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UNIVERSIDADE CEUMA COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ANTONIO DA SILVA COSTA ANALISE DA QUALIDADE DE MEDIDAS VOLUMÉTRICAS REALIZADAS COM LASER SCANNER TERRESTRE FIXO São Luís 2017 ANTONIO DA SILVA COSTA ANALISE DA QUALIDADE DE MEDIDAS VOLUMÉTRICAS REALIZADAS COM LASER SCANNER TERRESTRE FIXO Monografia apresentada ao curso de Engenharia Civil da Universidade CEUMA, como requisito obrigatório para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Esp. David Gurion Tiago São Luís 2017 ANTONIO DA SILVA COSTA ANALISE DA QUALIDADE DE MEDIDAS VOLUMÉTRICAS REALIZADAS COM LASER SCANNER TERRESTRE FIXO Monografia apresentada ao curso de Engenharia Civil da Universidade CEUMA, como requisito obrigatório para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil. Aprovada em / / BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Prof. Esp. David Gurion Tiago (Orientador) Universidade CEUMA _______________________________________________ Prof. Universidade CEUMA _______________________________________________ Prof. Universidade CEUMA Acima de tudo, dedico este trabalho а Deus, o meu Criador, por ele ser essencial em minha vida. Aos meus irmãos e principalmente à minha esposa, Maria José, aos meus filhos, e aos meus pais, pois foi pensando neles que cheguei até aqui. Agradeço também ao meu orientador, que de fato disponibilizou muito do seu valioso tempo e de sua sabedoria para me ensinar. “O dinheiro faz homens ricos, o Conhecimento faz homens sábios e a Humildade faz Grandes Homens” Mahatma Gandhi RESUMO Na engenharia, a Topografia tem sido utilizada como um recurso indispensável nas mais diversas atividades, abarcando processos de medição, divisão e demarcação de áreas. No ramo da Mineração ela também pode ser empregada na realização de diversas atividades, podendo destacar as medições para a determinação de volumes de minério normalmente depositados em pilhas. Comumente, as medições que visam a cubação de pilhas de minério são realizadas com equipamentos ditos convencionais, tais como a Estação Total Eletrônica, cujo nível de precisão e tempo necessário para a realização dos serviços com a mesma nem sempre são satisfatórios. Visando preencher lacunas do tipo é que surgiu a tecnologia de varredura a laser, denominado de Laser Scanner, capaz de mapear em frações de segundo milhares de pontos com níveis de acurácia e exatidão surpreendentes. Neste trabalho, comparou-se medidas de volumes realizadas com dados obtidos pelo equipamento Estação Total e por Scanner Laser, em pilha de Minério locada dentro de um Terminal Ferroviário situado na região Nordeste do Maranhão, de tal forma que foi possível dissertar sobre as diferenças encontradas e apontar com veemência a potencialidade do processo de Escaneamento a Laser. Palavras-chave: Topografia, Geodésia, Geoprocessamento, Cartografia, Geomática, Laser Scanner, LIDAR, Drone, Vant. ABSTRACT In engineering, Topography has been used as an indispensable resource in the most diverse activities, encompassing processes of measurement, division and demarcation of areas. In the Mining sector, it can also be used to perform various activities, and it is possible to highlight the measurements for the determination of volumes of ore normally deposited in stacks. Ordinarily, measurements aimed at cubing ore cells are carried out using conventional equipment, such as the Total Electronic Station, whose level of precision and time required to perform the services with the same is not always satisfactory. Aiming to fill gaps of the type is that the technology of laser scanning, called the Laser Scanner, was born, able to map in fractions of second thousands of points with levels of accuracy and surprising accuracy. In this work, measurements of volumes made with data obtained by the Total Station and Laser Scanner equipment were compared in an Ore pile located within a Railway Terminal located in the Northeast of Maranhão, in such a way that it was possible to discuss the differences found And to point out the potentiality of the Laser Scanning process. Key-words: Topography, Geodesy, Geoprocessing, Cartography, Geomatics, Laser Scanner, LIDAR, Drone, Vant. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: Principio (time of flight) ........................................................................... 25 FIGURA 2: Estação Total Cygnus ............................................................................. 28 FIGURA 3: Laser Scanner Riegl ............................................................................... 29 FIGURA 4: Vista do Laser Scanner posicionado ....................................................... 30 FIGURA 5: Mapa de Localização .............................................................................. 32 FIGURA 6: Mapa de Situação ................................................................................... 32 FIGURA 7: Mapa de Situação – Vista ampliada........................................................ 33 FIGURA 8: Localização dos Piquetes implantados para a Estação Total ................. 34 FIGURA 9: Materialização de um Vértice de apoio – 1ª etapa de trabalho ............... 34 FIGURA 10: Medida com e sem Prisma – 2ª e 3ª etapa de trabalho ........................ 35 FIGURA 11: Medida com e sem Prisma – 4ª etapa de trabalho ............................... 36 FIGURA 12: Medida com e sem Prisma – 5ª e 6ª etapa de trabalho ........................ 37 FIGURA 13: Medida com e sem Prisma – 7ª etapa de trabalho ............................... 37 FIGURA 14: Localização dos Piquetes implantados para instalação do Laser Scanner ................................................................................................ 39 FIGURA 15: Posicionamento do Laser Scanner no vértice de apoio 3 ..................... 39 FIGURA 16: Triangulação de Delaunay .................................................................... 42 FIGURA 17: Nuvem de pontos e Triangulação de Delaunay – Estação Total .......... 44 FIGURA 18: Mapa de Elevação – Estação Total ...................................................... 45 FIGURA 19: Mapa de Declividade – Estação Total ................................................... 45 FIGURA 20: Curvas de Nível, Perfil Longitudinal e Transversal – Estação Total...... 46 FIGURA 21: Superfície de Base e de Comparação – Estação Total ........................ 46 FIGURA 22: Nuvem de pontos – Laser Scanner....................................................... 47 FIGURA 23: Triangulação de Delaunay – Laser Scanner ......................................... 48 FIGURA 24: Triangulação de Delaunay – Laser Scanner ......................................... 48 FIGURA 25: Superfície de Base e de Comparação – Laser Scanner ....................... 49 FIGURA 26: Comparação entre Modelo Digital (LS) e Fotografia – Vista posicionada no vértice de apoio P4 .......................................................................... 49 FIGURA 27: Comparação entre Modelo Digital (LS) e Fotografia – Vista posicionada no vértice de apoio P6 .......................................................................... 50 FIGURA 28: Comparação entre Modelo Digital (LS) e Fotografia – Vista ampliada posicionada no vértice de apoio P6 .....................................................50 FIGURA 29: Comparação entre a nuvem de pontos proveniente da Estação Total e do Laser Scanner ................................................................................. 51 FIGURA 30: Comparação entre Modelo Digital proveniente da Estação Total e do Laser Scanner ...................................................................................... 51 LISTA DE TABELAS TABELA 1: Resumo dos dados medidos com Estação Total ................................... 38 TABELA 2: Resumo dos dados medidos com Laser Scanner ................................. 40 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 12 1.1 GENERALIDADES ...................................................................................... 12 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................ 12 1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 12 1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 13 1.3 JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 13 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................... 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................... 15 2.1 GEOMÁTICA .............................................................................................. 15 2.2 GEODÉSIA ................................................................................................. 16 2.2.1 Sistema Geodésico Brasileiro – SGB ...................................................... 16 2.3 TOPOGRAFIA ............................................................................................ 17 2.3.1 Áreas da Topografia ................................................................................. 18 2.3.1.1 Planimetria .................................................................................................. 18 2.3.2 A Utilização da Topografia ....................................................................... 20 2.3.3 Equipamentos e Instrumentos Utilizados Na Topografia ...................... 20 2.3.4 Normas e Resoluções para Levantamentos Topográficos ................... 21 2.3.5 Levantamento Topográfico ...................................................................... 22 2.4 POSICIONAMENTO PELO GNSS .............................................................. 22 2.5 MAPEAMENTO A LASER .......................................................................... 23 2.5.1 Modelos Digitais de Elevação – MDE ...................................................... 26 2.5.2 Sistema de Varredura Aérea .................................................................... 27 2.5.3 Sistema de Varredura Terrestre ............................................................... 27 3 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................... 28 3.1 MATERIAIS ................................................................................................. 28 3.1.1 Equipamentos, acessórios e ferramentas .............................................. 28 3.1.2 Softwares ................................................................................................... 30 3.1.3 Peças Técnicas ......................................................................................... 31 3.2 MÉTODOS .................................................................................................. 31 3.2.1 Local onde foram realizadas as medições ............................................. 31 3.2.2 Coleta de dados ........................................................................................ 33 3.2.2.1 Dados coletados com o auxílio da Estação Total ....................................... 33 3.2.2.2 Dados coletados com o auxílio do Laser Scanner ...................................... 38 3.2.3 Automatização dos dados ........................................................................ 40 3.2.3.1 Transferência dos Dados coletados para o Computador ............................ 41 3.2.3.2 Importação e cálculo em ferramenta computacional específica .................. 41 4 RESULTADOS ........................................................................................... 44 4.1 UTILIZANDO O EQUIPAMENTO ESTAÇÃO TOTAL ................................. 44 4.2 UTILIZANDO O EQUIPAMENTO LASER SCANNER ................................ 47 5 CONCLUSÃO ............................................................................................. 52 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 54 ANEXO A – ENCAMINHAMENTO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ............................................................................................................. 57 ANEXO B – DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E RESPONSABILIDADE PELO CONTEÚDO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ........... 58 ANEXO C – APROVAÇÃO DO PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PELO PROFESSOR ORIENTADOR ..................................... 59 12 1 INTRODUÇÃO 1.1 GENERALIDADES Nos séculos XVIII e XIX a revolução industrial transformou por completo os meios de produção e modos de vida da sociedade, tornando um acontecimento de grande relevância para a humanidade. Com isso, modificou os processos de produção artesanal e deu origem aos processos industrializados que impactaram e continuam impactando com relevância ramos da ciência e tecnologia. Neste contexto, destaca-se a evolução na área da Engenharia, e mais especificamente os processos de medição que encontram-se cercados por equipamentos eletrônicos de extrema precisão, capazes de realizar serviços muito acurados. No ramo da engenharia de Mineração, o levantamento Topográfico para determinação do volume de pilhas de minério é indispensável e vem sendo realizado, na maioria dos casos, por equipamentos denominados de Estação Total. Muito embora os processos clássicos de medição empregando estes equipamentos sejam bastante difundidos, quando de sua utilização, demandam tempo considerável para a realização dos trabalhos. Com o advento da tecnologia de mapeamento a Laser com Scanner Terrestre Fixo – LSTF, associado a exigência de organizações competentes que requerem serviços com maior rapidez e níveis maiores de assertividade, estes equipamentos, ainda que o custo para a sua aquisição seja consideravelmente alto, passaram a ser demasiadamente requisitados. Em síntese, cabem aos profissionais que usam dos diversos recursos empregados nas medições ponderar no que versa sobre a relação custo e benefício de tal modo que atenda às suas demandas. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Este trabalho teve como principais objetivos: avaliar, comparar e analisar a qualidade de medidas volumétricas realizadas com Laser Scanner Terrestre Fixo, tomando como referência medidas realizadas com Estação Total eletrônica empregando processo clássico de medição. 13 1.2.2 Objetivos Específicos a) Dissertar sobre as principais diferenças entre os processos de medição em epígrafe; b) Avaliar a qualidade dos dados obtidos em campo; c) Explicitar as diferenças encontradas entre os dois processos de medição; d) Identificar fatores positivos e negativos entre os dois processos; e) Avaliar comparativamente o tempo demandado para os dois processos; f) Correlacionar processo de medição com custos volventes. 1.3 JUSTIFICATIVAA escolha do tema abordado neste trabalho culminou-se pela necessidade de comparar as modernas tecnologias de medição, que hoje busca espaço em vários segmentos da engenharia frente ao processos tradicionais, e assim obter um parâmetro para a análise da qualidade dos dados gerados nos de levantamentos topográficos com o LST fixo. Muito embora os processos clássicos de medição bem como o mapeamento por varredura a Laser com Scanner Terrestre Fixo estejam bastante difundidos, raramente se encontra referências atreladas a determinação de volumes de Pilhas de Minério, atividade que diariamente precisam ser realizadas por empresas do ramo. Este trabalho, além de poder servir como patamar para futuros outros desta natureza, contribuirá de forma significativa para profissionais do mercado de trabalho atrelados a esta atividade, seja na tomada de decisão pela escolha do equipamento associando-o ao processo produtivo, seja na precisão requerida pelo cliente. 14 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO O presente trabalho foi desenvolvido em cinco capítulos, a saber: Capítulo 1: Faz uma breve introdução do tema escolhido para a dissertação deste trabalho, bem como objetivo, justificativa e organização textual do mesmo; Capítulo 2: É apresentada a revisão bibliográfica mostrando a evolução história das áreas da engenharia de mensuração, suas aplicações, técnicas e processos de trabalho; Capítulo 3: São apresentados os materiais e as metodologias adotados adotadas para o desenvolvimento do trabalho; Capítulo 4: São apresentados os resultados finais da análise proposta; Capítulo 5: São abordadas as conclusões e sugestões para projetos futuros. Todos as referências bibliográficas utilizadas como apoio e citadas neste trabalho, foram elencadas de forma estruturada no final dos capítulos acima mencionados. 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO Quando se trata de levantamento de medidas abaixo ou acima da superfície da terra, é necessário ressaltar que grandes avanços ocorreram nos últimos trinta anos. Estes, por sua vez, estão contribuindo para o progresso de inúmeras áreas atreladas a Engenharia. 2.1 GEOMÁTICA Pela necessidade de se definir e conceituar a topografia, torna-se indispensável o conhecimento do termo geomática. Nos últimos anos houve um grande desenvolvimento tecnológico na área de topografia insurgindo os métodos de representação de mapas, plantas, cartas, perfis, e outras reproduções para uso em projetos de engenharia (SILVA; SEGANTINE, 2015). “Por esta razão, houve necessidade de criar um termo com significado mais amplo, que englobasse as ciências, as técnicas e os métodos que tratam da medição, da cartografia terrestre, de modo a agrupá-los em uma matéria de estudo coerente com as novas tecnologias e necessidades da engenharia. Dai o advento do termo internacionalmente aceito: Geomática.” (SILVA; SEGANTINE, 2015, p.1). Desta forma, a Geomática é tida como uma grande ciência que abrange uma série de outras, como: Geodesia; Cartografia; Topografia; Hidrografia; Fotogrametria; Sensoriamento Remoto; Teoria Dos Erros E Estatísticas; Gerenciamento Cadastral; Desenhos Assistidos Por Computadores - CAD; Sistemas De Informações Geográficas - SIG; Sistema De Posicionamento Global Por Satélite - GNSS. (SILVA; SEGANTINE, 2015). É dentro da ciência geomática que está incluso a área da topografia. E é no contexto da topografia que situa este trabalho, pois, para Silva e Segantine, (2015, p. 4) “ [...] topografia significa a descrição e representação gráfica de um lugar ou, mais genericamente, dos elementos que o compõem. ” 16 2.2 GEODÉSIA Assim como a topografia, a geodésia, é uma das ciências que compõem a geomática, a palavra geodésia vem do grego (geo=terra, daiein=dividir), segundo Silva e Segantine, (2015, p. 2), geodésia “é uma ciência que tem por finalidade a determinação das formas das dimensões e do campo gravitacional da Terra”. A Geodésia, é responsável ainda pela determinação e manutenção do datum geodésico de um determinado país. “Classicamente a Geodésia tem sido definida, a parte de seus objetivos, como a ciência que se ocupa da determinação da forma, das dimensões e do campo gravitacional da Terra.” (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICAS - IBGE, 1983, p. 2). O Datum, uma palavra latina cujo o significado dentro da geomática significa um referencial, um ponto, uma linha ou uma determinada superfície que servem de referências para a determinação de posições para elementos geométricos num espaço ou em uma planta topográfica. (McCORMAC, 2015). Segundo Tuler e Saraiva, (2014, p. 34), “o conjunto de parâmetros que descreve a relação entre um elipsóide local particular e um sistema de referência geodésico global é chamado de datum geodésico”. Assim como tem-se os levantamentos topográficos, existem também os levantamentos geodésicos, que segundo Silva e Segantine, (2015, p. 5), “são aqueles que consideram a curvatura da superfície da Terra [a Terra é um elipsóide cujo o raio na linha do equador é cerca de 21,7 km maior que o raio polar]. Ao considerar a curvatura da terra os levantamentos geodésicos podem ser aplicados tanto para as áreas grandes com para áreas pequenas. O equipamento usado e os métodos de medição aplicados são praticamente os mesmos dos levantamentos topográficos. (McCORMAC, 2015, p. 5). 2.2.1 Sistema Geodésico Brasileiro – SGB A NBR 13.133/1994, no seu item 3.39, conceitua o Sistema Geodésico Brasileiro - SGB, como: Conjunto de pontos geodésicos descritores da superfície física da Terra, implantados e materializados na porção da superfície terrestre delimitada pelas fronteiras do país, com vistas às finalidades de sua utilização, que vão desde o atendimento a projetos internacionais de cunho científico, passando pelas amarrações e controles de trabalhos 17 geodésicos e cartográficos, até o apoio aos levantamentos no horizonte topográfico, onde prevalecem os critérios de exatidão sobre as simplificações para a figura da Terra. (ABNT, 1994, p. 5). No Brasil o órgão responsável pela implantação e a manutenção do Sistema Geodésico Brasileiro – SGB é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE. O desenvolvimento do Sistema Geodésico Brasileiro - SGB (IBGE, 2013b), é composto por redes de altimetria, planimetria e gravimetria, podendo ser dividido em duas fases distintas: uma anterior e outra posterior ao advento da tecnologia de observação de satélites artificiais com fins de posicionamento. (SAMPAIO, Antonio; SAMPAIO, Adriany, 2015, p. 1). Recentemente o Brasil passou a utilizar como datum geodésico o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas – SIRGAS2000, foi a partir de 2005 e em substituição ao South American Datum 1969 – SAD69. Num período de transição que durou até o ano de 2014 foi utilizado os dois sistemas ao mesmo tempo, daí então, passou-se a utilizar apenas o SIRGAS2000. 2.3 TOPOGRAFIA O desenvolvimento de ferramentas e meios para situar determinados locais e espaços na superfície da Terra foi o resultado da necessidade que o homem teve de conhecer o ambiente em que vive. Tendo em vista essa preocupação, entre outras relacionadas segurança em seus movimentos, e até mesmo de sobrevivência, permitiu-lhe evoluir com o passar dos tempos dando origem a Topografia. A palavra "Topografia", resulta das palavras gregas "topos" (lugar) e "graphen" (descrever) sendo, portanto, de forma bem objetiva a “Topografia” significa a representação de um lugar. Segundo Doubek, (1989, p. 2), “A Topografia tem por objetivo o estudo dos instrumentos e métodos utilizados para obter a representação gráfica de uma porção do terreno sobre uma superfície plana”. Antes representava-se um determinadoespaço apenas na observação e descrição deste local. De acordo com Cardoso, et al., (2014, p. 1), “[...] alguns historiadores dizem que o homem já fazia mapas antes mesmo de desenvolver a escrita. Com o tempo surgiram técnicas e equipamentos de medição que facilitaram a obtenção de dados para posterior representação”. Backup%20Antonio/Desktop/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.Outlook/Elementos/Estudo%20de%20áreas%20em%20levantamento%20planimétrico%20por%20caminhamento%20e%20irradiação%20em%20teodolito%20-%201630-5656-1-PB.pdf 18 O conceito de topografia para Veiga, et al, (2012, p.16), “[...] pode ser entendida como parte da Geodésia, ciência que tem por objetivo determinar a forma e dimensões da Terra”. A Topografia é semelhante a Geodésia, tanto nos procedimentos realizados quanto nos equipamentos e instrumentos utilizados, mas, ambas as ciências são pertencentes a Geomática. Ressalta-se, porém, que a diferença da Topografia para a Geodésia baseia-se apenas no tamanho das áreas a serem levantadas, enquanto que na primeira é utilizada para levantar pequenas áreas, a geodésia, ao contrário, põem-se a mapear grandes extensões, uma vez que ela leva em consideração a curvatura da terra. [...] a topografia como a geodésia, utilizam métodos e instrumentos semelhantes, porém, a geodésia se preocupa com a forma e dimensões da Terra, enquanto a Topografia se limita a descrição de área restritas da superfície terrestre. (PASTANA, 2010, p. 4). O papel fundamental da topografia é conceber de forma detalhada uma superfície terrestre, que pode ser representada através de projeções ortogonais, cotada, assim como, seus limites e suas particularidades naturais ou artificiais, isto, sem considerar a curvatura terrestre, (PASTANA, 2010, p. 4). Segundo Espartel (1987, p. 8), “A projeção ou imagem figurada do terreno dá-se o nome de Planta ou Plano Topográficos. 2.3.1 Áreas da Topografia A topografia em si, é um campo muito amplo, mas que se divide apenas em três áreas, planimetria, altimetria e planialtimetria. 2.3.1.1 Planimetria A planimetria tem como fundamento os levantamentos topográficos que objetivam determinar apenas um determinado plano horizontal, sem levar em consideração a suas medidas de altura. Considerando que topometria é a parte da Topografia responsável pela avaliação de grandezas para representação do ambiente, a planimetria é a parte da topometria que estuda os procedimentos, métodos e instrumentos Backup%20Antonio/Desktop/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.Outlook/Elementos/Livro%20-%20Fundamentos%20da%20topografia.pdf 19 de medida de ângulos e distâncias, levanto em conta um plano horizontal (TULER; SARAIVA, 2014, p. 34). Assim, a planimetria é basicamente os estudos dos planos horizontais, como o cálculo de áreas, cadastro de benfeitorias, e etc., pois, segundo Tuler e Saraiva, (2014, p. 34) [...] “esses elementos devem apenas ser projetados em um plano horizontal, sem importar com as diferenças de nível entre os pontos”. Na planimetria, as atividades topográficas dividem-se em apenas dois campos de estudos que são a determinação de distancias e ângulos. Entretanto, devido a curvatura da terra, os levantamentos topográficos planos muitos grandes ser devem evitados e feitos por partes. “Os levantamentos topográficos planos, entretanto são realizados em áreas tão pequenas que os efeitos daqueles fatores podem ser negligenciados. ” (McCORMAC, 2015, p. 4). 2.3.1.2 Altimetria A altimetria mede as dimensões de alturas ou cotas, em relação ao um determinado nível, ou seja, mede em planos verticais, diferentemente da planimetria que se utiliza dos planos horizontais. A altimetria trata dos métodos e instrumentos topográficos empregados no estudo e na representação do relevo do terreno. Com esse objetivo, as medidas são efetuadas considerando um plano vertical, obtendo-se distancias verticais ou diferenças de nível em campo. (TULER; SARAIVA, 2014, p. 134). Na prática, o método que se utiliza da altimetria cria uma superfície de referência de nível e de alturas, para os demais pontos de um determinado terreno, constituindo as denominadas cotas. Segundo Daibert, (2014, p. 93), “cota é a distância vertical de um ponto até a superfície considerada. ” 2.3.1.3 Planialtimetria No geral, a planialtimetria engloba os conceitos de planimetria e altimetria em um único método topográfico, considerando para isso, tanto as medidas horizontais como as verticais. 20 Na planimetria, as medidas angulares e lineares são tomadas considerando os planos horizontal e vertical, com o objetivo de levantar dados para a construção da planta topográfica. A proposta da planialtimetria é utilizar os processos planimétrico e altimétrico para representação de determinado trecho da Terra. (TULER; SARAIVA, 2014, p. 186). Outros autores também definem o significado de planimetria semelhantes, o que determina ainda mais a veracidade do seu conceito. O levantamento planialtimétrico é um procedimento que agrega os dois levantamentos, planimétrico e altimétrico, e a representação é feita no plano horizontal com anotações de referências ao plano vertical. (DAIBERT, (2014, p. 93). 2.3.2 A Utilização da Topografia Em linhas gerais, a topografia pode ser utilizada em várias áreas como: a) Na engenharia: pode ser utilizada em obras de estradas, construção e locação de obras, alinhamentos e nivelamentos de máquinas e equipamentos industriais; b) No meio ambiente: pode ser utilizado nas vistorias e monitoramento de barragens e áreas de riscos; c) Na agricultura: pode ser utilizada nos cadastros rurais, demarcação e georreferenciamentos e irrigação de terras; d) Arqueologia: demarcação de sítios arqueológicos; e) Na geologia e Mineração: ela é empregada tanto na prospecção, como no acompanhamento de todo processo de produção mineral. 2.3.3 Equipamentos e Instrumentos Utilizados Na Topografia Levando em consideração todo o campo da Geomática, os equipamentos e instrumentos auxiliares empregados são inúmeros, mas destacam-se os seguintes: a) Teodolito; b) Estação Total (Servo-motoras ou não); c) Base niveladora ou Nível; d) Receptor GPS; e) Laser Scanner. 21 Instrumentos auxiliares: a) Baliza; b) Prumo esférico; c) Trena; d) Mira; e) Prisma; f) Alvo para Prisma; g) Bastão telescópico para Prisma; h) Termômetro; i) Bússola; j) Pára-sol. 2.3.4 Normas e Resoluções para Levantamentos Topográficos Para todas as atividades e ou serviços de levantamentos topográficos, é necessário seguir as orientações e condições exigidas em resoluções normativas como as da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, bem como as resoluções e normas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas 13133/94 – Execução de levantamento topográfico. As condições exigíveis para a execução de um levantamento topográfico devem compatibilizar medidas angulares, medidas lineares, medidas de desníveis e as respectivas tolerâncias em função dos erros, selecionando métodos, processos e instrumentos para a obtenção de resultados compatíveis com a destinação do levantamento, assegurando que a propagação de erros não exceda os limites de segurança inerentes a esta destinação. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, 1994, p. 2). Para os levantamentos geodésicos, a própria NBR 13133/1994, recomenda a utilização das resoluções IBGE. Especificações e Normas Gerais para Levantamentos Geodésicos - IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Resolução PR nº 22, de 21-07-1983, publicada no Boletim de Serviço nº 1602, de 01/08/1983 de Lei nº 243, de 28/02/1967, que determina a competência da Instituição quanto aos levantamentos geodésicos. (ABNT, 1994,p. 2). 22 2.3.5 Levantamento Topográfico O levantamento topográfico é uma atividade imprescindível em todas as obras, construções ou diversas reformas, é através destes serviços que se obtém com máxima precisão, os dados como: relevo, áreas, limites, confrontantes, localização e posicionamento, medidas de ângulos, medidas lineares, medidas de níveis, bem como, as suas respectivas tolerâncias aos erros. Segundo Tuller e Saraiva, (2014, p. 81) “O conjunto de processos realizados para obtenção de medidas no terreno (ângulo e distâncias) capaz de definir um trecho da superfície terrestre, com o objetivo de representa-lo em planta, denomina-se levantamento topográfico. Levantamento topográfico é o conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. (ABNT, 1994, p. 3) Para os levantamentos topográficos existe limites de distancias, onde a partir destes, tende-se a gerar erros consideráveis, os chamados erro de esfericidade. Para Execução de Levantamento Topográfico, a ABNT, considera-se para um plano de projeção topográfica um limite de extensão de até 50 km, a partir da origem de seu levantamento, (ABNT, 1994). De acordo com Pastana, (2010, p. 5) “[...] o efeito da curvatura da terra nos levantamentos planimétricos, para um arco próximo de 10 km, o erro de esfericidade é de aproximadamente 6mm. 2.4 POSICIONAMENTO PELO GNSS Atualmente, a comunidade militar e civil dispõe-se de uma constelação de satélites artificiais circulando toda orbita da Terra. Essa nuvem de satélites é denominada de Global Navigation Satellite System – GNSS, composta por quatro sistemas individuais, que são: a) GPS/NAVSTAR - Navigation System with Time and Ranging Global Positioning System, Sistema Americano, mais conhecido como GPS - Global Positioning System; 23 b) GLONASS - Globalnaya Navigatsionnaya Sputnikovaya System – Sistema Russo; c) GALILEO – Sistema da Comunidade Européia, o unio cívil; d) BEIDU-1 e Compass ou BeiDou-2 – Sistema de Posicionamento Global Chines, em desenvolvimento. De acordo com Silva e Segantine, (2015, p. 305), o “GNSS é um sistema de posicionamento que possibilita ao usuário, determinar a sua posição tridimensional em qualquer lugar da Terra [...]”. [...] Ele fornece, fundamentalmente, as coordenadas cartesianas geocêntricas (X, Y, Z), do ponto observado, as quais são transformadas em coordenadas geográficas (latitude, longitude e altura elipsoidal) para o uso da comunidade civil e em coordenadas planas (E, N, H) para o uso em geomática. (SILVA; SEGANTINE, (2015, p. 5). 2.5 MAPEAMENTO A LASER Por definição, o laser é um dispositivo que amplia a luz através de estimulo da radiação. Desta forma, o laser é na pratica, utilizado como uma fonte ou também como gerador de radiação. Para seu funcionamento como gerador é adicionado em sua construção um mecanismo de retorno em formato de espelhos pra amplificar potência da luz (LENGYEL, 1967, p. 8). Sabemos então, que a luz difunde-se em várias direções, assim o laser foi criado de forma que fosse possível controlar esses feixes de luz, e concentrar a sua energia em uma única direção. Isso é possível, pois, em um fóton emitido por estimulação de outro fóton, ambos possuem a mesma frequência, a mesma fase e a mesma direção (LEINWOLL, 1969, p. 19). Este é o sistema encontrado no equipamento Laser Scanner Terrestre - LST fixo, ou simplesmente laser scanner, que consiste em um método que mede a distância de um determinado objeto através da emissão de vários pulsos de raio lasers. Atualmente este sistema é aplicado em áreas como: Geomática, Arqueologia, Geografia, Geologia, Geomorfologia, Sismologia, Florestal, Física atmosférica e de Orientação a laser, utilizado também nos mapeamentos aéreos. Os sistemas de varredura a laser são considerados um aperfeiçoamento das estações totais 24 robotizadas, mas, com uma maior rapidez de coleta e também, recursos de automação mais avançados. O funcionamento básico deste sistema se dá pela emissão de um feixe óptico de elevada potência com baixa dissensão para medir a distância entre o aparelho e a superfície dos objetos. Segundo Dalmolin e Santos, (2004, p. 3), consiste em “[...] geral coordenadas tridimensionais de pontos sobre uma superfície num curto período de tempo. ” Seu princípio de operação é bastante simples. Os pulsos de laser são gerados e emitidos pelo sistema com o auxílio de um espelho de varredura atingindo os objetos. Estes objetos refletem os pulsos emitidos e parte de sua energia volta para o sistema. Com isso, a medida de distância entre o sensor e o objeto iluminado é determinada através do intervalo de tempo entre a emissão e a reflexão (retorno) do pulso. (DALMOLIN; SANTOS, 2004, p. 3). Após a coleta e processamentos dos dados medidos em campo, o resultado final corresponde a um conjunto de elementos com coordenadas tridimensionais, coordenadas estas que são correspondentes aos pontos na superfície do objeto alvo do escaneamento. Também é registrado e armazenado, pelo instrumento, a intensidade do sinal de retorno, captada pelo sensor, e o conjunto destes dados tridimensionais é denominado nuvem de pontos. Estes sistemas permitem gerar Modelos Digitais de Elevação – MDE de alta resolução, podendo operar em qualquer horário, diurno ou noturno. As únicas interrupções físicas correspondem a corpos d’água proveniente da chuva ou nuvens muito densas entre o objeto da varredura e o aparelho utilizado. Quanto aos métodos e meios operacionais utilizados, os Lasers Scanners podem ser divididos em dois tipos, o Aéreo e Terrestre. Estes diferentes tipos de aplicações requerem scanners com diferentes especificações com base no efeito dos dados que se deseja apurar e no tamanho do objeto ou área a ser varrida. Existem dois métodos de varredura a laser, o Estático e o Dinâmico, que, segundo Dalmolin e Santos, (2004, p. 3), “[...] sistema estático: o princípio que se baseia no intervalo de tempo decorrido desde o instante da emissão do pulso até o instante de retorno do mesmo [...].” E ainda, mais adiante os autores Dalmolin e Santos, (2004, p. 3), sobre o sistema dinâmico “O sistema dinâmico: utiliza um feixe ótico de alta potência e bem direcionado, coerente no espaço e no tempo, para garantir a qualidade da medição da distância. 25 Destaca-se adiante o método Estático por se tratar do método empregado no presente trabalho. Desta forma, vale ressaltar que este obedece ao princípio “time-of-fligth” ou seja intervalo de tempo. Este sistema também chamado de LIDAR (Light Detection And Ranging), calcula a distância por meio do tempo de retorno do pulso laser, emitindo milhares de pulsos por segundo. O pulso é projetado no objeto que o reflete de volta ao sistema. FIGURA 1: Principio (time of flight) Fonte: Adaptado de MAIA, (1999, p. 8) Onde: t = tempo de propagação da onda entre o transmissor e o refletor considerando o caminho de ida e volta do sinal; c = velocidade da luz no meio em que se propaga; D = distância entre o instrumento e o alvo. O tempo (Δt) que o pulso leva para ir do transmissor ao objeto e retornar ao sistema é medido. Com isso, é calculado a distância (D) sensor-objeto utilizando- se a velocidade da luz (c = 300x103 km/s). A constante 2 é utilizada, pois é considerado o tempo de ida e de volta do sinal (Equação 2.1) – LICHTI & HARVEY, (2002, p. 1). 26 2.5.1 Modelos Digitais de Elevação – MDE O MDE é uma amostra digital ou representação em 3 dimensões da superfície de um terreno, frequentemente utilizado para simular umaárea de um planeta, Lua ou asteróide. De acordo com LI et al (2005) as representações ou modelos de terrenos sempre atraíram a atenção de engenheiros civis, paisagistas, militares, e outros profissionais. Basicamente, modelos de terreno eram modelos físicos feitos de matérias como papeis, borracha, barro, plástico, areia, etc. Mas, foi a introdução de padrões numéricos e técnicas matemáticas nas atividade de fotogrametria, para modelagem do terreno que puderam obter de fato uma reproduções fieis de áreas. Sua utilização é necessária quando se pretende estudar uma determinada superfície e seus aspectos de elevação. “O MDE é um plano de informação que descreve a altitude, ponto a ponto, de uma determinada área.” (FLORENZANO, 2008, p. 18). O modelo digital de elevação, pode ser dividido em dois outros modelos: Um Modelo de Digital de Superfície - MDS, e um Modelo Digital de Terreno - MDT. O MDS é formado pelos primeiros retornos da nuvem de pontos tridimensionais gerados pelo LIDAR, que contém todas as características da superfície terrestre, como, vegetação, objetos e construções. Um MDS pode ser útil para aplicações de modelagem paisagem, modelagem e visualização de cidades. Já o MDT (Modelo Digital do Terreno), são os pontos que leva em conta os últimos retornos da nuvem de pontos e que se encaixa na superfície nua da terra. Isso se deve à capacidade de penetração dos pulsos laser no meio de ramos, galhos e folhagem da vegetação até alcançar o solo (Renslow, 2012, p. 310). Gerando assim, um modelo apenas da superficei terrestres, sem qualquer tipo de vegetação, objetos ou edificações. É utilizado muitas vezes para modelagem de drenagem, estudos de uso da terra, aplicações e geologia e mineração. No geral, os MDTs são usualmente levantados usando dados coletados com técnicas de sensoriamento remoto, fotogrametria, por radar, mas, também podem ser construídos a partir de levantamentos topográficos, utilizando sistema LIDAR com varredura aérea e ou terrestres, (ABDULLAH, 2014). 27 2.5.2 Sistema de Varredura Aérea O sistema de varredura ou escaneamento aéreo se faz quando o aparelho de scanner a laser, estar abordo de algum tipo de veículo aéreo, podendo este veículo ser tripulado ou não, como nos casos de utilização de VANT – Veículo Aéreo Não Tripulado, multi-rotores ou asa fixa. O método de varredura aérea é muito eficaz para a gerar modelos digitais de elevação, podendo até mesmo, substituir a fotogrametria, visto que, possui ainda a vantagem de que se pode filtrar ou seja limpar as vegetações existentes, gerando assim um modelo digital apenas da superfície desejada. 2.5.3 Sistema de Varredura Terrestre Aplicações terrestres do sistema LIDAR advêm na superfície da Terra e pode ainda ser tanto fixo como ou móvel. A varredura terrestre fixa ou estacionária é mais comum em topografia convencional, monitoramento, documentação património cultural e forense. A varredura terrestre móvel corresponde ao processo quando o equipamento é fixado num determinado veículo, onde é feito a varredura ao mesmo tempo em que o mesmo se desloca. Uma parte importante nas varreduras terrestres é que as nuvens de pontos obtidos podem ser combinadas com imagens digitais tiradas a partir de câmeras fixadas no próprio aparelho scanner. Com esta combinação podem ser gerados modelos digitais realistas em 3 dimensões. 28 3 MATERIAIS E MÉTODOS Neste capítulo serão apresentados os equipamentos, acessórios, peças técnicas e softwares utilizados, titulados de materiais, bem como a metodologia de medição empregada nos levantamentos de campo. 3.1 MATERIAIS 3.1.1 Equipamentos, acessórios e ferramentas Os equipamentos, acessórios e ferramentas utilizados foram: Estação Total Marca: Cygnos 2ls; Modelo: KS-102; Precisão Sem prisma: 3mm + 2ppm; Com prisma 2mm + 2ppm; Alcance da leitura Mede sem prisma até 200m; Mede com prisma até 2.000m; Capacidade de armazenamento: até 24.000 pontos por medição. FIGURA 2: Estação Total Cygnus Fonte: Arquivo pessoal 29 Laser Scanner terrestre Marca: Rigel; Modelo: VZ-1000; Alcance: até 1.400m; Repetibilidade: 5mm; Taxa de medição: até 122.000 pontos por segundos; Campo de visão 360° na horizontal; 100º na vertical. FIGURA 3: Laser Scanner Riegl Fonte: Arquivo pessoal 1 Tripé de alumínio para Estação Total, marca Geodetic 1 Tripé de alumínio para Laser Scanner terrestre, marca Geodetic 1 Bastão com prisma e alvo, marca Geodetic 1 Trena de aço (7,0m) 30 Cabo USB para transferência de dados entre a Estação Total e Computador Pendriver marca Kingston, modelo DT-duo/8Gb, para transferência de dados do Laser Scanner 1 computador desktop, marca HP, processador Intel Xeon E5620 2,40GHz, com sistema operacional Windows 10 4 Piquetes de madeira (5,0cm x 5,0cm x 30cm) 1 Facão para mato 20’, marca Tramontina; Marreta (3kg); Marcado industrial para nomeação de estacas FIGURA 4: Vista do Laser Scanner posicionado Fonte: Arquivo pessoal 3.1.2 Softwares As seguintes ferramentas computacionais foram adotadas: No processamento dos dados coletados com a Estação Total TopoGRAPH®, versão 4.10. No processamento dos dados coletados com o Lasar Scanner Riscan-PRO®, versão 1.6.3. 31 Na a edição final de todas as informações proveniente das medições em campo Autocad Civil 3D®, versão 2015 Student. 3.1.3 Peças Técnicas Os trabalhos amparam-se nas seguintes resoluções normativas: NBR 13.133/1994 – Execução de Levantamento Topográfico NBR 14.166/1998 – Rede de Referência Cadastral NTGIR 3Ed – Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais. 3.2 MÉTODOS 3.2.1 Local onde foram realizadas as medições Os trabalhos de campo foram executados na cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão, no Pátio de estocagem de minério de ferro pertencente a empresa mineradora multinacional. Dista aproximadamente 15Km do centro histórico da cidade, tendo como principal via de acesso a avenida dos Portugueses. O acesso interno ao local das medições é altamente restrito, podendo acessar somente com a autorização expressa de seus dirigentes. 32 FIGURA 5: Mapa de Localização Fonte: Adaptado de Wikipédia e Google Maps (Google®) FIGURA 6: Mapa de Situação Fonte: Adaptado de Google Maps (Google®) 33 FIGURA 7: Mapa de Situação – Vista ampliada Fonte: Adaptado de Google Maps (Google®) As coordenadas apresentadas na FIGURA 7 são Planas Retangulares e estão referenciadas no Sistema UTM, Datum WGS84. 3.2.2 Coleta de dados O processo de medição em campo se deu por dois métodos distintos, cada qual com o emprego de equipamentos específicos. A seguir são descritos os procedimentos adotados para a aquisição dos dados. 3.2.2.1 Dados coletados com o auxílio da Estação Total Os dados coletados com o auxílio da Estação Total foram divididos em 7 (sete) etapas, a saber: 1ª Etapa) As atividades iniciaram e terminaram no dia 29 de maio de 2017. Primeiramente foi realizado inspeção visual na área de trabalho com o objetivo de determinar a localização dos vértices de apoio para a instalação do equipamento de topografia. A localização foi estabelecida de forma estratégica para permitir a intervisibilidade entre o equipamento e todas as feições da Pilha de Minério, 34 evitando mudanças de estação que interferem na produtividade. Os vértices foram materializados por piquetes de madeira, dispostos conforme mostrado na FIGURA 8. FIGURA 8: Localização dos Piquetes implantados para a Estação Total Fonte: Arquivo pessoal FIGURA 9: Materialização de um Vértice de apoio – 1ª etapa de trabalhoFonte: Arquivo pessoal 2ª Etapa) Após a determinação e a materialização dos vértices de apoio, um profissional (Topógrafo) instalou o equipamento Estação Total no vértice 35 denominado de (P1), fazendo a sua centragem e nivelamento. Com o auxílio de dois Profissionais complementares, portando consigo Bastão telescópico com prisma, um posicionado no vértice de Ré (P2) e outro no vértice a vante (P3), também nivelados, foi realizado a leitura do ângulo, distância horizontal e desníveis entre os dois alinhamentos adotando o método Clássico de medição. Dado a natureza do tipo de trabalho, observa-se que não foi necessário a realização de poligonal de apoio. 3ª Etapa) Posteriormente, ainda estacionado no Vértice P1, e com mesma referência de Ré, executou inúmeras leituras diretamente na superfície da Pilha de minério através de irradiações. Ressalta-se que, diferentemente da maneira como foi tratado na etapa anterior, as medidas realizadas diretamente na superfície da Pilha dispensou a utilização do acessório Prisma, haja visto que a Estação Total utilizada é capaz de medir distâncias de até 200m sem o mesmo. Esta característica é relevante por dispensar a necessidade de um Profissional andar sobre a Pilha. Foram, no total, cadastrados por irradiação, 229 pontos na superfície da Pilha de Minério. Através da FIGURA 10 é possível ver o lado noroeste da Pilha. FIGURA 10: Medida com e sem Prisma – 2ª e 3ª etapa de trabalho Fonte: Arquivo pessoal 4ª Etapa) Instalou o equipamento Estação Total no vértice denominado de (P3), fazendo a sua centragem e nivelamento. Com o auxílio de um Profissional complementar, portando consigo Bastão telescópico com prisma, posicionado no 36 vértice de Ré (P1), também nivelado, adotando os mesmos critérios de medição elencados na primeira etapa, executou inúmeras novas leituras diretamente na superfície da Pilha de minério através de irradiações, registrando o ângulo, distância horizontal e desníveis. Foram, no total, cadastrados por irradiação, mais 201 pontos na superfície da Pilha de Minério. Através da FIGURA 11 é possível ver o lado sudoeste da Pilha. FIGURA 11: Medida com e sem Prisma – 4ª etapa de trabalho Fonte: Arquivo pessoal 5ª e 6ª Etapa) Correspondeu ao mesmo processo descrito na segunda e terceira, respectivamente, diferindo somente dos referenciais de partida e pontos irradiados. No total, foram cadastrados nesta etapa 278 pontos na superfície da Pilha de Minério. Através da FIGURA 12 é possível ver o lado nordeste da Pilha. 37 FIGURA 12: Medida com e sem Prisma – 5ª e 6ª etapa de trabalho Fonte: Arquivo pessoal 7ª Etapa) É equivalente a quarta, diferindo também somente dos referenciais de partida e pontos irradiados. No total, foram cadastrados nesta etapa 98 pontos na superfície da Pilha de Minério. Através da FIGURA 13 é possível ver o lado sudeste da Pilha. FIGURA 13: Medida com e sem Prisma – 7ª etapa de trabalho Fonte: Arquivo pessoal 38 O tempo necessário para a realização de todas as etapas supracitadas foi de 3 horas e 45 minutos, ou seja, aproximadamente 57 (cinquenta e sete) minutos por cada instalação. Na tabela a seguir consta a sequência das atividades realizadas entre outras informações de relevância. TABELA 1: Resumo dos dados medidos com Estação Total ETAPA VÉRTICE TIPO DE LEITURA QUANTIDADE DE PONTOS IRRADIADOS RÉ ESTAÇÃO VANTE COM PRISMA SEM PRISMA [R] [E] [V] 2ª ETAPA P2 P1 P3 X 230 3ª ETAPA P2 P1 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 4ª ETAPA P1 P3 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 201 5ª ETAPA P1 P2 P4 X 279 6ª ETAPA P1 P2 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 7ª ETAPA P2 P4 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 98 ► TOTAL DE PONTOS IRRADIADOS ...................................................................................................................................... 808 Fonte: Elaborado pelo Autor 3.2.2.2 Dados coletados com o auxílio do Laser Scanner As atividades também iniciaram e terminaram no dia 29 de maio do ano de 2017, e, semelhantemente ao procedimento de campo realizado com o equipamento Estação Total, os dados coletados com o auxílio do Laser Scanner foram divididos em 9 (sete) etapas, a saber: 1ª Etapa) Inspeção visual da área de trabalho, determinação e materialização dos vértices de apoio para a instalação do equipamento Laser Scanner. Os vértices foram materializados por piquetes de madeira, dispostos conforme mostrado na FIGURA 14. 39 FIGURA 14: Localização dos Piquetes implantados para instalação do Laser Scanner Fonte: Arquivo pessoal FIGURA 15: Posicionamento do Laser Scanner no vértice de apoio 3 Fonte: Arquivo pessoal 40 2ª a 9ª Etapa) Instalação (centragem e nivelamento) do equipamento em cada vértice de apoio, realizada por apenas um profissional (Topógrafo), dispensando a necessidade de um profissional complementar posicionado em algum vértice de (Ré). Após, foi feito o acionamento para o disparo dos feixes de laser na face da Pilha de Minério, sendo que o equipamento foi configurado para girar (360º) em um intervalo de tempo de 45 (quarenta e cinco) segundos. Em cada instalação e acionamento do equipamento milhares pontos foram cadastrados, carregando consigo a sua posição. O tempo necessário para a realização de todas as etapas supracitadas foi de 45 minutos, ou seja, aproximadamente 5,5 minutos por cada instalação. TABELA 2: Resumo dos dados medidos com Laser Scanner ETAPA VÉRTICE TIPO DE LEITURA QUANTIDADE DE PONTOS IRRADIADOS RÉ ESTAÇÃO VANTE COM PRISMA SEM PRISMA [R] [E] [V] 2ª ETAPA - P1 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 5.490.000 3ª ETAPA - P2 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 5.490.000 4ª ETAPA - P3 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 5.490.000 5ª ETAPA - P4 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 5.490.000 6ª ETAPA - P5 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 5.490.000 7ª ETAPA - P6 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 5.490.000 8ª ETAPA - P7 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 5.490.000 9ª ETAPA - P8 SUP. DA PILHA DE MINÉRIO X 5.490.000 ► TOTAL DE PONTOS IRRADIADOS ...................................................................................................................................... 43.920.000 Fonte: Elaborado pelo Autor 3.2.3 Automatização dos dados Esta etapa consistiu em: Transferência dos dados coletados dos equipamentos para o computador; Importação e cálculo nas ferramentas computacionais específicas. 41 3.2.3.1 Transferência dos Dados coletados para o Computador No término dos trabalhos, os dados medidos em campo foram transferidos para um computador Desktop, cuja marca e modelo encontra-se listado no item 3.1.1, sendo a comunicação entre os mesmos dada por um cabo de transferência específico. As informações foram armazenadas em pastas, cada qual referente ao seu respectivo equipamento. Cumpre aqui atentar para o tipo de computador a ser empregado na realização dos cálculos, pois as informações coletadas pelo Laser Scanner são substancialmente densas, o que requer o uso intenso do processador, memória Ram e por final, quando da necessidade de visualização das gráfica das informações, da placa de vídeo. 3.2.3.2 Importação e cálculo em ferramenta computacional específica Os dados armazenados foram importados em softwares específicos, a saber: Estação Total: Software TopoGRAPH®, versão 4.01. Riscan-PRO®, versão 1.6.3. Uma vez importados, os pontos cadastrados foram processados nos softwares listados acima, obtendo-se as coordenadas de cada ponto medido na pilha de minério. De posse destas coordenadas (X, Y e Z), gerou-se o Modelo Digital do Terreno (MDT), que consiste na representação matemática da superfície terrestre. O Modelo Digital do Terreno, elemento desuma importância que atua como subsídio para o cálculo de volume da Pilha de Minério, foi gerado empregando uma técnica chamada de Triangulação de Delaunay, em homenagem ao desenvolvedor, Boris Delaunay. Esta técnica, baseada em equações analíticas e de larga utilização, consiste na maximização dos ângulos mínimos de cada triângulo formado entre os pontos cadastrados, ou seja, os triângulos formados entre pontos 42 devem ser o mais próximo possível do equilátero, evitando ao máximo ângulos agudos. FIGURA 16: Triangulação de Delaunay Fonte: WinkpédiA – Enciclopédia livre Não pode existir, no interior de cada círculo que passa pelos três vértices de cada triângulo, outro ponto dos milhares que foram cadastrados em campo. A FIGURA 16 representa o formato da Triangulação de Delaunay com todas as circunferências e seus centros, em vermelho. É importante salientar que, por diversos aspectos, seria humanamente inviável realizar a triangulação da quantidade de pontos existente em um trabalho como este, portanto, os softwares supramencionados são dotados de algoritmos sofisticados responsáveis por realizar esta função, não sendo escopo desta obra o detalhamento desta programação. Após a triangulação e o seu tratamento, evitando situações indesejáveis, foi possível realizar o cálculo de volumes, interpolação de curvas de nível para representação do relevo projetado em vista superior e estudo comparativo entre as duas formas de medição, objetivo principal proposto por este trabalho. Foi empregado, no processo de determinação do cálculo de volumes, o método da Diferença de Superfícies, que requer o emprego dois Modelos Digitais para a cubação. Desta forma, considerando que a própria Pilha de Minério corresponde a um dos modelos, foi necessário criar uma superfície de comparação, 43 denominada de superfície Base, cuja extremidade abrangeu todo o contorno da superfície da Pilha. A edição gráfica final das informações foi realizado no software AutoCAD Civil 3D®. 44 4 RESULTADOS Este capítulo apresenta os resultados obtidos após o processamento dos dados coletados em campo. Visando estruturar as informações, divide-se nas informações obtidas com o auxílio da Estação Total, Laser Scanner e estudo comparativo. 4.1 UTILIZANDO O EQUIPAMENTO ESTAÇÃO TOTAL Após a realização dos cálculos com os dados coletados utilizando a Estação Total, foi elaborada uma tabela contendo informações necessárias que permitiu, conforme mencionado no capítulo interior, gerar o Modelo Digital do Terreno. Em síntese, as informações correspondem as seguintes: ângulo horizontal, diferença de nível e altitude. FIGURA 17: Nuvem de pontos e Triangulação de Delaunay – Estação Total Fonte: Elaborado pelo Autor A FIGURA 18 e FIGURA 19, apresentadas abaixo, correspondem ao Mapa de elevação e de Declividade, respectivamente, divididos em classes permitindo compreender as feições de cada parte da Pilha de Minério. 45 FIGURA 18: Mapa de Elevação – Estação Total Fonte: Elaborado pelo Autor FIGURA 19: Mapa de Declividade – Estação Total Fonte: Elaborado pelo Autor 46 FIGURA 20: Curvas de Nível, Perfil Longitudinal e Transversal – Estação Total Fonte: Elaborado pelo Autor Os eixos apresentados na FIGURA 20, acima, foram estaqueados considerando um espaçamento de 10m, sendo que cada eixo possui 90m e se alonga por toda a pilha tanto no sentido longitudinal quanto transversal. FIGURA 21: Superfície de Base e de Comparação – Estação Total Fonte: Elaborado pelo Autor 47 O cálculo de volume realizado considerando os dois Modelos Digitais constantes na FIGURA 21 foi de 11.480m³. 4.2 UTILIZANDO O EQUIPAMENTO LASER SCANNER A Figura abaixo corresponde a Nuvem de Pontos proveniente das medições realizadas com o Laser Scanner. A densidade de pontos é absolutamente superior ao número coletado pela Estação Total, de tal forma que é possível identificar, com clareza, as reentrâncias naturais formadas na superfície da Pilha de Minério. FIGURA 22: Nuvem de pontos – Laser Scanner Fonte: Elaborado pelo Autor 48 FIGURA 23: Triangulação de Delaunay – Laser Scanner Fonte: Elaborado pelo Autor FIGURA 24: Triangulação de Delaunay – Laser Scanner Fonte: Elaborado pelo Autor Os eixos apresentados na FIGURA 24, acima, também foram estaqueados considerando um espaçamento de 10m, sendo que cada eixo possui 90m e se alonga por toda a pilha tanto no sentido longitudinal quanto transversal. 49 FIGURA 25: Superfície de Base e de Comparação – Laser Scanner Fonte: Elaborado pelo Autor O cálculo de volume realizado considerando os dois Modelos Digitais constantes na FIGURA 25 foi de 12.862m³, valor aproximadamente 10% superior ao que foi obtido utilizando o equipamento Estação Total. FIGURA 26: Comparação entre Modelo Digital (LS) e Fotografia – Vista posicionada no vértice de apoio P4 Fonte: Elaborado pelo Autor 50 FIGURA 27: Comparação entre Modelo Digital (LS) e Fotografia – Vista posicionada no vértice de apoio P6 Fonte: Elaborado pelo Autor FIGURA 28: Comparação entre Modelo Digital (LS) e Fotografia – Vista ampliada posicionada no vértice de apoio P6 Fonte: Elaborado pelo Autor 51 FIGURA 29: Comparação entre a nuvem de pontos proveniente da Estação Total e do Laser Scanner Fonte: Elaborado pelo Autor A quantidade de pontos cadastrados com o auxílio do equipamento Laser Scanner é milhares de vezes superior ao cadastrado utilizando a Estação Total, podendo ser compreendido e visualizado na FIGURA 29, acima. Essa superioridade proporciona uma maior confiabilidade nas medições pois representa com maior aderência a realidade das informações. FIGURA 30: Comparação entre Modelo Digital proveniente da Estação Total e do Laser Scanner Fonte: Elaborado pelo Autor 52 5 CONCLUSÃO Este trabalho apresentou um estudo comparativo de cálculo de volumes de uma Pilha de Minério, realizado empregando dados coletados pelo equipamento Laser Scanner Terrestre Fixo, tomando como referência o equipamento Estação Total, e permitiu concluir que: a) As medições realizadas empregando o equipamento Laser Scanner permitiu mapear a área desejada com um número extraordinário de pontos, o que proporcionou uma maior representatividade das feições da Pilha de Minério quando comparado ao processo convencional utilizando a Estação Total. A FIGURA 29 e FIGURA 30 explicita esta situação; b) A maior densidade de pontos proporcionou maior acurácia das informações em virtude da possibilidade de realizar medições em praticamente todas as feições da Pilha de Minério, trazendo maior confiabilidade na mensuração do volume encontrado para a mesma. A FIGURA 28 representou com clareza esta situação; c) Ficou evidente que o tempo necessário para a realização dos trabalhos utilizando o Laser Sanner é consideravelmente inferior ao processo clássico já descrito, sendo esta diferença de 3 (três) horas para menos. Em termos percentuais, obteve-se uma produtividade superior a 80%; d) Embora a utilização da Estação Total para este fim ainda ocorra em larga escala, quando da utilização da mesma, por questões de segurança do trabalhador, têm que ser capaz de realizar leituras sem a utilização do prisma. Em qualquer circunstância, a utilização do Laser Scanner dispensa a utilização de acessórios do tipo; e) A definição da superfície de Base para servir de comparativo para o Modelo Digital da Pilha é crucial, pois se definido de forma errônea poderá mascarar o resultado do seu volume. Para tanto, é altamente recomendável que se faça um mapeamento no localantes da deposição da Pilha. Estas informações serão adicionadas aos 53 cálculos subsequentes à medida em que o volume for sendo subtraído; f) Ainda que o custo para aquisição do equipamento Laser Scanner seja superior ao de uma Estação Total, é prudente ponderar sobre as diferenças encontradas entre ambos os métodos. Conforme valores apresentados, a diferença percentual foi de aproximadamente 10% para menos, o que corresponde a 1.373m³ de minério, que, se aplicado sobre este volume os índices atuais para o custo da tonelada do minério, esta diferença volumétrica pode custar, ao final de um ano e para várias Pilhas, milhares de dólares. Cabe ressaltar, que se a Pilha não for exaurida em apenas uma etapa, cada medição subsequente será passível de diferenças semelhantes a esta, o que pode agravar financeiramente, e torna mais do que benefício a aquisição de um equipamento mais sofisticado. Caso um equipamento do tipo Laser Scanner seja danificado, ou até mesmo enviado para uma manutenção preventiva, as diferenças encontradas no processo comparativo das medições, permite, com clareza, tornar previsível o percentual de correção quando da utilização de equipamentos clássicos de medição. Em todo modo, sugere-se que seja realizado comparativos a este, tomado como referencial Estações Totais servo-motoras (robóticas), haja visto que permitem aumentar significativamente a densidade de pontos a cadastrar, e o custo para a sua aquisição corresponde a um valor intermediário entre as Estações convencionais e o Laser Scanner Terrestre Fixo. 54 REFERÊNCIAS ALENCAR, J.C.M. Datum Altimétrico Brasileiro. Cadernos de Geociências, no. 5, IBGE, Rio de Janeiro, 1990. Disponível em: < http://artigos.ibge.gov.br/artigos- home/geodesia/1999-1989.html>. Acesso em: 10 nov. 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.133: execução de levantamentos topográficos. Rio de Janeiro, 1993. 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Porto Alegre: bookman,2014. 57 ANEXO A – ENCAMINHAMENTO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Nome do aluno: Antônio da Silva Costa CPD: 013909 Professor Orientador: David Gurion Tiago Título do TCC: ANALISE DA QUALIDADE DE MEDIDAS VOLUMÉTRICAS REALIZADAS COM LASER SCANNER TERRESTRE FIXO À Coordenação do Curso de Engenharia Civil Tendo acompanhado a elaboração e examinado a versão final do Trabalho de Conclusão de Curso do aluno acima indicado, considero satisfatório o seu resultado e recomendo o seu encaminhamento para a banca examinadora. Atenciosamente, __________________________________________ Assinatura do Professor Orientador São Luís _______ de _______________ de 2017. 58 ANEXO B – DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E RESPONSABILIDADE PELO CONTEÚDO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Nome do aluno: Antônio da Silva Costa CPD: 013909 Professor Orientador: David Gurion Tiago Título do TCC: ANALISE DA QUALIDADE DE MEDIDAS VOLUMÉTRICAS REALIZADAS COM LASER SCANNERTERRESTRE FIXO À Coordenação do Curso de Engenharia Civil Declaro que o trabalho de conclusão de curso por mim entregue à Coordenadoria do Curso de Engenharia Civil, com o título acima descrito, é original, responsabilizando-me completamente civil e criminalmente pelo seu conteúdo. Atenciosamente, __________________________________________ Assinatura do Aluno São Luís _______ de _______________ de 2017. 59 ANEXO C – APROVAÇÃO DO PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PELO PROFESSOR ORIENTADOR Nome do aluno: Antônio da Silva Costa CPD: 013909 Professor Orientador: David Gurion Tiago Título do TCC: ANALISE DA QUALIDADE DE MEDIDAS VOLUMÉTRICAS REALIZADAS COM LASER SCANNER TERRESTRE FIXO À Coordenação do Curso de Engenharia Civil Tendo acompanhado a elaboração e examinado a versão final do Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso do aluno acima indicado, considero- o satisfatório e recomendo a marcação de sua defesa. Atenciosamente, __________________________________________ Assinatura do Professor Orientador São Luís _______ de _______________ de 2017.
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