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A genitália externa, representada pela vulva, inclui o monte de vênus, os grandes e os pequenos lábios o vestíbulo (meato uretral, introito vaginal, hímen, glândulas parauretrais ou vestibulares menores ou de Skene e glândulas vestibulares maiores ou de Bartholin) e o clitóris. A genitália interna compreende a vagina, o útero, as tubas uterinas e os ovários. A VAGINA é o órgão da cópula; O ÚTERO tem como função reter o óvulo fecundado, propiciando-lhe condições para o seu desenvolvimento; As TUBAS captam o óvulo na superfície do ovário e transportam os espermatozoides que migram para o útero, ocorrendo nesse local a fecundação; Os OVÁRIOS são glândulas em forma de amêndoa localizados próximos as paredes laterais da pelve e produzem os óvulos; O útero é formado pelo colo (porção caudal), pelo istmo (junção entre o colo e o corpo) e pelo corpo (porção superior); A parte externa do colo, que fica em contato com a vagina, chama-se ectocérvice; sua parte interna é a endocérvice; O útero tem três camadas: a serosa, o miométrio (espessa porção de músculo liso) e o endométrio (estrutura interna que forra a cavidade uterina). Corresponde a alterações cíclicas que ocorrem no endométrio, o qual depende do ciclo ovariano e do ciclo hipotálamo-hipofisário; Em cada ciclo, vários folículos se desenvolvem para que apenas um amadureça o suficiente Aula 22/02/2021 para ser expelido, fenômeno chamado de ovulação; Há o aumento dos hormônios hipofisários e ovarianos; Cinco dias após a queda dos níveis hormonais, começa o período menstrual; A menstruação dura cerca de 3 a 7 dias, corresponde a perda de 50 a 150 ml de muco e sangue, quando o fluxo menstrual é intenso, podem ser observados coágulos nos primeiros dias; Depois dos 40 anos de idade, os ciclos sexuais ainda se sucedem, alguns anovulatórios, por esgotamento ovariano; aos 48 e os 55 anos, encerra-se a fase reprodutiva da mulher, dando início a menopausa. IMPORTANTE: proporcionar um ambiente privado e confortável para a cliente, explicar termos técnicos; os problemas do sistema reprodutor podem afetar a vida, a autoimagem e o bem-estar geral da cliente. As queixas mais comuns, são: dor, descarga vaginal, sangramento uterino anormal, prurido, infertilidade, distúrbios menstruais, leucorreia, prurido e alterações dos pelos. Estimule a cliente a descrever os sintomas com suas próprias palavras, estimulando-a a falar livremente. Quantos anos você tinha quando começou a menstruar? Qual foi o primeiro dia da sua última menstruação? Essa menstruação foi normal em comparação as anteriores? Com que frequência ocorrem as suas menstruações? Quanto tempo geralmente dura a sua menstruação? Como você descreveria seu ciclo menstrual? Você tem dor durante a menstruação? Usa anticoncepcional hormonal? Qual? Há quanto tempo? Se não usa anticoncepcional hormonal, qual método é usado? Há quanto tempo? Se for um dispositivo, está em boas condições? Achados anormais: DISMENORR ÉIA Dor aguda, intermitente ou cega e contínua; Cólica leve a grave na região pélvica ou abdome inferior; Irradiação para as coxas ou parte inferior do sacro. Problemas uterinos prévios? Já fez o exame de colpocitoligia oncótica? Há quanto tempo? Já teve alguma IST ou infecção genital? Cirurgias prévias? Número de gestações? Tipo de parto? Problemas de infertilidade? Abortos provocados ou espontâneos? Problemas reprodutores? Histórico de CA uterino? Hipertensão? DM mélitus ou gestacional? Cardiopatias? Cirurgias ginecológicas? Vida sexual ativa? Número de parceiros? Data da última relação? Parceiro apresenta infecções, ulceração genital, verrugas ou descarga peniana? Descarga, lesões, prurido, sangramento ou dor? Data e resultado do último exame de prevenção? Data da última menstruação? Fogachos, oscilações de humor, rubor facial ou ressecamento vaginal? Dor durante a relação sexual? COMO REALIZAR: 1º - Consulta de enfermagem – anamnese e preenchimento dos formulários/prontuário; 2º - Exame clínico das mamas; 3º - Exame físico ginecológico; 4º - Coleta da citologia oncótica. Procurar reduzir o constrangimento com o acolhimento adequado e privacidade (biombo, banheiro), explicar como o exame será realizado, apresentar os materiais e descrever o procedimento. Orientar a paciente quanto a posição correta, com as nádegas bem na borda da maca e as pernas o mais abertas possível. A cabeceira da maca deve ficar elevada para que a paciente acompanhe todo o exame e ter contato visual com o examinador. INSPEÇÃO EXTERNA: buscar anormalidades ou assimetrias, alterações da pele e mucosas, linfonodenomegalia, secreção de aspecto anormal, úlceras, feridas, inflamação ou verrucosidades na vulva, períneo e perianal. Idade: 25 – 64 anos Periodicidade: Anual (trienal após dois negativos consecutivos) Recomendações para a paciente: Evitar duchas, lubrificantes, espermicidas ou medicamentos intravaginais nas 48h antes do exame. Não fazer depilação. O exame não pode ser colhido durante a menstruação, nem nos cinco primeiros dias seguintes. Sangramentos não menstruais podem ser sinal de câncer de colo de útero e o exame deve ser realizado independentemente dessa queixa. MATERIAL PARA O EXAME COLPOCITOLÓGICO: Sala de exame ginecológico com banheiro; Banquinho para o profissional; Lençol para a mesa de exame; Espéculo de tamanho adequado; Spray fixador ou álcool a 96%; Lápis para rotular a parte fosca da lâmina; Frasco, tubete ou caixa de transporte das lâminas; Formulário; SF – 10ml Mesa ginecológica; Lixo para descarte de resíduos; Camisola com abertura longitudinal; Lençol para cobrir a paciente; Luvas de procedimento; Escova endocervical; Espátula de Ayre; Fita adesiva para rotular o frasco; Cuba inox; Foco de luz; Biombo. TÉCNICA DE COLETA DO CITOPATOLÓGICO: Solicitar que a paciente esvazie a bexiga; Lavas as mãos antes de começar o procedimento; Colocar a mulher na posição adequada e orientar quanto a incômodos e desconfortos; Cobrir a mulher com o lençol; Posicionar o foco de luz, permitindo uma melhor visualização da vulva e canal vaginal; Separar o espéculo de tamanho apropriado (nulípara, multípara, perineoplastia – sempre indagar); Colocar luvas descartáveis; Avisar a paciente que irá introduzir o espéculo, acalmando-a com relação a dor; Afastar os grandes/pequenos lábios e inserir o espéculo bivalve na vagina em sentido longitudinal-oblíquo, orientando-o em direção ao assoalho pélvico. Ao mesmo tempo em que se gira o instrumento no sentido horário, deixando-o transversal; Se necessário, reposicionar o foco de luz, permitindo a melhor visualização do colo uterino; Após introduzido o espéculo procura-se visualizar o colo uterino e se aproveita para observar as paredes vaginais e estruturas do colo uterino; Coleta-se o material (coleta dupla – ecto e endocérvice) e dispõe na lâmina; Retira-se o espéculo, inicialmente deslocando do colo do útero e colocando-o na posição longitudinal para facilitar a saída; Ajudar a mulher a se levantar da mesa ginecológica e orientá-la a se vestir; Após as orientações finais, liberar a mulher e realizar todos os registros necessários no prontuário e na ficha de coleta. NÃO VISUALIZOU O COLO UTERNO – solicitar ajuda e/ou pedir para a usuária tossir CONSEGUI INSERIR O ESPÉCULO E VISUALIZOU O COLO UTERINO – cuidado para evitar expulsão. Coloração rósea, Rugosidade; Trofismo; Comprimento; Elasticidade; Presença de secreção e corrimentos.TRÊS TIPOS CELULARES ECTOCÉRVICE: epitélio escamoso – em contato com a vagina e com pH ácido; ENDOCÉRVICE: epitélio gandular simples – parte interna do orifício e normalmente não tem contato com a vagina. JEC – local onde o epitélio ectocervical encontra o epitélio endocervical – abrupta mudança de células escamosas estratificadas e não queratinizadas para epitélio colunar simples. Ectopia: Eversão do epitélio colunar sobre a ectocérvix, quando o colo uterino crescer rapidamente e este aumenta sob influência do estrógeno, depois da menarca e durante a gravidez. Metaplasia escamosa: Indica a substituição fisiológica do eptélio colunar evertido da ectocévix por um epitélio escamoso recém- formado de células subcolunares de reserva. DIFERENÇAS HABITUAIS ENTRE O COLO DO ÚTERO E O CÉRVIX NORMAIS ACHADOS ANORMAIS: Cérvice cianótica (congestão pélvica em razão de um tumor ou gravidez); Cérvice com aspecto vermelho vivo ou pontilhado (infecção); Visível no intróito (prolapso uterino); Câncer cervical; Tricomoníase; Chlamydia trachomatis; Ulcerações, massas, nódulos, ou irregularidades superficiais; Pólipos; Descarga purulenta ou com odor ruim; Cistos de Naboth. CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS: Em mulheres menopausadas a mucosa genital apresenta-se pálida com perda de rugas em razão da deficiência de estrogênio. A coleta do material deve ser realizada na endocérvice e na ectocérvice em lâmina única. Para a coleta na ectocérvice utiliza-se a espátula de Ayre, do lado que apresenta reentrância Para a coleta na endocérvice, utilizar a escova endocervical. Estender o material sobre a lâmina de maneira delicada para a obtenção de um esfregaço uniforma distribuído, fino e sem destruição celular. Cada raspado colhido deve ser espalhado de imediato à lâmina e imerso em álcool 96% (fixação). CO ANORMAIS DEVEM SER ENCAMINHADOS PARA COLPOSCOPIA INTERCORRÊNCIAS DURANTE A COLETA DA CITOLOGIA ONCÓTICA: SANGRAMENTO INTENSO – Menstruação? Ameaça de abortamento? Lesão extensa no colo uterino? – manter a calma, tranquilizar a paciente, tentar limpar o canal vaginal para visualizar o colo – encaminhar. SANGRAMENTO DURANTE A COLETA – Limpar, avaliar canal vaginal e esfregaço – repetir ou aprazar; PRESENÇA DE IST – PROCESSO INFLAMATÓRIO INTENSO – Limpar excesso de secreção e proceder coleta - avaliar a necessidade de tratar precocemente – Teste rápido? Explicar a paciente com cuidado o significado do resultado, pois muitas associam o resultado alterado ao diagnóstico de câncer; É preciso ser explicado que é comum a remissão espontânea das lesões de baixo grau e que a maioria dos casos são resolvidos com intervenções simples; Nas pacientes que precisam de avaliação colposcópica ou de tratamento especializado, a equipe precisa esclarecer as dúvidas, dar apoio emocional e logístico, além de acompanhar cuidadosamente a evolução do tratamento, pois muitas tendem a abandonar os cuidados por negação.
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