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Questões - Comunicação de más notícias -

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Comunicação de más notícias
1) Por que transmitir uma “má notícia” é
considerada uma tarefa complexa da
comunicação?
Além do componente verbal de dar de fato uma
má notícia, ela também requer outras
habilidades. Estas incluem responder às reações
emocionais dos pacientes, o envolvimento na
tomada de decisão, tratar com o stress criado
pelas expectativas de cura do paciente, o
envolvimento de múltiplos membros da família,
e o dilema de como dar esperança quando a
situação é sombria. A complexidade da interação
pode por vezes criar sérios malentendidos como
um erro na compreensão sobre o prognóstico da
doença ou o propósito do cuidado. A
comunicação deficiente pode também impedir a
compreensão das expectativas do paciente em
relação ao tratamento ou o envolvimento no
planejamento do tratamento.
2) O que significa uma “má notícia”?
Má notícia pode ser definido como “qualquer
informação que afeta seriamente e de forma
adversa a visão de um indivíduo sobre seu
futuro” .
Entretanto, a má notícia está sempre “na
perspectiva de quem olha”, de modo que não se
pode estimar o impacto da má notícia até que se
tenha determinado as expectactivas e
compreensão de quem a recebe.
3) Como podemos melhorar a tarefa de
transmitir uma “má notícia”?
A tarefa de transmitir más notícias pode ser
melhorada pela compreensão
do processo envolvido e a sua abordagem como
um processo passo-a-passo,aplicando-se
princípios bem estabelecidos de comunicação e
aconselhamento.
4) A “má notícia” implica sempre em doença
grave ou terminal?
Não, Pode ser a transmissão de informação
clínica desfavorável. 
5) Quais as obrigações legais e éticas para com
o paciente na transmissão da má notícia,
segundo o princípio da autonomia?
Na América do Norte, os princípios do
consentimento informado, autonomia do
paciente e casos legais criaram obrigações
legais e éticas claras de proporcionar tanta
informação quanto os pacientes desejarem
sobre sua doença e tratamento. Médicos não
devem restringir informação médica mesmo que
suspeitem que esta tenha um efeito negativo
sobre o paciente. Ao mesmo tempo, uma
obrigação de revelar a verdade, sem cuidado ou
preocupação com a sensibilidade com que isto é
feito ou o compromisso de dar suporte e
assistência ao paciente na tomada de decisão,
pode resultar no paciente ficar tão aborrecido
quanto se lhe tivessem mentido. Como já foi
adequadamente sugerido, a prática da
frustração não pode ser remediada
instantaneamente por uma nova rotina de falar
a verdade de forma insensível.
6) Como o modo de transmissão da má pode
afetar paciente?
O modo como a má notícia é discutida pode
afetar a compreensão da informação pelo
paciente, a satisfação com o cuidado médico, o
nível de esperança, e a adaptação psicológica
subsequente. Médicos que têm dificuldade em
dar más notícias podem submeter os pacientes a
tratamentos duros além do ponto que se espera
que o tratamento possa ajudar. A ideia de que
receber informação médica desfavorável vai
invariavelmente causar dano psicológico não
tem base. Muitos pacientes desejam
informações precisas para lhes auxiliar em tomar
importantes decisões a respeito de qualidade de
vida. Entretanto, outros que achem isso muito
ameaçador, podem empregar formas de
negação, fuga ou minimização do significado da
informação, mesmo enquanto participando do
tratamento.
7) Para quem a “má notícia” pode ser
traumática?
O modo como a má notícia é discutida
pode afetar a compreensão da informação pelo
paciente [32], a satisfação com o cuidado
médico [33,34], o nível de esperança [35], e a
adaptação psicológica subsequente [36-38].
Médicos que têm dificuldade em dar más
notícias podem submeter os pacientes a
tratamentos duros além do ponto que se espera
que o tratamento possa ajudar. A idéia de que
receber informação médica desfavorável vai
invariavelmente causar dano psicológico não
tem base.
8) Quais são as barreiras à transmissão de más
notícias?
Tesser e outros conduziram experimentos
psicológicos que mostraram que o que carrega a
má notícia frequentemente experimenta
emoções fortes como ansiedade, uma carga de
responsabilidade pela notícia e o medo de uma
avaliação negativa. Este stress cria ma
relutância na transmissão de más notícias, que
ele chamou o efeito “MUM”. O efeito MUM é
particularmente forte quando já se percebe que
o receptor da má notícia está entristecido. Não é
difícil imaginar que esses fatores possam operar
quando há que se dar más notícias aos pacientes
com câncer.
9) Como pode uma estratégia para transmitir
más notícias ajudar o médico e o paciente?
Quando os médicos se sentem desconfortáveis
para dar más notícias eles podem evitar discutir
informações entristecedores, como um mau
prognóstico, ou levar o paciente a um otimismo
desaconselhável. Um plano para determinar os
valores do paciente, o desejo de participar na
tomada de decisão, e uma estratégia de
abordagem de sua tristeza quando a má notícia
é transmitida pode aumentar a confiança do
médico na tarefa de transmitir informação
médica desfavorável. Pode também encorajar os
pacientes a participarem em difíceis decisões
sobre o tratamento, como quando há uma
pequena probabilidade de um tratamento
diretamente dirigido ao câncer seja eficaz.
Finalmente, médicos que se sentem confortáveis
na transmissão de uma má notícia podem estar
menos sujeitos ao stress e ao burnout.
10) O que é o “Protocolo de Spikes”?
É um protocolo para a transmissão de
informações desfavoráveis – “transmitindo más
notícias” – para os pacientes com câncer, sobre
suas doenças. Direto e prático, este protocolo
preenche as necessidades definidas pelas
pesquisas publicadas sobre este tópico.
11) Como enfrentar o dilema de revelar ou não
uma informação a um paciente cujos familiares
solicitam que nada seja dito?
12) Quais são os objetivos do Protocolo de
Spikes?
Determinar conhecimento do paciente e suas
expectativas e preparo para ouvir a má notícia;
prover informação inteligível, de acordo com as
necessidades e desejos do paciente; apoiar o
paciente, utilizando habilidades para reduzir o
impacto emocional e a sensação de isolamento
experimentados pelo receptor da má notícia; e
desenvolver uma estratégia sob a forma de um
plano de tratamento com a contribuição e
colaboração do paciente.
13) Explique a Etapa 1 do Protocolo de Spikes.
A etapa 1 trata sobre o planejamento da
entrevista, em que o ensaio mental é
preconizado para proporcionar o maior conforto
possível ao paciente. Nesse ínterim, são
prezados alguns aspectos: busca por
privacidade, envolvimento de pessoas
importantes, posicionamento sentado, conexão
com o paciente e alternativas para lidar com
tempo e interrupções.
14) Explique a Etapa 2 do Protocolo de Spikes.
A segunda etapa baseia-se essencialmente no
axioma “antes de contar, pergunte”, por meio de
que o médico usa perguntas abertas para criar
um quadro razoavelmente preciso de como o
paciente percebe a situação médica. Baseado
nisso, o profissional pode corrigir informações
erradas e moldar a má notícia para a
compreensão do paciente.
15) Explique a Etapa 3 do Protocolo de Spikes.
A terceira etapa está relacionada à obtenção de
convite do paciente, por meio de qual o médico
ouve o paciente até que ele peça por maiores
informações, diminuindo a ansiedade associada
à comunicação da má notícia. Esquivar-se da
informação é o mecanismo psicológico válido
durante esse processo.
16) Explique a Etapa 4 do Protocolo deSpikes.
A quarta etapa trata sobre a propagação de
conhecimento e informação ao paciente, em que
o transmissor o previne de ansiedade
antecedendo-lhe sobre o conteúdo negativo da
mensagem. Algumas orientações podem facilitar
o processo: falar no mesmo nível lexical do
paciente, evitar termos técnicos e dureza
excessiva, além de dar a informação aos
pouquinhos, em que, se o prognóstico for ruim,
deve ser desvelado por palavras amortecedoras.
17) Explique a Etapa 5 do Protocolo de Spikes.
A etapa cinco trata sobre a abordagem
emocional do paciente com respostas afetivas,
que podem variar de silêncio a incredulidade,
choro, raiva ou negação. Essa resposta afetiva é
interpretada por quatro etapas: observar
emoção do paciente, identificar e nomear
emoção vivida pelo paciente, identificar razão da
emoção e ligar emoção com o motivo da emoção
por uma afirmativa. Após a expressão
emocional, o diálogo continua normalmente. Se
o paciente velar seus sentimentos, é preferível
que o médico expresse suas emoções.
18) Explique a Etapa 6 do Protocolo de Spikes.
A última etapa trata sobre estratégia e resumo,
em que se deve avaliar se os pacientes estão
preparados para a discussão de seus
tratamentos e prognósticos. Nesse momento, os
médicos preocupam-se muito sobre como
devem transmitir sua mensagem, em razão do
desconforto gerado. Para que isso seja
diminuído, o médico pode utilizar algumas das
estratégias abordadas em outras etapas,

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