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HISTÓRIA DO AMAZONAS

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História e Geografia. 
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 1 
46 
SUMÁRIO 
00. Bate-Papo Inicial .......................................................................................................... 2 
2. Império do Brasil ............................................................................................................ 3 
2.1. Incorporação da Amazônia ao Estado Nacional Brasileiro: Província do Pará ......................... 4 
2.1.1. Comarca do Rio Negro ............................................................................................................................................ 5 
2.1.2. A Cabanagem – o povo no poder: condições objetivas para a eclosão da Cabanagem ......................................... 6 
2.1.3. Governo dos cabanos; conflitos no Amazonas; repressão imperial e o fim da Cabanagem .................................. 9 
2.2. Província do Amazonas: economia do Alto Amazonas na primeira metade do século XIX .... 11 
2.2.1. Comarca do Alto Amazonas; Manifestações Autonomistas ................................................................................. 12 
2.2.2. Criação e implantação do Estado provincial amazonense ................................................................................... 13 
2.2.3. Sistema político do Amazonas no Segundo Reinado ............................................................................................ 13 
2.3. Economia e sociedade na Amazônia: ciclo da borracha .......................................................... 15 
2.3.1. Migração Nordestina ............................................................................................................................................ 15 
2.3.2. Seringal e o seringueiro ........................................................................................................................................ 16 
2.3.3. O sistema de aviamento ....................................................................................................................................... 17 
3. Período Republicano .................................................................................................... 20 
3.1. Fronteiras do Brasil: incorporação do Acre ao Estado Nacional Brasileiro ............................. 21 
3.1.1. Questão do Amapá ............................................................................................................................................... 24 
3.1.2. Limites com a Guiana Inglesa ............................................................................................................................... 24 
3.2. Amazonas cosmopolita: nova situação sociopolítica .............................................................. 25 
3.2.1. Transplantação de novos conceitos culturais ....................................................................................................... 26 
3.2.2. Cidades da borracha: Belém X Manaus ................................................................................................................ 26 
3.3. Decadência da economia gumífera: grande crise da economia gumífera .............................. 27 
3.3.1. Tentativa de recuperação: “a Batalha da Borracha” ............................................................................................ 31 
3.4. Manaus: de “Paris dos Trópicos” a “Miami Brasileira” – situação econômica e social da 
cidade .............................................................................................................................................. 33 
3.4.1. Rebelião de 1924 .................................................................................................................................................. 34 
3.4.2. “Era dos Interventores” ........................................................................................................................................ 35 
3.4.3. “Clube da Madrugada” ......................................................................................................................................... 36 
3.4.4. Zona Franca de Manaus ........................................................................................................................................ 36 
4. Exercícios ..................................................................................................................... 38 
5. Considerações Finais .................................................................................................... 46 
 
Prof. Sérgio Henrique 
Aula 01 - Amazonas no Brasil Monárquico e na República do Brasil. 
 
 
 
 
História e Geografia. 
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00. BATE-PAPO INICIAL 
 Olá, querido amigo concurseiro que está tentando ingressar no serviço público, uma área 
que atrai por várias razões, tanto pela estabilidade e possibilidade de progressão na carreira 
quanto pelo viés cidadão de ocupar uma vaga referente a um cargo importante para a sociedade. 
São várias as motivações pelas quais você está tentando: um salário melhor, estabilidade para 
cuidar da família... Enfim, são muitas coisas, não é mesmo? E elas devem te acompanhar em todos 
os momentos de sua preparação, pois nelas você encontrará motivação nas horas mais difíceis, 
quando até mesmo podemos ter a ideia absurda de desistir. A motivação é o combustível 
necessário para a sua preparação. Motivação associada à disciplina de estudos é a chave do 
sucesso. Motivação, Disciplina e Estratégia: esse é o tripé do sucesso! Estou aqui, com a equipe 
Estratégia Concursos, para levá-lo até lá e fazer com que você alcance os seus mais sinceros 
objetivos. 
Vamos logo, pois não temos tempo a perder. Nosso tempo é valioso. Mas fique tranquilo. O 
nosso conteúdo tem uma quantidade razoável de assuntos, que são bem distribuídos em tópicos 
pontuais e objetivos; portanto, conseguiremos estudar tudo, bem detalhadamente e de modo 
estratégico. Então pode conter sua ansiedade. Tudo vai correr bem! Trabalhamos para que você 
possa alcançar seu almejado sucesso. Leia e releia suas aulas. Faça e refaça seus exercícios. A 
repetição é a mãe do aprendizado. A memorização deve vir da repetição dos exercícios e do 
acúmulo das leituras. Esta é a melhor forma de memorizar o conteúdo: aos poucos e por meio da 
repetição. Caso você já domine o conteúdo teórico, poderá se concentrar na resolução de 
exercícios. Para avaliações que demandam resultado, a prática de questões é imprescindível e, se 
tiver que priorizar alguma atividade, que seja a resolução e o estudo dos exercícios, mas lembre-se 
do seguinte: o ideal é um ciclo completo, leitura da teoria e prática dos exercícios. 
Então, vamos lá! 
 
 
 
 
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Aula 01 - Amazonas no Brasil Monárquico e na República do Brasil. 
 
 
 
 
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2. IMPÉRIO DO BRASIL 
No início do século XIX, a Europa passava pelas Guerras Napoleônicas. Ameaçados por 
Napoleão Bonaparte, que proibiu os portugueses de fazerem comércio com os ingleses, a família 
real portuguesa pôs em prática um antigo projeto de evacuação do território, transferindo toda a 
Corte para o Brasil. Os portugueses eram dependentes da Inglaterra desde 1703, quando foi 
assinado o Tratado de Methuen (panos e vinhos). Então, na transferência para o Brasil, os 
portugueses foram escoltados pelos britânicos. Tem-se aí o início do nosso processo de 
independência! 
Ao desembarcarem no Brasil, foram assinados dois importantes tratados comerciais: 
✓ 1808: A abertura dos portos às nações amigas. Punha fim ao pacto colonial; na 
prática, permitia realizar comércio com os ingleses. 
✓ 1810: Tratados de comércio e navegação com as nações amigas. Concedia tarifas 
alfandegárias especiais aos ingleses, que pagavam 15% de impostos sobre o valor. As 
outras nações pagavam até 60%. Ocorreu uma grande enxurrada de produtos ingleses 
no nosso mercado,o que atrasou nossa industrialização por quase 100 anos. 
O período em que Dom João ficou no Brasil (1808-1821) ficou conhecido como Período Joanino. 
Dom João realizou importantes mudanças como: 
✓ Criação do Banco do Brasil. 
✓ Fundação da Casa da Moeda no Brasil. 
✓ Criação do Jardim botânico. 
✓ Várias obras públicas. 
✓ Escolas de estudos médicos e farmacêuticos no RJ e Salvador. 
✓ Invasão militar da Guiana Francesa (retaliação a Napoleão) e da Província Cisplatina 
(atual Uruguai). 
✓ Em 1815 elevou o Brasil à categoria de Reino Unido (deixou de ser colônia). 
 
Em 1821, D. João VI retornou a Portugal, como 
consequência direta da Revolução do Porto de 1820, 
que, entre outras coisas, exigia seu retorno e um 
governo constitucional. Com isso, ele deixou seu filho 
como príncipe regente, o qual acabou proclamando a 
Independência do Brasil e se coroando como D. Pedro 
I, Imperador do Brasil. 
 
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Constantino de Fontes. Desembarque d'el rei dom João acompanhado por uma deputação das Cortes: em 4 de julho d'1821 regressando do Brasil. 
2.1. INCORPORAÇÃO DA AMAZÔNIA AO ESTADO NACIONAL BRASILEIRO: PROVÍNCIA DO 
PARÁ 
✓ A soberania nacional é apontada como questão a ser enfrentada pelo governo brasileiro 
contra os estrangeiros. 
✓ No século XIX, durante o período imperial (1822-1889), a preocupação acerca da garantia 
da região amazônica como parte do Império tornou-se pauta do dia, por causa da estreita 
ligação que a Amazônia estabelecia com os mercados exteriores. 
✓ Tudo que era produzido na região encontrava comprador certo e seguro na Europa e nos 
Estados Unidos. 
✓ Embora considerando que esta questão possa ter potencializado uma interpretação de 
ameaça internacional sobre o território amazônico, observa-se que, no século XIX, 
principalmente nas décadas que meavam o século, a competição internacional sobre as 
áreas tropicais, ou possíveis de utilização colonial, marcou as ações dos países europeus e 
dos Estados Unidos. 
 
Nesse sentido, o governo imperial voltou sua atenção para a questão da soberania 
nacional, enfrentando as tentativas de dominação estrangeira e incorporando a 
Amazônia às políticas do Estado Nacional brasileiro. 
 
A Amazônia aparecia como área cheia de exotismo, no entanto, portadora de recursos para a 
indústria e de espaço para operações capitalistas. Esta situação posicionava o século XIX como o 
período em que se aguçou violentamente a vontade dos países, identificados como 
economicamente fortes e consolidados politicamente, em realizar a exploração intensiva dos 
territórios ultramarinos. No caso, estamos nos referindo aos ingleses, franceses, holandeses, 
alemães, belgas e norte-americanos, que tinham o propósito de criar bases de exploração no 
ultramar africano e asiático, além de possessões na América. No caso dos Estados Unidos, a 
desenvoltura imperial se processaria sobre a terra continental para ampliação da sua base física 
através da ocupação de terras ao oeste e na região antilhana. 
No caso da Amazônia, os ingleses e norte-americanos, assim como os próprios franceses, no 
seu afã expansionista, tiveram seus interesses voltados para essa região. Neste aspecto, ao longo 
da primeira metade do século XIX e décadas posteriores, as expedições científicas que foram 
encaminhadas para as províncias do Grão-Pará e Amazonas tiveram, especialmente, o propósito de 
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adquirir conhecimento sobre a área, para permitir a formulação de políticas de expansão ou de 
penetração econômica. 
Ao longo das décadas de 1830 e 1840, as ações colonizadoras na Amazônia contaram com 
políticas de povoamento materializadas com a introdução de colonos estrangeiros, e não de sua 
expulsão. 
 
 
 
Garantir o território amazônico era garantir a unidade nacional e a geopolítica de 
expansão, que motivaram o nome Império do Brasil como designação da nova nação. 
A ideia de unidade e expansão seria o elemento motivador para manutenção da forma 
imperial enquanto regime político no período posterior à independência, e do nome 
Império do Brasil como designação da nova nação. Nesse caso, tratava-se de assegurar 
uma nomenclatura que expressasse o sentimento expansionista, mantendo a 
perspectiva unificadora do território. No entanto, no caso do Império do Brasil, essa 
expansão teria ficado limitada, em termos espaciais, para dentro do território. As ações 
colonizadoras na Amazônia, diante da necessidade de manutenção da unidade 
territorial do Brasil e da indispensável perspectiva de articular os interesses locais aos 
do Império, tomam uma dimensão que não mais está circunscrita aos interesses do 
monarca, deixando de ser ações dinásticas, como se caracterizava a política de 
colonização durante o período colonial. Tomava, agora, um caráter equivalente a uma 
política de Estado. Estamos dizendo, portanto, que a emancipação política, 
institucionalmente efetivada em 1822, consolidou um projeto de construção de um 
Estado, de um corpo político autônomo, imaginado como nacional, demonstrando a 
típica associação que o nacionalismo do século XIX criou entre Estado e Nação. 
 
2.1.1. Comarca do Rio Negro 
A categoria de Província do Grão-Pará foi atribuída no final do período colonial e durante o 
período imperial brasileiro, originada das capitanias do Grão-Pará e do Rio Negro. Primeiro como 
Província do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, entre 1821 e 1823, depois como Província 
do Império do Brasil, entre 1823 e 1850. 
 
✓ O processo de ruptura política do Brasil com Portugal criou, na província do Grão-
Pará, uma situação de indefinição, a qual era preciso resolver. Elevado ao status de 
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capitania ainda no período colonial, e reconhecido como província pelas Cortes de 
Lisboa, o Rio Negro não constou entre as unidades administrativas do Império na 
Constituição de 1824. 
✓ Sua situação só seria definida em 1833, quando o Código Criminal finalmente o 
rebaixou ao estatuto jurídico de comarca subordinada à província paraense. 
✓ Ainda antes desta confirmação oficial, começaram a surgir, no recém-instalado 
Parlamento imperial, projetos que visavam devolver ao Rio Negro o status de 
província, trazendo à tona questões importantes para o entendimento do 
funcionamento político e da organização administrativa do Império em seus 
primeiros anos. 
 
2.1.2. A Cabanagem – o povo no poder: condições objetivas para a eclosão da Cabanagem 
Com o Brasil independente, vários desafios se colocaram diante de D. Pedro, que foi 
coroado como Imperador do Brasil. Seu reinado foi curto, pois durou de 1822 a 1831. 
Em 1823, D. Pedro I dissolveu a Assembleia Constituinte reunida para a confecção da nossa 
primeira carta magna, pois ela limitava seus poderes. Ele cercou o prédio em que estavam os 
deputados, no episódio que ficou conhecido como a Noite da Agonia, e outorgou, ou seja, impôs 
uma nova Constituição, que ampliava seus poderes por meio do Poder Moderador, um quarto 
poder que dava garantias quase absolutas ao imperador. A dissolução da constituinte foi recebida 
como um ato de agressão aos princípios liberais e constitucionalistas, e como indicação das 
tendências absolutistas do jovem imperador. Houve duras contestações, que contribuíram para a 
abdicação de D. Pedro I, que voltou para Portugal para tomar o trono luzo das mãos de seu irmão, 
D. Miguel. Assim, ele deixou o Brasil nas mãos de seu filho, D. Pedro II, com apenas 5 anos, foi 
quando se instalou o período regencial. 
 
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Entenda o que foi primeiro Império do Brasil (1822-1831) 
 
 
 
 
O Período Regencial se estendeu entre a abdicação de D. Pedro I, em 1831, e o Golpe 
da Maioridade de D. Pedro II, que assumiu o trono do Império do Brasil com 14 anos, 
em 1840. No modelo regencial, governantes eleitos de forma indireta assumiam o poder 
enquanto o D. Pedro de Alcântara crescia. Foi o período de maior instabilidade política 
do Brasil e eclodiram várias revoltas populares e revoltas separatistas ao redor do país. 
Foi o momento da história brasileira que a unidade nacional esteve mais ameaçada. 
 
Mapa Mental do Período Regencial 
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Distante dos grandes centros políticos, Belém só reconheceu a Independência do Brasil um 
ano após sua proclamação. 
Na verdade, a província do Grão-Pará era, à época, mais ligada ao antigo governo colonial 
português do que propriamente ao centro do poder no Rio de Janeiro. Isso fez com que, por 
exemplo, tanto o governo quanto a própria sociedade não reconhecessem de pronto a 
independência proclamada em 1822. De fato, já havia uma mobilização na província do Grão-Pará 
para expulsar forças reacionárias que desejavam manter a região como colônia portuguesa. Muitos 
líderes locais da elite fazendeira, ressentidos pela falta de participação política nas decisões do 
governo brasileiro centralizador, também contribuíam com o clima de insatisfação após a 
instalação do governo provincial. 
O descontentamento dos que preferiam continuar ligados a Portugal e a profunda 
desigualdade social fizeram com que, entre 1835 e 1840, a cidade se tornasse o palco de uma das 
maiores revoltas já ocorridas no país, a Cabanagem, na qual os rebeldes chegaram a tomar a 
cidade e instituir um governo próprio. 
 
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2.1.3. Governo dos cabanos; conflitos no Amazonas; repressão imperial e o fim da 
Cabanagem 
 
 
✓ A Cabanagem foi um movimento que chegou ao poder, tomando a capital Belém em agosto 
de 1835, mas sendo posteriormente retomada pelas forças governistas. 
✓ A rebelião representava as classes mais baixas da população. 
✓ A rebelião era formada por índios, mestiços e membros de uma classe média desejosa de 
mais influência política. 
✓ Essa revolta tinha grandes objetivos, como aumentar a importância do Pará no governo 
central brasileiro e enfrentar a questão da pobreza vivida pelo povo da região, cuja maior 
parte morava em cabanas de barro (daí o nome da revolta). 
✓ Além disso, a revolta foi um protesto pela retirada do poder de governantes que eram 
nomeados para administrar a região, mas não se importavam com a situação social e, 
muitas vezes, sequer tinham ido à região. 
✓ Chegou até as fronteiras do Brasil central e ainda se aproximou do litoral norte e nordeste. 
✓ Mas foi a firme repressão do governo ao movimento, com a ocorrência de massacres, que 
enfraqueceu os revoltosos. 
✓ A luta cessa na capital, mas continua ativa entre 1836 e 1840 no interior da Amazônia. 
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✓ Os revoltosos passaram a utilizar táticas de guerrilha no intuito de sobreviver à repressão e 
reestruturar o movimento, o que não logrou êxito. 
✓ O saldo final da revolta foi de 30 mil mortos, Belém fora destruída e a revolta sufocada. 
 
Os líderes do movimento dos Cabanos tinham projetos separatistas. A rebelião eclodiu em 
7 de janeiro de 1835. A multidão de Cabanos entrou em Belém e invadiu o palácio do 
governador, liderados por Antônio Vinagre. O homem tentou fugir, mas acabou morto a 
golpe de tacapes. De acordo com o historiador Caio Prado Junior, a Cabanagem foi o único 
movimento regencial em que as camadas mais inferiores da população conseguiram 
ocupar o poder de toda uma província, que era razoavelmente estável politicamente. Dos 
poucos registros que restaram, os nomes dos revoltosos não são conhecidos e restou 
somente o registro de seus apelidos: Domingos Onça, Negro Patriota, Mãe da Chuva, João 
do Mato, Gigante do Fumo, Piroca Cana, Maria da Bunda, Zefa de Baixo, entre tantos 
outros. 
 O frágil e instável controle dos Cabanos da província durou cerca 10 meses. Tropas 
do Rio de Janeiro e mercenários ingleses foram enviados. Muita força militar foi mobilizada 
para reprimir com ferocidade os Cabanos. Eles se refugiaram na floresta e promoveram 
guerrilhas. As tropas e mercenários incendiaram as cabanas, arrasaram aldeias indígenas e 
quase 40 mil pessoas foram assassinadas (dá para calcular a violência). Até hoje, esta é 
uma grande quantidade de pessoas nos grandes espaços paraenses, imagine na época que 
eram menos povoados. Era mais de 30% da população da província. Foi um dos maiores 
conflitos armados que ocorreram na história do Brasil. 
 Vicente Ferreira de Paula, um dos comandantes dos Cabanos, foi perseguido 
implacavelmente, mas só foi capturado quase 20 anos depois, quando já era idoso. Foi 
levado a ferros para a ilha-presídio de Fernando de Noronha. 
 Ao final do conflito, a província do Grão-Pará foi desmembrada em província do 
Amazonas (não participaram do conflito) e do Pará. 
 
 
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2.2. PROVÍNCIA DO AMAZONAS: ECONOMIA DO ALTO AMAZONAS NA PRIMEIRA METADE DO 
SÉCULO XIX 
✓ A produção de cacau foi relevante na consolidação e expansão da fronteira colonial e 
imperial, como indica a sua permanência na pauta de exportações no Grão-Pará, 
representando ganhos substanciais para a Coroa e o Império. 
✓ A economia do cacau expandiu-se no século XVIII e no início do século XIX, ocupando 
terras firmes e várzeas em novos cultivos. 
✓ Um fator chave era que o cacau nativo crescia abundantemente nas várzeas do rio 
principal, especialmente entre Belém e as cidades de Óbidos e de Santarém, rio acima. 
Podiam-se também encontrar facilmente exemplares desta espécie ao longo das margens 
de alguns dos tributários principais do rio Amazonas, tais como o Negro, o Trombetas e o 
Madeira. 
✓ O cacau tornou-se o produto dominante de exportação da Amazônia durante a era colonial 
e permaneceu assim até a entrada do século XIX. 
✓ Ele continua a crescer no médio e no baixo Amazonas até hoje, embora o seu poder no 
mercado de exportação tenha entrado em colapso com o crescimento da produção de 
cacau na Bahia, no fim do século XIX. 
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Gráfico produzido por Carlos Valério Aguiar Gomes. 
 Fonte: <https://www.scielo.br/j/bgoeldi/a/xf4Jt77zfhJf86QSvGTdSZK/?format=pdf&lang=pt>. 
 
❖ A exploração em larga escala de tartarugas servia tanto para os mercados 
domésticos quanto para os de exportação. Isso porque tartarugas forneciam 
carne fresca e salgada, gorduras, assim como os cascos eram usados para fazer 
joias e pentes, além do uso de ovos para a produção de manteiga e de óleo. 
❖ A borracha, como mostra o gráfico acima, teve o seu ápice comercial entre a 
segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX. 
 
2.2.1. Comarca do Alto Amazonas; Manifestações Autonomistas 
Como vimos, o Código Criminal rebaixou o Rio Negro a comarca da Província do Grão-Pará. 
Assim, uma revolta autonomista eclodiu em 1832, exigindoa autonomia do Amazonas como 
província separada do Pará. 
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Mas a rebelião foi sufocada pela força policial. Em todo caso, os amazonenses conseguiram 
enviar um representante à Corte Imperial, Frei José dos Santos Inocentes, que obteve no máximo 
a criação da Comarca do Alto Amazonas, em 25 de junho de 1833. 
Uma nova divisão administrativa e judiciária foi executada e foram criadas três comarcas, a 
do Grão Pará, a do Baixo Amazonas e a do Alto Amazonas. 
 
2.2.2. Criação e implantação do Estado provincial amazonense 
O Amazonas se manteve fiel ao governo imperial e não aderiu à revolta da Cabanagem. 
Como espécie de recompensa, o Amazonas se tornou uma província autônoma em 
1850, confirmada segundo a Lei n.º 582, de 5 de setembro de 1850, a qual dizia: 
"A Comarca do Alto Amazonas, na Província do Grão Pará, fica elevada à categoria de 
Província, com a denominação de Província do Amazonas. A sua extensão e limites 
serão os mesmos da antiga Comarca do Rio Negro". 
 
❖ Com a emancipação, a nova Província teve como capital a vila da Barra do Rio Negro, 
foi estabelecida a navegação do rio Amazonas, e sua extensão e limites foram 
estabelecidos como os mesmos da antiga Capitania de São José do Rio Negro. 
❖ Separava-se definitivamente da Província do Grão-Pará. 
❖ Ressalta-se que o nome dado à nova região autônoma foi Província do Amazonas e 
não Província do Rio Negro, como era antes do Império. 
 
2.2.3. Sistema político do Amazonas no Segundo Reinado 
Após a criação da Província do Amazonas, o presidente da província não tinha um mandato, 
podendo ser exonerado ou pedir afastamento à revelia. 
Principalmente devido a esta possibilidade concreta de falta de dirigente diretamente 
subordinado ao Imperador e seu ministério, eram escolhidos pela Assembleia Local vice-
presidentes, teoricamente aptos a exercer interinamente o cargo vago, até que o novo presidente 
fosse nomeado por Carta Imperial e assumisse o cargo. 
A escolha do presidente e o papel que ele devia desempenhar estavam de acordo com o 
que definia os Artigos 165 e 166 da Constituição Imperial: 
✓ Art. 165: "Haverá em cada província um presidente, nomeado pelo Imperador, que o 
poderá remover, quando entender que assim convém ao bom serviço do Estado." 
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✓ Art 166: "A lei designará as suas atribuições, competência e autoridade, e quando 
convier ao melhor desempenho dessa administração." 
 
O primeiro presidente da Província do Amazonas foi Tenreiro Aranha. Para enfrentar as 
dificuldades financeiras da administração, ele conseguiu que o governo redirecionasse 
parte das verbas do Pará e do Maranhão, durante alguns anos, para suprir o orçamento 
amazonense no início. Com este dinheiro, Aranha fundou uma tipografia e fez circular o 
primeiro jornal do Amazonas, o Cinco de Setembro. O progresso introduziu o comércio 
fluvial. 
 
❖ A província do Amazonas se antecipou em quatro anos à Abolição (embora houvesse 
poucos escravos), decretando o fim da escravidão em 10 de julho de 1884. 
❖ A província do Amazonas tornou-se estado com a proclamação da República, em 15 de 
novembro de 1889. 
❖ O tenente Ximeno Villeroy foi nomeado interventor do governo federal. A política 
sofreu sucessivas crises, com disputas patrocinadas pelos empresários da borracha, e 
surgiram caudilhos locais, como Eduardo Ribeiro (modernizador de Manaus) e 
Guerreiro Antoni. 
 
 
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2.3. ECONOMIA E SOCIEDADE NA AMAZÔNIA: CICLO DA BORRACHA 
O Ciclo da Borracha foi um dos mais importantes momentos econômicos do Brasil na virada 
do século XIX para o século XX. 
Na época, o mundo passou por uma grande revolução tecnológica, que denominamos 
Segunda Revolução Industrial, cuja maior e mais importante invenção foi o automóvel. Na década 
de 30 do século XIX (pouco antes da invenção do automóvel), Charles Goodyear cria o processo de 
vulcanização da borracha. Isso ampliou os usos da borracha, que começou a ser utilizada como 
matéria-prima em uma série de produtos de uso doméstico, mas também industrial, hospitalar, 
bélico e automobilístico. Houve, a partir de então, uma explosão de demanda pelo látex, e a mão 
de obra empregada para responder à demanda crescente do produto primeiramente foi a 
indígena. 
A partir de 1890, a exploração da borracha teve um boom tremendo, pois a nascente 
indústria automobilística passou a ter uma imensa demanda, além disso, a borracha vulcanizada 
passou a ter vários usos, inclusive em materiais cirúrgicos. 
A borracha pode ser extraída da seringueira e do caucho. São plantas nativas da Amazônia 
brasileira, encontradas em vários pontos da floresta, especialmente na Amazônia ocidental, nos 
limites fronteiriços com a Amazônia dos países vizinhos como a Bolívia. 
 
2.3.1. Migração Nordestina 
Por causa da crescente demanda internacional por borracha, os seringalistas, com a ajuda 
financeira das Casas Aviadoras de Manaus e de Belém, fizeram um grande recrutamento de 
nordestinos para a extração da borracha nos Vales do Juruá e Purus. Vários trabalhadores 
migraram para a Amazônia ocidental e grandes seringalistas ganhavam fortunas abastecendo o 
mercado internacional com a borracha. A cidade de Manaus, capital do Amazonas, e Belém, capital 
paraense, cresceram muito e floresceram comercialmente. O governo da região amazônica 
recrutou mão de obra no Nordeste brasileiro, sobretudo do Ceará, que sofreu rigorosa seca. 
 
 
No final do século XIX, vários grupos de nordestinos migraram para a região 
amazônica, que tinha como principal característica ser uma migração familiar e 
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sertaneja. As migrações nordestinas para Amazônia sempre estiveram ligadas às 
questões de conflitos no campo, coincidindo com os períodos de seca, e os pequenos 
agricultores são os que primeiro sentem os efeitos dela. Além de serem a maioria da 
população rural sertaneja, eles não tinham alternativa, a não ser migrar. A migração em 
direção ao Norte deu seus primeiros passos na grande seca de 1877-1879. O surgimento 
do ciclo da borracha transformou-se em grande polo de atração para as populações 
rurais do Nordeste. Migrar para a Amazônia nos anos de seca já se tornara constante na 
história nordestina, principalmente no Ceará. 
Formaram-se, então, as correntes migratórias para os estados da Amazônia 
incentivadas pelo governo. Também alguns donos de seringais se deslocavam até o 
Nordeste, principalmente para o Ceará, com o objetivo de recrutar trabalhadores para 
os seringais, propagando que seriam elevadas as quantias pagas a eles; ao 
desembarcarem em Manaus e Belém, eram logo levados para as zonas produtoras do 
látex. 
No período de 1890 até 1910, o contingente de pessoas saídas para a Amazônia não 
teria sido inferior a meio milhão. Vale ressaltar que foi o trabalho destes migrantes que 
elevou a produção da borracha em 40% do total da exportação brasileira já em 1910. O 
índice de migração foi tão alto neste período que preocupou os grandes proprietários 
nordestinos de terras, pois deixava desfalcado de mão de obra o meio rural do 
Nordeste. 
2.3.2. Seringal e o seringueiro 
Vamos diferenciar os conceitos que podem ser trocados por desatenção: 
 
Seringalista: dono do seringal. Grande proprietário, homem de negócios. 
Seringueiro: o trabalhador do seringal. O que extrai o látex da planta (seringueira).Seringal: regiões de seringueiras. 
Os seringais amazônicos (Amazônia Internacional – todo o bioma) são nativos. 
 
✓ O transporte era realizado pelo regatão, responsável pelo transporte de mercadorias até o 
seringal e da borracha para os grandes centros. 
✓ Os seringueiros são os extratores da borracha, aqueles que vendem a sua mão de obra 
barata aos agenciadores no sistema de aviamento. 
✓ O seringalista era conhecido como “patrão”, o dono dos meios de produção que 
comandava seus capatazes, gozando dos privilégios de mando. 
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✓ O seringueiro provinha das camadas mais pobres da população e, na maioria das vezes, era 
o migrante nordestino que, imerso num sistema de endividamento do qual dificilmente 
conseguia escapar, vivia numa condição semi-escravista, à mercê dos seringalistas. 
No primeiro surto da borracha, o sistema de aviamento não sofreu regulamentações por parte 
do governo. O sistema de aviamento é formado por uma cadeia de agentes, cujo primeiro elo 
concede créditos a intermediários menores. 
 
2.3.3. O sistema de aviamento 
A palavra aviar significa: fornecer mercadoria a alguém em troca de outro produto; o 
escambo, algo que era usual nas relações de troca. 
No sistema de aviamento, o comerciante ou aviador adianta bens de consumo e alguns 
instrumentos de trabalho ao produtor, e este restitui a dívida contraída com produtos 
extrativos e agrícolas. É, pois, uma forma de crédito – mais eficiente que o sistema 
financeiro formal, incapaz de chegar aonde o produtor está. Mas esses dois sistemas de 
crédito, o formal e o informal, não são excludentes. Ao contrário, o sistema bancário 
alimenta as firmas aviadoras com créditos, de modo que o sistema informal não poderia 
subsistir sem a injeção creditícia do capital financeiro. 
 
 
✓ As negociações eram efetuadas, em sua maioria, sem a intermediação do dinheiro. 
✓ Era baseado no endividamento prévio e contínuo do seringueiro com o patrão 
(seringalista), a começar pelo fornecimento das passagens. 
✓ Antes mesmo de produzir a borracha, o patrão lhe fornecia todo o material logístico 
necessário à produção da borracha e à sobrevivência do seringueiro. 
✓ O sistema de aviamento consistia na compra da borracha a preços baixos do 
seringueiro, de um lado, e, de outro, na venda de gêneros de subsistência com 
preços aviltados pelo intermediário. 
✓ Portanto, já começava a trabalhar endividado. 
✓ Nessas condições, era quase impossível o seringueiro se libertar do patrão. 
 
Os seringueiros produziam a borracha e entregavam aos seringalistas, estes, por sua vez, 
vendiam a borracha para as Casas Aviadoras de Belém e Manaus; as Casas Aviadoras 
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vendiam a produção para as Casas Exportadoras, também localizadas em Belém e Manaus; 
por último, as Casas Exportadoras vendiam a borracha para os centros industriais dos 
Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e França. 
 
 
 
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3. PERÍODO REPUBLICANO 
A República foi proclamada pelo exército no dia 15 de novembro de 1889, mas sem a 
participação popular. Nas palavras do jornalista paraibano Aristides Lobo: “o povo assistiu 
bestializado à Proclamação da República”. Ou como diria Lima Barreto: “O Brasil não tem povo, 
tem público”. Ambos se referem ao fato de a Proclamação da República ter sido um golpe militar 
sem participação popular. 
Nossos dois primeiros presidentes foram militares: Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. 
Esta fase é chamada de República da Espada e teve fortes tendências autoritárias. Deodoro e 
Floriano impuseram a república a ferro e fogo. Ao final do mandato de Floriano Peixoto, é 
Prudente de Morais quem ganha as eleições pelo Partido Republicano Paulista (PRP), sendo o 
primeiro presidente civil brasileiro. É um momento de diminuição da popularidade do exército e 
fortalecimento dos cafeicultores paulistas. 
 
 
"Proclamação da República", óleo sobre tela de Benedito Calixto (1853-1927). 
Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. 
 
 
A primeira Constituição republicana foi promulgada em 1891 e teve como 
características: 
• o Brasil é uma República presidencialista; 
• a separação do Estado e da Igreja (Estado Laico); 
• a criação do cartório de registro civil; 
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• federalismo: autonomia relativa dos estados (ex-províncias); 
• o voto era proibido para mulheres, analfabetos, padres, soldados e menores de 
21 anos. 
 
3.1. FRONTEIRAS DO BRASIL: INCORPORAÇÃO DO ACRE AO ESTADO NACIONAL BRASILEIRO 
✓ Em busca de mais seringueiras para extrair o látex, seringueiros brasileiros penetraram 
em território boliviano. Claro que não era uma questão política internacional para os 
trabalhadores, apenas a busca por recursos a serem explorados. 
✓ O acesso à região, não obstante, era geograficamente mais acessível através da Bacia 
Amazônica do que pelos acidentados caminhos andinos bolivianos. Mas, nessa época, o 
presidente da Bolívia, Aniceto Arce, foi alvo de um golpe de estado comandado pelo 
então coronel José Manuel Pando. Este, derrotado, refugiou-se no Acre, ocasião em 
que percebeu que a ocupação brasileira já tomava proporções alarmantes. 
✓ José Manuel Pando, que, como general, veio a governar a Bolívia de 1899 a 1904, 
alertou as autoridades bolivianas e iniciaram-se as manobras diplomáticas. 
✓ O governo boliviano, ao ter conhecimento da invasão de seu território, enviou suas 
tropas para expulsar os seringueiros brasileiros. 
✓ Os trabalhadores seringueiros resistiram bravamente às investidas do exército 
boliviano. 
✓ O espanhol Luiz Gálvez Rodrigues de Árias, financiado pelo governador do estado do 
Amazonas, José Cardoso Ramalho Júnior, aliado aos donos de seringais, associaram-se 
na chamada Junta Revolucionária de São Jerônimo. 
✓ Gálvez partiu de Manaus e chegou à localidade boliviana de Puerto Alonso, a qual teve 
seu nome mudado para Porto Acre, onde proclamou a República do Acre em 14 de 
julho de 1899. Os seringueiros venceram as tropas bolivianas e tomaram posse da 
região. 
 
É de grande destaque esta informação, pois o território foi conquistado sem a 
intervenção federal brasileira, que somente atuou ao fim do conflito por meio de 
acordos diplomáticos. Demos o nome de Revolução Acreana a essa tomada do 
território do Acre pelos trabalhadores brasileiros. 
 
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A Revolução Acreana foi a disputa pelo território do que hoje é o Acre entre Brasil, Bolívia e 
Peru. A expedição de Gálvez declarou o Acre como uma República independente em 1899, mas o 
Brasil reconhecia o Acre como território boliviano; sendo assim, enviou uma tropa para dissolver a 
Revolução Acreana. 
A Bolívia decidiu reagir, organizou também uma expedição militar para conquistar o 
território. Foram, no entanto, os seringueiros que trabalhavam no local que impediram o avanço 
dos bolivianos. Para completar, o governador Silvério Néri, do Amazonas, enviou outra expedição 
de defesa que declarou pela segunda vez o Acre como uma República independente, em 1900.Rodrigo Carvalho assumiu o cargo de presidente. 
Brasileiros e bolivianos, contudo, continuaram em guerra pela região. O avanço militar dos 
bolivianos fez com que a segunda República Acreana fosse dissolvida. Passara-se apenas um mês 
de sua declaração. 
 
✓ O governo boliviano ainda resolveu dar a sua última cartada para efetivamente 
incorporar a seu território a região do Alto Acre, formando a Bolivian Syndicate, que foi 
uma companhia organizada em Londres, em 1901, para estabelecer a colonização 
boliviana no território. 
✓ Essa disputa também envolvia fortes interesses dos EUA, de tal modo que enviaram a 
canhoneira estadunidense Wilmington, comandada por Chapman Todd, que aportou 
em Belém em aparente missão de amizade, e partiu rumo a Tabatinga e Iquitos. 
✓ Esse procedimento irritou a população e as autoridades do Amazonas e do Pará, que 
hostilizaram o comandante Todd quando ele regressou. 
✓ Ao governo do Brasil não restou alternativa senão protestar junto ao Departamento de 
Estado contra aquele desrespeito à soberania nacional. 
✓ O secretário de Estado norte-americano, John Hay, reconheceu a incorreção do 
procedimento do comandante Todd, atribuindo-o a um mal-entendido. 
✓ O governo brasileiro, então, firmou com os EUA, com o Bolivian Syndicate, com a Bolívia 
e com o Peru, para tentar resolver pacificamente a chamada Questão do Acre. 
✓ Já em 1902, Silvério Néri enviou um militar gaúcho de 28 anos, José Plácido de Castro, 
para reconquistar o território do Acre. A investida das tropas lideradas pelo gaúcho 
caracteriza especialmente a chamada Revolução Acreana. A nova expedição obteve 
grande sucesso e conquistou rapidamente toda a região. Em 1903 foi declarada pela 
terceira vez a República do Acre, mas dessa vez dois importantes indivíduos declararam 
apoio à independência, o presidente Rodrigues Alves e o Ministro do Exterior Barão do 
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Rio Branco. O Acre foi ocupado, então, por um governo militar sob comando do general 
Olímpio da Silveira. 
✓ Os bolivianos mais uma vez tentaram reagir, novas tropas foram enviadas pelo general 
Pando. Todavia, a diplomacia brasileira não permitiu que combates significativos 
acontecessem nesta ocasião. Antes das batalhas, representantes dos governos do Brasil 
e da Bolívia se reuniram para assinar, no dia 21 de março de 1903, um tratado de paz 
inicial. Ao final do mesmo ano, em 17 de novembro, o tratado definitivo foi assinado. 
 
Caso o Brasil não tivesse negociado com eles, de nada adiantaria a vitória militar acreana 
contra as tropas bolivianas. Exemplo disso é o caso dos EUA, que por causa do 
envolvimento de muitos financistas estadunidenses com o Bolivian Syndicate e por causa 
da indiferença do Brasil perante a Doutrina Monroe, mostravam-se sensíveis aos reclames 
bolivianos. Foi preciso uma hábil engenharia política do Itamarati para obter a 
neutralidade estadunidense, pois naquela conjuntura, o Acre tenderia a ser de quem os 
EUA apoiassem, e o Brasil não tinha como resistir por muito tempo. 
 
O governo brasileiro, com base no Tratado de La Paz de Ayacucho, assinado em 1867, 
considerava o Acre como território boliviano e enviou tropas que dissolveram a República do Acre 
em 15 de março de 1900. Mas os combates ocorreram entre 1898 e 1903, quando ocorreu a 
intervenção diplomática do Brasil com os diplomatas José Maria da Silva Paranhos Júnior (mais 
conhecido como Barão do Rio Branco), Assis Brasil e Plácido de Castro, que assinaram o Tratado 
de Petrópolis em 1903. Na época, o presidente da República era o paulista Rodrigues Alves. 
✓ Esse tratado foi uma permuta entre territórios em que a Bolívia reconhecia a posse do 
território ocupado pelos seringueiros ao Brasil, mediante a cessão de alguns territórios do 
Mato Grosso e outras compensações. 
✓ Brasil e Bolívia assinaram o tratado na cidade de Petrópolis, em 17 de novembro de 1903, 
estabelecendo seus limites de fronteiras, com a incorporação definitiva do Acre ao 
território nacional brasileiro. 
✓ O texto final incluía, além da citada permuta de territórios, o compromisso de pagamento 
de dois milhões de libras esterlinas (a moeda inglesa era a moeda internacional na época, 
assim como hoje é o dólar) à Bolívia e a promessa, por parte do Brasil, de construir a 
estrada de ferro Madeira-Mamoré, que possibilitaria o escoamento de produtos bolivianos 
até o Mato Grosso e o consequente acesso à bacia do Prata através do rio Paraguai. 
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3.1.1. Questão do Amapá 
O Contestado franco-brasileiro se refere a uma disputa de limites envolvendo a França e o 
Brasil, no final do século XIX, agravada a partir de 1895. 
Os franceses mais uma vez voltaram a reivindicar para si o território do Amapá. Eles não 
reconheciam o Rio Oiapoque como limite entre a Guiana Francesa e o Brasil. 
Tropas francesas chegaram a invadir o território brasileiro até o Rio Araguari, subtraindo 
aproximadamente 260.000 km² do território. 
Para resolver essa questão, foi preciso a atuação da diplomacia brasileira, por meio do 
então ministro das Relações Exteriores, o Barão do Rio Branco, que propôs uma arbitragem 
internacional para resolver o litígio, e a Suíça (Confederação Helvética) foi escolhida e aceita por 
ambas as partes. O Brasil conseguiu vários ajustes territoriais a seu favor, graças à atuação do 
diplomata Barão do Rio Branco. 
A arbitragem suíça, depois de avaliar os relatórios e respostas das duas partes, finalmente 
atribuiu definitivamente o Contestado ao Brasil, no ano de 1900. Foi o reconhecimento oficial de 
uma injustiça que tirou da soberania brasileira um território que lhe tinha sido atribuído duas 
vezes com tratados internacionais, em 1713 e 1817. 
A França não reconhecia o rio Oiapoque como limite entre a Guiana Francesa e o Amapá, 
reivindicando para si parte do território no Amapá, ao sul daquele rio, região que havia sido 
ocupada por colonos franceses. Mas o Tratado de Utrecht, assinado em 1713 pela França e por 
Portugal, estabelecia o Oiapoque como fronteira entre os dois reinos na América do Sul, motivo 
pelo qual o Brasil, como herdeiro do Império Português, alegava o direito de exercer soberania 
sobre as terras ao sul daquele curso fluvial. 
A chamada “Questão do Amapá” foi solucionada por intermédio da diplomacia brasileira, 
especialmente do Barão do Rio Branco, que se posicionou de modo pacífico frente a uma das 
maiores potências da época. O árbitro da questão foi Walter Hauser, presidente da Suíça, cujo 
laudo pericial, expedido em 1 de dezembro de 1900, foi favorável ao Brasil. 
 
3.1.2. Limites com a Guiana Inglesa 
Em 1901 foi assinado em Londres o Tratado de Arbitramento, no qual Brasil e Inglaterra 
submeteram o litígio ao arbitramento de Sua Majestade o Rei da Itália. Nessa ocasião foi feita uma 
"Declaração Anexa", estabelecendo que, a leste do território contestado, seguiria o limite pelo 
"divortium aquarum" entre a bacia do Amazonas (no Brasil) e as do Corentyne e do Essequibo (na 
Guiana). 
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O Laudo proferido em Roma (em junho de 1904) determinou que a fronteira entre o Brasil e 
a Guiana Britânica seguisse por uma linha que, partindo do Monte Yakontipu, iria na direção leste, 
pelo divisor das águas, até a nascente do rio Mau (ou Ireng). 
Depois de proferido o Laudo, o reconhecimento sobre a fronteira constatou que o rio 
Cotingo não nasce no monte Yakontipu, porém no monte Roraima, mais a oeste, como havia sido 
constatado pela Comissão Brasileira deLimites com a Venezuela em 1884 (ficando então em 
aberto a parte da fronteira entre o monte Yakontipú e o monte Roraima - início da fronteira do 
Brasil com a Venezuela). 
Essa situação somente foi resolvida em 22 de abril de 1926, por ocasião da assinatura de 
uma "Convenção Complementar" e de um "Tratado Geral de Limites". 
Em 18 de Março de 1930, foi aprovado o "Protocolo de Instruções" para a demarcação da 
fronteira. Em outubro e novembro de 1932, foi também acertado, por troca de Notas Reversais, 
um "Acordo para a Delimitação de Áreas Ribeirinhas na Fronteira entre o Brasil e a Guiana 
Britânica", no qual se estabeleceu com clareza critérios para adjudicação de ilhas e o 
acompanhamento das alterações do leito ou talvegue de rios fronteiriços. Em seguida foi dado 
início à construção dos marcos - desde o ponto de Trijunção Brasil-Guiana-Venezuela, na serra 
Pacaraima, ao longo dos rios Mau (ou Ireng) e Tacutú, assim como na Serra Acaraí, até o ponto de 
Trijunção Brasil-Guiana-Suriname. 
Esses trabalhos terminaram em janeiro de 1939, quando foi assinada a Ata da Décima 
Primeira e última Conferência da Comissão Mista, aprovando a descrição da fronteira com seus 
respectivos apêndices, mapas e coordenadas de marcos (inclusive do marco B/BG-11A, construído 
em 1934 e localizado no extremo setentrional do Brasil). 
Após o surgimento da República Cooperativa da Guiana em 1966, o assunto da fronteira 
comum somente foi abordado em novembro de 1994, por ocasião da realização da Primeira 
Conferência da nova "Comissão Mista Brasileiro-Guianense de Limites", que acordou a realização 
de uma inspeção geral dos marcos. 
 
3.2. AMAZONAS COSMOPOLITA: NOVA SITUAÇÃO SOCIOPOLÍTICA 
 
A produção de borracha na Amazônia foi uma das mais importantes atividades 
econômicas do país, entre 1870 e 1920. Neste contexto, em 1907, foi inaugurado o 
Porto de Manaus e, em 1909, inaugurado o Porto de Belém. 
 
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Durante quase quarenta anos, Belém e Manaus foram a residência dos “barões da 
borracha”, onde foram construídas “réplicas” de Paris: uma reforma urbana invejada até pelo Rio 
de Janeiro. 
3.2.1. Transplantação de novos conceitos culturais 
A cidade de Manaus, capital do Amazonas, e Belém, capital paraense, cresceram muito e 
floresceram comercialmente. 
No final do século XIX, a vida nessas duas cidades era deslumbrante. Nos portos das cidades 
era comum atracar navios carregados de vinhos portugueses, queijos franceses, alfaiataria italiana 
e serviçais como mordomos e costureiras europeias. A cultura, por exemplo, vivia a sua melhor 
época, com diversos espetáculos e exposições. 
O impulso econômico mudou a aparência da cidade e alguns costumes dos habitantes. Viver 
em Belém e Manaus ficou caro. 
 
3.2.2. Cidades da borracha: Belém X Manaus 
✓ A elite e os governantes queriam, a todo custo, copiar a estética de cidades como Paris e 
Londres. 
✓ Manaus e Belém, no começo do século XX, disputavam a alcunha de Paris dos Trópicos, 
devido à intensa modernização durante a época áurea da borracha, atraindo investimentos 
estrangeiros e imigrantes de algumas partes do mundo, sobretudo franceses. 
 
As capitais amazonenses se inspiravam na Belle Époque francesa 
 
✓ As ruas foram alargadas, edifícios foram construídos e, aos poucos, os hábitos tradicionais 
da sociedade belenense iam sendo empurrados para o interior do estado. 
✓ Como a região amazônica era o único local de produção, foi natural que os capitais 
conseguidos com a matéria-prima financiassem a urbanização das cidades, como Belém e 
Manaus. 
✓ Na capital do Pará, os royalties possibilitaram a construção de: Bulevares; instalação de 
iluminação pública; introdução de bondes elétricos; água encanada; energia elétrica; 
criação do centro comercial e do mercado municipal. 
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✓ A prosperidade econômica também trouxe consigo os primeiros bancos, financiadoras, 
exportadoras e inúmeros imigrantes (italianos, belgas, árabes e franceses), além de muitos 
nordestinos. 
 
3.3. DECADÊNCIA DA ECONOMIA GUMÍFERA: GRANDE CRISE DA ECONOMIA GUMÍFERA 
No outro lado do ciclo da borracha não havia muito luxo e nem glamour. Os seringueiros 
trabalhavam dia e noite, expostos a um calor intenso e a uma série de doenças. Vestiam roupas 
simples e carregavam consigo um facão e uma “marmita” – a quantidade suficiente para não 
morrer de fome. Isolados na floresta, os trabalhadores braçais aumentaram a produção de látex de 
156 para 31 mil toneladas, em pouco mais de 30 anos. 
Em busca de mais seringueiras para extrair o látex, seringueiros brasileiros penetraram em 
território boliviano, culminando na Revolução Acreana e no Tratado de Petrópolis. 
A ferrovia Madeira-Mamoré era um projeto boliviano do início do século XIX, que tinha em 
vista a exportação de seus produtos pelos portos do Oceano Atlântico, atravessando a Amazônia 
brasileira. Se interligassem o rio Mamoré, cuja nascente está na Bolívia, ao rio Madeira, poderiam 
navegar pelo Amazonas, a partir de Porto Velho. Era um projeto bastante ousado e difícil de ser 
colocado em prática devido aos rigores impostos pelo clima e densidade da floresta. Além das 
terríveis dificuldades de locomoção por terra para a implantação de um empreendimento 
industrial do porte de uma ferrovia, e as doenças tropicais que mataram milhares de 
trabalhadores, principalmente as epidemias de malária. 
O sanitarista Oswaldo Cruz foi contratado para controlar epidemias na região que mataram 
mais de 6.000 trabalhadores, que vieram de várias partes do Brasil e do mundo. Contou com 
grandes investimentos internacionais, principalmente do Magnata estadunidense Percival 
Farquhar, o grande investidor do empreendimento. Seus trabalhos concentraram-se entre 1907 e 
1912, ligando porto Velho a Guajará Mirim, municípios fundados pela Empresa ferroviária 
Madeira-Mamoré. Ela ficou pronta no momento de decadência do ciclo da borracha. Continuou 
funcionando até 1972, quando foi desativada (na época, foi inaugurada a transamazônica). Hoje é 
patrimônio histórico nacional, tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional). 
Enquanto o Brasil se tornava no maior fornecedor de borracha de mundo, os países ricos já 
demonstravam interesse na Amazônia. O principal objetivo era descobrir novos e lucrativos usos 
para plantas exóticas. Numa dessas expedições estrangeiras, o inglês Henry Wickham enviou à 
Inglaterra inúmeras sementes de seringueira. Não demorou muito para que a riqueza de Belém 
trocasse de mãos. 
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A produção da borracha entrou em decadência devido a dois fatores: biopirataria e 
concorrência internacional. Biopirataria é quando estrangeiros nos roubam organismos genéticos 
(plantas ou animais), ou receitas das comunidades tradicionais. 
A seringueira não era uma árvore de fácil cultivo. Por conta de tal dificuldade, os brasileiros 
deram preferência ao extrativismo, que possuía um custo muito abaixo da ‘colheita responsável’. 
Com o avanço da indústria automobilística, os principais produtores (europeus e americanos) 
precisavam, cada vez mais, de matéria-prima. 
Enquanto o Brasil insistia na prática extrativista e não dava mais conta da demanda de 
exportação, os britânicos investiam em plantações no continente asiático. Com o sucesso do 
cultivo na Ásia, somado ao crescente uso da borracha sintética, a exploração da seringueira na 
região Norte – embora, até os dias de hoje, a prática faça parte da economiada região – diminuiu 
significativamente. 
 
 
Grandes empresários ingleses pegaram 10.000 mudas de seringueiras e as introduziram com 
sucesso na Malásia (que era colônia da Inglaterra na época). A supremacia da borracha brasileira 
sofreu forte declínio. A produção introduzida no país asiático vingou, pois ele está na mesma 
latitude (posição em relação ao equador) e, portanto, possui as mesmas características climáticas e 
botânicas (clima e floresta equatorial). Além disso, o modelo implantado foi o do plantation 
(grandes propriedades, monocultoras e agroexportadoras), ou seja, a principal causa da 
decadência foi a concorrência dos plantations de seringueira na Malásia, que devido ao 
plantation era mais barata e tinha a mesma qualidade. 
A brusca queda do valor de mercado fez com que muitos aviadores fossem obrigados a 
vender toda sua produção por valores muito abaixo do investimento empregado na produção. 
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Entre 1910 e 1920, a crise da seringa amazônica levou diversos aviadores à falência e endividou os 
cofres públicos que estocavam a borracha na tentativa de elevar os preços. 
Encerrava-se aí o primeiro ciclo da borracha, que de lucro certo passou à falência e 
endividamento. 
 
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3.3.1. Tentativa de recuperação: “a Batalha da Borracha” 
Entre 1942 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, pelas mãos de Getúlio Vargas, foi 
criado o Banco de Crédito da Borracha para incentivar a retomada da extração de látex para a 
exportação, devido à demanda dos Estados Unidos, o que ficou conhecido como o Segundo Ciclo 
da Borracha. 
O segundo Ciclo da Borracha foi durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Ocorreu 
uma grande demanda internacional devido à guerra, e o Brasil, que era governado por Getúlio 
Vargas (ditador do Estado Novo), lutou ao lado dos países aliados (EUA, Inglaterra, França e URSS) 
sob o comando dos EUA. 
O Brasil passou a fornecer a borracha aos aliados e criou um alistamento de trabalhadores 
para atuarem na extração do látex, que ficaram conhecidos como os “soldados da borracha”. Para 
o recrutamento dos trabalhadores, foi criado a SEMTA (Serviço Especial de Mobilização de 
Trabalhadores para a Amazônia). 
Isto fazia parte dos “acordos de Washington”, que determinavam a aproximação dos 
aliados e a colaboração no conflito; neste acordo, o Brasil se comprometeu a enviar soldados, 
fornecer matéria-prima e permitir a construção da base militar de Natal. Em troca, recebeu 
investimentos, principalmente convertidos para a construção da usina de Volta Redonda, no RJ. 
Porém, o segundo ciclo não tarda a findar: com a rendição do Japão, os interesses militares 
dos Estados Unidos cessaram, e as colônias produtoras de borracha na Ásia foram liberadas; assim, 
a preferência pela borracha amazônica novamente se perdeu, sendo o Amazonas e o Pará 
condenados outra vez à pobreza: intensificou-se o papel de fornecedor de matérias-primas para a 
crescente indústria da Região Sudeste do Brasil. 
 
O SEMTA tinha como missão o alistamento, treinamento e transporte de trabalhadores 
nordestinos, bem como o assentamento deles e de suas famílias nos seringais. O centro 
operacional foi Fortaleza, capital do Ceará. Sendo este um dos estados mais castigados 
pela seca, no qual ocorreram dois grandes fluxos migratórios: o primeiro (1877-79) 
estimulado pelo imperador D. Pedro II; e o segundo no ciclo da borracha (na seca de 42 
e 43 praticamente toda a safra foi perdida). Em situações como esta, é comum ocorrer 
revoltas e saques a armazéns públicos e privados, e as revoltas sociais e os radicalismos 
religiosos emergem com força. O programa de migração para a Amazônia era 
compulsório para os “flagelados da seca” e visava contornar a situação de conflitos 
sociais e miséria. Getúlio Vargas minimizou o problema da seca do nordeste e, ao 
mesmo tempo, deu novo ânimo na colonização da Amazônia. Para o governo brasileiro, 
era juntar a fome com a vontade de comer, literalmente. Somente em Fortaleza, cerca 
de 30.000 flagelados da seca de 41-42 estavam disponíveis para serem enviados 
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imediatamente para os seringais. Mesmo que de forma pouco organizada o DNI 
(Departamento Nacional de Imigração) ainda conseguiu enviar para a Amazônia, 
durante o ano de 1942, quase 15.000 pessoas, sendo a metade de homens aptos ao 
trabalho. Eram os primeiros soldados da borracha. Simples retirantes que se 
amontoavam com suas famílias por todo o Nordeste, fugindo de uma seca que teimava 
em não se acabar. O que era, evidentemente, muito pouco diante das pretensões norte-
americanas. 
 
 
 
 
 
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O Brasil possui um grande consumo de borracha, maior que nossa produção, 
portanto hoje importamos uma boa quantidade da matéria-prima. Mas e nossa produção? 
Por ser originária de seringais nativos e possuir mão de obra formada principalmente por 
coletores tradicionais, o produto fica mais caro; sendo assim, importamos dos países 
asiáticos (Indonésia, Tailândia, Malásia e Vietnã), onde, desde o início do século XX, há 
grandes empreendimentos internacionais no plantation de borracha; atualmente, estes 
países possuem uma produtividade maior, devido aos avanços do agronegócio. 
O principal destino industrial da borracha é a produção de pneus e depois de 
autopeças, solados de calçados, preservativos e equipamentos médicos. Atualmente o 
maior produtor de borracha brasileiro é o estado de São Paulo, com as lavouras 
comerciais. 
 
3.4. MANAUS: DE “PARIS DOS TRÓPICOS” A “MIAMI BRASILEIRA” – SITUAÇÃO ECONÔMICA E 
SOCIAL DA CIDADE 
Manaus era tida como a Paris dos Trópicos, título também disputado por Belém, no Pará, 
que guarda semelhanças históricas com Manaus, como vimos. 
Naquela época, os filhos dos barões da borracha eram enviados à França para sua formação 
e houve um período em que o francês foi a língua falada na capital. De volta ao Brasil, 
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acostumados à vida cultural parisiense, eles encontravam no Teatro Amazonas ares de 
refinamento. Ares bem quentes, por sinal. O calor era tão grande que naquela época o sistema de 
refrigeração do prédio usava imensos blocos de gelo para resfriar o ar que era direcionado à 
plateia. 
“O termo Miami Brasileira, atribuído a Manaus, trata-se de um apelido que foi dado à 
capital amazonense após os desdobramentos advindos com a criação da Zona Franca de Manaus 
(ZFM), em 1967, que implantou um modelo econômico baseado na exploração da força de 
trabalho barata amazonense. A agressão à natureza e à ecologia transformou o clima da cidade. 
Longe de ser aquele clima “ameno e agradável”, constatado pelos viajantes até o final do século 
XIX, Manaus se transformou numa sauna. As construções do kitsch zona-franquense, de tremendo 
mau gosto, janelas retas e quadradas, lambris de metal, vidro fumê e ar refrigerado, buscam como 
modelo, agora, a cidade de Miami, onde quem enriqueceu com a Zona Franca vai passar suas 
férias. Construções que se contrapõem à floresta e aos igarapés,num modelo gerador de favelas.” 
 
3.4.1. Rebelião de 1924 
✓ O movimento tenentista em Manaus, que eclodiu com a Rebelião de 23 de julho de 
1924, ficou conhecido como Comuna de Manaus. 
✓ O movimento ocorreu sob a liderança do tenente Alfredo Augusto Ribeiro Júnior. 
✓ A rebelião dos militares de Manaus era contrária ao poder estabelecido na política do 
Café-com-Leite, durante a Primeira República, atingindo-o na esfera jurídico-política. 
✓ Os militares procuraram demonstrar o abuso do poder, por parte dos oligarcas que 
estavam controlando o governo. 
✓ Manaus foi o único local em que o Tenentismo tomou efetivamente o poder. 
✓ O movimento teve apoio da população pobre e isso lhe deu força, já que todos queriam 
mudanças sociais. 
✓ A permanência das oligarquias ruralistas no poder era tida como um atraso nacional e 
isso foi um dos motivos da Revolução. 
 
 
 
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3.4.2. “Era dos Interventores” 
Denominamos de “Era Vargas” o período em que Getúlio esteve à frente da presidência 
do Brasil. Governou diretamente 15 anos, entre 1930 e 1945. Ficou 5 anos afastado e 
voltou democraticamente em 1950, governando até 1954, quando seu governo teve um 
desfecho trágico. Cometeu suicídio com um tiro no peito. Na maior parte do tempo em 
que Getúlio governou, entre 30 e 45, o governo foi autoritário (um 
período sem constituição e depois ditador). Foi um período marcado 
por avanços sociais (como as leis trabalhistas), por discursos 
nacionalistas e avanços na economia por meio da construção de 
indústrias estatais (pertencentes ao Estado – prática de nacionalismo 
econômico), principalmente no setor de base (metalurgia e siderurgia). 
Para facilitar nosso entendimento sobre o período, podemos dividir a 
“Era Vargas” em partes: 
1. Governo Provisório (1930-1934); 
2. Governo Constitucional (1934-1937); 
3. A ditadura do “Estado Novo” (1937-1945); 
4. Período democrático (1950-1954). 
  
1939 - Cartilha escolar no Estado Novo. 
Perceba a semelhança com a propaganda nazista.  
 
Durante a Era Vargas, caracterizou-se a indicação de Interventores Federais, designados 
para administrar os estados. 
Álvaro Botelho Maia foi indicado primeiro interventor federal no estado do Amazonas e era 
um jornalista, professor e poeta. Ele foi indicado por Juarez Távora, chefe da revolução no Norte e 
Nordeste do país, que aconselhou Getúlio Vargas a escolhê-lo para a interventoria do Estado. 
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Tendo governado como interventor entre 1930 e 1931, foi novamente indicado para o governo do 
Amazonas durante o Estado Novo, em 1937, permanecendo no cargo até 1945. 
 
3.4.3. “Clube da Madrugada” 
O surgimento do Clube da Madrugada em Manaus coincidiu com o desejo de renovação 
estética vivida por um grupo de poetas, escritores, intelectuais e artistas plásticos que estavam 
cansados do isolamento cultural proporcionado por dificuldades econômicas e geográficas. 
Segundo um de seus fundadores, o poeta Jorge Tufic, os antecedentes históricos do Clube 
estão nos primeiros encontros literários que aconteceram em 1949, na residência do poeta e 
pintor Anísio Mello. 
Uma reunião de jovens formou um grupo de estudos literários – o Clube da Madrugada –
com esse objetivo. Mas, conforme ele foi se ampliando e ganhando novos membros, o intuito 
também se ampliou, abrangendo debates sociais e políticos sobre temas que ocorriam na capital 
amazonense. 
 
3.4.4. Zona Franca de Manaus 
Com a Zona Franca de Manaus (ZFM), criada entre os anos 1950 e 1960, centenas de 
empresas gozam de incentivos fiscais especiais, como parte de um plano geoeconômico para 
impulsionar o desenvolvimento da região. Atualmente, a ZFM responde por aproximadamente 
50% do PIB amazonense. 
As indústrias da ZFM que estiverem em pleno emprego dos seus fatores de produção se 
encontrarão sobre suas fronteiras de possibilidades de produção. A fronteira de possibilidades de 
produção define o conjunto de combinações possíveis de bens e serviços que uma sociedade pode 
produzir, dados os recursos disponíveis. No caso da ZFM, as indústrias estrangeiras com mercados 
mundiais, sendo particularmente pressionadas pelo aumento dos custos da força de trabalho, de 
um lado, e do aguçamento da competição nacional e internacional, de outro, estão procurando 
constantemente caminhos e meios de cortar ou minimizar seus custos de produção e distribuição. 
O mecanismo de formação de preços na ZFM é afetado pela intervenção estatal, 
concretizada por meio das isenções fiscais. A Zona Franca de Manaus é uma zona de livre comércio 
e uma zona industrial. Mas existem modalidades como os portos francos, entrepostos, dentre 
outras. O fundamental, apesar da especificidade de cada um desses mecanismos, é que todos têm 
a função de oferecer condições de isenção ou redução de taxas alfandegárias, impostos e de 
outros custos sobre a entrada e saída de bens em dada área de um país. 
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O custo de oportunidade da ZFM se fez necessário antes de seu início, pois era preciso dotar 
a região de condições de meios de vida e infraestrutura que atraíssem para ela a força de trabalho 
e o capital, nacional e estrangeiro, vistos como imprescindíveis para a dinamização das forças 
produtivas locais, objetivando instaurar na região condições de rentabilidade econômica global. 
Sua criação e desenvolvimento sempre estiveram atrelados a circunstâncias político-econômicas 
locais, nacionais e mundiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. EXERCÍCIOS 
 
1. (CESGRANRIO/TJ RO/2008 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) 
O controle das fronteiras brasileiras, sobretudo norte e sul, sempre foi motivo de 
preocupação dos principais governos republicanos. Acordos de limites, por exemplo, foram 
vários na República Velha. Durante o Governo Vargas, porém, este controle foi efetivamente 
definido com a criação de Territórios Federais na região, entre eles: 
A) Rio Branco, atual estado de Roraima, e Guaporé, atual estado de Rondônia. 
B) Acre, atual estado do Acre, e Guaporé, atual estado de Rondônia. 
C) Ponta Porã, atual estado de Tocantins, e Rio Branco, atual estado de Roraima. 
D) Iguaçu, atual estado de Roraima, e Acre, atual estado do mesmo nome. 
E) Amapá e Palmas, atualmente estados do mesmo nome. 
Comentários 
Vimos na aula que Getúlio Vargas criou os territórios federais de Rio Branco, atual estado de 
Roraima; Guaporé, atual estado de Rondônia; Amapá, atual estado de mesmo nome; e Ponta-Porã 
e Iguaçu, extintos posteriormente. 
Gabarito: A 
2. (FUNCAB/MPE RO/2012 – TÉCNICO EM CONTABILIDADE) 
A ferrovia Madeira-Mamoré foi concluída em 1912 e teve como um de seus principais 
objetivos o transporte de um produto oriundo da Bolívia e de grande valor econômico, à 
época. Esse produto, ao qual o enunciado se refere é a: 
A) castanha. 
B) carnaúba. 
C) erva-mate. 
D) borracha. 
E) pimenta-do-reino. 
Comentários 
A ferrovia Madeira-Mamoré foi concluída em 1912 e teve como um de seus principais objetivos o 
transporte da borracha oriunda da Bolívia, que na época tinha grande valor econômico. 
Gabarito: D 
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3. (FCC – 2010 – TCE-RO – Auditor) 
Considereo seguinte texto que apresenta o compromisso do governo brasileiro para a 
construção da ferrovia Madeira-Mamoré: 
Artigo VII 
Os Estados Unidos do Brasil obrigam-se a construir em território brasileiro, por si ou por 
empresa particular, uma ferrovia desde o porto de Santo Antônio, no rio Madeira, até 
Guajará-Mirim, no Mamoré, com um ramal que, passando por Vila-Murtinho ou em outro 
ponto próximo (Estado de Mato-Grosso), chegue a Villa-Bella (Bolívia), na confluência do Beni 
e do Mamoré. Dessa ferrovia, que o Brasil se esforçará por concluir no prazo de quatro anos, 
usarão ambos os países com direito às mesmas franquezas e tarifas. 
(http://www2.mre.gov.br/dai/b_boli_11_927.htm) 
O artigo foi retirado do Tratado de: 
A) Santo Ildefonso, de 1894. 
B) Petrópolis, de 1915. 
C) Badajoz, de 1907. 
D) Petrópolis, de 1903. 
E) Santo Ildefonso, de 1905. 
Comentários 
O texto foi retirado do Tratado de Petrópolis, assinado em 1903, entre Brasil e Bolívia. 
Gabarito: D 
4. (FGV/DPE – RO/2015 – ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA) 
Em 2012, foi comemorado o centenário de inauguração da ferrovia Madeira-Mamoré. Tal 
construção, vista como difícil e complexa, com tentativas fracassadas no século XIX, custou a 
vida de inúmeros operários, e, durante o período da ditadura militar no país, acabou 
desativada, no governo do presidente Castelo Branco, em 1966. A justificativa para tal 
medida foi: 
A) a preservação ambiental local através do fim das atividades econômicas na região; 
B) o incremento do transporte fluvial, aproveitando o potencial dos rios da região; 
 C) o redirecionamento dos investimentos para o transporte aéreo com a construção de 
vários aeroportos; 
D) o incentivo ao transporte rodoviário com a construção de estradas na região; 
E) o afastamento do capital estrangeiro da estrutura de transporte da região norte. 
 
 
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Comentários 
Com o advento do regime militar brasileiro, nos anos 60 do século XX, o projeto ferroviário foi 
abandonado em razão da prioridade dada pelo regime militar ao transporte rodoviário da região 
Norte, com a construção de estradas na região. 
Gabarito: D 
5. (FGV/PGE RO/2015 – TÉCNICO DA PROCURADORIA) 
O desenvolvimento econômico da região Norte pode ser entendido a partir da criação de um 
projeto ferroviário para interligar a região amazônica entre o final do século XIX e a primeira 
metade do século XX. No entanto, com o advento do regime militar brasileiro, nos anos 60 do 
século XX, o projeto ferroviário foi abandonado em razão da prioridade dada pelo regime 
militar ao transporte: 
A) pluvial na região Norte; 
B) naval pelo litoral da região Norte; 
C) aéreo na região Norte; 
D) misto aéreo e pluvial da região Norte; 
E) rodoviário da região Norte. 
Comentários 
O regime militar priorizou o transporte rodoviário, com a construção de grandes rodovias na região 
Norte, como a Transamazônica, a BR-364 e a rodovia Belém-Brasília. 
Gabarito: E 
 6. (SEPOG-RO 2017 – Técnico em informática) 
Sob o pretexto de buscar penas de cores vibrantes para os chapéus das inglesas da Era 
Vitoriana, Henry Wickham desembarcou na Amazônia, em 1876, com outro plano em mente: 
furtar sementes de seringueira para serem entregues ao Jardim Botânico Real da Inglaterra. 
Foi assim que a árvore nativa da Amazônia foi retirada de seu habitat natural e algumas 
sementes (cerca de 3 mil das 70 mil furtadas) germinaram e foram enviadas para colônias da 
Inglaterra, como Malásia e Ceilão. Em 1916, as plantations britânicas iriam produzir Hevea 
Brasiliensis suficiente para abastecer 95% da demanda mundial por borracha de alta 
qualidade. 
Adaptado de: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e- cidadania/trafico-de-semente-fez-
ruir-ciclo-da-borracha 
A respeito da disputa pela borracha no mercado internacional e seu impacto para a economia 
brasileira, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. 
( ) A produção de látex na região amazônica, entre 1840 e 1920, contou com uma mão de 
obra por seringueiros nativos e migrantes cearenses, conhecidos como “soldados da 
borracha”. 
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( ) O método extrativista usado na Amazônia não permitiu o aumento rápido da 
produtividade para atender à demanda crescente da indústria automobilística europeia e 
norte-americana, no início do século XX. 
( ) O declínio da economia gomífera brasileira, no início do século XX, deveu-se à queda dos 
preços da borracha no mercado internacional, em função da produção de látex de boa 
qualidade, a custos mais baixos, na Ásia. 
As afirmativas são, respectivamente, 
A) F-V-F. 
B) F-V-V. 
C) V-F-F. 
D) V-V-F. 
E) F-F-V. 
Comentários 
I. Falsa. O termo “soldados da borracha” era usado no contexto da Segunda Guerra Mundial para 
se referir aos seringueiros enviados para a Floresta Amazônica a fim de produzir látex para os EUA. 
II. Verdadeira. Os métodos produtivos eram rudimentares e as seringueiras nativas. Na Ásia, os 
ingleses implantaram o modelo de Plantation com maior produtividade, o que garantiu que 
conquistassem o monopólio mundial da borracha. 
III. Verdadeira. Como comentado, o ciclo brasileiro entrou em decadência devido à concorrência 
asiática. 
Gabarito: B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. (CESGRANRIO/TJ RO/2008 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) 
O controle das fronteiras brasileiras, sobretudo norte e sul, sempre foi motivo de 
preocupação dos principais governos republicanos. Acordos de limites, por exemplo, foram 
vários na República Velha. Durante o Governo Vargas, porém, este controle foi efetivamente 
definido com a criação de Territórios Federais na região, entre eles: 
A) Rio Branco, atual estado de Roraima, e Guaporé, atual estado de Rondônia. 
B) Acre, atual estado do Acre, e Guaporé, atual estado de Rondônia. 
C) Ponta Porã, atual estado de Tocantins, e Rio Branco, atual estado de Roraima. 
D) Iguaçu, atual estado de Roraima, e Acre, atual estado do mesmo nome. 
E) Amapá e Palmas, atualmente estados do mesmo nome. 
 
2. (FUNCAB/MPE RO/2012 – TÉCNICO EM CONTABILIDADE) 
A ferrovia Madeira-Mamoré foi concluída em 1912 e teve como um de seus principais 
objetivos o transporte de um produto oriundo da Bolívia e de grande valor econômico, à 
época. Esse produto, ao qual o enunciado se refere é a: 
A) castanha. 
B) carnaúba. 
C) erva-mate. 
D) borracha. 
E) pimenta-do-reino. 
 
3. (FCC – 2010 – TCE-RO – Auditor) 
Considere o seguinte texto que apresenta o compromisso do governo brasileiro para a 
construção da ferrovia Madeira-Mamoré: 
Artigo VII 
Os Estados Unidos do Brasil obrigam-se a construir em território brasileiro, por si ou por 
empresa particular, uma ferrovia desde o porto de Santo Antônio, no rio Madeira, até 
Guajará-Mirim, no Mamoré, com um ramal que, passando por Vila-Murtinho ou em outro 
ponto próximo (Estado de Mato-Grosso), chegue a Villa-Bella (Bolívia), na confluência do Beni 
e do Mamoré. Dessa ferrovia, que o Brasil se esforçará por concluir no prazo de quatro anos, 
usarão ambos os países com direito às mesmas franquezas e tarifas. 
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(http://www2.mre.gov.br/dai/b_boli_11_927.htm) 
O artigo foi retirado do Tratado de: 
A) Santo Ildefonso, de 1894. 
B) Petrópolis, de 1915. 
C) Badajoz, de 1907. 
D) Petrópolis, de 1903. 
E) Santo Ildefonso, de 1905. 
 
4. (FGV/DPE – RO/2015 – ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA) 
Em 2012, foi comemorado

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