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Habilidades Comunicativas • Essencial para uma boa relação médico-paciente/família • Melhora da confiança do paciente em relação ao profissional • Melhor adesão do paciente ao tratamento • Proporciona maior participação do paciente em tomada de decisões Essa habilidade de comunicação pode ser desenvolvida através da prática BARREIRAS DE COMUNICAÇÃO: • Podem acontecer tanto por parte do médico quanto do paciente BLOQUEIOS POR PARTE DO PACIENTE: • Por parte do paciente, tem-se: negação, silencio ou falta de perguntas, medo de saber a resposta, medo por experiencias ruins com outros profissionais, pressa (quanto antes acabar menos angústia) ou vergonha por falta de conhecimento • Pacientes também podem não relatar as queixas: • Não querem ser negativos • Querem ser fortes • Não querem levar mais problemas ao médico • Acreditam que nada pode ser feito ou que seu relato não é importante BLOQUEIOS POR PARTE DO MÉDICO: • Pressa • Distrações (Telefone, relógio) • Valorização apenas de questões físicas e não emocionais • Oferecer garantias antes de identificar todo o contexto COMUNICAÇÃO EFETIVA: Aumenta diversos fatores como: • Entendimento da doença ou quadro clínico • Confiança no profissional • Absorção de informações • Aderência ao tratamento (melhor manejo e menor desistência) • Manejo mais adequado da dor Reduz fatores como: • Erros • Burnout • Processos • Reclamações • Tempo de consulta As más notícias: Para cada pessoa a má notícia é interpretada de uma forma diferente Além do componente verbal de dar de fato uma má notícia, ela também requer outras habilidades como: • Responder as reações emocionais do paciente • Envolvimento na tomada de decisão • Tratar com o stress criado pelas expectativas de cura do paciente • Levar em consideração o envolvimento de múltiplos membros da família • Saber que o dilema de como dar esperança quando a situação é sombria A complexidade da interação pode por vezes criar sérios mal- entendidos como: • Erro na compreensão sobre o prognóstico da doença ou proposito do cuidado (culpar o médico pela situação) • Pode também impedir a compreensão das expectativas do paciente em relação ao tratamento A IMPORTÂNCIA DE FALAR SOBRE AS MÁS NOTÍCIAS: • É definido como jogar uma bomba no colo do paciente • Pode ser estressante para médicos que não detém experiencia Imperativos éticos e legais: • Médicos não devem restringir informações esmo que suspeitem que esta tenha um efeito negativo sobre o paciente • Ao mesmo tempo, uma obrigação de revelar a verdade, sem cuidado ou preocupação com a sensibilidade com que isto é feito ou o compromisso de dar suporte e assistência ao paciente na tomada de decisão, pode resultar no paciente ficar tão aborrecido quanto se lhe estivessem mentindo Resultados clínicos: • Médicos que possuem dificuldade em dar mas notícias podem submeter os pacientes a tratamentos desnecessários • Muitos pacientes desejam informações precisar para lhes auxiliar em tomadas importantes de decisões a respeito Aula 8 - HAM Protocolo SPIKES - Como dar notícias ruins da qualidade de vida. Entretendo alguns preferem empregar formas de negação, fuga ou minimização do significado da informação, mesmo enquanto participando do tratamento Protocolo spikes Desenvolvido por Walter Bales, inicialmente para doentes com câncer Tem por objetivo habilitar o médico para preencher 4 objetivos principais na transmissão de más notícias: 1. Recolher informações dos pacientes (permite ao médico o conhecimento do paciente e suas expectativas e preparo para ouvir a má notícia 2. Transmitir informações dos pacientes (permite ao médico o conhecimento do paciente e suas expectativas e preparo para ouvir a má notícia 3. Transmitir as informações médicas (de acordo com as necessidades e desejos do paciente 4. Proporcionar suporte ao paciente (utilizando habilidades para reduzir o impacto emocional e sensação de isolamento) 5. Induzir a sua colaboração no desenvolvimento de uma estratégia ou plano de tratamento para o futuro As seis etapas do SPIKE: ETAPA 1: PLANEJANDO A ENTREVISTA (S - SETTIN UP THE INTERVIEW) • Ensaio mental • Revendo-se o plano para contar ao paciente e como se vai responder as reações emocionais ou a perguntas difíceis Algumas orientações uteis: • Buscar privacidade • Envolva pessoas importantes • Sente-se • Conecte-se com o paciente • Lide com as restrições de tempo e interrupções ETAPA 2: AVALIANDO A PERCEPÇÃO DO PACIENTE (P-PERCEPTION) • Médico usa perguntas abertas para criar um quadro razoavelmente parecido de como o paciente percebe sua situação médica • “o que já foi lhe dito sobre seu quadro clínico até agora?” • “qual sua compreensão sobre as razoes por que fizemos a ressonância magnética?” • A partir dessas informações pode corrigir desinformações e moldar a má notícia para a compreensão do paciente • Determinar se apresenta negação, pensamento magico, omissão de detalhes, expectativas não realistar acerca do tratamento ETAPA 3: OBTENDO O CONVITE DO PACIENTE (I-INVITATION) • Quando o médico ouve um paciente explicitar o desejo por informação; isso pode diminuir a ansiedade associada a divulgação da má notícia • Entretanto, pode-se esquivar da informação como um mecanismo psicológico, é mais provável de se manifestar com a progressão da gravidade da doença • “como você gostaria que eu te informasse sobre os resultados dos exames?” • “você gostaria de ter toda informação ou apenas um esboço dos resultados e passar mais tempo discutindo o plano de tratamento?” • Se o paciente não quiser saber dos detalhes, se ofereça para falar com um parente ou amigo ETAPA 4: DANDO CONHECIMENTO A INFORMAÇÃO AO PACIENTE (K- KNOWLEDGE) • Avisar ao paciente que más notícias estão por vir poder diminuir o choque da transmissão das notícias e pode facilitar o processamento da informação • “infelizmente eu tenho más notícias a lhe dar”, “sinto em lhe dizer que” • Usar nível de compreensão e vocabulário do paciente • Tentar não usar termos técnicos • Evitar dureza excessiva, pois pode deixar o paciente isolado e com raiva, tendo uma tendencia a querer culpar o médico • Dar a informação em pequenas etapas e conferir periodicamente a sua compreensão • Quando o prognostico é ruim evitar frases como “não há ais nada que possamos fazer por você” ETAPA 5: ABORDAR AS EMOÇÕES DO PACIENTE COM RESPOSTAS AFETIVAS (E- EMOTIONS) As reações emocionais dos pacientes podem variar do silencio a incredulidade, choro, negação ou raiva O médico pode oferecer apoio e solidariedade ao paciente com uma resposta afetiva Uma resposta afetiva consiste em 4 etapas: 1. Observar qualquer emoção do paciente (raiva, dor, choro) 2. Identificar a emoção experimentada pelo paciente. Se um paciente parece triste mas está calado, use perguntas abertas para inquirir o paciente sobre o que ele está pensando/sentindo 3. Identifique a razão desta emoção. Geralmente está ligada a má notícia. Então se você não tiver certeza, pergunte novamente ao paciente 4. Depois que tiver dado ao paciente um breve período para expressar seus sentimentos, faça-o saber que você ligou a emoção com o motivo emoção, fazendo uma afirmativa a respeito EXEMPLO: Médico: Sinto dizer que a radiografia mostra que a quimioterapia não parece estar fazendo efeito [pausa]. Infelizmente, o tumor cresceu um pouco. Paciente: Era o que eu temia! [Choro] Médico: [chega sua cadeira mais perto, oferece ao paciente um lenço e pausa]. Eu sei que isso não é o que você queria ouvir. Eu gostaria que as notícias fossem melhores. • É importante que até que a emoção não se desfaça, ajude com respostas afetivas até o paciente se acalmar • Isso reduz o isolamento do paciente, expressa solidariedade e valida os sentimentosdo paciente • Evite responder com falsa garantia – “tudo vai ficar bem” ETAPA 6: ESTRATÉGIA E RESUMO (S- STRATEGY AND SUMMARY) • Avaliar as opções de tratamento, definindo qual será o melhor • Pacientes que tenham um plano claro para o futuro tem menor probabilidade de se sentirem ansiosos ou inseguros • Apresentar opções de tratamento para que os pacientes quando eles estão aptos não é apenas uma obrigação legal, mas também irá estabelecer a percepção de que o médico vê seus desejos como importantes • Compartilhar responsabilidade na tomada de decisão com o paciente pode também reduzir qualquer sensação de fracasso da parte do médico quanto o tratamento não é bem-sucedido Referências: • Walter F. Baile,Robert Buckman,Renato Lenzi,Gary Glober,Estela A. Beale,Andrzej P. Kudelka - SPIKES—A Six‐Step Protocol for Delivering Bad News: Application to the Patient with Cancer - The Oncologist.2000;5(4)-302-11 doi: 10.1634/theoncologist.5-4-302 https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Baile%2C+Walter+F https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Baile%2C+Walter+F https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Buckman%2C+Robert https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Buckman%2C+Robert https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Buckman%2C+Robert https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Lenzi%2C+Renato https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Lenzi%2C+Renato https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Lenzi%2C+Renato https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Lenzi%2C+Renato https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Glober%2C+Gary https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Glober%2C+Gary https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Glober%2C+Gary https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Beale%2C+Estela+A https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Beale%2C+Estela+A https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Beale%2C+Estela+A https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Kudelka%2C+Andrzej+P https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Kudelka%2C+Andrzej+P https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Kudelka%2C+Andrzej+P https://theoncologist.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Kudelka%2C+Andrzej+P https://doi.org/10.1634/theoncologist.5-4-302 https://doi.org/10.1634/theoncologist.5-4-302
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