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DIREITO PARENTAL PARENTESCO: é a relação vinculatória existente não só entre as pessoas que descendem umas das outras ou de um mesmo tronco comum, mas também entre o cônjuge ou companheiro e os parentes do outro, entre adotante e adotado e entre pai institucional e filho socioafetivo. ESPÉCIES DE PARENTESCO: 1 – Natural (ou consanguíneo) - vínculo existente entre pessoas que descendem de um mesmo tronco ancestral, ligadas umas às outras pelo sangue – art. 1591, CC; 2 – Afim - é o vínculo que se estabelece entre uma pessoa e os parentes de seu cônjuge ou companheiro por determinação expressa da lei (art. 1595, CC). Tanto o casamento civil, como a união estável geram o parentesco por afinidade e este não se extingue com o fim destes (exceto na linha colateral - cunhadio). Quanto aos filhos de um dos cônjuges ou companheiros, estabelece-se o vínculo de afinidade com relação a estes, que passam a ser filhos por afinidade (enteado do padrasto/madrasta). É oportuno ressaltar que o padrasto/madrasta pode adotar o enteado = adoção unilateral, sem se submeter ao Cadastro (ECA, art. 41, § 1) 3 – Civil – é o vínculo que se estabelece por meio da adoção (art. 1593, CC). Abrange o parentesco civil, o parentesco socioafetivo (arts. 1593 e 1597, V, CC) – ligação entre pai institucional e filho advindo de inseminação artificial heteróloga, gerando relação paterno-filial apesar de não haver vínculo biológico entre o filho e o marido de sua mãe, que concordou na reprodução assistida. RELAÇÃO FAMILIAR: As relações familiares ou relações de parentesco se classificam em linhas e graus. → Linha: é vinculação em um tronco ancestral em comum e se dividem em: linha reta, ou linha colateral. → Graus: seria basicamente a definição da proximidade do parentesco ou da geração. Linha reta: linha de ascendência ou descendência. Ascendência se tem os pais, os avós, os bisavôs, e assim sucessivamente. Descendência se tem os filhos, os netos, os bisnetos, e assim sucessivamente. Em linha reta o ordenamento jurídico brasileiro não estabelece limite de gerações, portanto, qualquer que seja o grau em ascendência ou descendência será parentesco para o ordenamento jurídico – art. 1591, CC. Linha colateral: também chamada de obliqua ou transversal, é a derivação do tronco familiar. Por linha colateral se tem os tios, tios avós, os primos, os sobrinhos, e assim sucessivamente. Entretanto, deferentemente do que ocorre na linha reta, para o ordenamento jurídico brasileiro, o parentesco em linha colateral vai apenas até o 4º grau. – Art. 1592, CC. Objetivando-se definir o grau de parentesco na linha colateral, deve-se primeiro buscar na linha reta um ascendente em comum entre as pessoas cujo parentesco está em análise e depois descer na linha colateral. A cada ente familiar que se passar para chegar até a pessoa que se pretende aferir o parentesco será contado um grau. Desta forma, para se aferir o grau de parentesco entre irmãos, por exemplo, sobe-se a linha reta até identificar o ascendente em comum, que é o pai (1º grau); depois desce na linha colateral até o outro filho que é o irmão (2º grau). Citamos como exemplos de efeitos jurídicos decorrentes do parentesco as situações abaixo: - Art. 1521, I, II, IV , CC - impedimento para o casamento, até o terceiro grau. - Arts. 1694, 1698, CC - obrigação de pagar alimentos aos parentes necessitados extensiva aos irmãos, colaterais de segundo grau. - Art. 1839, CC - chamamento para sucessão somente dos colaterais até quarto grau. - Art. 1840, CC - adoção do princípio de que parentes mais próximos excluem os mais remotos. FILIAÇÃO ECA (arts. 26 e 27): reconhecimento da filiação, direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, independente de origem (CC, arts. 1609 a 1614). O artigo 1.614 do CC não tem efetividade, pelo fato de o artigo 27 do ECA dispor que o reconhecimento do estado de filiação ser imprescritível. Lei Clodovil: amplia o expectro da filiação da chamada conjugalidade tradicional. PROVA DE FILIAÇÃO Prova-se a filiação por meio da certidão competente (art. 1603, CC). Não sendo possível provar diretamente a paternidade, o ordenamento jurídico brasileiro define a filiação por presunções, as quais são pautadas em probabilidades. − CC/16: cabia somente ao marido contestar a paternidade do filho da mulher − CF/88 e CC/02: companheiro também detém tal direito no caso de união estável comprovada – presunção relativa PRESUNÇÃO RELATIVA • Pai: O pai pode elidi-la, se provar o contrário. Ação negatória de paternidade – privativa ao pai (art. 1601, CC). Ação investigativa de paternidade – outa pessoa. Se o pai falecer após ter proposto a ação, seus herdeiros poderão continuar (art. 1601, § único). Somente podrão ser alegadas as causas previstas nos arts. 1599, 1600, 1602 e 1597, CC: a) adultério, visto que estava impossibilitado de coabitar com a mulher à época da concepção; b) não havia possibilidade de inseminação artificial homóloga nem de fertilização in vitro, pois não doou sêmen para isso ou que é estério; c) se encontrava acometido de doença grave que impedia as relações sexuais. • Mãe: Pode contestar maternidade constante do termo de nascimento do filho se provar: a) falsidade do documento (falsidade material); ou b) falsidade das declarações contidas no documento (falsidade ideológica). Obs.: as ações são imprescritíveis. CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DO VÍNCULO PARENTAL 1º critério jurídico: CC, estabelece a paternidade por meio da presunção, independentemente da correspondência ou não com a realidade (CC, art. 1597) 2º critério biológico: é o mais conhecido e adotado, tendo em vista a popularização do exame de DNA. 3º critério socioafertivo: tem seu fundamento no melhor interesse da criança e na dignidade da pessoa humana, segundo o qual o ai é o que exerce tal função, mesmo que não haja vínculo de sangue. ESPÉCIES DE FILIAÇÃO a) filiação natural: vínculo biológico ou genérico que existe entre o ascendente e descendente. Pode ser definida por comprovação e pela presunção. Comprovações: art. 1597, incisos I e II Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; Presunções: incisos III, IV e V III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. Inseminação artificial homóloga: não tem necessariamente o material genético do casal. Inseminação artificial heteróloga: uma barriga solidária gera o filho com os óvulos e/ou sêmen do casal. a) filiação socioafetiva: verdade aparente e decorrente do direito à filiação.
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