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- DIREITO CIVIL V - DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO

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AULA 10 - DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO
DIREITO CIVIL V (FAMÍLIA)
Profa. Ms. Janaina Rabelo
janaina.rabelo@professor.unifametro.edu.br
· OBJETIVO DA AULA:
- Analisar as relações de parentesco (arts. 1591-1619, CC).
· DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO
· Conceito: vínculos decorrentes da consanguinidade e da afinidade que ligam as pessoas a determinado grupo familiar.
· É vinculo jurídico estabelecido por lei, assegurando direitos e impondo deveres.
· Cônjuges e companheiros não são parentes consanguíneos, mas mantêm vínculo de afinidade com os parentes do par.
· CC, Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
· Parentes em linha reta = as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
· Ou seja: Os parentes em linha reta descendem uns dos outros. 
· O parentesco aqui é ilimitado e perpétuo (em caso de afinidade, não se extingue nem quando findo o casamento ou a união estável – art. 1.595, §2º).
· Parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau = as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
· Ou seja: Na linha colateral, as pessoas relacionam-se com um tronco comum, sem descenderem umas das outras. 
· Se a relação é por consanguinidade, o parentesco colateral vai até o 4º grau; se por afinidade, até o 2º grau (se desfazendo, nesse último caso, na dissolução do vínculo conjugal).
Como se faz a contagem: 
Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
· Parentesco natural x civil:
· Tradicionalmente, parentesco natural se refere aos vínculos de consanguinidade; e parentesco civil ao decorrente de adoção. Diferenciação que não mais se justifica, e é criticada pelos doutrinadores, por ser discriminatória.
· CF, Art. 227. (…): § 6º. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
· CC, Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem.
· OBS.: Termo que se refere não apenas à adoção, mas ao parentesco que tem origem diversa da consanguínea. 
· Assim, a filiação tanto pode se constituir pela incidência direta da lei, como pela posse do estado de filho (situação de fato de prolongada convivência e afetividade que conduz à paternidade) e, ainda, pelas técnicas de reprodução assistida (“desbiologização da parentalidade”).
· AFINIDADE:
· A afinidade tem origem na lei e se constitui quando do casamento ou da união estável e vincula o cônjuge e o companheiro aos parentes do outro.
· O vínculo se estabelece:
· Em linha reta: não há limite de grau e se mantém mesmo com a dissolução do casamento ou da UE.
· Em linha colateral: a afinidade não passa do segundo grau e se estende aos cunhados. Solvida a entidade familiar, desaparece a afinidade entre os colaterais.
· Em relação aos filhos de um dos cônjuges ou companheiros.
· FILIAÇÃO
· Presunções de paternidade:
· Independentemente da verdade biológica, a lei presume que a maternidade é sempre certa e que o marido da mãe é o pai de seus filhos.
· Desse modo, os filhos de pais casados têm, de pleno direito, estabelecidas a paternidade e a maternidade.
· Contudo, a lei não estende essa presunção de paternidade à união estável – o que é bastante criticado pela doutrina e já não reflete o entendimento do STJ.
Informativo nº 508 STJ (2012): DIREITO CIVIL. UNIÃO ESTÁVEL. PRESUNÇÃO DE CONCEPÇÃO DE FILHOS. A presunção de concepção dos filhos na constância do casamento prevista no art. 1.597, II, do CC se estende à união estável. Para a identificação da união estável como entidade familiar, exige-se a convivência pública, contínua e duradoura estabelecida com o objetivo de constituição de família com atenção aos deveres de lealdade, respeito, assistência, de guarda, sustento e educação dos filhos em comum. O art. 1.597, II, do CC dispõe que os filhos nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal presumem-se concebidos na constância do casamento. Assim, admitida pelo ordenamento jurídico pátrio (art. 1.723 do CC), inclusive pela CF (art. 226, § 3º), a união estável e reconhecendo-se nela a existência de entidade familiar, aplicam-se as disposições contidas no art. 1.597, II, do CC ao regime de união estável. (...) REsp 1.194.059-SP, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 6/11/2012.
· Estado de certeza (art. 1.597):
· Os filhos presumem-se concebidos na constância do casamento, desde que:
· I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
· II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento (+ UE); 
· (...).
· CC, Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade.
· CC, Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade.
· CC, Art. 1.602. Não basta a confissão materna para excluir a paternidade.
· Há 3 critérios para o estabelecimento do vínculo parental:
1º) Critério biológico – consanguíneo. 
2º) Critério jurídico – presunção de paternidade, independentemente da realidade (CC, art. 1.597). Presunção essa que se estende à união estável, segundo STJ. 
· Os filhos de pais casados têm, de pleno direito, estabelecidas a paternidade e a maternidade.
3º) Critério socioafetivo – melhor interesse da criança e dignidade da pessoa. Pai é aquele que age como tal, mesmo não havendo vínculo de sangue.
· REGISTRO DOS FILHOS: 
· “A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil” (CC, Art. 1.603), que goza de presunção de veracidade, salvo provando-se erro ou falsidade do registro (CC, Art. 1.604).
· OBS: Não cabe alegação de erro quando a paternidade foi assumida de forma livre e espontânea.
· OBS: Havendo vínculo socioafetivo, nem o erro ou a falsidade podem desconstituir a filiação: 
· “Não há que se falar em erro ou falsidade se o registro de nascimento de filho não biológico efetivou-se em decorrência do reconhecimento de paternidade, via escritura pública, de forma espontânea, quando inteirado o pretenso pai de que o menor não era seu filho.” (STJ, REsp 709.608-MS).
· Também é possível reconhecer voluntariamente a paternidade por escritura pública, escrito particular, testamento, e declaração manifestada perante o juiz (CC, Art. 1.609).
· Qualquer dos pais casados pode proceder ao registro de nascimento do filho em nome de ambos os genitores, levando duas testemunhas e estando munido da certidão de casamento e da Declaração de Nascido Vivo. 
· O mesmo não ocorre com os não casados e com os conviventes, que devem comparecer conjuntamente perante o registrador.
· Maria Berenice Dias defende que “em sede de filiação, se prestigia o princípio da aparência, de modo que na inexistência do registro ou no defeito do termo de registro, prevalece a posse do estado de filho, o que se demonstra pela convivência familiar.”
· Tratamento: o filho é tratado como tal, criado e apresentado como filho.
· Nome: usa o nome da família e assim se apresenta.
· Reputação: é conhecido por todos como pertencente à família de seus pais.
· Estado de certeza (art. 1.597):
· Os filhos presumem-se concebidos na constância do casamento, desde que:
· (...).
· III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
· IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
· V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
· REPRODUÇÃO ASSISTIDA:
· “Chama-se de concepção homóloga a manipulação dos gametas masculinos e femininos do próprio casal. Procedida à fecundação in vitro, o óvulo é implantado namulher, que leva a gestação a termo. Na inseminação heteróloga, a concepção é levada a efeito com material genético de doador anônimo e o vínculo de filiação é estabelecido com a parturiente. Sendo ela casada, se o marido consentiu com a prática, será ele o pai, por presunção legal” (DIAS, 2016, p. 395). 
· Essas técnicas também podem ser utilizadas por casais homoafetivos.
· Enunciado 40, CNJ: É admissível, no registro de nascimento de indivíduo gerado por reprodução assistida, a inclusão do nome de duas pessoas do mesmo sexo, como pais.
· Embriões excedentários são os concebidos por manipulação genética, mas que ainda não foram implantados.
· Os embriões descartados e não utilizados permanecem armazenados na clínica que realiza o procedimento.
· Lei de Biossegurança (nº 11.105/2005): permite, desde que haja o consenso dos genitores, a utilização de células-tronco embrionárias produzidas pela fertilização in vitro e não utilizadas no prazo de 3 anos depois do congelamento.
· REPRODUÇÃO ASSISTIDA HOMÓLOGA:
· Manipulação dos gametas masculinos e femininos do próprio casal 
· Ainda que o cônjuge ou companheiro tenha fornecido o sêmen, não se presume o consentimento para a inseminação depois da sua morte.
· Somente se houve expressa autorização é possível a fecundação do óvulo.
· Sem autorização expressa, os embriões deverão ser descartados.
· REPRODUÇÃO ASSISTIDA HETERÓLOGA:
· Manipulação de material genético de doador anônimo. 
· Necessidade de expressa concordância do marido ou do companheiro = presunção absoluta de paternidade socioafetiva.
· Depois do consentimento não se admite retratação.
· O fornecedor do material genético é afastado da paternidade e é obrigatória a manutenção do sigilo sobre a identidade dos doadores e dos receptores.
· Gestação por substituição (“barriga de aluguel”):
· CF, Art. 199. § 4º. A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. 
· Também é proibido gestar filho alheio, mediante pagamento (*críticas por alguns doutrinadores).
· “Se a gravidez ocorresse no corpo dos homens, certamente o aluguel da barriga já seria um mercado regulamentado. De qualquer forma, nunca se questionou o fato de o procedimento de inseminação ser pago, e bem pago.” (Rodrigo da Cunha Pereira)
· “Nada justifica negar a possibilidade de ser remunerada quem, (...), presta um serviço a outrem. Aliás, um serviço em tempo integral por longos nove meses e que acarreta dificuldades e limitações de toda ordem.” (Maria Berenice Dias).
· O Conselho Federal de Medicina (Resolução nº 2.121/2015) admite a cessão temporária do útero sem fins lucrativos, desde que a cedente seja parente até o quarto grau (prima) da mãe genética.
· Alguns tribunais já estão assegurando o registro do filho diretamente no nome da mãe biológica.
· PATERNIDADE SOCIOAFETIVA:
· O parentesco deixou de manter, necessariamente, correspondência com o vínculo consanguíneo.
· “O afeto venceu o DNA: a realidade afetiva prevalece sobre a biológica.” (José Fernando Simão).
· E a chamada “adoção à brasileira”?
· Ou seja: registra-se o filho alheio como próprio.
· Enunciado nº 6, IBDFAM: “Do reconhecimento jurídico da filiação socioafetiva decorrem todos os direitos e deveres inerentes à autoridade parental.”
· Informativo nº 577, STJ (2016): DIREITO CIVIL. DIREITO AO RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE BIOLÓGICA. O filho tem direito de desconstituir a denominada "adoção à brasileira" para fazer constar o nome de seu pai biológico em seu registro de nascimento, ainda que preexista vínculo socioafetivo de filiação com o pai registral. (...). é possível o desfazimento da "adoção à brasileira", mesmo no caso de vínculo socioafetivo, se assim opta o interessado. 
· Vide Informativo nº 512, STJ (2012).
· Informativo nº 555, STJ (2015): DIREITO CIVIL. DESCONSTITUIÇÃO DE PATERNIDADE REGISTRAL. Admitiu-se a desconstituição de paternidade registral no seguinte caso: (a) o pai registral, na fluência de união estável estabelecida com a genitora da criança, fez constar o seu nome como pai no registro de nascimento, por acreditar ser o pai biológico do infante; (b) estabeleceu-se vínculo de afetividade entre o pai registral e a criança durante os primeiros cinco anos de vida deste; (c) o pai registral solicitou, ao descobrir que fora traído, a realização de exame de DNA e, a partir do resultado negativo do exame, não mais teve qualquer contato com a criança, por mais de oito anos até a atualidade; e (d) o pedido de desconstituição foi formulado pelo próprio pai registral. 
· Recentemente, o STF admitiu a pluriparentalidade ou multiplicidade parental:
· Efetivamente, em atenção às novas estruturas familiares, baseadas no princípio da afetividade jurídica (a permitir, em última análise, a realização do indivíduo como consectário da dignidade da pessoa humana), a coexistência de relações filiais ou a denominada multiplicidade parental, compreendida como expressão da realidade social, não pode passar despercebida pelo direito. (STJ, Informativo nº 552, 2014).
· “(...) 2. Esta Corte tem entendimento no sentido de ser possível o duplo registro na certidão de nascimento do filho nos casos de adoção por homoafetivos. Precedente. (...) 6. É direito personalíssimo e indisponível do filho buscar, no futuro, o reconhecimento do vínculo socioafetivo. Precedentes.” (REsp 1333086/RO, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/10/2015, DJe 15/10/2015). 
· ADOÇÃO
· Art. 1.618. A adoção de crianças e adolescentes será deferida na forma prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
· A Lei 12.010/2009 (Lei Nacional da Adoção) revogou os dispositivos previstos no CC.
· Conceito: 
· “ato jurídico solene pelo qual, observados os requisitos legais, alguém estabelece, independentemente de qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, vínculo fictício de filiação, trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que, geralmente, lhe é estranha.” (Maria Helena Diniz).
· “criação de vínculo fictício de maternidade-paternidade-filiação entre pessoas estranhas.” (Maria Berenice Dias).
· Enunciado 272 do Conselho de Justiça Federal/STJ: “Não é admitida em nosso ordenamento jurídico a adoção por ato extrajudicial, sendo indispensável a atuação jurisdicional, inclusive para a adoção de maiores de dezoito anos.”
· Também não é possível por procuração.
· Competência:
· Vara da infância e da Juventude = menores
· Vara de família = maiores.
· A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa.
· Família natural = a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. 
· Família extensa ou ampliada = aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. 
· A adoção pode ser:
a) unilateral: realizada apenas por uma pessoa. (Art. 42. Podem adotar os maiores de dezoito anos, independentemente do estado civil). 
b) Conjunta: é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família (inclusive os relacionamentos homoafetivos).
· E os divorciados e ex-companheiros? Poderão adotar conjuntamente?
· Sim! Contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
· Demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada.
· OBS¹: O adotante há de ser, pelo menos, dezesseisanos mais velho do que o adotando. 
· OBS²: Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. (***ver informativo 551, STJ)
· OBS³: Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado. 
· Consentimento:
· A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando, que será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar.
· Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento. 
· OBS¹: A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
· OBS²: Se um dos cônjuges ou concubinos* adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino* do adotante e os respectivos parentes.
· OBS³: É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária. 
· O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
· A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes, ou seja, cancela-se o registro original do adotado. 
· Possibilidade de alteração do prenome!
· Se o adotando tiver mais de 12 anos é indispensável a sua oitiva (direito de personalidade).
· OBS¹: O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. 
· O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.
· OBS²: A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais. 
· Estágio de convivência:
· A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente (acompanhamento por equipe interdisciplinar).
· O juiz deve fixar o prazo, observadas as peculiaridades do caso. (adoção internacional = mínimo de 30 dias).
· Possibilidade de dispensa!
· Se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.
· Vamos exercitar?
(FGV - 2016 – OAB) Júlio, casado com Isabela durante 23 anos, com quem teve 3 filhos, durante audiência realizada em ação de divórcio cumulada com partilha de bens proposta por Isabela, reconhece, perante o Juízo de Família, um filho havido de relacionamento extraconjugal. Posteriormente, arrependido, Júlio deseja revogar tal reconhecimento. Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
A) O reconhecimento de filho só é válido se for realizado por escritura pública ou testamento.
B) O reconhecimento de filho realizado por Júlio perante o Juízo de Família é ato irrevogável.
C) O reconhecimento de filho em Juízo só tem validade em ação própria com essa finalidade.
D) Júlio só poderia revogar o ato se este tivesse sido realizado por testamento.
(FCC - 2018 - DPE-AM - Defensor Público) Considerando-se os princípios atuais aplicáveis à família, inclusive sob o prisma constitucional,
A) o casamento homoafetivo é possível, estabelecendo relações obrigacionais mútuas, mas por falta de previsão legal não estabelece relações sucessórias, devendo os cônjuges homoafetivos beneficiarem-se por meio de testamento.
B) à união estável aplicam-se somente as normas do direito civil obrigacional, acrescidas daquelas que amparam a mulher previdenciariamente e no reconhecimento da constituição de patrimônio comum.
C) nada obstante a igualdade jurídica entre homem e mulher, permanece o patriarcalismo, residualmente, na administração do patrimônio material do núcleo familiar.
D) os filhos possuem direitos iguais, independentemente de sua origem, salvo aqueles adotados após a maioridade, em relação a restrições sucessórias, somente.
E) a paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com todas as suas consequências patrimoniais e extrapatrimoniais.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
· B1. FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: famílias. vol. 6. Salvador: Jus Podivm.
· B2. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: direito de família: de acordo com a lei n. 12.874/2013. São Paulo: Saraiva.
· B3. TARTUCE, Flávio – Direito civil: Direito de família. Vol. 5. – Rio de Janeiro: Forense.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
· C1. CAHALI, Yussef Said. Divórcio e Separação. 12. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais.
· C2. CASABONA, Marcial Barreto. Guarda compartilhada. São Paulo: QuartierLatin.
· C3. CRUZ, Maria Luiza Póvoa. Separação, divórcio e inventário por via administrativa: implicações das alterações no CPC promovidas pela lei 11.441/2007. Belo Horizonte: Del Rey.
· C4. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: direito de família. São Paulo: Saraiva.
· C5. FARIA, Andréa Rocha et al. Revista Brasileira de Direito das Famílias e Sucessões. Porto Alegre: Magister, 2007. Bimestral.
Bons estudos!

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