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DIREITO PENAL É COAÇÃO LEGAL -> é o conjunto de NJ voltado à fixação dos limites do poder de punitivo do Estado, institucionalizando, instituindo infrações penais, e as sanções correspondentes, bem como regras à sua aplicação. Direito penal objetivo: é o corpo de normas jurídicas destinadas ao combate à criminalidade, garantindo a defesa da sociedade. Direito penal subjetivo: inexiste -> é o que o Estado faz valer, quando um crime ocorrer, é seu soberano poder de punir e não meramente um direito. 1) TEORIA: a) FINALISTA DA AÇÃO: procura descobrir a finalidade do indivíduo ao cometer o crime, considera o crime a intensão da ação, o resultado que o autor pretendia causar -> NÃO É A CONDUTA OU O RESUTADO FINAL QUE IMPORTA, MAS A INTENÇÃO. b) CAUSUISTICA DA AÇÃO: procura punir o resultado da ação/omissão do individuo -> PUNE PELO RESULTADO MAIS GRAVE, NUNCA PELA INTENÇÃO. 2) PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL: a) DA LEGALIDADE (OU DA RESERVA LEGAL): O Direito Penal moderno se assenta em determinados princípios fundamentais, próprios do Estado de Direito democrático, entre os quais sobreleva o da legalidade dos delitos e das penas, da reserva legal ou da intervenção legalizada, que tem base constitucional expressa. A sua dicção legal tem sentido amplo: não há crime (infração penal), nem pena ou medida de segurança (sanção penal) sem prévia lei (stricto sensu) Assim, o princípio da legalidade tem quatro funções fundamentais: a) Proibir a retroatividade da lei penal (nullum crimen nulla poena sine lege praevia) b) Proibir a criação de crimes e penas pelo costume (nullum crimen nulla poena sine lege scripta); c) Proibir o emprego da analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas (nullum crimen nulla poena sine lege stricta);d) Proibir incriminações vagas e indeterminadas (nullum crimen nulla poena sine lege certa); b) IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL: ressalvada a retroatividade favorável ao acusado. Fundamentam-se a regra geral nos princípios da reserva legal, da taxatividade e da segurança jurídica - princípio do favor libertatis, e a hipótese excepcional em razões de política criminal (justiça). Trata-se de restringir o arbítrio legislativo e judicial na elaboração e aplicação de lei retroativa prejudicial.A regra constitucional (art. 5º, XL) é no sentido da irretroatividade da lei penal; a exceção é a retroatividade, desde que seja para beneficiar o réu. Com essa vertente do princípio da legalidade tem-se a certeza de que ninguém será punido por um fato que, ao tempo da ação ou omissão, era tido como um indiferente penal, haja vista a inexistência de qualquer lei penal incriminando-o. c) TAXATIVIDADE OU DA DETERMINAÇÃO (NULLUM CRIMEN SINE LEGE SCRIPTA ET STRICTA): Diz respeito à técnica de elaboração da lei penal, que deve ser suficientemente clara e precisa na formulação do conteúdo do tipo legal e no estabelecimento da sanção para que exista real segurança jurídica. Tal assertiva constitui postulado indeclinável do Estado de direito material - democrático e social. O princípio da reserva legal implica a máxima determinação e taxatividade dos tipos penais, impondo-se ao Poder Legislativo, na elaboração das leis, que redija tipo penais com a máxima precisão de seus elementos, bem como ao Judiciário que as interprete restritivamente, de modo a preservar a efetividade do princípio. d) DA CULPABILIDADE: O princípio da culpabilidade possui três sentidos fundamentais: A) Culpabilidade como elemento integrante da teoria analítica do crime – a culpabilidade é a terceira característica ou elemento integrante do conceito analítico de crime, sendo estudada, sendo Welzel, após a análise do fato típico e da ilicitude, ou seja, após concluir que o agente praticou um injusto penal; B) Culpabilidade como princípio medidor da pena – uma vez concluído que o fato praticado pelo agente é típico, ilícito e culpável, podemos afirmar a existência da infração penal. Deverá o julgador, após condenar o agente, encontrar a pena correspondente à infração praticada, tendo sua atenção voltada para a culpabilidade do agente como critério regulador; C) Culpabilidade como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva, ou seja, da responsabilidade penal sem culpa – o princípio da culpabilidade impõe a subjetividade da responsabilidade penal. Isso significa que a imputação subjetiva de um resultado sempre depende de dolo, ou quando previsto, de culpa, evitando a responsabilização por caso fortuito ou força maior. e) DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS: O pensamento jurídico moderno reconhece que o escopo imediato e primordial do Direito Penal reside na proteção de bens jurídicos - essenciais ao indivíduo e à comunidade -, dentro do quadro axiológico constitucional ou decorrente da concepção de Estado de Direito democrático (teoria constitucional eclética). f) DA INTERVENÇÃO MÍNIMA (OU DA SUBSIDIARIEDADE): Estabelece que o Direito Penal só deve atuar na defesa dos bens jurídicos imprescindíveis à coexistência pacífica das pessoas e que não podem ser eficazmente protegidos de forma menos gravosa. Desse modo, a lei penal só deverá intervir quando for absolutamente necessário para a sobrevivência da comunidade, como ultima ratio. O princípio da intervenção mínima é o responsável não só pelos bens de maior relevo que merecem a especial proteção do Direito Penal, mas se presta, também, a fazer com que ocorra a chamada descriminalização. Se é com base neste princípio que os bens são selecionados para permanecer sob a tutela do Direito Penal, porque considerados como de maior importância, também será com fundamento nele que o legislador, atento às mutações da sociedade, que com sua evolução deixa de dar importância a bens que, no passado, eram da maior relevância, fará retirar do ordenamento jurídico-penal certos tipos incriminadores. g) FRAGMENTARIEDADE: A função maior de proteção dos bens jurídicos atribuída à lei penal não é absoluta. O que faz com que só devem eles ser defendidos penalmente frente a certas formas de agressão, consideradas socialmente intoleráveis. Isto quer dizer que apenas as ações ou omissões mais graves endereçadas contra bens valiosos podem ser objeto de criminalização. O caráter fragmentário do Direito Penal aparece sob uma tríplice forma nas atuais legislações penais: a) defendendo o bem jurídico somente contra-ataques de especial gravidade, exigindo determinadas intenções e tendências, excluindo a punibilidade da ação culposa em alguns casos etc; b) tipificando somente uma parte do que nos demais ramos do ordenamento jurídico se estima como antijurídico; c) deixando, em princípio, sem castigo, as ações meramente imorais, como a homossexualidade e a mentira. h) DA PESSOALIDADE DA PENA (DA RESPONSABILIDADE PESSOAL OU DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA): Impede-se a punição por fato alheio, vale dizer, só o autor da infração penal pode ser apenado (CF, art. 5º, XLV). Havendo falecimento do condenado, a pena que lhe fora infligida, mesmo que seja de natureza pecuniária, não poderá ser estendida a ninguém, tendo em vista seu caráter personalíssimo, quer dizer, somente o autor do delito é que pode submeter-se às sanções penais a ele aplicadas. Todavia, se estivermos diante de uma responsabilidade não penal, como a obrigação de reparar o dano, nada impede que, no caso de morte do condenado e tendo havido bens para transmitir aos seus sucessores, estes respondem até as forças da herança. A pena de multa, apesar de ser considerada agora dívida de valor, não deixou de ter caráter penal e, por isso, continua obedecendo a este princípio. i) INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA A individualização da pena ocorre em três momentos: a) Cominação – a primeira fase de individualização da pena se inicia com a seleção feita pelo legislador, quando escolhe para fazer parte dopequeno âmbito de abrangência do Direito Penal aquelas condutas, positivas ou negativas, que atacam nossos bens mais importantes. Uma vez feita essa seleção, o legislador valora as condutas, cominando-lhe penas de acordo com a importância do bem a ser tutelado. b) Aplicação – tendo o julgador chegado à conclusão de que o fato praticado é típico, ilícito e culpável, dirá qual a infração praticada e começará, agora, a individualizar a pena a ele correspondente, observando as determinações contidas no art. 59 do Código Penal (MÉTODO TRIFÁSICO). c) Execução penal – a execução não pode igual para todos os presos, justamente porque as pessoas não são iguais, mas sumamente diferentes, e tampouco a execução pode ser homogênea durante todo período de seu cumprimento. Individualizar a pena, na execução consiste em dar a cada preso as oportunidades para lograr a sua reinserção social, posto que é pessoa, ser distinto. j) PROPORCIONALIDADE DA PENA: Deve existir sempre uma medida de justo equilíbrio entre a gravidade do fato praticado e a sanção imposta. A pena deve ser proporcionada ou adequada à magnitude da lesão ao bem jurídico representada pelo delito e a medida de segurança à periculosidade criminal do agente. O princípio da proporcionalidade rechaça, portanto, o estabelecimento de cominações legais (proporcionalidade em abstrato) e a imposição de penas (proporcionalidade em concreto) que careçam de relação valorativa com o fato cometido considerado em seu significado global. Tem assim duplo destinatário: o poder legislativo (que tem de estabelecer penas proporcionadas, em abstrato, à gravidade do delito) e o juiz (as penas que os juízes impõem ao autor do delito tem de ser proporcionais à sua concreta gravidade). k) DA HUMANIDADE (OU DA LIMITAÇÃO DAS PENAS) Em um Estado de Direito democrático veda-se a criação, a aplicação ou a execução de pena, bem como de qualquer outra medida que atentar contra a dignidade humana. Apresenta-se como uma diretriz garantidora de ordem material e restritiva da lei penal, verdadeira salvaguarda da dignidade pessoal, relaciona-se de forma estreita com os princípios da culpabilidade e da igualdade. Está previsto no art. 5º, XLVII, que proíbe as seguintes penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis. “Um Estado que mata, que tortura, que humilha o cidadão não só perde qualquer legitimidade, senão que contradiz sua razão de ser, colocando- se ao nível dos mesmos delinquentes” (Ferrajoli). l) DA ADEQUAÇÃO SOCIAL: Apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal não será tida como típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo da ordem social da vida historicamente condicionada. Outro aspecto é o de conformidade ao Direito, que prevê uma concordância com determinações jurídicas de comportamentos já estabelecidos. O princípio da adequação social possui dupla função. Uma delas é a de restringir o âmbito de abrangência do tipo penal, limitando a sua interpretação, e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade. A segunda função é dirigida ao legislador em duas vertentes. A primeira delas o orienta quando da seleção das condutas que deseja proibir ou impor, com a finalidade de proteger os bens considerados mais importantes. Se a conduta que está na mira do legislador for considerada socialmente adequada, não poderá ele reprimi-la valendo-se do Direito Penal. A segunda vertente destina-se a fazer com que o legislador repense os tipos penais e retire do ordenamento jurídico a proteção sobre aqueles bens cujas condutas já se adaptaram perfeitamente à evolução da sociedade. m) DA INSIGNIFICÂNCIA (OU DA BAGATELA): Relacionado o axioma minima non cura praeter, enquanto manifestação contrária ao uso excessivo da sanção penal, postula que devem ser tidas como atípicas as ações ou omissões que afetam muito infimamente a um bem jurídico-penal. A irrelevante lesão do bem jurídico protegido não justifica a imposição de uma pena, devendo-se excluir a tipicidade em caso de danos de pouca importância.“A insignificância da afetação [do bem jurídico] exclui a tipicidade, mas só pode ser estabelecida através da consideração conglobada da norma: toda ordem normativa persegue uma finalidade, tem um sentido, que é a garantia jurídica para possibilitar uma coexistência que evite a guerra civil (a guerra de todos contra todos). A insignificância só pode surgir à luz da finalidade geral que dá sentido à ordem normativa, e, portanto, à norma em particular, e que nos indica que essas hipóteses estão excluídas de seu âmbito de proibição, o que não pode ser estabelecido à luz de sua consideração isolada”. (Zaffaroni e Pierangeli) n) DA LESIVIDADE: Os princípios da intervenção mínima e da lesividade são como duas faces da mesma moeda. Se, de um lado, a intervenção mínima somente permite a interferência do Direito Penal quando estivermos diante de ataques a bens jurídicos importantes, o princípio da lesividade nos esclarecerá, limitando ainda mais o poder do legislador, quais são as condutas que deverão ser incriminadas pela lei penal. Na verdade, nos esclarecerá sobre quais são as condutas que não poderão sofrer os rigores da lei penal. O mencionado princípio proíbe a incriminação de: a) uma atitude interna (pensamentos ou sentimentos pessoais); b) uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor (condutas não lesivas a bens de terceiros); c) simples estados ou condições existenciais (aquilo que se é, não o que se fez); d) condutas desviadas (reprovadas moralmente pela sociedade) que não afetem qualquer bem jurídico. o) DA EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL: A lei penal, mesmo depois de revogada, pode continuar a regular fatos ocorridos durante a vigência ou retroagir para alcançar aqueles que aconteceram anteriormente à sua entrada em vigor. Essa possibilidade que é dada á lei penal de se movimentar no tempo é chamada de extra atividade. A regra geral é a da irretroatividade in pejus; a exceção é a retroatividade in mellius. p) PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE: O CP determina a aplicação da lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. O Brasil não adotou uma teoria absoluta da territorialidade, mas sim uma teoria conhecida como temperada, haja vista que o Estado, mesmo sendo soberano, em determinadas situações, pode abrir mão da aplicação de sua legislação, em virtude de convenções, tratados e regras de direito internacional. q) PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE: Ao contrário do princípio da territorialidade, cuja regra geral é a aplicação da lei brasileira àqueles que praticarem infrações dentro do território nacional, incluídos aqui os casos considerados fictamente como sua extensão, o princípio da extraterritorialidade se preocupa com a aplicação da lei brasileira além de nossas fronteiras, em países estrangeiros. r) DA ESPECIALIDADE: Especial é a norma que possui todos os elementos da geral e mais alguns, denominados “especializantes”, que trazem um minus ou um plus de severidade. A lei especial prevalece sobre a geral. Afasta-se, dessa forma, o bis in idem, pois o comportamento do sujeito só é enquadrado na norma incriminadora especial, embora também estivesse descrito na geral. s) DA SUBSIDIARIEDADE: Subsidiária é aquela norma que descreve um graus menor de violação do mesmo bem jurídico, isto é, um fato menos amplo e menos grave, o qual, embora definido como delito autônomo, encontra-se também compreendido em outro tipo como fase normal de execução do crime mais grave. Define, portanto, como delito independente, conduta que funciona como parte de um crime maior. t) DA CONSUNÇÃO: É o princípio segundo o qual um fato maisgrave e mais amplo consome, isto é, absorve, outros fatos menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou como mero exaurimento. Hipóteses em que se verifica a consunção: crime progressivo (ocorre quando o agente, objetivando desde o início, produzir o resultado mais grave, pratica, por meio de atos sucessivos, crescentes violações ao bem jurídico); crime complexo (resulta da fusão de dois ou mais delitos autônomos, que passam a funcionar como elementares ou circunstâncias no tipo complexo). u) DA ALTERNATIVIDADE: Ocorre quando a norma descreve várias formas de realização da figura típica, em que a realização de uma ou de todas configura um único crime. São os chamados tipos mistos alternativos, os quais descrevem crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado. Não há propriamente conflito entre normas, mas conflito interno na própria norma. v) DA PROSCRIÇÃO DA ANALOGIA: Se por analogia, em direito penal, entende-se completar o texto legal de maneira a estendê-lo para proibir o que a lei não proíbe, considerando antijurídico o que a lei justifica, ou reprovável o que ela não reprova ou, em geral, punível o que não é por ela penalizado, baseando a conclusão em que proíbe, não justifica ou reprova condutas similares, este procedimento de interpretação é absolutamente vedado no campo da elaboração científico- jurídica no campo do direito penal. w) DA INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA (IN DUBIO PRO REO): Costuma-se afirmar que o princípio não é uma regra de interpretação, mas um critério de valoração da prova. Ele nos indica a atitude que necessariamente devemos adotar para entender uma expressão legal que tem sentido dúbio ou múltiplo, mas pode ser descartado ante a contradição da lei com o resto do sistema. x) DA INTRANSCENDÊNCIA (OU PERSONALIDADE DA PENA): Nunca se pode interpretar uma lei penal no sentido de que a pena transcende da pessoa que é autora ou partícipe do delito. A pena é uma medida de caráter estritamente pessoal, em virtude de consistir em uma ingerência ressocializadora sobre o apenado. Daí que se deva evitar toda consequência da pena que afete a terceiros. y) DA HUMANIDADE: Há um princípio geral de racionalidade que deriva da CF ou do princípio republicano, que exige certa vinculação eqüitativa entre o delito e sua conseqüência jurídica, mas este princípio vincula-se intimamente também com o princípio da humanidade, que se deduz da proscrição da pena de morte, perpétua, de banimento, trabalhos forçados e penas cruéis (CF, art. 5º, XLVII). z) DA RETRIBUTIVIDADE OU CONSEQUÊNCIALIDADE DA PENA COM RELAÇÃO AO DELITO: Nulla poena sine crimine. aa) DA LEGALIDADE: - Nullum crimen sine legem. bb) MERA LEGALIDADE OU DA LATA LEGALIDADE: Exige a lei como condição necessária da pena e do delito. A lei é condicionante. A simples legalidade da forma e da fonte é condição da vigência ou da existência das normas que preveem penas e delitos, qualquer que seja seu conteúdo. O princípio convencionalista da mera legalidade é norma dirigida aos juízes, aos quais prescreve que considera delito qualquer fenômeno livremente qualificado como tal na lei. cc) DA LEGALIDADE ESTRITA: Exige todas as demais garantias como condições necessárias da legalidade penal. A lei é condicionada. A legalidade estrita ou taxatividade dos conteúdos resulta de sua conformidade com as demais garantias e, por hipótese de hierarquia constitucional, é condição de validade ou legitimidade das leis vigentes. O pressuposto necessário da verificabilidade ou da falseabilidade jurídica é que as definições legais que estabeleçam as conotações das figuras abstratas de delito e, mais em geral, dos conceitos penais sejam suficientemente precisas para permitir, no âmbito de aplicação da lei, a denotação jurídica (ou qualificação, classificação ou subsunção judicial) de fatos empíricos exatamente determinados. dd) NECESSIDADE OU DA ECONOMIA DO DIREITO PENAL: Nulla lex (poenalis) sine necessitate. Justamente porque a intervenção punitiva é a técnica de controle social mais gravosamente lesiva da dignidade e da dignidade dos cidadãos, o princípio da necessidade exige que se recorra a ela apenas como remédio extremo. Se o Direito Penal responde somente ao objetivo de tutelar os cidadãos e minimizar a violência, as únicas proibições penais justificadas por sua “absoluta necessidade” são, por sua vez, as proibições mínimas necessárias. ee) DA LESIVIDADE OU DA OFENSIVIDADE DO EVENTO: Nulla necessitas sine injuria. A lei penal tem o dever de prevenir os mais altos custos individuais representados pelos efeitos lesivos das ações reprováveis e somente eles podem justificar o custo das penas e das proibições. O princípio axiológico da separação entre direito e moral veta, por sua vez, a proibição de condutas meramente imorais ou de estados de ânimo pervertidos, hostis, ou, inclusive, perigosos. ff) DA MATERIALIDADE OU DA EXTERIORIDADE DA AÇÃO: Nulla injuria sine actione. Nenhum dano, por mais grave que seja, pode-se estimar penalmente relevante, senão como efeito de uma ação. Em conseqüência, os delitos, como pressupostos da pena não podem consistir em atitudes ou estados de ânimo interiores, nem sequer, genericamente, em fatos, senão que devem se concretizar em ações humanas – materiais, físicas ou externas, quer dizer, empiricamente observáveis – passíveis de serem descritas, enquanto tais, pelas leis penais. gg) DA CULPABILIDADE OU DA RESPONSABILIDADE PESSOAL: Nulla actio sine culpa. hh) DE UTILIDADE: As proibições não devem só ser dirigidas à tutela de bens jurídicos como, também, devem ser idôneas. Obriga a considerar injustificada toda proibição da qual, previsivelmente, não derive a desejada eficácia intimidatória, em razão dos profundos motivos – individuais, econômicos e sociais – de sua violação; e isso à margem do que se pense sobre a moralidade e, inclusive, sobre a lesividade da ação proibida. ii) DA AXIOLÓGICO DE SEPARAÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL: A valorização da interiorização da moral e da autonomia da consciência é traço distintivo da ética laica moderna, a reivindicação da absoluta licitude jurídica dos atos internos e, mais ainda, de um direito natural à imoralidade é o princípio mais autenticamente revolucionário do liberalismo moderno. 3) FONTE DO DIREITO PENAL: a fonte material do direito penal é a UNIÃO, excepcionalmente, o ESTADO-MEMBROS se autoriza por lei complementar editado pela União. A fonte formal é a lei em sentido estrito -> interpretação é o processo de conhecimento da norma. a) Interpretação extensiva: conhecimento da norma por meio de ampliação do sentido determinado termo para dar lógica a sua aplicação, o que admissível no direito penal. b) Interpretação analógica: conhecimento da norma por meio de comparação entre termos, ampliando-se o seu alcance, dentro dos critérios previsto pela própria lei penal. c) Analogia: processo de integração do sistema normativo, suprindo- se lacunas e aplicando-se norma existente a caso semelhantes ao que seria cabível. d) Analogia em malam partem: Em caso de omissão do legislador quanto à determinada conduta, aplica-se a analogia, sendo que a analogia in malam partem é aquela onde adota-se lei prejudicial ao réu, reguladora de caso semelhante. Trata-se de medida com aplicação impossível no Direito Penal moderno, pois este é defensor do Princípio da Reserva Legal, e ademais, lei que restringe direitos não admite-se analogia. e) Analogia in bonam partem: É o uso da analogia em benefício do réu, pois permite a sua absolvição ou aplicação de pena mais branda a uma situação fática não prevista expressamente em lei. Em face do princípio da legalidade, somente se admite a analogia benéfica em casos excepcionais. 4) CRIME: = DELITO = TIPO -> é uma espécie de ato antijurídico que é praticado pelo homem, quecria, extingue ou modifica direitos e obrigações, é apenas aquilo que está tipificado em lei (principio da legalidade) -> contravenção penal: infração penal, crime menor -> TIPO= TIPO OBJETIVO+TIPO SUBJETIVO. a) Tipo objetivo: descrição objetivo da ação/omissão que é infração penal. b) Tipo subjetivo: é a condita em sentido estrito, o crime que o indivíduo queria cometer se haver ação ou omissão. Para ser crime, necessita-se de mais que apenas o tipo objetivo, necessita-se de: TIPO SUBEJETIVO, CULPABILIDADE (ART.29) E DA MATERIALIDADE (DESCRIÇÃO DO CRIME). c) Crime meio: é crime menos grave que há entrado no crime mais grave. d) Crime de perigo: crime de tentativa, não é o crime completo. e) Sujeito: a) ativo: o que PRATICA/AUTOR o ato, normalmente é ocuto; b) passível: o que SOFRE/VITIMA, nem sempre é palpável, especialmente, em crimes onde a vitima inicial é a sociedade (SUJEITO PASSIVO INDIRETO) e o secundário é um individuo (SUJEITO PASSIVO DIREITO). f) Objeto: a) bem jurídico tutelado: é o bem protegido pelo direto penal; b) objeto material: o objeto que sofre DIRETAMENTE a ação, nem sempre será o bem jurídico tutelado, ele pode ser o fruto do crime (via de regra, mas nem sempre ocorrer). g) Detenção: para crime culposo, crimes mais simples; h) Reclusão: para crime doloso, crimes mais graves i) Intervenção: para criminosos que não compreender certo e errado, para aqueles com algum tipo de distúrbio -> MEDIDA DE SEGURANÇA SOCIAL OBS: Silogismo socrático: Silogismo é um modelo de raciocínio baseado na ideia da dedução, composto por duas premissas que geram uma conclusão. O silogismo jurídico é um modelo de pensamento lógico que os profissionais do direito (advogados, juízes, promotores de justiça e etc) executam, principalmente, durante a apresentação de pareceres criminais, por exemplo. A estrutura de um silogismo jurídico seria dividida em três etapas: a apresentação de uma premissa maior, baseada na lei; o caso concreto, ou seja, a apresentação dos fatos como ocorreram; e, por fim, a conclusão que consiste na aplicação da lei ao fato. Por exemplo: “Matar uma pessoa é crime e assassino deve ser punido. Ora, João matou uma pessoa. Logo, João deve ser punido”. A norma de direito penal de tem duas camadas: 1) camada principal: descrição da conduta (texto de lei); 2) Camada segundaria: pena; c)conduta: núcleo (elemento principal), elemento normativo. j) Normal penal em branco: não tem definição -> é preceito incompleto, que precisa da complementação de outra normas. Dois tipos: 1)sentido lato: são as que o complemento é originário da mesma fonte formal de que a norma incriminadora, a norma encarregada de complementar possui a mesma fonte que a norma em branco; 2) sentido estrito: são as que a complementação é originária de outra instancia legislativa, diversa da norma a ser complementada -> heterogeneidade de fontes. k) Crime culposo: quando não se toma o efetivo cuidado para não se chegar ao resultado -> NÃO HÁ INTENSÃO DE COMETER O CRIME. l) Crime doloso: Quando EXISTE a intenção desse cometer o crime, faz parte do crime, esconder que se faz -> Crimes contra a vida (art.121-128 -> vão a júri popular) m) CRIME HEDIONDO: LEI N.8072: são crimes que merecem maior reprovação do Estado, são mais graves, revoltante, que causam maior aversão na coletidade -> CRIMES DE GRAVIDADE ACENTUADA -> Sendo eles: Homicídio simples praticado em atividade típica de grupo de extermínio; Homicídio qualificado; Crime de lesão corporal de natureza gravíssima; Lesão corporal seguida de morte; (Em ambos os casos (de lesão corporal), é necessário que sejam praticados contra agente de segurança pública ou das forças armadas, identificados nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal ou contra seus familiares;) Latrocínio; Extorsão qualificada pela morte; Extorsão mediante sequestro e pela forma qualificada; Estupro; Estupro de vulnerável; Epidemia com resultado morte; Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais; Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável; Genocídio; Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito; trafico ilícito de entorpecentes, tortura e terrorismo. n) Crime permanente: é crime cujo o memento da consumação se prolonga no tempo por vontade do agente. o) Crimes continuado: beneficio que se da ao agente que comete 2 ou mais crimes da mesma espécies, usando a mesma forma de ação, desde que dentro de um prazo razoável para caracterizar continuidade entre eles, pois para abrandamento da pena, aplica-se pena de só um dos crimes, se idênticos, ou do mais greve. 5) NORMAS EXPLICÁVEIS: ART. 1-120 -> normas de caráter legal e institucional. a) Art. 1 -> anterioridade da lei -> unido ao princípio da legalidade compõe os princípios da reserva legal, ou seja, nenhuma pena poderá ser aplicada se não houver sanção pré-existente e correspondente ao fato. Por exemplo, um indivíduo comete um ato que ao ver de uma pessoa ou do Estado seja de alguma forma prejudicial, todavia, esse ato não é crime se não estiver anteriormente instituído em uma lei. O delito e a pena precisarão ser encontrados em uma lei vigente ao tempo da prática do ato, sendo instituída a lei após o ato não retroagirá para puni-lo. Há de ser feita uma importante observação em relação ao parágrafo único do artigo 2°: se a lei posterior vier favorecendo de alguma forma o réu retroagirá para que se faça justiça. Não descobrir o crime no ato da prática não quer dizer que o indivíduo estará isento. Sendo descoberto antes da prescrição o Estado terá o direito e o dever de julgá-lo. b) Art. 2: Lei penal no tempo: “considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. É oriunda do princípio da atividade, pois tempus regit actum (o tempo rege o ato). Na prática, o aplicador da lei deve saber a data do crime e procurar a legislação vigente à época. Caso a lei tenha sido revogada, retroage, se mais gravosa, não retroage. Oriunda do princípio da legalidade, a lei penal incriminadora deve ser anterior ao fato. Se posterior é irretroativa. quando a lei revogadora é mais benéfica, ela será retroativa. Quando a lei revogada é mais benéfica, ela será ultra-atividade, aplicando-se aos fatos cometidos durante sua vigência. OBS: Teorias necessárias: Abolitio Criminis: “é a descriminalização de determinada conduta por lei nova que deixa de considerar crime conduta anteriormente tipificada como ilícito penal. Ela apaga qualquer efeito da lei penal incriminadora, da pena em cumprimento, passando pelo processo e chegando até a própria anotação na ficha criminal do indivíduo, não podendo ser considerada para configurar reincidência ou maus antecedentes.” Novatio Legis Incriminadora: “é a hipótese inversa, ou seja, lei nova que tipifica conduta que antes não era considerada crime. Consagrando a anterioridade da lei penal, não se aplica a fatos anteriores e sua vigência.” Lex Mitior: “lei posterior que melhora a situação do sujeito. Corolário da retroatividade da lei mais benigna, como consagrado na CF88, a lei posterior mais benéfica sempre retroage, alcançando inclusive os fatos já alcançados por decisão condenatória já transitada em julgado. Diferencia-se da abolitio criminis, uma vez que aqui não é a conduta, mas outras circunstâncias que são modificadas pela nova lei como: pena ou tempo de prescrição”. Lex Gravior: “lei posterior que agrava a situação do sujeito. A lei mais gravosa não retroage, aplicando-se apenas aos fatos ocorridos após sua vigência. Aos fatos anteriores a lei mais gravosa, se aplica a lei anterior mais benigna (ultra-atividade da lei mais benigna).” c) Art.3: Lei excepcional ou temporária: A Lei excepcional ou lei temporária em sentido amplo, por sua vez, consiste em norma que tem por escopo atender necessidades estatais transitórias, tais como guerra ou calamidade, perdurando por todo o período considerado excepcional. Conclui-se, portanto, que fatos ocorridos sob a égide das leis temporárias e lei excepcional não são excluídas ou beneficiadas pelo princípio da retroatividade da lei mais benéfica ou novatio legis in mellius, por tratar-se de hipótese legal específica em que cabe a extra-atividade da lei penal para que a norma temporal ou excepcional já não em vigor, ou até mesmo revogada produza ainda que fora de tempo seus efeitos, conhecido como ultratividade. d) Art. 4 e 6 : Tempo e lugar do crime: TEMPO DO CRIME: Teoria da atividade: é a adotada pelo Código Penal Brasileiro. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Assim, se ‘A’, com inequívoco animus necandi, atira contra ‘B’ em data de 10 de janeiro de 2015, vindo este a óbito em data de 27 de abril do citado ano. Ter-se-á praticado o crime de homicídio em 10/01/2015. LUGAR DO CRIME: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Exemplo: considera- se como lugar do crime Osasco (ação) e São Paulo (resultado). MACETE L: UGAR U: BIGUIDADE (MISTA) T: EMPO A: ATIVIDADE e) Art.5 E 7: Territorialidade e extraterritorialidade: O critério geral da territorialidade prevê que a lei penal é aplicada ao crime cometido em território nacional. O território brasileiro é a faixa de terra e mar territorial (12 milhas [19,3 km] contadas do litoral) + todo o espaço aéreo e subsolo correspondente. Para efeitos penais, as embarcações e aeronaves públicas são consideradas extensão do território brasileiro, e as privadas também o são quando localizadas em alto mar ou em seu espaço aéreo correspondente. “A principal exceção à territorialidade se dá no caso de imunidade diplomática, que garante aos agentes diplomáticos serem processados em seus países de origem e garante a inviolabilidade das embaixadas”.ATENÇÃO: há determinados crimes que a legislação prevê a possibilidade de persecução, mesmo fora do território nacional. São os casos de Defesa Nacional (Art. 7º, I, CP), Nacionalidade do Agente Ativo (Art. 7º, II, B) ou Passivo (Art. 7º, § 3º) e Competência Universal de Caráter Humanitário. Essas hipóteses se dividem em: Incondicionadas: a lei brasileira sempre se aplica nas hipóteses do art. 7º, § 1º, CP) que regula sobre os crimes: contra a vida ou liberdade do Presidente da República, contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público, contra a administração pública, por quem está a seu serviço e de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; Condicionadas: quando a lei brasileira só pode ser aplicada se previstas as condições objetivas de punibilidade do art.7°, §2°, CP: a) entrar o agente no território nacional; ser o fato punível também no país em que foi praticado; estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. f) Art. 8: Pena cumprida do estrangeiro -> a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas”. Este artigo dispõe sobre a não incidência do bis in idem, ou seja, o agente não pode cumprir a pena de mesma natureza duas vezes. O agente que praticou um crime no estrangeiro e outro no brasil, sendo condenado à pena de mesma natureza, a pena cumprida pelo agente no estrangeiro será descontada no brasil. Assim, caso a pena cumprida pelo agente seja maior do que a pena a ser cumprida no brasil, nada restará a cumprir. Caso as penas sejam de natureza diversa, a pena cumprida pelo agente no estrangeiro atenua, a critério do juiz, a pena que deve ser cumprida no brasil. a doutrina costuma denominar a pena cumprida no estrangeiro como “detração da pena cumprida no estrangeiro”. g) Art.9 : Eficácia da sentença estrangeira -> Por força da lei penal, a sentença estrangeira produz alguns efeitos no Brasil, independentemente de qualquer condição. Assim ocorre no instituto da reincidência, que considera como antecedente condenação em país estrangeiro (art. 63), na detração que manda computar tempo de prisão no exterior (art. 42), nas condições impostas a respeito da extraterritorialidade (art. 7º, § 2º, d e c etc.). É ela considerada, nesses casos, como fato jurídico capaz de produzir efeitos jurídicos perante a lei brasileira. Bastará, pois, uma prova documental idônea (certidão devidamente traduzida) para que a sentença estrangeira produza aqueles efeitos previstos expressamente na lei brasileira. A homologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça é o de reconhecer a validade jurídica da sentença estrangeira perante o ordenamento jurídico brasileiro. Somente a sentença estrangeira que de algum modo necessita ser executada no Brasil é que precisa da homologação do Superior Tribunal de Justiça. Para tanto são estabelecidas algumas exigências pela norma penal, tais como: obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições, existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. Exequatur: espécie de autorização expedida pelo STJ para que se cumpra ato processual requisitado por autoridades estrangeiras no Brasil. h) Art. 10: Contagem de prazo: prescreve a contagem de prazo no Direito Penal: “O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum”. Este artigo disciplina a contagem de prazo no Direito Penal, que é empregada nos casos de duração de pena, do livramento condicional, do sursis, da decadência e da prescrição, todos institutos do direito penal. Existe crítica doutrinária à contagem penal prevista no artigo 10 do Código Penal, uma vez que não define qual seria o calendário comum a ser adotado (gregoriano, Juliano, judaico, romano, árabe, islâmico). Para a contagem penal no que tange ao dia não importa a que horas do dia o prazo começou a contar (correr). Para este efeito, o dia termina às 24 (vinte e quatro) horas. No caso de uma determinada pena iniciar o seu cumprimento às 23h55min, os cinco minutos são considerados para a contagem da pena como sendo o dia todo. Em relação ao mês, não importa se são de 30 (trinta) ou 31 (trinta e um) dias. No que se refere ao ano o modo de contagem é o mesmo usado para o mês, ou seja, não importa se o ano é bissexto ou com 365 dias. FOTO!!!! i) Art. 11 – Frações não computáveis na pena -> para penas restritivas de direito e privativas de liberdade -> Fração do dia=horas, assim, na hora de se aplicar a pena deve desprezar as horas da pena (na prisão conta como dia de pena), o juiz não pode dar pena em horas. Nas penas de multa, desprezam-se os centavos j) Art. 12 -> Legislação especial -> lei especial: crimes/regras da lei penal que não estão no Código penal. Regras gerais: são previstas na parte geral (até o art.120), que se aplicam a todo tipo de crime, mas tem algumas que se encontram na parte especial. -> principio da convivência das esferas autônomas: as regras gerais do CP serão aplicadas a leis especais, se não dispuser de modo diverso -> principiode especialidade, se há norma mais especifica, ela será aplicada. DO CRIME 1) Sujeitos do crime: a) Sujeito ativo: é aquele que pratica a conduta descrita pelo tipo penal. Animais e coisas NÃO PODEM ser sujeitos ativos de crimes, nem autores de ação, pois lhe falta vontade; a PJ não pode ser sujeito ativo, salvo em crimes ambientais. b) Sujeito passivo: é o titular do direito do bem jurídico protegido pelo tipo penal incriminador que foi violado. A) SP formal: que é o titular do interesse jurídico de punir, surgindo com a pratica da infração penal, É SEMPRE O ESTADO; B)SP material: que é titular do bem jurídico diretamente lesado pela ação; 2) Objeto do crime: a) Objeto material: é o bem de natureza corporativa ou incorpórea, sobre o qual recai a conduta criminosa. b) Objeto jurídico: é o interesse pela norma penal, como a vida, o patrimônio, a fé pública, etc. 3) Tipicidade: adequação dos fatos reais ao modelo ao descritivo abstrato em lei. a) Fato tipo: conduta + nexo causal = resultado = ser amoldados ao modelo legal b) Tipo penal: concretiza o princípio da reserva legal, não há crime sem lei anterior que o define. c) Tipo fechado: é constituído só de elementos descritivos que não dependem do trabalho de complementação do interprete para que seja compreendido. d) Tipo aberto: é o que contém elementos normativo ou subjetivo, de modelo que dependem de interpretação de quem os conhece para que tenham sentido e aplicação. e) Nexo causal: é o vínculo entre a conduta do agente e o resultado por ele gerado, com relevância suficiente para forma fato desse tipo. f) Causa: é toda ação ou omissão que é indispensável para configuração do resultado concreto. ARTIGO 1) Art. 13: relação de causalidade -> teoria da equivalência dos antecedentes: adotado pelo CP -> conditio sine quo non (causa sem a qual não), a causa é toda a ação ou omissão anterior que contribui para a produção do resultado; a lei atribui relevância casual a todos os antecedentes do resultado. Procedimento hipotético de eliminação: ele analisa todas e exclui a que mesmo se não tivesse acontecido não mudaria o resultado. §1q superveniência de causa independente. Absolutamente independente: a) preexistentes (acontece antes da conduta do agente); b) Concomitantes (acontece ao mesmo tempo que a conduta de agente); c) Superveniente (acontece após a conduta do agente). Obs: o agente só responde pelo resultado dos seus atos, então praticado e produzido, mas também ira responder pela tentativa. Relativamente: preexistentes e concomitantes: o agente responde pelo resultado até então produzido, pelos seus atos, com sua vontade. Superveniente: não produziu por si só o resultado (não foi uma causa que se produziu sozinha, precisa da ação do agente) ou por si só produziu o resultado ( é tratado como uma causa absolutamente independente o agente só responde pelo resultado que seus atos, até então praticados, causaram). § 2o relevância da omissão: Alinha a: é uma obrigação legal: pais, tutores, curadores e outros que tem a obrigação legal de cuidar dos; Alinha b: refere-se a obrigação contratual ou de relações concretos na vida; Alinha c: refere-se ao dever surgido de uma ação precedente do agente, que deu causa ao aparecimento do risco. 2) Art.14: crime consumado e tentativa: intercrimines (caminho do crime): conjunto de etapas que se sucedem cronologicamente, no desenvolvimento direito: SÓ EM CRIMES DOLOSOS. Crime Consumado: é aquele em que há a realização integral do tipo penal, ou seja, como afirma Nucci (2017, p. 287), é quando o tipo concreto se enquadra no tipo abstrato. Rogério Sanches Cunha (2015, p. 336) afirma ainda, sobre o crime consumado, que, “nos termos do art. 14, I do Código Penal, considera-se consumado o crime 'quando nele se reúnem todos os elementos da sua definição legal'. Tem-se, assim, um crime completo, perfeito, realizado por inteiro, coincidindo o fato concreto e o tipo legal.”. Crime material ou de resultado: Nesta espécie de crime é previsto, no tipo penal, a descrição da conduta e seu respectivo resultado, exigindo, para sua efetiva consumação, a alteração (modificação) do mundo exterior. Como exemplo podemos citar o homicídio, art. 121 do Código Penal. Com efeito, o homicídio só se consuma com a morte. Crime formal ou de consumação antecipada: a norma penal também descreve um comportamento seguido de um resultado naturalístico, mas dispensa a modificação do mundo exterior, contentando-se, para a consumação, com a prática da conduta típica. Logicamente, o crime se consuma, portanto, no momento da ação. Crime de mera conduta: Trata-se de um delito sem resultado naturalístico, descrevendo a lei apenas uma conduta, consumando-se o crime no momento da prática da ação. Como exemplo citemos a violação de domicílio, art. 150 do Código Penal. Com efeito a consumação da violação de domicílio se dá no próprio momento da prática delitiva, não importando as ações subsequentes. Crime permanente: nos crimes permanentes a consumação se protrais no tempo, prolongando-se até que o agente cesse a conduta delituosa. Exemplo de tal crime é o sequestro ou cárcere privado, art. 148 do Código Penal. Crime habitual: Para a consumação desta espécie criminal requer-se a reiteração da conduta típica. Ou seja, para enquadrar-se no tipo crime habitual a prática do mesmo deve ser constante e repetitiva. Crime qualificado pela resultado: Nesta espécie, a consumação dá-se com a produção do resultado que agrava especialmente a pena (CUNHA, 2015, p. 337). Exemplo: lesão corporal seguida de morte, art. 129 §3º, Código Penal. Crime omissivo próprio: Consuma-se no momento que o agente se abstem de realizar a conduta devida que lhe era imposta pelo tipo mandamental (CUNHA, 2015, p. 337). Como exemplo citamos a omissão de socorro, art. 135 do Código Penal.Crime omissivo impróprio: Tem a sua consumação, conforme expressa Cunha (2015), com a produção do resultado naturalístico. Exemplo desta espécie criminal é o crime do garantidor, art. 13, §2º do Código Penal. Crime tentado: É a realização incompleta da conduta típica, que não é punida como crime autônomo, o Código Penal não faz previsão, para cada delito, da figura da tentativa, embora a grande maioria comporte a figura tentada. Natureza jurídica da tentativa: como uma ampliação da tipicidade proibida, em razão de uma fórmula geral ampliatória dos tipos dolosos, para abranger a parte da conduta imediatamente anterior à consumação. A tentativa constitui uma ampliação temporal da figura típica e para que tal ato executório, anterior à consumação, seja punível é preciso que a figura típica se estenda para o alcançar Teoria Subjetiva: deve-se, para a punição da tentativa, levar em conta a vontade criminosa, “desde que nítida, podendo ela estar presente e identificada tanto na preparação quanto na execução. De acordo com tal teoria, como o objetivo é punir quem manifesta vontade contrária ao Direito, nem sempre deve a pena ser atenuada pelo juiz. Teoria Objetiva: o objetivo da punição da tentativa volta-se ao perigo efetivo que o bem jurídico corre, o que somente se configura quando os atos executórios, de caráter unívoco, têm início, com idoneidade, para atingi-lo”. Tal teoria é adotada pelo art. 14, II, do Código Penal brasileiro. Dolo e culpa na tentativa: Das características da tentativa já expostas anteriormente pode-se deduzir que, tendo em vista que há dois elementos que constituem a tentativa, qual seja, a) início da execução; e b) não consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente; não há tentativa de crime culposo, pois em se tratando de crime culposo o agente não persegue nenhum resultado. Quanto ao inter criminis percorrido: a)Tentativa imperfeita: quando o agente é impedido de prosseguirno seu intento, deixando de praticar os atos executórios à sua disposição, b) Tentativa perfeita: o agente, mesmo tendo praticado todos os atos executórios disponíveis, não logra a consumação do crime por circunstâncias alheias à sua vontade. Quanto ao resultado produzido na vítima: a) Tentativa branca ou incruenta: o golpe desferido não atinge a vítima, consequentemente não gerando lesão à mesma. b)Tentativa vermelha ou cruenta: a vítima sofre lesão por haver sido efetivamente atingida. Quanto à possibilidade de alcançar o resultado: a) Tentativa idônea: o resultado era possível, só não o foi por motivos alheios à vontade do agente; b)Tentativa inidônea: o crime mostra-se impossível de ser consumado, seja por ineficácia do meio empregado pelo agente, ou, por impropriedade do objeto material. Punibilidade da tentativa: Tentativa subjetiva: a pena será = a pena do crime consumado, bastas a vontade de produzir o resultado; tentativa objetiva: a pena menos que a do crime consumado. ADOTADO PELO CP -> EXCEÇÔES: tentativa como crime autônomo, é definido pelo código como crime, Art.352 (teoria subjetivo). 3) Art. 15: arrependimento eficaz e desistência voluntaria: a desistência tem que ocorrer antes do fim da execução. DESISTENCIA VOLUNTARIA (tentativa abandonado): o agente interrompe voluntariamente a ação, o ato de execução, impedindo a consumação do fato. ARREPENDIMENTO EFICAZ: depois de já praticado todos aos atos executórios suficiente s a consumação do crime, o agente arrepende-se e atua em sentindo contrário, do resultado. NATUREZA JURIDICA: a) extinção da punibilidade: para Nelson Hungria, eles seriam uma forma de extinção da punibilidade. b) Atipicidade: defendendo por alguns autores, seriam fatos atípicos, isto é, não seria considerados crimes. Exclui a tentativa. Formula de Franck: - Tentativa: quero prosseguir, mas não posso, Desistência: posso prosseguir, mas na quero 4) Art.16: Arrependimento posterior: se localiza depois da consumação do fato e antes do recebimento da denúncia; causa geral para diminuição da pena; não é quando o promotor a denúncia, mas quando o juiz recebe, ato voluntário, mas não é espontâneo, coisas apreendidas, não é ATO VOLUNTARIO; a reparação tem que ser total, quando mais próximo da consumação maior a diminuição. Quando mais próximo do recebimento maior a diminuição. 5) Art.17: Crime impossível: QUASE CRIME: natureza jurídica: causa de exclusão da tipicidade -> chega na faze dos atos executórios. MEIO: todo aquele usado pelo agente, capaz de ajuda- lo a produzir os efeitos pretendidos, ele não possui a mínima aptidão produzir os efeitos. MEIOS RELEVANTE INIFICAZ: responde por tentativa, objeto: aquele que se deseja atingir, o qual se dirige a conduta. Objeto absolutamente improprio: é o que, no caso concreto, era absolutamente impropria a finalidade -> O CP USOU A TEORIA OBJETIVA TEMPERADA, em que só se pune o meio ou o objeto que forem relativamente eficazes (quando há a possibilidade de alcançar o resultado) . 6) Art. 18 Crime culposo e doloso: a regra é o crime ser doloso, a culpa tem que ser prevista em lei. MOMENTO VOLUNTIVO: decisão a respeito de querer realizar a conduta (vontade). Consciência: a gente deve saber exatamente aquele que faz, para que passo ser atribuindo-lhe o doloso. Teoria de representação: o agente prevê o resultado como possível e ainda assim opta por continuar a conduta (esta teoria abrange tanto o dolo eventual quanto a culpa consciente). Teoria da vontade: há dolo direto quando há vontade consciente de querer praticar a infração penal. Teoria de assentimento: prega que há dolo (eventual) quando o agente prevê o resultado como possível e ainda assim continua na prática assumindo o risco de produzi-lo. DOLO: é vontade, mas vontade livre e consciente. A culpabilidade e a imputabilidade constituíram objeto do dolo. Dolo direto: quando o evento corresponde à vontade do sujeito ativo, quando o agente quer o resultado. Dolo indireto: quando, apesar de querer o resultado, a vontade não se manifesta de modo único e seguro em direção a ele. Dolo alternativo: quando o agente quer um dos eventos que sua ação pode causar. Exemplo: atirar para matar ou ferir Dolo eventual: o sujeito ativo prevê o resultado e, embora não seja este a razão de sua conduta, aceita-o. CULPA: pode então ser definida como a voluntária omissão de diligência em calcular as consequências possíveis e previsíveis do próprio fato. A essência da culpa esta toda nela prevista. Previsibilidade: Há previsibilidade quando o indivíduo, nas circunstâncias em que se encontrava, podia ter-se representado como possível a consequência de sua ação. Distingue-se da previsão, porque esta a contém. O previsto é sempre previsível. A previsão é o desenvolvimento natural da previsibilidade. Culpa consciente: ou com previsão, o sujeito ativo prevê o resultado, porém espera que não se efetive. Culpa inconsciente: ou sem previsão, o sujeito ativo não prevê o resultado, por isso não pode esperar que se efetive. Culpa imprópria: é de evento voluntário. O agente quer o evento, porém sua vontade está lastreada por erro de fato vencível ou inescusável. Culpa imprópria é aquela na qual recai o agente que, por erro, fantasia situação de fato, supondo estar acobertado por causa excludente da ilicitude (caso de descriminante putativa) e, em razão disso, provoca intencionalmente o resultado ilícito e evitável. Culpa Própria: É a culpa comum, em que o resultado não é previsto, apesar de ser previsível. Nesse caso, o agente da conduta perigosa não quer o resultado e também não assume o rico de produzi-lo. Preterdoloso: há dolo no antecedente e culpa no consequente. Há dolo porque há má fé do agente passivo. Há culpa porque há previsibilidade do efeito mais grave. 7) Art. 19: agravação de resultado: crime Preterdoloso, o crime – base é o resultado agravado é culposo-> se não houver previsão legal, o agente só responde pela lesão. 8) Art.20: erro sobre o elemento do tipo: Quando o indivíduopratica um fato e ele se subsume na descrição legal, tem-se o crime, surgindo ai o “ius puniendi” do Estado. Porém, podem ocorrer circunstâncias que, se objetivamente constatadas, excepcionarão o poder de punir do Estado e dentre estas exceções encontra-se o erro de tipo.Ocorre, no caso concreto, quando o indivíduo não tem plena consciência do que está fazendo; imagina estar praticando uma conduta lícita, quando na verdade, está a praticar uma conduta ilícita, mas que por erro, acredite ser inteiramente lícito. No erro determinado por terceiro, previsto no artigo 20, §2º, do Código Penal, temos um erro induzido, figurando dois personagens: o agente provocador e o agente provocado. Trata-se de erro não espontâneo que leva o provocado à prática do delito. 9) Art 21. Erro sobre a ilicitude do fato: ignorância da lei (desconhece a lei, não é alegável) diferente de ignorância da ilicitude (descolhece que tal conduta é ilícita): Na primeira parte do artigo 21 do Código Penal “o desconhecimento da lei é inescusável”. O legislador deixa claro que se o agente comete um determinado delito que a lei penal proíbe, não pode ele alegar que não conhecia o preceito, ou seja, ninguém pode deixar de ser responsabilizado penalmente por alegar que não conhece a norma. O legislador fez constar da primeira parte do art. 21 a antiga regra de que o desconhecimento da lei é inescusável, querendo dizer que, se o agente desconhece a existência da lei penal que proíbe aquele determinado comportamento, tal ignorância não o exime de responsabilidade pelo fato praticado, pois, de acordo com o art. 3º da LICC, ninguém pode escusar-se de cumprir a lei, alegando que não a conhece. No erro de proibição o erro incide sobre a ilicitude do fato, o sujeito supõe como lícito o fato por ele praticado, fazendo um juízo equivocado sobre o que lhe é permitido fazer no convívio social. á no erro de proibição (art. 21, do Código Penal) tem-se um erro de direito (daí a doutrina tradicional chamá-lo de error iuris, e o Código Penal vigente tratá-lo como tal), ou seja, o agente erra quanto à ilicitude do fato, tendo um juízo equivocado, entendendo que aquela conduta não é ilegal (o engano incide sobre o comportamento do sujeito), com reflexos na culpabilidade, excluindo-a ou atenuando-a, e, em consequência, interferindo na pena. 10) Art 22: Coação irresistível ou obediência de hierarquia: SÃO EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE. O agente pratica fato antijurídico e típico. A coação deve ser de natureza moral. Obediência hierárquica: a ordem tem que vir de um superior hierárquico (para funcionário publio). A ordem não pode ser manifestadamente ilegal, ou seja, ela tem que ser/parecer legal. A pessoa tem que cumprir exclusivamente a ordem superior -> só é podia o autor mediato, o que a coação ou deu a ordem 11) Art 23: Excludente de ilicitude -> EXECESSO PUNIVEL -> ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE): contrariedade entre a conduta e o ordenamento -> conceito formal. CONCEITO MATERIAL: que causa lesão ou expõe a perigo de lesão de um jurídico tutelado. Estrito cumprimento do dever legal -> exercício regular de direito não tem conceito legal, tendo conceito doutrinário -> o dever legal, geralmente, é imposto ao funcionário do poder publico. 12) Art24: Estado de necessidade: perigo atual ou iminente, não pode haver a possibilidade de evitar o dano “nem podia de outro modo evitar”; se a conduta for dolosa não cabe estado de necessidade; o agente precisa sobre ou acreditar que atua em estado de necessidade. 13) Arts. 32-62 Das penas: consequências jurídicas da infração pena: criminalidade + culpabilidade = aplicação da pena -> pena (culpabilidade – aplicação da pena); Medida de segurança (periculosidade = tipo de senção penal = privação de bens jurídicos) Teoria Absoluta da Pena (retributiva): A natureza da pena é puramente retributiva. O direito de punir do Estado surge com o delito cometido. Pune-se o mal com o mal, seja por uma questão ética, moral, religiosa, jurídica, social e etc. Teoria Relativa da Pena (utilitarista): A natureza da pena é ao mesmo tempo sua finalidade: a de prevenir nova ocorrência de crime. Essa prevenção tem dois aspectos. O primeiro é geral, uma vez que todos são intimidados a não cometer crimes, pois sabem que sofrerão punições. O segundo aspecto é particular, pois se aplica a pena ao autor do delito. Pela teoria relativa, todos estão sob a intimidação da pena. Teoria Mista da Pena (eclética): Mescla a retributiva com a utilitarista. A natureza da pena é retributiva, mas sua finalidade é preventiva, educativa e corretiva. Escola da Defesa Social: A sociedade é defendida somente se as penas visarem a adaptação do delinquente à vida social. Para esta escola, é inconcebível dizer que a pena tem natureza retributiva. Ao invés disso, adotou-se a teoria da ressocialização. PRINCIPIOS Legalidade: A pena deve ser cominada previamente na lei. Nullum poena sine lege. Art. 1º CP. Não há crime sem lei anterior que o define nem pena sem previa cominação legal. Personalidade: Nenhuma pena deve passar da pessoa do condenado (Art. 5º XLV, CF/88). Porém, a própria CF permite expressamente uma exceção: a pena de perda de bens pode ser estendida aos sucessores, no limite do valor do patrimônio transferido. (Art. 5º XLV). Proporcionalidade: A pena deve guardar proporção com o crime cometido. Entretanto, CF/88, no art. 5º XLVI, estipula que a individualização da pena deve ser regulada por lei. O CP, para individualizar a pena, leva em conta vários fatores, como conduta do agente, personalidade, reincidência, etc., podendo a pena ser abrandada por estes fatores legais, deixando, portanto, de ser proporcional ao delito cometido. Inderrogabilidade: A pena é inderrogável, ou seja, quando aplicada, o indivíduo deve cumprí-la. Esta característica também tem exceções previstas pelo CP, como suspensão condicional do processo, livramento condicional, perdão judicial, extinção da punibilidade, etc. Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos: O Direito Penal deve tutelas bens jurídicos mais relevantes para a vida em sociedade, sem levar em consideração valores exclusivamente morais ou ideológicos. Princípio da intervenção mínima: Só se deve recorrer ao Direito Penal se outros ramos do direito não forem suficientes. Em outras palavras, é a última opção, para ser usado quando estritamente necessário. Princípio da ofensividade: Não há crime se não há lesão ou perigo real de lesão a bem jurídico tutelado pelo Direito Penal. Princípio da responsabilidade pessoal do agente: Responde pela conduta o agente que a praticou, sendo sua responsabilidade pessoal, não sendo transferível a terceiros. Daqui podemos citar o princípio da intranscendência, que é basicamente isso: a responsabilidade penal não passa para terceiros. Princípio da culpabilidade: É preciso que exista dolo ou culpa na conduta do agente para que este seja penalmente responsabilizado. Só haverá responsabilidade penal se o agente for imputável, que possui consciência da ilicitude. Princípio da adequação social: Condutas historicamente aceitas e consideradas adequadas pela sociedade em tese não merecem intervenção penal punitiva, não sendo abrangidas pelos tipos penais. Princípio da insignificância ou bagatela: Somente lesões mais relevantes devem sofrer intervenção penal, levando em conta bens jurídicos mais importantes. Deve-se analisar se houve uma mínima ofensividade, se houve periculosidade social da ação, se há reprovabilidade relevante no comportamento. Princípio da humanidade da pena: Decorrente do princípio da dignidade da pessoa humana. Assim, impede-se, em tese, de que a pena seja usada como meio de violência, com tratamento desumano ou cruel. Princípio da Irretroatividade da Lei Penal – A lei penal só pode retroagir parabeneficiar. Com isso, fica afastada a possibilidade de uma lei nova (mais rígida) prejudicar fatos pretéritos. A retroação só pode acontecer se a lei nova for mais benigna ao agente do delito (Art. 5º, XL da CF/88). http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729247/inciso-xl-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Princípio da Ofensividade – Aplicado na elaboração das leis, cuida de prevenir um ataque ou perigo concreto sobre um bem tutelado pelo Estado. Esse princípio protege o interesse social tutelado pelo Estado de um perigo de lesão (ou ofensa). Princípio da proporcionalidade – Cabe ao Estado dar a seus cidadãos um mínimo de proporcionalidade entre a garantia de seus direitos. Segundo esse princípio, o sistema penal se firma na sua capacidade de fazer frente aos delitos existentes em um meio social que absorva sua eficácia. Princípio da Alteridade – Não ofendido nenhum bem jurídico por ato meramente subjetivo, não existe crime. Como exemplo, a auto-agressão contida no suicídio. Princípio do “in dubio pro reo” – Na dúvida, o réu deve ser absolvido, pois no direito penal a culpa tem que ser comprovada, não cabendo suposição de prática de ato delituoso. DAS PENAS: No Direito Penal Brasileiro, a pena tem um caráter punitivo e preventivo. Sua condição punitiva tem equilíbrio no dever de possibilitar a franca reabilitação do agente condenado. Espécies de Penas (artigos 32 a 58 do CPB) – O artigo 32 do CPB estabelece que as penas aplicáveis se concretizam em: privativas de liberdade, restritivas de direito e penas de multa. Penas Privativas de Liberdade – São medidas de cunho punitivo, aplicadas pela prática de ilícitos criminais. As Penas privativas de liberdade dividem-se em: reclusão (com regimes de cumprimento de penas fechado, semi-aberto e aberto) e detenção (somente para os regimes semi-aberto e aberto). O cumprimento de pena de reclusão se efetiva nas penitenciárias, as quais têm por objetivo a tutela de presos condenados no regime fechado. O regime semi-aberto pode ser cumprido nas penitenciárias comuns, agrícolas ou similares. Já o regime aberto deverá ser cumprido em albergues e delegacias (têm caráter temporário). Há ainda as penas privativas de liberdade em hospitais de Custódia (o condenado que, durante o cumprimento da pena, manifestar doença mental deve ser recolhido em hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico ou estabelecimento adequado). Regime Fechado – O condenado fica sujeito ao trabalho no período diurno, conforme suas habilidades aferidas em exame criminológico, ficando em isolamento durante o período noturno. Regime Semi-aberto – O condenado fica sujeito ao trabalho em comum durante o período diurno, podendo ainda trabalhar externamente e estudar durante o período de cumprimento da pena. Regime Aberto – O condenado tem direito ao trabalho e ao estudo fora do estabelecimento de cumprimento de pena. Durante o período noturno, ele deve permanecer recolhido, podendo ser transferido para regime mais severo de cumprimento de pena, no caso de prática de crime doloso ou atentado direto contra a execução da pena e multa acumulada. Regime Especial – Reserva legal que beneficia as mulheres no cumprimento de pena, as quais cumprem pena em estabelecimento penitenciário especial. Direitos do Preso (Artigo 38) – São mantidos todos os direitos do preso não atingidos pela perda da liberdade, dentre os quais podemos citar: direito à vida, à manutenção da integridade física e moral, ao trabalho remunerado, direito de petição aos órgãos públicos, direito à propriedade, à intimidade, à vida privada, a assistência jurídica, médica e odontológica, a educação e cultura, direito de receber visitas, e outros previstos no art. 3º da Lei de Execucoes Penais. Trabalho do Preso (Artigo 39) – O trabalho do preso será sempre remunerado, com as garantias pertinentes à Previdência Social. Detração – É obrigação de computação, nas penas privativas de liberdade e nas medidas de segurança, de todo o tempo de prisão provisória ou administrativa cumprida no Brasil ou no exterior. Das Penas Restritivas de Direito (Artigos 43 a 52) – Dentre as penas restritivas de direito encontram-se: a prestação pecuniária, a perda de bens e valores, a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, a interdição temporária de direitos e a limitação de fim de semana. Todas essas penas são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando a pena máxima aplicada não for superior a quatro anos, ou igual ou inferior a um ano. A função social das penas restritivas de direito é a da substituição das penas privativas de liberdade nos casos de crimes com pequeno poder ofensivo. Prestação Pecuniária – É o pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes, ou a entidade pública ou privada, de valor não inferior a um salário mínimo vigente, e limitado a trezentos e sessenta salários, valor este que poderá ser abatido de eventual condenação à reparação na área cível. Perda de Bens e Valores – É a perda de bens e valores dos condenados em favor do Fundo Penitenciario Nacional, fixado no montante do prejuízo causado ou no valor do provento obtido na prática delituosa. Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades Públicas – Aplicável em toda condenação superior a seis meses de privação da liberdade. É a atribuição de tarefas a serem executadas de forma gratuita à comunidade ou a entidades públicas, de acordo com as aptidões do condenado, no tempo máximo de uma hora por dia, sem prejuízo da jornada laboral do condenado. Interdição Temporária de Direitos (Artigo 47) – Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como do exercício de mandato eletivo, além da possibilidade da suspensão da autorização para dirigir e da proibição de freqüência a determinados lugares. Limitações de Finais de Semana (Artigo 48) – Obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado, onde poderão ser oferecidos ao condenado cursos, palestras ou atividades educativas. Da Pena de Multa (Artigos 49 a 52) Multa (Artigo 49) – Consiste no pagamento de dias-multa ao Fundo Penitenciário, sempre que fixada na sentença condenatória. Seu valor é fixado em, no mimo, dez dias-multa e, no máximo, em trezentos e sessenta dias-multa, valor este que não pode ser inferior a um trigésimo do salário mínimo, nem superior a cinco vezes o salário vigente à época dos fatos. A suspensão da multa ocorre no caso de o condenado vir a sofrer doença mental. Da Cominação das Penas (Artigos 53 a 58) – A Cominação em Direito Penal está ligada à quantidade mínima e máxima (ou limite) de cada pena, as quais podem vir expressas no texto de lei, ou aplicadas quando da ocorrência da sentença condenatória. Por exemplo: no caso de fixação de pena inferior a um ano, deve-se aplicar a pena restritiva de direitos em substituição à privativa de liberdade, independentemente de previsão em texto de lei. Da Aplicação da Pena (Artigos 59 a 76 do CPB) Fixação da Pena (artigo 59) – No sistema brasileiro, o juiz deve adotar as circunstâncias judiciais – as agravantes e as atenuantes -, bem como as causas de aumento e diminuição da pena. Além disso, a pena deve zelar pela reprovação e prevenção do crime. Na fixação da multa, deve ser respeitada a situação econômica do réu. Das Agravantes (Artigo 61) – Sempre agravam a pena: a reincidência, o motivo fútil ou torpe e a ocultação; a impunidade ou vantagem de outro crime; a traição, a emboscada e a simulação; o emprego de veneno, fogo, explosivo, outortura; os crimes praticados contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; o abuso de poder; e o crime praticado contra: criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida. Reincidência (Artigo 63) – considera-se como reincidência, o cometimento de novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, tenha condenado o autor por crime anterior. Das Atenuantes (Artigo 65) – Sempre atenuam a pena: a menoridade do agente na época do fato delituoso, bem como a idade superior a setenta anos na data da sentença; o desconhecimento da lei; o crime cometido por relevante valor social ou moral; a tentativa de evitar ou minorar as conseqüências do ato delituoso; a confissão espontânea; a coação irresistível; o cumprimento de ordem; e a violenta emoção. Do concurso de Crimes (Artigos 67 a 76 do CPB) Concurso entre Agravantes e Atenuantes (Artigo 67) – Após a aferição dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência, a pena a ser fixada deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes. Concurso Material (Artigo 69) – Ocorre quando o autor do delito, por mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Nesse caso, as penas são somadas diretamente nos autos do processo, ou quando da execução da sentença nas varas de execução criminal. Concurso Formal (Artigo 70) – Ocorre quando o autor do delito, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Aplica-se, nesse caso, a mais grave das penas cabíveis, ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos. Crime Continuado (Artigo 71) – Quando o autor do delito, “mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços”. Da Suspensão Condicional da Pena (Artigos 77 a 82) – Suspende-se por dois a quatro anos a pena privativa de liberdade não superior a dois anos, na falta de reincidência em crime doloso, quando a conduta social e a personalidade do agente permitam a concessão do benefício, e quando não for possível a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. Se o condenado possuir idade superior a setenta anos e for condenado a pena não superior a quatro anos, poderá ser suspensa a pena por quatro a seis anos. Do Livramento Condicional (Artigos 83 a 90) – Antecipação provisória da execução da pena, na qual o condenado é posto em liberdade, mediante o cumprimento de obrigações determinadas pelo juiz da Vara de Execuções. É aplicado após cumprimento de parte da pena, mediante a observância de alguns requisitos. Se o Condenado não é reincidente em crime doloso, é necessário ter cumprido mais de um terço da pena. Se reincidente, é necessário ter cumprido mais da metade. São considerados ainda fatores como o bom comportamento durante o cumprimento da pena, e a reparação do dano causado, salvo efetiva impossibilidade de fazê- lo. No caso de crime hediondo, é necessário o cumprimento de pelo menos dois terços da pena. Dos Efeitos da Condenação (Artigo 91) – A condenação gera efeitos sobre a necessidade de se indenizar o dano causado pelo crime, além da perda dos instrumentos e do produto do crime em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa- fé. A condenação também tem como efeitos a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo. Da Reabilitação (Artigo 93) – Ato que assegura ao condenado o sigilo sobre seu processo e efetiva condenação. A reabilitação pode ser requerida, decorridos dois anos do dia em que foi extinta a pena e sua execução, mediante algumas condições, dentre elas o bom comportamento, o domicílio no País durante o prazo de dois anos e a comprovação de ressarcimento do dano causado pela prática criminosa. DA AÇÃO PENAL (Artigos 100 a 106 do CPB) Ação Penal Pública e de Iniciativa Privada (Art. 100) – O ato de punibilidade do Estado inicia-se mediante provocação do Ministério Público, do Ministro da Justiça ou do ofendido. A ação penal pública pode ser condicionada (isto é, depende da manifestação de vontade), ou incondicionada (independe da manifestação de vontade). A ação penal de iniciativa privada efetiva-se mediante queixa-crime proposta pelo próprio ofendido ou por meio de seu procurador ou representante legal. Pode ser propriamente ditaou exclusiva (isto é, de iniciativa da vítima ou de seu representante legal), personalíssima (só pode ser proposta pela vítima), e subsidiária da pública (caso em que a vítima exerce seu direito de oferecer queixa-subsidiária, quando da inércia do Ministério Público). Ação Penal no Crime Complexo (Artigo 101) – “Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.” Irretratabilidade da Representação (Artigo 102) – A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. Decadência do Direito de Queixa ou de Representação (Artigo 103) – Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de seis meses, contados do dia em que veio a saber da autoria do crime. Renúncia Expressa ou Tácita do Direito de Queixa (Artigo 104) – Implica renúncia tácita ao direito dequeixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. Perdão do Ofendido (Artigo 105) – O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, impede o prosseguimento da ação. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (Artigos 107 a 120 do CPB) Extinção da Punibilidade (Artigo 107) – É direito do Estado punir, ou seja, exercer a punibilidade. A legislação, no entanto, estabelece as situações que impedem o Estado de exercer o poder de punir. Elas estão relacionadas nos incisos do art. 107, e são: Morte do agente (Artigo 107, inciso I) – A certidão de óbito expedida por cartório competente, quando apresentada ao juiz, extingue a punibilidade em favor do falecido (nesse caso, não vale o atestado de óbito, mas somente a certidão de óbito). Anistia, graça ou indulto (Artigo 107, inciso II) – A anistia – origina-se em lei que exclui a existência do crime sem extinguir a tipicidade, podendo ser própria (concedida antes da condenação); imprópria (concedida após a condenação); plena e irrestrita (sem limitação dos efeitos de sua extensão); parcial (com limitação dos efeitos de sua extensão); condicionada (impõe condições); e incondicionada (sem a imposição de condições). A graça – é concedida pelo Presidente da República ao indivíduo, não atingindo a coletividade. A Graça extingue a punibilidade, mantendo os efeitos da falta de primariedade. O indulto – é concedido pelo Presidente da República ao coletivo, mantendo os efeitos do crime e extinguindo a punibilidade. Retroatividade de Lei – (Artigo 107, inciso III) – A criação de lei nova, que deixa de considerar como crime conduta anteriormente considerada delituosa, extingue a punibilidade pela aplicação do princípio do “abolitio criminis”, contido no artigo2ºº do CPB (que trata da lei penal no tempo). Prescrição,
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