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AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 CONCEITOS INICIAIS FARMACOLOGIA: é o estudo dos fármacos que interagem com sistemas vivos por meio de processos químicos. FARMACOLOGIA MÉDICA: é a ciência que estuda o emprego de fármacos na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças. FARMACOCINÉTICA: estuda o movimento do fármaco no organismo, ou seja, o que o corpo faz com o fármaco. Leva- se em consideração a velocidade com que um fármaco atinge o sítio de ação e é excretado/eliminado, assim como os aspectos que influenciam a quantidade do fármaco que atingirá seu local de ação. FARMACODINÂMICA: estuda os efeitos bioquímicos e fisiológicos do fármaco e seu mecanismo de ação, ou seja, o que o fármaco faz para o corpo. BIODISPONIBILIDADE: indica a quantidade do fármaco que atinge a circulação, em sua forma inalterada, após sua administração. É a quantidade disponível para ser utilizada pelo organismo, também indica a velocidade com que a droga atinge a corrente sanguínea. TEMPO DE MEIA VIDA PLASMÁTICO: tempo necessário para que a concentração plasmática de um fármaco seja reduzida pela metade, o tempo de meia vida que determina a posologia do medicamento. CONCENTRAÇÃO MÍNIMA EFETIVA (CME): limite mínimo de concentração que o fármaco precisa atingir para produzir seu efeito farmacológico. CONCENTRAÇÃO MÁXIMA TOLERADA (CMT): limite máximo de concentração que o fármaco pode atingir sem causar toxidade. MARGEM TERAPÊUTICA/ÍNDICE TERAPÊUTICO: é a relação entre a dose terapêutica e dose máxima tolerada (CME/CMT). A concentração plasmática do fármaco deve sempre oscilar dentro da margem terapêutica, por isso deve-se respeitar seus horários de administração, para que a concentração não caia abaixo da CME e nem ultrapasse a CMT. Farmacologia AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO - 1/2022 AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 • MEDICAMENTO REFERÊNCIA/ DE “MARCA”: medicamento da fabricante que desenvolveu o produto, que o registrou primeiro e, portanto, ela possui a marca registrada, que detém a patente (geralmente por 20 possuem o direito exclusivo para produzir, usar, colocar à venda ou importar um determinado medicamento). • MEDICAMENTO GENÉRICO: medicamento que utilizou a mesma formula química do medicamento de referência e passou por testes de equivalência química e biológica para ser aprovado. • MEDICAMENTO SIMILAR: medicamento que antigamente passava somente pelo teste de equivalência química, ou seja, era testado somente em laboratório e em 2014 passou a ser testado também biologicamente, ou seja, se igualando ao medicamento genérico. FARMACOCINÉTICA 1- Absorção: passagem do fármaco do local de administração para a corrente sanguínea. OBS: A única via de administração que não tem absorção é a endovenosa, pois o fármaco já é administrado direto corrente sanguínea do paciente. 2- Distribuição: passagem do fármaco da corrente sanguínea para os tecidos. 3- Biotransformação/Metabolização: transformação do fármaco em outra(s) substância(s), por meio de alterações químicas. OBS: o fígado é o principal sítio de metabolização dos fármacos. 4- Excreção/Eliminação: retirada do fármaco do organismo, seja na forma inalterada ou na forma de metabólitos, podendo ser hepatobiliar (fezes) ou renal (urina). Todas as etapas da farmacocinética ocorrem concomitantemente, bem como a farmacodinâmica. Enquanto um medicamento está sendo absorvido, ele está sendo também distribuído e parcialmente metabolizado e excretado, além de exercer seu efeito farmacológico em algum sítio de ação (canal iônico, receptor farmacológico, enzima ou molécula transportadora). Ressalta-se que, apenas uma fração do fármaco ingerido executa seu efeito farmacológico, uma vez que, ele é transportado na corrente sanguínea ligado às proteínas plasmáticas (a principal é a albumina), é a fração livre que é capaz de migrar entre os compartimentos corporais. À medida que a fração livre vai sendo metabolizada, parte da fração ligada é liberada, para manter a biodisponibilidade necessária. ABSORÇÃO Fatores relacionados a absorção de drogas: • Membranas biológicas; • Propriedades físico-químicas das moléculas de drogas; • Forças responsáveis pela passagem das drogas através das membranas; • Modalidades de absorção das drogas; • Locais de absorção das drogas; • Vias e sistemas de administração de drogas. Membranas biológicas São barreiras entre os compartimentos do corpo. As membranas celulares são constituídas por uma bicamada fosfolipídica com característica anfipática, sendo impermeáveis à maioria das moléculas polares e aos íons, mas permeáveis as moléculas de drogas apolares. Apresentam proteínas integrais entremeadas, que formam canais para a passagem de substâncias, nesses locais irão passar os fármacos. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 OBS: dependendo da lipossolubilidade do fármaco, ele poderá se difundir através da membrana celular. A estrutura celular influencia na transferência através dessas barreiras, cada tecido apresenta sua constituição, o que interfere na escolha da via de administração mais adequada para obter o efeito esperado de determinado fármaco. Propriedades físico-químicas das moléculas de drogas • Lipossolubilidade: quanto mais lipossolúvel mais fácil será a passagem pela bicamada fosfolipídica, essa propriedade favorece a difusão passiva; • Hidrossolubilidade: necessita de sistemas transportadores específicos ou canais na membrana das células; • Estabilidade química; • Peso molecular (tamanho e volume): quanto menor o tamanho do medicamento, mais fácil a absorção; • Carga elétrica (polaridade): quanto menos carga (fármaco apolar) mais fácil será a absorção; • Velocidade de dissolução; • Concentração da droga no local de absorção (é influenciada pela constante de dissociação iônica da droga – pK, e pelo pH do meio): quanto maior a concentração, mais fácil a absorção. pH e ionização • É complicador em relação à transferência transmembrana. • As drogas são ácidos fracos ou bases fracas, que alternam entre as formas ionizadas e não ionizadas de acordo com a variação do pH. • A Espécie ionizada (BH+ ou A-) possui lipossolubilidade baixa, é incapaz de atravessar as membranas. • A Espécie não ionizada (B ou AH) possui alta lipossolubilidade, é capaz de passar pelas membranas. No estômago: o medicamento ácido é melhor absorvido, uma vez que, é um meio que é rico em H+, forçando o deslocamento do equilíbrio para a esquerda, levando a formação de mais moléculas de HA (forma não iônica/apolar) - lipossolúvel, absorvível. No intestino: o medicamento ácido é pior absorvido, uma vez que, o produto está sendo consumido, a elevada concentração de OH- reage com H+ e forma água, assim o equilíbrio é deslocado para a direita, dissociando as moléculas de HA, levando a formação da fração iônica/polar. Fração não iônica (melhor absorvido) Fração iônica AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 OBS: biologicamente o medicamento ácido é mais absorvido no intestino devido a maior superfície de contato, mesmo que o equilíbrio químico não favoreça. No estômago: o medicamento básico é pior absorvido, uma vez que, a base em meio ácido tende a receber H+, como o estômago é um meio rico em H+, o excesso de H+ desloca o equilíbrio para a esquerda, aumentando a fração iônica (BH+). No intestino: o medicamento básico é melhor absorvido, uma vez que, é um meio que tem muito OH-, o qual reage com o H+ formando H2O, fazendo com que o equilíbrio desloque para a direita, aumentando a fração não iônica (B). Quanto mais H+, mais forte é o ácido e maior é a constante. Fração iônica Fração não iônica (melhor absorvido) Conclusão: • Maior Ka e menor PKa indicam substância ácida. • Menor Ka e maior Pka indicam substânciabásica. • Substâncias básicas costumam possuir PKa acima de 7. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 A partir da Equação de Henderson-Hasselbalch determine onde ocorre melhor absorção da aspirina: estômago (pH: 3.0) ou intestino (pH: 8.0)? Considerar para o cálculo PKa da aspirina de 4.0. No estômago, a concentração da forma HA (lipossolúvel, absorvível) é 10x maior do que a concentração da forma A- (hidrossolúvel, inabsorvível), sendo assim a absorção é melhor, no intestino têm-se uma concentração maior de A- e menor de HA. Conclusão: substâncias ácidas são melhores absorvidas no estômago, visto que nesse local há predomínio da forma não ionizada que é melhor absorvida pela membrana lipofílica. Ao contrário, medicamentos básicos são melhores absorvidos no intestino, uma vez que predomina nesse local a forma não ionizada da base, sendo melhor absorvida. Forças responsáveis pela passagem das drogas através das membranas • Gradiente de concentração: Movimento a favor do gradiente de concentração: passivo Movimento contra o gradiente de concentração: ativo • Gradiente elétrico: importante em nervos e músculos. • Gradiente hidrostático: importante nos processos biológicos em que há filtração e ultrafiltração (capilares e glomérulos renais). Modalidades de absorção das drogas • Difusão simples: tipo de transporte passivo (não há gasto de energia celular) de um soluto através da membrana a fim de estabelecer a isotonia (mesma concentração nos dois meios). É o processo físico- químico mais frequente de absorção e distribuição de drogas no organismo humano. • Difusão facilitada: tipo de transporte passivo, em que as moléculas atravessam a membrana celular com a assistência de uma proteína transportadora específica localizada em alguma membrana biológica. Apresenta uma limitação, pois quando todos esses sítios estiverem "ocupados", não adianta aumentar a concentração da substância a ser transportada. • Transporte ativo: contra o gradiente de concentração, portanto há gasto de energia. Esse tipo de transporte pode sofrer saturação, é seletivo, exige energia de origem metabólica e pode haver inibição competitiva entre substância transportadas pelo mesmo sistema. • Endocitose: processo de absorção no qual a membrana celular se invagina em torno de uma molécula ou de várias pequenas moléculas e as engloba junto com gotículas do meio extracelular. Pinocitose: endocitose de partículas líquidas. Fagocitose: endocitose de partículas sólidas. • Filtração: passagem tanto de solvente quanto de soluto através das membranas. O solvente – em geral a água – transporta consigo moléculas hidrossolúveis de pequeno tamanho, moléculas polares e certas moléculas apolares. O raio das moléculas deve ser menor que o raios dos poros das membranas para serem filtradas. As forças envolvidas no processo de filtração são a pressão hidrostática e pressão osmótica. ESTÔMAGO pH = pKa + log (A-)/(HA) 3 = 4 + log (A-)/(HA) 3-4 = log (A-)/(HA) -1 = log (A-)/(HA) 10-¹ = (A-)/(HA) 1/10 = (A-)/(HA) (HA) = 10 (A-) INTESTINO pH = pKa + log (A-)/(HA) 8 = 4 + log (A-)/(HA) 8-4 = log (A-)/(HA) 4 = log (A-)/(HA) 104 = (A-)/(HA) 4/10 = (A-)/(HA) 4 (HA) = 10 (A-) AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 Locais de absorção das drogas • Trato gastrointestinal: mucosa bucal, gástrica, intestinal e retal; • Trato respiratório: mucosa nasal, traqueal, brônquica, alvéolos pulmonares; • Pele • Região subcutânea e intramuscular • Região geniturinária: mucosa vaginal, uretral, vesical • Mucosa conjuntival • Peritônio Vias de Administração • Oral • Injeção • Sublingual • Subcutânea • Retal • Superfícies epiteliais (pele, córnea, vagina e mucosa nasal) • Intramuscular • Intravenosa • Inalação ADMINISTRAÇÃO ORAL • É a via de maior adesão, sendo a principal utilizada para administração de fármacos. • Depende primeiramente da deglutição desse fármaco, ocorre pouca absorção até que ele alcance o intestino. • Os fármacos administrados por essa via passam pelo metabolismo de primeira passagem (a concentração do fármaco é significantemente reduzida pelo fígado, pois ao ser absorvido a nível intestinal ele é levado para o fígado, onde sofre um processo de metabolização antes de atingir a circulação sistêmica). • Mecanismo de absorção: transferência passiva do endotélio intestinal para o plasma determinada pela ionização e lipossolubilidade. • Bases fortes (pKa acima de 10) e ácidos fortes (pKa abaixo de 3) são pouco absorvidos: Ionização Fatores que influenciam Motilidade Gastrintestinal A estase gástrica (doenças, efeitos medicamentosos ou alimentos) torna lenta a absorção, pois ocorre um processo de competitividade. Quando o fármaco é tomado após refeição, a absorção é mais lenta e a progressão pelo intestino é retardada. Quando o fármaco é tomado com estômago vazio, tem-se uma maior superfície para absorção. Fluxo sanguíneo esplâncnico O fluxo sanguíneo aumentado nas vísceras aumenta a absorção de um medicamento. Após uma refeição ocorre aumento desse fluxo sanguíneo para facilitar a absorção de nutrientes, por isso, para alguns fármacos recomende-se a administração após uma refeição. Tamanho das partículas e formulação Quanto maior a partícula, mais difícil é a absorção de um fármaco O estado físico do medicamento também interfere, por exemplo, o medicamento líquido é mais rapidamente absorvido que um comprimido. As formulações farmacêuticas são elaboradas para produzir características de absorção desejadas, afim de atingir o índice terapêutico ideal: AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 ✓ Cápsulas que ficam intactas algumas horas após ingestão ✓ Mistura de partículas de absorção rápida e lenta na mesma cápsula ✓ Revestimento resistente para comprimidos (um comprimido revestido é feito dessa maneira para resistir ao ph ácido, para que seu princípio ativo seja absorvido no intestino). ✓ Liberação modificada (retardada, repetida, sustentada, controlada) Fatores físico-químicos Tetraciclina: liga-se fortemente ao cálcio impedindo a sua absorção Interações medicamentosas impedindo a absorção. Por exemplo: a colestiramina, utilizada para hipercolesterolemia, e a vafarina, que é um anticoagulante, não devem ser administrados no mesmo horário, pois os dois interagem quimicamente na luz intestinal, impedindo a absorção. Fármacos, que pelas características físico-químicas, não são absorvidos (Vancomicina – Erradicar bactérias na luz do intestino) ADMINISTRAÇÃO SUBLINGUAL: absorção diretamente pela cavidade oral. Utilizada quando: • Há necessidade de resposta rápida • Quando o fármaco é instável em pH gástrico • Quando o fármaco é rapidamente metabolizado pelo fígado • Não ocorre o metabolismo de primeira passagem Absorção na boca Veia jugular Circulação sistêmica ADMINISTRAÇÃO RETAL • Apresenta tanto efeito local quanto sistêmico • Não ocorre o metabolismo de primeira passagem Indicação: Quando a via oral não é indicada; Pacientes inconscientes; Pacientes que estejam vomitando ou são incapazes de tomar a medicação pela boca (pósoperatório); Drogas que podem ser destruídas pelas enzimas digestivas; ADMINSTRAÇÃO POR SUPERFÍCIES EPITELIAIS • Utilizada quando houver necessidade de obtenção do efeito local sobre a pele • Poucos fármacos penetram rapidamente por essa via devido a barreira lipídica • A derme é permeável a muitos solutos (aplicável à pele escoriada, desnuda ou queimada) • Absorção é proporcional à área da superfície pela qual são aplicadas AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 ADMINISTRAÇÃO POR INALAÇÃO • Via utilizada para fármacos voláteis e gasosos • O pulmão é uma via de administração, mas tambémé uma via de eliminação • A absorção rápida é devido à grande superfície de contato (alvéolo pulmonar), o fármaco atua localmente antes de atingir a circulação sistêmica. • Não ocorre o metabolismo de primeira passagem • Apresenta como desvantagem uma pequena capacidade de ajustar a dose ADMINISTRAÇÃO POR INJEÇÃO • Via intravenosa: apresenta efeito imediato, não há absorção, é a mais correta em relação a dosagem administrada, pois a quantidade administrada será a mesma que chegará na corrente sanguínea, porém apresenta risco de efeitos adversos. É utilizada especialmente em situações de emergência, a posologia é ajustável. • A injeção subcutânea ou intramuscular produz efeito mais rápido que a administração oral, mas é mais lenta que a intravenosa. • Métodos para retardar a absorção, reduzir ações sistêmicas ✓ Adição de adrenalina: causa vasoconstrição, prolongando o efeito do fármaco localmente, retarda a absorção dele, assim a dose de medicamento pode ser menor e os efeitos sistêmicos são diminuídos. A adição de adrenalina não pode ser feita quando a aplicação do anestésico local for em extremidades pois pode causar uma vasoconstrição extrema, levando a hipóxia e necrose tecidual. ✓ Veicular o ativo em suspensão aquosa ou oleosa (complexo pouco solúvel) DISTRIBUIÇÃO Compartimento de líquidos corporais: • Água corporal total: 50 a 70% do peso corporal • A água corporal é distribuída em 4 compartimentos principais: Água plasmática (plasma sanguíneo) Água intersticial (entre células) Água intracelular (conteúdo líquido de todas as células) Água transcelular (Líquido cefalorraquidiano, intraocular, pleural, secreções digestivas) AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 As moléculas das drogas se apresentam em sua forma “livre” ou “ligada” em cada um dos compartimentos, apenas a forma “livre” é capaz de mover-se entre esses compartimentos. Barreira Hematoencefálica: camada contínua de células endoteliais fortemente unidas na região cerebral. O cérebro é inaccessível a muitas drogas de ação sistêmica, pois elas não apresentam lipossolubilidade suficiente para atravessar tal barreira. OBS: a meningite é uma inflamação das meninges que pode romper a integridade da barreira, aumentando sua permeabilidade e permitindo a penetração de substâncias. Por isso, a administração sistêmica de penicilina para tratamento da meningite é eficaz, a própria fisiopatologia da doença favorece a passagem do fármaco pela barreira hematoencefálica, que fisiologicamente seria impermeável. O equilíbrio da distribuição de drogas entre os compartimentos corporais depende: • Permeabilidade às barreiras teciduais: capacidade de atravessar as membranas até ao local de ação • Ligação no interior dos compartimentos: drogas ligadas não atravessam membranas • Partição do pH: forma ionizada X forma não ionizada • Partição gordura: água- drogas lipofílicas acumulam-se no tecido adiposo Volume de distribuição: é o volume necessário de líquido para conter a quantidade total do fármaco absorvido pelo corpo que garanta uma distribuição homogênea do fármaco no organismo. ELIMINAÇÃO DE DROGAS: é um processo que leva a perda irreversível das moléculas por parte do corpo, ocorre através do metabolismo e da excreção. METABOLIZAÇÃO É a conversão de uma entidade química em outra. • Atua como preparação para a excreção. • Ocorre predominantemente no fígado. Ação do citocromo P450: conjunto de enzimas hepáticas responsáveis por promover modificações químicas nas moléculas da droga com o objetivo de facilitar a eliminação das mesmas pelo organismo. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 Molécula lipossolúvel > Molécula hidrossolúvel Fármaco ativo > Metabólito inativo OBS: pró-fármacos são exceções a essa regra. O metabolismo envolve dois tipos de reações bioquímicas: REAÇÃO DE FASE I (CATABÓLICA): oxidação, redução ou hidrólise. Consequências: • Leva a perda da atividade farmacológica e pouco aumento da hidrossolubilidade. • O produto da fase I é mais reativo, o fármaco se torna muito eletrofílico (apresenta deficiência de elétrons e é suscetível de recebê-los através de uma reação química). A reação de fase I introduz um grupo reativo à molécula da droga. Esses grupos atuam como ponto de ataque para o sistema de conjugação (fase II). Dessa forma, a fase I é uma preparação para a fase II, pois o produto da reação da fase I é sempre substrato para a fase II. O principal grupamento introduzido é a Hidroxila (OH), por meio de uma reação de oxidação. Outros grupos: -COOH, -SH, -O- ou NH2. Enzimas envolvidas: Citocromo P450 (CYP), Monooxigenases, Hidrolases, Alcoodesidrogenase, Aldeidodesidrogenase e NADPH. REAÇÃO DE FASE II (ANABÓLICAS): conjugação. Consequências: • É essa fase que altera a solubilidade da molécula, aumenta muito a hidrossolubilidade do produto gerado pela fase I. • Inativa os metabólitos eletrofílicos potencialmente tóxicos que podem ser produzidos na fase I • Resultam em compostos inativos. A reação de fase II promove uma fixação de um grupo substituinte à molécula resultante da Fase I. Os principais grupamentos fixados são: Ácido glicurônico, Glucoronil, Metil, Acetil e Sulfatos. Enzimas envolvidas: Sulfotransferases, UDPglicuroniltransferase, Glutationa-S-transferase, N-acetiltransferase e Metiltransferase. O conjugado formado resulta quase sempre em um composto inativo e menos lipossolúvel, que será excretado na urina ou na bile. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM: afeta a biodisponibilidade dos fármacos administrados por via oral. Uma parte do fármaco é perdida, uma vez que após a absorção intestinal, o fármaco cai na circulação porta-hepática, chegando ao fígado, onde é metabolizado antes mesmo de chegar na circulação sistêmica. Incovenientes: • Necessidade de dose maior do fármaco quando administrado por via oral do que quando administrado por outras vias (essa dose extra já foi previamente calculada pelo laboratório para atingir o índice terapêutico), a fim de compensar a perda do metabolismo de 1ª passagem. • Ocorrem variações individuais acentuadas na extensão do metabolismo de 1ª passagem de determinado fármaco, resultando em uma situação imprevisível quando esses fármacos são administrados por via oral. Pró-fármacos: são medicamentos que são ingeridos em sua forma inativa e no fígado, por meio de reações químicas, tornam-se ativos, ou seja, só adquirem atividade farmacológica após sofrer metabolização. Dessa forma, eles sofrem uma primeira clivagem para que ocorra a ativação do composto ativo e, posteriormente, passam novamente no fígado sofrendo uma nova reação, para que sejam eliminados. Exemplos: • Azatioprina (agente imunossupressor) é transformada em Mercaptopurina (forma ativa): inibe a síntese de DNA e RNA. • Antineoplásico ciclosfosfamida: bioativado em derivado eletrofílico citotóxico. OBS: esses fármacos são suscetíveis às enzimas do TGI e/ou suco gástrico, por isso passam por esses processos. OBS: não são indicados para pacientes com alterações hepáticas graves. A atividade enzimática no fígado confere grupamentos à molécula da droga que são responsáveis por potencializar o seu efeito. • Enalapril (anti-hipertensivo): sofre hidrólise no fígado, sendo transformado em Enalaprilat, composto mais ativo e ação mais prolongada que o Enalapril. Algumas drogas podem inibir ou aumentar a atividade enzimática do citocromo P450. Efeito de indução: aumento da síntese de enzimas e não por aumento da atividade enzimática. Ex: fumantes (efeito indutor) x Clozapina (antipsicótico) – o cigarro reduz níveis circulantes de Clozapina. Efeito de inibição: inibição da atividade enzimática. Ex: Fluvoxamina (antidepressivo) x Clozapina – a fluvoxamina aumenta os níveis circulantes de Clozapina.A indução enzimática está relacionada com a queda dos níveis de concentração do fármaco, pois a metabolização será mais rápida, havendo queda do índice terapêutico, abaixo da CME, isso ocorre quando certas drogas são administradas repetidamente. A inibição enzimática está relacionada com a intoxicação medicamentosa pois o metabolismo hepático torna- se mais lento, levando ao aumento do índice terapêutico, ultrapassando a CMT. EXCREÇÃO • Excreção renal: urina • Excreção biliar: fezes • Excreção pulmonar: expiração • Outros: suor, saliva, leite materno AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 RENAL: • 20% do fluxo plasmático renal é filtrado pelo glomérulo. • 80% dos fármacos passam pelos capilares peritubulares do túbulo proximal estando sujeitos a secreção. A secreção tubular é o mecanismo mais eficaz para a eliminação da droga pelo rim. A difusão através do tubo renal (urina): representa 1% do filtrado glomerular (99% reabsorvida). Se o túbulo fosse livremente permeável a moléculas de drogas, a concentração da droga no filtrado iria permanecer próxima daquela no plasma, entretanto cerca de 99% da droga será reabsorvida passivamente. A urina é a via de eliminação mais importante. • Drogas fortemente ligadas às proteínas plasmáticas não são eliminadas por não serem filtradas pelo glomérulo renal, devido ao alto peso molecular das proteínas plasmáticas. EX: Warfarina: 98% ligada a albumina. Para que a droga seja filtrada ela precisa: estar na sua forma livre, ser hidrossolúvel, ter baixo peso molecular. Alta lipossolubilidade + elevada permeabilidade: lentamente excretado Alta hidrossolubilidade + baixa permeabilidade: rapidamente excretado BILIAR: A excreção biliar ocorre quando o metabólito formado não é capaz de ser reabsorvido no intestino, sendo assim excretado pelas fezes. Células hepáticas transferem substâncias do plasma para a bile (incluindo drogas) Vários conjugados (principalmente glicuronídeos) concentram-se na bile e são levados ao intestino Ocorre reação de hidrólise Liberação do fármaco ativo Reabsorção (esse mecanismo prolonga o efeito do fármaco) Excreção= filtração – reabsorção + secreção AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 Excreção das Drogas e Tempo de Meia Vida plasmática (T1/2) Tempo de Meia Vida plasmático: o tempo necessário para reduzir a quantidade de droga no corpo, à metade, através do processo de eliminação. Exemplo: Droga com tempo de meia-vida de 2 horas.Após 4 meias-vidas, podemos dizer na prática, que a droga foi eliminada do organismo. A partir do tempo de meia-vida de uma droga define-se a frequência de administração (posologia). • Após 4 meias-vidas, podemos dizer na prática, que a droga foi eliminada do organismo. • Após o tempo de quatro a seis meias-vidas, a droga praticamente atinge sua concentração plasmática máxima constante média (Css). • Quanto mais curta a meia-vida, mais rapidamente se alcança a concentração plasmática máxima constante, quando a meia-vida é prolongada ocorre o contrário; • Quanto mais curta a meia-vida, mais flutuará a concentração plasmática entre as doses (justificativa para emprego de preparações de liberação prolongada). Css: Concentração plasmática máxima constante média de uma droga. • F: Biodisponibilidade da droga • D: Dose da Droga • Kel:constante de eliminação • Vd: Volume aparente de distribuição • T: intervalo entre as doses OBS: todas as outras vias ocorre uma perda de biodisponibilidade, exceto a endovenosa. Exemplos de margem terapêutica: O fármaco A está exercendo seu efeito farmacológico, pois atingiu a CME. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 O fármaco B não está exercendo seu efeito farmacológico, pois não atingiu a CME. POSSÍVEIS CAUSAS: • Diluição/ quebra de um comprimido revestido. • Administração em intervalos de tempo maiores do que o recomendado. • Dosagem menor que a ideal. • Indução enzimática. O fármaco C está exercendo seu efeito farmacológico, pois atingiu a CME, porém, está causando efeito tóxico, pois ultrapassou a CMT. POSSÍVEIS CAUSAS: • Desnutrição proteica. • Superdosagem. • Administração em intervalos de tempo menores que o recomendado. • Inibição enzimática. O fármaco D está exercendo seu efeito farmacológico, pois atingiu a CME. c O fármaco E está exercendo seu efeito farmacológico, pois atingiu a CME e não ultrapassou a CMT. c AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 FARMACODINÂMICA CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS AGONISTAS: ativam os receptores. São capazes de se ligarem aos receptores e provocar alteração conformacional e, portanto, gerar a resposta – apresentam atividade intrínseca. Podem ser classificados como: • Agonista pleno: ativa totalmente o receptor, desencadeia os mesmos efeitos normalmente produzidos por uma substância endógena. • Agonista parcial: ativa parcialmente o receptor, desencadeia efeitos menores que normalmente produzidos por uma substância endógena. • Agonista inverso: capaz de se ligar ao receptor, desencadeando efeitos contrários aos produzidos por uma substância endógena ou por uma agonista pleno/parcial. ANTAGONISTAS: se ligam a um receptor sem causar sua ativação, assim impedem que um agonista se ligue a esse mesmo receptor. Eles não têm atividade intrínseca, apenas neutralizam a ação de uma droga agonista ou substância endógena. DROGA AGONISTA + RECEPTOR= RESPOSTA CELULAR E MOLECULAR DROGA ANTAGONISTA + RECEPTOR = INIBIÇÃO DA AÇÃO DO AGONISTA AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 AGONISTA INVERSO ANTAGONISTA Tem afinidade pelo estado inativado do receptor Não tem afinidade definida, liga-se ao receptor tanto ativo quanto inativado Exerce efeito regulador por meio da inativação celular Não exerce efeito regulador Tem atividade própria Não tem atividade própria A- O grau de ativação dos receptores aumenta na presença de um agonista e diminui na presença de um agonista inverso. A adição de um antagonista competitivo desloca as 2 curvas para a direita (porque é necessário aumentar a concentração de agonista para restabelecer sua ocupação). B- O antagonista por si só, não altera o nível de atividade ativação do receptor, pois não o ativa. Na presença de um agonista ou de um agonista inverso, o antagonista restaura o sistema no sentido do estado de repouso do receptor. ESPECIFICIDADE DAS DROGAS Cada droga apresenta um grau de especificidade em relação ao seu sítio de ação e cada receptor apresenta um grau de especificidade em relação ao seu ligante (agonista ou antagonista). Para a droga ser útil ela deve: • Atuar seletivamente sobre determinadas células e tecidos – especificidade de sítio de ligação. • Apresentar proteínas alvos – alto grau de especificidade de ligante. Nenhuma droga atua com total especificidade, mas existem medicamentos mais seletivos que outros, que causam menos efeitos colaterais. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 Quanto menor a especificidade de uma droga, maior a dose necessária, maior a probabilidade de ligação em outros sítios de ação que não o primário e aparecimento de efeitos colaterais indesejáveis. A primeira etapa na ação de uma droga sobre receptores específicos consiste de formação de um complexo droga-receptor. A partir da formação desse complexo têm-se a resposta biológica. • A magnitude da resposta é proporcional ao número de complexos formados. OBS: alguns poucos fármacos não têm a sua ação mediada por receptores específicos. Ex: antiácidos gástricos; manitol. A resposta farmacológica é proporcional à ligação de drogas agonistas aos receptores, no entanto essa proporção não é diretamente linear. Ex: a elevação da pressão arterialproduzida pela Adrenalina é desencadeada pela interação de diversos fatores: • Há aumento do débito cardíaco, contração de alguns vasos e dilatação de outros. • Resposta reflexa do próprio organismo após elevação da pressão arterial. Dessa forma, o efeito final não é diretamente proporcional à ocupação dos sítios pela droga. ATUAÇÃO DOS FÁRMACOS ANTAGONISTAS Antagonismo por Bloqueio de Receptores: um receptor só consegue se ligar em uma droga por vez, assim o antagonista pode agir por meio do antagonismo competitivo, quando ele está presente reduz o efeito de outro fármaco agonista ou de uma substância endógena. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 O efeito do antagonista competitivo pode ser ultrapassado aumentando-se a concentração do agonista. O antagonismo por bloqueio de receptores pode ser: • Antagonismo competitivo reversível: o aumento da concentração do agonista desloca o antagonista, assim o agonista pode exercer sua função. Ex: isoprenalina e propranolol. • Antagonismo competitivo irreversível: o antagonista se dissocia lentamente ou não sofre efeito com o aumento da concentração do agonista. Ex: AAS inibindo a síntese de tromboxano A2 via COX-1. OBS: quando o antagonismo é irreversível é necessário aguardar a síntese de novos receptores para que a droga agonista possa se ligar, visto que todos estão ocupados pelo antagonista, pode-se estimular a excreção a fim de eliminar mais rapidamente o antagonista, com diuréticos e soro. Antagonismo químico: quando dois fármacos reagem quimicamente entre si levando a perda do efeito da droga ativa. Ex: Agentes Quelantes (Dimercaprol) reduzem a toxicidade de metais pesados, formam um complexo e inativam-os. Antagonismo Farmacocinético: o antagonista reduz efetivamente a concentração da droga ativa em seu sítio de ação, afeta a absorção, metabolismo ou excreção. por meio da alteração do pH sanguíneo AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 Ex: Íons de Alumínio presentes em alguns Antiácidos X Tetraciclinas Íons Ferrosos dos suplementos orais de ferro X Tetraciclinas Cetoconazol (requer meio ácido para ser absorvido) X Inibidores da bomba de prótons Fenobarbital (induz as enzimas hepáticas) X Warfarina (sofre metabolização mais rápida) Antagonismo não-competitivo: o antagonista bloqueia em algum ponto a cadeia de eventos que leva à produção de uma resposta pelo agonista, mas eles não competem pelo sitio de ação. Ex: nifedipina (impede influxo de cálcio através da membrana celular, impedindo a contração muscular lisa). Antagonismo Fisiológico: ocorre entre dois agonistas, que atuam sobre sistemas celulares diferentes, em sentidos opostos no desencadeamento de determinada resposta celular. Ex: Ação da noradrenalina e da acetilcolina no coração. DESSENSIBILIZAÇÃO OU TAQUIFILAXIA Diminuição gradativa do efeito de uma droga que é administrada de forma contínua ou repetidamente, levando ao desenvolvimento de tolerância. OBS: o termo resistência só deve ser utilizado para drogas antineoplásicas e para indicar a resistência de uma bactéria em relação a um antibiótico. Mecanismos de dessensibilização: Alteração nos receptores: compromete conformação do receptor, gera alteração morfológica. Perda de receptores: diminuição do número de receptores ou endocitose dos receptores pela própria célula. Exaustão de mediadores: depleção de uma substância intermediária essencial. Ex: Anfetamina precisa da liberação de noradrenalina e outras aminas para exercer o seu efeito (Depleção de noradrenalina reduz atividade da anfetamina). Aumento da degradação metabólica: administração repetida da mesma dose produz concentrações plasmáticas progressivamente mais baixas, pois leva a indução das enzimas hepáticas. Adaptação fisiológica: ocorre diminuição do efeito de uma droga, devido à sua anulação por uma resposta homeostática. Ex: efeito de redução da pressão arterial dos diuréticos tiazídicos é limitado, devido a uma ativação gradual do sistema de renina angiotensina aldosterona. Absorção AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 LOCAIS DE AÇÃO DAS DROGAS Drogas estruturalmente inespecíficas: realizam reações químicas com íons ou pequenas moléculas, não possuem sítios definidos. EX: antiácidos gástricos, quelantes e manitol. Drogas estruturalmente específicas: apresentam alto grau de seletividade e especificidade de ação, atuam em sítios altamente definidos podendo agir em: • Enzimas • Canais Iônicos • Moléculas transportadoras • Receptores farmacológicos ENZIMAS: Inibidor competitivo da enzima: o fármaco é análogo ao substrato da enzima. Ex: Neostigmina atuando sobre acetilcolinesterase e Aspirina sobre a Ciclooxigenase. Substrato falso para a enzima: a molécula da droga sofre transformação química e forma produto “anormal” (Ex: Metotrexato - antineoplásico bloqueando a síntese do DNA). Pró-drogas inativas: a reação enzimática que leva à ativação do fármaco. Ex: Enalapril sofre hidrólise no fígado, sendo transformado em Enalaprilat (mais ativo e ação mais prolongada que o Enalapril). CANAIS IÔNICOS: Interação direta: a própria droga liga-se ao canal e altera a sua função. • Bloqueadores: bloqueio físico do canal pela molécula da droga (anestésicos locais). • Moduladores: ligação da molécula da droga às regiões moduladoras, alterando a abertura da comporta do canal iônico. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 Interação indireta: Proteína G e outros intermediários. EX: Anfotericina B liga-se aos esteróis da membrana celular do fungo, o que altera sua permeabilidade e a célula perde potássio e moléculas pequenas. MOLÉCULAS TRANSPORTADORAS: são utilizadas para transporte intracelular e extracelular de íons e moléculas orgânicas, visto que são muito polares para atravessar a membrana lipídica da célula. O fármaco pode atuar bloqueando ou ativando esse sistema de transporte. RECEPTORES FARMACOLÓGICOS: macromoléculas-alvo especializadas, geralmente de natureza proteica, presentes na superfície celular ou intracelularmente que se une a um fármaco e medeia suas ações farmacológicas. Embora sejam considerados como receptores de drogas, essas proteínas, na realidade, são receptores para sustâncias endógenas que medeiam processos fisiológicos e biológicos normais. Os receptores são agrupados em famílias, uma vez que os efeitos mediados por eles possuem velocidades específicas que dependem da estrutura do receptor e do mecanismo de transdução de sinais. A distinção é feita em 4 superfamílias: Receptores ligados a canais (ionotrópicos): localizados na membrana, acoplados diretamente à um canal iônico, sob os quais atuam os neurotransmissores rápidos (acetilcolina). Receptor Nicotínico da Acetilcolina: 5 subunidades: 2 α, 1 β, 1 γ, 1 δ, possui dois sítios de ligação para Ach (subunidades α), a ligação de ambos leva a ativação do receptor. Exercem o controle da transmissão do impulso nervoso, atuando na membrana pós-sináptica, aumenta a permeabilidade à íons. A acetilcolina aumenta a permeabilidade ao Na+ e K+ levando à despolarização da membrana e à produção do potencial de ação. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 Receptores acoplados à proteína G (metabotrópicos): localizados na membrana. Receptores para noradrenalina e receptores muscarínico para acetilcolina. Proteína G: realiza a comunicação entre receptores às enzimas, aos canais iônicos ou a outros mensageiros. Apresenta 3 subunidades (α, β, γ). Em repouso a proteína G está na forma de trímero, não fixado ao receptor, sendo ocupado pelo nucleotídeo GDP.O fármaco gera alteração conformacional do receptor, levando a dissociação desse trímero, as subunidades dissociadas associam-se a enzimas e canais iônicos, causando ativação ou inativação.Receptores ligados à quinase: localizados na membrana- receptor para insulina e para fatores de crescimento. • Domínios extracelulares: se ligam ao agonista ou antagonista. • Domínios intracelulares: sofrem fosforilação por ligação de ATP´s, os sítios fosforilados se ligam às proteínas intracelulares desencadeando os efeitos. A ligação entre os dois domínios é do tipo alfa- hélice simples transmembrana. Receptores que regulam a transcrição de genes (receptores nucleares): localizados no citosol ou receptores nucleares. Induzem resposta à nível de regulação da transcrição do DNA. São receptores para hormônios esteroides e para hormônio tireóideo. Os fármacos para se ligarem a esses receptores devem ser altamente lipofílicos, para serem capazes de atravessar a membrana plasmática. • Glicocorticóides (inibem a transcrição do gene da fosfolipase A2) • Mineralocorticóides (estimulam a produção de várias proteínas de transporte associadas à função tubular renal) AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO O SNA divide-se em: • Sistema nervoso autônomo simpático • Sistema nervoso autônomo parassimpático • Sistema nervoso entérico (recebe influxo dos sistemas simpático e parassimpático, mas pode atuar de modo independente no controle das funções motoras e secretoras do intestino). Funções: regular a contração e o relaxamento da musculatura lisa, as secreções exócrinas e algumas endócrinas, os batimentos cardíacos e certas etapas do metabolismo intermediário. TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA • Síntese Noradrenalina (NA) • Receptores alfa-adrenérgicos e beta-adrenérgicos TRANSMISSÃO COLINÉRGICA • Síntese Acetilcolina (ACh) • Receptores nicotínicos e muscarínicos AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 ETAPAS BÁSICAS NA TRANSMISSÃO NEUROQUÍMICA – LOCAIS DE AÇÃO DAS DROGAS TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA Existem 2 classes de receptores: • α adrenérgico • β adrenérgico Todos os receptores adrenérgicos são acoplados à Proteína G. A potência da resposta desses receptores aos agonistas adrenérgicos (catecolaminas) é diferente: Receptor α: Noradrenalina > Adrenalina > Isoprelina Receptor β: Isoprelina > Adrenalina > Noradrenalina OBS: a noradrenalina tem maior afinidade pelo receptor α, já a adrenalina tem maior afinidade pelo receptor β. CATECOLAMINAS • Noradrenalina: neurotransmissor liberado por neurônios simpáticos pós-ganglionares • Adrenalina: Hormônio secretado pela Suprarenal • Dopamina: Precursor da Noradrenalina e Adrenalina – Atua como neurotransmissor no cérebro. • Isoprelina: Derivado sintético da Noradrenalina – Não é encontrado no corpo. RECEPTORES α α1 vasoconstrição, relaxamento do músculo liso do TGI, secreção salivar e glicogenólise hepática. α2 inibe liberação de neurotransmissores (NA e Ach), a contração do músculo liso do TGI e inibe liberação de insulina. • Os receptores α1 atua ativando a fosfolipase C, promovendo a liberação de cálcio intracelular. • Os receptores α2 tem a capacidade de impedir a abertura dos canais de cálcio, impedindo a liberação excessiva de noradrenalina (feedback negativo), pois inibe a enzima adenilato ciclase. RECEPTORES β β1 aumento da frequência (cronotropismo) e força cardíaca (ionotropismo) β2 broncodilatação, vasodilatação, relaxamento do musculo liso TGI e glicogenólise hepática β3 Lipólise AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 • Todos os receptores β, atuam ativando a adenilato ciclase, promovendo o aumento de cálcio intracelular. Pela análise do gráfico é possível perceber que a noradrenalina desencadeou o aumento da pressão arterial por basicamente elevar a resistência vascular periférica em decorrência da sua ação nos receptores α1 dos vasos sanguíneos, causando vasoconstrição. A adrenalina, por ter maior afinidade pelos receptores β1 que estão presentes no coração, eleva a PA por aumentar a frequência de contração, ou seja, aumento do débito cardíaco. Dessa forma, em caso de uma PCR o ideal é o uso da adrenalina, já em caso de choque o ideal é a noradrenalina. SÍNTESE DE NORADRENALINA A tirosina hidroxilase é o ponto de controle da síntese de NA (inibida pelo produto final). OBS: na fenilcetonúria, temos deficiência da enzima que converte a fenilalanina em tirosina, a fenilalanina hidroxilase (PAH), assim o organismo não consegue metabolizar a fenilalanina, ocasionando o acúmulo desse aminoácido no sangue e em outros líquidos corporais, gerando, sobretudo, acometimento neurológico. O tratamento se baseia na restrição de alimentos que contenham fenilalanina e na reposição de tirosina. OBS: no Parkinson, temos a deficiência da dopamina, o mecanismo principal de tratamento se baseia na reposição desse neurotransmissor por meio da levodopa, em que se têm a administração L-DOPA (molécula menor que a DOPA), que é convertida pelo organismo em dopamina. ARMAZENAMENTO DA NORADRENALINA A maior parte é armazenada em terminações nervosas na forma de vesículas. Apenas uma pequena quantidade permanece livre no citoplasma das células nervosas. A transferência para o interior das vesículas ocorre por um sistema transportador semelhante ao que promove captação de NA nas terminações nervosas. Relembrando: PA= DC X RVP AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 LIBERAÇÃO DA NORADRENALINA Potencial de ação> Abertura dos canais de sódio > Despolarização > Abertura dos canais de cálcio > Fusão das vesículas na membrana pré- sináptica > Exocitose de noradrenalina > Feedback negativo através do receptor α2 > Recaptação de noradrenalina > Degradação da noradrenalina por MAO e COMT OBS: NA atua sob os receptores α2 e esses regulam a sua própria liberação (receptores mecanismo de retroalimentação inibitório), em que a inibição da adenilato ciclase impede abertura de canais de cálcio e inibe a fusão das vesículas na membrana. A degradação intracelular da NA pela MAO e COMT representa uma grande diferença da noradrenalina para acetilcolina, visto que a acetilcolina é degradada na própria fenda sináptica, enquanto a noradrenalina precisa ser recaptada para ser degradada. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS DAS CATECOLAMINAS ENDÓGENAS • Adrenalina: alivio rápido em casos de reações de hipersensibilidade, prolongar ação de anestésico local, parada cardíaca, agente hemostático tópico em superfícies que sangram. • Noradrenalina: choque. • Dopamina: em casos de insuficiência congestiva grave e no caso de choque cardiogênico e séptico. Substrato da MAO e COMT por isso ineficaz quando administrada por via oral. SELETIVIDADE DOS FÁRMACOS X EFEITOS Quanto mais seletivo a esses receptores mais úteis serão os fármacos, de modo a serem diminuídos os efeitos colaterais. Ex: • Agonista β2 seletivo: visa promover o relaxamento do músculo liso do TGI sem ter efeitos inotrópicos positivo (receptores β1 localizados no coração). • Antagonista β1 seletivo: efeito hipotensor por ter ação inotrópica negativa sem bloquear receptores β2 na musculatura brônquica (evita broncoconstrição). PRINCIPAIS AGONISTAS DOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS CLASSE FÁRMACO AÇÃO FARMACOLÓGICA APLICAÇÕES CLÍNICAS EFEITOS ADVERSOS Agonistas não seletivos de ação direta Epinefrina/Adrenalina (α1, α2, β1, β2, β3) ⇧ da FC ⇧ da PA ⇧ da contratilidade Ligeira ⇩ da RVP Vasoconstrição visceral Vasodilatação nos músculos esqueléticos ⇧ do nível glicêmico e de ácido láctico. Associada a anestésicos locais Choque anafilático Broncodilatador na asma Glaucoma de ângulo aberto Hipotensão Choque Palpitação Arritmias Hemorragia cerebral Cefaleia Tremor Norepinefrina/Noradrenalina (α1, α2, β1, β2) ⇧ da PA ⇧ da RVP Vasoconstrição ⇧ direto da FC e contração cardíaca Hipotensão Choque Semelhantes daEpinefrina Hipertensão AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 Observações Importantes • A adrenalina associada a anestésicos locais promove vasoconstrição, prolongando o efeito local e diminuindo efeitos colaterais. • A adrenalina no choque anafilático promove vasoconstrição, diminuindo a permeabilidade dos vasos sanguíneos e consequentemente o edema de glote, além de promover bronqueodilatação e taquicardia, favorecendo assim, o processo de reperfusão tecidual. • A adrenalina no tratamento de asma foi substituída pelo uso de agonistas β2 seletivos. • A adrenalina no tratamento de glaucoma de ângulo aberto favorece a drenagem do humor aquoso. PRINCIPAIS AGONISTAS DOS RECEPTORES α ADRENÉRGICOS CLASSE FÁRMACO AÇÃO FARMACOLÓGICA APLICAÇÕES CLÍNICAS EFEITOS ADVERSOS Agonistas α1 seletivos Fenilefrina Mefentermina Metaraminol Midocrina Metoxamina Vasoconstrição Congestão nasal (uso tópico) Midriático (soluções oftálmicas) Hiperemia oftálmica Hipotensão postural Hipertensão Bradicardia reflexa Hipertensão de rebote com suspensão abrupta Agonistas α2 seletivos Clonidina Apraclonidina Guanabeno α – metildopa Brimodina ⇩ da descarga do cérebro para a periferia, resultando em ⇩ da RVP e PA ⇩ da liberação de transmissores simpáticos induzida pelos nervos ⇩ da produção de humor aquoso Hipertensão Síndrome de abstinência de narcóticos, álcool e tabaco Glaucoma (favorece drenagem do humor aquoso) PRINCIPAIS ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES α ADRENÉRGICOS CLASSE FÁRMACO AÇÃO FARMACOLÓGICA APLICAÇÕES CLÍNICAS EFEITOS ADVERSOS Antagonistas α1 seletivos Prazosina Terazosina Doxazosina Trimazosina Alfuzosina Tansulosina ⇩ da RVP e da PA Relaxamento dos músculos lisos do colo da bexiga e na próstata Hipertensão Aumento do Fluxo urinário na HPB (hiperplasia prostática benigna) Hipotensão postural Antagonistas não seletivos Fenoxibenzamina Fentolamina Tolazolina ⇩ da RVP e da PA por inibir ativação do SNS ao ativar os receptores na região pontinobulbar do SNC Venodilatação Tratamento de excesso de catecolaminas Ex: feocromocitoma Estimulação cardíaca devido ao desencadeamento dos reflexos e liberação aumentada de NE através de bloqueio dos receptores α2 Observações Importantes • Os antagonistas α1 seletivos devido ao seu efeito adverso importante, sobretudo em idosos, devem ser substituídos por outra classe no tratamento de HAS, mas para a HPB ainda é a única opção terapêutica. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 PRINCIPAIS AGONISTAS DOS RECEPTORES β ADRENÉRGICOS CLASSE FÁRMACO AÇÃO FARMACOLÓGICA APLICAÇÕES CLÍNICAS EFEITOS ADVERSOS Agonistas β1 seletivos Dobutamina ⇧ da contratilidade cardíaca algum ⇧ na FC ⇧ na condução atrioventricular Tratamento a curto prazo da descompensação cardíaca em pacientes com ICC ⇧ da PA ⇧ da FC Agonistas β2- seletivos (de ação curta/ intermediária) Albuterol Bitolterol Fenoterol Isoetaerina Metaproterenol Procaterol Terbutalina Ritodrina Relaxamento do músculo liso brônquico Relaxamento do músculo liso uterino (Ritodrina – interromper trabalho de parto prematuro) Broncodilatores para tratamento da asma e DPOC; Fármacos de ação curta/intermediária para o broncoespasmo agudo. Tremor do músculo esquelético Taquicardia OBS: efeito diminuídos com o uso via inalatória. Agonistas não seletivos Isoproterenol ⇩ da RVP ⇧ do DC Taquiarritmias Broncodilatação Broncodilatador na asma PCR Choque Palpitações Taquicardia Cefaleia Rubor de pele PRINCIPAIS ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES β ADRENÉRGICOS CLASSE FÁRMACO AÇÃO FARMACOLÓGICA APLICAÇÕES CLÍNICAS EFEITOS ADVERSOS Antagonistas β não seletivos Propranolol Timolol Nadolol Pindolol Pembutolol ⇩ da FC ⇩ da contratilidade cardíaca ⇩ do DC Broncoconstrição Hipoglicemia prolongada (inibe glicogenólise, diminui percepção dos sintomas do SNS) Angina Hipertensão Arritmias cardíacas ICC; Feocromocitoma Glaucoma (diminui produção de humor aquoso, alguns estudos também tem demonstrado que favorece drenagem) Bradicardia Bradiarritmias Efeito inotrópico e cronotrópico negativos Broncoconstrição (Asmáticos e DPOC) Fadiga Hipoglicemia (pacientes com hipoglicemia e diabetes) Antagonistas β1 seletivos Atenolol Bisoprolol Esmolol Metoprolol Acebutolol ⇩ da FC ⇩ da contração cardíaca Hipertensão Diminui os efeitos indesejáveis dos Antagonistas β não seletivos TRANSMISSÃO COLINÉRGICA RECEPTORES NICOTÍNICOS MUSCULARES localizados na junção neuromuscular, estimulam a contração muscular esquelética. NEURONAIS localizados nos gânglios autônomos e cérebro, estimulam o potencial de ação. Ambos são canais iônicos regulados por ligantes, mas apresentam potências diferentes devido as estruturas diferentes. Após ligação, ocorre abertura do canal, entrada de Na+ e despolarização da célula. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 RECEPTORES MUSCARÍNICOS São acoplados à proteína G. M1 localizados no SNC, SNP e células parietais gástricas, excitam SNC e gânglios, promovem o aumento da secreção gástrica (⇩ o fluxo de potássio do meio intracelular para extracelular, deixando meio intracelular carregado positivamente facilitando a despolarização.) M2 localizados no coração, promovem a ⇩ da frequência cardíaca (efeito cronotrópico negativo) através do ⇧ fluxo de potássio do meio intracelular para extracelular, deixando meio intracelular carregado negativamente e inibem o influxo de cálcio. M3 localizados em glândulas e músculo liso, promovem efeitos excitatórios: secreção de glândulas salivares, brônquicas e sudoríparas e contração da musculatura lisa visceral, mas também inibitórios: relaxamento da musculatura lisa vascular (vasodilatação) – devido a liberação de óxido nítrico pelas células endoteliais adjacentes aos receptores M3. M4 função desconhecida. M5 função desconhecida. • M1, M3, M5: atuam através da fosfolipase. • M2, M4: inibem a adenilato ciclase. SÍNTESE DA ACETILCOLINA Colina + Acetil CoA →Acetilcolina • A captação da colina se dá por transporte ativo • A acetilação é feita pela ação da enzima colina acetiltransferase. ARMAZENAMENTO DA ACETILCOLINA • Ocorre o acondicionamento da acetilcolina em vesículas citoplasmáticas através de uma proteína transportadora LIBERAÇÃO DA ACETILCOLINA • Após deflagração do potencial de ação, os canais de cálcio são abertos, ocorre o influxo de cálcio, levando a exocitose das vesículas pré-sinápticas e consequente liberação de Ach na fenda sináptica que se liga aos receptores colinérgicos. RECAPTAÇÃO E DEGRADAÇÃO DA ACETILCOLINA • Esse processo ocorre na fenda sináptica, por meio da enzima acetilcolinesterase, que degrada a acetilcolina, sendo que parte da colina é recaptada para entrar na síntese de novas moléculas de acetilcolina. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 Os fármacos podem influenciar na transmissão colinérgica de 2 maneiras: Atuando sobre receptores da acetilcolina: • Imitando a ação da acetilcolina (agonistas colinérgicos): parassimpaticomiméticos – ex: muscarina • Bloqueando a ação da acetilcolina (antagonistas colinérgicos): parassimpaticolíticos – ex: atropina Afetando a síntese, liberação ou degradação da acetilcolina endógena: • Bloqueando a captação de colina – ex: hemicolínio • Bloqueando o armazenamento vesicular – ex: vesamicol • Potencializando a liberação – ex: aminopiridina • Inibindo o próprio mecanismo de liberação – ex: toxina botulínica, antibióticosaminoglicosídeos • Inibindo a acetilcolinesterase (prolongamento da ação da acetilcolina) – neostigmina SÍNDROME COLINÉRGICA: é uma condição em que há excesso de acetilcolina, podendo ser causada por exemplo por intoxicação por organofosforados, esses inibem a ação da acetilcolinesterase, resultando em hiperexcitabilidade neuronal e desencadeando: hipersecreção brônquica, rinorreia, broncoespasmo, dispneia, cianose, náuseas, vômitos, diarreia, incontinência fecal e urinária, sialorreia, sudorese, lacrimejamento, bradicardia, hipotensão e miose. INIBIDORES DA SÍNTESE, DO ARMAZENAMENTO E DA LIBERAÇÃO DE ACETILCOLINA CLASSE FÁRMACO AÇÃO FARMACOLÓGICA APLICAÇÕES CLÍNICAS EFEITOS ADVERSOS Inibidores da síntese, do armazenam ento e da liberação de Acetilcolina Hemicolínio Bloqueia o transporte de colina, impedindo a captação de colina necessária para a síntese de Ach. Apenas utilizado experimentalmente (Pesquisa) Vesamicol Bloqueia o contratransportador de Ach-H+, que é utilizado para transportar a Ach para as vesículas Apenas utilizado experimentalmente (Pesquisa) Toxina botulínica Impede a fusão da vesícula sináptica com a membrana da terminação axônica (pré- sináptica) Distonias focais Torcicolo Acalasia Estrabismo Arritmia cardíaca Hepatotoxicidade Anafilaxia Disfagia AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 Blefaroespasmo Sindromes dolorosas Rugas hiperidrose Dispepsia Fraqueza muscular Febre INIBIDORES DA DEGRADAÇÃO DA ACETILCOLINA CLASSE FÁRMACO AÇÃO FARMACOLÓGICA APLICAÇÕES CLÍNICAS EFEITOS ADVERSOS Inibidores da degradação de Acetilcolina Edrofônio Neostigmina Piridostigmina Ambenônio Fisostigmina inibem a acetil- colinesterase (AChE) através da inibição do sítio ativo da enzima Agente de motilidade urinária gastrintestinal Doenças da junção neuromuscular, como, miastenia grave Glaucoma (facilita drenagem do humor aquoso). Reversão de toxicidade anticolinérgica ou paralisia induzida em processo cirúrgico Convulsões Broncoespasmos Bradicardia parada cardíaca hipotensão salivação vômitos diarreia miose AGONISTAS MUSCARÍNICOS CLASSE FÁRMACO APLICAÇÕES CLÍNICAS EFEITOS ADVERSOS Agonistas muscarínicos Acetilcolina Coadjuvante em cirurgias oftálmicas para conseguir a miose rápida. Perda da capacidade de acomodação visual para a visão a distância Metacolina Diagnóstico de asma Broncoconstrição Carbapol Betanecol Pilocarpina Glaucoma Agente de motilidade do trato urinário e gastrointestinal Xerostomia na síndrome de Sjogren Sudorese Tremores Náuseas • Síndrome de Sjogren: doença autoimune de causa desconhecida que afeta as glândulas lacrimais e salivares, causando olho e boca seca. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS CLASSE FÁRMACO AÇÃO FARMACOLÓGICA APLICAÇÕES CLÍNICAS EFEITOS ADVERSOS Antagonistas muscarínicos Atropina Bloqueio do receptor muscarínico Overdose de anticolinesterásicos Intoxicação por inseticidas organofosforados Bradicardia sintomática aguda Excesso de salivação e de secreção de muco durante cirurgia Antídoto para envenenamento por cogumelos Aumento da pressão intraocular Ipratrópio Tiotrópio DPOC Asma Anafilaxia Gosto anormal na boca Xerostomia Escopolamina Cinetose (conhecida como enjoo de movimento); Náuseas e vômito. OBS: brometo de metilescopolamina é um derivado de amônio quaternário da escopolamina, não atravessa barreira hematoencefálica, evitando as ações no SNC que são causadas pela escopolamina. Aumento da pressão intraocular Afeta o SNC, causando irritação moderada, em baixas doses, em doses elevadas, causa agitação, alucinações (efeitos psicoativos), visão turva e desorientação. AGONISTAS NICOTÍNICOS CLASSE FÁRMACO AÇÃO FARMACOLÓGICA APLICAÇÕES CLÍNICAS EFEITOS ADVERSOS Agonistas Nicotínicos Succinilcolina Estimula abertura do canal do receptor nicotínico de Ach e produzem despolarização da membrana celular Indução de bloqueio neuromuscular em cirurgia Intubação. Bradiarritmia PCR Rigidez muscular Mialgia OBS: a succinilcolina persite na junção neuroefetora e ativa continuamente os canais dos receptores nicotínicos, resultando em invativação dos canais de sódio regulados por voltagem, de modo que eles não podem se abrir para sustentar potenciais de ação adicionais (algumas vezes denominados “BLOQUEIO DESPOLARIZANTE”). ANTAGONISTAS NICOTÍNICOS CLASSE FÁRMACO AÇÃO FARMACOLÓGICA APLICAÇÕES CLÍNICAS EFEITOS ADVERSOS Agonistas Nicotínicos Pancurônio Tubocumarina Vecurônio Rocurônio Mivacurônio Antagonizam seletivamente os receptores nicotínicos, impedindo, assim a ligação da Ach endógena. Indução de bloqueio neuromuscular em cirurgia Intubação. Hipertensão, taquiarritmia, broncoespasmo, insuficiência respiratória. OBS: os antagonistas dos receptores nicotínicos, antagonizam seletivamente os receptores nicotínicos, impedindo, assim a ligação da Ach endógena e a despolarização subsequente das células musculares (algumas vezes denominados “BLOQUEIO NÃO DESPOLARIZANTE”). Os agentes bloqueadores não despolarizantes possuem efeitos adversos variáveis que podem ser revertidos pela administração de inibidores de AChE.
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