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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA GRADUAÇÃO EM LETRAS - PORTUGUÊS E INGLÊS MATHEUS SERGIO OLIVEIRA MANCHESTER POLIFONIA NO TEXTO ACADÊMICO: COMO DESENVOLVER BOAS PRÁTICAS DE LETRAMENTO NO ENSINO SUPERIOR RIO DE JANEIRO 2021 Cavalheiro (2021) afirma que a produção textual acadêmica, principalmente por aqueles que ingressaram recentemente no ensino superior, está aquém do desempenho desejado. Dentre algumas causas, o autor menciona o baixo número de atividades no ensino médio que preparariam os alunos para o ambiente acadêmico na universidade. No entanto, está fora do escopo deste trabalho discutir a relevância do letramento propriamente acadêmico no ensino médio. Sendo assim, o objetivo deste texto é promover práticas que consideram a realidade: um corpo discente formado por alunos sem letramento adequado. O texto supracitado considera a facilidade na busca de informações graças à tecnologia como fonte causadora de plágio. Apesar de ser um fator contundente a ser considerado, por se tratar de um país extremamente plural, muitos alunos provenientes de diversas origens socioeconômicas e culturais podem ingressar na universidade sem sequer possuir a tecnologia necessária e respectivas habilidades para a produção de textos acadêmicos. É dever, portanto, do ambiente universitário prover aos alunos, independentemente de suas condições, com oportunidades para que o letramento em textos acadêmicos ocorra. Não é incomum que alunos ingressem no último período do seu curso e se deparem com demandas monumentais de regras e procedimentos para a elaboração do trabalho de conclusão de concurso que sequer foram abordadas ao longo do programa da graduação. A aplicação exclusiva de avaliações respondidas à mão em sala de aula e a falta de demanda de trabalhos em modelos acadêmicos resultam em formandos com fraco letramento acadêmico, desmistificando a ideia de que possa ser ocorrência exclusiva de recém-ingressantes. Portanto, um primeiro remédio para o cenário acadêmico atual é a oferta de disciplinas sobre textos acadêmicos, metodologias científicas e suas respectivas características para alunos ingressantes. O entendimento sobre diversos procedimentos científicos e números textos acadêmicos e seus formatos desde o início conferirá aos alunos uma base sólida sobre a qual se pode construir ao longo do curso. Não obstante as disciplinas iniciais para que os alunos fundamentem seus conhecimentos acadêmicos, é impossível que o corpo discente se torne confortável com a leitura e escrita de textos acadêmicos se não forem utilizados com frequência. Equiparando o letramento acadêmico com um idioma, não se torna fluente em um idioma sem que este seja utilizado em larga escala. Desta forma, verifica-se a necessidade de uma reforma nos métodos de avaliação que valorizam provas à mão temporizadas em salas de aula. A implementação de resumos, resenhas e artigos curtos como métodos de avaliação em diversas disciplinas ao longo da formação do discente torná-lo-ão proficientes na escrita acadêmica. Uma terceira alternativa, que pode ser vista como complementar e anexa à reformulação dos programas acadêmicos, é a oferta de cursos de atualização curtos que abordem tópicos relevantes para a produção de textos desde formatação e verificação de fontes até estruturação textual com emissão de certificado para maior poder de captação de alunos. Tendo em vista possíveis lacunas nos programas e nas diferentes trajetórias acadêmicas, oferecer periodicamente cursos de aperfeiçoamento pode ser um método eficaz de atender alunos em diversas etapas da graduação com diferentes demandas. Os problemas e possíveis soluções discutidos neste artigo mostram que o caminho para o letramento acadêmico não é instantâneo; assim como a alfabetização, existe uma trajetória processual que deve ser construída através de diversas etapas. As dificuldades do corpo discente, vistas com tolerância, devem ser interpretadas como oportunidades para mudança. REFERÊNCIAS CAVALHEIRO, D. A. G. A polifonia textual e a busca pela escrita autoral: Análise de fichamentos acadêmicos produzidos por graduandos. Revista Iniciação & Formação Docente. v.8, n.1, 2021. http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/revistagepadle/article/view/5608/pdf_1 http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/revistagepadle/article/view/5608/pdf_1 http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/revistagepadle/article/view/5608/pdf_1