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Dra. Aillyn Bianchi Médica pela Universidade de Cuiabá - UNIC/MT Pediatra pela Universidade Federal do Mato Grosso - UFMT/MT Residente de Oncologia e Hematologia Pediátrica no Hospital Pequeno Príncipe - HPP/PR Transplante de Medula Óssea O que é? Consiste na infusão de células-tronco do sistema hematopoiético provenientes de um doador ou do próprio paciente. Há substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais da medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável. Quando indicar? Se restringe ao tratamento de doenças nas quais a sobrevida com o TMO é superior á sobrevida com o tratamento convencional ou quando o transplante pode promover uma melhora significativa na qualidade de vida. Doenças hematológicas benignas, como a anemia aplástica grave, talassemia, anemia falciforme, imunodeficiências congênitas, erros inatos do metabolismo. Neoplasias malignas como leucemias, linfomas e tumores sólidos. Doenças autoimunes, como esclerose sistêmica, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide e esclerose múltipla. Tipos de transplante Alogênico -> quando a medula vem de um doador. Autólogo -> quando a medula do próprio paciente é usada. Haploidêntico -> quando vem de um doador 50% compatível, exclusivamente da família. Através do sangue do cordão-umbilical. Não é necessária compatibilidade sanguínea (ABO/Rh) entre doador e receptor. Com o tempo, o paciente assume a mesma tipagem sanguínea do seu doador. A compatibilidade imunológica é crucial entre o paciente e o doador. Transplante Alogênico É muito importante o uso prévio e após o transplante de imunossupressores. Têm melhores resultados em crianças do que com o sangue periférico. Mais tóxicos do que os autólogos, com maior chance de complicações a curto e longo prazo. Transplante Haploidêntico É um tipo de transplante alogênico com a vantagem de não precisar ser totalmente compatível para que o procedimento possa ser realizado. Transplante Autólogo Seu objetivo é induzir uma imunossupressão que permita a enxertia das células infundidas. Risco da reinfusão da medula contaminada com células neoplásicas. Sangue de cordão umbilical A doação do cordão umbilical do recém-nascido para um Banco Público de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário é voluntária e autorizada pela mãe do bebê. Rico em células-tronco hematopoéticas. A doação ocorre em única coleta e o volume é restrito. É permitido algum nível de não compatibilidade. Em desuso, devido ao crescimento do transplante do tipo haploidêntico. A Medula Óssea Células Tronco stem cell CD34+ Como acontece? O HLA é o responsável pela nossa identidade imunológica. Cada irmão tem 25% de chances de ter herdado o mesmo HLA dos seus pais. A compatibilidade depende dos antígenos leucocitários humanos que estão localizados no cromossomo 6. HLA (human leukocyte antigen) Como acontece? Coleta das células tronco pelo sangue do cordão umbilical? através de punções na crista ilíaca? através da coleta do sangue periférico? O Procedimento O dia do transplante é denominado de dia 0, ou D0, e os posteriores como D+1, D+2.. O condicionamento consiste no D-, antes do D0.. Modificado de acordo com o tipo e status da doença, idade e condição clínica do receptor. O Procedimento O Procedimento O Procedimento O Procedimento Condicionamento Durante a realização do transplante, as células progenitoras retiradas são inseridas na corrente sanguínea do paciente e “migram” para a medula óssea, iniciando a reconstituição hematopoiética, que é o processo de fabricação do sangue do paciente. Entretanto, antes de receber as células progenitoras, o paciente deve receber doses de quimioterapia, às vezes associadas à radioterapia, para que a medula óssea doente reduza ao máximo sua produção e diminua a chance de reaparecimento do tumor. Este processo é chamado de condicionamento. Os regimes de condicionamento são modificados de acordo com tipo e status da doença, idade e condição clínica do receptor. Infusão das células-tronco hematopoiéticas A suspensão com as células-tronco do doador é coletada em uma bolsa plástica. Similar a transfusão de sangue, a suspensão é infundida na veia do paciente. A infusão dura geralmente duas a seis horas. O Procedimento O acesso venoso central é muito importante para a realização dos transplantes com segurança. Os cateteres mais utilizados são os parcialmente implantáveis como o cateter de Hickman. Úteis na coleta de sangue para exames e infusão de hemoderivados, de antibióticos e de nutrição parenteral. A medula pegou? A pega ou enxertia de leucócitos é documentada em hemograma simples. Sangue periférico: 7-10 dias Transplante de medula: 10-15 dias Sangue do cordão umbilical: 15-21 dias É considerado que as células infundidas “pegaram” quando o número de neutrófilos se mantém > 500/mm³ por 3 dias consecutivos. Já a pega plaquetária ocorre quando contagens > 20.000/mm³ são mantidas por mais de 7 dias. Imunização pós transplante Recomenda-se vacinar novamente todos os pacientes após o transplante. As vacinas BCG e pólio oral (Sabin) são permanentemente contraindicadas. Todas as vacinas de vírus vivo só devem ser administradas pelo menos dois anos após o TMO, principalmente a vacina contra a febre amarela. Complicações Pancitopenia DECH Infecções Gastrointestinais e hepáticas Mucosite Diarréia Doença veno-oclusiva hepática Bacterianas (germes encapsulados) Virais (CMV) Aplasia medular por 2-3 semanas após o transplante Aguda ou Crônica Complicações - DECH Reação imunológica em que linfócitos T do doador reconhecem como estranhos e atacam antígenos do receptor. Risco aumentado quando há diferenças entre o HLA do doador e do receptor. A profilaxia é realizada com drogas imunossupressoras (ciclosporina, metotrexate ou tacrolimus). DECH aguda é clássica se iniciada nos primeiros 100 dias após o transplante, e persistente, recorrente ou tardia, quando ocorre após o D+100. A DECH crônica é uma síndrome que envolve vários órgãos e sistemas e sua apresentação clínica assemelha-se à de uma doença crônica autoimune. A manifestação cutânea poiquiloderma é diagnóstica da doença. Falha terapêutica A principal causa de falha em todos os tipos de transplante é a recidiva da doença maligna. Sobre a doação de medula óssea O doador: É submetido a um procedimento feito em centro cirúrgico, sob anestesia, e tem duração de aproximadamente duas horas. São realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Em 5-10 dias o doador pode retomar suas atividades normais. A chance de complicação grave nas coletas de medula é menor que 1%. Sobre a doação de medula óssea Sobre a doação de medula óssea Sobre a doação de medula óssea Para receber o transplante, o paciente é submetido a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula. O receptor: Uma vez na corrente sanguínea, as células da nova medula circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem. Recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Referências Bibliográficas OBRIGADA! Dra. Aillyn Bianchi Médica pela Universidade de Cuiabá - UNIC/MT Pediatra pela Universidade Federal do Mato Grosso - UFMT/MT Residente de Oncologia e Hematologia Pediátrica no Hospital Pequeno Príncipe - HPP/PR
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