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Doenças Autoimunes COMPLETO FORMATADO

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Instituto Daniel de La Touche - IDLT 
Curso Técnico de Enfermagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS AUTOIMUNES 
 
 
Relatório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cândido Mendes 
2021 
Adnaéldna Pires Ribeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS AUTOIMUNES 
 
RELATÓRIO apresentado ao 
Curso Técnico em Enfermagem, 
como parte dos requisitos 
necessários a obtenção de nota. 
Orientadora: Profª. Francy Goreth Ribeiro Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cândido Mendes 
 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à Deus, o 
maior orientador da minha vida. 
Sem Ele nada seria possível. 
Agradecimentos 
 
 
 Agradeço Primeiramente à Deus, por está sempre presente na minha vida e por me 
haver dado saúde para conclusão do meu curso. Ao meu querido esposo por todo apoio e 
compreensão. À minha mãe e a minha sogra, pelo incentivo de não desistir. 
 Enfim, agradeço à todas as pessoas que fizeram parte dessa conquista em minha 
vida.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha 
 
 (Confúcio) 
 
 
RESUMO 
 
Para quem não sabe, uma doença autoimune é uma condição que ocorre 
quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por erro. 
Esse erro ocorre porque os leucócitos, produzidos na medula óssea e encontrados 
no sangue, que normalmente deveriam ajudar a proteger o corpo contra substâncias 
invasoras e nocivas, não os distinguem dos tecidos saudáveis do corpo e acabam 
desta forma, destruindo células normais do organismo. Acontece que este «errinho 
básico» que o nosso corpo tem, pode nos causar doenças que normalmente não 
possuem «cura definitiva», mas necessita de tratamento para reduzir sintomas, 
controlar o processo autoimune e retomam o funcionamento normal do sistema 
imunológico, mantendo a capacidade natural do corpo de combater os antígenos. A 
maioria das doenças autoimunes é crônica, mas algumas podem ser controladas 
com tratamentos, como falaremos. 
 
Por enquanto, é necessário se atentar ao fato de que essas doenças podem 
causar complicações graves, como a destruição de um ou mais tipos de tecidos do 
corpo, o crescimento anormal de um órgão e até alterações nas funções destes 
órgãos. Dentre as partes mais afetadas, estão os vasos sanguíneos, tecidos 
conjuntivos, glândulas endócrinas, articulações, músculos, glóbulos vermelhos e a 
pele. Um dos sinais clássicos de uma doença autoimune é a inflamação, que pode 
gerar vermelhidão, calor, dor e inchaço. Os sintomas afetam partes do corpo de 
acordo com o «alvo» de cada doença. 
 
Mas algumas delas não se restringem a uma única parte do corpo. Da mesma 
forma que a boa dieta favorece nossas defesas no combater aos agentes agressores, 
alguns alimentos considerados alergênicos e agravam os sintomas de doenças. Este 
é o caso do lúpus, crohn, doença celíaca – para citar alguns nomes que veremos por 
aqui. Sobretudo, vamos compreender de que forma o comportamento e hábitos 
alimentares podem atuar como ferramenta de prevenção, contribuindo tanto para 
evitar o desenvolvimento destas doenças, quanto no tratamento e melhora da 
qualidade de vida. 
 
 Entenderemos porque manter o intestino saudável é importante para o 
equilíbrio e proteção do sistema imunológico. 
 
 
Sumário 
DOENÇAS AUTOIMUNES.................................................................................................................... 2 
RESUMO ................................................................................................................................................. 8 
1. Introdução ....................................................................................................................................... 10 
2. O sistema imunológico ................................................................................................................... 11 
4. Doença autoimune .......................................................................................................................... 12 
3.1 Sintomas ........................................................................................................................................... 13 
3.2 Causas .............................................................................................................................................. 14 
3.3 O médico que trata as doenças autoimunes ...................................................................................... 14 
3.4 Tratamento ....................................................................................................................................... 14 
4.1 Tipos de doenças autoimunes .......................................................................................................... 17 
1. Artrite reumatoide .............................................................................................................................. 17 
2. Diabetes .............................................................................................................................................. 17 
3. Psoríase .............................................................................................................................................. 18 
4. Lúpus .................................................................................................................................................. 18 
5. Esclerose múltipla .............................................................................................................................. 18 
6. Doença intestinal inflamatória ........................................................................................................... 18 
7. Polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica ......................................................................... 18 
8. Doença de Graves .............................................................................................................................. 18 
9. Doença de Addison ............................................................................................................................ 19 
10. Síndrome de Guillain-Barre ............................................................................................................. 19 
11. Tireoidite de Hashimoto................................................................................................................... 19 
12. Doença celíaca ................................................................................................................................. 19 
13. Síndrome de Sjögren ........................................................................................................................ 19 
14. Miastenia gravis ............................................................................................................................... 19 
15. Anemia perniciosa ............................................................................................................................ 19 
16. Vasculite ........................................................................................................................................... 19 
6. Conclusão ....................................................................................................................................... 20 
7. Referências ..................................................................................................................................... 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
1. Introdução 
 
As doençasautoimunes são um grupo de doenças distintas que têm como 
origem o fato do sistema imunológico passar a produzir anticorpos contra 
componentes do nosso próprio organismo. Por motivos variados e nem sempre 
esclarecidos, o nosso corpo começa a confundir suas próprias proteínas com agentes 
invasores, passando a atacá-las. Doenças autoimunes, também chamadas de 
autoimunidade, são doenças causadas por falhas no sistema imune em distinguir o 
«próprio» do «não-próprio», fazendo com que o sistema imune identifique células 
próprias e saudáveis como ameaças e inicie uma resposta de defesa contra elas. 
Durante o processo de formação, o sistema imune passa por diversas etapas que 
visam controlar e regular para que sua formação seja adequada e funcional. Dentre 
as fases de regulação, após garantir que seus linfócitos sejam capazes de reconhecer 
MHC próprio , a segunda etapa de regulação é garantir que os linfócitos não 
reconheçam o próprio organismo. Nessa fase, as células são apresentadas à 
antígenos diversos e aquelas que possuem afinidade alta para antígenos próprios são 
rapidamente eliminadas devido ao perigo iminente que elas teriam se isso não 
ocorresse. 
 
Além disso, existe outro processo chamado tolerância periférica, onde 
células que se encontram nos tecidos periféricos e tem alguma potencialidade de 
serem auto- reativas, são identificadas e são eliminadas através da indução de sua 
morte ou são silenciadas através da ação de outras células com efeitos supressores. 
Essa regulação é tão essencial para homeostase do organismo que uma vez 
quebrada a tolerância, o sistema imune passa a responder altamente contra 
antígenos do próprio organismo, desencadeando assim, autoimunidades. Havendo 
falha na ativação e na atuação destas células, perde-se seu efeito inibidor e assim, 
pode-se favorecer a ativação de células auto-reativas. Alguns fatores como genético 
e ambiental, apesar de não estarem completamente elucidados como, já são 
consenso de serem fatores que predispõem os indivíduos a desenvolverem doenças 
autoimunes. 
 
Os genes relacionados a algumas autoimunidades são os genes das famílias 
das imunoglobulinas, genes dos receptores das células T e genes relacionados ao 
MHC. A chamada hipótese da higiene diz que regiões onde os indivíduos têm 
grande facilidade de entrarem em contato com amplo espectro de antígenos , são 
regiões onde poucas doenças autoimunes são observadas e que regiões onde o 
11 
 
indivíduo é exposto a baixa variedade de antígenos, são regiões com maiores 
ocorrências de autoimunidades. As doenças autoimunes podem ser órgão-especifica 
ou sistêmica, dependendo do antígeno que desencadeou a resposta imune. O 
diagnóstico destas doenças pode variar, pois cada uma pode apresentar sintomas 
específicos, mas no geral, a maneira mais eficiente é através de exames sorológicos 
que possam detectar os auto-anticorpos. 
 
A respeito dos tratamentos, também pode ser variado, dependendo da região 
acometida, e tratamentos que visem diminuir a resposta imune têm sido estudados 
como futuras opções de terapias. 
 
 Portanto, uma doença autoimune é uma doença causada pelo nosso sistema 
imunológico, que passa a funcionar de forma inapropriada. 
 
 
1. O sistema imunológico 
 
 Para entender o que é uma reação autoimune é preciso antes conhecer um 
pouco do nosso sistema imunológico. Tentarei ser breve e sucinto nesta explicação, 
até porque este assunto é extremamente complexo e extenso, o que o torna de muito 
difícil entendimento para a população leiga. 
 Nosso organismo possui um complexo sistema de defesa contra invasões de 
agentes externos, sejam estes bactérias, vírus, fungos, parasitas, proteínas, ou 
qualquer outro ser ou substância que não seja natural do corpo. Este sistema de 
defesa é chamado de sistema imunológico. 
O processo evolutivo criou um mecanismo de defesa capaz de reconhecer 
praticamente qualquer invasão ou agressão ao nosso corpo. A complexidade do 
sistema está exatamente em conseguir distinguir entre: 
1. O que é danoso ao organismo, como vírus e bactérias; 
 
2. O que faz parte do nosso próprio corpo, como células, tecidos e órgãos; 
 
3. O que não é naturalmente nosso, mas não causa danos, como, por exemplo, 
alimentos que entram no corpo pela boca. 
Toda vez que o sistema imunológico se depara com alguma substância 
estranha, que ele interprete como potencialmente danosa, ele passa a produzir 
células de defesa e anticorpos para combatê-la. Toda substância estranha capaz de 
12 
 
desencadear uma resposta imunológica é chamada de antígeno. 
Durante a nossa formação enquanto feto, nosso organismo começa a criar o 
sistema imunológico. O primeiro trabalho é reconhecer tudo o que é próprio, para 
mais tarde poder reconhecer o que é estranho. O útero materno é um ambiente 
estéril, ou seja, livre de agentes infecciosos. 
Assim que nascemos somos imediatamente expostos a um “mundo hostil” 
com uma enormidade de antígenos. Desde o parto, o corpo começa a reconhecer, 
catalogar e atacar tudo que não é “original de fábrica”. Esse contato com antígenos 
nos primeiros anos de vida é importante para a formação de uma “biblioteca de 
anticorpos”. 
O corpo consegue montar uma resposta imune muito mais rápida se já 
houver dados sobre o invasor. Se o antígeno for completamente novo, é necessário 
algum tempo até que o organismo descubra quais os anticorpos são mais indicados 
para combater aquela partícula. 
Essa é a lógica por trás das vacinas. Expomos o paciente a um antígeno, seja 
ele um vírus ou bactéria, mortos ou fracos, de forma a estimular o sistema 
imunológico a criar anticorpos contra esses germes. Quando a bactéria de verdade 
nos invadir, já temos pronto um arsenal imunológico para eliminá-la rapidamente, 
antes que a mesma consiga provocar qualquer doença. 
4. Doença autoimune 
 
A doença autoimune ocorre quando o sistema de defesa perde a capacidade 
de reconhecer o que é “original de fábrica”, levando à produção de anticorpos 
contra células, tecidos ou órgãos do próprio corpo. 
→ Exemplo 1: no diabetes tipo 1 ocorre uma produção inapropriada de anticorpos 
contra as células do pâncreas que produzem insulina, levando a sua destruição e ao 
aparecimento do diabetes. 
→ Exemplo 2: na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a produzir 
anticorpos contra componentes dos neurônios, causando destruição dos mesmos e 
graves problemas neurológicos. 
→ Exemplo 3: na tireoidite de Hashimoto, o corpo passa a produzir anticorpos 
contra a nossa própria glândula tireoide, destruindo-a, levando o paciente a 
13 
 
desenvolver hipotireoidismo. 
A gravidade de uma doença autoimune depende dos órgãos afetados. Por 
exemplo, a tireoidite de Hashimoto é uma doença praticamente restrita à glândula 
tireoide, que é um órgão importante, mas não é vital. Os pacientes com essa doença 
autoimune conseguem levar uma vida normal apenas tomando um comprimido por 
dia de hormônio tireoidiano. 
Outras doenças autoimunes, porém, são mais graves, principalmente aquelas 
que atacam órgãos e estruturas nobres do corpo, como o sistema nervoso central, 
coração, pulmões e/ou os vasos sanguíneos. 
 
 
 
 
 
3.1 Sintomas 
 
Apesar de os pacientes com doenças autoimunes poderem apresentar alguns 
sinais e sintomas inespecíficos, como cansaço, febre baixa, desânimo, 
emagrecimento e mal-estar geral, a verdade é que o quadro clínico de cada doença 
autoimune é muito diferente. 
Doenças como, por exemplo, lúpus, diabetes tipo 1 e psoríase atacam órgãos 
diferentes, de formas distintas, e por isso, apresentam sinais e sintomas próprios. 
Elas são doenças tão diferentes que são tratadas por especialistas distintos, como 
endocrinologista, reumatologista e dermatologista, respectivamente. A única 
semelhança entre elas é o fato de terem origem autoimune. 
Não existe, portanto, um sintoma que seja específico das doenças autoimunes.Cada doença tem seu próprio quadro clínico. 
 
O diagnóstico das patologias autoimunes é habitualmente feito com base no 
quadro clínico e na pesquisa de auto-anticorpos no sangue. O auto-anticorpo mais 
comum é o FAN (ANA), que pode estar positivo em várias, mas não todas, doenças 
14 
 
autoimunes. 
3.2 Causas 
Não sabemos exatamente por que as doenças autoimunes surgem. A teoria mais aceita 
atualmente é de que o sistema imunológico, após ser exposto a um antígeno, escolhe como 
alvo para a produção de anticorpos uma proteína semelhante a outra já existente em nosso 
organismo. 
Por exemplo, sabemos que pacientes com a síndrome de Guillain-Barré 
frequentemente apresentam um quadro de diarreia infecciosa causada pela bactéria 
Campylobacter jejuni semanas antes da doença se manifestar. Imagina-se que o 
sistema imunológico possa criar anticorpos contra algumas das proteínas das 
bactérias que sejam parecidas com proteínas existentes nos nossos neurônios. Esta 
semelhança pode confundir os anticorpos, fazendo com que os mesmos ataquem 
estruturas do sistema nervoso julgando que estão atacando a bactéria Campylobacter 
jejuni. 
3.3 O médico que trata as doenças autoimunes 
 
Quando a doença autoimune atinge apenas um órgão, ela costuma ser tratada 
pelo médico especialista da área. Por exemplo, a nefropatia membranosa ou a 
nefrite lúpica isolada são tratadas pelo nefrologista; a hepatite auto-imune pelo 
hepatologista ou pelo gastroenterologista; a psoríase é tratada pelo dermatologista, a 
esclerose múltipla pelo neurologista e assim por diante. 
Quando a doença autoimune atinge vários tecidos, o seguimento do paciente 
costuma ser realizado por reumatologista ou por clínico geral especializado em 
autoimunidade. Exemplos: lúpus eritematoso sistêmico, doença de Behçet, artrite 
reumatoide e granulomatose de Wegener. 
3.4 Tratamento 
 
O tratamento da maioria das doenças autoimunes consiste na inibição do sistema 
imunológico através de drogas imunossupressoras, como corticoides, ciclofosfamida, 
ciclosporina, micofenolato mofetil, rituximab, azatioprina, etc. 
 
O problema do tratamento das doenças autoimunes com drogas imunossupressoras 
é o fato de não conseguimos realizar uma imunossupressão seletiva aos anticorpos 
indesejáveis. Ou seja, não conseguimos inibir o funcionamento apenas dos anticorpos 
danosos e acabamos por criar um estado de imunossupressão geral que predispõe esses 
15 
 
pacientes a infecções por bactérias, vírus e fungos. 
Geralmente cada doença autoimune tem seu esquema próprio de tratamento. 
Algumas delas, inclusive, como diabetes tipo 1 e tireoidite de Hashimoto, não são 
nem tratadas com drogas imunossupressoras. Não existe um tratamento único que 
sirva para qualquer doença autoimune. 
5. Lista das principais doenças autoimunes 
 
Abaixo fornecemos uma lista com mais de 120 exemplos de doenças de 
origem autoimune confirmada ou suspeita: 
 
A) Adipose dolorosa 
 Artrite reumatoide 
 Alopecia areata 
 Artrite reativa 
 Artrite juvenil 
 Anemia perniciosa 
 Anemia aplástica 
 Angioedema autoimune 
 Anemia hemolítica autoimune 
 Arterite celular gigante 
 Artrite psoriásica 
 Aplasia pura de células vermelhas 
C) Crioglobulinemia mista essencial 
 Conjuntivite Lignea 
 Colangite esclerosante primária 
 Cirrose biliar primária 
 Colite microscópica 
 Coreia de Sydenham 
D) Doença de Addison 
 Dermatite herpetiforme 
 Dermatose por IgA linear 
 Dermatomiosite 
 Diabetes mellitus tipo 1 
 Doença autoimune do ouvido interno 
 Doença celíaca 
 Doença de Crohn 
 Doença de Graves 
 Doença de Goodpasture 
 Doença de Still 
 Doença mista do tecido conjuntivo 
 Dermatite autoimune por progesterona 
 Degeneração cerebelar paraneoplásica 
 Doença de Lyme crônica 
 Doença de Mucha-Habermann 
 Doença de Behçet 
 Doença de Ménière 
 Doença de Kawasaki 
 Doenças desmielinizantes inflamatórias idiopáticas 
 Doença sistêmica relacionada com IgG4 
E) Entesite 
16 
 
 Esclerodermia sistêmica 
 Esclerose múltipla 
 Esofagite eosinofílica 
 Epidermólise bolhosa 
 Eritema nodoso 
 Encefalomielite disseminada aguda 
 Esclerose concêntrica de Balo 
 Encefalite de Bickerstaff 
 Espondilite anquilosante 
F) Enteropatia auto-imune 
 Fasciite eosinofílica 
 Fenômeno de Raynaud 
 Fibrose retroperitoneal 
 Febre reumática. 
G) Granulomatose de Wegener (granulomatose com poliageíte) 
H) Hepatite auto-imune 
I) Imunodeficiência primária 
L) Lichen planus 
 Liquen escleroso 
 Lúpus eritematoso sistêmico 
M) Morphea 
 Miosite do corpo de inclusão 
 Miastenia gravis 
 Mielite transversa 
N) Neuromelite optica 
 Nefropatia membranosa 
 Nefropatia por IgA (Doença de Berger) 
 Neuromiotonia 
 Neuropatia axonal motora aguda 
 Neuropatia inflamatória progressiva 
 Neurite óptica 
 Neutropenia autoimune 
O) Ooforite autoimune 
 Orquite autoimune 
 Oftalmia simpática 
 Oftalmopatia de Graves 
P) PANDAS (transtornos neuropsiquiátricos associados ao estreptococo) 
 Polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica 
 Penfigóide cicatricial 
 Penfigóide bolhoso 
 Penfigóde gestacional 
 Purpura trombocitopênica idiopática 
 Pênfigo vulgar 
 Pancreatite autoimune 
 Pitiríase lichenoides et varioliformis acuta 
 Poliarterite nodosa 
 Polimialgia reumática 
 Polimiosite 
 Psoríase 
 Poliquondrite recidivante 
 Pioderma gangrenoso 
 Purpura de Henoch-Schonlein 
 Poliangeíte microscópica 
R) Reumatismo palindrômico 
 Retinopatia autoimune 
 Retocolite ulcerativa 
17 
 
S) Sarcoidose 
 Síndrome de Felty 
 Síndrome de Schnitzler 
 Síndrome da fadiga crônica 
 Síndrome de Sjögren 
 Síndrome da pessoa rígida 
 Síndrome de Susac 
 Síndrome do mioclonia de Opsoclonus 
 Síndrome de Parry Romberg 
 Síndrome de Parsonage-Turner 
 Síndrome de Churg-Strauss 
 Síndrome de Tolosa-Hunt 
 Síndrome de Evans 
 Síndrome de Cogan 
 Síndrome de dor regional complexa 
 Síndrome do anticorpo antifosfolipídico 
 Síndrome de polimorfeno autoimune 
 Síndrome linfoproliferativa autoimune 
 Síndrome POEMS 
 Síndrome de Guillain-Barré 
 Síndrome miastênica Lambert-Eaton 
T) Trombocitopenia 
 Tireoidite de Ord 
 Tireoidite autoimune 
 Tireoidite de Hashimoto 
U) Urticária autoimune 
 Uveíte autoimune 
 Úlcera de Mooren 
V) Vasculites 
 Vitiligo 
 
4.1 Tipos de doenças autoimunes 
 Há vários tipos de doenças autoimunes. Algumas delas atacam as células de um órgão 
específico, como a diabetes do tipo 1, que danifica as células do pâncreas ou as doenças 
autoimunes da tireoide que afetam apenas a glândula tireoide. Outros tipos podem afetar o 
organismo inteiro, como é o caso do lúpus. 
 Segundo estudo publicado no periódico científico Autoimmune Diseases, em 2014 já 
existiam mais de 80 tipos de doenças autoimunes detectáveis. De acordo com dados 
atualizados do American Autoimmune Related Diseases Association, esse número já 
passou de 100. Para facilitar a leitura, encurtamos a lista apenas para as mais comuns: 
1. Artrite reumatoide 
 A artrite reumatoide é uma doença em que o sistema imunológico ataca as 
articulações, causando inflamação, vermelhidão, rigidez e dor nas articulações. 
2. Diabetes 
 A diabetes do tipo 1 é uma doença autoimune em que as células do pâncreas são 
danificadas pelo sistema imune, fazendo com que o órgão seja incapaz de produzir insulina 
18 
 
ou que produza muito pouco. A insulina é um hormônio essencial para regular os níveis de 
açúcar no sangue e a falta dele pode deixar o índice glicêmico constantemente elevado. 
3. Psoríase 
 A psoríase, conhecida também como artrite psoriática, é uma doença da pele em que 
as células epiteliais crescem de tamanho e depois se desprendem. Isso faz com as células da 
pele se multipliquem muito mais rápido do que o normal, resultando em excesso de células 
na pele que podem formar manchas vermelhas e escamas sobre a pele. 
4. Lúpus 
 Chamado também de lúpus eritematoso sistêmico, o lúpus é uma doença autoimune 
que causaerupções cutâneas. No entanto, não se trata de apenas uma doença de pele, pois 
afeta diversos órgãos incluindo os rins, o cérebro, o coração e as articulações. 
5. Esclerose múltipla 
 A esclerose múltipla ocorre quando o sistema imunológico ataca a mielina, que é o 
revestimento das células nervosas no nosso organismo. Tais danos podem prejudicar o 
sistema nervoso e afetar a transmissão de sinais nervosos entre o cérebro e o resto do 
corpo. 
 Isso resulta em sintomas nem um pouco agradáveis que variam de paciente para 
paciente e que podem incluir dormência, problemas de equilíbrio, dificuldade de 
locomoção, fraqueza e vários outros problemas. 
6. Doença intestinal inflamatória 
 Trata-se de uma inflamação no revestimento do intestino que se manifesta na forma de 
2 doenças: a doença de Chron, em que a inflamação pode acontecer em qualquer parte do 
trato gastrointestinal, ou a colite ulcerativa, em que apenas o revestimento do intestino 
grosso e o reto são afetados. 
7. Polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica 
 É uma doença em que o sistema imune afeta os nervos do corpo, prejudicando os 
movimentos. Em alguns casos em que o diagnóstico e o tratamento demoram muito para 
serem feitos, a doença pode fazer com que os pacientes tenham que usar cadeiras de rodas 
para se locomover. 
8. Doença de Graves 
 Na doença de Graves, o sistema imunológico ataca a glândula tireoide e interfere na 
produção hormonal. Essa alteração na produção de hormônios pode causar sintomas como 
batimentos cardíacos acelerados, perda de peso, nervosismo e intolerância ao calor. 
19 
 
9. Doença de Addison 
 A doença de Addison é uma condição autoimune que afeta as glândulas suprarrenais, 
responsáveis pela produção dos hormônios aldosterona e cortisol. A baixa quantidade 
desses hormônios no organismo pode prejudicar o uso e o armazenamento de carboidratos, 
resultando em sintomas como fadiga, baixo índice glicêmico e fraqueza. 
10. Síndrome de Guillain-Barre 
 A síndrome de Guillain-Barre é uma doença em que o sistema imune ataca os nervos 
que controlam os músculos encontrados nas pernas e na parte superior do corpo. Isso pode 
causar fraqueza muscular nessas regiões e outros sintomas que afetam a mobilidade. 
11. Tireoidite de Hashimoto 
 Nessa doença autoimune, a produção de hormônios da tireoide é reduzida, causando 
sintomas como queda de cabelo, fadiga, inchaço na tireoide, sensibilidade ao frio e 
aumento de peso. 
12. Doença celíaca 
 A doenças celíaca ocorre quando o sistema imunológico ataca o glúten proveniente 
dos alimentos ingeridos. Assim, pessoas com essa doença não podem consumir alimentos 
que contêm glúten. 
13. Síndrome de Sjögren 
 A síndrome de Sjögren é outra condição de saúde que afeta as articulações e as 
glândulas que lubrificam os olhos e a boca. Assim, os principais sintomas dessa síndrome 
são boca e olhos secos e dor nas articulações. 
14. Miastenia gravis 
 Essa doença autoimune afeta os nervos que ajudam o cérebro a controlar os músculos. 
Dessa forma, podem ocorrer sintomas como fraqueza muscular durante a atividade física e 
problemas na deglutição e nos movimentos faciais. 
15. Anemia perniciosa 
 A anemia perniciosa é uma doença autoimune que afeta uma proteína chamada de 
fator intrínseco, responsável por ajudar o intestino a absorver a vitamina B12 presente nos 
alimentos da dieta. 
 A ausência de vitamina B12 prejudica a síntese de glóbulos vermelhos, o que por sua 
vez pode prejudicar a absorção de outros nutrientes e de oxigênio por vários órgãos do 
corpo. 
16. Vasculite 
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 A vasculite é uma condição autoimune em que o sistema imune ataca os vasos 
sanguíneos. Isso resulta em uma inflamação que reduz o tamanho das veias e das artérias, o 
que prejudica a circulação sanguínea. 
6. Conclusão 
 
Os tratamentos para doenças autoimunes são sempre focos de estudos e pesquisas 
entre a comunidade científica, pois possuem uma importância com relação ao seu 
desenvolvimento, agravamento e atuação sobre o sistema imunológico, por se tratar de 
doenças que afetam de forma destrutiva células de defesa do próprio organismo, 
prejudicando de forma irreparável esse sistema, que tem importante atuação na defesa 
contra antígenos, microorganismo não próprios, inflamações, infecções, lesões, entre 
outros. Com isso terapias não convencionais acabam trazendo esperanças, com relação a 
possíveis curas para tais doenças. Isso ainda não foi alcançado com as terapias hoje 
existentes, que têm como empecilho para isso o fato de provocarem uma imunossupressão 
imunológica generalizada, como é o caso de terapias com imunossupressores. O que causa 
uma depleção do sistema, facilitando o desenvolvimento de infecções ou até mesmo de 
outras doenças oportunistas, podendo ser de forma até mais agressiva do que seria se o 
sistema imunológico tivesse funcionando normalmente. A busca por tratamentos mais 
direcionados as células que de fato estão provocando a imunossupressão,tem uma esperança 
com o desenvolvimento da CAAR-T, que é até o momento a terapia mais específica para as 
células alvos autoimunes existentes. Mas é algo ainda em estudos que precisam de mais 
testes para averiguar seu real efeito sobre o sistema como um todo e se é possível ser usada 
como tratamento para qualquer autoimunidade, seus testes ainda estão sendo feitos em 
camundongos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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