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Accelerat ing the world's research.
A LUDICIDADE NA EDUCACAO -
IBPEX DIGITAL
Juliana Nunes
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https://www.academia.edu/42346119/Teresa_Mateiro?from=cover_page
https://www.academia.edu/25784238/PEDAGOGIAS_EM_EDUCA%C3%87%C3%83O_MUSICAL?from=cover_page
https://www.academia.edu/37226883/A_LUDICIDADE_NA_EDUCACAO_IBPEX_DIGITAL?bulkDownload=thisPaper-topRelated-sameAuthor-citingThis-citedByThis-secondOrderCitations&from=cover_page
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Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.
Série
Dimensões da
Educação
O selo DIALÓGICA da Editora Ibpex faz 
referência às publicações que privilegiam uma 
linguagem na qual o autor dialoga com o lei-
tor por meio de recursos textuais e visuais, o 
que torna o conteúdo muito mais dinâmico. 
São livros que criam um ambiente de intera-
ção com o leitor – seu universo cultural, social 
e de elaboração de conhecimentos –, possibi-
litando um real processo de interlocução para 
que a comunicação se efetive.
Dimensões da
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2ª ed. rev., atual., am
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Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.
Conselho editorial
Dr. Ivo José Both 
Drª. Elena Godoy
Dr. Nelson Luís Dias
Dr. Ulf Gregor Baranow
Editor-chefe
Lindsay Azambuja
Editor-assistente
Ariadne Nunes Wenger
Editor de arte
Raphael Bernadelli
Análise de informação
Silvia Kasprzak
Revisão
Filippo Mandarino
Capa e ilustração da capa
Denis Kaio Tanaami
Projeto gráfico
Frederico Santos Burlamaqui
Iconografia
Danielle Scholtz
Avenida Vicente Machado, 317 – 14° andar
Centro – CEP 80420-010 – Curitiba – PR 
Fone: [41] 2103-7306
www.editoraibpex.com.br
editora@editoraibpex.com.br
Informamos que é de inteira 
responsabilidade da autora a emissão de 
conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá 
ser reproduzida por qualquer meio ou 
forma sem a prévia autorização da Editora 
Ibpex.
A violação dos direitos autorais é crime 
estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e 
punido pelo art. 184 do Código Penal.
Foi feito o depósito legal.
Esta obra é utilizada como material 
didático nos cursos oferecidos pelo Grupo 
Uninter.
Rau, Maria Cristina Trois Dorneles
A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica [livro eletrônico] 
/ Maria Cristina Trois Dorneles Rau. – Curitiba: Ibpex, 2013. – 
(Série Dimensões da educação)
 2 Mb ; PDF
 Bibliografia.
 978-85-417-0029-0
 1. Aprendizagem perceptivo-motora 2. Atividades criativas 3. 
Capacidade motora em crianças 4. Crianças – Desenvolvimento 5. 
Educação pré-escolar 6. Jogos educativos – Atividades I. Título. II. 
Série.
13-00720 CDD-371.397
 1ª edição, 2013.
 Índices para catálogo sistemático:
 1. Jogos e atividades: Educação 371.397
 2. Ludicidade: Educação 371.397
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara 
Brasileira do Livro, SP, Brasil)
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Apresentação .........................................................................................................11
Organização didático-pedagógica ................................................................19
Introdução .............................................................................................................21
1 As bases teóricas da educação lúdica ................................................25
1.1 Ludicidade: um novo olhar para a 
 formação do educador ............................................................. 25
1.2 A ludicidade na educação ...................................................... 30
1.3 A função lúdica e educacional do jogo .............................. 32
1.4 A atitude pedagógica do professor na utilização da 
 ludicidade como recurso pedagógico .................................. 38
1.5 O jogo, o brinquedo e a brincadeira na educação .......... 43
1.6 A função educacional da ludicidade ................................... 61
2 A ludicidade no desenvolvimento do ser humano e 
 as implicações para a prática educativa ............................................ 79
2.1 O lúdico enquanto linguagem simbólica .......................... 79
2.2 Brinquedos e brincadeiras considerando as 
 diferentes culturas ..................................................................... 86
Sumário
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2.3 O papel do jogo e da brincadeira no desenvolvimento 
 e na aprendizagem para a criança da educação infantil 
 e anos iniciais do ensino fundamental ............................... 90
2.4 Contribuições de Vygotsky .................................................... 95
2.5 O lúdico como recurso pedagógico direcionado ao 
 diagnóstico do processo de aprendizagem infantil ......101
2.6 O lúdico como recurso pedagógico direcionado às 
 áreas de desenvolvimento e aprendizagem .....................109
2.7 A infância, o brincar, a cultura e a subjetividade ..........112
2.8 O lúdico como recurso pedagógico direcionado à 
 alfabetização e à aprendizagem das diferentes áreas 
 do conhecimento..................................................................... 116
2.9 O lúdico como recurso pedagógico direcionado ao 
 desenvolvimento psicomotor ..............................................124
3 A ludicidade para além da prática na escola: 
 uma questão de atitude ........................................................................141
3.1 Jogos educativos ......................................................................146
3.2 Jogos de regras .........................................................................150
3.3 Jogos cooperativos ..................................................................161
3.4 Jogos tradicionais ....................................................................164
3.5 Dinâmicas de grupo ...............................................................171
4 As práticas pedagógicas do lúdico na educação ..........................185
4.1 Brincar e educar na educação .............................................191
4.2 Aludicidade e o movimento na educação ......................194
4.3 Brinquedoteca: um espaço essencial à saúde física, 
 emocional e intelectual do educando ...............................209
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Considerações finais ...........................................................................................225
Referências.............................................................................................................229
Bibliografia comentada.....................................................................................235
Apêndice ..................................................................................................................237
Respostas .................................................................................................................241
Sobre a autora .......................................................................................................245
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Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.
É
 assim
 que se brinca...
C
ada jogo tem
 suas regras.
M
as cada grupo de crianças as interpreta,
cria e recria a seu m
odo.
Vou explicar as regras do jogo.
C
abe a você traduzi-las...
A
driana Friedm
ann (1996)
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.
Nesta obra, pensamos a ludicidade no sentido de sistematizar conheci-
mentos teóricos e práticos centrais para a utilização do lúdico como 
recurso pedagógico pelos professores da educação infantil e dos anos 
iniciais do ensino fundamental. Tendo como ponto principal o enten-
dimento sobre as necessidades e os interesses do educando e do edu-
cador no processo ensino e aprendizagem, a abordagem sobre o lúdico 
na educação está fundamentada aqui nas concepções teóricas e práti-
cas de autores de grande expressão na área educacional, enfocando as 
concepções de ludicidade, infância, educação, sociedade, bem como a 
apresentação sobre a classificação dos jogos, o papel do educador e a 
organização de espaços e materiais. 
O objetivo é tratar de questões relativas à ludicidade como ati-
tude pedagógica do professor de educação infantil e anos iniciais do 
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ensino fundamental, considerando o educando um sujeito ativo e refle-
xivo no processo de ensino-aprendizagem. 
Nesse sentido, a obra aponta também aspectos sobre o desenvol-
vimento e a aprendizagem das crianças do primeiro nível da educação 
básica, enfocando suas características, necessidades e interesses, e dos 
anos iniciais do ensino fundamental, abordando a ludicidade como um 
dos recursos pedagógicos a serem utilizados pelo professor que busque 
possibilidades metodológicas que atendam às especificidades do pro-
cesso de ensino-aprendizagem das diferentes áreas de conhecimento, 
por meio de recursos pedagógicos, aliados à expressão lúdica, também 
necessária às crianças dessa faixa etária.
Assim, as discussões apresentadas nesta obra pretendem que 
você, profissional da educação, reflita a respeito da concepção de lu-
dicidade e sua relação com o desenvolvimento e o processo de ensino-
-aprendizagem da criança de 0 a 10 anos, ou, mais especificamente, a 
criança da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamen-
tal. Para isso, é fundamental que o educador identifique a sua própria 
concepção sobre a ludicidade e sua relação com a cultura, a infância, a 
sociedade, a educação e seus desafios e avanços teóricos, práticos, polí-
ticos, ideológicos, tecnológicos. 
Nessa perspectiva, o conteúdo desta obra visa significar e am-
pliar a visão existente sobre a ludicidade e dialogar com todos que parti-
cipam direta ou indiretamente da educação dessas crianças e acreditam 
poder mediar a construção do conhecimento sistematizado pela escola 
pelo currículo, observando o desenvolvimento da autonomia e da criti-
cidade. Diálogo importante também para os que percebem a expressão 
da atual sociedade na voz e na corporeidade dos educandos e por isso 
têm objetivos educacionais e não medem esforços para alcançá-los. 
O título dado a esta obra aponta para a intenção de promover 
uma reflexão crítica e consciente por parte do educador que utilizar o 
lúdico como recurso pedagógico.
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Elaborada inicialmente para uma defesa de dissertação de mes-
trado em educação, esta obra conserva qualidades significativas, como 
o estudo atento do referencial teórico e os resultados da pesquisa-en-
sino realizada, ob a orientação da professora Dr.ª Pura Lúcia Oliver 
Martins, orientadora da dissertação, e da professora Dr.ª Joana Paulin 
Romanowski, que apontou diversas possibilidades reflexivas no tema 
pesquisado. A pesquisa foi feita com diretoras, pedagogogas, psicólogas 
e professoras que atuam em escolas públicas e privadas na educação bá-
sica em diferentes estados brasileiros; assim foram definidos os suportes 
teóricos, as classificações de jogos mais utilizados em suas funções lú-
dicas e educativas, consistindo então em uma abordagem que surgiu de 
experiências vivenciadas no cotidiano educacional brasileiro.
Os estudos sobre a concepção de ludicidade por parte de pro-
fessores de educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental 
referidos neste livro levam em consideração a ligação existente entre 
o ensino, a formação acadêmica e a formação pedagógica. O que foi 
observado inicialmente é a existência de uma enorme lacuna no que diz 
respeito ao estudo sobre o lúdico como recurso pedagógico enquanto 
assunto tratado durante a formação inicial do educador. 
Assim, a perspectiva aquiapresentada trata o lúdico como uma 
possibilidade pedagógica em consonância com a orientação metodoló-
gica do trabalho docente na educação infantil e anos iniciais do ensi-
no fundamental. A ludicidade como atitude pedagógica, nesse sentido, 
justifica-se por considerar que o educador que pesquisar, conhecer e 
vivenciar as diversas abordagens da ludicidade na educação considera 
que o conhecimento pode ser construído com base no universo infantil, 
que se desvenda e avança à medida que a criança, o jovem e o adulto 
ampliam seu repertório cultural e social. Agora, na segunda edição, o 
tema é amadurecido, já que no decorrer de três anos continuei a pesqui-
sa, o estudo e as práticas sobre a ludicidade na educação. Nesse sentido, 
trago a inclusão de conteúdos, reflexões e sugestões práticas que podem 
auxiliar os educadores na utilização da ludicidade como recurso pe-
dagógico para o processo de ensino-aprendizagem nas instituições de 
educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.
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Assim, a ludicidade possibilita a reflexão quando se pensa no 
sujeito autônomo e reflexivo, no que diz respeito às relações sociais em 
que estiver inserido e na sua função educativa, capaz de estabelecer re-
lações significativas com o meio, utilizando a cognição e a criatividade 
na solução de problemas e tornando-se o que Friedmann (1996) des-
creve como um adulto saudável.
Nessa perspectiva, o professor, ao estudar a ludicidade em seus 
aspectos teóricos e práticos, terá a possibilidade de utilizá-la como re-
curso pedagógico voltado a uma práxis no processo de ensino-aprendi-
zagem. Para que isso ocorra verdadeiramente, é preciso que a ludicida-
de, em suas funções lúdica e educativa, seja repensada constantemente 
pelo educador, observando as necessidades e os interesses de seu grupo 
de educandos, a reflexão sobre o que faz, por que o faz e a relação com 
os diferentes instrumentos pedagógicos e as várias linguagens utiliza-
das. A reflexão do educador poderá apontar caminhos que atendam 
às exigências das novas situações educativas. O lúdico utilizado pelo 
professor em sala de aula torna-se, então, um meio para a realização dos 
objetivos educacionais, e o aluno, ao praticá-lo, não se limita à sua ação 
livre, iniciada e mantida pelo prazer de jogar, mas participa ativamente 
do processo de construção do conhecimento.
O presente livro foi organizado em quatro capítulos, que bus-
cam discutir o significado de questões relativas ao lúdico na formação 
do educador: os conceitos de jogo, brinquedo e brincadeira, o desen-
volvimento e a aprendizagem infantil e sua relação com o lúdico como 
recurso pedagógico. São apresentadas ainda as classificações dos jogos 
que têm maior expressão no cotidiano escolar e, por fim, as práticas lú-
dicas na educação, abordadas à luz da psicomotricidade, além da mon-
tagem da brinquedoteca.
O primeiro capítulo, intitulado As bases teóricas da educação lúdi-
ca, tem por objetivo levar o leitor a refletir sobre sua formação no que 
tange ao lúdico como recurso pedagógico. Nessa perspectiva, quando os 
professores entendem o significado das experiências lúdicas vivencia-
das por crianças e alunos da educação básica, podem, na formação lúdi-
ca, conhecer-se como pessoa, reconhecer suas potencialidades e limites, 
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lidar com seus obstáculos e desafios e ter objetivos claros sobre a im-
portância do jogo e do brinquedo para a vida do ser humano em todas 
as suas fases. Para tratarmos desse aspecto, examinaremos aspectos da 
ludicidade na educação, abordando a função lúdica e educacional do 
jogo. Nesse contexto, enfocaremos a atitude pedagógica do professor na 
utilização da ludicidade como recurso pedagógico com base na concei-
tuação do jogo, do brinquedo e da brincadeira na educação e sua relação 
com a aprendizagem. Por fim, a reflexão sobre a teoria como expressão 
da prática objetiva identificar como o professor pode ensinar brincando. 
O segundo capítulo tem como título O lúdico no desenvolvimen-
to do ser humano e as implicações para a prática pedagógica e promove a 
apresentação sobre as concepções e as práticas concernentes ao lúdico 
na educação, ao desenvolvimento e à aprendizagem infantil, buscando 
ampliar os conceitos de jogo, brinquedo e brincadeira. Para abordarmos 
o lúdico como recurso pedagógico, definiremos algumas categorias: o 
lúdico enquanto linguagem simbólica; os brinquedos e as brincadeiras, 
considerando as diferentes culturas; o lúdico como recurso pedagógico 
direcionado para o diagnóstico do processo de aprendizagem infantil; 
o lúdico como recurso pedagógico direcionado às áreas de desenvolvi-
mento e aprendizagem; o lúdico como recurso pedagógico direcionado 
à alfabetização e à aprendizagem das diferentes áreas de conhecimento 
e o lúdico como recurso pedagógico direcionado ao desenvolvimento 
psicomotor.
O terceiro capítulo – A ludicidade para além da prática na escola: 
uma questão de atitude – traz a classificação dos jogos em seis categorias, 
que podem servir como referencial para a educação atual. Outras classi-
ficações poderiam ser incluídas, por serem relevantes ao debate que se 
propõe aqui, porém é preciso priorizar as aproximações entre os jogos 
e interesses dos educadores e dos educandos, e esse foi o critério que 
levou à seleção adotada nesta obra. 
O quarto capítulo aborda as práticas pedagógicas com a ludici-
dade na educação tornando-se por base o desenvolvimento psicomo-
tor que destaca o movimento como forma de expressão humana. Os 
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conceitos e as práticas têm por objetivo levar o leitor à reflexão de como 
o educando pode ser estimulado a partir das brincadeiras e jogos e não 
propiciar receitas prontas para um trabalho de reprodução.
Nessa perspectiva, a brinquedoteca vem ao encontro da ideia 
de representação de papéis, de imitação, de aprendizagens autônomas, 
frente à diversidade cultural existente no universo da educação.
O objetivo desta obra, contudo, é levar o leitor a refletir sobre o 
brincar como um eixo fundamental no desenvolvimento e na aprendi-
zagem do ser humano. Para tanto, resgatar jogos, brincadeiras e brin-
quedos que fazem parte da infância traz a possibilidade de se rever 
sentimentos, sensações, diferentes culturas e linguagens, entre outros 
aspectos que podem contribuir para esse estudo. Pensando nisso, bus-
camos chamar a atenção para o resgate da cultura infantil por meio do 
lúdico, já que atualmentemuitas discussões têm se referido de certa ma-
neira à perda de valores nas famílias, nas comunidades e na sociedade 
como um todo. Nesse sentido, problematizar tal questão é fundamental 
para a sistematização dos saberes escolares, pois o conhecimento cons-
truído na escola parte da realidade na qual as crianças estão inseridas. 
Essa realidade, social com certeza, também é afetiva, cognitiva e motora, 
e é necessário um caminho que leve a criança à sua formação integral. 
Pensar sobre a escola, a educação, a sociedade e a cultura supõe assumir 
o princípio de que o homem, sujeito de todos esses aspectos, está em 
evolução, que nos remete à construção e transformação de hábitos, ne-
cessidades e questionamentos que a ciência tem se mostrado eficiente 
em atender e responder.
Nesse contexto, a reflexão sobre o modo de brincar das gerações 
atuais aponta distinções em relação às anteriores, e isso ocorre porque o 
homem é um ser histórico, tem desejos e interesses que variam ao lon-
go do tempo e, nesse sentido, busca diferentes formas de expressá-los 
para ser compreendido. Assim, pretendo que as reflexões e discussões 
organizadas sobre a formação lúdica sejam um incentivo ao educador 
pesquisador, problematizador, questionador e ludicamente vivo na per-
manente intenção de fazer parte do processo de construção do conhe-
cimento da criança.
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Com efeito, aponto o lúdico como um dos recursos que possibi-
litam a utilização, ao mesmo tempo, de diferentes tipos de linguagem e, 
por esse e outros aspectos, facilita a apropriação de significações e con-
ceitos por parte do educando na educação infantil e nos anos iniciais 
do ensino fundamental. Assim, considerar a ludicidade como recurso 
pedagógico requer que você, educador, debruce-se diante das diversas 
brincadeiras infantis e das suas relações com o aporte teórico, explore 
recursos e materiais, organize objetivos e elabore espaços e ambientes 
que favoreçam as ações educativa e recreativa.
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Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.
Organização 
didático-pedagógica
Esta seção tem a finalidade de apresentar os recursos de aprendiza-
gem utilizados no decorrer da obra, de modo a evidenciar os aspectos 
didático-pedagógicos que nortearam o planejamento do material e 
como o aluno/leitor pode tirar o melhor proveito dos conteúdos para 
seu aprendizado.
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Simplificando...
Nesta seção você conta 
com um recurso que auxi-
lia na fixação do que já foi 
apresentado no capítulo, 
facilitando o aprendiza-
do e a memorização do 
conteúdo.
Pare e pense
Aqui, nesta seção, faze-
mos com que você reflita 
sobre algumas questões 
pertinentes durante todo 
o capítulo.
Síntese
Você conta nesta seção 
com um recurso que irá 
instigá-lo a fazer uma 
reflexão sobre os conteú-
dos estudados, de modo 
a contribuir para que as 
conclusões às quais você 
chegou sejam reafirmadas 
ou redefinidas.
Indicações 
culturais
Ao final do capítulo, a 
autora lhe oferece algumas 
indicações de livros, 
filmes ou sites que podem 
ajudá-lo a refletir sobre 
os conteúdos estudados, 
permitindo o aprofunda-
mento em seu processo de 
aprendizagem.
Atividades de 
autoavaliação
Com estas questões obje-
tivas, você mesmo tem a 
oportunidade de verificar 
o grau de assimilação 
dos conceitos examinados, 
motivando-se a progre-
dir em seus estudos e a 
preparar-se para outras 
atividades avaliativas.
Atividades de 
aprendizagem
Aqui você dispõe de ques-
tões cujo objetivo é levá-lo 
a analisar criticamente um 
determinado assunto e a 
aproximar conhecimentos 
teóricos e práticos.
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A atual perspectiva sobre a infância, a educação e a sociedade vem apon-
tando um universo distinto no que diz respeito às formas de expressão 
de valores, interesses, ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a ludici-
dade, área que trata dos jogos, dos brinquedos e das brincadeiras, tem 
levado os profissionais da educação a estimular a sua prática como for-
ma de proporcionar a aprendizagem e o desenvolvimento infantil. No 
Brasil, muitos estudiosos sobre a ludicidade há algumas décadas vêm 
apontando o jogo como um instrumento pedagógico muito significati-
vo e de grande valor social, oferecendo, assim, diferentes possibilidades 
educacionais. Paralelo a esse estudo está a discussão sobre os recursos e 
as metodologias que possam atender a uma demanda de educandos in-
seridos em um contexto social, econômico e tecnológico diverso. Nesse 
sentido, organizamos esta obra com o objetivo de sistematizar ideias 
consideradas centrais para a utilização do lúdico como recurso pedagó-
gico pelo professor da educação infantil e dos anos iniciais do ensino 
fundamental.
As discussões iniciais pretendem que você reflita sobre sua 
formação no que diz respeito ao lúdico, levando-o a identificar em si 
mesmo, na lembrança de suas experiências lúdicas em diferentes con-
textos, no significado que as brincadeiras tiveram para você, enquanto 
criança e aluno da educação básica, tanto nas instituições de educação 
infantil como nas escolas de ensino fundamental é também importan-
te que você busque quais conceitos e práticas foram construídas com 
Introdução
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a ludicidade durante a sua formação inicial. Nessa perspectiva, tem-
-se como objetivo possibilitar a compreensão de que a formação lúdica 
permite ao futuro educador ter uma visão clara sobre a importância do 
jogo, do brinquedo e da brincadeira para a vida da criança em idade 
escolar que, para os níveis de ensino a que serão formados, atendem de 
0 a 10 anos, abordandoas necessidades e os interesses do educando e 
do educador no processo ensino e aprendizagem.
Assim, na tentativa de explicitar a ludicidade como uma atitude 
pedagógica, o texto deste livro irá apresentar a concepção de lúdico 
como recurso pedagógico na educação, de modo a evidenciar as apro-
ximações entre o lúdico, o desenvolvimento e a aprendizagem infantil, 
convidando você a rever e repensar os conceitos e as práticas sobre a lu-
dicidade na educação. Nesse contexto, trata-se de apontar a ludicidade 
como um conhecimento indispensável ao profissional da educação para 
que construa sua prática pedagógica considerando as diferentes realida-
des socioeconômicas e culturais nas quais estão inseridos os seus edu-
candos, de maneira consciente, autônoma, criativa, crítica e reflexiva.
As reflexões sugeridas com base em um denso referencial teó-
rico sobre a ludicidade têm como objetivo pensar o lúdico como re-
curso pedagógico utilizado de forma significativa para o educando, 
uma vez que as concepções de educação atuais, pensadas e sistema-
tizadas com base na Constituição Brasileira (1988a), no Estatuto da 
Criança e do Adolescente (Lei 
nº 8.069/1990b) e, principalmen-
te, na Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDBEN 
nº 9.394/1996c), incentivam a 
prática de jogos e brincadeiras na 
escola como um meio de propor-
cionar a aprendizagem e o desen-
volvimento infantil. 
Os conceitos abordados 
e discutidos são fundamentados 
a 
Para ler a Constituição (1988) na íntegra, acesse 
o site: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. 
ba 
Para ler a Lei nº 8.069/1990 na íntegra, acesse 
o site: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/
L8069.htm>.
ca 
Para ler a Lei nº 9.394/1996 na íntegra, acesse 
o site: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/l9394.htm>.
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por autores de efetiva atuação e expressão nacional e internacional e 
que relacionam o lúdico à realidade educacional brasileira. 
Nessa perspectiva, a classificação dos jogos que apresentamos 
foi concebida tomando-se por base discussões e reflexões surgidas das 
práticas desenvolvidas por professores que atuam na educação infantil 
e anos iniciais do ensino fundamental, considerando seu conhecimento 
inicial, prático, vivenciado e fortalecido por uma necessidade de am-
pliação. Questões como a organização de conteúdos que contemplem 
metodologias e linguagens interessantes aos educandos, a significação 
histórica e cultural da ludicidade na educação e na sociedade, a elabo-
ração, a confecção e o desenvolvimento de práticas e recursos lúdicos, 
dúvidas, sucessos e fracassos fizeram parte do cenário que possibilitou 
a construção e o pensamento sobre o lúdico como recurso pedagógico. 
Assim, pretendemos estabelecer relações entre os referenciais 
teóricos e o lúdico na ação pedagógica do professor em sala de aula, 
considerando que essa área ainda tem muito que ser valorizada e por 
isso não se esgota aqui, mas acreditando que com estudo, pesquisa e 
atitude é possível empregar a ludicidade no processo de construção de 
conhecimento, fazendo dos jogos grandes colaboradores na prática pe-
dagógica do professor da educação infantil e dos anos iniciais do ensino 
fundamental.
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Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.
Neste capítulo, objetivamos apresentar a ludicidade como uma atitude 
pedagógica na prática do professor de educação infantil e anos inicias 
do ensino fundamental. Traz a você, ainda, as concepções teóricas da 
área em questão, procurando demonstrar como a formação lúdica pode 
fazer parte do currículo de formação superior.
1.1 Ludicidade: um novo olhar para a formação do 
educador
Muitos profissionais da área educacional utilizam a ludicidade como 
um recurso pedagógico, pois a utilização de recursos lúdicos, como jo-
gos e brincadeiras, auxilia a transposição dos conteúdos para o mundo 
do educando. Nesse sentido, a ludicidade, como elemento da educação, 
também é passível de demonstrar a evolução humana com base em suas 
interações sociais, culturais e motoras, pois o homem sempre teve em 
seu repertório as linguagens do brincar. Assim, a ludicidade na educa-
ção dá sequência aos estudos teóricos sobre esse tema, enfocando como 
este pode fazer parte do currículo escolar, a partir da conceituação sobre 
o jogo, o brinquedo e a brincadeira. O seu olhar para essa abordagem 
1 AS BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO LÚDICA
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deve ser o de alguém que se insere no ato de brincar, procurando perce-
ber, identificar e ampliar seus conhecimentos práticos, teóricos e táticos 
sobre o tema. Nessa perspectiva, desejo a todos os que puderem dia-
logar com o texto elaborado para o estudo da ludicidade na educação 
que possam se envolver, de maneira lúdica, às vezes subjetiva, às vezes 
objetiva, clara ou reflexiva, de maneira a resgatar a cultura existente nos 
jogos.
Entre as questões que mo-
bilizam os educadores, encontra-se 
a organização de propostas para 
a formação profissional fundadas 
na estreita articulação entre teoria 
e prática. Pesquisas têm apontado 
que, atualmente, há uma constan-
te necessidade de a escola trabalhar 
conteúdos programáticos com apli-
cabilidade prática, correspondendo 
aos anseios de um aluno que hoje 
é mais questionador. Assim, os pro-
fessores não têm poupado esforços 
para buscar metodologias que sejam significativas e atendam aos in-
teresses e às necessidades não apenas de seus alunos, mas também de 
todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. No entanto, 
estudos revelam que, desde há muito, ocorrem problemas na formação 
desses professores, no sentido de identificar a relação dialética existente 
entre os aspectos acadêmicos que possibilitam uma relação de inte-
ração entre a prática que cada professor irá desenvolver baseando-se 
na realidade educacional em que for atuar e a teoria, que se funda na 
concepção de educação, de criança e de sociedade da própria instituição 
educacional.
Nesse sentido, Santos (1997, p. 12) aponta que “a falta de cla-
reza do perfil profissional se reflete nos currículos, tornando os cur-
sos fragmentados e distantes da prática pedagógica desenvolvida nas 
O seu olhar para essa 
abordagem deve ser 
o de alguém que se 
insere no ato de brincar, 
procurando perceber, 
identificar e ampliar 
seus conhecimentos 
práticos, teóricose 
táticos sobre o tema.
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escolas”. Para a autora, a formação acadêmica em nível universitário, na 
maioria das vezes, limita-se a um grupo de disciplinas teóricas que não 
guardam relação com a prática na qual aqueles profissionais irão atuar.
O que você espera encontrar no curso de 
Pedagogia?
Qual relação entre a teoria e a prática você 
pretende construir em seus estudos?
Pare 
e 
pense
Ao refletir sobre tais questões, saiba que quando se trata da for-
mação do professor da educação infantil e dos anos iniciais do ensino 
fundamental, uma questão tem ocupado os meios educacionais, seja 
na academia, seja nas escolas desses níveis de ensino: é o lúdico como 
recurso e/ou método de ensino. 
Desse modo, ao participar de encontros educacionais e possi-
bilitar discussões sobre o lúdico com professores, constata-se que estes 
se referem à importância de jogos e brincadeiras de que participaram 
quando em formação inicial, evidenciando elementos pertinentes ao 
lúdico como uma possibilidade de 
formação pessoal e pedagógica 
nas graduações e nas licenciatu-
ras na área da educação, apesar de 
poucos mencionarem a presença 
do lúdico nesse contexto.
Nessa perspectiva, os estu-
dos de Santos (1997, p. 14) defi-
nem bem essa questão:
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A formação lúdica se assenta em pressupostos que valo-
rizam a criatividade, o cultivo da sensibilidade, a busca da 
afetividade, a nutrição da alma, proporcionando aos futuros 
educadores vivências lúdicas, experiências corporais, que se 
utilizam da ação, do pensamento e da linguagem, tendo no 
jogo sua fonte dinamizadora.
Você se lembra da última vez em que brincou? 
Você se divertiu? Em que contexto estava, quais 
as pessoas envolvidas, que objetos faziam parte 
desse cenário?
Pare 
e 
pense
Provavelmente, ao retomar essas lembranças, você irá perceber 
o quanto foi prazerosa a sensação que lhe possibilitou tal momento. A 
ludicidade tem como característica lidar com as emoções e por isso 
traz à tona sentimentos de alegria, companheirismo e cooperação, mas 
também evoca sentimentos de medo, ansiedade e frustração. Por isso, a 
ludicidade é uma possibilidade pedagógica que, fortalecida pelos dife-
rentes tipos de linguagem, como a música, a arte, o desenho, a drama-
tização, a dança, entre outros, torna significativo os conceitos a serem 
trabalhados.
Em resumo, Santos (1997, p. 14) afirma que, “quanto mais o 
adulto vivenciar sua ludicidade, maior será a chance de este profissional 
trabalhar com a criança de forma prazerosa”.
Neste momento, talvez você esteja pensando sobre qual o tempo 
e o espaço disponibilizados para o lúdico em sua vida. 
Quantas vezes você se pegou brincando e 
inventando passatempos e histórias para aliviar 
as tensões do cotidiano? 
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Você deve ter percebido que, 
apesar de relaxar por um momento, 
havia a necessidade e até a cobran-
ça por parte da sociedade em voltar 
rapidamente à realidade, como se 
estivesse negando a sua responsa-
bilidade. Assim, um dos mitos que 
o estudo da ludicidade desmistifica 
nesta disciplina objetiva é o de que 
a brincadeira é apenas um passa-
tempo, algo tido como não sério 
e, assim, desprovido de qualquer 
possibilidade de aprendizagem para o educando dos anos iniciais do 
ensino fundamental, já que os conteúdos apresentados nesse nível de 
ensino são sistematizados de forma dife-
rente aos da educação infantil.
Contudo, optamos por iniciar 
as discussões propostas nesta obra por 
essas reflexões, na tentativa de pensar so-
bre a ludicidade na formação inicial do 
educador. 
Em conversas observadas por educa-
dores que participam de cursos de capacitação 
na área da educação, muitas vezes percebe-se que a grande maioria 
gostaria de encontrar metodologias que fossem explícitas, como bu-
las de remédio, com indicações e contraindicações. Nesse sentido, na 
educação, muitas vezes entendemos que a melhor maneira de contri-
buir para analisar e transformar o processo de ensino-aprendizagem 
seria encontrar uma fórmula que minimizasse o desinteresse, a falta 
de concentração, a indisciplina e as dificuldades de aprendizagem dos 
alunos, temas que constantemente preocupam os educadores. Nesse 
caso, uma alternativa seria dar ênfase à busca de pistas que auxiliem a 
modificar a atuação pedagógica no contexto do nosso sistema de ensino, 
indo, contudo, além da crítica: atuar pedagogicamente com força para 
a mudança, encontrar formas de agir com os próprios meios, tomando 
Brincar é coisa séria!
Isso envolve uma 
atitude por parte do 
adulto, seja ela nos 
momentos planejados 
ou livres, seja durante 
a atuação pedagógica 
voltada à aprendizagem 
significativa.
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como ponto de partida as partes e não o todo, enfrentando o desafio de 
educar com criatividade e responsabilidade, descobrindo maneiras mais 
interessantes de lidar com a realidade.
Logo de início, já aponto algumas questões fundamentais para 
você, que pretende se utilizar desses recursos – os jogos, os brinquedos 
e as brincadeiras – no seu cotidiano escolar. A prática pedagógica por 
meio da ludicidade não pode ser considerada uma ação pronta e aca-
bada que ocorre a partir da escolha de um desenvolvimento de jogo 
retirado de um livro. A ludicidade na educação requer uma atitude pe-
dagógica por parte do professor, o 
que gera a necessidade do envolvi-
mento com a literatura da área, da 
definição de objetivos, organização 
de espaços, da seleção e da escolha 
de brinquedos adequados e o olhar 
constante nos interesses e das ne-
cessidades dos educandos.
Nessa perspectiva, visando 
à discussão acerca da ludicidade na 
formação do educador que irá atu-
ar na educação infantil e nos anos 
iniciais, apresentaremos a seguir as ideias dos principais autores que 
focalizam o lúdico, em uma interlocução quese faz necessária para es-
clarecer conceitos e concepções usualmente comentadas.
1.2 A ludicidade na educação
De acordo com Costa (2005, p. 45), “a palavra lúdico vem do latim 
ludus e significa brincar. Nesse brincar estão incluídos os jogos, brin-
quedos e brincadeiras e a palavra é relativa também à conduta daquele 
que joga, que brinca e que se diverte”. Por sua vez, o jogo possibilita a 
aprendizagem do sujeito e o seu pleno desenvolvimento, já que conta 
A prática pedagógica 
por meio da 
ludicidade não pode 
ser considerada uma 
ação pronta e acabada 
que ocorre a partir 
da escolha de um 
desenvolvimento de jogo 
retirado de um livro.
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com conteúdos do cotidiano, como as regras, as interações com objetos 
e o meio e a diversidade de linguagens envolvidas em sua prática. Desse 
modo, com base no pressuposto de que a prática pedagógica possa pro-
porcionar alegria aos alunos no processo de aprendizagem, o lúdico 
deve ser levado a sério na escola, proporcionando-se o aprender por 
meio do jogo e, logo, o aprender brincando. Podemos deduzir, assim, 
que a formação lúdica do professor favorece essa prática.
O entendimento do jogo como recurso pedagógico passa pela 
concepção de que a função educacional da escola é ensinar e que por 
isso esta tem objetivos edu-
cacionais a atingir; o alu-
no, nesse sentido, faz parte 
da elaboração e orientação 
rumo a esses objetivos, para 
chegar à construção de seu 
próprio conhecimento. 
Assim, qualquer ati-
vidade dirigida e orienta-
da visa a um resultado e 
possui finalidades pedagó-
gicas, portanto, a ludicidade 
como recurso pedagógico 
tem objetivos educacionais a 
atingir. Nessa perspectiva, utilizado em sala de aula, o jogo torna-se en-
tão um meio para a realização dos objetivos educacionais, e ao educan-
do, ao praticá-lo nesse contexto, deve ser garantida a ação livre, iniciada 
e mantida unicamente pelo prazer de jogar é atrelada aos objetivos edu-
cacionais sistematizados pelo educador. 
Tais questões têm trazido à tona dis-
cussões em torno da apropriação do jogo 
pela escola, especialmente do jogo educa-
tivo. Diversos autores, entre eles Tizuko 
Morchida Kishimoto (2008)a, estudiosa so-
bre os jogos educativos, defendem que estes 
A ludicidade se define pelas 
ações do brincar que são 
organizadas em três eixos: 
o jogo, o brinquedo e a 
brincadeira.
Ensinar por meio da ludicidade 
é considerar que a brincadeira 
faz parte da vida do ser humano 
e que, por isso, traz referenciais 
da própria vida do sujeito.
a 
Kishimoto (1994, 2008, 2010) é uma 
autora estudiosa da ludicidade e o 
faz à luz da realidade educacional 
brasileira; assim, sugiro a leitura de 
suas obras referenciadas neste livro e 
também a pesquisa de outros títulos e 
sites da internet voltados à educação.
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surgiram na Roma e na Grécia antigas, quando havia a produção de 
doces em forma de letras destinados ao aprendizado das letras. Ao en-
contro desse fundamento, Ariès (1981, p. 77) argumenta que “a prática 
de unir o jogo aos primeiros estudos justifica o nome ludus atribuído às 
escolas de instrução elementar, semelhante aos locais destinados à prá-
tica de exercícios de fortalecimento do corpo e do espírito nessa época”.
Já há mais de uma década, as pesquisas desenvolvidas por 
Kishimoto (2008) apontam a diferença entre o jogo e o material pe-
dagógico e trazem a reflexão condizente à utilização do jogo educativo 
em sala de aula, garantido pela sua função lúdica: a de ser escolhido 
voluntariamente pelo educando ou um meio para alcançar um objetivo. 
Nas palavras da autora (2008, p. 26), há uma característica do 
jogo que deve ser levada em consideração:
[...] controle interno: no jogo infantil, são os próprios jo-
gadores que determinam o desenvolvimento dos aconteci-
mentos. Quando o professor utiliza um jogo educativo em 
sala de aula, de modo coercitivo, não oportuniza aos alunos 
liberdade e controle interno. Predomina, neste caso, o ensi-
no, a direção do professor.
Nessa perspectiva, é importante que o educador tenha clara essa 
diferenciação, pois muitas vezes o jogo é utilizado com o objetivo de 
ensinar sem que o professor tenha claro o que realmente pretende esti-
mular em relação ao processo ensino e aprendizagem.
1.3 A função lúdica e educacional do jogo
O significado atual do jogo na educação, segundo Kishimoto (2008), 
sinaliza a existência de divergências em torno do jogo educativo, que 
estaria relacionado concomitantemente a duas funções. Para a auto-
ra (2008), a primeira seria a função lúdica do jogo, expressa na ideia 
de que sua vivência propicia a diversão, o prazer, quando escolhido 
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voluntariamente pela criança. A segunda seria a função educativa, quan-
do a prática do jogo leva o sujeito a desenvolver seus saberes, seus co-
nhecimentos e sua apreensão de mundo. O equilíbrio entre as duas 
funções seria então o objetivo do jogo educativo. Nessa perspectiva, a 
organização do espaço, a seleção dos brinquedos e a interação entre os 
educandos refletem na ação voluntária da criança e a ação pedagógica 
do professor.
A ludicidade utilizada como recurso pedagógico em ambiente 
de ensino traz o prazer como um referencial das ações dos educandos. 
Mas será que é sempre assim? Será que ensinar 
por meio da ludicidade sempre dá certo ou 
apresenta algumas dificuldades? Quais seriam 
elas e como enfrentá-las?
Você se lembra quando, em alguma série do 
ensino fundamental, houve uma disciplina 
em que você parecia ser um “extraterrestre” e 
a professora parecia falar uma língua muito 
diferente da sua?
Pare 
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pense
Toda vez que um conteúdo novo estava para ser iniciado em 
sua educação básica, você elaborava novas expectativas. Na tentativa 
de superar a dificuldade, você prestava atenção a tudo que a professo-
ra explicava. No início tudo ia bem, as suas habilidades cognitivas de 
atenção e concentração o ajudavam, mas no decorrer das explicações 
parecia que algo acontecia dentro de você e tudo explodia, parecendo 
não ter significado algum. Logo, você experimentava uma sensação de 
frustração, medo, ansiedade. 
A aprendizagem requer a significação das informações para que 
se torne conhecimento. Assim, sempre que se aprende algo novo há 
um universo de significações que passam pela área cognitiva, afetiva, 
motora e social. Por exemplo: para aprender a contar é necessário que o 
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sujeito encontre um sentido. É preciso que as funções cognitivas, como 
o raciocínio lógico, possibilitem a elaboração da soma. A linguagem 
dos números também precisa ser decodificada. 
Veja quantas relações você precisa fazer! 
Pare 
e 
pense
Assim, como toda aprendizagem, o jogo também evoca proble-
mas e a necessidade de sua superação. Nem sempre estarão todos pre-
parados para jogar; haverá di-
ficuldades cognitivas, motoras, 
afetivas e sociais. Nessas condi-
ções, em se tratando da utiliza-
ção da ludicidade como recurso 
pedagógico, é importante refle-
tir sobre quais dificuldades po-
dem ser enfrentadas quando se 
desenvolve algum tipo de jogo 
com os alunos em sala de aula. 
Atualmente, existe um grande 
número de livros descrevendo 
jogos para estimular conheci-
mentos específicos, identifican-
do objetivos e recursos. Ocorre 
muitas vezes que, à primeira 
vista, essas atividades lúdicas 
parecem interessantes, po-
rém, ao desenvolvê-las em sala, 
acontecem interações que não 
são esperadas e com as quais 
não se sabe lidar, como os con-
flitos cognitivos e emocionais. 
Jogar também passa por esse 
processo. Quando você entra 
na ação do jogo, elabora 
metas (seus objetivos), 
prepara estratégias (sua ação 
cognitiva e motora no jogo), 
escolhe caminhos (elabora 
hipóteses), brinca de “faz 
de conta” (vivencia papéis), 
raciocina e enfrenta desafios 
(tenta superar os obstáculos), 
vivencia emoções e conflitos 
(alegria, ansiedade), organiza 
o pensamento (supera os 
problemas, percebe erros 
e acertos), e sintetiza 
(compreende resultados, 
vencendo ou perdendo). 
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Para a superação das dificuldades é preciso que você, educador, 
tenha conhecimento sobre as classificações dos jogos que possibilitam 
identificar quais tipos atendem aos objetivos elaborados de acordo com 
as necessidades dos alunos e do planejamento pedagógico; como orga-
nizar um ambiente rico e dinamizador de interações, como lidar com 
conflitos afetivos nas relações entre os educandos e como observar os 
avanços e as dificuldades explicitadas em momentos de jogos por meio 
da escuta das falas orais e corporais, pois o corpo também fala. 
Figura 1.1 – Ludicidade: ações do brincar
função 
educacional
brincar 
direcionado
função 
lúdica
LUDICIDADE
brincar 
livre
Com efeito, nos últimos anos vem havendo significativo au-
mento do número de autores que recomendam a adoção do jogo na 
escola, considerando as funções lúdica e educativa. Campagne, citado 
por Kishimoto (1994), por exemplo, sugere critérios para uma adequada 
escolha de brinquedos de uso escolar, de modo a garantir a essência do jogo. 
Segundo a autora (1994, p. 113), a seleção do jogo precisa 
considerar:
I) o valor experimental que visa permitir a exploração 
e manipulação; 
II) o valor da estruturação para dar suporte à construção 
da personalidade infantil; 
III) o valor da relação que busca colocar a criança em 
contato com seus pares e adultos, com objetos e com 
o ambiente em geral para propiciar o estabelecimen-
to de relações; 
IV) valor lúdico ao avaliar se os objetos possuem as qualida-
des que estimulam o aparecimento da ação lúdica.
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Para Campagne, citado por Kishimoto (1994, p. 113), a atuação 
do professor incide sobre a valorização das características e das possi-
bilidades dos brinquedos e sobre possíveis estratégias de exploração. O 
docente, nesse sentido, pode oferecer informações sobre diferentes for-
mas de utilização dos brinquedos, ampliando o referencial infantil. É 
importante que os brinquedos oferecidos às crianças reconheçam e 
valorizem os aspectos culturais da própria região, explorando suas ori-
gens, seus materiais, sua estética e sua história.
É necessário entender que a utilização do lúdico como recurso pe-
dagógico na sala de aula pode constituir-se em um caminho possível que 
vá ao encontro da formação integral das crianças e do atendimento às suas 
necessidades. Ao se pensar em atividades significativas que respondam 
às necessidades das crianças de forma integrada, articula-se a realidade 
sociocultural do educando ao processo de construção de conhecimento, 
valorizando-se o acesso aos conhecimentos do mundo físico e social.
Ao destacar a importância do papel da educação em relação à 
sociedade, os estudos de Friedmann (1996, p. 43) revelam que mui-
tas vezes as atividades desenvolvidas na escola acontecem de forma 
fragmentada: “uma hora para o trabalho com a coordenação motora, 
outra para a expressão plástica, outra para o brincar orientado pelo 
professor e assim por diante”. 
Friedmann (1996, p. 54) argumenta que
a escola é um elemento de transformação da sociedade, sua 
função é contribuir, junto com outras instâncias da vida so-
cial, para que essas transformações se efetivem. Nesse sen-
tido, o trabalho da escola deve considerar as crianças como 
seres sociais e trabalhar com elas no sentido de que sua 
integração seja construtiva.
A educação é um processo historicamente construído, e o edu-
cador possui um papel nesse processo, devendo estimular o educando 
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a buscar sua identidade e a atuar de forma crítica e reflexiva na socie-
dade. O enfoque atual ofertado aos jogos infantis incentiva educadores 
e pesquisadores da educação a valerem-se desses instrumentos em sua 
prática como recurso pedagógico para promover a aprendizagem e o 
desenvolvimento infantil. 
Nas palavras de Kishimoto (2008, p. 37),
O jogo é um instrumento pedagógico muito significativo. 
No contexto cultural e biológico é uma atividade livre, ale-
gre, que engloba uma significação. É de grande valor social, 
oferecendo inúmeras possibilidades educacionais, pois fa-
vorece o desenvolvimento corporal, estimula a vida psíquica 
e a inteligência, contribui para a adaptação ao grupo, pre-
parando a criança para viver em sociedade, participando e 
questionando os pressupostos das relações sociais taiscomo 
estão postos.
Conforme a autora anteriormente citada (2008, p. 63), o lúdi-
co é um instrumento de desenvolvimento da linguagem e do imagi-
nário, vinculado aos tempos atuais como “um meio de expressão de 
qualidades espontâneas ou naturais da criança, um momento adequa-
do para observar esse indivíduo, que 
expressa através dele sua natureza 
psicológica e suas inclinações”. Tal 
concepção mantém o jogo à margem 
da atividade educativa, mas sublinha 
sua espontaneidade. Ainda segundo 
a autora, se o objetivo é formar seres 
criativos, críticos e aptos para tomar 
decisões, um dos requisitos é o en-
riquecimento do cotidiano infantil 
com a inserção de contos, lendas, 
brinquedos e brincadeira.
Para que isso se torne 
realidade no contexto 
escolar, faz-se necessário 
refletirmos sobre a 
formação lúdica dos 
professores da educação 
infantil e dos anos 
iniciais do ensino 
fundamental.
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Nesse sentido, Santos (1997) defende que a formação lúdica va-
loriza a criatividade, o cultivo da sensibilidade e a busca da afetividade. 
O adulto que vivencia atividades lúdicas revive e resgata com prazer 
a alegria do brincar, potencializando a transposição dessa experiência 
para o campo da educação por meio do jogo.
1.4 A atitude pedagógica do professor na utilização da 
ludicidade como recurso pedagógico
Brincar propicia o trabalho com diferentes tipos de 
linguagens, o que facilita a transposição e a repre-
sentação de conceitos elaborados pelo adulto para 
os educandos. Educar, nessa perspectiva, é ir além 
da transmissão de informações ou de colocar à 
disposição do educando apenas um 
caminho, limitando a escolha ao seu 
próprio conhecimento. Segundo 
Costa (2005, p. 21), “Educar é aju-
dar a pessoa a tomar consciência 
de si mesma, dos outros e da sociedade, 
oferecendo ferramentas para que o outro possa 
escolher, entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus 
valores, com sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que 
cada um irá encontrar”.
Por que ensinar brincando?
Pare 
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pense
Pensar na ludicidade como recurso pedagógico envolve ques-
tões sobre as quais os temas trabalhados nas disciplinas acadêmicas e 
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pedagógicas possibilitam a articulação entre a teoria e a prática. Nesse 
sentido, Mialaret (1991) aponta para a ligação existente entre o ensino, 
a formação acadêmica e a formação pedagógica do educador. Segundo 
o autor (1991, p. 12), “a prática na aula pode ser esclarecida pelos prin-
cípios teóricos e melhorada pelos resultados da investigação. A teoria 
pedagógica só pode erguer-se a partir de uma prática conhecida e refle-
tida”. Desse ponto de vista, cabe ao educador conhecer a possibilidade 
da utilização de diferentes recursos pedagógicos em consonância com a 
orientação metodológica do seu trabalho.
Como a vivência da ludicidade auxilia o 
professor na sua prática pedagógica?
Pare 
e 
pense
O lugar da práxis pedagógica na escola de educação infantil e 
anos iniciais do ensino fundamental reflete a relevância do conhecimen-
to teórico e prático do professor que atua em sala de aula como forma 
de sistematizar o conhecimento no processo 
de ensino- aprendizagem do educando.
Nessa perspectiva, é fundamental 
que o professor estabeleça uma ponte en-
tre a sua própria concepção de ludicidade, 
com base em suas vivências, e o conheci-
mento construído a partir de um sólido re-
ferencial teórico. O exemplo a seguir tem 
como objetivo explicitar com maior clare-
za a necessidade de estudo sobre a ludicidade 
como recurso pedagógico em sala de aula.
Antunes (2003) constrói uma analogia 
para explicar seu entendimento de que o pro-
fessor, ao utilizar o lúdico, deve ter domínio 
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sobre o assunto. O autor conta a 
história de um professor que, em 
descanso em sua chácara no final de 
semana, vivencia uma crise de gota 
e é estimulado a procurar o curan-
deiro local, que utiliza ervas para o 
tratamento e age diferentemente do 
médico, que se vale do conhecimen-
to produzido pela ciência através da 
medicina, fundamentado em uma 
base científica sistematizada. 
O professor que inventa jo-
gos estaria para a educação como o 
benzedor está para a medicina, ou 
seja, o professor, nesse caso, utiliza-
ria métodos de prática e não métodos sistematizados.
A reflexão sobre a prática lúdica refletida e sistematizada requer 
a atitude do professor em relação à pesquisa. A educação e a escola, 
atualmente, vêm refletindo as mudanças sociais. 
É fácil perceber como os educandos, desde cedo, no berçário, até 
os anos iniciais, demonstram em suas atitudes, pensamentos e intera-
ções modos que refletem como a juventude está colocada na sociedade. 
Essas crianças e adolescentes são frutos das diversas condições sociais e 
econômicas e que nem sempre foram agradáveis de se conviver. Nesse 
sentido, por terem de lidar com conflitos afetivos, diferenças de valores 
sociais, entre outros aspectos, percebe-se que apresentam dificuldades 
nas relações com o outro. Observa-se nessa realidade que esses alunos, 
desde a mais tenra infância, precocemente são inseridas em situações 
que requerem responsabilidade, como ajudar a cuidar de irmãos mais 
novos, enfrentar as ruas, regras e vivências familiares. O mais preocu-
pante é que essas crianças ainda não têm experiência suficiente para 
entender, refletir e resolver conflitos. 
Você, como educador, 
deve buscar o 
conhecimento sobre 
o que faz e sobre por 
que motivo o faz, 
visando ao domínio 
dos instrumentos 
pedagógicos para 
melhor adaptá-los às 
exigências das novas 
situações educativas. 
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Crianças agressivas, 
limitadas no que diz 
respeito à relação 
consigo e com o outro, 
privadas culturalmente, 
afetivamente e 
economicamente, 
expressam-se com rigidez, 
medo e ansiedade no 
ambiente escolar.Nesse contexto, a escola 
também não consegue realizar 
a sua função de ensinar porque, 
muitas vezes, fragmentada em 
seus saberes, ainda com uma vi-
são de educação compensató-
ria – agora também em relação 
às privações que sofrem seus edu-
candos – não dá conta de signi-
ficar suas experiências, proble-
matizar e estimular seus alunos à 
pesquisa, à autonomia e à solução 
de problemas. A sistematização 
dos conteúdos feita pelos professores em sala de aula não reflete o co-
nhecimento de mundo (em constante transformação) trazido pelos 
educandos, continuando assim com metodologias focadas no resultado 
final, na nota, que leva à aprovação ou à reprovação. A questão que 
mais envolve a problemática do processo de ensino-aprendizagem hoje 
na visão dos professores passa por como ensinar essa geração que se 
encontra tão envolta em necessidades afetivas, sociais, motoras e lin-
guísticas e ao mesmo tempo tão vazia em habilidades que promovam a 
reflexão e a construção do conhecimento. 
Como ensinar por meio da brincadeira?
Pare 
e 
pense
Nesse contexto, em relação ao conhecimento sobre a ludicidade, 
o educador que optar por utilizar os jogos e as brincadeiras como recur-
so pedagógico pode partir da reflexão sobre como o lúdico está presente 
no cotidiano infantil. 
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 ludicidade na educação: um
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Assim, é preciso que delimitemos esforços para garantir à crian-
ça um espaço que possibilite a ação lúdica, ou seja, um ambiente no 
qual ela tenha a oportunidade de escolher os jogos, os materiais e o 
modo de explorar e criar suas brincadeiras.
Nessa perspectiva, Santos (1997, p. 12) lembra que “a ludicidade 
é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser 
vista apenas como diversão”. Tais discussões estão presentes na percep-
ção de muitos educadores preocupados em organizar o trabalho peda-
gógico na sala de aula, de modo atraente e problematizador.
Nesse sentido, quando refletem sobre as possibilidades de inter-
venção e de ensino com a utilização do lúdico, os educadores sempre 
relatam experiências em que estão presentes sentimentos e posiciona-
mentos que evidenciam a relação entre educador e educando, adulto e 
criança. Nessa perspectiva, se o educador souber observar as perguntas 
que seus alunos fazem, a maneira como exploram objetos e brinquedos, 
ele irá perceber que existem inúmeras possibilidades de intervenção du-
rante as atividades pedagógicas desenvolvidas na sala de aula. A ludici-
dade como prática pedagógica requer estudo, conhecimento e pesquisa 
por parte do educador.
O que considerar ao pensar nas necessidades e 
interesses dos educandos nas brincadeiras?
Pare 
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pense
Figura 1.2 – Interação da criança com o lúdico 
Estímulo neuro-sensório motor
Descobertas – Socialização
Integração com a natureza
Criança Brincadeiras
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Segundo Moyles (2002), esses aspectos são relevantes nas 
brincadeiras das crianças em situações de aprendizagem. Para a au-
tora, as crianças de educação infantil e anos iniciais do ensino funda-
mental necessitam de companheiros de brincadeiras, espaços, mate-
riais e objetos para brincar, valorização das pessoas que fazem parte 
do processo, oportunidade para brincar em pares, grupos ou sozinhas, 
tempo suficiente para exploração dos materiais, para expor o que fi-
zerem (utilizando a linguagem oral, escrita ou corporal), tempo para 
continuar o que fizeram, experiências para aprofundar o que sabem e 
o que podem vir a saber, estímulo para fazer e aprender mais e opor-
tunidades lúdicas planejadas e espontâneas.
Como já apontamos anteriormente, brincar é importan-
te para a aprendizagem, é coisa séria! Assim, você pode construir 
seus próprios saberes sobre a atitude pedagógica com a ludicidade 
tomando por base as leituras, reflexões abordadas e sugestões de 
referências contempladas neste livro, mas também de suas próprias 
anotações quando em momentos de prática com jogos. Você pode 
utilizar as dificuldades encontradas na prática para ser o ponto de 
partida de sua construção, pois o educador também está em cons-
tante aprendizagem e, nesse sentido, é na leitura que ele encontrará 
respostas aos problemas enfrentados no cotidiano escolar.
1.5 O jogo, o brinquedo e a brincadeira na educação
É comum relacionarmos os termos jogo, brinquedo e brincadeira a alguns 
termos como regras, objetos, imaginação etc. Para a compreensão sobre 
os jogos na educação, leia a seguir o exemplo de uma aula envolvendo a 
ludicidade como recurso pedagógico:
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Exemplo
A professora Maria escolheu o primeiro dia do mês de março para ini-
ciar um trabalho com jogos com a sua turma de 2º ano do ensino fun-
damental. O objetivo do trabalho é estimular a consciência corporal por 
meio de atividades lúdicas. Ao iniciar a aula, a professora explicou aos 
educandos que o jogo não é apenas uma prática lúdica, um passatempo, 
mas que por meio dele pode-se construir conhecimentos específicos. 
Falou também que existem vários tipos de jogos e que hoje iriam par-
ticipar de jogos classificados como de regras e que envolveriam as rela-
ções sociais por meio da prática da competição.
A professora perguntou a seguir quais jogos os educandos co-
nheciam e ouviu muitas histórias interessantes sobre suas experiências. 
Algumas envolviam sucesso, outras frustração, mas uma coisa todos 
concordavam: jogar é divertido.
As atividades começaram com a professora Maria explicando que 
o jogo se chamava Estafeta do peixe. Logo, as crianças perguntaram o 
que significava estafeta e lhes foi explicado que este é um termo usado 
para demonstrar a ação dos mensageiros que levam mensagens e do-
cumentos a diferentes lugares. Um dos meninos falou que era como 
o trabalho do seu primo, que era office boy em uma empresa. Após as 
trocas, foi solicitado que todos fizessem um desenho pequeno de um 
peixe em uma folha sulfite, utilizando lápis e canetas coloridas. Assim 
que todos terminaram, foram para o pátio da escola, onde a atividade 
seguiu. A professora falou que para jogar precisavam formar duas equi-
pes e perguntou como poderiam fazer a divisão. As ideias apresentadas 
pelos educandos para definir quem escolheria as equipes foram muitas; 
os dois melhores corredores da turma escolheriam, o primeiro e o úl-
timo aluno da chamada, um menino e uma menina etc. Após muitas 
ideias ficou decidido que fariam duas filas intercalando meninos e me-
ninas por ordem de tamanho até que as equipes estivessem organizadas. 
Assim, a uma

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