Buscar

RESUMO direito penal I e II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL 
 
 É COAÇÃO LEGAL -> é o conjunto de NJ voltado à fixação dos 
limites do poder de punitivo do Estado, institucionalizando, 
instituindo infrações penais, e as sanções correspondentes, bem 
como regras à sua aplicação. 
 Direito penal objetivo: é o corpo de normas jurídicas 
destinadas ao combate à criminalidade, garantindo a 
defesa da sociedade. 
 Direito penal subjetivo: inexiste -> é o que o Estado faz 
valer, quando um crime ocorrer, é seu soberano poder de 
punir e não meramente um direito. 
1) TEORIA: a) FINALISTA DA AÇÃO: procura descobrir a finalidade do 
indivíduo ao cometer o crime, considera o crime a intensão da ação, o 
resultado que o autor pretendia causar -> NÃO É A CONDUTA OU O 
RESUTADO FINAL QUE IMPORTA, MAS A INTENÇÃO. 
b) CAUSUISTICA DA AÇÃO: procura punir o resultado da 
ação/omissão do individuo -> PUNE PELO RESULTADO MAIS GRAVE, 
NUNCA PELA INTENÇÃO. 
2) PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL: 
a) DA LEGALIDADE (OU DA RESERVA LEGAL): O Direito 
Penal moderno se assenta em determinados princípios fundamentais, 
próprios do Estado de Direito democrático, entre os quais sobreleva o da 
legalidade dos delitos e das penas, da reserva legal ou da intervenção 
legalizada, que tem base constitucional expressa. A sua dicção legal tem 
sentido amplo: não há crime (infração penal), nem pena ou medida de 
segurança (sanção penal) sem prévia lei (stricto sensu) Assim, o princípio 
da legalidade tem quatro funções fundamentais: a) Proibir a 
retroatividade da lei penal (nullum crimen nulla poena sine lege praevia) 
b) Proibir a criação de crimes e penas pelo costume (nullum crimen nulla 
poena sine lege scripta); c) Proibir o emprego da analogia para criar 
crimes, fundamentar ou agravar penas (nullum crimen nulla poena sine 
lege stricta);d) Proibir incriminações vagas e indeterminadas (nullum 
crimen nulla poena sine lege certa); 
b) IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL: ressalvada a 
retroatividade favorável ao acusado. Fundamentam-se a regra geral nos 
princípios da reserva legal, da taxatividade e da segurança jurídica - 
princípio do favor libertatis, e a hipótese excepcional em razões de política 
criminal (justiça). Trata-se de restringir o arbítrio legislativo e judicial na 
elaboração e aplicação de lei retroativa prejudicial.A regra constitucional 
(art. 5º, XL) é no sentido da irretroatividade da lei penal; a exceção é a 
retroatividade, desde que seja para beneficiar o réu. Com essa vertente 
do princípio da legalidade tem-se a certeza de que ninguém será punido 
por um fato que, ao tempo da ação ou omissão, era tido como um 
indiferente penal, haja vista a inexistência de qualquer lei penal 
incriminando-o. 
c) TAXATIVIDADE OU DA DETERMINAÇÃO (NULLUM 
CRIMEN SINE LEGE SCRIPTA ET STRICTA): Diz respeito à técnica 
de elaboração da lei penal, que deve ser suficientemente clara e precisa 
na formulação do conteúdo do tipo legal e no estabelecimento da sanção 
para que exista real segurança jurídica. Tal assertiva constitui postulado 
indeclinável do Estado de direito material - democrático e social. O 
princípio da reserva legal implica a máxima determinação e taxatividade 
dos tipos penais, impondo-se ao Poder Legislativo, na elaboração das leis, 
que redija tipo penais com a máxima precisão de seus elementos, bem 
como ao Judiciário que as interprete restritivamente, de modo a 
preservar a efetividade do princípio. 
d) DA CULPABILIDADE: O princípio da culpabilidade possui 
três sentidos fundamentais: A) Culpabilidade como elemento integrante 
da teoria analítica do crime – a culpabilidade é a terceira característica 
ou elemento integrante do conceito analítico de crime, sendo estudada, 
sendo Welzel, após a análise do fato típico e da ilicitude, ou seja, após 
concluir que o agente praticou um injusto penal; B) Culpabilidade como 
princípio medidor da pena – uma vez concluído que o fato praticado pelo 
agente é típico, ilícito e culpável, podemos afirmar a existência da 
infração penal. Deverá o julgador, após condenar o agente, encontrar a 
pena correspondente à infração praticada, tendo sua atenção voltada para 
a culpabilidade do agente como critério regulador; C) Culpabilidade como 
princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva, ou seja, da 
responsabilidade penal sem culpa – o princípio da culpabilidade impõe a 
subjetividade da responsabilidade penal. Isso significa que a imputação 
subjetiva de um resultado sempre depende de dolo, ou quando previsto, 
de culpa, evitando a responsabilização por caso fortuito ou força maior. 
e) DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS: O 
pensamento jurídico moderno reconhece que o escopo imediato e 
primordial do Direito Penal reside na proteção de bens jurídicos - 
essenciais ao indivíduo e à comunidade -, dentro do quadro axiológico 
constitucional ou decorrente da concepção de Estado de Direito 
democrático (teoria constitucional eclética). 
f) DA INTERVENÇÃO MÍNIMA (OU DA 
SUBSIDIARIEDADE): Estabelece que o Direito Penal só deve atuar na 
defesa dos bens jurídicos imprescindíveis à coexistência pacífica das 
pessoas e que não podem ser eficazmente protegidos de forma menos 
gravosa. Desse modo, a lei penal só deverá intervir quando for 
absolutamente necessário para a sobrevivência da comunidade, 
como ultima ratio. O princípio da intervenção mínima é o responsável não 
só pelos bens de maior relevo que merecem a especial proteção do Direito 
Penal, mas se presta, também, a fazer com que ocorra a chamada 
descriminalização. Se é com base neste princípio que os bens são 
selecionados para permanecer sob a tutela do Direito Penal, porque 
considerados como de maior importância, também será com fundamento 
nele que o legislador, atento às mutações da sociedade, que com sua 
evolução deixa de dar importância a bens que, no passado, eram da maior 
relevância, fará retirar do ordenamento jurídico-penal certos tipos 
incriminadores. 
g) FRAGMENTARIEDADE: A função maior de proteção dos 
bens jurídicos atribuída à lei penal não é absoluta. O que faz com que só 
devem eles ser defendidos penalmente frente a certas formas de agressão, 
consideradas socialmente intoleráveis. Isto quer dizer que apenas as 
ações ou omissões mais graves endereçadas contra bens valiosos podem 
ser objeto de criminalização. O caráter fragmentário do Direito Penal 
aparece sob uma tríplice forma nas atuais legislações penais: 
a) defendendo o bem jurídico somente contra-ataques de especial 
gravidade, exigindo determinadas intenções e tendências, excluindo a 
punibilidade da ação culposa em alguns casos etc; b) tipificando somente 
uma parte do que nos demais ramos do ordenamento jurídico se estima 
como antijurídico; c) deixando, em princípio, sem castigo, as ações 
meramente imorais, como a homossexualidade e a mentira. 
h) DA PESSOALIDADE DA PENA (DA 
RESPONSABILIDADE PESSOAL OU DA INTRANSCENDÊNCIA DA 
PENA): Impede-se a punição por fato alheio, vale dizer, só o autor da 
infração penal pode ser apenado (CF, art. 5º, XLV). Havendo falecimento 
do condenado, a pena que lhe fora infligida, mesmo que seja de natureza 
pecuniária, não poderá ser estendida a ninguém, tendo em vista seu 
caráter personalíssimo, quer dizer, somente o autor do delito é que pode 
submeter-se às sanções penais a ele aplicadas. Todavia, se estivermos 
diante de uma responsabilidade não penal, como a obrigação de reparar 
o dano, nada impede que, no caso de morte do condenado e tendo havido 
bens para transmitir aos seus sucessores, estes respondem até as forças 
da herança. A pena de multa, apesar de ser considerada agora dívida de 
valor, não deixou de ter caráter penal e, por isso, continua obedecendo a 
este princípio. 
i) INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA A individualização da 
pena ocorre em três momentos: a) Cominação – a primeira fase de 
individualização da pena se inicia com a seleção feita pelo legislador, 
quando escolhe para fazer parte dopequeno âmbito de abrangência do 
Direito Penal aquelas condutas, positivas ou negativas, que atacam 
nossos bens mais importantes. Uma vez feita essa seleção, o legislador 
valora as condutas, cominando-lhe penas de acordo com a importância do 
bem a ser tutelado. b) Aplicação – tendo o julgador chegado à conclusão 
de que o fato praticado é típico, ilícito e culpável, dirá qual a infração 
praticada e começará, agora, a individualizar a pena a ele 
correspondente, observando as determinações contidas no 
art. 59 do Código Penal (MÉTODO TRIFÁSICO). c) Execução penal – a 
execução não pode igual para todos os presos, justamente porque as 
pessoas não são iguais, mas sumamente diferentes, e tampouco a 
execução pode ser homogênea durante todo período de seu cumprimento. 
Individualizar a pena, na execução consiste em dar a cada preso as 
oportunidades para lograr a sua reinserção social, posto que é pessoa, ser 
distinto. 
j) PROPORCIONALIDADE DA PENA: Deve existir sempre 
uma medida de justo equilíbrio entre a gravidade do fato praticado e a 
sanção imposta. A pena deve ser proporcionada ou adequada à magnitude 
da lesão ao bem jurídico representada pelo delito e a medida de segurança 
à periculosidade criminal do agente. O princípio da proporcionalidade 
rechaça, portanto, o estabelecimento de cominações legais 
(proporcionalidade em abstrato) e a imposição de penas 
(proporcionalidade em concreto) que careçam de relação valorativa com o 
fato cometido considerado em seu significado global. Tem assim duplo 
destinatário: o poder legislativo (que tem de estabelecer penas 
proporcionadas, em abstrato, à gravidade do delito) e o juiz (as penas que 
os juízes impõem ao autor do delito tem de ser proporcionais à sua 
concreta gravidade). 
k) DA HUMANIDADE (OU DA LIMITAÇÃO DAS PENAS) 
Em um Estado de Direito democrático veda-se a criação, a aplicação ou a 
execução de pena, bem como de qualquer outra medida que atentar contra 
a dignidade humana. Apresenta-se como uma diretriz garantidora de 
ordem material e restritiva da lei penal, verdadeira salvaguarda da 
dignidade pessoal, relaciona-se de forma estreita com os princípios da 
culpabilidade e da igualdade. Está previsto no art. 5º, XLVII, que proíbe 
as seguintes penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; b) de 
caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis. “Um 
Estado que mata, que tortura, que humilha o cidadão não só perde 
qualquer legitimidade, senão que contradiz sua razão de ser, colocando-
se ao nível dos mesmos delinquentes” (Ferrajoli). 
l) DA ADEQUAÇÃO SOCIAL: Apesar de uma conduta se 
subsumir ao modelo legal não será tida como típica se for socialmente 
adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo da ordem social da 
vida historicamente condicionada. Outro aspecto é o de conformidade ao 
Direito, que prevê uma concordância com determinações jurídicas de 
comportamentos já estabelecidos. O princípio da adequação social possui 
dupla função. Uma delas é a de restringir o âmbito de abrangência do tipo 
penal, limitando a sua interpretação, e dele excluindo as condutas 
consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade. A segunda 
função é dirigida ao legislador em duas vertentes. A primeira delas o 
orienta quando da seleção das condutas que deseja proibir ou impor, com 
a finalidade de proteger os bens considerados mais importantes. Se a 
conduta que está na mira do legislador for considerada socialmente 
adequada, não poderá ele reprimi-la valendo-se do Direito Penal. A 
segunda vertente destina-se a fazer com que o legislador repense os tipos 
penais e retire do ordenamento jurídico a proteção sobre aqueles bens 
cujas condutas já se adaptaram perfeitamente à evolução da sociedade. 
m) DA INSIGNIFICÂNCIA (OU DA BAGATELA): 
Relacionado o axioma minima non cura praeter, enquanto manifestação 
contrária ao uso excessivo da sanção penal, postula que devem ser tidas 
como atípicas as ações ou omissões que afetam muito infimamente a um 
bem jurídico-penal. A irrelevante lesão do bem jurídico protegido não 
justifica a imposição de uma pena, devendo-se excluir a tipicidade em caso 
de danos de pouca importância.“A insignificância da afetação [do bem 
jurídico] exclui a tipicidade, mas só pode ser estabelecida através da 
consideração conglobada da norma: toda ordem normativa persegue uma 
finalidade, tem um sentido, que é a garantia jurídica para possibilitar 
uma coexistência que evite a guerra civil (a guerra de todos contra todos). 
A insignificância só pode surgir à luz da finalidade geral que dá sentido 
à ordem normativa, e, portanto, à norma em particular, e que nos indica 
que essas hipóteses estão excluídas de seu âmbito de proibição, o que não 
pode ser estabelecido à luz de sua consideração isolada”. (Zaffaroni e 
Pierangeli) 
n) DA LESIVIDADE: Os princípios da intervenção mínima e 
da lesividade são como duas faces da mesma moeda. Se, de um lado, a 
intervenção mínima somente permite a interferência do Direito Penal 
quando estivermos diante de ataques a bens jurídicos importantes, o 
princípio da lesividade nos esclarecerá, limitando ainda mais o poder do 
legislador, quais são as condutas que deverão ser incriminadas pela lei 
penal. Na verdade, nos esclarecerá sobre quais são as condutas que não 
poderão sofrer os rigores da lei penal. O mencionado princípio proíbe a 
incriminação de: a) uma atitude interna (pensamentos ou sentimentos 
pessoais); b) uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor 
(condutas não lesivas a bens de terceiros); c) simples estados ou condições 
existenciais (aquilo que se é, não o que se fez); d) condutas desviadas 
(reprovadas moralmente pela sociedade) que não afetem qualquer bem 
jurídico. 
o) DA EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL: A lei penal, 
mesmo depois de revogada, pode continuar a regular fatos ocorridos 
durante a vigência ou retroagir para alcançar aqueles que aconteceram 
anteriormente à sua entrada em vigor. Essa possibilidade que é dada á 
lei penal de se movimentar no tempo é chamada de extra atividade. A 
regra geral é a da irretroatividade in pejus; a exceção é a retroatividade in 
mellius. 
p) PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE: O CP determina a 
aplicação da lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras 
de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. O 
Brasil não adotou uma teoria absoluta da territorialidade, mas sim uma 
teoria conhecida como temperada, haja vista que o Estado, mesmo sendo 
soberano, em determinadas situações, pode abrir mão da aplicação de sua 
legislação, em virtude de convenções, tratados e regras de direito 
internacional. 
q) PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE: Ao 
contrário do princípio da territorialidade, cuja regra geral é a aplicação 
da lei brasileira àqueles que praticarem infrações dentro do território 
nacional, incluídos aqui os casos considerados fictamente como sua 
extensão, o princípio da extraterritorialidade se preocupa com a aplicação 
da lei brasileira além de nossas fronteiras, em países estrangeiros. 
r) DA ESPECIALIDADE: Especial é a norma que possui 
todos os elementos da geral e mais alguns, denominados 
“especializantes”, que trazem um minus ou um plus de severidade. A lei 
especial prevalece sobre a geral. Afasta-se, dessa forma, o bis in idem, 
pois o comportamento do sujeito só é enquadrado na norma incriminadora 
especial, embora também estivesse descrito na geral. 
s) DA SUBSIDIARIEDADE: Subsidiária é aquela norma que 
descreve um graus menor de violação do mesmo bem jurídico, isto é, um 
fato menos amplo e menos grave, o qual, embora definido como delito 
autônomo, encontra-se também compreendido em outro tipo como fase 
normal de execução do crime mais grave. Define, portanto, como delito 
independente, conduta que funciona como parte de um crime maior. 
t) DA CONSUNÇÃO: É o princípio segundo o qual um fato 
maisgrave e mais amplo consome, isto é, absorve, outros fatos menos 
amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou 
execução ou como mero exaurimento. Hipóteses em que se verifica a 
consunção: crime progressivo (ocorre quando o agente, objetivando desde 
o início, produzir o resultado mais grave, pratica, por meio de atos 
sucessivos, crescentes violações ao bem jurídico); crime complexo (resulta 
da fusão de dois ou mais delitos autônomos, que passam a funcionar como 
elementares ou circunstâncias no tipo complexo). 
u) DA ALTERNATIVIDADE: Ocorre quando a norma 
descreve várias formas de realização da figura típica, em que a realização 
de uma ou de todas configura um único crime. São os chamados tipos 
mistos alternativos, os quais descrevem crimes de ação múltipla ou de 
conteúdo variado. Não há propriamente conflito entre normas, mas 
conflito interno na própria norma. 
v) DA PROSCRIÇÃO DA ANALOGIA: Se por analogia, em 
direito penal, entende-se completar o texto legal de maneira a estendê-lo 
para proibir o que a lei não proíbe, considerando antijurídico o que a lei 
justifica, ou reprovável o que ela não reprova ou, em geral, punível o que 
não é por ela penalizado, baseando a conclusão em que proíbe, não 
justifica ou reprova condutas similares, este procedimento de 
interpretação é absolutamente vedado no campo da elaboração científico-
jurídica no campo do direito penal. 
w) DA INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA (IN DUBIO PRO 
REO): Costuma-se afirmar que o princípio não é uma regra de 
interpretação, mas um critério de valoração da prova. Ele nos indica a 
atitude que necessariamente devemos adotar para entender uma 
expressão legal que tem sentido dúbio ou múltiplo, mas pode ser 
descartado ante a contradição da lei com o resto do sistema. 
x) DA INTRANSCENDÊNCIA (OU PERSONALIDADE DA 
PENA): Nunca se pode interpretar uma lei penal no sentido de que a pena 
transcende da pessoa que é autora ou partícipe do delito. A pena é uma 
medida de caráter estritamente pessoal, em virtude de consistir em uma 
ingerência ressocializadora sobre o apenado. Daí que se deva evitar toda 
consequência da pena que afete a terceiros. 
y) DA HUMANIDADE: Há um princípio geral de 
racionalidade que deriva da CF ou do princípio republicano, que exige 
certa vinculação eqüitativa entre o delito e sua conseqüência jurídica, 
mas este princípio vincula-se intimamente também com o princípio da 
humanidade, que se deduz da proscrição da pena de morte, perpétua, de 
banimento, trabalhos forçados e penas cruéis (CF, art. 5º, XLVII). 
z) DA RETRIBUTIVIDADE OU CONSEQUÊNCIALIDADE 
DA PENA COM RELAÇÃO AO DELITO: Nulla poena sine crimine. 
aa) DA LEGALIDADE: - Nullum crimen sine legem. 
bb) MERA LEGALIDADE OU DA LATA 
LEGALIDADE: Exige a lei como condição necessária da pena e do delito. 
A lei é condicionante. A simples legalidade da forma e da fonte é condição 
da vigência ou da existência das normas que preveem penas e delitos, 
qualquer que seja seu conteúdo. O princípio convencionalista da mera 
legalidade é norma dirigida aos juízes, aos quais prescreve que considera 
delito qualquer fenômeno livremente qualificado como tal na lei. 
cc) DA LEGALIDADE ESTRITA: Exige todas as demais 
garantias como condições necessárias da legalidade penal. A lei é 
condicionada. A legalidade estrita ou taxatividade dos conteúdos resulta 
de sua conformidade com as demais garantias e, por hipótese de 
hierarquia constitucional, é condição de validade ou legitimidade das leis 
vigentes. O pressuposto necessário da verificabilidade ou da 
falseabilidade jurídica é que as definições legais que estabeleçam as 
conotações das figuras abstratas de delito e, mais em geral, dos conceitos 
penais sejam suficientemente precisas para permitir, no âmbito de 
aplicação da lei, a denotação jurídica (ou qualificação, classificação ou 
subsunção judicial) de fatos empíricos exatamente determinados. 
dd) NECESSIDADE OU DA ECONOMIA DO DIREITO 
PENAL: Nulla lex (poenalis) sine necessitate. Justamente porque a 
intervenção punitiva é a técnica de controle social mais gravosamente 
lesiva da dignidade e da dignidade dos cidadãos, o princípio da 
necessidade exige que se recorra a ela apenas como remédio extremo. Se 
o Direito Penal responde somente ao objetivo de tutelar os cidadãos e 
minimizar a violência, as únicas proibições penais justificadas por sua 
“absoluta necessidade” são, por sua vez, as proibições mínimas 
necessárias. 
ee) DA LESIVIDADE OU DA OFENSIVIDADE DO 
EVENTO: Nulla necessitas sine injuria. A lei penal tem o dever de 
prevenir os mais altos custos individuais representados pelos efeitos 
lesivos das ações reprováveis e somente eles podem justificar o custo das 
penas e das proibições. O princípio axiológico da separação entre direito 
e moral veta, por sua vez, a proibição de condutas meramente imorais ou 
de estados de ânimo pervertidos, hostis, ou, inclusive, perigosos. 
ff) DA MATERIALIDADE OU DA EXTERIORIDADE DA 
AÇÃO: Nulla injuria sine actione. Nenhum dano, por mais grave que seja, 
pode-se estimar penalmente relevante, senão como efeito de uma ação. 
Em conseqüência, os delitos, como pressupostos da pena não podem 
consistir em atitudes ou estados de ânimo interiores, nem sequer, 
genericamente, em fatos, senão que devem se concretizar em ações 
humanas – materiais, físicas ou externas, quer dizer, empiricamente 
observáveis – passíveis de serem descritas, enquanto tais, pelas leis 
penais. 
gg) DA CULPABILIDADE OU DA 
RESPONSABILIDADE PESSOAL: Nulla actio sine culpa. 
hh) DE UTILIDADE: As proibições não devem só ser 
dirigidas à tutela de bens jurídicos como, também, devem ser idôneas. 
Obriga a considerar injustificada toda proibição da qual, previsivelmente, 
não derive a desejada eficácia intimidatória, em razão dos profundos 
motivos – individuais, econômicos e sociais – de sua violação; e isso à 
margem do que se pense sobre a moralidade e, inclusive, sobre a 
lesividade da ação proibida. 
ii) DA AXIOLÓGICO DE SEPARAÇÃO ENTRE DIREITO E 
MORAL: A valorização da interiorização da moral e da autonomia da 
consciência é traço distintivo da ética laica moderna, a reivindicação da 
absoluta licitude jurídica dos atos internos e, mais ainda, de um direito 
natural à imoralidade é o princípio mais autenticamente revolucionário 
do liberalismo moderno. 
3) FONTE DO DIREITO PENAL: a fonte material do direito penal é a 
UNIÃO, excepcionalmente, o ESTADO-MEMBROS se autoriza por lei 
complementar editado pela União. A fonte formal é a lei em sentido 
estrito -> interpretação é o processo de conhecimento da norma. 
a) Interpretação extensiva: conhecimento da norma por meio de 
ampliação do sentido determinado termo para dar lógica a sua 
aplicação, o que admissível no direito penal. 
b) Interpretação analógica: conhecimento da norma por meio de 
comparação entre termos, ampliando-se o seu alcance, dentro dos 
critérios previsto pela própria lei penal. 
c) Analogia: processo de integração do sistema normativo, suprindo-
se lacunas e aplicando-se norma existente a caso semelhantes ao 
que seria cabível. 
d) Analogia em malam partem: Em caso de omissão do legislador 
quanto à determinada conduta, aplica-se a analogia, sendo que a 
analogia in malam partem é aquela onde adota-se lei prejudicial ao 
réu, reguladora de caso semelhante. Trata-se de medida com 
aplicação impossível no Direito Penal moderno, pois este é defensor 
do Princípio da Reserva Legal, e ademais, lei que restringe direitos 
não admite-se analogia. 
e) Analogia in bonam partem: É o uso da analogia em benefício do 
réu, pois permite a sua absolvição ou aplicação de pena mais 
branda a uma situação fática não prevista expressamente em lei. 
Em face do princípio da legalidade, somente se admite 
a analogia benéfica em casos excepcionais. 
4) CRIME: = DELITO = TIPO -> é uma espécie de ato antijurídico que 
é praticado pelo homem, quecria, extingue ou modifica direitos e 
obrigações, é apenas aquilo que está tipificado em lei (principio da 
legalidade) -> contravenção penal: infração penal, crime menor -> 
TIPO= TIPO OBJETIVO+TIPO SUBJETIVO. 
a) Tipo objetivo: descrição objetivo da ação/omissão que é infração 
penal. 
b) Tipo subjetivo: é a condita em sentido estrito, o crime que o 
indivíduo queria cometer se haver ação ou omissão. 
 Para ser crime, necessita-se de mais que apenas o tipo 
objetivo, necessita-se de: TIPO SUBEJETIVO, 
CULPABILIDADE (ART.29) E DA MATERIALIDADE 
(DESCRIÇÃO DO CRIME). 
c) Crime meio: é crime menos grave que há entrado no crime mais 
grave. 
d) Crime de perigo: crime de tentativa, não é o crime completo. 
e) Sujeito: a) ativo: o que PRATICA/AUTOR o ato, normalmente é 
ocuto; b) passível: o que SOFRE/VITIMA, nem sempre é palpável, 
especialmente, em crimes onde a vitima inicial é a sociedade 
(SUJEITO PASSIVO INDIRETO) e o secundário é um individuo 
(SUJEITO PASSIVO DIREITO). 
f) Objeto: a) bem jurídico tutelado: é o bem protegido pelo direto 
penal; b) objeto material: o objeto que sofre DIRETAMENTE a 
ação, nem sempre será o bem jurídico tutelado, ele pode ser o fruto 
do crime (via de regra, mas nem sempre ocorrer). 
g) Detenção: para crime culposo, crimes mais simples; 
h) Reclusão: para crime doloso, crimes mais graves 
i) Intervenção: para criminosos que não compreender certo e errado, 
para aqueles com algum tipo de distúrbio -> MEDIDA DE 
SEGURANÇA SOCIAL 
OBS: Silogismo socrático: Silogismo é um modelo de raciocínio 
baseado na ideia da dedução, composto por duas premissas que geram 
uma conclusão. O silogismo jurídico é um modelo de pensamento lógico 
que os profissionais do direito (advogados, juízes, promotores de justiça e 
etc) executam, principalmente, durante a apresentação de pareceres 
criminais, por exemplo. A estrutura de um silogismo jurídico seria 
dividida em três etapas: a apresentação de uma premissa maior, baseada 
na lei; o caso concreto, ou seja, a apresentação dos fatos como ocorreram; 
e, por fim, a conclusão que consiste na aplicação da lei ao fato. Por 
exemplo: “Matar uma pessoa é crime e assassino deve ser punido. Ora, 
João matou uma pessoa. Logo, João deve ser punido”. 
 
 A norma de direito penal de tem duas camadas: 1) camada 
principal: descrição da conduta (texto de lei); 2) Camada 
segundaria: pena; c)conduta: núcleo (elemento principal), 
elemento normativo. 
j) Normal penal em branco: não tem definição -> é preceito 
incompleto, que precisa da complementação de outra normas. Dois 
tipos: 1)sentido lato: são as que o complemento é originário da 
mesma fonte formal de que a norma incriminadora, a norma 
encarregada de complementar possui a mesma fonte que a norma 
em branco; 2) sentido estrito: são as que a complementação é 
originária de outra instancia legislativa, diversa da norma a ser 
complementada -> heterogeneidade de fontes. 
k) Crime culposo: quando não se toma o efetivo cuidado para não se 
chegar ao resultado -> NÃO HÁ INTENSÃO DE COMETER O 
CRIME. 
l) Crime doloso: Quando EXISTE a intenção desse cometer o crime, 
faz parte do crime, esconder que se faz -> Crimes contra a vida 
(art.121-128 -> vão a júri popular) 
m) CRIME HEDIONDO: LEI N.8072: são crimes que merecem maior 
reprovação do Estado, são mais graves, revoltante, que causam 
maior aversão na coletidade -> CRIMES DE GRAVIDADE 
ACENTUADA -> Sendo eles: Homicídio simples praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio; Homicídio 
qualificado; Crime de lesão corporal de natureza 
gravíssima; Lesão corporal seguida de morte; (Em ambos 
os casos (de lesão corporal), é necessário que sejam 
praticados contra agente de segurança pública ou das forças 
armadas, identificados nos artigos 142 e 144 da Constituição 
Federal ou contra seus familiares;) Latrocínio; Extorsão 
qualificada pela morte; Extorsão mediante sequestro e pela 
forma qualificada; Estupro; Estupro de vulnerável; 
Epidemia com resultado morte; Falsificação, corrupção, 
adulteração ou alteração de produtos destinados a fins 
terapêuticos ou medicinais; Favorecimento da prostituição 
ou outra forma de exploração sexual de criança, adolescente 
ou vulnerável; Genocídio; Posse ou porte ilegal de arma de 
fogo de uso restrito; trafico ilícito de entorpecentes, tortura e 
terrorismo. 
n) Crime permanente: é crime cujo o memento da consumação 
se prolonga no tempo por vontade do agente. 
o) Crimes continuado: beneficio que se da ao agente que comete 
2 ou mais crimes da mesma espécies, usando a mesma forma 
de ação, desde que dentro de um prazo razoável para 
caracterizar continuidade entre eles, pois para 
abrandamento da pena, aplica-se pena de só um dos crimes, 
se idênticos, ou do mais greve. 
 
 
5) NORMAS EXPLICÁVEIS: ART. 1-120 -> normas de 
caráter legal e institucional. 
a) Art. 1 -> anterioridade da lei -> unido ao princípio da 
legalidade compõe os princípios da reserva legal, ou seja, nenhuma 
pena poderá ser aplicada se não houver sanção pré-existente e 
correspondente ao fato. Por exemplo, um indivíduo comete um ato 
que ao ver de uma pessoa ou do Estado seja de alguma forma 
prejudicial, todavia, esse ato não é crime se não estiver 
anteriormente instituído em uma lei. O delito e a pena precisarão 
ser encontrados em uma lei vigente ao tempo da prática do ato, 
sendo instituída a lei após o ato não retroagirá para puni-lo. Há de 
ser feita uma importante observação em relação ao parágrafo único 
do artigo 2°: se a lei posterior vier favorecendo de alguma forma o 
réu retroagirá para que se faça justiça. Não descobrir o crime no 
ato da prática não quer dizer que o indivíduo estará isento. Sendo 
descoberto antes da prescrição o Estado terá o direito e o dever de 
julgá-lo. 
 
b) Art. 2: Lei penal no tempo: “considera-se praticado o crime 
no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento 
do resultado. É oriunda do princípio da atividade, pois tempus regit 
actum (o tempo rege o ato). Na prática, o aplicador da lei deve saber 
a data do crime e procurar a legislação vigente à época. Caso a lei 
tenha sido revogada, retroage, se mais gravosa, não retroage. 
Oriunda do princípio da legalidade, a lei penal incriminadora deve 
ser anterior ao fato. Se posterior é irretroativa. quando a lei 
revogadora é mais benéfica, ela será retroativa. Quando a lei 
revogada é mais benéfica, ela será ultra-atividade, aplicando-se aos 
fatos cometidos durante sua vigência. 
OBS: Teorias necessárias: 
 Abolitio Criminis: “é a descriminalização de determinada 
conduta por lei nova que deixa de considerar crime conduta 
anteriormente tipificada como ilícito penal. Ela apaga 
qualquer efeito da lei penal incriminadora, da pena em 
cumprimento, passando pelo processo e chegando até a 
própria anotação na ficha criminal do indivíduo, não 
podendo ser considerada para configurar reincidência ou 
maus antecedentes.” 
 Novatio Legis Incriminadora: “é a hipótese inversa, ou 
seja, lei nova que tipifica conduta que antes não era 
considerada crime. Consagrando a anterioridade da lei 
penal, não se aplica a fatos anteriores e sua vigência.” 
 Lex Mitior: “lei posterior que melhora a situação do sujeito. 
Corolário da retroatividade da lei mais benigna, como 
consagrado na CF88, a lei posterior mais benéfica sempre 
retroage, alcançando inclusive os fatos já alcançados por 
decisão condenatória já transitada em julgado. Diferencia-se 
da abolitio criminis, uma vez que aqui não é a conduta, mas 
outras circunstâncias que são modificadas pela nova lei como: 
pena ou tempo de prescrição”. 
 Lex Gravior: “lei posterior que agrava a situação do sujeito. 
A lei mais gravosa não retroage, aplicando-se apenas aos fatos 
ocorridos após sua vigência. Aos fatos anteriores a lei mais 
gravosa, se aplica a lei anterior mais benigna (ultra-atividade 
da lei mais benigna).” 
c) Art.3: Lei excepcional ou temporária: A Lei excepcional ou 
lei temporária em sentido amplo, por sua vez, consiste em norma 
que tem por escopo atender necessidades estatais transitórias, tais 
como guerra ou calamidade, perdurando por todo o período 
considerado excepcional. Conclui-se, portanto, que fatos ocorridos 
sob a égide das leis temporárias e lei excepcional não são excluídas 
ou beneficiadas pelo princípio da retroatividade da lei mais 
benéfica ou novatio legis in mellius, por tratar-se de hipótese legal 
específica em que cabe a extra-atividade da lei penal para que a 
norma temporal ou excepcional já não em vigor, ou até mesmo 
revogada produza ainda que fora de tempo seus efeitos, conhecido 
como ultratividade. 
d) Art. 4 e 6 : Tempo e lugar do crime: TEMPO DO CRIME: 
Teoria da atividade: é a adotada pelo Código Penal Brasileiro. 
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, 
ainda que outro seja o momento do resultado. Assim, se ‘A’, com 
inequívoco animus necandi, atira contra ‘B’ em data de 10 de 
janeiro de 2015, vindo este a óbito em data de 27 de abril do citado 
ano. Ter-se-á praticado o crime de homicídio em 10/01/2015. 
LUGAR DO CRIME: Considera-se praticado o crime no lugar em 
que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde 
se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Exemplo: considera-
se como lugar do crime Osasco (ação) e São Paulo (resultado). 
MACETE 
L: UGAR 
U: BIGUIDADE (MISTA) 
T: EMPO 
A: ATIVIDADE 
e) Art.5 E 7: Territorialidade e extraterritorialidade: O critério 
geral da territorialidade prevê que a lei penal é aplicada ao crime 
cometido em território nacional. O território brasileiro é a faixa de 
terra e mar territorial (12 milhas [19,3 km] contadas do litoral) + 
todo o espaço aéreo e subsolo correspondente. Para efeitos penais, 
as embarcações e aeronaves públicas são consideradas extensão do 
território brasileiro, e as privadas também o são quando localizadas 
em alto mar ou em seu espaço aéreo correspondente. “A principal 
exceção à territorialidade se dá no caso de imunidade diplomática, 
que garante aos agentes diplomáticos serem processados em seus 
países de origem e garante a inviolabilidade das 
embaixadas”.ATENÇÃO: há determinados crimes que a legislação 
prevê a possibilidade de persecução, mesmo fora do território 
nacional. São os casos de Defesa Nacional (Art. 7º, I, CP), 
Nacionalidade do Agente Ativo (Art. 7º, II, B) ou Passivo (Art. 7º, § 
3º) e Competência Universal de Caráter Humanitário. Essas 
hipóteses se dividem em: Incondicionadas: a lei brasileira 
sempre se aplica nas hipóteses do art. 7º, § 1º, CP) que regula 
sobre os crimes: contra a vida ou liberdade do Presidente da 
República, contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito 
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa 
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação 
instituída pelo Poder Público, contra a administração pública, por 
quem está a seu serviço e de genocídio, quando o agente for 
brasileiro ou domiciliado no Brasil; Condicionadas: quando a lei 
brasileira só pode ser aplicada se previstas as condições 
objetivas de punibilidade do art.7°, §2°, CP: a) entrar o agente 
no território nacional; ser o fato punível também no país em que foi 
praticado; estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei 
brasileira autoriza a extradição; não ter sido o agente absolvido no 
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; não ter sido o agente 
perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a 
punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
f) Art. 8: Pena cumprida do estrangeiro -> a pena cumprida no 
estrangeiro atenua a pena imposta no brasil pelo mesmo crime, 
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas”. Este 
artigo dispõe sobre a não incidência do bis in idem, ou seja, o agente 
não pode cumprir a pena de mesma natureza duas vezes. O agente 
que praticou um crime no estrangeiro e outro no brasil, sendo 
condenado à pena de mesma natureza, a pena cumprida pelo 
agente no estrangeiro será descontada no brasil. Assim, caso a pena 
cumprida pelo agente seja maior do que a pena a ser cumprida no 
brasil, nada restará a cumprir. Caso as penas sejam de natureza 
diversa, a pena cumprida pelo agente no estrangeiro atenua, a 
critério do juiz, a pena que deve ser cumprida no brasil. a doutrina 
costuma denominar a pena cumprida no estrangeiro como 
“detração da pena cumprida no estrangeiro”. 
g) Art.9 : Eficácia da sentença estrangeira -> Por força da lei 
penal, a sentença estrangeira produz alguns efeitos no Brasil, 
independentemente de qualquer condição. Assim ocorre no 
instituto da reincidência, que considera como antecedente 
condenação em país estrangeiro (art. 63), na detração que manda 
computar tempo de prisão no exterior (art. 42), nas condições 
impostas a respeito da extraterritorialidade (art. 7º, § 2º, d e c etc.). 
É ela considerada, nesses casos, como fato jurídico capaz de 
produzir efeitos jurídicos perante a lei brasileira. Bastará, pois, 
uma prova documental idônea (certidão devidamente traduzida) 
para que a sentença estrangeira produza aqueles efeitos previstos 
expressamente na lei brasileira. A homologação da sentença 
estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça é o de reconhecer a 
validade jurídica da sentença estrangeira perante o ordenamento 
jurídico brasileiro. Somente a sentença estrangeira que de algum 
modo necessita ser executada no Brasil é que precisa da 
homologação do Superior Tribunal de Justiça. Para tanto são 
estabelecidas algumas exigências pela norma penal, tais como: 
obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições, existência 
de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária 
emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do 
Ministro da Justiça. Exequatur: espécie de autorização expedida 
pelo STJ para que se cumpra ato processual requisitado por 
autoridades estrangeiras no Brasil. 
h) Art. 10: Contagem de prazo: prescreve a contagem de prazo 
no Direito Penal: “O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum”. Este 
artigo disciplina a contagem de prazo no Direito Penal, que é 
empregada nos casos de duração de pena, do livramento 
condicional, do sursis, da decadência e da prescrição, todos 
institutos do direito penal. Existe crítica doutrinária à contagem 
penal prevista no artigo 10 do Código Penal, uma vez que não define 
qual seria o calendário comum a ser adotado (gregoriano, Juliano, 
judaico, romano, árabe, islâmico). Para a contagem penal no que 
tange ao dia não importa a que horas do dia o prazo começou a 
contar (correr). Para este efeito, o dia termina às 24 (vinte e quatro) 
horas. No caso de uma determinada pena iniciar o seu 
cumprimento às 23h55min, os cinco minutos são considerados para 
a contagem da pena como sendo o dia todo. Em relação ao mês, não 
importa se são de 30 (trinta) ou 31 (trinta e um) dias. No que se 
refere ao ano o modo de contagem é o mesmo usado para o mês, ou 
seja, não importa se o ano é bissexto ou com 365 dias. FOTO!!!! 
i) Art. 11 – Frações não computáveis na pena -> para penas 
restritivas de direito e privativas de liberdade -> Fração do 
dia=horas, assim, na hora de se aplicar a pena deve desprezar as 
horas da pena (na prisão conta como dia de pena), o juiz não pode 
dar pena em horas. Nas penas de multa, desprezam-se os centavos 
 
 
j) Art. 12 -> Legislação especial -> lei especial: crimes/regras 
da lei penal que não estão no Código penal. Regras gerais: são 
previstas na parte geral (até o art.120), que se aplicam a todo tipo 
de crime, mas tem algumas que se encontram na parte especial. -> 
principio da convivência das esferas autônomas: as regras gerais do 
CP serão aplicadas a leis especais, se não dispuser de modo diverso 
-> principiode especialidade, se há norma mais especifica, ela será 
aplicada. 
 
DO CRIME 
1) Sujeitos do crime: 
a) Sujeito ativo: é aquele que pratica a conduta descrita pelo 
tipo penal. Animais e coisas NÃO PODEM ser sujeitos 
ativos de crimes, nem autores de ação, pois lhe falta 
vontade; a PJ não pode ser sujeito ativo, salvo em crimes 
ambientais. 
b) Sujeito passivo: é o titular do direito do bem jurídico 
protegido pelo tipo penal incriminador que foi violado. A) 
SP formal: que é o titular do interesse jurídico de punir, 
surgindo com a pratica da infração penal, É SEMPRE O 
ESTADO; B)SP material: que é titular do bem jurídico 
diretamente lesado pela ação; 
2) Objeto do crime: 
a) Objeto material: é o bem de natureza corporativa ou 
incorpórea, sobre o qual recai a conduta criminosa. 
b) Objeto jurídico: é o interesse pela norma penal, como a 
vida, o patrimônio, a fé pública, etc. 
3) Tipicidade: adequação dos fatos reais ao modelo ao descritivo 
abstrato em lei. 
a) Fato tipo: conduta + nexo causal = resultado = ser 
amoldados ao modelo legal 
b) Tipo penal: concretiza o princípio da reserva legal, não há 
crime sem lei anterior que o define. 
c) Tipo fechado: é constituído só de elementos descritivos 
que não dependem do trabalho de complementação do 
interprete para que seja compreendido. 
d) Tipo aberto: é o que contém elementos normativo ou 
subjetivo, de modelo que dependem de interpretação de 
quem os conhece para que tenham sentido e aplicação. 
e) Nexo causal: é o vínculo entre a conduta do agente e o 
resultado por ele gerado, com relevância suficiente para 
forma fato desse tipo. 
f) Causa: é toda ação ou omissão que é indispensável para 
configuração do resultado concreto. 
 
ARTIGO 
 
1) Art. 13: relação de causalidade -> teoria da equivalência dos 
antecedentes: adotado pelo CP -> conditio sine quo non (causa sem 
a qual não), a causa é toda a ação ou omissão anterior que contribui 
para a produção do resultado; a lei atribui relevância casual a todos 
os antecedentes do resultado. Procedimento hipotético de 
eliminação: ele analisa todas e exclui a que mesmo se não tivesse 
acontecido não mudaria o resultado. §1q superveniência de 
causa independente. Absolutamente independente: a) 
preexistentes (acontece antes da conduta do agente); b) 
Concomitantes (acontece ao mesmo tempo que a conduta de 
agente); c) Superveniente (acontece após a conduta do agente). 
Obs: o agente só responde pelo resultado dos seus atos, então 
praticado e produzido, mas também ira responder pela tentativa. 
Relativamente: preexistentes e concomitantes: o agente responde 
pelo resultado até então produzido, pelos seus atos, com sua 
vontade. Superveniente: não produziu por si só o resultado (não foi 
uma causa que se produziu sozinha, precisa da ação do agente) ou 
por si só produziu o resultado ( é tratado como uma causa 
absolutamente independente o agente só responde pelo resultado 
que seus atos, até então praticados, causaram). 
 
§ 2o relevância da omissão: 
 
Alinha a: é uma obrigação legal: pais, tutores, curadores e outros 
que tem a obrigação legal de cuidar dos; Alinha b: refere-se a 
obrigação contratual ou de relações concretos na vida; Alinha c: 
refere-se ao dever surgido de uma ação precedente do agente, que 
deu causa ao aparecimento do risco. 
2) Art.14: crime consumado e tentativa: intercrimines (caminho 
do crime): conjunto de etapas que se sucedem cronologicamente, 
no desenvolvimento direito: SÓ EM CRIMES DOLOSOS. 
 
Crime Consumado: é aquele em que há a realização integral do 
tipo penal, ou seja, como afirma Nucci (2017, p. 287), é quando o 
tipo concreto se enquadra no tipo abstrato. Rogério Sanches Cunha 
(2015, p. 336) afirma ainda, sobre o crime consumado, que, “nos 
termos do art. 14, I do Código Penal, considera-se consumado o 
crime 'quando nele se reúnem todos os elementos da sua definição 
legal'. Tem-se, assim, um crime completo, perfeito, realizado por 
inteiro, coincidindo o fato concreto e o tipo legal.”. Crime material 
ou de resultado: Nesta espécie de crime é previsto, no tipo penal, 
a descrição da conduta e seu respectivo resultado, exigindo, para 
sua efetiva consumação, a alteração (modificação) do mundo 
exterior. Como exemplo podemos citar o homicídio, art. 121 do 
Código Penal. Com efeito, o homicídio só se consuma com a morte. 
Crime formal ou de consumação antecipada: a norma penal 
também descreve um comportamento seguido de um resultado 
naturalístico, mas dispensa a modificação do mundo exterior, 
contentando-se, para a consumação, com a prática da conduta 
típica. Logicamente, o crime se consuma, portanto, no momento da 
ação. Crime de mera conduta: Trata-se de um delito sem 
resultado naturalístico, descrevendo a lei apenas uma conduta, 
consumando-se o crime no momento da prática da ação. Como 
exemplo citemos a violação de domicílio, art. 150 do Código Penal. 
Com efeito a consumação da violação de domicílio se dá no próprio 
momento da prática delitiva, não importando as ações 
subsequentes. Crime permanente: nos crimes permanentes a 
consumação se protrais no tempo, prolongando-se até que o agente 
cesse a conduta delituosa. Exemplo de tal crime é o sequestro ou 
cárcere privado, art. 148 do Código Penal. Crime habitual: Para 
a consumação desta espécie criminal requer-se a reiteração da 
conduta típica. Ou seja, para enquadrar-se no tipo crime habitual 
a prática do mesmo deve ser constante e repetitiva. Crime 
qualificado pela resultado: Nesta espécie, a consumação dá-se 
com a produção do resultado que agrava especialmente a pena 
(CUNHA, 2015, p. 337). Exemplo: lesão corporal seguida de morte, 
art. 129 §3º, Código Penal. Crime omissivo próprio: Consuma-se 
no momento que o agente se abstem de realizar a conduta devida 
que lhe era imposta pelo tipo mandamental (CUNHA, 2015, p. 337). 
Como exemplo citamos a omissão de socorro, art. 135 do Código 
Penal.Crime omissivo impróprio: Tem a sua consumação, 
conforme expressa Cunha (2015), com a produção do resultado 
naturalístico. Exemplo desta espécie criminal é o crime do 
garantidor, art. 13, §2º do Código Penal. 
Crime tentado: É a realização incompleta da conduta típica, que 
não é punida como crime autônomo, o Código Penal não faz 
previsão, para cada delito, da figura da tentativa, embora a grande 
maioria comporte a figura tentada. Natureza jurídica da 
tentativa: como uma ampliação da tipicidade proibida, em razão 
de uma fórmula geral ampliatória dos tipos dolosos, para abranger 
a parte da conduta imediatamente anterior à consumação. A 
tentativa constitui uma ampliação temporal da figura típica e para 
que tal ato executório, anterior à consumação, seja punível é preciso 
que a figura típica se estenda para o alcançar 
Teoria Subjetiva: deve-se, para a punição da tentativa, levar em 
conta a vontade criminosa, “desde que nítida, podendo ela estar 
presente e identificada tanto na preparação quanto na execução. De 
acordo com tal teoria, como o objetivo é punir quem manifesta 
vontade contrária ao Direito, nem sempre deve a pena ser atenuada 
pelo juiz. 
Teoria Objetiva: o objetivo da punição da tentativa volta-se ao 
perigo efetivo que o bem jurídico corre, o que somente se configura 
quando os atos executórios, de caráter unívoco, têm início, com 
idoneidade, para atingi-lo”. Tal teoria é adotada pelo art. 14, II, do 
Código Penal brasileiro. 
Dolo e culpa na tentativa: Das características da tentativa já 
expostas anteriormente pode-se deduzir que, tendo em vista que há 
dois elementos que constituem a tentativa, qual seja, a) início da 
execução; e b) não consumação do crime por circunstâncias alheias 
à vontade do agente; não há tentativa de crime culposo, pois em se 
tratando de crime culposo o agente não persegue nenhum 
resultado. 
Quanto ao inter criminis percorrido: a)Tentativa imperfeita: 
quando o agente é impedido de prosseguirno seu intento, deixando 
de praticar os atos executórios à sua disposição, b) Tentativa 
perfeita: o agente, mesmo tendo praticado todos os atos executórios 
disponíveis, não logra a consumação do crime por circunstâncias 
alheias à sua vontade. 
Quanto ao resultado produzido na vítima: a) Tentativa branca 
ou incruenta: o golpe desferido não atinge a vítima, 
consequentemente não gerando lesão à mesma. b)Tentativa 
vermelha ou cruenta: a vítima sofre lesão por haver sido 
efetivamente atingida. 
Quanto à possibilidade de alcançar o resultado: a) Tentativa 
idônea: o resultado era possível, só não o foi por motivos alheios à 
vontade do agente; b)Tentativa inidônea: o crime mostra-se 
impossível de ser consumado, seja por ineficácia do meio 
empregado pelo agente, ou, por impropriedade do objeto material. 
Punibilidade da tentativa: Tentativa subjetiva: a pena será 
= a pena do crime consumado, bastas a vontade de produzir o 
resultado; tentativa objetiva: a pena menos que a do crime 
consumado. ADOTADO PELO CP -> EXCEÇÔES: tentativa como 
crime autônomo, é definido pelo código como crime, Art.352 (teoria 
subjetivo). 
 
3) Art. 15: arrependimento eficaz e desistência voluntaria: a 
desistência tem que ocorrer antes do fim da execução. 
DESISTENCIA VOLUNTARIA (tentativa abandonado): o 
agente interrompe voluntariamente a ação, o ato de execução, 
impedindo a consumação do fato. ARREPENDIMENTO EFICAZ: 
depois de já praticado todos aos atos executórios suficiente s a 
consumação do crime, o agente arrepende-se e atua em sentindo 
contrário, do resultado. 
 
 
NATUREZA JURIDICA: a) extinção da punibilidade: para 
Nelson Hungria, eles seriam uma forma de extinção da 
punibilidade. b) Atipicidade: defendendo por alguns autores, 
seriam fatos atípicos, isto é, não seria considerados crimes. Exclui 
a tentativa. 
 Formula de Franck: - Tentativa: quero prosseguir, mas não 
posso, Desistência: posso prosseguir, mas na quero 
4) Art.16: Arrependimento posterior: se localiza depois da 
consumação do fato e antes do recebimento da denúncia; causa 
geral para diminuição da pena; não é quando o promotor a 
denúncia, mas quando o juiz recebe, ato voluntário, mas não é 
espontâneo, coisas apreendidas, não é ATO VOLUNTARIO; a 
reparação tem que ser total, quando mais próximo da consumação 
maior a diminuição. Quando mais próximo do recebimento maior a 
diminuição. 
 
5) Art.17: Crime impossível: QUASE CRIME: natureza jurídica: 
causa de exclusão da tipicidade -> chega na faze dos atos 
executórios. MEIO: todo aquele usado pelo agente, capaz de ajuda-
lo a produzir os efeitos pretendidos, ele não possui a mínima 
aptidão produzir os efeitos. MEIOS RELEVANTE INIFICAZ: 
responde por tentativa, objeto: aquele que se deseja atingir, o qual 
se dirige a conduta. Objeto absolutamente improprio: é o que, no 
caso concreto, era absolutamente impropria a finalidade -> O CP 
USOU A TEORIA OBJETIVA TEMPERADA, em que só se pune o 
meio ou o objeto que forem relativamente eficazes (quando há a 
possibilidade de alcançar o resultado) . 
6) Art. 18 Crime culposo e doloso: a regra é o crime ser doloso, a 
culpa tem que ser prevista em lei. MOMENTO VOLUNTIVO: 
decisão a respeito de querer realizar a conduta (vontade). 
 
Consciência: a gente deve saber exatamente aquele que faz, para 
que passo ser atribuindo-lhe o doloso. 
Teoria de representação: o agente prevê o resultado como possível e ainda 
assim opta por continuar a conduta (esta teoria abrange tanto o dolo 
eventual quanto a culpa consciente). 
Teoria da vontade: há dolo direto quando há vontade consciente de querer 
praticar a infração penal. 
Teoria de assentimento: prega que há dolo (eventual) quando o agente 
prevê o resultado como possível e ainda assim continua na prática 
assumindo o risco de produzi-lo. 
DOLO: é vontade, mas vontade livre e consciente. A culpabilidade 
e a imputabilidade constituíram objeto do dolo. 
Dolo direto: quando o evento corresponde à vontade do sujeito 
ativo, quando o agente quer o resultado. 
Dolo indireto: quando, apesar de querer o resultado, a vontade 
não se manifesta de modo único e seguro em direção a ele. 
Dolo alternativo: quando o agente quer um dos eventos que sua 
ação pode causar. Exemplo: atirar para matar ou ferir 
Dolo eventual: o sujeito ativo prevê o resultado e, embora não 
seja este a razão de sua conduta, aceita-o. 
CULPA: pode então ser definida como a voluntária omissão de 
diligência em calcular as consequências possíveis e previsíveis do 
próprio fato. A essência da culpa esta toda nela prevista. 
Previsibilidade: Há previsibilidade quando o indivíduo, nas 
circunstâncias em que se encontrava, podia ter-se representado 
como possível a consequência de sua ação. Distingue-se da 
previsão, porque esta a contém. O previsto é sempre previsível. A 
previsão é o desenvolvimento natural da previsibilidade. 
Culpa consciente: ou com previsão, o sujeito ativo prevê o 
resultado, porém espera que não se efetive. 
Culpa inconsciente: ou sem previsão, o sujeito ativo não prevê o 
resultado, por isso não pode esperar que se efetive. 
Culpa imprópria: é de evento voluntário. O agente quer o 
evento, porém sua vontade está lastreada por erro de fato vencível 
ou inescusável. 
Culpa imprópria é aquela na qual recai o agente que, por erro, 
fantasia situação de fato, supondo estar acobertado por causa 
excludente da ilicitude (caso de descriminante putativa) e, em 
razão disso, provoca intencionalmente o resultado ilícito e evitável. 
Culpa Própria: É a culpa comum, em que o resultado não é 
previsto, apesar de ser previsível. Nesse caso, o agente da conduta 
perigosa não quer o resultado e também não assume o rico de 
produzi-lo. 
Preterdoloso: há dolo no antecedente e culpa no consequente. Há 
dolo porque há má fé do agente passivo. Há culpa porque há 
previsibilidade do efeito mais grave. 
7) Art. 19: agravação de resultado: crime Preterdoloso, o crime –
base é o resultado agravado é culposo-> se não houver previsão 
legal, o agente só responde pela lesão. 
8) Art.20: erro sobre o elemento do tipo: Quando o indivíduopratica um fato e ele se subsume na descrição legal, tem-se o crime, 
surgindo ai o “ius puniendi” do Estado. Porém, podem ocorrer 
circunstâncias que, se objetivamente constatadas, excepcionarão o 
poder de punir do Estado e dentre estas exceções encontra-se o erro 
de tipo.Ocorre, no caso concreto, quando o indivíduo não tem plena 
consciência do que está fazendo; imagina estar praticando uma 
conduta lícita, quando na verdade, está a praticar uma conduta 
ilícita, mas que por erro, acredite ser inteiramente lícito. No erro 
determinado por terceiro, previsto no artigo 20, §2º, do Código Penal, 
temos um erro induzido, figurando dois personagens: o agente provocador 
e o agente provocado. Trata-se de erro não espontâneo que leva o 
provocado à prática do delito. 
9) Art 21. Erro sobre a ilicitude do fato: ignorância da lei 
(desconhece a lei, não é alegável) diferente de ignorância da 
ilicitude (descolhece que tal conduta é ilícita): Na primeira 
parte do artigo 21 do Código Penal “o desconhecimento da lei é 
inescusável”. O legislador deixa claro que se o agente comete um 
determinado delito que a lei penal proíbe, não pode ele alegar que 
não conhecia o preceito, ou seja, ninguém pode deixar de ser 
responsabilizado penalmente por alegar que não conhece a norma. 
O legislador fez constar da primeira parte do art. 21 a antiga regra 
de que o desconhecimento da lei é inescusável, querendo dizer que, 
se o agente desconhece a existência da lei penal que proíbe aquele 
determinado comportamento, tal ignorância não o exime de 
responsabilidade pelo fato praticado, pois, de acordo com o art. 3º 
da LICC, ninguém pode escusar-se de cumprir a lei, alegando que 
não a conhece. No erro de proibição o erro incide sobre a ilicitude 
do fato, o sujeito supõe como lícito o fato por ele praticado, fazendo 
um juízo equivocado sobre o que lhe é permitido fazer no convívio 
social. á no erro de proibição (art. 21, do Código Penal) tem-se um 
erro de direito (daí a doutrina tradicional chamá-lo de error iuris, e 
o Código Penal vigente tratá-lo como tal), ou seja, o agente erra 
quanto à ilicitude do fato, tendo um juízo equivocado, entendendo 
que aquela conduta não é ilegal (o engano incide sobre o 
comportamento do sujeito), com reflexos na culpabilidade, 
excluindo-a ou atenuando-a, e, em consequência, interferindo na 
pena. 
10) Art 22: Coação irresistível ou obediência de hierarquia: 
SÃO EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE. O agente pratica 
fato antijurídico e típico. A coação deve ser de natureza moral. 
Obediência hierárquica: a ordem tem que vir de um superior 
hierárquico (para funcionário publio). A ordem não pode ser 
manifestadamente ilegal, ou seja, ela tem que ser/parecer legal. A 
pessoa tem que cumprir exclusivamente a ordem superior -> só é 
podia o autor mediato, o que a coação ou deu a ordem 
11) Art 23: Excludente de ilicitude -> EXECESSO PUNIVEL -> 
ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE): contrariedade entre a 
conduta e o ordenamento -> conceito formal. CONCEITO 
MATERIAL: que causa lesão ou expõe a perigo de lesão de um 
jurídico tutelado. Estrito cumprimento do dever legal -> exercício 
regular de direito não tem conceito legal, tendo conceito doutrinário 
-> o dever legal, geralmente, é imposto ao funcionário do poder 
publico. 
12) Art24: Estado de necessidade: perigo atual ou iminente, não 
pode haver a possibilidade de evitar o dano “nem podia de outro 
modo evitar”; se a conduta for dolosa não cabe estado de 
necessidade; o agente precisa sobre ou acreditar que atua em estado 
de necessidade. 
13) Arts. 32-62 
Das penas: consequências jurídicas da infração pena: 
criminalidade + culpabilidade = aplicação da pena -> pena 
(culpabilidade – aplicação da pena); Medida de segurança 
(periculosidade = tipo de senção penal = privação de bens jurídicos) 
Teoria Absoluta da Pena (retributiva): A natureza da pena é 
puramente retributiva. O direito de punir do Estado surge com o 
delito cometido. Pune-se o mal com o mal, seja por uma questão 
ética, moral, religiosa, jurídica, social e etc. 
Teoria Relativa da Pena (utilitarista): A natureza da pena é ao 
mesmo tempo sua finalidade: a de prevenir nova ocorrência de 
crime. Essa prevenção tem dois aspectos. O primeiro é geral, uma 
vez que todos são intimidados a não cometer crimes, pois sabem que 
sofrerão punições. O segundo aspecto é particular, pois se aplica a 
pena ao autor do delito. Pela teoria relativa, todos estão sob a 
intimidação da pena. 
Teoria Mista da Pena (eclética): Mescla a retributiva com a 
utilitarista. A natureza da pena é retributiva, mas sua finalidade é 
preventiva, educativa e corretiva. 
Escola da Defesa Social: A sociedade é defendida somente se as 
penas visarem a adaptação do delinquente à vida social. Para esta 
escola, é inconcebível dizer que a pena tem natureza retributiva. Ao 
invés disso, adotou-se a teoria da ressocialização. 
PRINCIPIOS 
Legalidade: A pena deve ser cominada previamente na lei. 
Nullum poena sine lege. Art. 1º CP. Não há crime sem lei anterior 
que o define nem pena sem previa cominação legal. 
Personalidade: Nenhuma pena deve passar da pessoa do 
condenado (Art. 5º XLV, CF/88). Porém, a própria CF permite 
expressamente uma exceção: a pena de perda de bens pode ser 
estendida aos sucessores, no limite do valor do patrimônio 
transferido. (Art. 5º XLV). 
Proporcionalidade: A pena deve guardar proporção com o crime 
cometido. Entretanto, CF/88, no art. 5º XLVI, estipula que a 
individualização da pena deve ser regulada por lei. O CP, para 
individualizar a pena, leva em conta vários fatores, como conduta 
do agente, personalidade, reincidência, etc., podendo a pena ser 
abrandada por estes fatores legais, deixando, portanto, de ser 
proporcional ao delito cometido. 
Inderrogabilidade: A pena é inderrogável, ou seja, quando 
aplicada, o indivíduo deve cumprí-la. Esta característica também 
tem exceções previstas pelo CP, como suspensão condicional do 
processo, livramento condicional, perdão judicial, extinção da 
punibilidade, etc. 
Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos: O Direito 
Penal deve tutelas bens jurídicos mais relevantes para a vida em 
sociedade, sem levar em consideração valores exclusivamente 
morais ou ideológicos. 
Princípio da intervenção mínima: Só se deve recorrer ao 
Direito Penal se outros ramos do direito não forem suficientes. Em 
outras palavras, é a última opção, para ser usado quando 
estritamente necessário. 
Princípio da ofensividade: Não há crime se não há lesão ou 
perigo real de lesão a bem jurídico tutelado pelo Direito Penal. 
Princípio da responsabilidade pessoal do agente: Responde 
pela conduta o agente que a praticou, sendo sua responsabilidade 
pessoal, não sendo transferível a terceiros. Daqui podemos citar 
o princípio da intranscendência, que é basicamente isso: a 
responsabilidade penal não passa para terceiros. 
Princípio da culpabilidade: É preciso que 
exista dolo ou culpa na conduta do agente para que este seja 
penalmente responsabilizado. Só haverá responsabilidade penal 
se o agente for imputável, que possui consciência da ilicitude. 
Princípio da adequação social: Condutas historicamente 
aceitas e consideradas adequadas pela sociedade em tese não 
merecem intervenção penal punitiva, não sendo abrangidas pelos 
tipos penais. 
Princípio da insignificância ou bagatela: Somente lesões mais 
relevantes devem sofrer intervenção penal, levando em conta bens 
jurídicos mais importantes. Deve-se analisar se houve uma 
mínima ofensividade, se houve periculosidade social da ação, se 
há reprovabilidade relevante no comportamento. 
Princípio da humanidade da pena: Decorrente do princípio 
da dignidade da pessoa humana. Assim, impede-se, em tese, 
de que a pena seja usada como meio de violência, com tratamento 
desumano ou cruel. 
Princípio da Irretroatividade da Lei Penal – A lei penal só 
pode retroagir parabeneficiar. Com isso, fica afastada a 
possibilidade de uma lei nova (mais rígida) prejudicar fatos 
pretéritos. A retroação só pode acontecer se a lei nova for mais 
benigna ao agente do delito (Art. 5º, XL da CF/88). 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729247/inciso-xl-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
Princípio da Ofensividade – Aplicado na elaboração das leis, 
cuida de prevenir um ataque ou perigo concreto sobre um bem 
tutelado pelo Estado. Esse princípio protege o interesse social 
tutelado pelo Estado de um perigo de lesão (ou ofensa). 
Princípio da proporcionalidade – Cabe ao Estado dar a seus 
cidadãos um mínimo de proporcionalidade entre a garantia de 
seus direitos. Segundo esse princípio, o sistema penal se firma na 
sua capacidade de fazer frente aos delitos existentes em um meio 
social que absorva sua eficácia. 
Princípio da Alteridade – Não ofendido nenhum bem jurídico 
por ato meramente subjetivo, não existe crime. Como exemplo, a 
auto-agressão contida no suicídio. 
Princípio do “in dubio pro reo” – Na dúvida, o réu deve ser 
absolvido, pois no direito penal a culpa tem que ser comprovada, 
não cabendo suposição de prática de ato delituoso. 
DAS PENAS: No Direito Penal Brasileiro, a pena tem um caráter 
punitivo e preventivo. Sua condição punitiva tem equilíbrio no 
dever de possibilitar a franca reabilitação do agente condenado. 
Espécies de Penas (artigos 32 a 58 do CPB) – O artigo 32 do 
CPB estabelece que as penas aplicáveis se concretizam em: 
privativas de liberdade, restritivas de direito e penas de multa. 
Penas Privativas de Liberdade – São medidas de cunho 
punitivo, aplicadas pela prática de ilícitos criminais. As Penas 
privativas de liberdade dividem-se em: reclusão (com regimes de 
cumprimento de penas fechado, semi-aberto e aberto) e detenção 
(somente para os regimes semi-aberto e aberto). O cumprimento 
de pena de reclusão se efetiva nas penitenciárias, as quais têm por 
objetivo a tutela de presos condenados no regime fechado. O 
regime semi-aberto pode ser cumprido nas penitenciárias comuns, 
agrícolas ou similares. Já o regime aberto deverá ser cumprido em 
albergues e delegacias (têm caráter temporário). Há ainda as 
penas privativas de liberdade em hospitais de Custódia (o 
condenado que, durante o cumprimento da pena, manifestar 
doença mental deve ser recolhido em hospitais de custódia e 
tratamento psiquiátrico ou estabelecimento adequado). 
Regime Fechado – O condenado fica sujeito ao trabalho no 
período diurno, conforme suas habilidades aferidas em exame 
criminológico, ficando em isolamento durante o período noturno. 
Regime Semi-aberto – O condenado fica sujeito ao trabalho em 
comum durante o período diurno, podendo ainda trabalhar 
externamente e estudar durante o período de cumprimento da 
pena. 
Regime Aberto – O condenado tem direito ao trabalho e ao 
estudo fora do estabelecimento de cumprimento de pena. Durante 
o período noturno, ele deve permanecer recolhido, podendo ser 
transferido para regime mais severo de cumprimento de pena, no 
caso de prática de crime doloso ou atentado direto contra a 
execução da pena e multa acumulada. 
Regime Especial – Reserva legal que beneficia as mulheres no 
cumprimento de pena, as quais cumprem pena em 
estabelecimento penitenciário especial. 
Direitos do Preso (Artigo 38) – São mantidos todos os direitos 
do preso não atingidos pela perda da liberdade, dentre os quais 
podemos citar: direito à vida, à manutenção da integridade física 
e moral, ao trabalho remunerado, direito de petição aos órgãos 
públicos, direito à propriedade, à intimidade, à vida privada, a 
assistência jurídica, médica e odontológica, a educação e cultura, 
direito de receber visitas, e outros previstos no art. 3º da Lei de 
Execucoes Penais. 
Trabalho do Preso (Artigo 39) – O trabalho do preso será sempre 
remunerado, com as garantias pertinentes à Previdência Social. 
Detração – É obrigação de computação, nas penas privativas de 
liberdade e nas medidas de segurança, de todo o tempo de prisão 
provisória ou administrativa cumprida no Brasil ou no exterior. 
Das Penas Restritivas de Direito (Artigos 43 a 52) – Dentre 
as penas restritivas de direito encontram-se: a prestação 
pecuniária, a perda de bens e valores, a prestação de serviços à 
comunidade ou a entidades públicas, a interdição temporária de 
direitos e a limitação de fim de semana. Todas essas penas são 
autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando a 
pena máxima aplicada não for superior a quatro anos, ou igual ou 
inferior a um ano. A função social das penas restritivas de direito 
é a da substituição das penas privativas de liberdade nos casos de 
crimes com pequeno poder ofensivo. 
Prestação Pecuniária – É o pagamento em dinheiro à vítima, a 
seus dependentes, ou a entidade pública ou privada, de valor não 
inferior a um salário mínimo vigente, e limitado a trezentos e 
sessenta salários, valor este que poderá ser abatido de eventual 
condenação à reparação na área cível. 
Perda de Bens e Valores – É a perda de bens e valores dos 
condenados em favor do Fundo Penitenciario Nacional, fixado no 
montante do prejuízo causado ou no valor do provento obtido na 
prática delituosa. 
Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades Públicas – 
Aplicável em toda condenação superior a seis meses de privação 
da liberdade. É a atribuição de tarefas a serem executadas de 
forma gratuita à comunidade ou a entidades públicas, de acordo 
com as aptidões do condenado, no tempo máximo de uma hora por 
dia, sem prejuízo da jornada laboral do condenado. 
Interdição Temporária de Direitos (Artigo 47) – Proibição do 
exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como do 
exercício de mandato eletivo, além da possibilidade da suspensão 
da autorização para dirigir e da proibição de freqüência a 
determinados lugares. 
Limitações de Finais de Semana (Artigo 48) – Obrigação de 
permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias em 
casa de albergado ou outro estabelecimento adequado, onde 
poderão ser oferecidos ao condenado cursos, palestras ou 
atividades educativas. 
Da Pena de Multa (Artigos 49 a 52) 
Multa (Artigo 49) – Consiste no pagamento de dias-multa ao 
Fundo Penitenciário, sempre que fixada na sentença 
condenatória. Seu valor é fixado em, no mimo, dez dias-multa e, 
no máximo, em trezentos e sessenta dias-multa, valor este que não 
pode ser inferior a um trigésimo do salário mínimo, nem superior 
a cinco vezes o salário vigente à época dos fatos. A suspensão da 
multa ocorre no caso de o condenado vir a sofrer doença mental. 
Da Cominação das Penas (Artigos 53 a 58) – A Cominação em 
Direito Penal está ligada à quantidade mínima e máxima (ou 
limite) de cada pena, as quais podem vir expressas no texto de lei, 
ou aplicadas quando da ocorrência da sentença condenatória. Por 
exemplo: no caso de fixação de pena inferior a um ano, deve-se 
aplicar a pena restritiva de direitos em substituição à privativa de 
liberdade, independentemente de previsão em texto de lei. 
Da Aplicação da Pena (Artigos 59 a 76 do CPB) 
Fixação da Pena (artigo 59) – No sistema brasileiro, o juiz deve 
adotar as circunstâncias judiciais – as agravantes e as atenuantes 
-, bem como as causas de aumento e diminuição da pena. Além 
disso, a pena deve zelar pela reprovação e prevenção do crime. Na 
fixação da multa, deve ser respeitada a situação econômica do réu. 
Das Agravantes (Artigo 61) – Sempre agravam a pena: a 
reincidência, o motivo fútil ou torpe e a ocultação; a impunidade 
ou vantagem de outro crime; a traição, a emboscada e a simulação; 
o emprego de veneno, fogo, explosivo, outortura; os crimes 
praticados contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; o 
abuso de poder; e o crime praticado contra: criança, maior de 60 
anos, enfermo ou mulher grávida. 
Reincidência (Artigo 63) – considera-se como reincidência, o 
cometimento de novo crime, depois de transitar em julgado a 
sentença que, no País ou no estrangeiro, tenha condenado o autor 
por crime anterior. 
Das Atenuantes (Artigo 65) – Sempre atenuam a pena: a 
menoridade do agente na época do fato delituoso, bem como a 
idade superior a setenta anos na data da sentença; o 
desconhecimento da lei; o crime cometido por relevante valor 
social ou moral; a tentativa de evitar ou minorar as conseqüências 
do ato delituoso; a confissão espontânea; a coação irresistível; o 
cumprimento de ordem; e a violenta emoção. 
Do concurso de Crimes (Artigos 67 a 76 do CPB) 
Concurso entre Agravantes e Atenuantes (Artigo 67) – Após 
a aferição dos motivos determinantes do crime, da personalidade 
do agente e da reincidência, a pena a ser fixada deve aproximar-se 
do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes. 
Concurso Material (Artigo 69) – Ocorre quando o autor do 
delito, por mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não. Nesse caso, as penas são somadas 
diretamente nos autos do processo, ou quando da execução da 
sentença nas varas de execução criminal. 
Concurso Formal (Artigo 70) – Ocorre quando o autor do delito, 
mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não. Aplica-se, nesse caso, a mais grave das penas 
cabíveis, ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em 
qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, 
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os 
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos. 
Crime Continuado (Artigo 71) – Quando o autor do delito, 
“mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes 
ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de 
um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços”. 
Da Suspensão Condicional da Pena (Artigos 77 a 82) – 
Suspende-se por dois a quatro anos a pena privativa de liberdade 
não superior a dois anos, na falta de reincidência em crime doloso, 
quando a conduta social e a personalidade do agente permitam a 
concessão do benefício, e quando não for possível a substituição da 
pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. Se o 
condenado possuir idade superior a setenta anos e for condenado a 
pena não superior a quatro anos, poderá ser suspensa a pena por 
quatro a seis anos. 
Do Livramento Condicional (Artigos 83 a 90) – Antecipação 
provisória da execução da pena, na qual o condenado é posto em 
liberdade, mediante o cumprimento de obrigações determinadas 
pelo juiz da Vara de Execuções. É aplicado após cumprimento de 
parte da pena, mediante a observância de alguns requisitos. Se o 
Condenado não é reincidente em crime doloso, é necessário ter 
cumprido mais de um terço da pena. Se reincidente, é necessário 
ter cumprido mais da metade. São considerados ainda fatores como 
o bom comportamento durante o cumprimento da pena, e a 
reparação do dano causado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-
lo. No caso de crime hediondo, é necessário o cumprimento de pelo 
menos dois terços da pena. 
Dos Efeitos da Condenação (Artigo 91) – A condenação gera 
efeitos sobre a necessidade de se indenizar o dano causado pelo 
crime, além da perda dos instrumentos e do produto do crime em 
favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
fé. A condenação também tem como efeitos a perda de cargo, função 
pública ou mandato eletivo. 
Da Reabilitação (Artigo 93) – Ato que assegura ao condenado o 
sigilo sobre seu processo e efetiva condenação. A reabilitação pode 
ser requerida, decorridos dois anos do dia em que foi extinta a pena 
e sua execução, mediante algumas condições, dentre elas o bom 
comportamento, o domicílio no País durante o prazo de dois anos e 
a comprovação de ressarcimento do dano causado pela prática 
criminosa. 
DA AÇÃO PENAL (Artigos 100 a 106 do CPB) 
Ação Penal Pública e de Iniciativa Privada (Art. 100) – O ato 
de punibilidade do Estado inicia-se mediante provocação do 
Ministério Público, do Ministro da Justiça ou do ofendido. A ação 
penal pública pode ser condicionada (isto é, depende da 
manifestação de vontade), ou incondicionada (independe da 
manifestação de vontade). A ação penal de iniciativa privada 
efetiva-se mediante queixa-crime proposta pelo próprio ofendido ou 
por meio de seu procurador ou representante legal. Pode ser 
propriamente ditaou exclusiva (isto é, de iniciativa da vítima ou de 
seu representante legal), personalíssima (só pode ser proposta pela 
vítima), e subsidiária da pública (caso em que a vítima exerce seu 
direito de oferecer queixa-subsidiária, quando da inércia do 
Ministério Público). 
Ação Penal no Crime Complexo (Artigo 101) – “Quando a lei 
considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, 
por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação 
àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder 
por iniciativa do Ministério Público.” 
Irretratabilidade da Representação (Artigo 102) – A 
representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. 
Decadência do Direito de Queixa ou de Representação 
(Artigo 103) – Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido 
decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce 
dentro do prazo de seis meses, contados do dia em que veio a saber 
da autoria do crime. 
Renúncia Expressa ou Tácita do Direito de Queixa (Artigo 
104) – Implica renúncia tácita ao direito dequeixa a prática de ato 
incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o 
fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo 
crime. O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado 
expressa ou tacitamente. 
Perdão do Ofendido (Artigo 105) – O perdão do ofendido, nos crimes 
em que somente se procede mediante queixa, impede o 
prosseguimento da ação. 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (Artigos 107 a 120 do CPB) 
Extinção da Punibilidade (Artigo 107) – É direito do Estado 
punir, ou seja, exercer a punibilidade. A legislação, no entanto, 
estabelece as situações que impedem o Estado de exercer o poder 
de punir. Elas estão relacionadas nos incisos do art. 107, e são: 
Morte do agente (Artigo 107, inciso I) – A certidão de óbito 
expedida por cartório competente, quando apresentada ao juiz, 
extingue a punibilidade em favor do falecido (nesse caso, não vale 
o atestado de óbito, mas somente a certidão de óbito). 
Anistia, graça ou indulto (Artigo 107, inciso II) – A anistia – 
origina-se em lei que exclui a existência do crime sem extinguir a 
tipicidade, podendo ser própria (concedida antes da condenação); 
imprópria (concedida após a condenação); plena e irrestrita (sem 
limitação dos efeitos de sua extensão); parcial (com limitação dos 
efeitos de sua extensão); condicionada (impõe condições); e 
incondicionada (sem a imposição de condições). A graça – é 
concedida pelo Presidente da República ao indivíduo, não atingindo 
a coletividade. A Graça extingue a punibilidade, mantendo os 
efeitos da falta de primariedade. O indulto – é concedido pelo 
Presidente da República ao coletivo, mantendo os efeitos do crime 
e extinguindo a punibilidade. 
Retroatividade de Lei – (Artigo 107, inciso III) – A criação de 
lei nova, que deixa de considerar como crime conduta 
anteriormente considerada delituosa, extingue a punibilidade pela 
aplicação do princípio do “abolitio criminis”, contido no artigo2ºº do 
CPB (que trata da lei penal no tempo). 
Prescrição,

Outros materiais