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Manipulação Articular_ Osteopatia

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DESCRIÇÃO
Apresentação da história da Osteopatia, com abordagem de seus princípios filosóficos e utilização das técnicas de thrust
na reabilitação física.
PROPÓSITO
Compreender a história da Osteopatia, através de seu idealizador Dr. Andrews Taylor Still, abordando os aspectos
filosóficos usados na avaliação e em sua abordagem terapêutica.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a história, os princípios filosóficos, os principais termos utilizados e a avaliação em Osteopatia
MÓDULO 2
Descrever as principais técnicas osteopáticas
MÓDULO 3
Identificar as aplicações da técnica de thrust
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a Osteopatia vem sendo cada vez mais difundida no Brasil e no mundo. Isto se deve ao sucesso dos
resultados dessa extraordinária filosofia de avaliação e tratamento, desenvolvida pelo seu criador e idealizador Andrews
Taylor Still. Esses resultados vêm atraindo cada vez mais os alunos que finalizam a graduação em Fisioterapia a
ingressarem na especialização em Osteopatia. Hoje, diversas escolas nacionais e internacionais têm sede em diferentes
estados do nosso país, facilitando desta forma o ingresso dos alunos.
Neste tema, vamos aprender o histórico, os princípios, o significado do termo osteopatia, assim como entender a forma de
raciocinar do osteopata diante de um paciente e suas principais formas de abordagem terapêutica.
MÓDULO 1
 Reconhecer a história, os princípios filosóficos, principais termos utilizados e a avaliação em Osteopatia
O QUE É A OSTEOPATIA?
A palavra osteopatia, desde a criação do método, causou dúvidas e confusão em sua definição. Deriva de duas palavras
gregas: osteon, significando osso, e pathos, denotando doença/sofrimento ou influenciado por algo. A palavra pathos
também pode ser empregada como “influenciado ou sensível a algo”. O real significado da palavra osteopatia, respeitando
suas raízes gregas, seria: influenciado pelos ossos ou esqueleto. Esse nome aparentemente foi dado em contraste à
Alopatia e à Homeopatia. Em grego, alopatia significa, em sua raiz, “influenciado pelo oposto” e homeopatia quer dizer
“influenciado pelo mesmo ou pelo semelhante”.
 
Fonte: Shutterstock.com
HISTÓRIA DA OSTEOPATIA
A Osteopatia é uma abordagem de saúde desenvolvida pelo médico Andrew Taylor Still em 1874, em Lee County, Virginia,
nos Estados Unidos. Em 1875, ele se mudou para Kirksville, no estado de Missouri, onde viveu o resto de sua vida. Após a
perda de pacientes e familiares em epidemias, passou a estudar a essência do ser humano e a observar as estruturas e o
funcionamento do organismo humano como uma verdadeira máquina, onde todos os sistemas estão inter-relacionados. O
Dr. Still passou a deduzir que as doenças, suas origens e tratamentos tinham início nos desequilíbrios funcionais, que
poderiam repercutir sobre o corpo de maneira mecânica e neurológica. Segundo Still, estes desequilíbrios iriam influenciar
de forma negativa o sistema nervoso e circulatório. Fundamentado em seus estudos e observações, criou um sistema
inovador de diagnóstico e tratamento, que tem como base os princípios fisiológicos e naturais de cura. Esta experiência,
que tem como origem os estudos detalhados da Anatomia e Fisiologia humana, foi se desenvolvendo à medida que novas
ideias surgiram e acrescentaram em todo o raciocínio descrito por Still.
 
Fonte: Autor desconhecido (coleção da Biblioteca do Congresso/Wikimedia commons/Domínio público
 Figura 1. Andrew Taylor Still.
Com uma filosofia própria, possui métodos de avaliação e diagnóstico centrados na individualidade do paciente e na inter-
relação de seus tecidos e de seus sistemas corporais, bem como na interação destes com o meio, o qual denominou
alguns anos depois Osteopatia.
A metodologia da Osteopatia é baseada no conhecimento aprofundado da Anatomia, Fisiologia e Patologia do corpo
humano, o que permite ao osteopata identificar e tratar disfunções de mobilidade dos tecidos corporais, tais como
articulações, ligamentos, músculos, nervos, vasos, vísceras, entre outros. Na Osteopatia, qualquer alteração de mobilidade
tecidual pode, cedo ou tarde, comprometer a função não só deste tecido, mas também de todo o organismo que com ele
interaja.
Tanto a avaliação, como o tratamento osteopático são realizados com técnicas manuais específicas, elegidas pelo
osteopata e voltadas para cada tipo de tecido, patologia e paciente, tornando-se, desta forma, um tratamento único e
individualizado, assim como o ser humano. Embora, pedagogicamente, existam as disciplinas de Osteopatia Estrutural,
Visceral e Craniana, é importante reforçar que esta divisão é estritamente didática. A verdadeira Osteopatia é aquela que
respeita o princípio da unidade do corpo, onde todos os componentes da estrutura (articulações, músculos, fáscias,
vísceras, sistema nervoso etc.) interagem e que a função ótima depende da interação completa, ampla, contínua e
recíproca, em busca de homeostasia.
Segundo o glossário de terminologia osteopática Educational Council of Osteopathic Principles, a filosofia osteopática:
“É UM CONCEITO DE CUIDADO DE SAÚDE EMBASADO NO
CONHECIMENTO CIENTÍFICO EM EXPANSÃO QUE ENVOLVE O
CONCEITO DA ESTRUTURA (ANATOMIA), E FUNÇÃO (FISIOLOGIA)
DOS ORGANISMOS VIVOS”

Em 1892, foi fundada a primeira escola de Osteopatia, a American School of Osteopathy, atualmente, denominada como A.
T. Still University, na cidade de Kirksvill. Surgiu, nesse contexto, a necessidade de diferenciar a titulação de um médico
“tradicionalista” com reconhecimento de M.D. (Medical Doctor) daquele com a formação osteopática. Passou a existir então
a titulação de Diplomado em Osteopatia – D.O.
Em 1900, formou-se um aluno de Still, John Martin Littlejohn, que foi responsável por fundar, em 1915, uma das escolas de
Osteopatia mais reconhecidas e respeitadas da Europa até hoje, a British School of Osteopathy. A partir daí, ocorreu um
processo de migração da Osteopatia para outros países da Europa e para o resto do mundo.
As principais obras publicadas pelo Dr. Andrew Still foram: Autobiography of Andrew Taylor Still with a History of the
Discovery and Development of the Science of Osteopathy, em 1897; Philosophy of Osteopathy (A filosofia da Osteopatia),
em 1899; The Philosophy and Mechanical Principles of Osteopathy, em 1902 e Osteopathy Research and Practice, em
1910.


Seguiu sua vida como osteopata clínico e professor, difundindo sua filosofia até sua morte, em 12 de dezembro de 1917,
aos 89 anos.
PRINCÍPIOS DA OSTEOPATIA
A UNIDADE CORPORAL
Segundo Andrew Taylor Still, não é a doença (sintoma) que é tratada e sim o ser humano como um todo. O homem é uma
unidade: corpo, mente e alma. Este princípio diz também que o movimento de qualquer estrutura afeta o resto do
organismo e essa noção de “globalidade” é determinada pelo sistema fascial, já que todas as estruturas do corpo são
envolvidas e comunicadas umas com as outras através da fáscia. Sendo assim, as alterações de mobilidade de uma
estrutura poderão influenciar no funcionamento de todo o corpo, onde uma restrição do tecido fascial produzirá a disfunção
e, assim, a sintomatologia poderá estar distante de causa.
O osteopata, portanto, considera não apenas o corpo, mas também o ambiente do paciente com todas as interações
possíveis, incorporando na sua terapia aspectos psicoemocionais, condição física, nutrição, exercícios e relaxamento.
Apenas a interação perfeita de todos os tecidos permite uma função equilibrada.
A AUTOCURA
Este princípio surge da constatação do Dr. Still de que nosso organismo é capaz de fazer a homeostase ou a autocura.
Com isso, ao liberar as restrições mecânicas, o osteopata permite que o organismo recupere a homeostasia (equilíbrio
interno) ou a autocura. Sendo assim, o equilíbrio entre os sistemas é de extrema importância para uma boa saúde.
Após uma minuciosa avaliação, o osteopata deverá ser capaz de identificar o que está impedindo o corpo de realizar a
autocura, que, geralmente, tem relação com restriçõesarticulares, musculares, fasciais ou viscerais.

Essas restrições ou diminuição de mobilidade dessas estruturas poderão gerar estase venosa (congestão de líquidos),
desnutrição tecidual e desintoxicação insuficiente das células, sendo o corpo incapaz de realizar o processo de autocura.
 
Através dos ajustes manuais, o osteopata desenvolve uma estratégia de tratamento, liberando as restrições e, desta forma,
estimulando que o organismo do paciente recupere a homeostase superando a doença e a dor.
A ESTRUTURA GOVERNA A FUNÇÃO
O corpo consiste em estruturas de tecido cuja forma e função estão diretamente conectadas. A restrição estrutural de
determinado segmento modificará não só o funcionamento desta estrutura, pois outros sistemas também poderão ser
influenciados.
 EXEMPLO
Uma boa exemplificação desse princípio é quando temos uma restrição na coluna torácica. Esta diminuição
de mobilidade (disfunção somática) não irá alterar só o funcionamento das articulações adjacentes (cervical e
lombar). A coluna torácica também está relacionada com o sistema nervoso autônomo simpático, sendo
assim, alterações no funcionamento visceral também poderão ocorrer. Portanto, quando uma estrutura está
restrita, a função do corpo também muda. Dessa maneira, o desbloqueio estrutural deverá ser realizado pelo
osteopata, para que a função seja reestabelecida e a sintomatologia dolorosa diminua.
A LEI DA ARTÉRIA
Dr. Still dizia que qualquer tipo de tecido só pode funcionar bem se estiver bem vascularizado. O que significa que um
bom fluxo de sangue, livre de bloqueios que impeçam sua circulação normal, mantém os tecidos em harmonia e sua
função normal e saudável. No pensamento osteopático, se o sangue circular de forma fluida e sem obstruções ou
compressões, os nutrientes e o oxigênio chegam em quantidade suficiente às células e estas são a unidade fundamental
do ser humano e de todos os seres vivos. Sendo assim, é de extrema importância que o osteopata avalie o sistema
nervoso autônomo, pois este controla a perfusão sanguínea nos tecidos corporais.
 
Fonte: Shutterstock.com
Lembrando que o sistema nervoso autônomo tem origem na coluna lateral da medula, o sistema nervoso simpático se
origina nos segmentos torácicos e lombares e o sistema nervoso parassimpático se origina no tronco cerebral e na medula
sacral, segmentos S2, S3 e S4. Ambos os sistemas são responsáveis pela contração e relaxamento dos vasos
sanguíneos.
 ATENÇÃO
O corpo humano apresenta uma admirável capacidade de adaptação em relação aos meios (externo e
interno). Quanto maior a quantidade de adaptações causadas por mecanismos disfuncionais, menor é a
capacidade de defesa do indivíduo.
OS PRINCIPAIS PENSADORES DA OSTEOPATIA
Muitas pessoas contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento e evolução da Osteopatia. Alguns desses
personagens:
JOHN MARTIN LITTLEJOHN
Graduado pela Escola Americana de Osteopatia. Fundou a primeira escola de Osteopatia, em Chicago. Em seguida,
mudou-se para Londres e participou de forma direta na fundação da B.S.O. (British School of Osteopathy), em 1917.
WILLIAM GARNER SUTHERLAND
Médico osteopata, foi aluno de Still. Em 1873, Sutherland desenvolveu os conceitos da Osteopatia craniana e foi o primeiro
osteopata a perceber um movimento sutil entre os ossos do crânio. Depois de muitos anos de estudo, Sutherland fez uma
surpreendente descoberta em relação ao “Mecanismo Respiratório Primário”. Segundo ele, foi a maior expressão vital e
ainda hoje é um conceito considerado como um dos mais importantes para a Fisiologia humana. Esse princípio permite ao
osteopata avaliar e tratar do organismo humano, tendo como ponto de partida o crânio.
HARRISON FRYETTE
Um dos grandes estudiosos da Osteopatia (1876-1960), formou-se na Escola Americana de Osteopatia, em 1903, onde
estudou com o Dr. Littlejohn. Ele era respeitado pela abordagem técnica que trouxe para a Osteopatia e sua compreensão
mecânica do corpo humano. Foi um dos primeiros osteopatas a ser considerado pioneiro no campo da pesquisa,
estudando o movimento da coluna durante vários anos, começando com os estudos de Lovett, em 1905.
ESTUDOS DE LOVETT
O estudo de Lovett, de 1905, foi uma tentativa de investigar os movimentos normais da coluna vertebral humana e
sua relação com a escoliose.
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FRED MITCHELL
Desenvolveu importantes pesquisas em relação à mobilidade da região pélvica e suas relações com a postura corporal.
Auxiliou o desenvolvimento das técnicas de energia muscular (T.E.M.).
IRWIN KORR
Fisiologista que passou vários anos ministrando aulas em escolas de Osteopatia, em Kirsville, Michigan, e no Texas.
Descreveu em seus trabalhos os princípios neurofisiológicos das disfunções somáticas. Esses conceitos vêm sendo
pesquisados continuamente até os dias atuais.
LAWRENCE JONES
Osteopata do estado de Oregon que desenvolveu as técnicas de tensão (strain/counterstrain). A técnica desenvolvida por
Jones é uma técnica funcional, de aplicação muito suave. Aqui no Brasil, é chamada de “Técnica de Jones”. As manobras
posicionais são passivas e atuam em uma posição de bem-estar. O objetivo desta técnica é diminuir a sintomatologia
dolorosa ou anulá-la, através de posições em que serão inibidos os receptores sensoriais dos músculos estriados
esqueléticos, responsáveis pelas disfunções e pela dor.
AOA (AMERICAN OSTEOPATHIC ASSOCIATION)
A Medicina Osteopática é um ramo distinto da prática médica nos Estados Unidos. A Filosofia Osteopática da Medicina vê
uma unidade inter-relacionada em todos os sistemas do corpo, onde trabalham em conjunto para a cura de determinada
doença.
 
Fonte: Shutterstock.com
Doutores em Medicina Osteopática (DOs) são médicos totalmente licenciados que atuam em todas as especialidades
médicas. Os DOs avaliam e tratam além dos sintomas. Esses profissionais buscam entender o estilo de vida e os fatores
ambientais que afetam o bem-estar de seus pacientes.
Segundo a Associação Americana de Osteopatia, nos Estados Unidos, a profissão é um dos segmentos que mais
cresce na área de saúde. Hoje, a cada quatro estudantes que se matriculam em uma escola tradicional de Medicina, um
se matricula em uma escola de Medicina Osteopática.
TERMOS OSTEOPÁTICOS
HIPOMOBILIDADE E HIPERMOBILIDADE COMPENSATÓRIA
ZONAS DE HIPERMOBILIDADE
ZONAS DE HIPOMOBILIDADE
 
Fonte: EnsineMe
 Figura 2. Hipomobilidade de L5 / hipermobilidade de L4.
DISFUNÇÃO SOMÁTICA, FACILITAÇÃO MEDULAR E
METÂMERO
É a alteração funcional ou debilitada dos componentes relacionados ao sistema somático: ossos, articulações, o tecido
fascial, os elementos vasculares, linfáticos e neurais relacionados. O raciocínio original de lesão osteopática ou disfunção
somática (termo utilizado mais tarde) tem base na obstrução de circulação de fluidos corporais e especialmente se refere
às estruturas ósseas e, mais precisamente, à coluna vertebral. Este termo foi sugerido pelo criador da Osteopatia, Andrews
Taylor Still.
 
Fonte: Shutterstock.com
A disfunção somática é um distúrbio funcional reversível que afeta a mobilidade dos tecidos móveis. A mobilidade,
normalmente, é alterada em um ou mais planos. Envoltórios de órgãos, suturas cranianas e as membranas cranianas
também podem apresentar estes distúrbios. As disfunções somáticas apresentam características clínicas que podem ser
observadas no diagnóstico osteopático. Estas características são denominadas pelo acrônimo da língua inglesa TART:
T
A
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R
T
Quando uma articulação da coluna vertebral é afetada, origina-se um fenômeno neurológico chamado de facilitação
medular, que é um aumento da atividade dos neurônios que compõem aquele segmento da medula, os neurônios
sensoriais e motores. Tantos os somáticos quanto os viscerais são afetados por este distúrbio que acompanha a disfunção
somática vertebral. Sendo assim, todos os tecidos que compõem este segmento medular, como a pele, osmúsculos
esqueléticos, os ossos e as articulações, as vísceras e as artérias, serão afetados por este problema funcional que será
reversível através das técnicas osteopáticas específicas para sua correção.
Na Osteopatia, chamamos de metâmero um segmento vertebral – unidade funcional vertebral composta de duas vértebras
mais seus elementos nervosos, vasculares, articulares etc. Ou seja, cada nível medular é responsável pela inervação de:
periósteo – esclerótomo, músculo – miótomo, vasos – angiótomo e vísceras – viscerótomo (AACOM, 2011).
AVALIAÇÃO OSTEOPÁTICA
Na avaliação osteopática, é extremamente importante o conhecimento da Anatomia e da Fisiologia. Pegamos como
exemplo um paciente que, ao chegar ao consultório, relata dores no ombro direto. Comumente, realiza-se uma avaliação
onde será explorado, de uma forma minuciosa, o complexo articular do ombro. Na Osteopatia, a avaliação do ombro
continua sendo valorizada, no entanto, outras estruturas também serão investigadas, como o estilo de vida, no qual iremos
ressaltar os hábitos alimentares, o sedentarismo e o tabagismo. A avaliação do sistema nervoso autônomo também
será de extrema importância, pois o osteopata irá estabelecer o prognóstico deste paciente a partir desta avaliação.
 
Fonte: Shutterstock.com
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
Seguindo o modelo acima, o fígado mantém uma relação importante com o ombro direito, pois este órgão tem uma cápsula
que o envolve e esta estrutura é chamada de cápsula de Glisson. Esta cápsula é inervada pelo nervo frênico, que tem a
sua origem no plexo cervical nas vértebras de C3, C4 e C5, esta última dará o início ao plexo braquial. O nervo frênico é
um nervo misto, que leva de forma aferente as informações do fígado para o sistema nervoso.
Sendo assim, em pacientes que relatam dores no ombro direito, é sempre importante a avaliação desta víscera, pois tendo
o nervo frênico relação com C5, por exemplo, esta vértebra dá origem ao nervo subclávio que inerva o músculo
subclávio. Uma disfunção nesta vértebra poderá gerar repercussões motoras nesta musculatura e, consequentemente,
uma alteração de mobilidade (hipomobilidade) na articulação acrômio clavicular.


Essa hipomobilidade terá como consequência uma hipermobilidade compensatória na articulação glenoumeral. O excesso
de mobilidade (hipermobilidade) na articulação glenoumeral poderá gerar disfunções como artrose, lesão do lábio glenoidal
e tendinites do manguito rotador.
 
Fonte: EnsineMe
 Figura 3. Cápsula de Glisson x ombro direito.
Vale a pena ressaltar que o fígado recebe inervação do sistema nervoso autônomo simpático, através do nervo
esplâncnico torácico maior. Esse nervo é misto e se origina de T5 a T10, sendo assim, acompanhando o mesmo
raciocínio do ombro, disfunções de mobilidade (hipomobilidade) e dores na coluna torácica poderão também acontecer e,
consequentemente, alterações de hipermobilidade compensatória na coluna cervical. A hipermobilidade na coluna cervical
poderá afetar, por exemplo, todas os sistemas que estão relacionados com esta região, como o sistema nervoso e, mais
especificamente, o sistema nervoso periférico através do plexo braquial. Dessa forma, novamente o ombro poderá ser
afetado, pois o nervo supraescapular inerva os músculos supraespinhal e infraespinhal. Este nervo se origina no tronco
superior do plexo braquial, que tem raízes de C5 e C6.
 ATENÇÃO
Recuperar o suprimento neural (inervação) e vascular (vascularização) deverá ser o ponto de partida para
uma boa abordagem terapêutica.
 
Fonte: EnsineMe
 Figura 4. Plexo braquial – Nervo supraescapular.
Outro exemplo será um paciente com uma congestão hepática.
Essa congestão irá gerar transtornos no funcionamento do fígado, como por exemplo alterações no ciclo da ureia.

Essa disfunção implicará no excesso de amônia na corrente sanguínea, que resultará no que chamamos de acidose
metabólica.
 
Essa alteração poderá gerar repercussões nos tendões e nos nervos periféricos, pois a amônia é uma substância tóxica
para o organismo, podendo irritar os nervos periféricos. O excesso de amônia na corrente sanguínea poderá ter como
resultado a síndrome do túnel do carpo, as recorrentes tendinopatias e mialgias (dores musculares).
 ATENÇÃO
Vale a pena lembrar que a amônia é um produto do metabolismo da proteína, sendo assim, torna-se
extremamente importante o encaminhamento desse paciente para um nutricionista e possivelmente para um
médico hepatologista.
Um paciente que não se alimenta de forma adequada, possivelmente, em determinado momento da vida, terá dores no
sistema neuromusculoesquelético. A pergunta que devemos fazer é a seguinte:
O QUE AS NOSSAS CÉLULAS IRÃO METABOLIZAR A PARTIR DA
NOSSA ALIMENTAÇÃO? FASTFOOD?
A resposta para estas simples perguntas provavelmente não serão as mais agradáveis para estes pacientes, pois os
resultados destes exageros serão: as dores musculares, as tendinopatias, as disfunções do tecido neural, os tumores etc.
E o equilíbrio emocional? É importante?
 
Fonte: Shutterstock.com
Normalmente, indivíduos estressados têm uma baixa qualidade do sono, interferindo de forma direta na recuperação de
determinada lesão.
 
Fonte: Shutterstock.com
Isso se deve ao fato de que, no período da noite, existe uma predominância do sistema nervoso parassimpático, sendo
este o momento ideal para que se ocorra a reparação tecidual.
 
Fonte: Shutterstock.com
Dessa forma, pacientes que não dormem bem não terão um bom prognóstico.
Além disso, um desequilíbrio do sistema nervoso autônomo, em direção a um predomínio dos tônus simpático, pode
repercutir negativamente na atividade visceral, como, por exemplo:
Inibição do muco que protege a parede do estômago
Aumento da liberação de glicose pelo fígado na corrente sanguínea
Diminuição dos movimentos peristálticos no intestino
Aumento da frequência cardíaca e contração dos vasos sanguíneos periféricos
Quando esse desequilíbrio permanece por muito tempo, as dores e as doenças aparecerão.
 ATENÇÃO
Vale a pena ressaltar que as inervações do estômago, do fígado, da vesícula, do duodeno, do pâncreas e do
baço têm origem na coluna torácica (T6 – T10) e que essas disfunções viscerais poderão gerar alterações de
mobilidade (hipomobilidade) nesse segmento.
O osteopata também deverá ficar atento ao funcionamento do intestino. Isto porque este órgão, além de receber
inervação do sistema nervoso autônomo simpático (T12 – L5), também receberá inervação do sistema nervoso autônomo
parassimpático, através do nervo vago. Esse nervo é predominantemente sensitivo, onde alterações no intestino irão
gerar importantes alterações no nosso organismo, como o aumento das bactérias ruins no intestino, a diminuição da
absorção dos nutrientes provenientes dos alimentos, a diminuição da produção de serotonina (cerca de 80% é produzida
no intestino) e alteração do humor e, como consequência, transtornos emocionais como a depressão.
 
Fonte: Shutterstock.com
 SAIBA MAIS
O nervo vago é o X (Décimo) par de nervo craniano, este nervo tem uma relação direta com o sistema
límbico (Emoção) , sendo assim, alterações no intestino, através do nervo vago, irão repercutir no estado
emocional do paciente.
 
Fonte: Shutterstock.com
As avaliações posturais também são de grande importância para o osteopata, pois alterações nos pés (captores podais)
podem gerar disfunções em articulações do joelho, quadril e coluna vertebral, formando uma cadeia lesional ascendente.
Testes musculares e palpação também serão de grande importância no momento da avaliação, onde músculos
encurtados poderão repercutir de forma negativa para manutenção de uma boa postura. Um exemplo disso é o
encurtamento do músculo psoas. O encurtamento deste musculo à esquerda, por exemplo, irá gerar uma falsa perna curta,
porque o músculo psoas irá girar posteriormente o osso do quadril (retroversão). Com a rotação posterior, esse osso
também irá se elevar (subir), gerando, dessaforma, uma falsa perna curta. A elevação deste osso elevará de uma forma
geral o membro inferior esquerdo desse paciente.
 SAIBA MAIS
O encurtamento dos psoas poderá também repercutir no intestino, pois o colón descendente do intestino
passa por trás do músculo psoas esquerdo, resultando em alterações intestinais e no metabolismo em geral.
Ao mencionarmos o osso do quadril, não podemos deixar de falar na articulação sacroilíaca. O osso sacro mantém uma
íntima relação com o sistema nervoso. Isso se deve ao fato de a dura-máter se inserir em S2 e no cóccix, através do
ligamento coccígeo. Alterações de mobilidade no osso sacro repercutirão na mobilidade da dura-máter e esta tem direta
relação anatômica com o sistema nervoso central e com uma articulação, que talvez seja pouco comentada ao longo da
graduação em Fisioterapia. Esta articulação é a Sincondrose Esfeno Occipital, ou simplesmente SEB, assim ela é
chamada pelos osteopatas.
 
Fonte: Shutterstock.com
A SEB é cartilaginosa, do tipo sincondrose, porque entre as superfícies articulares temos cartilagem do tipo hialina. Essa
juntura influencia de forma direta no retorno venoso do crânio. Essa articulação possui mobilidade, sendo que estes
movimentos, também chamados de flexão e extensão, ou movimentos primários da SEB, quando estão normais, ajudam
no bombeio do sangue venoso. A veia jugular interna é a grande responsável por este retorno, passando pelo forame
jugular e, quando temos uma diminuição dos movimentos da SEB, este forame poderá sofrer uma diminuição do seu
espaço, que afetará o retorno venoso. Como resultado da insuficiência venosa craniana, há dor de cabeça, do tipo “cabeça
pesada”.
Estudamos na Anatomia que a veia jugular interna e externa se anastomosam e estas se juntam com a veia subclávia,
que desembocará na veia cava superior, que entrará no átrio direito, dando início à pequena circulação.
ANASTOMOSAM
Junção natural entre dois vasos sanguíneos.
Assim como na Fisioterapia tradicional, o osteopata, em sua avaliação, irá seguir o modelo tradicional, através da
inspeção, da palpação, dos testes de mobilidade, dos testes específicos (Exemplo: testes ortopédicos) , exames
neurológicos e a avaliação dos exames complementares (Exemplo: radiografia) . Como podemos perceber através destes
exemplos, o raciocínio do osteopata é baseado na Anatomia e na Fisiologia. Portanto, consideramos que essas matérias
são extremamente importantes para o fisioterapeuta. Vale a pena lembrar que a Osteopatia é uma especialidade da
Fisioterapia. Por isso, é importante o foco nos estudos de Anatomia e Fisiologia.
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AVALIAÇÃO EM OSTEOPATIA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERANDO OS PRINCÍPIOS DA OSTEOPATIA, QUAL DELES FALA DA IMPORTÂNCIA
DA VASCULARIZAÇÃO PARA QUE O ORGANISMO FUNCIONE DE FORMA HARMÔNICA?”
A) A unidade corporal
B) A autocura
C) Lei da artéria
D) A estrutura governa a função
E) Lei do espasmo muscular
2. QUAL É A RELAÇÃO QUE EXISTE ENTRE A COLUNA CERVICAL E AS TENDINOPATIAS DE
OMBRO?
A) Não existe relação.
B) A relação que existe é apenas venosa.
C) O nervo vago é a relação.
D) O tronco inferior do plexo braquial emite o nervo supraescapular, e este irá inervar todos os músculos do manguito
rotador.
E) O nervo supraescapular (C5-C6) é responsável pela inervação dos músculos supraespinhal e infraespinhal.
GABARITO
1. Considerando os princípios da Osteopatia, qual deles fala da importância da vascularização para que o
organismo funcione de forma harmônica?”
A alternativa "C " está correta.
 
O bom fluxo de sangue, livre de bloqueios que impeçam sua normal circulação, mantém os tecidos em harmonia e sua
normal e saudável função. O sangue irá carrear os nutrientes e o oxigênio para que ocorra o metabolismo celular. Sendo
assim, e tendo como base o estudo da Fisiologia, Still considerou a Lei da Artéria como um dos princípios da Osteopatia.
2. Qual é a relação que existe entre a coluna cervical e as tendinopatias de ombro?
A alternativa "E " está correta.
 
As raízes de C5 e C6 irão formar o tronco superior do plexo braquial. No tronco superior, tem origem o nervo
supraescapular. Este nervo é responsável pela inervação dos músculos supraespinhal e infraespinhal. Sendo assim, uma
disfunção neste segmento poderá gerar transtornos no complexo articular do ombro. É de extrema importância que, antes
de se tratar uma tendinopatia de manguito rotador, a coluna vertebral seja avaliada.
MÓDULO 2
 Descrever as principais técnicas osteopáticas
TÉCNICAS ESTRUTURAIS
Trata-se de todas as técnicas, seja qual for o tecido afetado, que são realizadas contra as restrições de mobilidade.
É importante lembrar que essas técnicas não deverão causar dor.
O princípio da técnica é ir no sentido da restrição do movimento, ou em vários parâmetros restritos.
A finalidade das técnicas estruturais é romper as aderências e regularizar o tônus muscular.
Nestas técnicas, será adicionada uma força complementar pelo terapeuta ou pelo paciente, para que a função
articular e a mobilidade sejam restauradas.
As técnicas estruturais poderão ser divididas em: rítmicas ou thrust.
TÉCNICAS RÍTMICAS
Estas técnicas se caracterizam pelo controle do ritmo, assim como as repetições. Os movimentos serão realizados de
forma passiva ou ativa, onde serão acompanhadas fisiologicamente dos reflexos de adaptação e inibição, incluindo os
fenômenos de facilitação. Dentre as técnicas rítmicas, podemos destacar: stretching para músculos e fáscias, articulatórias
para cápsulas e ligamentos, bombeios para fáscias e ligamentos, tensão mantida para músculos, inibição e energia
muscular para músculos e os relaxamentos miofascial para as fáscias.
Técnicas rítmicas de stretching:
PRINCÍPIOS
AÇÃO
OBJETIVOS
 
Fonte: EnsineMe
Figura 5. Técnica rítmica de stretching – coluna cervical.
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Fonte: EnsineMe
Figura 6. Técnica rítmica de stretching – espinhais da coluna lombar.
Técnicas articulatórias
PRINCÍPIOS
AÇÃO
OBJETIVOS
 
Fonte: EnsineMe
 Figura 7. Técnica articulatória.
Técnicas de bombeio
PRINCÍPIOS
AÇÃO
OBJETIVOS
Técnicas de energia muscular
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Esta técnica foi desenvolvida pelo osteopata americano Fred Mitchell.
PRINCÍPIOS
AÇÃO
OBJETIVOS
Liberação miofascial
A técnica poderá ser utilizada sobre músculos, fáscias e diafragmas corporais (escapular, costal/respiratório e pélvico).
PRINCÍPIOS
AÇÃO
OBJETIVOS
 
Fonte: EnsineMe
 Figura 8. Técnica de liberação fascial.
Técnica neuromuscular
PRINCÍPIOS
AÇÃO
OBJETIVOS
 
Fonte: EnsineMe
 Figura 9: Técnica neuromuscular.
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TÉCNICAS ESTRUTURAIS COM THRUST
Estas técnicas poderão ser realizadas de forma direta, indireta e semidireta; sua aplicabilidade será de forma rápida e com
baixa amplitude. Este assunto será melhor abordado no módulo 3.
CONTRAINDICAÇÕES
Patologias que fragilizam o tecido ósseo, como: traumatismos (fraturas, entorses grau 3 e luxações), tumores ósseos,
infecções (espondilodiscite), reumatismos inflamatórios (pelvespondilite anquilosante, artrite reumatoide, síndrome óculo-
uretro-sinovial de Reiter), síndrome de Barré-Lieou, lesões vasculares (aneurismas, insuficiência vértebro basilar),
doenças metabólicas (osteoporose importante), doenças congênitas (malformações dobradiça occipito atloidea,
malformação de Arnold Chiari), síndromes hiperálgicas associadas a patologias neurológicas, e doenças psíquicas
(histeria, neurose de angústia) e paralisia facial central.
PRINCÍPIOS
As técnicas com thrust não devem ser feitas fora dos limites fisiológicos das amplitudes de movimento. Se passarmos
deste limite já não é Osteopatia, mas sim Ortopedia. Nas técnicas, se colocarmosuma velocidade suficiente, a separação
das facetas articulares pode ser obtida dentro das amplitudes articulares, sem provocar traumatismos. Um thrust é aplicado
paralela ou perpendicularmente ao plano articular, em uma das direções contra a barreira da articulação lesionada. Em
Osteopatia, abrimos a faceta articular a 90 graus e existem também técnicas em deslizamento das facetas articulares. No
corpo não existe linha reta, na natureza, tudo é espiral, portanto, no momento da manipulação, devemos buscar a
passagem articular, sentir onde se movem as superfícies articulares.
AÇÃO
Trata-se de utilizar uma velocidade importante para realizar a técnica de maneira a surpreender os sistemas de proteção
do músculo, então este se encontra estirado e os órgãos tendinosos de Golgi estimulados, o que inibe o músculo. A
faceta articular se abre a 90 graus e a cápsula articular é estirada, ativam-se os corpúsculos de Ruffini e estes enviam
uma mensagem à medula espinhal com o efeito de relaxamento muscular. Com o thrust, corta-se o circuito nociceptivo, os
músculos espasmados relaxam e, portanto, se restabelece o jogo articular fisiológico.
ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI
Os órgãos tendinosos de Golgi (OTG) são receptores sensoriais localizados na junção miotendínea e conectados em
série com as fibras musculares (REVISTA NEUROCIÊNCIAS, 2006).
CORPÚSCULO DE RUFFINI
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As terminações (corpúsculos) de Ruffini são terminações encapsuladas situadas na derme da pele, leito ungueal e
cápsulas articulares. A cápsula de tecido conjuntivo que envolve cada um destes receptores está ancorada em cada
extremidade, o que aumenta sua sensibilidade à distensão e pressão da pele e das cápsulas articulares. (GARTNER,
L.P; HIATT, J.L., 2003)
MECANISMO NEUROFISIOLÓGICO
O estiramento da cápsula articular, durante a separação das facetas, estimula os receptores de Paccini e a informação
sensitiva subirá pelas fibras aferentes até o corno posterior da medula espinhal; a este nível haverá inibição dos
motoneurônios alfa e gama, portanto, uma inibição do espasmo muscular que mantém a disfunção articular. Estes
receptores são os proprioceptores e estão localizados no sistema musculoesquelético.
RECEPTORES DE PACCINI
Os corpúsculos de Pacini são mecanorreceptores situados na derme e na hipoderme dos dedos das mãos e nas
mamas, assim como no tecido conjuntivo das articulações e do mesentério. Estes mecanorreceptores são
especializados para a recepção de pressão, tato e vibrações.
TÉCNICAS FUNCIONAIS: TÉCNICA DE JONES
É realizado nos pontos de gatilho dos músculos, ligamentos, tendões ou cápsulas. Os pontos-gatilho doem apenas ao
palpar e causam a cronicidade do espasmo muscular. As técnicas deverão ser realizadas de forma suave.
Ação 
Diminuir a hiperatividade gama dos músculos monoarticulares e aproximar as inserções, o que causa um estado de
relaxamento do tecido.
Objetivo 
Obter um "silêncio neurológico", normalizar a disparidade de comprimento entre as fibras intra e extrafusais.
Técnica 
Procure com a mão o ponto de gatilho que causa dor à palpação e mantenha a pressão que desencadeia essa dor. Essa
pressão deve ser mantida por 90 segundos, que é o tempo necessário para o sistema nervoso central diminuir o limiar de
receptividade e o tônus muscular. A posição deve ser mantida sem nenhum movimento. Após esses 90 segundos, deve-se
retornar à posição zero, de forma totalmente passiva pelo paciente. Se feito rapidamente, o circuito vicioso é criado
novamente. É preciso explorar os diferentes planos do espaço onde a dor do ponto-gatilho desaparece completamente.
Nesta posição, o ponto de gatilho não emite mensagens nociceptivas.
 
Fonte: EnsineMe
 Figura 10. Técnica de thrust.
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TÉCNICAS FUNCIONAIS: TÉCNICAS DE HOOVER
Essas técnicas são derivadas da Osteopatia craniana de Sutherland e são técnicas de agravamento da lesão, ou seja,
técnicas funcionais. Essas técnicas são usadas para tratar o crânio.
Ação 
Atua nos músculos espasmados, reduzindo a disparidade entre as fibras extra e intrafusais, graças ao encurtamento do
músculo, e produzindo um "apagão" sensorial que permite o relaxamento muscular.
Objetivo 
Reduzir a disparidade entre as fibras extra e intrafusais, suprimir a hiperatividade gama e, assim, reduzir a facilitação
medular.
Técnica 
Trata-se de ir na direção da lesão, portanto, na direção oposta à barreira do motor. Então, esse equilíbrio terá que ser
mantido (para que relaxe os tecidos), nos três planos de espaço até que a articulação esteja liberada. A redução das
tensões irá no sentido da diminuição de espasmo muscular. Pedimos ao paciente que respire para ajudar a oxigenação e
relaxamento dos tecidos.
APLICABILIDADE DAS TÉCNICAS
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUAL DAS TÉCNICAS ABAIXO É REALIZADA DA FORMA SUAVE?
A) Técnicas funcionais de Jones
B) Técnicas de thrust
C) Técnicas articulatórias
D) Técnica de bombeio
E) Técnica de energia muscular
2. DAS ALTERNATIVAS ABAIXO, MARQUE A OPÇÃO QUE APRESENTA DUAS
CONTRAINDICAÇÕES PARA O THRUST:
A) Malformação de Arnold Chiari e paralisia facial central
B) Hipomobilidade torácica e paralisia periférica central
C) Espondilite anquilosante e infecção na região de área a ser manipulada
D) Tumores ósseo e artrose
E) Infecção na região de área a ser manipulada e superioridade da segunda costela
GABARITO
1. Qual das técnicas abaixo é realizada da forma suave?
A alternativa "A " está correta.
 
A Técnica de Jones é uma técnica funcional, de aplicação muito suave. Esta técnica foi definida como “uma manobra
posicional passiva que situa o corpo em uma posição de máximo bem estar, suprimindo assim a dor, ao anular a atividade
dos proprioceptores responsáveis pela disfunção”.
2. Das alternativas abaixo, marque a opção que apresenta duas contraindicações para o Thrust:
A alternativa "A " está correta.
 
A Malformação de Arnold Chiari é uma doença congênita na fossa posterior da base cerebral. Sendo assim, as
manipulações/técnicas com thrust são contraindicadas, principalmente, na coluna cervical. Em paciente com paralisia facial
central, as técnicas com thrust também serão contraindicadas, para que nenhuma estrutura relacionada ao nervo facial
seja afetada.
MÓDULO 3
 Identificar as aplicações da técnica de thrust
O THRUST
O thrust ou manipulação articular é uma importante abordagem de tratamento utilizado pelo osteopata para tratar
disfunções não apenas do sistema musculoesquelético, mas também das disfunções viscerais. Lembrando que as vísceras
irão influenciar de forma importante os músculos, as articulações, a pele e até o sistema nervoso (central e periférico).
As técnicas manipulativas exigirão do osteopata o uso de determinada força e de um impulso com certas condições, visto
que a posição do terapeuta deve estar correta em relação ao plano articular, bem como à posição do paciente.
O impulso é realizado por uma breve e explosiva contração do tríceps e peitorais do operador, ou por um body drop (deixar
o corpo cair), sendo assim, o thrust é uma mobilização de pequena amplitude feita em alta velocidade após a barreira
restritiva que restringe o movimento. Vale a pena lembrar que as manipulações articulares não deverão comprometer as
estruturas anatômicas, ou seja, as articulações não serão luxadas e as manobras acontecem de forma indolor.
GENERALIDADES SOBRE AS MANIPULAÇÕES COM THRUST
Posicionamento do terapeuta: O terapeuta deve posicionar seu corpo no espaço para que ele esteja o mais próximo
possível da articulação que será manipulada/ tratada. Seu centro de gravidade deve ser sistematicamente localizado acima
da lesão.
Posicionamento do paciente:Deve permitir a colocação das alavancas necessárias para normalizar a mobilidade da
articulação. O paciente deve estar confortável. Não deve haver dor durante e após a manipulação.
O plano articular: 
Será determinado pela anatomia. Vai permitir definir em que direção a força redutoradeverá ser aplicada. Como regra
geral, a força redutora deve ser aplicada em forma de vírgula, em um plano curvo, para que possa haver o menor atrito
possível durante as manipulações articulares.
Alavancas: 
A redução da folga será obtida pela combinação de parâmetros de movimentos menores que serão deslizamentos laterais,
anteroposterior e/ou compressão. Eles são usados sistematicamente em todas as técnicas osteopáticas para diminuir o
número de parâmetros principais necessários. Eles também servem para diminuir a força necessária para reduzir a lesão =
ajuste de slack. As alavancas poderão ser superior ou inferior no caso da coluna vertebral, onde poderemos utilizar apenas
uma alavanca, ou ambas as alavancas no momento da manipulação.
Amplitude do thrust:
A amplitude do impulso deve ser o mais curto possível, a fim de reduzir estresse tecidual. Classicamente, usamos um
impulso de pequena amplitude e alta velocidade.
As técnicas com thrust poderão ser realizadas de três formas:
Técnicas diretas 
Um contato é feito com o pisiforme ou com a eminência tenar, na direção e na junta que vamos manipular. O impulso deve
ser o mais rápido possível. A técnica direta é muito eficaz devido ao seu efeito reflexogênico. A redução do slack consiste
em colocar a tensão unicamente com os contatos e sem criar grandes alavancas.
Técnicas indiretas 
Para realizar estas técnicas, a colocação em tensão e o thrust são realizados unicamente com a ajuda das alavancas
superior e inferior. O impulso não é dado com contato direto na articulação tratada.
Técnicas semidiretas 
São uma combinação das técnicas diretas e indiretas. Serão muito mais seletivas que as técnicas indiretas, pois permitem,
ao mesmo tempo, ter todas as vantagens pela utilização das alavancas e de uma técnica direta. Nessas técnicas, se toma
um contato direto com uma mão sobre a articulação que é manipulada. A colocação em tensão será dupla, uma pela
alavanca inferior e a outra pelo contato direto. A manipulação é levada diretamente sobre a articulação no eixo do plano de
redução e a força pode ser aumentada, se necessário, aumentando simultaneamente as alavancas.
 
Fonte: EnsineMe
 Figura 11. Técnica de thrust para ilíaco anterior.
AJUSTE DE SLACK/FOLGA ARTICULAR
Na Osteopatia, nos referimos ao termo ajuste de slack quando reduzimos determinados parâmetros de uma articulação,
antes de realizarmos a manipulação (thrust) em um segmento vertebral. Esta redução ocorre para que a manobra se
realize de forma segura e indolor para o paciente.
Exemplo: Ao avaliarmos o paciente, podemos chegar à conclusão de que existe uma disfunção articular (C5/C6), onde o
segmento se encontra com parâmetros de extensão, Inclinação lateral à direita e rotação à direita. Neste caso, poderá
existir um componente maior de rotação (parâmetro maior). Sendo assim, o osteopata, ao manipular esta vértebra, irá
rodar este segmento para esquerda, no entanto, iremos inclinar o segmento para o lado direito, desta forma, manteremos o
padrão da lesão (parâmetro menor). Quanto à extensão, o osteopata irá posicionar a cervical do paciente em posição
neutra ou ligeiramente em flexão de cervical. Sendo assim, osteopata reduzirá o slack, ou seja, ajustando os tecidos
relacionados deste segmento que está em disfunção, criando-se uma folga articular.
Ao compararmos a uma corda de um barco ancorado, esta corda não deverá estar nem muito tensionada, para que ela
não arrebente, nem muito frouxa para que o barco não tenha liberdade e fique à deriva. Devemos, desta forma, acharmos
o ponto correto para que possamos realizar uma manipulação indolor e de forma segura para o paciente.
Conforme mencionamos no módulo 2, os órgãos tendinosos do Golgi, os corpúsculos de Ruffini e os receptores de Paccini
são classificados fisiologicamente como proprioceptores. Estes receptores estão localizados no sistema
musculoesquelético e na pele. Ao realizarmos uma técnica manipulativa, estimulamos a ação destes receptores através do
mecanoceptores, responsáveis por detectar estímulos de movimento. Os mecanoceptores estão também localizados nos
proprioceptores e, ao serem estimulados, a sintomatologia dolorosa diminui. A manipulação estimula os proprioceptores
que adentram na medula através de fibras mielinizadas e, desta forma, inibem a dor. Sendo assim, a manipulação articular
(thrust) estimulará os mecanoceptores que estão localizados nos proprioceptores.
DIFERENCIANDO AS TRÊS FORMAS DE REALIZAR A
TÉCNICA DE THRUST
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O QUE DEFINE UMA TÉCNICA DE THRUST DIRETA?
A) O contato manual do osteopata ocorre de forma direta no segmento a ser manipulado, não são geradas grandes
alavancas e o impulso deverá ser o mais rápido possível
B) Para executar essas técnicas, o tensionamento e o impulso são realizados apenas com a ajuda da alavanca superior ou
inferior
C) Nessas técnicas, o contato direto é feito com uma mão na junta que vamos manipular. O tensionamento será duplo, um
pela alavanca inferior e outro pelo contato direto. O impulso é realizado diretamente sobre a junta no eixo do plano de
redução e a força pode ser aumentada se necessário, aumentando as alavancas simultaneamente
D) Um contato é feito com o pisiforme, ou com a eminência tenar, na direção e na articulação que será manipulada, após
ter realizado um aperto da pele (tração do tecido). Nesta técnica, ocorre a redução de slack. As mãos do terapeuta atuam
com contatos diretos no segmento a ser manipulado. Criam-se grandes alavancas. O impulso deve ser o mais lento e
suave possível.
E) Um contato é feito com o pisiforme ou com a eminência tenar, na direção e na articulação que será manipulada, após ter
realizado um aperto da pele (tração do tecido). Nesta técnica, ocorre a redução de slack. As mãos do terapeuta atuam com
contatos diretos no segmento a ser manipulado. Criam-se grandes alavancas. O impulso deve ser o mais lento e suave
possível. O tensionamento e o impulso são realizados apenas com a ajuda da alavanca superior.
2. EM RELAÇÃO AO POSICIONAMENTO TERAPEUTA/PACIENTE, PODEMOS AFIRMAR QUE:
A) O terapeuta deve posicionar seu corpo de forma que ele esteja próximo do segmento a ser manipulado. Seu centro de
gravidade deve ser sistematicamente localizado acima da lesão.
B) O terapeuta deve posicionar seu corpo de forma que ele esteja ao lado do segmento a ser manipulado. Seu centro de
gravidade deve ser sistematicamente localizado longe da lesão.
C) O terapeuta deve posicionar seu corpo de forma que ele esteja longe do segmento a ser manipulado. Seu centro de
gravidade deve ser sistematicamente localizado longe da lesão.
D) O terapeuta deve posicionar seu corpo de forma que ele esteja próximo do segmento a ser manipulado. Seu centro de
gravidade não interfere.
E) O terapeuta deve posicionar seu corpo de forma que ele esteja próximo do segmento hipermóvel. Seu centro de
gravidade deve ser sistematicamente localizado atrás da lesão.
GABARITO
1. O que define uma técnica de thrust direta?
A alternativa "A " está correta.
 
Nas técnicas de thrust diretas, o contato é realizado diretamente na articulação a ser manipulada. Não são criadas grandes
alavancas e o impulso deverá acontecer o mais rápido possível. É importante também a retirada de tensão dos tecidos,
para que ocorra a redução de slack.
2. Em relação ao posicionamento terapeuta/paciente, podemos afirmar que:
A alternativa "A " está correta.
 
Em geral, nas técnicas manipulativas, o terapeuta deve se posicionar o mais próximo possível do segmento a ser tratado e
o seu centro de gravidade deve estar localizado sistematicamente acima da lesão.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Osteopatia vai muito além das técnicas manipulativas, sendo uma filosofia em que o raciocínio é moldado na Anatomia e
na Fisiologia humana. Durante a avaliação, o osteopata sempre leva em consideração que não existem segmentos
isolados, portanto, todos os sistemas poderão ser avaliados e, se necessário, tratados.Existem diversas técnicas osteopáticas. Não podemos elencar a melhor e sim determinar a mais adequada para as
diversas situações e objetivos. No entanto, para aplicá-las, é fundamental estar inteirado sobre suas contraindicações. Não
podemos esquecer que é fundamental um aprofundamento dos conhecimentos de Anatomia e Fisiologia, a fim de adequar
a abordagem e reconhecer os mecanismos que desencadeiam e reduzem a dor.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AACOM. AMERICAN ASSOCIATION OF COLLEGES OF OSTEOPATHIC MEDICINE. Glossary of Osteopathic
Terminology. AACOM, 2011.
AMERICAN OSTEOPATHIC ASSOCIATION. What is osteopathic medicine? In: American Osteophathic Association.
Consultado em meio eletrônico em: 15 jan. 2021.
FRANÇOIS, R.; SALLÉ, J. Tratado de osteopatia. 3. ed. Madrid: Editora Médica Panamericana, 2010.
FRANÇOIS, R. Tratamiento osteopático de las lumbalagias y lumbociaticas por hernias discales. 2. ed. Madrid:
Medos, 2013.
FRANÇOIS, R. Bases metodológicas da Osteopatia. Escuela de Osteopatia de Madrid. Madrid, 2014.
FRANÇOIS, R. Seminário de Coluna Lombar. Escuela de Osteopatia de Madrid. Madrid, 2020.
GARTNER, L. P.; HIATT, J. L. Tratado de Histologia em cores. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
MORAES, L. Diagnóstico e tratamento fisioterapêutico nos pontos-gatilho. In: Blog Fisioterapia, 2017.
TANEDA, M.; POMPEU, J. E. Fisiologia e importância do órgão tendinoso de Golgi no controle motor normal. In:
Revista Neurociências, 2006.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema:
Conheça as influências que geraram o pensamento osteopático no livro Raízes da Osteopatia: Uma medicina de
diagnóstico e terapêutica manual, de Maria Luísa Correia.
Leia Osteopatia: manipulação e estrutura do corpo, de Leon Chaitow, que aborda o tema de forma bastante
simples.
Visite a página da Sociedade Brasileira de Osteopatia, na internet, e você enriquecerá ainda mais seu estudo.
CONTEUDISTA
Eduardo Monnerat Rodrigues da Silva
 CURRÍCULO LATTES
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