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Métodos Contraceptivos Anticoncepção é o uso de métodos e técnicas com a finalidade de impedir que o relacionamento sexual resulte em gravidez. É recurso de planejamento familiar para a constituição de prole desejada e programada, de forma consciente. Anticoncepção Intrauterina Dispositivos intrauterinos (DIU) Consiste em um objeto sólido que é inserido na cavidade uterina, com o objetivo de evitar a gestação. Podem ser classificados em 3 grandes grupos: 1. Não medicados – depende da reação de um corpo estranho para a ação contraceptiva – reação inflamatória estéril com lesão mínima, sendo suficiente para ser espermicida. 2. Medicados ou de cobre – a presença de um corpo estranho com o cobre na cavidade do endométrio, causa mudanças bioquímicas e morfológicas produzindo modificações no muco cervical. Associado a uma resposta inflamatória aumentada, assim, o cobre é responsável pelo aumento de prostaglandinas e inibição de enzimas endometriais, afetando o transporte de esperma, levando à prevenção de fertilização. Causam efeito direto na motilidade do esperma, reduzindo a capacidade de passagem no muco cervical, não afetando a ovulação. 3. Hormonais Os mecanismos de ação são vários, mas o principal é a prevenção da fertilização. Quem não pode usar o DIU? Gravidez confirmada ou suspeita Infecção pós-parto ou pós-aborto Doença inflamatória pélvica (DIP) ou IST Sépsis puerperal Imediatamente pós aborto séptico Cavidade uterina severamente deturpada Hemorragia vaginal inexplicada Câncer cervical ou endometrial Doença trofoblástica maligna Alergia ao cobre (para DIUs de cobre) Tempo de uso: o TCu 380ª pode ser usado por 12 anos. Efeitos colaterais: dor pélvica crônica, dismonorreia, sangramentos anormais (menorragia e hipermenorreia), infecção. Sistema liberador de levonorgestrel Possui um reservatório com cerca de 52 mg de levonorgestrel, mede 32 mm, e libera 20 microgramas por dia. Os principais mecanismos de ação são muco cervical espesso e hostil à penetração do espermatozoide inibindo a motilidade no colo, endométrio, tubas para prevenir a fertilização. Proporciona uma concentração de levonorgestrel no endométrio impedindo a resposta ao estradiol circulante, forte efeito proliferativo no endométrio, inibe a atividade mitótica no endométrio e mantém a produção estrogênica que possibilita uma boa lubrificação vaginal. Quem não pode usar? Gravidez confirmada ou suspeita Distorção severa da cavidade uterina (septos, pólipos etc) Infecção aguda ou recente Cervicite não tratada Alergia Doença hepática aguda ou tumor no fígado Efeitos adversos: expulsão, dor ou sangramento, perfuração, infecção, gravidez ectópica, gravidez tópica. Outros métodos reversíveis Métodos baseados na percepção de fertilidade: Método da tabelinha: com conhecimento do ciclo menstrual da mulher sabendo quando a ovulação ocorre, estabelecendo o período fértil da mulher. Método do muco cervical: tem como fundamento a mudança química no muco cervical relacionada ao tipo de estimulo hormonal a que está sujeito, por exemplo, quanto maior a estimulação de estrógeno, mais o muco se torna abundante. Após a ovulação, a progesterona faz com que o muco se modifique, se tornando mais escasso. Para detectar o período fértil a mulher precisa observar e reconhecer o tipo de secreção presente no colo do útero. Se a mulher manter relações sexuais na fase seca, via de regra vai evitar a gravidez. Método da curva da temperatura basal: baseado na alteração termo corpórea ocorria com a ovulação, por aumento da progesterona. A temperatura basal é medida após no mínimo 6 horas de sono. Medir temperatura oral, vaginal ou anal na mesma hora todas as manhãs antes de sair da cama e antes de se alimentar, registra a temperatura no gráfico e observa que a temperatura aumenta ligeiramente logo após a ovulação. Relações sem que haja ejaculação na vagina (coito interrompido): baseado na percepção da fertilidade. Consiste na utilização de práticas sexuais diversas de coito vaginal, para que a ejaculação não seja intravaginal. Método de barreira – bloqueiam a ascensão dos espermatozoides para a cavidade uterina, impedindo a fertilização. Diafragma: prazo de 5 anos, proporciona lubrificação. O enfermeiro capacitado pode realizar a medição para escolha do tamanho adequado. Método de lactância com amenorreia Fundamenta-se na hiperprolactinemia existente em resposta a um estimulo de sucção durante a amamentação, consequentemente os níveis de FSH e LH acabam sendo insuficientes para estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos. Critérios que devem estar presentes: 1. O bebê deve ter até 6 meses de vida. 2. A nutriz deve estar em amenorreia. 3. O aleitamento materno deve ser exclusivo. A ausência de um desses critérios descaracteriza o aleitamento materno como um método contraceptivo. Anticoncepção de emergência Métodos que podem ser utilizados por mulheres nos dias após uma relação sexual desprotegida e que poderia ocasionar uma gestação indesejada. São efetivos e seguros para a maioria das mulheres. Método de Yuzpe: contraceptivo combinado que consiste na ingestão de duas doses de 100 mcg de etinilestradiol e 500 mcg de levonorgestrel em duas ingestas; com intervalo de 12 horas; sendo a primeira ingesta a mais próxima possível da atividade sexual desprotegida e, preferencialmente, no máximo após 72 horas desta. Método Contraceptivo com levonorgestrel isolado: levonorgestrel na dose de 1,5 mg em dose única ou fracionada em duas tomadas, com intervalo de 12 horas. Uma dose única de levonorgestrel é tão eficaz quanto à dose fracionada e mostra-se mais conivente à paciente, sem aumentar os efeitos adversos. Indicações: prevenir gestação indesejada após relação sexual desprotegida e mulheres vítimas de coerção sexual. A contracepção de emergência não deve ser usada de forma planejada ou previamente programada para substituir o contraceptivo de uso regular. Contraindicação: gravidez confirmada. Efeitos colaterais: náuseas e vômitos, vertigem, cefaleia e mastalgia. Anticoncepção Hormonal Combinada Anticoncepcionais orais combinados Classificação de acordo com o hormônio utilizado: o Monofásicos – apresentam em todos os comprimidos as mesmas doses de estrogênio e progestogênio. o Bifásicos – apresentam duas doses diferentes de estrogênio e progestagênio. o Trifásicos – apresentam variações triplas nas doses dos hormônios. Classificação de acordo com a dose estrogênica e geração dos progestagênicos: o Dose de estrogênio (baixa ou alta) o Geração do progestagênio (primeira, segunda ou terceira geração) Mecanismo de ação: bloqueiam a ovulação: impedem o pico de LH – bloqueio gonadotrófico. Efeitos acessórios: Mudança no muco cervical, dificultando ascensão dos espermatozóides. A diminuição do movimento das trompas. No endométrio, tornando-o hipotrófico, sem condição de sofrer a implantação do embrião. Efeitos adversos: náuseas, sangramento inesperado, mastalgia, cefaleia, ganho de peso e acne. Anel Vaginal – constituido de um anel flexível e transparente que libera doses de hormônio, devendo ser colocado pela paciente entre o 1° e o 5° dia do período mentrual, tomando cuidado em associar o método de barreira nos primeiros 7 dias de uso. Deve ser usado por um ciclo com duração de 21 dias e após uma pausa de 7 dias, um novo anel deverá ser colocado, no mesmo horário que foi colocado o anterior. Inibe a ovulação. Adesivo Transdérmico – liberação diária de hormônios. Mesma eficácia, contraindicações e perfil de eventos adversos que os anticoncepcionais orais combinados. Vantagem: comodidade de uso. Mecanismos de ação igual ao de todos os anticoncepcionais orais combinados. Risco: tromboembolismo venoso, trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Injetáveis mensais combinados – formulação semelhante à pílula anticoncepcional oral combinada. Mecanismo de ação sendo os mesmos dos demais contraceptivos hormonais. Anticoncepção com Progestagênicos Pílulas de progestagênicos (minipílulas) Contém doses baixas de progestagênicos e não contém estrogênio. Funcionamento: o Espessamento do muco cervical, impedindo a pogressão do espermatozóide o Redução da motilidade tubária o Inibição da proliferação endometrial: hipotrofia ou atrofia o Inibição da ovulação: dependendo da dose e tipo de progestagênio Contraceptivos Injetáveis contando apenas progestagênios Liberação lenta, com duração de 2 a 3 meses. Mecanismo de ação: altera a espessura endometrial, espessa o muco cervical, bloqueia o pico de LH, evitando a ovulação. Implante Contraceptivo Subdérmico Todos os implantes subdérmicos utilizam progestagênios. Opção para mulheres que têm contraindicações para métodos hormonais combinados. Proteção contra gravidez em longo prazo e que seja rapidamente reversível. Mecanismo de ação: disfunção ovulatória, incluindo anovulação, com ou sem luteinização do folículo não rompido, e ovoluação com defeito da fase lútea. Esterilização Cirúrgica Métodos definitivos: ligadura tubária e vasectomia. Artigo 10° da Lei 9.263 dispõe sobre critérios e condições para esterilização voluntária: o Em homens ou mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entra a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso ao serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencoraja a esterelização precoce. o Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório e assinado por dois médicos. Consulta de Enfermagem o A escolha de métodos contraceptivos o Equipe multidisciplinar o Oferta de informações / aconselhamento Oferecer todas as opções de métodos contraceptivos nos serviços de saúde respeitando as preferências da mulher / casal, que devem se basear: Efeitos adversos Facilidade de uso para mulher / casal Reversibilidade Proteção contra ISTs / HIV Fatores individuais: fase da vida, condições econômicas, clínicas, padrão de comportamento sexual, desejos reprodutivos, fatores religiosos e culturais e sentimentos como medo, dúvidas e vergonha.
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