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COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS (PROTOCOLO SPIKES)

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COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS
BPPM III - Juliana
Conceitos
Além do componente verbal requer outras habilidades, como responder às reações emocionais dos pacientes, envolvimento na tomada de decisão, tratar com o stress criado pelas expectativas de cura do paciente, o envolvimento de múltiplos membros da família e o dilema de como dar esperança quando a situação é sombria.
Má notícia
Qualquer informação que afeta seriamente e de forma adversa a visão de um indivíduo sobre seu futuro. Definida do ponto de vista do paciente - a notícia recebida por este é considerada desagradável em seu contexto. Não é necessariamente uma doença terminal, depende do contexto do paciente.
Como transmitir
Pela compreensão do processo envolvido e a sua abordagem como um processo passo-a-passo, aplicando-se princípios bem estabelecidos de uma comunicação e aconselhamento.
Obrigações legais e éticas para com o paciente nessa transmissão, segundo o princípio da autonomia
Proporcionar tantas informações quanto os pacientes desejarem sobre sua doença e tratamento. Médicos não devem restringir informação, mas devem transmitir com sensibilidade. Verdade deve ser lenta e progressivamente suportável para quem dá e para quem a receber.
Como enfrentar o dilema de revelar ou não uma informação cujos familiares solicitam que nada seja dito
O compromisso do médico é com o paciente mais que com seus familiares; deve-se identificar no paciente o desejo de escutar todas as informações; a reação do paciente depende de fatores como personalidade, crenças religiosas, apoio familiar e contexto cultura em que vive.
Como o modo de transmissão pode afetar o paciente
Pode afetar a compreensão da informação pelo paciente, a satisfação com o cuidado médico e nível de esperança e a adaptação psicológica.
Para quem a má notícia pode ser traumática
Paciente, familiares e médico, causando desconforto emocional e estresse. Situação difícil de lidar, com emoções experimentadas pelo paciente e suas reações.
Quais as barreiras à transmissão de más notícias
Emoções fortes como ansiedade, uma carga de responsabilidade pela notícia e o medo de uma avaliação negativa. Este stress cria uma relutância na transmissão de más notícias.
Como uma estratégia para transmitir más notícias pode ajudar
Pode aumentar a confiança no medica na tarefa de transmitir informação desfavorável e encorajar os pacientes a participarem em difíceis decisões sobre o tratamento. Médicos podem estar menos sujeitos ao stress e ao Burnout.
Como utilizar uma estratégia de comunicação
Forte aliada no processo de cuidar. Utilizada para estabelecer relação de confiança.
Comunicação individualizada (cultura, crenças, expectativas). Deve-se considerar as circunstâncias, conteúdos e sentimento envolvidos e manter uma postura empática.
Protocolo SPIKES 
Orientações gerais obre como sistematizar a transmissão de uma má notícia. 6 passos: 
Objetivos
Escutar o paciente com a finalidade de conhecer o seu grau de informação sobre a doença, suas expectativas e seu preparo para receber a má notícia.
Transmitir informação médica de maneira inteligível, de acordo com as possibilidades, necessidades e desejos do paciente.
Dar suporte ao paciente, utilizando habilidades profissionais para reduzir o impacto emocional e a sensação de isolamento experimentado por quem recebe a má notícia. 
Desenvolver uma estratégia, sob a forma de um plano de tratamento, com a contribuição e a colaboração do paciente.
ETAPA 1 - "Setting up" - Como planejar a entrevista
Rever dados que fundamentam a má notícia - resultados de exames, tratamentos anteriores, literatura médica e informações gerais sobre o paciente.
Avaliar seus próprios sentimentos (positivos e negativos) sobre a transmissão dessa má notícia para esse paciente.
Buscar ambiente com privacidade, informar sobre restrições de tempo ou interrupções que possam ser inevitáveis; desligar o celular ou pedir a um colega para atender.
Envolver pessoas importantes, se esse for o desejo do paciente.
Sentar-se e colocar-se disponível para o paciente. 
Considerar, sempre que o documento se referir ao paciente, à extensão para o acompanhante, familiar ou cuidador, quando necessário ou possível.
ETAPA 2 - "Perception" - Avaliar a percepção do paciente
Procurar saber como o paciente perceber sua situação médica - o que já lhe foi dito sobre seu quadro clínico e o que procurou saber por fontes leigas ou profissionais, internet etc.
Qual a sua compreensão sobre as razões pelas quais foram feitos os exames. Perceber se o paciente está comprometido com alguma variante de negação da doença, se houve omissão de detalhes médicos essenciais, se há expectativas não realistas do tratamento.
Corrigir desinformações e moldar a má notícia para a compreensão e a capacidade de absorção do paciente.
ETAPA 3 - "Invitation"- Avaliar desejo por informação
Procurar saber, desde o início do tratamento, se o paciente deseja informações detalhadas sobreo diagnóstico, o prognóstico e os pormenores dos tratamentos ou se quer ir pedindo informações gradativamente.
Oferecer-se para responder a qualquer pergunta ou para falar com familiares ou amigos. 
Negociar a transmissão de informação no momento em que se pedem exames - se o paciente vai querer detalhes sobre os resultados etc.
ETAPA 4 - "Knowledges" - Transmissão da notícia
Anunciar, com delicadeza, que más notícias estão por vir - dar tempo ao paciente para se dispor a escutá-las.
Evitar termos técnicos, adaptando-se ao vocabulário e ao nível de compreensão do paciente. Evitar a dureza excessiva, amenizando a transmissão de detalhes desnecessários.
Informar aos poucos, buscando conferir o progresso de uma compreensão.
Quando o prognóstico é ruim, evitar transmitir desesperança e desistência, valorizando, ao contrário, os cuidados paliativos, o alívio dos sintomas e o acompanhamento solidário.
ETAPA 5 - "Emotions" - Expressando emoções
Validar expressão de sentimentos e oferecer respostas afetivas às emoções dos pacientes e familiares. Favorecer a expressão dos pacientes e família sobre o impacto da má notícia, dando voz a seus sentimentos e emoções para ajudá-los a superar estados de choque e evitar descontrole.
Acolher a legítima expressão de sentimentos de ansiedade, raiva, tristeza ou inconformismo de pacientes e familiares, dando-lhes algum tempo para se acalmarem e abrindo-lhes as possibilidades de continuidade do acompanhamento.
Buscar respostas de reconhecimento e sintonia afetiva, ensaiar perguntar exploratórias que favoreçam a expressão dos sentimentos e das preocupações em jogo
ETAPA 6 - "Strategy and summary" - Resumindo e organizando estratégias
Resumir as principais questões abordadas e traçar uma estratégia ou um plano de tratamento para ajudar os pacientes a sentirem-se menos ansiosos e inseguros.
Antes de discutir um plano de tratamento, perguntar aos pacientes se eles estão prontos para essa discussão e se aquele é o momento. 
Compartilhar responsabilidades na tomada de decisão com o paciente (o que pode também reduzir qualquer sensação de fracasso da parte do médico quando o tratamento não é bem sucedido).
Avaliar o não entendimento de pacientes sobre a discussão, prevenindo sua tendência a superestimarem a eficácia ou não compreenderem o propósito do tratamento. 
Ser honesto sem destruir a esperança ou a vontade de viver dos pacientes.

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