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A Terra no espaço e os movimentos terrestres Noções básicas de Astronomia: A Terra é redonda? • O mito da Terra Plana: Idade Média (influência dogmática da Igreja Católica. • Os gregos (mais de 2000 anos antes de Colombo): Terra redonda. • Aristóteles (384 - 322 a. C.), mostrou que a Terra era esférica, apresentando os seguintes argumentos: • 1) sombra projetada pela Terra nos eclipses lunares • 2) variação do aspecto estelar com a posição geográfica do observador • 3) variação no horário do mesmo eclipse para observadores em diferentes meridianos. • 4) Observou que, quando os navios afastavam-se do porto, desapareciam primeiro os seus cascos e, por último, os mastros, qualquer que fosse a direção do horizonte em que rumavam • Platão, mestre de Aristóteles, também acreditava na forma esférica da Terra; ele diz em seu diálogo "Fédon": "Minha convicção é de que a Terra é um corpo circular no centro dos céus". Ilustração do livro Almagestum novum, de 1651, posterior a Colombo, mas que descreve o céu conforme o modelo platônico. • Erastótenes (276-194 a.C.- séc. VI A. C. ) chegou mesmo a calcular geometricamente o volume da Terra com uma precisão muito boa, medindo a distância entre as cidades de Alexandria e Siena e conhecendo o tamanho das sombras projetadas por uma estaca nas duas cidades. • Pequeno erro (14%) • Hoje: Raio: 6.370 Km Diâmetro Equatorial: 12.756,776 Km Diâmetro Polar: 12.713,824 Km Geóide Fonte: Leinz &Amaral – Geologia Geral. Ed. Nacional,São Paulo, 1980 Idade Média • Os livros de Aristóteles e boa parte do restante do conhecimento grego se perderam depois do esfacelamento do Império Romano no século VII. • "Idade das Trevas" (período medieval que costuma ser definido como indo do ano 600 ao ano 1000 D.C), alguns membros da Igreja publicaram, de fato, trabalhos que defendiam a ideia de uma Terra plana. Monge Cosmas Indicopleustes • 547 DC: livro "Topografia Cristã" - visão geográfica do mundo baseada em interpretações literais da Bíblia. • Terra como um grande baú, sendo o firmamento a "tampa" deste baú. • Ridicularizava a crença pagã numa Terra redonda com os velhos argumentos de pessoas de ponta cabeça, chuva caindo para cima, etc. • Século XIII: Europa sai do obscurantismo - obras gregas começaram a ser redescobertas, trazidas pelos árabes. • São Tomás de Aquino (1225-1274), responsável por embutir a ciência, a filosofia e a cosmologia de Aristóteles no cristianismo. Tomás transformou Aristóteles no suporte filosófico de toda a doutrina cristã. • Raciocínio Aristotélico que concluía pela redondeza da Terra também exigia que ela fosse o centro do universo. • Heliocentrismo: Conflito entre ciência e a religião, como ocorreu com Giordano Bruno, Copérnico e Galileu. http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/teoria-da-conspiracao-diz-que-terra-e-plana-01102010-5.shl TEORIA GEOCÊNTRICA E TEORIA HELIOCÊNTRICA • Para os antigos gregos: Terra estacionária - rotação diária da Terra produziria um vento com a velocidade de centenas de milhas por hora no Equador. • Desconheciam que a atmosfera da Terra gira com ela, consideravam que a ausência de tal vento era uma prova de que o nosso planeta era estacionário Teoria Geocêntrica : • Todos os corpos celestes moviam-se em órbitas circulares em torno da Terra. • Ptolomeu (+ 90 d.C.): planetas moviam-se com velocidades uniformes, percorrendo pequenos círculos, cujos centros também se moviam com velocidades uniformes em torno da Terra • Planetas, denominados “estrelas errantes”, contrariavam essa teoria, em virtude do seu movimento irregular. • Aristarco de Samos (310–230 aC) propôs uma genuína Teoria Heliocêntrica, que, contudo, não conquistou maior aceitação, tendo sido rejeitada por Ptolomeu, cuja Teoria Geocêntrica tornou-se uma premissa do seu principal livro, o Almagesto. Teoria Heliocêntrica • Revolutionibus Orbium Coelestium (1543): Terra gira em torno do seu eixo diariamente, e percorre uma órbita circular anual em torno do Sol. • Outros planetas em órbitas circulares em torno do Sol • Mercúrio e Vênus estavam mais próximos do Sol que a Terra, e os demais planetas mais afastados. • Estrelas eram fixas no espaço e que a Lua movia-se em órbita circular em torno da Terra. • A sucessão de dias e noites é uma consequência do movimento de rotação da Terra sobre seu próprio eixo. • Suas conclusões só se tornaram amplamente conhecidas cerca de um século depois, quando Galileu as publicou. Com Copérnico nasceu a moderna Astronomia. • O modelo, também chamado de sistema copernicano, não foi aceito pela Igreja Católica, que adotava a teoria do Geocentrismo, elaborada por Ptolomeu. • A teoria Heliocêntrica foi aperfeiçoada e comprovada por Galileu Galilei, Kepler e Isaac Newton. Nicolau Copérnico (1473-1543) • Quando afirmou que a Terra se move em torno do Sol, em 1543, o cientista Nicolau Copérnico não apenas divulgou um novo postulado científico. O que Copérnico provocou foi uma revolução no pensamento ocidental, ao tirar pela primeira vez o homem do centro do Universo. Giordano Bruno (1548-1600) • Além de aceitar a Teoria Heliocêntrica, Bruno especulava que o Universo infinito era composto por uma pluralidade de mundos habitados, e povoado por milhares de sistemas solares onde existiria vida inteligente. • O pensamento e as ideias especulativas de Bruno, estavam séculos adiante do seu tempo e a intolerância religiosa que caracterizava o pensamento dos membros da igreja não aceitava a ousadia em pensar defendida por Bruno considerando-o uma ameaça à sua autoridade e condenando-o à morte pelo fogo. • Passados quatro séculos, os cientistas tal como já o havia feito Bruno, aceitam que o Sol é o centro do sistema solar, mas não o centro do Universo. No Universo há outros sóis que podem constituir outros sistemas planetários e é povoado por uma imensidão de galáxias. Galileu Galilei (1564 - 1642) • Por sua visão heliocêntrica, o astrônomo italiano teve que ir a Roma em 1611, pois estava sendo acusado de heresia. • Condenado, foi obrigado a assinar um decreto do Tribunal da Inquisição, onde declarava que o sistema heliocêntrico era apenas uma hipótese. • Em 1632, ele voltou a defender o sistema heliocêntrico e deu continuidade aos seus estudos. Condenado pela Igreja Católica por suas convicções científicas, teve suas obras censuradas e proibidas. • Contudo, uma de suas obras (sobre mecânica) foi publicada mesmo com a proibição da Igreja, pois seu local de publicação foi em zona protestante, onde a interferência católica não tinha influência significativa. • A mesma instituição que o condenou o absolveu muito tempo após a sua morte, em 1983. A Terra não é redonda As imagens foram feitas pelo satélite GOCE - sigla que significa Explorador de Circulação Oceânica e Campos de Gravidade, lançado em março de 2009 pela ESA.(Agência Espacial Européia) • A força de atração e a força centrífuga obtida pelo movimento de rotação da Terra são alguns dos fatores responsáveis pela forma da superfície terrestre, ou seja, o planeta com todas as suas irregularidades exteriores, sendo assim não possui uma representação matemática. • Desta forma o matemático alemão Carl Friedrich Gauss (1777-1855) conceituou a forma da Terra como sendo um Geóide. No entanto, sendo o Geóide uma figura de características físicas complexas, os cartógrafos buscaram uma figura geométrica que permitisse a realização de cálculos necessários à representação do nosso planeta, que é o Elipsóide. E daí??? • As diferenças entre as diversas paisagens do nosso planeta dependem, em grande parte, da influência dos raios solares. • O ângulo de incidência dos raios solares sobre a superfície varia profundamente com a latitudee com a época do ano, que determina fenômenos como movimento aparente do sol no céu, a duração variável dos dias e noites e sucessão das estações do ano. • Estes ritmos diários e estacionais atuam como controles fundamentais da temperatura do ar, dos ventos, das correntes marinhas e das precipitações. Todos estes fenômenos se inter-relacionam de maneira que conformam os diversos climas da Terra. (STRAHLER, A.N. Geografia Física. Barcelona: E. Omega, 1986). Movimentos da Terra • Os dois movimentos principais do nosso planeta são o de rotação e o de translação, cujos efeitos sentimos no cotidiano. Rotação • Movimento giratório que o planeta Terra realiza em volta de um eixo imaginário, no sentido contrário aos ponteiros do relógio (ou anti-horário, de oeste para leste) para um referencial observando o planeta do espaço, sobre o pólo Norte. • O período de rotação, corresponde à duração de um dia e é de 23 horas 56 minutos 4 segundos e 9 centésimos. (23h56m04,09). É usual aproximar este valor às vinte e quatro horas. • A Terra realiza o movimento de rotação a uma velocidade impressionante: medida na linha do Equador, ela atinge 1.674 km/h. Na latitude 60º é de 850 Km/h Este movimento da Terra em volta do seu eixo imaginário é responsável: • A sucessão dos dias e das noites (se a Terra não girasse, era sempre de dia, na parte virada para o Sol, e sempre de noite, na parte escura). • O movimento aparente do Sol, durante o dia (Nós falamos em nascer e pôr do Sol, observando o seu movimento ao longo do dia - movimento este que não existe, pois o Sol está fixo no centro do Sistema Solar e a Terra é que gira). • O movimento aparente das estrelas, durante a noite (pela mesma razão acima). • A variação da obliquidade dos raios solares, num mesmo lugar, ao longo do dia (ao longo do dia, os raios solares apresentam diferentes inclinações, em relação à superfície da Terra). Efeitos físicos e biológicos da rotação • Desenvolvimento da vida 1) Ritmo dos dia e noites para plantas e animais • Luz, temperatura, umidade do ar e vento. • Plantas: produção de energia durante o dia • Animais: hábitos diurnos ou noturnos • Ciclo diário de energia solar e ciclo de temperatura do ar • 2) Circulação atmosférica e das correntes marinhas (efeito de Coriolis) • 3) Atração gravitacional da Lua sobre a Terra: ciclo das marés. Para muitos tipos de plantas e animais as marés são fundamentais. Vídeo 2 Translação • Terra descreve um movimento de translação em torno do Sol. • O período de translação, ou seja, o tempo que a Terra demora a dar uma volta completa ao Sol, é de um ano, ou seja 365 dias e seis horas. • Um ano não bissexto tem um déficit de 6 horas e 4 minutos em relação ao movimento real de translação. Este défict, ao fim de 4 anos de "acumulação", origina 24 horas (6h*4anos=24h) e é "compensado" com um ano bissexto (onde se acrescenta mais um dia). Isto para, "acertar" o nosso calendário com o movimento de translação da Terra. •STRAHLER, A.N. Geografia Física. Barcelona: E. Omega, 1986). Periélio e Afélio • Distância média entre a Terra e o Sol = 150.000.000 de Km • Órbita da terra não é circular e sim em elipse • Distância no periélio = 147.500.000 Km (por volta do dia 4 de janeiro) • Distância no afélio = 152.500.00 km (por volta de 4 de julho) Estações do ano • Diferenças da distância da Terra em relação ao Sol determinam diferenças na quantidade de energia recebida mas não são a causa do verão e inverno. • Translação e inclinação do eixo da Terra Inclinação do eixo da Terra 23,5 º • Se o eixo fosse perpendicular ao plano da eclíptica (trajeto do movimento de translação), os raios do sol seriam sempre perpendiculares, ao meio dia, somente no Equador. • As condições climáticas seriam sempre as mesmas, todos os dias, se a órbita fosse circular. • Não existiriam estações do ano. Qual a conseqüência do fato do eixo manter-se inclinado em relação ao plano da eclíptica? • Solstícios: • Solstício de inverno: 21/22 de junho ( o hemisfério norte se encontra voltado para o sol) • Solstício de verão: 21/22 dezembro (o hemisfério sul se encontra voltado para o sol) • Equinócios • Estágios intermediários entre o solstício de verão e o de inverno em determinado hemisfério. • o equinócio ocorre quando a incidência maior de luz solar se dá exatamente sobre a linha do Equador. • 23 de setembro (primavera) e 21 de março (outono) •STRAHLER, A.N. Geografia Física. Barcelona: E. Omega, 1986). • O movimento de translação do planeta Terra e a inclinação do seu eixo imaginário têm como conseqüências: • As estações do ano (Primavera, Verão, Outono e Inverno). • A desigualdade dos dias e das noites (O fato de, em algumas épocas do ano, os dias serem muito grandes, e as noites pequenas, e vice-versa). Vídeo 1 Bibliografia • STRAHLER, A.N. Geografia Física. Barcelona: E. Omega, 1986
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