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1 Medicina da Família e Comunidade @emanuellycardoso Planejamento Familiar MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Escolha compartilhada → apresentação dos métodos x perfil mulher x CME Escolha do método = não tem disciplina com horários + não gosta de se tocar + tem medo de injetáveis + prefere ou não menstruar + quer ter controle do ciclo menstrual Planejamento Familiar Diante de uma paciente que procura um método contraceptivo, hormonal combinado, quais são os critérios utilizados para a escolha dos compostos (E, P) contidos nas formulações disponíveis? Consulta ginecológica: prescrição de contracepção • Solicitação da paciente • Indicação Médica (efeito adicional ou extracontraceptivo) • Idade • Perfil • Situação financeira • Critérios Médicos de elegibilidade (OMS) • Desejo de gravidez a curto, médio ou longo prazo? Pontos importantes: • Decisão compartilhada • Desmitificar, CME/OMS • Qual composição escolher • Explicar e acompanhar após a prescrição • Incluir parceiros • Dupla proteção. Qual a melhor opção? 1. Comportamentais 2. Barreira 3. Hormonais 4. Definitivos 2 Medicina da Família e Comunidade @emanuellycardoso Planejamento Familiar COC = contraceptivo oral combinado; GnRH = hormônio liberador de gonadotrofina; SE = sangramento de escape; FSH = hormônio folículo estimulante; LH = hormônio luteinizante; RP = receptor de progesterona. Os componentes estrogênio e progestagênio da pílula contraceptiva oral combinada promovem a contracepção através de diferentes mecanismos.1 O componente progestagênio exerce os seus efeitos através de dois mecanismos1: 1. Suprime a liberação do LH pela hipófise anterior através de retroalimentação negativa. (Lembrar que o LH desencadeia a ovulação). 2. Promove o espessamento do muco cervical para inibir o transporte de espermatozóides. O estrogênio também tem efeito duplo1: 1. Aumenta a concentração de receptores de progesterona, estabilizando o endométrio e minimizando o sangramento de escape. 2. Bloqueia a liberação do hormônio folículo estimulante (FSH) pela hipófise anterior através de retroalimentação negativa. (FSH: estimula o crescimento dos folículos ovarianos, durante a segunda semana da maturação do oócito, o folículo mais apto se torna o folículo dominante; a supressão do FSH evita o surgimento de um folículo dominante) OS PROGESTAGÊNIOS VARIAM NA SELETIVIDADE DO RP 1-4 3 Medicina da Família e Comunidade @emanuellycardoso Planejamento Familiar Os progestogênios são diferentes entre si, e todos eles têm perfil específico próprio. O acetato de nomegestrol é derivado da progesterona.1 Progestogênios de gerações anteriores e os mais recentes podem interagir com outros receptores esteroides além do receptor de progesterona. Esses progestogênios podem agir sobre os receptores de androgênios ou de mineralocorticoides, produzindo os efeitos listados. Os diferentes progestogênios contidos nos contraceptivos orais combinados variam na seletividade, em relação aos receptores esteroides não- progestogênios, como receptores de andrógenos, glicocorticoides e mineralocorticoides. Alguns têm afinidade nula ou mínima pelos receptores esteroides não-progestogênios, enquanto outros têm afinidade fraca a moderada por esses receptores.1,2 Há restrição na indicação de contraceptivos por causa da idade? A idade por si não constitui razão médica para negar qualquer método contraceptivo às adolescentes desde que respeitados os critérios de elegibilidade, a não ser a LT. Métodos de Barreira Camisinha feminina + masculina = protegem contra algumas ISTs Comportamentais Falhas + dependem motivação + disciplina Anticoncepção hormonal combinada Contraindicações absolutas • Gravidez • Neoplasias hormônio dependentes • Sangramento uterino sem etiologia • Tromboflebite e doença tromboembólica • Doença coronariana e cérebro- vascular Efeitos extra conceptivos Interações medicamentosas Não Oral 1. ADESIVOS: PATCH • Contém: 6 mg: Norelgestromina + 0,6 mg: Etinilestradiol • ↓ Eficácia: Peso > 90Kg 2. ANEL VAGINAL • Liberação/dia: 120 mcg (etonogestrel) + 15 mcg (EE) • Para quem prescrever? = todas as mulheres + esquecem com freqüência, praticidade + apresentam sintomas gastrointestinais,4 Medicina da Família e Comunidade @emanuellycardoso Planejamento Familiar Anticoncepção hormonal oral não combinada Comprimidos com um único hormônio = Progesterona • Evita o metabolismo de primeira passagem hepática • Evita interferência de absorção gastrointestinal • Possibilidade de uso de método de liberação hormonal controlada, mantendo níveis séricos constantes • Dosagens reduzidas • Evita a necessidade de tomar pílula diariamente Em quais situações a contracepção de emergência está indicada. Qual o mecanismo de ação e o que influência a sua eficácia? O mecanismo de a o varia bastante conforme o momento do ciclo menstrual em que a AE é administrada. Assim, se utilizada na primeira fase do ciclo menstrual, antes do pico do hormônio luteinizante (LH), a AE altera o desenvolvimento dos folículos, impedindo a ovula o ou a retardando por v rios dias28, 32, 40, 44. A ovula o pode ser impedida ou retardada em quase 85% dos casos e, nessas circunstâncias, os espermatoz ides n o ter o qualquer oportunidade de contato com o vulo3. Na segunda fase do ciclo menstrual, ap s a ovula o, a AE atua por outros mecanismos. Nesses casos, a AE altera o transporte dos espermatozóides e do óvulo nas trompas. O mais importante é que a AE modifica o muco cervical, tornando-o espesso e hostil, impedindo ou dificultando a migra o dos espermatoz ides do trato genital feminino até as trompas, em dire o ao vulo. Além disso, a AE interfere na capacita o dos espermatozóides, processo fundamental para a fecunda o. Por meio de um ou mais desses mecanismos é que a AE impede a fecunda o. Significa afirmar que a AE impede o encontro entre o óvulo e os espermatozóides8, 20, 32. De toda forma, a efic cia da AE é resultado dos mecanismos de a o descritos que, em conjunto ou isoladamente, atuam impedindo a fecunda o e sempre antes da implanta o. N o h quaisquer evid ncias científicas de que a AE exer a efeitos ap s a fecunda o ou que implique a elimina o precoce do embri o. Anticoncepção Combinada Injetável VANTAGENS • Apenas 1 vez ao mês • Esteróides similares aos naturais • Menor efeito metabólico • Evita a primeira passagem hepática DESVANTAGENS • Irregularidades menstruais 5 Medicina da Família e Comunidade @emanuellycardoso Planejamento Familiar Anticoncepção da lactância com amenorreia Os critérios para o uso da LAM são 3: 1. O bebê deve ter até os SEIS MESES de vida; 2. A nutriz deve estar em AMENORREIA; 3. O ALEITAMENTO deve ser EXCLUSIVO. IMPORTANTE: a ausência de um destes critérios descaracteriza o LAM como método contraceptivo. • Hiperprolactinemia em resposta ao estímulo da sucção durante a amamentação, • ↓ níveis de FSH e de LH • ↓ estímulo ao desenvolvimento dos folículos ovarianos DIU Cobre • Inserido pelo médico no útero • Duração 5 anos, 10 anos • Controle rigoroso semestral ou antes SIU-LVG progestgênio: levonogestrel • Duração 5 anos • Controle rigoroso semestral ou antes. • Endométrio mais fino • Alteração da viabilidade do esperma • Espessamento do muco cervical Evita a progressão dos espermatozóides Mecanismo de A o • Muco cervical: diminui a produ o, aumenta a viscosidade (rela o gua/mucina), inibi o da migra o esperm tica • Efeitos endometriais: aproximadamente 1 m s ap s a inser o, ocorrem supress o do epitélio endometrial (luminal e glandular) e intensa rea o decidual do estroma. Essas altera ões desaparecem 1 m s ap s a remo o do endoceptivo. Devido aos níveis elevados de levonorgestrel na cavidade uterina, ocorre insensibilidade do endométrio ao estradiol circulante (inibi o da síntese do receptor de estradiol e efeito antiproliferativo) • Inibi o da ovula o: aproximadamente 45% a 90% dos ciclos permanecem ovulat rios • Outros efeitos: efeitos útero-vasculares, inibi o da motilidade esperm tica, rea o de corpo estranho, mecanismos moleculares. Outra opção não oral IMPLANTE: etonogestrel • Contém somente progesterona • Com aplicador descartável, 6 Medicina da Família e Comunidade @emanuellycardoso Planejamento Familiar • Diminui o fluxo menstrual, podendo levar a amenorréia, • Duração 3 anos. • Explicar sobre implante sua segurança, ser prático, não depende da mulher → como se usa, tempo, como se inseri e retira, que o mesmo pode er retirado a qualquer momento, etc Mecanismo de Ação • Inibição da ovulação: estudos realizados mostram ausência de ciclos ovulatórios nos primeiros 2 anos de uso, aproximadamente 5% de ciclos ovulatórios no terceiro ano de uso e menos de 2% de ciclos ovulatórios no quarto e quinto ano de uso. • Muco cervical: aumenta a viscosidade do muco cervical, inibindo a penetração do espermatozóide. • Efeitos endometriais: diminuição da espessura do endométrio, até espessura média de 4 mm. Nos estudos realizados, a maioria das mulheres apresentou endométrio inativo ou fracamente proliferativo. Não foram observados casos de atrofia, hiperplasia, neoplasia ou câncer do endométrio. Contracepção Cirúrgica • É permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações: • Maiores de 25 anos de idade ou pelo menos com dois filhos vivos, com período de sessenta dias de prazo entre a manifestação da vontade (de esterilização) e o ato cirúrgico; risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto. • É condição para que se realize a esterilização, o registro de expressa manifestação da vontade em documento escrito e firmado após a informação a respeito dosriscos da cirurgia. • É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade por cesarianas sucessivas anteriores. • A esterilização cirúrgica como método contraceptivo somente será executada através de laqueadura tubária, vasectomia ou outro método cientificamente aceito, sendo vedada através da histerectomia e ooforectomia. é
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