotação de 360º e a introdução da escova
endocervical a 1,5 cm sob movimentos de vai e vem e rotação. O material é colocado em
fina camada sobre uma lâmina de vidro identificada e imediatamente fixado com spray ou
em frasco com álcool a 70%.
Os testes de detecção e genotipagem de HPV de alto risco oncogênico são hoje
comercialmente disponíveis. Grande número de estudos randomizados e não randomizados
demonstraram que os testes de HPV têm maior sensibilidade, porém com menor
especificidade na detecção de NIC2 ou mais. Devido à baixa especificidade, recomenda-se
que em mulheres com teste de HPV positivo, a identificação dos HPVs 16 e 18 ou a
presença de alterações citológicas deva ser considerada para indicar colposcopia.
A colposcopia será indicada em geral, a partir de anormalidade citológica de alto
grau, baixo grau persistente, ou mesmo teste DNA HPV positivo para alto risco oncogênico.
Com resultado da citologia indicando HSIL ou lesão mais grave.
A colposcopia é um método de magnificação que exige habilidade do examinador
para determinar, em caso de anormalidade, o sítio adequado para a realização de biópsia,
se indicada. Tem nomenclatura própria e define lesões de maior relação com HSIL
(lesão intraepitelial de alto grau) no colo. Além disso, a colposcopia tem sido útil para os
outros sítios como vulva, vagina, pênis e ânus.
CLÍNICAS IV Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
O diagnóstico do câncer do colo do útero é realizado pela história e exame físico.
Quando invasivo, o carcinoma do colo do útero pode levar a sangramento vaginal
anormal, sinusorragia, corrimento vaginal, dor pélvica, dispareunia. Os seguintes
exames são utilizados para diagnosticar carcinoma de colo do útero invasor: anamnese e
exame físico geral, especular com colposcopia para visualização da lesão e biópsia, toque
vaginal para avaliar o volume do colo, fundos de saco e paredes vaginais, toque retal para
avaliar as mucosas, o esfíncter anal e os paramétrios.
CLÍNICAS IV Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
*Teste de Schiller (lugol): faz-se o
pincelamento de todo o colo uterino
com solução saturada de iodo.
Essa solução propiciará a
impregnação das células da
ectocérvice com uma coloração
marrom-escura, pois os vacúolos
de glicogênio presentes no
citoplasma dessas células normais
serão assim corados. Em outras
células, como as endocervicais ou
neoplásicas, que não contêm tais vacúolos, serão consideradas iodo-claro ou iodo
negativas com o teste de Schiller positivo.
→ presença de lesões = iodo negativa e teste de Schiller positivo
→ ausência de lesões = iodo positiva e teste de Schiller negativo
*Teste do ácido acético: aplicação de solução de ácido acético no
colo uterino, as lesões tendem a aparecer como manchas brancas.
Quanto mais acetobranca a lesão, maior a gravidade.
TOQUE VAGINAL E RETAL:
O toque vaginal deve ser feito com a introdução do dedo indicador bem lubrificado
e, em algumas pacientes, os dedos indicador e médio, na vagina, em sua face posterior
próximo ao períneo. Teste a força do períneo pressionando-o para baixo e pedindo à
paciente que faça força para baixo. Esse procedimento pode revelar uma cistocele ou
retocele previamente oculta e o descensodo útero. Avance os dedos ao longo da parede
posterior até encontrar a cérvice.
Note quaisquer anormalidades
estruturais ou sensibilidade na vagina ou
cérvice. Deve-se observar as paredes vaginais,
com sua elasticidade e rugosidade, bem como o
colo uterino, com sua consistência, posição e
direcionamento. A consistência do colo é
cartilaginosa, e quando se evidencia a
possibilidade de gestação, ele se torna
amolecido pela impregnação hormonal
gravídica.
CLÍNICAS IV Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
Na sequência, realiza-se o exame bimanual com a outra mão apoiada sobre o
hipogástrio e associado ao toque vaginal, sendo essencial que a bexiga esteja vazia
para determinar o posicionamento do útero. Pressione a mão abdominal, que está
repousando na área infraumbilical, bem gentilmente para baixo, pressionando as
estruturas pélvicas em direção aos dedos que estão palpando a vagina. Coordene a
atividade das duas mãos a fim de que se avalie o corpo do útero avaliando tamanho,
forma, sensibilidade, mobilidade e presença de tumores. Também ao exame bimanual,
é importante avaliar as dimensões dos anexos tubas e ovários, determinando a
presença de massas tumorais, sejam elas císticas, sólidas ou sólido-císticas. Trompas e
ligamentos redondos são palpáveis quase somente quando estão aumentados de
volume, por inflamação ou infiltração.
A vagina, seus fórnices e a cérvice
são palpados cuidadosamente à procura de
quaisquer massas ou irregularidades. Um ou
dois dedos são posicionados com gentileza no
fórnix posterior para que o útero seja
mobilizado. Com a mão abdominal posicionada,
o útero, em geral, pode ser palpado logo acima
da superfície do púbis. A paciente é solicitada
a dizer se algum ponto ou área está doendo,
e suas expressões faciais são observadas
durante o exame. Os anexos são palpados
gentilmente dos dois lados, prestando-se
particular atenção a qualquer aumento.
Quando indicado, o exame retovaginal deve
ser realizado (em pacientes virgens com
suspeita de massas pélvicas, quando há
neoplasia do colo uterino, para um perfeito estadiamento, e também nas suspeitas de
útero retrovertido e fixo, por possível endometriose
pélvica) para que se avaliem o septo retovaginal, a
superfície uterina posterior, as estruturas
anexiais, os ligamentos uterossacros e o fundo
de saco posterior. Inicialmente, o dedo indicador é
introduzido na vagina e o dedo médio, no reto. Os
dedos são aproximados um do outro, no sentido
horizontal, como uma tesoura, para avaliar o septo
retovaginal em busca de cicatrizes ou saliências
peritoneais.
O dedo indicador é retirado, e o dedo médio
conclui o toque circular da cavidade anal para
excluir a existência de massa. Nodularidade nos
ligamentos uterossacros ou sensibilidade uterina
posterior associada a endometriose pélvica ou
implantes no fundo de saco originados de câncer
ovariano podem ser avaliadas dessa maneira.
Hemorroidas, fissuras anais, tônus esfincteriano, pólipos retais ou carcinoma podem
ser detectados.

Continue navegando